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Índice

Grávida do Chefe da Máfia

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Capítulo Treze

Capítulo Quatorze

Capítulo Quinze

Capítulo Dezesseis

Capítulo Dezessete

Capítulo Dezoito

Capítulo Dezenove

Capítulo Vinte

Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois

Capítulo Vinte e Três

OUTRA HISTÓRIA QUE VOCÊ PODE GOSTAR

A Esposa do Mafioso

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Capítulo Treze

Capítulo Quatorze

Capítulo Quinze
Grávida do Chefe da Máfia:

Um Romance da Máfia

Por Bella Rose

Todos os Direitos Reservados. Copyright 2016 Bella Rose.

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Capítulo Um

O sol atravessou as cortinas, e Alina Petrov tateou por seu biquíni em uma gaveta da
cômoda. Os dias de verão eram a sua fraqueza, e ela mal podia esperar para relaxar junto à

piscina de seu pai. Era um dos poucos atos de lazer que ela se permitia ultimamente.
Tirando sua calça de moletom e sua regata, deslizou no biquíni preto e o ajustou. Aros
dourados conectavam duas tiras finas que sustentavam a parte inferior, e a parte superior cruzava
ao redor de seu pescoço. Isso aproximava seu amplo decote, e Alina não pôde evitar franzir a

testa para o próprio reflexo. Para Yuri Petrov, ela ainda era uma pequena princesa que não
deveria ousar vestir coisas tão escandalosas, mas Alina agora tinha vinte e dois anos. Estava na
hora dela sair da concha. Ela havia passado toda a sua vida adulta concentrada em sua
educação, mas aquela fase já havia passado. Independência era o seu próximo objetivo.
Seu pai não tinha entendido quando ela quis ir para a faculdade, e ele gostou ainda menos
da ideia quando ela se recusou a frequentar a universidade local. Sem dúvida, Yuri pensou que
ela viria rastejando de volta quando seus dias de faculdade terminassem, e foi apenas porque ela
não conseguiu um emprego que ela foi forçada a voltar para casa.
E agora ela não conseguia arranjar um apartamento. Cada candidatura a um emprego ou

um lugar para ficar era imediatamente rejeitada. Ela tinha se graduado como melhor da turma, e
tinha economizado dinheiro suficiente para pagar mais do que o depósito exigido por
apartamentos. Não fazia sentido que ela continuasse sendo rejeitada a cada tentativa. A única
resposta lógica era que seu pai estava envolvido.
"Mas você não precisa de um emprego, princesa", ela zombou de sua voz grave. "Tudo o
que você precisará está aqui. Eu cuidarei de você."
Alina sabia que seu pai realmente cuidaria dela, mas ela realmente queria se virar sozinha.
Ela não era mais uma criança, e não queria ser tratada como tal.
Cabelo loiro. Olhos azuis. Corpo torneado. Disseram-lhe a vida toda que ela era linda, e

sabia que virava as cabeças dos homens de seu pai, mas quando ele estava por perto, eles

desviavam o olhar e silenciavam suas conversas. Ela sempre esteve muito ocupada para pensar em
homens, mesmo na faculdade, mas hoje ela começaria seu novo plano. Fazer tudo o que pudesse

para irritar seu pai para que ele parasse de obstruir suas ações.
Passando um pouco de gloss nos lábios, ela vestiu seus óculos de sol e sua saída de banho
transparente. Com sua bolsa de piscina pendurada sobre o ombro, ela saiu rapidamente de seu
quarto e desceu os degraus de pedra.

Yuri Petrov era um homem rico. Como chefe da máfia da cidade—o que o tornava um dos
homens mais poderosos de toda a região—ele gastou um bom dinheiro na mansão. Ele sempre
dizia a ela que a aparência é tudo. As obras de arte caras alinhavam as paredes, a maioria
conquistada em atividades ilícitas. Mobiliário de luxo, tapetes persas, vasos de cristal. Alina cresceu
na riqueza, e ela mal tinha olhos para isso. Aquela era a sua casa. Ela nem sequer pensava sobre
isso.
Cantarolando uma canção pop que não saía de sua cabeça há dias, ela abriu a porta de
vidro que dava para o deck e andou descalça até a madeira escura e manchada. Uma passarela
conduzia até o grande gazebo bem no meio da piscina. Do outro lado da piscina, uma fonte fazia

a água jorrar com beleza. Lindíssimas flores azuis e roxas decoravam a cerca alta de ferro
forjado, e um bar com área para lanches ficava ao canto.
Aquele espaço dava paz para Alina. Seu pai raramente usava a piscina. Ocasionalmente,
ele organizava uma festa, mas, for a isso, o lugar estava sempre em silêncio. Saltitando e sorrindo
com alegria, ela seguiu a passarela até a ilha no meio da piscina e deixou cair sua bolsa sobre
uma das cadeiras. Depois de remover sua saída de banho, ela se moveu até a borda para
mergulhar a ponta dos pés na água e testar a temperatura. Algo vermelho rodopiou pela água, e
ela franziu a testa.
Alina o viu pelo canto dos olhos. O pânico a inundou, mas foi só quando ela virou a cabeça
e reconheceu a forma que ela começou a gritar.

Seu pai flutuava de bruços na água, cercado por seu próprio sangue.

"Papai!", ela gritou. "Papai! Alguém me ajude!"


Girando para chamar os guardas de seu pai, seu pé deslizou para fora da borda. Ainda

gritando, ela se chocou com força contra a madeira antes de escorregar na água. Logo, seus gritos
foram abafados. A água estava congelando, e ela rapidamente afundou em choque. Quando ela
chegou ao fundo, automaticamente se impulsionou para cima, mas o sangue circulava ao redor
dela, e a histeria tomou conta.

Normalmente, Alina era uma ótima nadadora, mas a ideia de estar presa na piscina com o
corpo do pai a paralisou de medo. Mãos fortes a agarraram e a puxaram bruscamente da
piscina. Ela atravessou a superfície e lutou contra seu atacante.
"Alina! Alina, você tem que parar de gritar. Alina! Sou eu!"
A voz familiar finalmente penetrou em seu medo, e ela ofegou e balbuciou enquanto sugava
o ar. Kristof, um dos guardas de seu pai, puxou-a da água e envolveu sua toalha ao redor de seu
corpo, que tremia.
"Papai", ela ofegou quando ela virou a cabeça para olhar para trás. "Kristof, alguém..."
Kristof agarrou sua cabeça e a impediu de olhar para trás, "Alina, me ouça. Nós precisamos

ir."
"Ir? Ir para onde? Precisamos chamar a polícia.
"E nós faremos isso", ele disse calmamente. "Faremos isso. Mas quem matou seu pai ainda
pode estar aqui, e sua segurança é nossa primeira preocupação. Precisamos ir agora. Preciso que
você se acalme e respire".
Seu coração pulava contra sua caixa torácica enquanto ela pressionava sua cabeça contra
o peito dele. Uma ponta de vermelho pairava no canto de seu olho. Ela deve tê-lo salpicado com a
água sangrenta. Ela estremeceu. O homem acariciou seu cabelo molhado, e ela deixou que ele a
guiasse para longe da piscina.
"Timur", disse ele em voz baixa. "Nós precisamos tirá-la daqui. Peça a Ivan para chamar a

polícia e revistar o local em busca de quem não deveria estar aqui. Eu não preciso lhe dizer para

fazer isso o máximo possível antes da polícia chegar aqui. Mantenha isso dentro dos limites da lei,
mas queremos lidar com isso nós mesmos. Encontre-me na casa depois".

Timur disse algo em voz baixa, mas Alina mal podia ouvi-lo. O sangue rugia em seus
ouvidos, e ela não conseguia tirar a imagem da cabeça o suficiente para temer por sua própria
segurança.
"Papai", ela sussurrou. "Quem faria isso?"

"Seu pai tinha muitos inimigos", disse Kristof, enquanto a envolvia com um braço e a forçava
até a garagem. "Alina, eu preciso que você se concentre. Pelo menos até que a gente estar em
segurança. Você consegue fazer isso?"
Ela tropeçou quando ele continuou a arrastá-la, mas ela não conseguia lutar. Abrindo a
porta do passageiro de um dos carros, ele facilmente a colocou para dentro. Molhada e tremendo,
ela envolveu os braços em torno de si mesma e começou a balançar de um lado para o outro.
"Papai."
Gemendo, ela mal notou quando Kristof ligou o carro. Ele saiu da casa, e ela olhava para o
nada enquanto as árvores passavam voando. Seu pai estava morto. Seu pai estava morto. Era

como um disco arranhado em sua cabeça. Seu pai estava morto.


"Filho da puta", ele gritou de repente e pisou no freio. Movendo-se bruscamente para a
frente, ela imediatamente ergueu os braços e bateu contra o painel. A dor a puxou para fora de
seu estado hipnótico, e ela gritou. "Coloque o cinto de segurança", ele chiou.
Virando a cabeça para o lado, ela viu outro carro seguindo bem ao lado deles. O motorista
usava um capuz, e ela não podia distinguir suas feições, mas suas intenções eram claras. Ele virou o
volante e o carro se aproximou dela perigosamente. Ambas as janelas se quebraram quando algo
passou próximo de sua cabeça, e ela imediatamente se abaixou.
"Kristof! ", gritou ela.
Seu guarda-costas deixou escapar uma série de obscenidades e pisou fundo. Alina olhou

para o velocímetro e engoliu seco. Um movimento errado, e Kristof faria com que eles batessem

nas defesas metálicas. Mas o outro carro os acompanhou.


De repente, Kristof pisou novamente no freio e o outro carro avançou. Engatando a ré,

Kristof virou a cabeça e dobrou a esquina. Engatando a primeira marcha, ele disparou com o
carro pela outra rua.
"Por que alguém tentaria me matar?" Ela sussurrou enquanto virou a cabeça e olhou
desesperadamente para o perigo.

