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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DO ZANGO – POLO

LUANDA SUL

TEMA: CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS


DO GERENCIAMENTO DA LÍNGUA
PORTUGUESA PELA CPLP E PELOS PALOPs

DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA


DOCENTE: RAIMUNDO AGOSTINHO

2022

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DO ZANGO ZANGO – POLO
LUANDA SUL

TEMA: CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS


DO GERENCIAMENTO DA LÍNGUA
PORTUGUESA PELA CPLP E PELOS PALOPs

DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA


DOCENTE: RAIMUNDO AGOSTINHO

2022

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INTEGRANTES DO GRUPO Nº 11

Gleibys Rodríguez Ricardo


Hélder Neto
Josefa del Socorro Malespín Urbina
Tomás Clésio Escovado Sebastião
Valéria António
Valquíria João

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 05

CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS DO GERENCIAMENTO DA LÍNGUA


PORTUGUESA PELA CPLP E PELOS PALOPs ............................................................. 06

SÍNTESE DO ACORDO ORTOGRÁFICO DE 1990........................................................ 17


CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 21

BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................... 23

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0. INTRODUÇÃO

A Língua Portuguesa, actualmente, é língua oficial de nove países (Portugal, Brasil,


Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste e Guiné
Equatorial). Não obstante a inserção de vocabulários nativos e modificações gramaticais de
cada país, as línguas conservam a matriz do português de Portugal.

A Língua Portuguesa é também falada em pequenas comunidades:

- Macau (antiga possessão portuguesa na China);

- Málaca (na Malásia);

Goa, Diu, Damão (na Índia);

Zanzibar (na Tanzânia).

A Língua Portuguesa está entre as 5 línguas mais faladas no mundo e está presente em
todos os continentes. Pela sua grandeza e alcance, é normal que surjam pontos de
convergências e divergências. Daí a necessidade de existirem entidades que a gerenciem, para
que haja diversidade na unidade.

O presente trabalho visa abordar sobre o gerenciamento da Língua Portuguesa por parte
das entidades da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e dos Países Africanos
de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e analisar as convergências e divergências existentes
entre estas entidades.

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CAPÍTULO 1. CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS DO
GERENCIAMENTO DA LÍNGUA PORTUGUESA PELA CPLP E
PELOS PALOPs

A Língua Portuguesa, como todas as línguas naturais, é dinâmica e heterogénea e está sujeita
às constantes modificações, conservando apenas as suas estruturas básicas.

Como nos confirma Duarte (2000:21), a língua portuguesa “apresenta áreas mais ou
menos extensas de variação, imputáveis a factores de diferente natureza.”

Tais factores podem ser internos, do funcionamento do próprio sistema, e podem ser
externos, decorrentes do contacto com outras línguas e com outras culturas.

Sendo o português uma língua falada por nove países e pequenas comunidades ao redor
do mundo, é natural que surjam entre os falantes destas comunidades linguísticas pontos de
concordâncias e de discordâncias. Daí que seja importante o papel de entidades competentes,
a fim de se encontrar um ponto de equilíbrio, um padrão aceite pela maioria, senão mesmo por
todos falantes.

Cardeira & Mateus (2007:80) definem padronização como “processo de codificação de


uma língua, geralmente implementado por autoridades governamentais, que envolve o
desenvolvimento de normas ortográficas, gramáticas e dicionários e que visa promover, através
do ensino, uma língua tendencialmente nivelada.”

A Língua Portuguesa é gerenciada por entidades dos Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa (PALOP) e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o que tem
resultado em convergências e divergências, como veremos.

Preliminarmente, antes de abordarmos sobre as convergências e divergências destas


entidades, vamos conhecê-las, a fim de compreendermos o papel que ambas desempenham
em prol do português.

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Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP)

Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (acrónimo PALOP), é a designação


dada aos países africanos que têm a língua portuguesa como oficial. Também conhecidos como
África Lusófona, o grupo é composto pelos cinco membros originais — Angola, Cabo
Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe — e a Guiné Equatorial, que aderiu
ao grupo posteriormente e adoptou a língua portuguesa como oficial.

Todas estas nações da lusofonia africana se tornaram independentes em 1974-75, na


sequência do processo de descolonização de Portugal, resultante da Revolução do 25 de abril
de 1974, do fim do Estado Novo e do fim das guerras contra o domínio de Lisboa,
particularmente em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.

Tornados independentes e com um rumo próprio, cada um mergulhou nas órbitas de


influência geopolítica de conveniência, tendo em conta as suas potencialidades económicas e
estratégicas.

Estes países vêm firmando protocolos de Cooperação Internacional para o


Desenvolvimento com vários países e organizações nos campos
da cultura, educação, economia, diplomacia e preservação da língua portuguesa.

