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da Língua Portuguesa
Comunidade dos Países de
Língua Portuguesa
Esquecer? Não!
Aprender sempre!
O objetivo desta apresentação é expor, de maneira objetiva,
as alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa
pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em
Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil,
Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste. No Brasil, o
Acordo foi aprovado pelo Decreto Legislativo no 54, de 18 de
abril de 1995.
O Acordo é meramente ortográfico; portanto, restringe-se à
língua escrita, não afetando nenhum aspecto da língua
falada. Ele não elimina todas as diferenças ortográficas
observadas nos países que têm a língua portuguesa como
idioma oficial, mas é um passo em direção à pretendida
unificação ortográfica desses países.
Espalhada pelos cinco continentes, a
língua portuguesa figura entre as dez mais
faladas dos planeta. Estruturada a partir do
século XII, desde o século XV ultrapassou as
fronteiras da península Ibérica,
acompanhando as caravelas lusitanas na
aventura das grandes navegações.
O português é a língua oficial de mais
de
230.000.000 pessoas aproximadamente, assim
distribuídas:
PAÍSES HABITANTES
República Popular de
República de Angola Timor Leste Moçambique
Os sete países que têm o português como
língua oficial são chamados de lusófonos. E,
apesar da incorporação de vocábulos nativos, de
certas particularidades de sintaxe, pronúncia e
grafia, a língua portuguesa mantém uma unidade.
O português é também falado em pequenas
comunidades, reflexo de povoamentos
portugueses datados do século XVI.
É o caso de Zanzibar (na Tanzânia, costa
oriental da África); Macau (possessão portuguesa
encravada na China); Goa, Diu, Damão (na Índia);
Málaca (na Malásia); Timor (na Indonésia).
Os vários acordos ortográficos
A unificação dos sistemas ortográficos dos países
lusófonos não é tarefa fácil, pois as divergências de
pronúncia entre esses países acabam determinando grafias
diferentes para as mesmas palavra, tanto que várias
tentativas para unificar os sistemas ortográficos desses
países fracassaram: ou porque não foram aceitas no Brasil,
ou porque encontraram reações por parte dos portugueses.
A primeira tentativa de uniformizar a ortografia da
língua portuguesa data de 1911, quando uma comissão de
filósofos lusitanos propôs uma reforma ortográfica e o
governo português a adotou imediatamente. No Brasil, essa
reforma gerou muitas discussões, mas acabou não sendo
adotada.
O primeiro acordo ortográfico entre Brasil e
Portugal data de 1931 e não resultou na unificação
dos sistemas ortográficos. Em 1945 houve, em
Lisboa um outro acordo, que também não efetivou
a unificação, pois foi adotado apenas em Portugal.
O sistema ortográfico adotado atualmente no
Brasil é o aprovado pela Academia Brasileira de
Letras, na sessão de 12 de agosto de 1943, e
simplificado pela Lei nº. 5.765, de 18 de dezembro
de 1971, quando foram abolidos:
• O trema nos hiatos átonos;
• O acento circunflexo diferencial nas letras e e o
da sílaba tônica de certas palavras, usado para
distingui-las de seus respectivos pares
homógrafos, que têm as letras e e o abertas
(com exceção de pôde, que continua com
acento por oposição a pode);
• O acento circunflexo e o acento grave com que
se assinalava a sílaba subtônica das palavras
derivadas em que ocorre o sufixo –mente ou
sufixos iniciados por z.
Em decorrência disso, palavras como saudade,
cautela, saudoso deixaram de receber trema; e
palavras como acordo (substantivo), almoço
(substantivo), governo (substantivo), cafezinho,
sozinha, propriamente, cortesmente também
perderam o acento gráfico.
Curioso notar que a simplificação ortográfica
de 1971 só foi adotada em Portugal em 1973.
Ocorreram ainda outras tentativas de
unificação em 1975 e 1986; porém fracassaram
mais uma vez, sobretudo pelas reações de Portugal.
"O ano de 2009 parece que vai trazer
muitas alterações ao espaço lusófono,
quer a nível linguístico – aí está o Acordo
–, quer a nível político – administrativo
(leia-se, novo Estado lusófono com a
independência dos Açores… ou será
Azores)”.