"Pense, Alina", ele disse suavemente. "Você poderia muito bem ter visto o assassino e não ter
percebido isso."
"Mas eu não vi", ela engasgou. "Eu não vi nem ouvi nada. Apenas papai flutuando na água."
Seu estômago se agitou, e ela o apertou com uma das mãos e tentou tomar algum fôlego.
"Você está em choque", disse ele, sombrio. "Você pode não saber o que viu ou ouviu. Há uma
boa razão para alguém tentar matá-la, Alina. Eles acham que você viu alguma coisa."
Ela fechou os olhos e tentou bloquear as imagens horríveis. "O que eu faço, Kristof? O que
eu devo fazer?"
"Seu pai se assegurou de que você seria cuidada", ele disse suavemente. "Você não precisa

se preocupar com isso, mas precisamos ter certeza de que quem matou seu pai não a mate."
Uma hora atrás, ela estava furiosa por seu pai ter bloqueado mais uma tentativa sua de se
mudar. Agora ele estava morto, e havia boas chances de ela nunca mais voltar para casa.
Eu nem sempre estarei aqui por você, princesa. Você precisa prestar atenção. Estou tentando te
ensinar a como se proteger.
Nunca havia lhe ocorrido que seu pai tinha razão. Ele nem sempre estaria por perto, e
agora alguém estava tentando matá-la.

***
Nikolai estava no meio de seu treino com a porta aberta. O suor escorria de seu corpo, e

seus músculos gritavam de dor, mas ele não estava pronto para parar. Agarrando o saco de
pancadas pesado para mantê-lo no lugar, ele franziu a testa. "Viktor, você sabe como eu me sinto

sobre interrupções."
O homem acenou com a cabeça respeitosamente. "Peço desculpas, mas acabamos de
receber a notícia de que Yuri Petrov está morto."
Suas entranhas se contraíram, e Nikolai estreitou os olhos. "O que aconteceu?"

"Um tiro na cabeça esta manhã, em sua propriedade. Sua filha o encontrou".
"Maldição", ele jurou e começou a desenrolar o pano em torno de seus dedos machucados.
Ele nem mesmo sentiu a dor. "Ela também está morta?"
Viktor sacudiu a cabeça. "Não. Seu guarda-costas imediatamente a tirou da cena do crime.
Ela está em um local seguro. Precisamos agir rapidamente se quisermos fazer a transição sem
dificuldades."
"O que as autoridades acham?" Nikolai perguntou, ignorando a última declaração de Viktor.
"Ninguém foi encontrado no local", disse Viktor. "Eu tenho certeza que eles aparecerão para
falar com você em breve."

Claro que sim. Nikolai seria o suspeito número um. "Eu acho que isso significa que eu deveria
tomar banho e trocar de roupa", disse ele com um suspiro.
"Você precisa tomar cuidado, senhor", disse Viktor gravemente. "Você pode ser o próximo."
"Yuri era um homem poderoso, mas era muito ingênuo", rosnou Nikolai. "Seu assassino não
vai me achar um alvo tão fácil."
Isso não era inteiramente verdade. Yuri não era exatamente ingênuo, mas Nikolai tinha
endurecido seu coração há muito tempo. Não acreditava em ninguém. Essa foi a única maneira de
sobreviver nesse tipo de negócio.
"Eu vou me levar," ele murmurou ao levantar do banco. "Vá em frente e entre em contato
com o meu advogado."

"Quer falar com a filha? "

Nikolai hesitou. A mulher não tinha muita utilidade, mas ele não podia deixá-la vulnerável.
Além disso, protegê-la iria provar a todos que ele era capaz do trabalho. "Ainda não. Vamos

esperar até que todos os papéis estejam assinados e Yuri esteja enterrado. Preciso que todos
compreendam que a máfia é minha justamente antes de assumi-la. Até lá, procure os guarda-
costas e verifique se eles têm tudo o que precisam."
"Sim senhor."

"Viktor, mais uma coisa".


"Sim?"
"Quais são as chances de que ela tenha matado seu pai?"
Viktor sacudiu a cabeça. "Ela não é como ele".
Nikolai o olhou desconfiado. "Isso não significa nada. Yuri não era um homem tão cruel. Se
ela tivesse noção do seu testamento, de tudo o que eu tomaria conta, ela poderia tê-lo matado de
raiva".
"Duvido, senhor. Não só não seria um movimento inteligente da parte dela, mas a menina tem
tentado fugir dele e de seu dinheiro por meses. Além disso, ela praticamente desmaiou ao vê-lo, e

tentaram matá-la enquanto seu guarda-costas a tirava da cena. Ela não é a assassina.
Interessante. "Bem. Eu quero o máximo possível de informações sobre ela. Não quero
surpresas".
O assassinato de Yuri não foi uma surpresa, mas a sobrevivência de Alina foi. Se ele
estivesse correto em suas suspeitas, o assassino não queria que ela sobrevivesse por mais uma
noite.
Viktor acenou com a cabeça e o deixou em paz. Nikolai terminou de secar o suor do
pescoço e pegou o telefone. Percorrendo as fotos, ele olhou para as imagens de vigilância que
havia tirado há cinco anos. Alina Petrov era uma mulher interessante. Frequentou uma faculdade,
inteligente, bonita, motivada e aparentemente inocente.

Tão inocente.

Ele apagou a maioria das fotos, mas algo sobre uma delas o fez guardá-la durante todo
aquele tempo. Na foto, ela havia acabado de tirar os óculos escuros e estava prestes a

cumprimentar alguém. Seu pai não estava interessado nas outras pessoas em sua vida, então
Nikolai não tinha perguntado, mas ele não podia deixar de se perguntar agora. Quem fez a
mulher sorrir tão brilhantemente?
Tão calorosamente?

Fazia muito tempo que ninguém o olhava daquele jeito. Nikolai tinha certeza de que ninguém
jamais o faria. Desligando o telefone, dirigiu-se para as escadas. Alina Petrov era uma
preocupação para outro dia. Não havia muito que ele pudesse fazer por ela agora. Assim que
assumisse tudo, ele a procuraria.
Até lá, ela estaria sozinha.
Capítulo Dois

Havia momentos em que Alina nem sabia o que estava acontecendo ao seu redor. Às vezes o
tempo parava, e outras vezes o dia corria sem que ela percebesse. Ela se levantava, ia para a

cama, e não tinha ideia do que tinha acontecido naquele intervalo de tempo.
Kristof e Timur não a perdiam de vista. Ela vagava sem rumo pelo local seguro, um
apartamento pequeno, mas bem mobiliado nos arredores da cidade e tentou se concentrar no que
faria em seguida.

Uma pequena mala de roupas a esperava no apartamento. Quando a polícia finalmente


liberou a cena do crime, ela conseguiu voltar para buscar mais coisas, mas seus guarda-costas não
a deixaram ficar, e ela realmente não queria.
O céu estava nublado no dia do funeral. Alina se sentou no banco, espremida entre Timur e
Kristof; seu tio Vadik, o gêmeo de seu pai e seu único parente vivo, sentou-se no banco atrás deles.
Ela não tinha ouvido falar dele desde o assassinato.
Um tiro de 38 na têmpora. Alina tinha estado perto de armas toda a sua vida. Ela podia
facilmente imaginar a arma que acabou com a vida de seu pai. As autoridades disseram que o
assassino provavelmente usou um silenciador e atirou em seu pai poucos minutos antes de ela entrar

na área da piscina. Ele estava morto antes mesmo de cair na água.


Ela tentou se confortar no fato de que ele não sofreu, mas isso não aliviava sua dor. Seu pai
estava morto. Sua última conversa com ele tinha sido cheia de raiva.
"Por quê? Por que você quer se mudar? Por que você quer me deixar?"
"Papai, eu sou adulta. Você acha que eu iria viver aqui para sempre? A faculdade terminou. Eu
quero explorar o mundo. Eu quero ter a minha própria casa."
"Eu não vou impedi-la."
"Mas você está! Você está impedindo que alguém aceite minhas propostas! Eu sei que você está!
Você está me deixando louca! Você está me tratando como uma prisioneira!"

Um nó apertou em sua garganta, e ela tentou engoli-lo. Agora não era o momento de

desmoronar.
"Alina?", sussurrou Timur. "Você quer sair e tomar um pouco de ar?"

"Já está quase acabando?", perguntou. "Eu não consigo respirar."


Ele a envolveu com um braço e a apertou suavemente. "Sim, quase. Aguente firme."
Timur e Kristof estavam com seu pai desde que ela era criança. Na época, eles eram
adolescentes arrogantes procurando crescer dentro da máfia, mas agora eram praticamente da

família. Saber que eles estavam cuidando dela era o único conforto que ela tinha. Eram como seus
dois irmãos mais velhos. Ela confiava neles.
Finalmente, uma oração silenciosa terminou o funeral, e ela se levantou. Agora ela só tinha
que suportar o enterro no cemitério, e ela finalmente seria capaz de deitar em sua cama com uma
garrafa de vinho e tentar afogar suas dores.
Alina se voltou para olhar a congregação. O lugar estava lotado. O território de seu pai
era grande, e embora o seu negócio estivesse encharcado de violência e sangue, ele protegia
aqueles que precisavam. Metade da cidade tinha aparecido para prestar homenagem, e parecia
que todos os olhos estavam sobre ela.

"Você acha que ele está aqui?" Ela murmurou, sem expressão. "Acha que o homem que
assassinou meu pai está me observando?"
"Vamos," Timur disse enquanto indicou para que ela andasse. "Esse momento não é sobre o
assassino. É sobre o seu pai, certo? Concentre-se nisso."
Assentindo com a cabeça, ela engoliu seco e entrou no corredor. Todos inclinaram a cabeça
e esperaram até ela chegar na porta. Todos menos um. Ela parou quando alguém passou em sua
frente para abrir a porta.
"Senhorita Petrov", disse ele com a voz grave.
Alina ergueu os olhos e o observou. Alto. Cabelo escuro. Olhos de um azul cristalino
devastador e um corpo que a distraiu momentaneamente. Ela o via ocasionalmente saindo de

reuniões fechadas com seu pai, mas nunca prestou atenção nele. Ela nem sabia o seu nome.