Um exemplo é o Projecto Apoio ao Desenvolvimento do Sistema Judiciário


cofinanciado pelo governo português. A seguir, passamos a descrever de forma sucinta estes
países que têm a língua portuguesa como idioma oficial.

Angola

Em Angola, o português é falado, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, por


85% da população (como língua materna ou segunda língua), sendo a língua habitual, segundo
o censo realizado no país em 2014, de 71,15% da população, com maior predominância para a
população residente nas áreas urbanas. A língua portuguesa é falada como primeira língua por
cerca de 40% da população angolana — proporção que se apresenta muito superior na capital
do país. Além do português, Angola possui em torno de onze grupos linguísticos principais,
que são divididos em cerca de noventa dialectos. Talvez em razão dessa variedade linguística
original, o português acabou por se tornar uma espécie de língua franca, que facilitava a

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comunicação entre os diversos grupos étnicos e sofreu algumas modificações dando origem a
espécies de crioulos, uma mistura entre o português europeu e as línguas nativas.

Cabo Verde

Em Cabo Verde, o português como língua oficial é utilizado em toda a documentação


oficial e administrativa. É também a língua das rádios e televisões e, principalmente, a língua
de escolarização. Paralelamente, nas restantes situações da comunicação (incluindo a fala
quotidiana), utiliza-se o crioulo cabo-verdiano, uma mistura entre o português arcaico e
as línguas africanas. Este crioulo divide-se em dois dialectos, o das ilhas Barlavento e o
das ilhas Sotavento (norte e sul, respetivamente). Apesar do crioulo ser a língua do quotidiano,
quase todos os cabo-verdianos também falam o português fluentemente.

Guiné-Bissau

Na Guiné-Bissau, apesar do português ser a língua oficial, no entanto, não é considerada


língua materna, já que apenas cerca de 15% da população tem o domínio da língua portuguesa.
O crioulo falado no país, o crioulo da Guiné-Bissau, possui dois dialectos, um em Bissau e
outro em Cacheu, ao norte. O crioulo que é a língua franca da Guiné-Bissau e é falado por cerca
de 70% da população total do país. A presença do português na Guiné-Bissau não está
consolidada, pois apenas uma pequena percentagem da população guineense tem o português
como a língua materna e cerca de 15% da população tem um domínio aceitável do idioma. A
zona lusófona corresponde ao espaço geográfico conhecido como "a praça", que corresponde
à zona central e comercial da capital do país, Bissau.

Guiné Equatorial

A Guiné Equatorial foi uma colónia espanhola entre 1778 a 1968 e foi originalmente
um grupo das colónias portuguesas entre 1474 a 1778. É o lar de um crioulo de base portuguesa,
o Fá d'Ambô, que é falado pelos moradores da ilha de Ano-Bom. Em 2007, o
presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo anunciou uma decisão de transformar o
português na terceira língua oficial do país, após o espanhol e o francês. Isso foi um esforço do
governo para melhorar suas comunicações nas relações comerciais e bilaterais com os países
de língua portuguesa. Apesar das promoções do governo, o português é raramente falado na
Guiné Equatorial, mas, como as relações políticas e comerciais com os países de língua
portuguesa (Brasil, Angola, Portugal etc.) aumentou, o número dos falantes de português tende
a aumentar neste país. As notícias, desportos, entretenimento e média em português, sem

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dúvida, também irá facilitar o aumento da compreensão. A maioria da população (cerca de
90%) ainda fala o espanhol como sua primeira língua, e o espanhol ainda é a principal língua
da administração e da educação, enquanto o francês é a segunda língua oficial. O português é
agora uma língua oficial na Guiné Equatorial e o país desde julho de 2014 é um membro de
pleno direito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Moçambique

Em Moçambique, o português tem o estatuto de língua oficial, e é falado como segunda


língua pela metade da população do país. A grande maioria das pessoas que tem o português
como língua materna mora nas áreas urbanas. De acordo com o censo de 2007, 50,4% dos
moçambicanos falam português (contexto urbano: 80,8%; contexto rural: 36,3%); 12,8% falam
maioritariamente o português em casa e 10,7% da população total do país considera o português
a sua língua materna, sendo que esta percentagem em Maputo chega a 25%.[29] De modo geral,
na maior parte do país, a população fala línguas do grupo bantu.