Nem todos estão a favor do
Novo Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa. O país que mais se
manifestou contra foi Portugal
(1,6%), já que o número de
palavras modificadas são maiores
do que aqui no Brasil (0,45% das
palavras serão modificadas).
Porém há
argumentos a favor e
contra o Novo Acordo,
como veremos a
seguir:
Argumentos a favor:
• aproximação da oralidade à escrita;
• atualmente a Língua Portuguesa é a única que tem duas
grafias oficiais;
• simplicidade de ensino e aprendizagem;
• unificação de todos os países de língua oficial
portuguesa;
• fortalecimento da cooperação educacional dos países
da CPLP;
• evolução da língua portuguesa;
• pequena quantidade de vocábulos alterados (1,6% em
Portugal e 0,45% no Brasil);
• o português é o 5º idioma mais falado no mundo e o 3º
no mundo Ocidental. A unificação das grafias permite
aumentar, ou pelo menos manter a força da Língua
Portuguesa no panorama mundial.
Argumentos contra
• evolução não natural da língua
• tentar resolver um “não-problema”, uma vez que as variantes
escritas da língua são perfeitamente compreensíveis por todos os
leitores de todos os países da CPLP
• desrespeito pela etimologia das palavras
• a não correspondência da escrita à oralidade. Por exemplo, existem
consoantes cuja função é abrir vogais, mas que o novo acordo
considera mudas nomeadamente em tecto, passando a escrever-se
teto, dever-se-ia ler como teto (de seio)?
• processo dispendioso (revisão e nova publicação de todas as obras
escritas, os materiais didáticos e dicionários tornar-se-ão obsoletos,
reaprendizagem por parte de um grande número de pessoas,
inclusive crianças que estão agora dando os primeiros passos na
escrita)
• o fato de não haver acordo, facilita o dinamismo da língua,
permitindo cada país divergir e evoluir naturalmente, pelas próprias
pressões evolutivas dos diferentes contextos geossocioculturais
como no caso do Inglês ou do Castelhano
• “afecto com a grafia actual”
• falta de consulta de linguistas e estudo do impacto das alterações
Pode existir dupla grafia em
algumas palavras?
A B C D E F G H I
J K L M N O P Q R
S T U V W X Y Z
Exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de
medida: km (quilômetro), kg
(quilograma), W (watt);
b) na escrita de palavras estrangeiras (e
seus derivados): show, playboy,
playground,
windsurf, kung fu, yin, yang, William,
kaiser, Kafka, kafkiano.
Trema
Não se usa mais o trema
(¨), sinal colocado sobre a
letra u para indicar que ela
deve ser pronunciada nos
grupos gue, gui, que, qui.
Como fica
Como era
aguentar
agüentar
arguir
argüir
bilíngüe bilíngue
cinqüenta cinquenta
delinqüente delinquente
eloqüente eloquente
ensangüentado ensanguentado
eqüestre equestre
freqüente frequente
lingüeta lingueta
lingüiça
linguiça
qüinqüênio
quinquênio
sagüi
seqüência sagui
seqüestro sequência
tranqüilo sequestro
tranquilo
Atenção:
O trema permanece
apenas nas palavras
estrangeiras e em suas
derivadas. Exemplos:
Müller, mülleriano.
Mudanças nas regras
de acentuação
alcalóide alcaloide
alcatéia alcateia
andróide androide
apóia (verbo apoiar) apoia (verbo apoiar)
apóio (verbo apoiar) apoio (verbo apoiar)
asteróide asteroide
bóia boia
celulóide celuloide
clarabóia claraboia
colméia colmeia
Coréia Coreia
Como era Como fica
debiloide
debilóide epopeia
epopéia estoico
estóico estreia
estréia estreio (verbo
estréio (verbo estrear) estrear) geleia
geléia heroico
ideia
heróico jiboia
idéia joia
jibóia odisseia
jóia paranoia
paranoico
odisséia plateia
paranóia tramoia
paranóico
platéia
tramóia
Atenção:
baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva
cauíla cauila
feiúra feiura
Atenção:
Se a palavra for oxítona e o i
ou o u estiverem em posição
final (ou seguidos de s), o
acento permanece.
Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
3. Não se usa mais o
acento das palavras
terminadas em êem e
ôo(s).
Como era Como fica
abençoo
abençôo creem (verbo crer)
crêem (verbo crer)
deem (verbo dar)
dêem (verbo dar)
• anti-herói
• anti-higiênico
• anti-histórico
• macro-história
• mini-hotel
• proto-história
• sobre-humano
• super-homem
• ultra-humano
• extra-humano
2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal
com que se inicia o segundo elemento. Exemplos:
• aeroespacial
• agroindustrial
• anteontem
• antiaéreo
• antieducativo
• autoaprendizagem
• autoescola
• autoestrada
• autoinstrução
• coautor
• coedição
• extraescolar
• infraestrutura
• Plurianual
• semiaberto
• semianalfabeto
• semiesférico
• semiopaco
Exceção:
O prefixo co aglutina-se em
geral com o segundo elemento,
mesmo quando este se inicia por o:
coobrigar, coobrigação, coordenar,
cooperar, cooperação, cooptar,
coocupante etc.
3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o
segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s.
Exemplos:
• anteprojeto
• antipedagógico
• autopeça
• autoproteção
• coprodução
• geopolítica
• microcomputador
• pseudoprofessor
• semicírculo
• semideus
• seminovo
• ultramoderno
Atenção:
Com o prefixo vice, usa-se sempre o
hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc.
4. Não se usa o hífen
quando o prefixo termina
em vogal e o segundo
elemento começa por r ou
s. Nesse caso, duplicam-
se essas letras. Exemplos:
• antirrábico • infrassom
• antirracismo • microssistema
• antirreligioso • minissaia
• antirrugas • multissecular
• antissocial • neorrealismo
• biorritmo • neossimbolista
• contrarregra • semirreta
• contrassenso • ultrarresistente
• cosseno • ultrassom
5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o
segundo elemento começar pela mesma vogal. Exemplos:
• anti-ibérico
• anti-imperialista
• anti-inflacionário
• anti-inflamatório
• auto-observação
• contra-almirante
• contra-atacar
• contra-ataque
• micro-ondas
• micro-ônibus
• semi-internato
• semi-interno
6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se
o hífen se o segundo elemento começar pela
mesma consoante. Exemplos:
• hiper-requintado
• inter-racial
• inter-regional
• sub-bibliotecário
• super-racista
• super-reacionário
• super-resistente
• super-romântico
Atenção:
Nos demais casos não se
usa o hífen. Exemplos:
hipermercado
intermunicipal
superinteressante
superproteção.
Com o prefixo sub, usa-se o hífen
também diante de palavra iniciada
por r: sub-região, sub-raça etc.
Com os prefixos circum e pan, usa-se o
hífen diante de palavra iniciada por
m, n e vogal: circum-navegação,
pan-americano etc.
7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o
segundo elemento começar por vogal. Exemplos:
hiperacidez hiperativo
interescolar interestadual
interestelar interestudantil
superamigo superaquecimento
supereconômico superexigente
superinteressante superotimismo
8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró,
usa-se sempre o hífen. Exemplos:
além-mar além-túmulo
aquém-mar ex-aluno
ex-diretor ex-hospedeiro
ex-prefeito ex-presidente
pós-graduação pré-história
pré-vestibular pró-europeu
recém-casado recém-
nascido
sem-terra
9. Deve-se usar o hífen com os
sufixos de origem tupi-guarani:
açu, guaçu e mirim. Exemplos:
amoré-guaçu, anajá-mirim,
capim-açu.
10. Deve-se usar o hífen para ligar
duas ou mais palavras que
ocasionalmente se combinam,
formando não propriamente
vocábulos, mas encadeamentos
vocabulares. Exemplos: ponte Rio-
Niterói, eixo Rio-São Paulo.
11. Não se deve usar o hífen em certas
palavras que perderam a noção de
composição. Exemplos:
girassol
madressilva
mandachuva
paraquedas
paraquedista
pontapé
12. Para clareza gráfica, se no
final da linha a partição de
uma palavra ou combinação
de palavras coincidir com o
hífen, ele deve ser repetido na
linha seguinte. Exemplos:
Na cidade, conta-
-se que ele foi viajar.