Aqueles olhos penetrantes nunca deixaram os dela enquanto ele segurava a porta aberta e
esperava que ela passasse.

"Obrigada", disse ela suavemente.


Ele assentiu solenemente, mas não disse mais nada. Kristof continuava a pressioná-la para a
frente, mas Timur parou para falar com o estranho em voz baixa. Por um momento fugaz, ela se
perguntou se aquele lindo homem teria matado seu pai. Ele estaria brincando com ela agora?

"Quem é ele?", perguntou ela, parando e virando a cabeça. Timur já estava se juntando a
eles.
"Seu nome é Nikolai Sokolov", resmungou Kristof em voz baixa. "Vamos, Alina. Temos de ir.
Todo mundo está esperando por você."
Obedientemente, ela baixou a cabeça e seguiu seus guarda-costas para fora. Eles a
acompanharam em ambos os lados, e ela observava com curiosidade a multidão em busca de
possíveis ameaças.
"Você realmente não acha que alguém me atacaria aqui, no enterro do meu pai, não é?"
"É sua primeira vez ao ar livre em dias", lembrou Timur. "Se eles tiverem pressa, sim, não há

dúvida de que eles irão atrás de você no funeral de seu pai."


As palavras a fizeram estremecer, e ela voltou a se recolher. Um sentimento mais intenso—
raiva—rapidamente anulou sua dor e seu medo. Ela deveria ser livre para chorar a morte de seu
pai, mas em vez disso, ela tinha que temer pela própria vida.
Poucos carros seguiram da igreja ortodoxa até o túmulo. A descida do caixão na sepultura
era somente para aqueles mais próximos de Yuri. Além de Vadik, todos eram sócios dos negócios.
Ao crescer, Alina passava boa parte do tempo se comportando mal porque achava que seu pai
amava mais seus homens do que ela. Era estranho ter que compartilhar aquele momento com eles.
O sol aqueceu sua pele quando ela se aproximou do túmulo, e ela franziu a testa. As nuvens
tinham desaparecido. Aquilo não parecia certo. O vento deveria uivar e os trovões ressoarem, mas

em vez disso, o dia estava rapidamente se tornando agradável. Até mesmo bonito.

Apenas mais um lembrete de que a vida não parou simplesmente porque ela estava
perdida.

"Vou dar uma olhada no local", disse Kristof em voz baixa.


Timur assentiu, e Alina percebeu que ele estava inquieto. Ela tomou seu braço, mais por
conforto do que por necessidade, e o deixou levá-la até as cadeiras metálicas dobráveis que
estavam alinhadas em frente ao túmulo aberto. Mais uma vez, ela seria forçada a se sentar na

frente e no centro.
Puxando seus óculos escuros para fora de sua bolsa, ela os colocou em seu rosto e olhou ao
redor. Pelo menos agora ela se sentia um pouco mais escondida. Um pouco mais segura.
A maioria das pessoas que saíam dos carros estacionados atrás dela era um tanto
familiares. Guardas. Sócios de negócios, suas esposas. Ela ouvia seus sussurros silenciosos e virava
a cabeça para ver quem estava ali. Um homem se destacou, e ela inalou bruscamente.
Nikolai Sokolov. O que ele estava fazendo aqui? Um par de homens seguiram atrás dele.
Seu olhar a provocou enquanto vagava pelo seu corpo, e Alina sentiu algum alívio por ele não
poder ver seus olhos.

Seu rosto endureceu, e ele franziu a testa e virou a cabeça. Alina olhou fixamente quando
Kristof fez um sinal para o homem e sussurrou algo em seu ouvido. Nikolai assentiu e Kristof dirigiu-
se para a parte de trás do cemitério.
"Alina?" Timur perguntou suavemente.
"Quem é esse homem?" Alina perguntou enquanto o deixava guiá-la até as cadeiras.
Sentada, ela nunca tirou sua atenção de Nikolai.
"Já lhe dissemos. O nome dele é—"
"Não o nome dele", ela cortou rapidamente. "Ele é importante. Por quê?"
Antes que Timur pudesse responder, uma sombra caiu sobre eles, e Alina olhou para cima.
Vadik Petrov se sentou ao lado dela e pegou sua mão.

"Minha doce Alina", ele sussurrou enquanto beijava sua mão.

"Tio," Alina reconheceu desconfortavelmente. Houve uma época em que seu tio sempre
estava por perto, mas quanto mais velha ela ficava, mais ela percebia que havia um

desentendimento entre Vadik e seu pai. Yuri nunca falou sobre isso, e Vadik sempre participava das
atividades da família, mas eles nunca eram muito amigáveis um com o outro.
"Sinto muito por não estar muito perto, mas tenho observado você", disse Vadik em voz
baixa. "Eu vou me assegurar de que você fique segura."

Com o que aconteceu com Yuri, e nenhum filho para assumir, Vadik deveria ter sido o
próximo na fila como novo líder, mas pelo que ela tinha visto ele nunca tinha mostrado muito
interesse nisso. Ela não tinha realmente notado sua ausência, já que não estava acostumada à sua
presença. Provavelmente ele tinha muitas coisas a fazer.
"Tudo bem, tio. Eu entendo", disse ela com um sorriso trêmulo. Vadik era o irmão mais novo
de seu pai, mas apenas por alguns minutos. Eram gêmeos fraternos, mas não havia como confundir
a semelhança. Embora seu pai estivesse grisalho nas laterais da cabeça e enrugado ao redor dos
olhos e Vadik pintasse o cabelo, Alina podia ver Yuri quando olhava para Vadik.
Isso fez seu coração doer.

Uma vez que todos estavam sentados, o padre avançou para fazer as declarações finais.
Sua voz parecia distante, muda, e só quando todos se levantaram que Alina percebeu que o
homem tinha terminado de falar. Parecia que ela tinha tijolos amarrados a seus pés ao avançar até
um monte de rosas posicionadas em um pequeno móvel ao lado do caixão. Tomando uma
cautelosamente pelo caule, ela ficou na beira do túmulo e respirou fundo.
"Eu apagaria cada briga se pudesse," ela sussurrou para o caixão. "Eu abraçaria cada
segundo que tivemos juntos. Nunca me ocorreu que eu teria que viver sem você. Sinto sua falta,
papai."
Lançando a rosa sobre o caixão, ela enxugou as lágrimas que escorriam por seus olhos e se
virou para caminhar lentamente de volta para os carros.

"Alina! Pare," Timur chamou de repente. Ela ouviu o pânico em sua voz e congelou. Ele

imediatamente a agarrou pelo braço e a puxou para trás.


"O quê?" Ela perguntou freneticamente. Os homens já estavam alcançando as armas

escondidas sob seus paletós. "O que foi?"


Olhando por trás dele, ela observou conforme um Bentley preto passava lentamente pelos
carros. Suas janelas escuras tornavam impossível ver o interior, mas ela podia sentir o perigo e a
tensão no ar. Quaisquer que fossem as intenções do motorista, elas não eram boas.

Quando finalmente se afastou de vista, Alina relaxou. "Como você soube?" Ela sussurrou.
"É meu trabalho cuidar de você", disse ele em voz baixa. "Não é seguro para você".
"Você continua dizendo isso".
Ele sorriu indulgentemente e balançou a cabeça. "Quero dizer, não é seguro você ficar sob
meus cuidados. Não mais. Você precisa de mais proteção do que nós podemos fornecer. Alina, eu
acho que você precisa ficar próxima do novo líder até que possamos resolver as coisas. Já
falamos com ele, e ele concordou.
"Tio Vadik?" Alina disse com uma careta. "Quer dizer, acho que tudo bem."
"Não o Vadik," uma nova voz disse grosseiramente. "Você vai ficar comigo."

Seus olhos se arregalaram ao ver Nikolai. Ele ficou quase perto demais, e ela sentiu o calor
irradiando dele. Ele era intimidador. Irresistível.
Intoxicante.
"Timur?", ela perguntou hesitante. "Eu não entendo."
"Seu pai nomeou Nikolai como seu sucessor há dois meses. Tudo está em seu nome agora. Ele
assumirá a máfia, e ele será capaz de protegê-la."
Ela franziu o a testa e olhou para seu tio. "Por que meu pai não faria o meu tio seu
sucessor?"
"Vadik vê algo muito diferente para o próprio futuro", disse Timur em uma voz neutra.
"Timur e Kristof têm feito bem protegendo você, mas até que o assassino de seu pai seja

pego, você ainda está em grave perigo. Você deveria ficar comigo", disse Nikolai em voz baixa.

"Eu não te conheço," ela disse hesitantemente.


"Você não precisa," ele respondeu grosseiramente. "Mas é importante que você fique viva.

Se essa transição der certo, preciso provar que posso proteger o que é meu."
Ela estreitou os olhos. "Eu não sou sua."
Um pequeno sorriso puxou os lábios dele. "Você é filha do meu antecessor. Isso
automaticamente faz de você minha. Ficar comigo ou não é escolha sua, mas isso não me fará ir

embora. Sua segurança é minha prioridade número um."


"Manter-me viva e ganhar a lealdade dos seguidores do meu pai", murmurou ela. "Isso é um
pouco de frio, você não acha?"
"As minhas intenções importam?"
Timur pôs uma mão em seu braço. "Por favor, Alina. Eu imploro que você aceite sua proteção.
Eu ainda estarei cuidando de você."
Alina podia ver os sinais de cansaço no rosto de Timur. Ele provavelmente tinha dormido
muito pouco nos últimos dias. Ele e Kristof estavam constantemente em alerta. Seria ridículo não
concordar com um pouco mais de ajuda, mas Nikolai a fazia se sentir tão pequena. Ela

instintivamente queria fugir dele.