São Tomé e Príncipe

Em São Tomé e Príncipe, o português é a língua oficial e nacional. É falado


virtualmente por toda a população, o português é falado como língua materna por 50% da
população e como primeira ou segunda língua é falado por 98,4% da população total do país.
O português utilizado nestas ilhas possui traços do português arcaico, tanto na pronúncia,
quanto na norma escrita. Este é o português falado popularmente, enquanto que por políticos e
pela alta sociedade, é utilizado o português europeu. Além do português, em São Tomé são
faladas línguas locais, tais como, o são-tomense (forro), o angolar, o tonga e
o principense (moncó). Em Príncipe, fala-se o moncó ou principense, um outro crioulo de base
portuguesa, mas com acréscimos das línguas indo-europeias. O crioulo cabo-verdiano também
é bastante falado nas duas ilhas, tendo sido trazido ao país no século XX por milhares de
emigrantes cabo-verdianos.

Existem também grandes comunidades de língua portuguesa na maioria dos países


da África Austral, compostas de portugueses, angolanos e moçambicanos. Estimativas
indicam que existem cerca de quinze milhões de falantes nativos de português e incluindo os
falantes de português como segunda língua nessa soma esse número chega a 41,5 milhões dos
falantes em toda África. Assim como o francês e o inglês, o português tornou-se uma língua
pós-colonial em África e uma das línguas oficiais da União Africana, da Comunidade para o
Desenvolvimento da África Austral, da Comunidade Económica dos Estados da África

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Ocidental, da Comunidade Económica dos Estados da África Central, do Mercado Comum da
África Oriental e Austral e da Comunidade dos Estados do Sahel-Sara. O português coexiste
na Guiné-Bissau, em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe com vários crioulos de base
portuguesa (crioulos da Alta Guiné e do Golfo da Guiné), e em Angola, Moçambique e Guiné-
Bissau com línguas africanas autóctones (principalmente da família nigero-congolesa).

Além das instituições de língua portuguesa, Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e
Príncipe são também membros da Organização Internacional da Francofonia e Moçambique é
membro da Comunidade das Nações e tem o estatuto de observador na Francofonia. Por outro
lado, a Guiné Equatorial anunciou em 2011 a sua decisão de introduzir o português como
terceira língua oficial, além do espanhol e do francês, e entrou como membro de pleno direito
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) em 2014.
Maurícia, Namíbia e Senegal também aderiram à CPLP como membros observadores
associados.

Como língua oficial, o português serve para a administração, educação, direito, política
e meios de comunicação. Dada a diversidade linguística existente nos Países Africanos de
Língua Oficial Portuguesa, o português também serve o propósito de língua franca, permitindo
a comunicação entre os cidadãos das diferentes origens etno-linguísticas.

Além disso, o português conecta os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa uns
aos outros e também com Portugal, Brasil, Timor-Leste e Macau, eles próprios são ex-colónias
portuguesas.

A música é uma maneira em que os perfis linguísticos dos Países Africanos de Língua
Oficial Portuguesa aumentaram. Muitos artistas dos Países Africanos de Língua Oficial
Portuguesa, além de cantar nas suas línguas maternas, também cantam em português para um
grau ou outro. O sucesso desses artistas na indústria da música mundial aumenta a consciência
internacional do português como língua africana.

Como língua da literatura, o português tem um papel importante nos Países Africanos
de Língua Oficial Portuguesa. Autores como José Luandino Vieira, Mia
Couto, Pepetela, Lopito Feijó, Luís Kandjimbo, Manuel Rui ou Ondjaki deram valiosas
contribuições para a literatura lusófona, levando um perfume africano e ideias para a língua e
criação de um lugar para a língua português no imaginário africano.

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O português é a língua do jornalismo, que serve como um veículo para a divulgação da
língua. A alfabetização nesses países é um problema, o rádio serve como uma fonte de
informação importante para os africanos lusófonos.

A BBC de África, a Rádio França Internacional e a RTP África são todos os meios de
comunicação que fazem questão de apresentar o português como língua africana para além das
suas origens na Europa.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) é uma organização


internacional formada por países lusófonos, cujo objectivo é o aprofundamento da amizade
mútua e da cooperação entre os seus membros.

A CPLP foi criada em 17 de Julho de 1996 por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-
Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe. No ano de 2002, após conquistar
independência, Timor-Leste foi acolhido como país integrante. Em 2014, Guiné
Equatorial tornou-se o nono membro da organização.

A CPLP é financiada tanto por meio do orçamento de funcionamento do Secretariado


Executivo, custeado por contribuições obrigatórias dos Estados-membros, como pelo Fundo
Especial, alimentado por contribuições voluntárias e destinado a custear programas de
cooperação, projectos e acções pontuais. A sua sede fica em Lisboa, Portugal, e seu actual
secretário executivo é Francisco Ribeiro Telles, de Portugal; e Armindo Brito Fernandes,
natural de São Tomé e Príncipe, quem actualmente ocupa o cargo de Diretor Geral. A
organização promove a data de 5 de Maio como Dia da Cultura Lusófona, celebrado em todo
o espaço lusófono, e os Jogos da CPLP, evento desportivo que reúne todos os membros da
organização.

