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"O português é uma das dez línguas mais faladas no mundo, estando presente em territórios

na África, na América, na Europa e na Ásia. Surgiu do latim vulgar, tendo influência de outros
dialetos da região onde se desenvolveu. É falado em nove países e em uma região na China.

No Brasil, já houve três reformas ortográficas: em 1943, em 1971 e em 1990, essa última
resultando no acordo ortográfico vigente atualmente.

Leia também: Qual é a diferença entre língua, idioma e dialeto?

Tópicos deste artigo

1 - História da língua portuguesa

2 - Países que falam português

3 - Reformas ortográficas

Reforma Ortográfica de 1911

Reforma Ortográfica de 1943

Acordo Ortográfico de 1945

Reforma Ortográfica de 1971

Reforma Ortográfica de 1990

4 - Gramática

5 - Dicas de como estudar português

História da língua portuguesa

A língua portuguesa se originou a partir de outra língua já extinta: o latim. Tratava-se do latim
vulgar, uma variante popular do latim culto, aquele falado por pessoas cultas, artistas e
intelectuais. O latim vulgar foi imposto a toda região conquistada pelo antigo Império Romano.

A língua portuguesa se originou a partir do latim.

Na Península Ibérica, região onde fica, hoje, Espanha e Portugal, o latim vulgar se misturou a
diversos dialetos ali presentes, recebendo até influências da língua árabe, devido à forte
presença dos árabes na região por questões econômicas e políticas.

Após a queda do Império Romano, ocorrida no século V, esses dialetos se desenvolveram até
surgirem os idiomas castelhano, catalão e galego-português. É do galego-português, existente
durante o século XII até o século XIV, que vão se originar duas línguas: o galego e o português,
já a partir do século XV. Em 1536, surge a primeira Gramática da Linguagem Portuguesa,
escrita por Fernão de Oliveira, consagrando definitivamente a língua portuguesa como um
idioma.

O português se espalha, então, para a América do Sul, a África e a Ásia a partir da tentativa dos
portugueses de colonizar outras regiões do planeta. Para saber mais sobre a história da língua
portuguesa, clique aqui.

Países que falam português

Há nove países que consideram a língua portuguesa um idioma oficial em seu território, sendo
que, desses, apenas quatro têm o português como língua majoritária da população: Angola,
Brasil, Portugal e São Tomé e Príncipe.

Além de ser considerado língua oficial em nove países, o português também é língua oficial em
uma região da China: Macau. Porém, isso não se estende para todo o território chinês. Além
disso, apenas uma minoria em Macau tem o português como língua nativa.

Conheça agora a situação da língua portuguesa nesses diferentes territórios:

País

É a língua majoritária?

Angola

Sim.

Brasil

Sim.

Cabo Verde

Não.
Guiné Equatorial

Não.

Guiné-Bissau

Não.

Moçambique

Não.

Portugal

Sim.

São Tomé e Príncipe

Sim.

Timor-Leste

Não.

Como se pode ver na tabela, embora a língua portuguesa seja oficial em nove países, ela não é
falada como língua nativa pela maior parte da população em todos eles. Apenas na Angola, no
Brasil, em Portugal e em São Tomé e Príncipe o português é a língua nativa da maior parte dos
habitantes. Já nos demais países, a língua é oficial, porém a maior parte da população aprende
português como um segundo idioma.

Em Macau, região da China, o português é falado como língua nativa por uma pequena minoria
da população.
Reformas ortográficas

Uma reforma ortográfica altera regras e tendências de ortografia de um idioma, ou seja, de


sua parte escrita. A língua portuguesa já sofreu diversas reformas ortográficas. No Brasil, o
órgão que regula a língua portuguesa, determinando suas regras e alterações necessárias, é a
Academia Brasileira de Letras (ABL).

Veja as reformas que ocorreram nos últimos tempos:

Reforma Ortográfica de 1911

Ocorrida apenas em Portugal, foi a primeira reforma ortográfica formalizada em um dos


territórios que adotavam a língua portuguesa como oficial. Ela baseou as demais reformas
posteriores.

Dentre suas principais propostas de alteração, estão:

a eliminação da letra Y, sendo completamente substituída pela vogal I;

a acentuação gráfica em palavras proparoxítonas;

a redução de consoantes duplas (com exceção de RR e SS);

a eliminação de dígrafos de origem grega por grafemas mais simples, como TH substituído por
T, PH substituído por F, RH substituído por R ou por RR etc.

Reforma Ortográfica de 1943

Foi a primeira ocorrida no Brasil, buscando reduzir as diferenças nas grafias portuguesa e
brasileira. Foram formalizadas diversas regras. Veja algumas das principais alterações:

exclusão das letras K, W e Y do alfabeto português, sendo usadas apenas em casos especiais e
substituídas por letras que representam sons equivalentes quando necessário;

letra H sendo abolida de palavras compostas sem hífen;

extinção de consoantes mudas (exceto H em início de palavra);

extinção de consoantes dobradas (exceto dos dígrafos RR e SS e do encontro consonantal CC


(ou CÇ) por terem sons distintos;

regras para acentuação gráfica de palavras oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas;

uso de hífen em palavras compostas e em verbos com colocação pronominal;

grafia de vogais nasais.