"Você vai se mudar para a minha casa?", ela perguntou em voz baixa. Por alguma razão,
ela odiava a ideia de ele estar no mesmo lugar onde ela cresceu.
"Não. Essa casa pertence a você. Você pode fazer com ela o que quiser".
As pessoas lhes davam olhares curiosos enquanto saíam do cemitério. Se ela permanecesse
muito mais tempo, logo seriam os únicos por lá.
"Tudo bem," ela disse finalmente. A palavra fez com que seu coração saltasse no peito, mas
ela não sabia se era porque ela estava confiando sua vida a um estranho ou se era o pensamento
de estar tão perto dele.
"Que bom. Timur, Kristof e dois dos meus homens vão escoltá-la de volta para a sua casa

para que possa pegar suas coisas. Espero você em minha casa ao pôr-do-sol.

Com essa observação, ele voltou para os carros e a deixou sozinha. Alina de repente teve a
sensação de que ele a via como nada além de uma ferramenta.

E ele parecia frio e calculista o suficiente para usá-la.


Você tem um coração tão grande, princesa. Seu primeiro instinto é confiar em todos. Eu
gostaria que as coisas pudessem ser assim. Eu gostaria que você levasse uma vida na qual a única
coisa em perigo fosse o seu coração, mas você deve ter cuidado. Essa é sua primeira lição, minha

querida. Você deve cuidar em quem confia.


"O que eu faço, papai? Você confiou nele. Eu devo confiar também?"
Capítulo Três

Timur atravessou os portões de ferro exatamente quando o sol estava se pondo. Matizes
suaves de dourado e rosa pintaram o céu, mas ela não conseguia desfrutar da beleza. Se ela

pudesse fazer o que quisesse, ela ainda estaria em sua casa fazendo as malas. Havia algo terrível
em deixar sua própria casa. Irônico, considerando que ela lutou muito com seu pai para sair de lá
nos últimos meses. Agora ela foi ordenada a sair, e sentia como se seus pés estivessem enterrados
no cimento.

Quando não puderam demorar mais, Timur agarrou suas malas e ameaçou levá-la ao carro
se ela não seguisse em frente. Seus olhos eram simpáticos, mas seu tom era sério. Eles estacionaram
na frente da casa de Nikolai vinte minutos depois
"Ele cuidará de você, Alina", disse Timur suavemente.
"Como você sabe disso?" Ela exigiu. "Há quanto tempo você o conhece? Você o conhece
bem?"
"Conheço Nikolai desde que ele tinha quinze anos", disse Timur suavemente. "Ele respeitava
seu pai, e acho que seu pai o via como um filho. Eu confiaria a minha vida a esse homem, estão eu
certamente confio nele para cuidar da sua."

Olhando pela janela, ela estudou a casa dele. Era menor que o de seu pai, mas não menos
guardada. Onde seu pai tinha plantas caras importadas de todo o país, a propriedade de Nikolai
era bem mantida, mas não tão elaborada.
"Se ele conhecia meu pai por tanto tempo, como é que eu não o conheço? Eu só o vi algumas
vezes," ela resmungou enquanto escorava suas costas no assento. Ela sabia que ela estava agindo
como uma criança mimada, mas ela estava começando a ver sombras ameaçadoras em tudo.
Timur ficou inquieto, e Alina lançou a ele um olhar de suspeita. "O quê? O que você não está
me dizendo?" Ela perguntou ansiosamente.
"Alina, você pode pensar que sabe tudo sobre os negócios de seu pai, mas ele o protegeu

das piores atividades da máfia. Ele fez com que você não fosse contaminada".

"Do que você está falando? Pensei que ele queria que eu soubesse mais sobre o negócio.
Para me envolver? Achei que era por isso que ele não me deixava ir embora".

Balançando a cabeça, Timur lhe deu um sorriso triste. "Seu pai era duro com você às vezes,
mas nunca foi porque ele queria você envolvida nos negócios. Eu não acho que ele alguma vez
pensou seriamente na ideia."
Alina estava sem palavras. "Eu não entendo," ela sussurrou. "Ele perguntou…"

"Claro que sim. Era o seu legado, e se você quisesse, ele teria feito tudo em seu poder para
ajeitar as coisas para você. Mas estava claro que você não queria, então ele preparou alguém.
Nikolai Sokolov. Yuri te protegeu desde o momento em que você nasceu, e não tenho dúvidas de
que Nikolai fará o mesmo.
A dor de ouvir sobre seu pai tirou o ar de seus pulmões, e ela lutou para respirar. Houve
momentos em que ela pensou que superaria a sua morte, e então havia outros, como agora,
quando ela temia que seu coração simplesmente parasse de bater com o peso de tudo aquilo.
Lutando para encontrar uma âncora antes que a dor a afastasse do momento, ela olhou para a
casa novamente. "Ele é casado? Ele tem filhos? O que eles pensam de eu me mudar? E se eu os

colocar em perigo?"
"Essa é a minha garota", disse Timur com um sorriso. Sempre pensando nos outros. Com
exceção de sua equipe, Nikolai vive sozinho."
Era uma casa muito grande para apenas um homem, mas, novamente, sua própria casa era
muito expansiva para ela e seu pai. Nikolai era um homem importante. Ele teria que se apresentar
como tal.
Agora que seu pai estava morto.
"Como você sabe que ele não matou o meu pai?" Ela sussurrou.
"Ele não fez isso. Eu sei."
Seu olhar pousou em uma janela no segundo andar, e ela ofegou. Nikolai estava do outro

lado, olhando para eles. Por um momento, ela poderia ter jurado que eles fizeram contato visual,

mas isso era ridículo. Não havia jeito de vê-la quando ainda estava no carro.
Timur seguiu seu olhar e franziu a testa. "É melhor irmos", ele murmurou. Saindo do carro, ele

pegou suas malas e esperou pacientemente que ela se juntasse a ele.


Enquanto subiam os degraus que levavam à varanda, Alina escolheu automaticamente os
lugares onde ela veria guardas. Um em cada canto da casa de três andares. Não haveria dúvida
de encontrar o mesmo número atrás da casa, mais câmeras nas árvores e um sensor ao longo da

calçada.
Quando adolescente, Alina aprendeu os hábitos dos homens de seu pai, e quando via uma
abertura, ela se abaixava em sua janela, descia por uma árvore e saia em direção à rua. Foi
quando ela descobriu o sensor ao longo da calçada. Quando ela chegou ao portão, havia três
homens apontando suas armas para ela.
Seu pai estava furioso. Ele mandou cortarem a árvore que dava em sua janela naquela
mesma noite, e ela sempre se sentiu muito culpada por causa disso. Se não tivesse desobedecido as
ordens, a árvore poderia ter ficado mais alta e florescido. Ela chorou por causa disso, e Yuri tinha
acabado de dizer a ela que da próxima vez que ela quisesse desobedecer suas ordens, ela

deveria pensar sobre a árvore.


Isso funcionou por cerca de um ano. Então Alina completou dezesseis anos, e a única coisa
que uma adolescente queria era a sua liberdade. A rebeldia se tornou algo diário.
As portas da frente se abriram, e um cavalheiro mais velho acenou com a cabeça. "Senhorita
Petrov. Eu sou Danik, assistente do Sr. Sokolov. Seria um prazer acomodar a senhorita em seu
quarto.
Assistente? Ele parecia mais um mordomo, mas Alina não comentou. Ela forçou um sorriso e
assentiu com a cabeça. "Obrigada, mas você não precisa me chamar de senhorita Petrov. Alina
está bom.
"É claro." Danik pegou uma das malas das mãos de Timur e subiu a grande escada em

espiral. Alina se apressou atrás dele, mas seu pescoço se esticou para captar todos os detalhes que

podia. Estruturalmente falando, a casa de Nikolai era magnífica. Belíssimos acabamentos em


madeira, sancas refinadas, corrimão lindamente esculpido. Um imponente lustre pendia do teto.

Decorativamente falando, a entrada era apagada. Era minimamente decorada com algumas
pinturas, mas nada feito por artistas que ela reconhecia, e nada que tenha falado emocionalmente
com ela. Uma mesa lateral logo ao lado da porta, e um espelho estava pendurado acima dela,
mas o lugar não apresentava nenhum livro ou estátuas. Os tapetes eram simples e nenhum dos

lustres eram ornamentados.


Tirando o tamanho enorme, o lugar parecia normal.
Era uma casa onde ele poderia viver com alguém que ele amava e criar alguns filhos. Não
era a casa de um homem que acabava de assumir uma das mais perigosas organizações
criminosas do país.
Casamento e filhos? Alina piscou e sacudiu a cabeça. De onde tinha vindo esse pensamento?
Arrastando o olhar para longe, ela se apressou atrás de Danik. Embora o homem fosse velho, ele
andava rapidamente.
"Temos uma suíte separada para hóspedes, mas o Sr. Sokolov pensou que você poderia se

sentir mais confortável perto dele. Seu quarto é anexo à suíte dele. Há dois outros quartos neste
andar, mas eles geralmente estão vazios."
"Anexo? O que você quer dizer?", ela perguntou apressadamente enquanto entrava no
quarto. Antes que ele pudesse responder, ela parou e ficou boquiaberta. A cama com dossel
estava coberta por um tecido fino e transparente. O cobertor era branco com bordado em
dourado, e deslumbrantes almofadas amontoadas na cabeceira da cama. Tudo no quarto, da
espreguiçadeira à parede até os detalhes da janela, era branco com detalhes em dourado. Era
tão feminino.
Era onde uma mulher íntima dele ficaria.
Danik abriu a porta para exibir um banheiro deslumbrante com pedras escuras. Uma imensa

banheira adornava o canto, e ao lado dela ficava a abertura para o que só poderia ser um

grande chuveiro. Com um piso de azulejos, não precisava de porta ou cortina. Do outro lado havia
um espelho de parede e duas pias. O banheiro parecia novo, como se não tivesse sido utilizado.