A CPLP tem procurado estruturar-se ao longo da sua existência. Reflectindo a vontade


política dos Estados-membros, as aspirações e expectativas dos seus cidadãos, a Organização
tem progredido no sentido de uma adaptação evolutiva das suas estruturas.

Apesar da exiguidade de recursos de que dispõe, a vitalidade da CPLP reflecte-se na


defesa da Democracia e no elevado número de medidas conjuntas que os Estados-membros
têm adoptado para harmonizar políticas, activar procedimentos comuns e cooperar em

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domínios tão importantes como a Justiça, a Educação, as Forças Armadas, Ambiente e
Migrações, entre outros.

A adaptação da CPLP às novas exigências de crescimento, derivadas de um maior


dinamismo da Organização nos cenários nacionais e internacional e nas políticas dos Estados-
membros, tem sido acompanhada por sucessivas alterações dos Estatutos.

Este novo quadro legal permitiu, designadamente, o reforço da acção dos pontos focais,
com a conversão das suas reuniões em órgão da CPLP, a criação dos Grupos da CPLP nas
capitais e nas sedes dos organismos internacionais, a regulamentação da adesão dos Estados e
organizações internacionais como observadores associados, das instituições da sociedade civil
como observadores consultivos, e a institucionalização pelo XII Conselho de Ministros, de
Novembro de 2007, de uma nova dimensão institucional à Organização com a criação da
Assembleia Parlamentar.

O reforço e o aprofundamento de relações com as organizações da Sociedade Civil dos


países membros são outros dos componentes da acção, que se revestem da maior importância.
A crescente solicitação de pedidos do estatuto de Observador Consultivo, permite à CPLP
esperar que se criem novos espaços de cooperação e caminhos para a uma acção colectiva,
multilateral, nos mais variados sectores de actividade.

No âmbito da realização dos objectivos da CPLP foram igualmente desenvolvidas


acções importantes com vista a aproximar os países e seus cidadãos. No espaço da CPLP,
intensificou-se a cooperação multilateral e a cooperação bilateral, exponencialmente: é cada
vez mais natural a colaboração entre entidades homólogas dos Estados, seja no plano estatal,
seja no âmbito da Sociedade Civil, existindo atualmente mais de uma centena de redes
constituídas.

Porém, o processo multilateral tem reflectido, sem dúvida, uma contribuição decisiva
para a maturação da CPLP. Tal processo, que implica paciência, flexibilidade, espírito de
compromisso é também o garante de um maior equilíbrio, de reforço da compreensão mútua e
de uma aposta determinada na acção colectiva que é afinal o fundamento da Comunidade.

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Convergências e Divergências do Gerenciamento da Língua Portuguesa
pela CPLP e pelos PALOPs

A questão sobre as convergências e divergências no português remete-nos


imediatamente ao Acordo Ortográfico.

A palavra ortografia é formada pelos elementos de origem grega ortho(s), que quer
dizer correcto (a), e grafia, que quer dizer escrita.

Segundo Estrela et al (2012:29) “por ortografia de uma língua, entende-se o conjunto


de normas que regulam a utilização dos diferentes sinais gráficos.”

O Acordo Ortográfico visa a elaboração de um conjunto de regras comuns a vários


países que partilhem a mesma língua oficial, de forma a haver um modelo único de ortografia,
que crie um padrão de uso da língua, quer falada quer escrita, que facilite a sua compreensão
entre todos.

No caso da língua portuguesa, uma vez que é uma língua falada em vários
países: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Príncipe e Timor sentiu-se a necessidade de criar acordos entre as duas principais ortografias
oficiais do português, a europeia e a brasileira, de forma a unificar a língua elaborando o já
acima falado modelo ortográfico. Nesse sentido, foram várias as tentativas de unificar e
simplificar a língua portuguesa ao longo do século XX, de que se destacam as seguintes datas:
1911,1931, 1943, 1945, 1971, 1973, 1975, 1986 e 1990. Este último sujeito a várias polémicas
que atrasaram em mais de uma década a sua aprovação definitiva, que veio a acontecer em
2008.

Vejamos a seguir uma resenha dos vários acordos feitos pelos países de língua
portuguesa, sendo Portugal e Brasil os principais protagonitas.

Nos seus primeiros séculos de existência, a língua portuguesa tinha uma ortografia
muito variável. Este facto ficava a dever-se a dois factores, de importância naturalmente
variável ao longo do tempo: por um lado, o estatuto secundário do português em relação ao
latim fazia com que o ensino da língua vernácula fosse comparativamente descurado e os
próprios gramáticos não se ocupassem muito dela; por outro, não havia uma entidade

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reguladora que promovesse a uniformização da escrita. De resto, as disparidades ortográficas
são um fenómeno normal dos processos de formação das línguas.