Acordo Ortográfico de 1945


Foi a primeira tentativa de Acordo Ortográfico entre Portugal e Brasil. Portugal adotou o
acordo em seu território, bem como em territórios africanos e asiáticos sob sua jurisdição
naquela data. É o acordo vigente até hoje em países que ainda não implementaram a reforma
de 1990, como Angola e Moçambique. O Brasil, por sua vez, assinou o acordo, mas não chegou
a implementá-lo, permanecendo com a grafia de sua própria reforma datada de 1943.

Dentre as mudanças, há:

alteração de grafia de algumas conjugações, perdendo vogais duplas (“eles teem”) e passando
para a escrita com acento gráfico (“eles têm”);

extinção do trema;

extinção da letra S em palavras iniciadas com SC (“sciência” para “ciência”);

regularização do uso do hífen;

extinção do acento circunflexo em palavras paroxítonas com vogal fechada (“êle” para “ele”);

inclusão de consoantes na grafia de palavras em que a consoante é muda em Portugal, mas


pronunciada no Brasil (como o segundo C em “cacto”).

Reforma Ortográfica de 1971

Foi a segunda reforma ocorrida e implementada em território brasileiro, voltada apenas para a
abolição de duas regras de acentuação:

extinção de acento gráfico nas vogais E e O tônicas fechadas;

extinção do acento de sílabas subtônicas em palavras compostas por sufixo, alterando a grafia
de palavras como “economicamente” (antes dessa reforma, escrita “econômicamente”) e
“sensivelmente” (antes dessa reforma, escrita “sensìvelmente”).

Reforma Ortográfica de 1990

Trata-se da reforma vigente da língua. Foi assinada em 1990, mas tornou-se obrigatória em
território brasileiro apenas em 2016. Os demais países tiveram implementações ocorridas em
data mais ou menos próxima à brasileira, com exceção de Angola e de Moçambique, onde a
reforma não entrou em vigor ainda.

Dentre as alterações propostas, estão:

extinção do trema;

alteração no uso de hífen em palavras compostas, em locuções e em verbos;

extinção do acento diferencial, mantendo-se algumas exceções;


alteração na acentuação gráfica de ditongos;

alteração nas regras em relação ao uso de letras maiúsculas e minúsculas.

Gramática

A gramática da língua portuguesa pode ser dividida nas seguintes grandes áreas: a fonologia, a
morfologia, a sintaxe, a semântica e a estilística.

A fonologia aborda os aspectos fonéticos e fonológicos da língua, ou seja, os sons presentes na


estrutura daquela língua.

A morfologia estuda os morfemas, que são como “pedaços” das palavras, entendendo o
significado de cada parte que compõe uma palavra. Na morfologia, entende-se a estrutura de
uma palavra e sua classe gramatical.

A sintaxe estuda a estrutura das frases, ou seja, como as palavras se comportam em um


enunciado e qual relação estabelecem com outras palavras naquela frase.

A semântica estuda o significado e o sentido dentro de uma palavra ou de um enunciado


completo, analisando não só o conteúdo como o contexto, e suas possíveis interpretações.

A estilística estuda as figuras de linguagem, ou seja, o uso da língua para criar efeitos de
sentido sonoro ou de significado, trabalhando o sentido conotativo, isto é, aquele em que uma
palavra ou um enunciado não tem apenas o significado literal.

Confira nosso podcast: Cinco dúvidas frequentes da língua portuguesa

Dicas de como estudar português

Veja algumas dicas para estudar esse idioma tão rico e complexo.

Conheça a estrutura da língua

Para aprender a analisar a língua portuguesa, é preciso entender sua estrutura primeiro.
Começamos associando sons com letras, sílabas e grafias (conteúdos relacionados à fonologia).
A partir disso, analisamos as palavras: sua formação e sua função gramatical (conteúdos
relacionados à morfologia). Depois, entendemos como as palavras operam dentro de um
enunciado, se relacionando entre si (conteúdos relacionados à sintaxe). Com isso, também
analisamos seus possíveis significados (conteúdos relacionados à semântica) e os efeitos de
sentido gerados no enunciado (conteúdos relacionados à estilística).

Entenda que a língua varia com o contexto

Estudar português não é decorar regras para definir formas “certas” e “erradas” de se
comunicar. A língua portuguesa é viva, uma ferramenta de comunicação que se transforma de
acordo com o contexto exigido, refletindo aspectos sociais e culturais de cada sociedade.
Entender como usar o idioma traz inúmeras vantagens em qualquer situação.
Elabore os conceitos usando mapas mentais

Estudando português, você obviamente precisará ler e escrever muito. Porém, você pode
tentar traduzir os conceitos fazendo mapas mentais, de forma a conseguir entender o
conteúdo de modo mais visual, para além dos textos que você já estará lendo e escrevendo.

Exercite o conteúdo analisando diferentes gêneros

Estudar português não se resume a analisar tex"

Veja mais sobre "Português" em: https://brasilescola.uol.com.br/portugues

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