"A porta do outro lado se conecta ao quarto do Sr. Sokolov. Ela é trancada em ambos os
lados, mas o Sr. Sokolov tem uma chave, por isso, se houver uma emergência, ele ainda será capaz
de chegar até você.
"Uma chave," Alina resmungou. "Espere um minuto, eu devo partilhar um chuveiro com ele? Eu

nem o conheço!"
O velho olhou calmamente para ela. "Sua segurança é uma alta prioridade aqui, e Sokolov
quer que você se sinta segura. Há um banheiro no corredor se você quiser usá-lo em vez deste."
O alívio tomou conta dela, e ela assentiu. Ela definitivamente iria usar o banheiro do
corredor. Nikolai não era o tipo de homem que ela gostaria de ter por perto quando estivesse nua.
Só de pensar nisso suas bochechas se aqueceram.
De repente, lembrando-se de vê-lo na janela, ela olhou fixamente para a porta fechada. Ele
estaria lá agora? Por que ele não saiu para recebê-la?
"O jantar será servido em uma hora, se você deseja desfazer as malas e descansar. Você é

bem-vinda a explorar a casa como quiser, mas você não pode sair sem uma escolta."
"Espere, eu não posso andar no quintal?" Ela perguntou com uma careta. Ela estava presa lá
dentro?
"Não sem uma escolta, repetiu ele. "Tenho certeza que se você pedir com antecedência, será
fornecida uma para você. Há uma carta sobre o criado-mudo para você. Vou deixar você se
acomodar.
Antes que ela pudesse lhe perguntar qualquer outra coisa, ele saiu pela porta. Ela notou que
Timur também não estava por lá.
"Excelente. Me deixar na casa de algum estranho e me abandonar no momento em que eu
chegar aqui. Que adorável recepção. Eu me sinto tão segura aqui", ela murmurou sarcasticamente

enquanto pegava o envelope. Ele tinha seu nome e sobrenome escritos, fazendo-a parecer tão

formal como o assistente que a tinha acompanhado até ali. "E haveria uma outra Alina?"
Abrindo-a, ela tirou os sapatos e se sentou desajeitadamente no sofá. A mobília era tão

bonita que ela tinha medo de que fosse estragar só de olhar. Chutando seus sapatos, ela deitou a
cabeça para os lados para aliviar a tensão e olhou para a carta.
Em poucos segundos, ela estava no banheiro e batendo na porta dele com raiva.

***

Nikolai não pôde deixar de sorrir quando ouviu o bater da porta. Ele não sabia se era a
acomodação ou a carta que a perturbava, mas ele estava preparado para ambos.
Abrindo a porta totalmente, ele olhou para ela. "Da próxima vez que você bater na minha
porta assim, é melhor você estar em sério perigo", ele a ameaçou com a voz grave.
Ele esperava que seus olhos se arregalassem de medo, mas, em vez disso, apertaram-se de
raiva. Ela empurrou a carta contra o seu peito e o empurrou para dentro. Tomado de surpresa, ele

tropeçou para trás.


"Que diabos é isso?", ela gritou enquanto caminhava para seu quarto. "Uma lista de regras?
Eu não sou adolescente em um internato, Sr. Sokolov. Eu sou uma mulher adulta, e eu não quero
saber de me submeter a regras. Primeiro me dizem que eu não posso sair sem uma escolta. Agora
eu tenho um horário e um toque de recolher? Se essa é a sua ideia de hospitalidade, você pode
enfiá-la no seu..."
Antes que ela terminasse a frase, ele a agarrou pelos braços. A carta voou para o chão, e
ele a empurrou até que suas costas bateram em sua cômoda e efetivamente a prendesse entre ela
e seu corpo. Ele imediatamente reagiu à forma como suas curvas se moldaram contra ele, e ele
teve que engolir uma série de palavrões. Ainda assim, ele não estava prestes a soltá-la até que

ela soubesse muito bem o que era esperado dela.

"Senhorita Petrov, posso lhe assegurar que ninguém nesta casa a confundirá com nada além
de uma mulher adulta," disse ele com voz sedosa. Os olhos dela se arregalaram, e ele sorriu

friamente para ela. Bom. Talvez agora ela pudesse entender. "Os homens desta casa são
assassinos treinados. Eles têm um trabalho: protegê-la. Essas regras tornam mais fácil para eles
fazerem exatamente isso. Você tem um horário porque eu não estou sempre aqui em casa, e meus
homens estão ocupados. Você vai fazer as suas refeições quando eu quiser, e você será capaz de

andar pelo terreno nos horários designados, porque é quando eu tenho homens o suficiente ao
redor para protegê-la. E você tem um toque de recolher porque eu quero que erros sejam
cometidos porque você está andando por aí às duas horas da manhã. Erros causariam mortes. Eu
fui claro?
Havia fogo em seus olhos quando finalmente encontraram os dele. "Eu acho que eu prefiro
não ter a sua proteção", ela rosnou.
"Então você vai morrer. Soltando-a, ele recuou e cruzou os braços. "Você é mais do que
bem-vinda para sair. Você não é uma prisioneira aqui. Mas se você quebrar qualquer dessas
regras e colocar meus homens em perigo, você será expulsa."

Alina engoliu seco e virou a cabeça para a porta. Nikolai podia ver a tentação em seus
olhos, mas também havia medo e algo que ele entendia muito bem.
Dor.
Naquele momento, ele amaldiçoou a própria pressa. A mulher tinha acabado de enterrar seu
pai e teve seu mundo inteiro virado de cabeça para baixo. Se ele pelo menos um pouco
cavalheiro, ele teria pegado um pouco mais leve com ela.
Mas ninguém jamais havia chamado Nikolai Sokolov de cavalheiro.
"Estamos de acordo?" Ele perguntou, com a voz ainda fria.
Ela não vacilou, e ele ficou surpreso e aliviado. Ele nunca seria capaz de lidar com isso se
ela fosse fraca.

"Eu trouxe dois dos meus guarda-costas," ela disse rigidamente. "Isso deve ser o suficiente

para me deixar sair da casa mais de uma vez por semana."


"Timur e Kristof não trabalham para você. Eles trabalham para mim".

A mandíbula dela se contraiu, e ela endireitou os ombros. "Com licença," ela murmurou.
"Diga as palavras, Alina. Estamos de acordo?", ele perguntou.
Ela congelou. Por um momento, ele não pensou que ela cumpriria. "De acordo", disse ela
finalmente.

"Estas são as mesmas regras que Kristof e Timur teriam, e você não pensaria duas vezes em
seguir suas ordens", ele lembrou. "A única razão pela qual você está se ofendendo com isso é
porque você não confia em mim. Eu sugiro que você supere isso, Alina. Podemos ficar juntos por um
tempo".
Ela saiu do quarto e fechou a porta.
Com ela segura do outro lado da porta fechada, o desejo o atingiu com toda a força, e ele
quase desabotoou suas calças e aliviou a si mesmo bem ali. Que diabos ele estava pensando,
deixando-a ficar tão perto dele? As suítes do outro lado da casa eram tão seguras quanto. Era
impossível que alguém penetrasse sua segurança externa, e mais ainda que subisse as escadas e

entrasse em seu quarto. Saber que todas aquelas curvas macias estavam descansando do outro
lado da parede seria um tormento.
"Droga, Yuri", ele sussurrou. "Por que diabos você teve que ser morto? Por que você me
colocou nesta posição?"
Não houve resposta.
Capítulo Quatro

Alina pensou em não descer para jantar só para evitar o homem insuportável. Ela andou
pelo quarto, e quando ouviu um carro entrando na propriedade, correu até a janela. Depois de

alguns minutos, Nikolai se aproximou do carro, e um motorista abriu a porta traseira. Irritada pelo
homem não poder sequer se juntar a ela para sua primeira refeição, mas aliviada que ela não
teria que vê-lo, ela saiu do quarto e andou pelo corredor. Seu estômago roncou, e ela percebeu
que não tinha comido o dia todo.

Fazendo uma parada perto da entrada principal, ela percebeu que não tinha ideia de onde
a cozinha poderia estar. "Timur?" Ela chamou com uma voz suave. "Kristof? Tem alguém aí?"
"Você precisa de ajuda?"
Alina gritou quando Danik surgiu de um dos ambientes. Colocando uma mão sobre seu
coração acelerado, ela franziu a testa para ele. "Você está tentando me causar um ataque
cardíaco? De onde você surgiu?"
"Da sala de estar", ele disse enquanto gesticulava para a porta aberta atrás dele. Ele não
disse mais nada, e ela suspirou.
"Eu não tinha certeza de onde encontraria a sala de jantar", ela murmurou, levando uma

mecha de cabelo atrás da orelha.


"Por aqui, senhorita".
Senhorita. Ela pediu que ele não a chamasse de Senhorita Petrov, mas claramente ele
também não iria chamá-la de Alina. "Senhorita" era a forma que ele tinha de realizar a tarefa
mais profissionalmente?
O hall de entrada levava diretamente para uma área de estar. Ele se ramificava em várias
áreas diferentes.
"À esquerda, você encontrará a biblioteca. Há uma série de livros e filmes lá se você deseja
entretenimento. À direita está a sala de entretenimento privada do Sr. Sokolov. Quando ele tem

convidados, você faria bem ao ficar longe de lá. Do outro lado está o seu escritório pessoal. A

porta estará sempre trancada quando o Sr. Sokolov não estiver usando." Danik disse em uma voz
monótona enquanto a conduzia. O salão seguinte se ramificava em duas áreas separadas. À

direita, surgiu uma grande área de jantar formal, e à esquerda estava a cozinha. Danik lhe deu
um breve sorriso antes de a cumprimentar com a cabeça e abandoná-la.
"Estranho", ela murmurou enquanto espiava cada ambiente. A sala de jantar estava vazia,
não havia lugar arrumado, nada na enorme mesa. A cozinha, entretanto, continha um espaço de

jantar mais íntimo. Uma pequena mesa ficava ao centro, já com um único lugar arrumado, com um
cloche sobre o prato, presumivelmente mantendo o jantar quente.
E não havia uma alma por perto além dela.
"Olá?" Ela chamou novamente. Danik não apareceu, e nem outra pessoa. Sobre a mesa
estava uma taça de vinho tinto, que ela pegou e imediatamente bebeu. Ao lado do prato havia
outra carta com o seu nome.
Peço desculpas por não poder me juntar a você. Eu já tinha um compromisso para o jantar esta
noite. Por favor, aproveite. Sinta-se à vontade para se retirar cedo. Tenho certeza de que você está
cansada. -N.