De qualquer forma, já renascentistas como João de Barros e Duarte Nunes de Leão -


numa época em que o latim ia perdendo o seu estatuto privilegiado e, ao mesmo tempo, o
português surgia como um dos elementos definidores da consciência nacional - constatavam as
inconstâncias da grafia e se preocupavam com elas.

Foi ao longo do século XIX que surgiram vários projetos de reforma ortográfica, mas
nenhum chegou a ser posto em prática. Entretanto, era óbvio que a própria evolução da
sociedade (com a institucionalização do ensino e a divulgação da imprensa) ia propiciando uma
redução da variação ortográfica.

Mas o próprio empenho do Estado na regularização da ortografia - o fator que poderia


fazer a diferença, impondo institucionalmente uma norma, nomeadamente através do ensino
público - tardou a manifestar-se.

De acordo com Estrela et al (2012:21), “até ao século XX, vivia-se uma espécie de
babel ortográfica, onde todos os critérios eram consentidos…”

Foi somente em 1911 que foi decretada uma reforma, como resultado do trabalho de
uma comissão integrada por Carolina Michaëlis de Vasconcelos, Aniceto Gonçalves
Viana, Adolfo Coelho, José Leite de Vasconcelos, Cândido de Figueiredo e outros estudiosos
de grande craveira, em que o y foi eliminado, assim como grupos ph, ll e th.
O Brasil aderiu a esta reforma numa primeira fase, mas em 1915 revoga a sua adesão, uma vez
que não foi considerada a evolução autónoma do português no Brasil nem os hábitos de escrita
que aí se tinham consagrado. Quatro anos mais tarde, a Academia de Ciências de Lisboa e
a Academia Brasileira de Letras iniciam um trabalho conjunto para chegar a uma grafia
comum. Os esforços conjugados deram lugar à assinatura de um acordo em 1931, mas que,
contudo, nunca foi posto em prática. Como, porém, as divergências permaneciam, foi assinada
uma Convenção Ortográfica Luso-Brasileira em 1943, com a publicação de um formulário.
Dois anos mais tarde, em 1945, foi lançado um Acordo Ortográfico, que nunca foi ratificado
pelo Brasil, que continuou a reger-se por um vocabulário anterior, de 1943. Assim
sendo, Portugal passou a reger-se pelo acordo de 1945, enquanto o Brasil continuou a aplicar
a convenção de 1943.

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Em 1947, foi publicado em Portugal o Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa de
Rebelo Gonçalves, onde constam as alterações a ter em consideração do acordo de 1945, não
tendo sido esquecidas as alusões às divergências linguísticas com o Brasil. Do mesmo autor,
saiu em 1966 o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.

Em 1971, no Brasil, foi possível proceder-se a uma reforma de âmbito limitado,


incidindo fundamentalmente sobre a acentuação, que foi simplificada, como, por exemplo, a
supressão do acento nas palavras terminadas em -mente, caso que foi assumido também
em Portugal dois anos depois.

Depois do processo de Descolonização, cinco novos Estados surgiram como


negociadores e, em 1986, no Rio de Janeiro, José Sarney promove um encontro das
comunidades de língua oficial portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-
Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe -, onde é apresentado o Memorando
sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa realizado pelas duas academias. O
movimento de uniformização da ortografia portuguesa contou com eles no passo seguinte, em
1990. Nessa altura, foi celebrado um acordo entre a Academia das Ciências de Lisboa,
a Academia Brasileira de Letras e representantes dos países africanos de língua portuguesa,
acordo que deveria ser ratificado pelas autoridades oficiais dos sete países lusófonos
(Portugal aprovou-o no Parlamento e promulgou-o em 1991). Todavia, o acordo suscitou
grande polémica entre os linguistas e na população em geral. Em 1996 foi ratificado
por Portugal, Brasil e Cabo Verde. Dois anos mais tarde, em Cabo Verde, na Cidade da Praia,
foi celebrado o Primeiro Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico, que elimina a data
concreta para a elaboração de um vocabulário comum e o prazo estabelecido de ratificação do
Acordo Ortográfico de 1990. A falta de coesão entre os países lusófonos, pela falta de
ratificação do acordo por parte de alguns, levou à celebração de um Segundo Protocolo
Modificativo, em 2004, em que constava que bastava a assinatura de três países para a entrada
em vigor do Acordo de 1990. Em 2008, apesar dos protestos e polémicas levantadas, foi
aprovado o Segundo Protocolo Modificativo pelo Conselho de Ministros português, que depois
foi ratificado pelo Presidente da República, possibilitando, desta forma, a entrada em vigor do
Novo Acordo Ortográfico de 1990.

O Acordo Ortográfico já se encontra em vigor na ordem jurídica interna desde o dia 13 de maio
de 2009, em resultado do depósito do instrumento de ratificação do Acordo do Segundo Protocolo
Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

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O Acordo Ortográfico já foi ratificado pelos parlamentos nacionais do Brasil, Portugal,
Timor-Leste, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.

Em Moçambique, a norma aguarda ratificação pelo parlamento e em Angola não foi


regulamentado a nenhum nível governamental.

Os ritmos de aplicação do Acordo Ortográfico são muito variáveis entre os países da


Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O Brasil, que assinou o acordo em Lisboa a 16 de dezembro de 1990 e o ratificou a 18


de abril de 1995, terminou o período de transição, tornando a norma obrigatória a partir de 1
de janeiro de 2016.

O Acordo já tem o processo de implementação finalizado em Portugal, onde entrou em


vigor a 13 de maio de 2015, apesar da oposição de grupos da sociedade civil.

Em São Tomé e Príncipe ainda estão a ser processadas as medidas para a


implementação do Acordo.

Em Cabo Verde, que tornou a norma obrigatória a 01 de outubro de 2015, a sua


aplicação está a passar pelas necessárias acções de esclarecimento sobre a nova grafia,
enquanto em Moçambique a norma ainda aguarda ratificação pelo parlamento.

Diferente é a situação de Angola, onde o Acordo Ortográfico não foi autorizado a


nenhum nível governamental, apesar do investimento financeiro do país na plataforma digital
do Vocabulário Ortográfico Comum (VOC).

A Academia Angolana de Letras (AAL), cujo actual presidente é Boaventura Cardoso,


não é a favor do Acordo Ortográfico de 1990.

Segundo declarações presentes no Jornal de Angola (11/10/2018), Boaventura Cardoso,


não é aceitável que Angola subscreva o AO90 pelo facto de o mesmo não apresentar flexibilidade em
relação às línguas nacionais dos países africanos e de Timor Leste.

A situação de instabilidade política na Guiné-Bissau faz com que a aplicação do Acordo


naquele país dificilmente seja uma prioridade e, em Timor-Leste, a difusão, o uso e a
implantação da língua portuguesa têm primazia face à aplicação da nova norma. Quanto à
Guiné Equatorial, que aderiu à CPLP em julho de 2014, não assinou o Acordo, mas a
reimplementação da língua portuguesa que está a ter lugar no território será feita segundo a
nova grafia.

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Síntese do Acordo Ortográfico de 1990

O Acordo Ortográfico visa acabar com algumas das divergências ortográficas que existem
entre as duas ortografias, a do português europeu e a do português do Brasil, assim como
permitir que algumas dessas divergências possam coexistir, atribuindo-se-lhes o nome de
duplas grafias. Este acordo é acima de tudo uma tentativa de criação de uma norma ortográfica
única, privilegiando a fonética e, assim sendo, aproximando a língua falada da língua escrita.

Principais alterações a ter em conta com a entrada em vigor do novo acordo:

1. Alfabeto da língua portuguesa:

O alfabeto da língua portuguesa passa a ser composto por 26 letras com a introdução oficial
do k (capa), w (dâblio ou duplo vê) e y (ípsilon ou i grego). Essas letras já eram usadas em
alguns casos, mantendo-se o seu uso inalterado: antropónimos estrangeiros e seus derivados
(Darwin, darwinismo), topónimos estrangeiros e seus derivados (Kosovo, kosovar), siglas,
símbolos e unidades de medida internacionais (WWW de World Wide Web, km de
quilómetro, yd de jarda) e palavras de origem estrangeira de uso corrente (kart, web, yoga).

2. Acentuação gráfica:

O acento agudo é eliminado em palavras graves com ditongo ói (jóia > joia) e na
letra u de terminações verbais gue(s), que(s), gui(s) e qui(s)
(averigúe > averigue; redargúis > redarguis; delinquís > delinquis).

O acento circunflexo é eliminado em formas verbais graves terminadas em -êem da 3.ª


pessoa do plural do presente do indicativo ou do conjuntivo (lêem > leem; dêem > deem).
A diferenciação entre palavras graves homógrafas proclíticas deixa de ser feita através da
acentuação aguda ou circunflexa e passa a ser fornecida pelo contexto, como nos seguintes
exemplos:

para (forma do verbo parar) e para (preposição)


O automobilista para no sinal vermelho.

A passadeira é para os peões atravessarem em segurança.


pelo (forma do verbo pelar), pelo (nome) e pelo (contração da preposição por + artigo o):

Eu pelo uma castanha.


O gato tem o pelo macio.

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Andei a passear pelo Porto.