"Sinta-se à vontade para se retirar? Por que isso soa mais como um comando do que como
um convite?", ela resmungou enquanto se sentava. Descobrindo o prato, ela encontrou uma deliciosa
refeição de frango, batatas e legumes apetitosos. Havia ainda um recipiente com molho ao lado do
prato.
O cheiro era delicioso, e ela deveria ter ficado com água na boca, mas ela foi
repentinamente atingida por uma onda de tristeza.
Sozinha.
Ela tinha apenas dois anos quando sua mãe morreu, mas cresceu rodeada de pessoas. Seu
pai se assegurou de que ela nunca ficasse sozinha. Se ele não se juntava a ela para suas
refeições, Kristof, Timur ou um dos outros criados fazia isso. Sempre havia alguém com quem

conversar, mesmo que ela passasse a maior parte do tempo reclamando.

Olhando ao redor do ambiente vazio, ela percebeu que não tinha dado valor a isso.
Segurando as lágrimas, ela alcançou a mesa e olhou para o parto. Ela não sabia por que

não se permitia chorar. Não era como se houvesse alguém por perto para testemunhar aquilo.
Depois de algumas mordidas, ela percebeu que o frango não era tão bom como parecia.
Felizmente, ela não estava com tanta fome. Engolindo-o com vinho, ela deu mais algumas garfadas
até ficar satisfeita.

Ela mal tinha comido um quarto da comida que estava disposta diante dela.
Com um suspiro, ela terminou a taça e levou a louça até a pia. A porcelana fez barulho
contra o aço inox.
"Você precisa de algo?"
"Droga, Danik!", ela gritou furiosamente enquanto virava o corpo. "Essa já é a segunda vez.
Se você fizer isso de novo, eu vou amarrar um sino em seu pescoço!"
Ela poderia jurar que viu um sinal de sorriso, mas que logo desapareceu, e ele curvou a
cabeça. "Como posso ajudá-la, senhorita?"
"Alina", ela disse lentamente. "Por favor, me chame de Alina. Eu estava indo pegar alguns

recipientes de plástico para guardar as minhas sobras e limpar tudo."


"Não há necessidade de você limpar após comer. Há funcionários para isso".
Suspirando, seus ombros caíram. "Certo. Então OK. Você pode agradecer quem cozinhou?
Estava ótimo." Na verdade, estava um pouco seco, mas ela não queria ser rude em sua primeira
noite.
"Sim, senhorita."
Desistindo do homem completamente, ela virou as costas e começou a sair.
"Alina", ele chamou de repente.
Ela se animou com o som de seu nome e virou a cabeça. "Sim?"
"Você vai precisar de um lanche para a noite?"

A ideia de comer sozinha novamente naquela noite embrulhou seu estômago, e ela balançou

a cabeça. Um pensamento surgiu em sua mente, e ela sorriu maliciosamente. "Danik?"


"Sim, Alina?"

"Você vai me ajudar com qualquer coisa que eu possa precisar, correto?"
"Qualquer coisa que o Sr. Sokolov permitir", ele confirmou com a cabeça.
"E se não for permitido, estaria naquela carta, certo?"
"Sim senhorita. Alina." Ele se contraiu, e ela quase riu.

"Amanhã de manhã, você acha que poderia se juntar a mim para o café da manhã?"
Por um momento, ele apenas olhou para ela. "Não tenho certeza se o Sr. Sokolov gostaria
disso", disse finalmente.
Você acha que o Sr. Sokolov se juntará a mim para o café da manhã?", perguntou ela com
os olhos estreitos. Ela já sabia a resposta, mas ele balançou a cabeça, hesitante. "Então ele não
saberá. Você tem permissão para comer, certo? E eu não levo uma eternidade para comer. Apenas
vinte minutos. Por favor. Eu não estou acostumada a ..." Ela respirou fundo e fechou os olhos. "Não
estou acostumada a ficar sozinha".
O rosto do velho homem se suavizou, e ele acenou com a cabeça ligeiramente. "Eu adoraria

me juntar a você para o café da manhã. Basta chamar por mim quando estiver pronta".
Uma onda de alívio tomou conta dela, e ela sorriu. "Obrigada, Danik. Fico grata por isso."
"Você é muito bem-vinda. Alina".
Quando ela começou a voltar para seu quarto, a exaustão tomou conta dela, mas ela ainda
arrastava seus pés. Não era como se aquela noite fosse diferente de qualquer outra noite. Ela
ainda não conseguia dormir sem ver o corpo do pai flutuando na piscina. Naquela noite
provavelmente seria ainda pior, já que ela estava em um lugar estranho.
Fechando a porta de seu quarto, ela a trancou e tirou a roupa, ficando apenas de regada.
Ela sempre dormia nua—até agora. Se ela não estivesse tão ciente do homem maravilhoso que
estaria dormindo a apenas dez passos de distância, ela teria feito isso ali também.

Olhando para a cama, ela percebeu que ela teria que tirar todos os travesseiros e puxar a

colcha para baixo. Mordendo o lábio inferior, ela deu um passo adiante antes de parar.
Ela não conseguia fazer aquilo. Por alguma razão, ela não queria dormir naquela cama. Isso

faria dela uma pessoa diferente, lhe daria um status diferente naquela casa. Isso a fez se sentir
mais sozinha do que nunca. Em vez disso, ela descansou a cabeça no braço do sofá e lançou as
pernas sob ele. Não era muito confortável, mas seria melhor do que aquela cama enorme.
Foi quando ela ouviu os passos vindo pelo corredor e o chuveiro ligando que ela percebeu

que Nikolai estava em casa. Finalmente, ela fechou os olhos e adormeceu.


E foi recebida nos horríveis braços de pesadelos.

***

Nikolai acordou depois de três horas de sono. Depois de tomar banho na noite passada, ele
não conseguia tirar sua mente da mulher que dormia do outro lado da porta. Incapaz de relaxar,
ele desceu para a academia e socou um saco de pancadas por uma hora. Quando seu corpo
estava à beira do cansaço, ele tomou outro banho e finalmente se arrastou para a cama.

Seu dia começava quando o sol surgia, e ele calmamente foi até o banheiro para fazer a
barba e escovar os dentes. Depois de cuidadosamente deixar tudo limpo após se arrumar, ele
parou para ouvir se Alina ainda estava acordada.
Seu quarto estava em silêncio.
Terminando de se vestir, ele saiu do quarto e olhou para o corredor para ver se a porta
estava aberta. Curioso, ele olhou para dentro.
Alina não estava lá. Na verdade, parecia que ela não tinha dormido lá. A cama estava
perfeitamente arrumada, e as suas malas estavam em algum lugar fora da vista.
Satisfeito por ser uma pessoa organizada, ele seguiu para encontrá-la. Quando ele entrou
na cozinha, ele ficou paralisado.

Alina estava tomando café da manhã com Danik e Iyanna, sua empregada. Toda a conversa

cessou quando ele limpou a garganta. Danik e Iyanna rapidamente saíram de suas cadeiras, mas
não disseram nada.

"Bom dia", disse Alina com naturalidade. "Você vai comer alguma coisa, ou só vai olhar para
nós?"
"Danik. Iyanna", disse Nikolai com a voz grave. "Vocês podem explicar o que está
acontecendo aqui?"

"Nós estávamos acompanhando a Alina... a senhorita Petrov no café da manhã", disse Iyanna
em voz baixa. Ela era uma garota, tinha acabado de sair do ensino médio, filha de uma de suas
cozinheiras. Ela seguia suas regras à risca e nunca fez nada assim. Ele só conseguia olhá-la com
curiosidade.
"Pelo amor de Deus, eu pedi que eles se juntassem a mim para o café da manhã", Alina
finalmente murmurou. "Eles pularam seu próprio café da manhã para comer comigo, então não é
como se eu estivesse tirando eles do trabalho."
"Por que você não me pediu para acompanhá-la?"
"Eu não o vi", ela comentou.

Aquilo parecia justo. "Quando eu como aqui, eu faço minhas refeições no escritório", ele
disse finalmente, se distanciando ainda mais da posição de companhia para o jantar. "Danik,
Iyanna, vocês podem continuar acompanhando a senhorita Petrov no café da manhã, desde que
isso não tire vocês do trabalho."
Eles assentiram e agradeceram. Alina se recostou na cadeira e cruzou os braços. "Eles
podem se juntar a mim também para o almoço e jantar?"
O que havia de errado com ela? Ela preferia a companhia de seus criados do que a dele?
Fechando a cara, ele pensou em lhe dizer não apenas começar uma briga. Em vez disso, ele
respirou fundo. "O almoço está permitido, mas você vai me acompanhar no jantar hoje à noite."
"Eu devo comer no escritório?" Ela perguntou secamente.

"Não seja ridícula", ele disparou.

"Eu não vi Timur ou Kristof desde que cheguei aqui. Onde eles estão?"
A irritação tomou conta dele. "Já lhe disse. Eles trabalham para mim. Eles fazem o que eu

peço. Quando eles tiverem um momento livre, eles podem ficar à vontade para dar um oi para
você."
Um pensamento lhe ocorreu, e o deixou paralisado. Timur e Kristof eram apenas alguns anos
mais velhos do que ele. Seria possível que ela estivesse tendo um relacionamento com um deles? Ou

com ambos?
Engolindo o ciúme e a raiva, ele virou bruscamente e saiu da cozinha. Alina era uma mulher
adulta, e podia namorar com quem quisesse.
Ela simplesmente não iria fazer isso enquanto estivesse morando sob seu teto.
Entrando em seu escritório, ele esperou impacientemente por Iyanna, que traria seu café da
manhã. Suas bochechas estavam ruborizadas quando ela entrou. Parecia que ela queria dizer
algo para ele, mas ele tinha ordenado a sua equipe para não falar com ele, a menos que ele
falasse primeiro. É claro que Danik podia falar mais livremente.
Ordem e disciplina. Era assim que sua casa funcionava.

A maldita adolescente parecia que ia explodir. "O que você está pensando, Iyanna?" Ele
perguntou finalmente.
As palavras escaparam de sua boca. "Sr. Sokolov, eu só queria me desculpar. Espero não ter
feito nada para lhe ofender. Danik explicou para Alina... senhorita Petrov que ela não pode nos
pedir nada que vá contra os seus desejos, mas você nunca disse que nós não poderíamos comer
com ela. Se isso lhe incomodar, vamos parar imediatamente.
"Não é necessário", ele suspirou. Estreitando os olhos, ele estudou a menina. Ela parecia feliz
com sua resposta. "Iyanna, ela disse por que queria que você comesse com ela?"
"Danik explicou que não está acostumada a ficar sozinha, senhor. Ela pediu a companhia
dele, mas ele pensou que já que eu sou mais próxima dela pela idade, ela poderia comer comigo

também. Eu realmente gosto de ter ela por perto. Ela é meio estranha, e ela está tão triste, mas ..."

a voz dela subiu de repente, e seus olhos se arregalaram em pânico.


"Mas o quê?" Nikolai perguntou pacientemente.

"Não é nada, senhor", disse ela rapidamente.


Nossa, a garota estava com medo dele? E ele mal tinha falado com ela. "Está tudo bem,
Iyanna. Apenas me diga".
Ela apertou as mãos. "Sim, senhor. Não é que eu não seja grata pelo trabalho, porque eu

sou. Mas você contrata principalmente homens, então é bom ter outra mulher por aqui."
"Sua mãe trabalha aqui", ele ressaltou.
Ela imediatamente revirou os olhos, e ele teve que se segurar para não rir. Típica
adolescente. "Eu entendo o que você quer dizer", disse ele finalmente. "Eu ficaria feliz se você
pudesse entreter Alina, desde que você termine o seu trabalho até o final do dia."
Seus olhos se iluminaram de alegria. "Obrigado, senhor! "
"Iyanna", ele gritou quando ela começou a sair. "Por que você acha que Alina é peculiar?"
"Ela não dormiu na cama, senhor".
"O quê? Onde diabos ela dormiu?" Nossa, será que a mulher tinha ao menos ficado em seu

quarto? Ele disse que ela poderia ir onde quisesse pela casa, mas não deveria vagar por toda a
noite. O toque de recolher deveria mantê-la em seu quarto.
"Não sei, senhor. Eu só sei que depois que ela veio para o café da manhã, eu fui até lá
para arrumar tudo, e a cama não tinha sido usada."
Nikolai relaxou. "Ah. Talvez ela tenha feito isso sozinha".
Iyanna sacudiu a cabeça. "Não, senhor. Eu sou bem específica na forma de arrumar os
lençóis. Minha mãe gritava comigo se eu não fizesse isso da maneira correta. Acredite em mim, ela
não arrumou a cama sozinha. Ela não tocou nela. Como eu disse, um pouco estranho.
Nikolai a dispensou e olhou sombriamente para o café da manhã. Então Alina não a tinha
dormido na cama ontem à noite.

Onde ela estaria passando as noites?


Capítulo Cinco

Nikolai tinha acabado de terminar o café da manhã quando veio a ligação. O advogado
de Yuri, Orlov, estava pronto para finalizar os papéis para o testamento de Yuri. As autoridades

inicialmente queriam interromper o processo até que a investigação fosse concluída, mas Nikolai
não tinha tempo para isso. Ele precisava de acesso ao restante dos ativos de Yuri agora. As
autoridades recusaram até que Nikolai lhes recordasse da violência que ocorreria se ele não
tomasse o controle o mais rápido possível. Embora ele não pudesse admitir tudo, os investigadores

não eram estúpidos. Se eles quisessem enfrentar a máfia, aquele não era o momento de fazer isso.
Yuri sempre manteve um relacionamento decente com a polícia, e Nikolai tinha prometido
fazer o mesmo. Ainda assim, ele se sentiu desconfortável quando descobriu que o caso ia ser
atribuído a alguém novo. Eles não estavam apenas tentando fechar um caso. Eles queriam
descobrir a verdade. Isso era uma notícia boa e outra má. Eles poderiam encontrar o assassino,
mas isso significava que eles iriam dar uma boa investigada nele.
Suas ações agora eram lógicas. Melhor trabalhar com o diabo que eles conheciam do que o
diabo que não conheciam. Então eles finalmente permitiram que o testamento fosse liberado. Orlov
pediu que Alina e Nikolai se juntassem a ele em seu escritório logo depois do meio-dia, mas Nikolai

rejeitou essa ideia.


"Alina ainda não está saindo de casa", disse ele gravemente. "Preciso que você venha aqui".
O advogado ficou em silêncio por um minuto, mas Nikolai não se deixou enganar. O homem
havia trabalhado para Yuri o suficiente para saber o perigo que os cercava. "Eu não quero
colocar Alina em perigo, mas eu também não quero me colocar em perigo. Nikolai, depois disso, eu
vou parar. Você tem seus próprios advogados. Estou fora."
Ah, então era isso. O velho queria se aposentar sem derramamento de sangue. "Eu não dou
a mínima para o que você fizer depois de hoje", ele disse suavemente. "Nós nos encontraremos
aqui. Eu ficarei feliz em enviar uma escolta se você estiver preocupado."

"Não, isso não será necessário", Orlov disse apressadamente.

Nicolai segurou um suspiro. "Orlov, eu não vou enviar uma escolta para te trazer até aqui à
força. Vou enviar para te proteger."

"Oh." Ele limpou a garganta. "Muito bem. Te vejo logo depois do meio-dia".
Balançando a cabeça, Nikolai desligou o telefone. Confiança não era uma coisa fácil de
conseguir em sua área de trabalho.
O velho homem apareceu imediatamente. Ele trabalhava para Nikolai há cinco anos, e

Nikolai ainda não tinha ideia sobre os antecedentes do homem. Ele se movia rápida e
silenciosamente e conseguia estar em todos os lugares. Ele tinha referências excelentes de até 20
anos atrás, mas antes disso, o homem era um mistério. Nikolai não o teria contratado se Yuri não o
tivesse empurrado para ele. O homem tinha cerca de 60 anos, mas se movia como alguém 20 anos
mais novo.
Aquilo era inquietante.
Ainda assim, ele era irritantemente educado, extremamente obediente e Nikolai nunca
precisou repreendê-lo por nada. Ele nunca vacilou em seu serviço.
Com a exceção de acompanhar Alina na mesa do café da manhã naquele mesmo dia.

"Sim, Sr. Sokolov?" Danik disse com um pequeno aceno de cabeça.


"Orlov, o advogado de Yuri estará aqui logo depois do meio-dia. Eu preciso de Alina
presente na hora de assinar a papelada para que ela possa receber sua parte da herança. Você
poderia avisá-la por favor?"
"Sim, Sr. Sokolov".
"Danik." Nikolai quase se conteve, mas ele estava cheio de perguntas. "Primeiro, eu queria
agradecer por fazer companhia para a Alina esta manhã. Você é sempre intuitivo sobre o que as
outras pessoas precisam."
"Sim, Sr. Sokolov".
"Como ela parecia ontem à noite? "

"Parecia?"

Estreitando os olhos, Nikolai se inclinou para a frente em sua cadeira. Danik nunca era
obtuso sobre nada. Havia uma razão para ele não ter respondido à pergunta. "Sim. Parecia. Ela

estava com raiva quando eu saí, e ela estava dormindo quando eu voltei. Gostaria de um relatório
sobre o que aconteceu".
"Alina desceu para jantar na hora certa. Eu a acompanhei em um breve passeio pela casa e
lhe mostrei a cozinha. Ela comeu algumas garfadas de seu jantar, bebeu a metade de uma garrafa

de vinho, e tentou limpar tudo depois. Então, ela me convidou para comer com ela quando possível,
e então ela se recolheu, senhor.
"Essas foram suas ações, Danik. Quero saber como ela parecia. Emocionalmente". O pedido
parecia estranho vindo dele, mas de qualquer maneira ele precisava saber.
Danik franziu os lábios e inclinou a cabeça. "Eu diria que triste, solitária e frustrada, senhor".
O coração de Nikolai se apertou, e ele atacou com raiva. "Eu a recebo em minha casa e dou
a ela tudo o que ela poderia precisar e ela está triste, solitária e frustrada?" Ele disparou.
"Sr. Sokolov, Alina passou por uma provação", disse Danik em voz neutra. "Eu acredito que
ela e seu pai eram muito próximos, e eu sei que sua morte a assombra. Ela teme por sua vida, ela

está terrivelmente triste e ela se mudou de um lugar onde ela estava constantemente rodeada de
gente para uma casa onde se pediu que os funcionários a deixassem sozinha. Se eu posso ser
ousado dessa forma, Sr. Sokolov, sugiro que você permita que a mulher interaja com as pessoas da
casa. Embora tenha crescido rica e com criados, ela tem um jeito independente, e eu sei que ela
prefere desfrutar da companhia da equipe do que ficar isolada".
O homem mais velho parecia disposto a dizer algo mais, mas ele rapidamente fechou a
boca. Não importava. Nikolai sabia como a fase acabaria. Como você. Apertando os punhos
debaixo da escrivaninha, Nikolai fez o possível para manter a calma.
"Tenho regras nesta casa por uma razão", ele assinalou.
"Compreendo completamente, Sr. Sokolov".