O acento gráfico passa a ser facultativo nas formas verbais terminadas em -ámos do
pretérito perfeito do indicativo na 1.ª pessoa do plural (amámos ou amamos), na forma
verbal grave do presente do conjuntivo do verbo dar (dêmos ou demos) e no nome
feminino forma com sentido de molde ou recipiente (forma ou fôrma). Em todos estes
casos de facultatividade, recomenda-se a adoção das grafias usadas até agora.

Há determinadas alterações ao nível da acentuação que são exclusivas da norma


brasileira, a saber: o acento é eliminado em palavras graves com ditongo éi (idéia > ideia),
em palavras graves com i e u tónicos, quando precedidos de ditongo (feiúra > feiura), em
palavras graves terminadas em o duplo (vôo > voo) e, por fim, o trema que não é usado
em Portugal desde 1945, desaparece na variante brasileira (tranqüilo > tranquilo). Apesar
desta supressão do trema, este sinal continuará a ser usado, quer no português europeu quer
no brasileiro, em vocábulos de origem estrangeira e seus derivados (mülleriano).

O presente acordo também legitima o uso de grafia dupla no caso de: palavras graves
ou esdrúxulas com e e o tónicos, seguidos das consoantes nasais m ou n, com as quais não
formam sílaba (ténis e tênis; fenómeno e fenômeno); palavras agudas com e e o tónicos,
geralmente provenientes do francês, em que há oscilação de pronúncia
(bebé e bebê; cocó e cocô); nas palavras agudas terminadas em o fechado
(judo e judô; metro e metrô).

3. Sequências consonânticas

As consoantes mudas ou não articuladas são suprimidas e admitem-se as duas grafias


quando há oscilação de pronúncia.

Alguns exemplos de supressão da consoante em casos em que não há dúvidas quanto à


sua não articulação:

accionar > acionar


colecção > coleção
actual > atual
decepcionar > dececionar
adopção > adoção
assumpção > assunção

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óptimo > ótimo

Alguns exemplos em que a sequência consonântica é pronunciada e, por isso, não é


eliminada:
ficcional
convicção
bactéria
egípcio
corrupção
adepto
Exemplos de casos de oscilação da pronúncia em que é aceite a grafia dupla:
característica ou caraterística
conceptual ou concetual
interseção ou interseção
setor ou setor
4. Hífen

O hífen é eliminado na maior parte das locuções de uso geral (fim-de-


semana > fim de semana), nos compostos em que se perdeu a noção de composição
(mandachuva e paraquedas), nas formas monossilábicas do presente do indicativo do
verbo haver seguidas da preposição de (hás-de > hás de), em palavras formadas por
prefixos ou falsos prefixos terminados em vogal e em que o segundo elemento começa
por r ou s, duplicando-se estas consoantes (contra-relógio > contrarrelógio; ultra-
sónico > ultrassónico), em palavras formadas por prefixos ou falsos prefixos
terminados em vogal e em que o segundo elemento começa por vogal diferente (auto-
estrada > autoestrada).
O hífen é usado em compostos que designam espécies zoológicas ou botânicas
(couve-flor, galinha-da-índia), nas palavras formadas por prefixos ou falsos prefixos
quando o segundo elemento começa por h (anti-histamínico), quando o segundo
elemento começa pela mesma letra com que termina o prefixo (inter-regional, micro-
ondas), nas palavras formadas por elementos acentuados graficamente (pré-
fabricação, pós-graduação), em palavras com o prefixo ex- com sentido de

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anterioridade (ex-diretor), em formações com os prefixos circum- e pan-, quando o
segundo elemento começa por vogal, h, m ou n (circum-navegação, pan-africano), em
palavras formadas por prefixos que terminam em b ou d e em que o segundo elemento
começa por r (ab-rogar, sub-região).

5. Maiúsculas e minúsculas

A minúscula passa a ser obrigatória nos meses do ano (janeiro, dezembro), estações do
ano (verão, inverno), pontos cardeais, colaterais e subcolaterais (norte, sul, este), exceto se
estes nomes designam uma região geográfica ou quando se usam os correspondentes
símbolos, em designações usadas para mencionar alguém cujo nome se desconhece
(fulano, sicrano e beltrano) e em axiónimos (senhor doutor, senhor professor).
A maiúscula passa a ser facultativa em disciplinas escolares, cursos e domínios de saber
(português/Português), nomes de vias, lugares públicos, monumentos ou edifícios
(Rua/rua da Restauração), palavras usadas reverencialmente ou hierarquicamente
(Vossa/vossa Excelência/excelência), nomes de livros ou obras, exceto o primeiro elemento
e os nomes próprios que se grafam com maiúscula inicial (O Retrato de Ricardina ou O
retrato de Ricardina). A tradição do português de escrever nomes comuns com maiúscula
inicial pode ser mantida em usos específicos para efeitos de destaque, reverência, ou outros.

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CONCLUSÃO

À guisa de conclusão, o presente trabalho mostrou as convergências e divergências no


gerenciamento da Língua Portuguesa pela Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) e pelos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (acrónimo PALOP.

Vimos que abordar sobre acordos e desacordos entre os países que têm a Língua
Portuguesa como língua comum remete-nos imediatamente à problemática do Acordo
Ortográfico.

Descrevemos os dados históricos sobre os vários acordos ortográficos, sendo Portugal


e Brasil os protagonistas.

Observámos que a divergência ortográfica teve início 1911. Daí em diante, seguiram-
se vários acordos frustados até chegarmos ao Acordo Ortográfico de 1990.

O Acordo Ortográfico de 1990 já se encontra em vigor na ordem jurídica interna desde


o dia 13 de maio de 2009, em resultado do depósito do instrumento de ratificação do Acordo
do Segundo Protocolo Modificativo ao Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Como vimos, o Acordo Ortográfico já foi ratificado pelos parlamentos nacionais do


Brasil, Portugal, Timor-Leste, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde.

Em Moçambique, a norma aguarda ratificação pelo parlamento e em Angola não foi


regulamentado a nenhum nível governamental.

Os ritmos de aplicação do Acordo Ortográfico são muito variáveis entre os países da


Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Por estes motivos a Academia Brasileira de Letras e a Academia das Ciências de Lisboa
têm negociado com os países membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)
o acordo para a unificação do idioma.

O referido acordo ainda não entrou em vigor nos países lusófonos por causar muitas
divergências e pela dificuldade em se implantar uma mesma proposta em vários países
diferentes.

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As editoras precisarão reimprimir livros, dicionários, e outros materiais, contendo a
Nova Reforma Ortográfica. Tudo a custo social e financeiro elevadíssimo.

Sabemos que a maioria dos falantes do português no mundo tem baixa escolaridade, e
a maior parte dos países lusófonos são pobres, e prestam serviços educacionais fracos, logo
nem todos estão convencidos da necessidade da reforma. Há dificuldades políticas em países
africanos paupérrimos, para eles, um acordo ortográfico está longe de ser um assunto
importante.

Hoje, o português é falado por, aproximadamente, 240 milhões de pessoas em todo o


mundo e apresenta duas ortografias oficiais (a do Brasil e a de Portugal). Esse facto dificulta a
divulgação e a utilização do idioma em eventos internacionais e também o intercâmbio cultural
entre os países lusófonos.

Posto isto, sugerimos aos países que até então não ratificaram o Novo Acordo
Ortográfico de 1990 a fazerem-no, pois entendemos que uma escrita uniforme traria inúmeros
benefícios para todos os países envolvidos, como a construção de uma identidade comunitária
entre os povos da CPLP, fortalecer a unidade dos países.

Chamamos ainda a atenção para o significado que essa fixação ortográfica terá, no
sentido de garantir que documentos e registros possam ser oficialmente catalogados na
comunidade internacional. Sendo assim, além de facilitar o intercâmbio cultural, o Novo
acordo permitirá a promoção das criações intelectuais e artísticas no espaço da CPLP e até no
cenário internacional.

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BIBLIOGRAFIA

Cardeira, Esperança & Mateus, Maria Helena Mira (2007). Norma e Variação. Luanda:
Nzila.

Duarte, Inês (2000). Língua portuguesa: instrumentos de análise. Lisboa: Universidade


Aberta.

Estrela, Edite, Soares, Maria Almira & Leitão, Maria José (2012). Saber Escrever Saber
Falar. Alfragide: Dom Q

Porto Editora – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) na Infopédia [em
linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2022-01-13 10:21:28]. Disponível
em https://www.infopedia.pt/$paises-africanos-de-lingua-oficial-portuguesa

Porto Editora – acordo ortográfico na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult.
2022-01-14 09:55:37]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$acordo-ortografico

CPLP: Organização. acedido no dia 14 de Janeiro, às 13:30. Disponível em:


https://www.cplp.org/id-2596.aspx

SECOM (2015). CPLP – Os desafios e avanços do acordo ortográfico da Língua


Portuguesa. Acedido no dia 14 de Janeiro, às 15:00. Disponível em:
https://unilab.edu.br/2015/01/08/cplp-os-desafios-e-avancos-do-acordo-ortografico-da-
lingua-portuguesa/
Jornal de Angola: Novo Acordo Ortográfico Desfavorável para o País. Acedido no dia 13,
às 15:30. Disponível em: https://www.jornaldeangola.ao/ao/noticias/novo-acordo-
ortografico-desfavoravel-para-o-pais/

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