"Ela e eu não somos iguais".

"Penso da mesma forma."


Nikolai relaxou. "Você está certo. Alina é uma convidada, e devemos fazê-la se sentir

confortável. Muito bem. Você pode permitir que os empregados interajam com Alina, mas as regras
ainda permanecem as mesmas. Eu não vou distrair o funcionamento desta casa porque uma mulher
linda dorme aqui agora."
"Claro, Sr. Sokolov".

Nikolai não gostou do sorriso que se formou no rosto do homem. "Uma última coisa, Danik.
Sabia que Alina saiu de seu quarto ontem à noite?"
Danik franziu a testa. "Não, senhor, mas me retirei não muito depois dela".
Então o homem não estava realmente em toda parte ao mesmo tempo. Acenando com a
cabeça, Nikolai dispensou o criado e bateu os dedos distraidamente sobre a mesa.
Incapaz de se conter, ele deixou seus pensamentos seguirem até Yuri. O homem era tão
cheio de vida. Na maioria das vezes, ele era enérgico e divertido. Essas dificilmente eram as
qualidades de um líder da máfia, mas não havia dúvida do tipo de controle que o homem tinha
sobre sua gente. Ele era inteligente quando se tratava de negócios e implacável quando se tratava

de proteção. Aqueles que o respeitavam não tinham nada a temer, e aqueles que não o faziam
tinham tudo a temer.
Nikolai tinha 28 anos quando Yuri o procurou para assumir o posto.
Eles estavam na frente da casa em que ele morava agora, e Yuri lhe entregou as chaves.
"Agora é sua. Tudo está em seu nome, e o presente é sem pedir nada em troca", Yuri disse com
um sorriso.
Nikolai apenas olhou para ele. "Você está me dando uma mansão? Estou perfeitamente bem
com meu apartamento".
"Tenho certeza que você está, mas estou prestes a colocar um fardo pesado sobre seus ombros,
e um homem com o seu futuro não deveria estar morando em um apartamento."

"Que tipo de fardo?"

"Eu tenho observado você, Nikolai. Não há nenhum homem mais adequado para este trabalho.
Eu não tenho filhos, e minha filha tem sonhos que não têm nada a ver comigo ou com minha

organização. Não vou prendê-la a isso. Quando eu for embora, tudo o que é meu será seu. Não
tenho dúvidas de que estará em boas mãos".
Assim, durante cinco anos, Nikolai treinou e aprendeu. Ele havia passado a vida inteira sem
um pai, e Yuri era o mais próximo que alguém já tinha chegado de um. Eles mantiveram um

relacionamento silencioso, e por um tempo Nikolai se perguntava se era porque Yuri também
estava treinando outra pessoa.
"Quando você disse que tudo o que você tinha seria meu, eu não percebi que sua filha faria
parte do pacote", Nikolai murmurou sombriamente.
Aquilo não era inteiramente verdade. Quando ela saiu para ir para a faculdade, ela tinha
sido responsabilidade de Nikolai. Ele a observara com sigilo e uma sensação esmagadora de
proteção. Ele tinha visto a menina de passagem na casa de Yuri, mas nada o havia preparado
para a mulher em que ela havia se tornado. Após encerrar o ano, ele respeitosamente pediu para
ser transferido de função. Yuri não fez nenhuma pergunta, e aquela foi a última vez que ele teve

que se preocupar com a adorável Alina Petrov.


Só que agora a mulher estava em sua casa. Agora que ele havia sentido as curvas de corpo
contra o dele, ele não conseguia tirá-la da cabeça. Ele queria saber o que ela fazia, o que ela
vestia, o que ela tocava quando a porta estava fechada entre eles.
Ela se tocava e pensava nele?
Droga. Ele precisava transar. Isso ajudaria a aliviar seu desconforto. Outra mulher para
distraí-lo.
Infelizmente, isso teria que esperar. Ele tinha assuntos de negócios para resolver. Alguns
homens de Yuri estavam conspirando contra ele. Eles não perceberam que Nikolai sabia, e ele tinha
a oportunidade de lidar com isso antes que isso se tornasse um problema maior.

Levantando-se da escrivaninha, ele olhou para o relógio. Ele poderia cuidar da situação

agora e estar de volta a tempo para a reunião com o advogado. Isso o ajudaria a queimar uma
parte de sua energia e se afastar de suas frustrações.

Ele provavelmente até teria tempo de se trocar, caso ele ficasse com muito sangue em suas
roupas.

***

Alina alisou uma mão sobre a saia e tentou não sorrir enquanto olhava para si mesma no
espelho. A saia preta ia até o meio de sua cocha. Não era muito curta, mas mostrava muita pele, e
abraçava as curvas de seus quadris. Ela a havia combinado com uma blusa preta e justa com a
gola larga. Sem decote, mas mostrava bastante os ombros. Juntando seu cabelo loiro para o lado,
ela o amarrou frouxamente para que ficasse apoiado sobre seu ombro esquerdo. Talvez tenha
sido indelicado tentar parecer sexy quando ela ia assinar sua herança, mas era a única vez que
ela soube que veria Nikolai. E ela realmente queria a sua atenção. Ela queria saber o que
aconteceria se ele a olhasse além de apenas uma missão.

Talvez ela estivesse brincando com fogo.


Assim que ela calçou seus sapatos, seu telefone tocou. Esperando que fossem as autoridades
com notícias sobre a investigação, ela correu para ele. Não era a polícia, mas ela estava feliz de
ver o identificador de chamadas de qualquer maneira.
"Kat!" Ela cumprimentou calorosamente. Katalina era sua melhor amiga. Elas haviam sido
inseparáveis desde que eram crianças, e somente quando uma oferta de emprego levou Kat a
outra cidade, elas nunca tinham ficado separadas por mais de algumas semanas de uma vez.
"Alina! É tão bom ouvir sua voz. Eu estive em Praga, e eu acabei de receber suas
mensagens. Você está bem? Claro que você não está bem. Por que estou perguntando isso?"
"Kat", Alina interrompeu. Sua melhor amiga era corretora de imóveis de uma grande

empresa. Seu trabalho a levava ao mundo todo, às vezes por semanas seguidas, e o telefone

celular e as redes sem fio nem sempre cooperavam. "Estou bem. Bem, não estou bem, mas vou ficar
bem. Para dizer a verdade, eu realmente não quero falar sobre isso. Entretanto, quero ouvir sobre

suas aventuras em Praga".


Seus olhos se desviaram para o relógio e ela franziu a testa. "Infelizmente, eu não posso
falar agora. Eu preciso me encontrar com o advogado do meu pai. Posso te ligar mais tarde?"
"Eu posso fazer melhor do que isso. O aniversário dos meus pais é no sábado, e eu vou

encontrá-los para o jantar. Encontre-me para beber algo depois. Que tal às 10 da noite no
Emerald Lounge?"
Isso era após o seu toque de recolher, mas ela não diria isso para Kat. Certamente Nikolai
daria permissão para que ela fosse ver sua melhor amiga. Prometendo encontrá-la, Alina desligou
o telefone e saiu pela porta.
Ela tinha acabado de chegar ao escritório de Nikolai quando a porta se abriu. Ele fez uma
careta para ela da porta. "Aí está você. Você deveria estar aqui há cinco minutos. Que diabos
você está vestindo?"
"Uma saia", disparou ela. Por que ele estava tão bravo? Ela tentou passar por ele, mas ele

agarrou seu braço. "Pensei que estivéssemos atrasados".


Suas palavras foram calmas, e ela viu a raiva em seu rosto, mas ele a soltou e deu um passo
para trás. Orlov estava constrangido e em pé no escritório, e Alina lhe deu um abraço. "Lamento
não ter falado com você no funeral", sussurrou ela. "Havia muita coisa acontecendo."
Orlov retribuiu o abraço. Ela conhecia o homem desde que era criança, e ele sempre foi
amigável com ela. "Você não precisa se desculpar."
Nikolai limpou a garganta. "Eu não tenho muito tempo", ele murmurou. "Vamos começar."
Alina olhou para ele, mas quando seus olhos o varreram, ela congelou. Seu corpo inteiro
estava tenso, e seus olhos estavam tempestuosos e sombrios. Ela reconheceu o olhar. O pai, por
vezes, usava a mesma expressão, e ela aprendeu muito cedo a evitá-lo quando ele parecia tão

zangado.

Quase sempre tinha algo a ver com violência.


"O testamento de Yuri é bastante direto. Alina, a propriedade privada aqui na cidade e a

casa de campo pertencem a você junto com seus fundos pessoais. Nikolai, todas as suas
propriedades de negócios e fundos de negócios vão para você. O pagamento de seu seguro de
vida vai para Alina, e há um crédito criado para todos os filhos que Alina pode vir a ter. Nikolai,
há algumas estipulações com os acordos de negócios, mas eu vou falar sobre isso em particular.

Alina, você tem alguma pergunta?"


Ouviu Orlov falar, mas tinha ficado fria. Seu pai criou um fundo de investimento para seus
futuros filhos?
"Quando?" Ela perguntou calmamente. "Quando ele criou esse fundo?"
Franzindo a testa, Orlov folheou as páginas. "Parece que ele a montou no seu décimo sexto
aniversário".
Dezesseis. Jesus. Ela agarrou o braço da cadeira e tentou evitar vomitar. Ela sabia que os
negócios de seu pai eram perigosos, mas ela sempre foi tão bem protegida. Seu pai sabia que ele
poderia morrer e queria ter certeza de que Alina teria um futuro seguro. Com sua filha de apenas

dezesseis anos, já estava pensando em sua futura família.


"Alina?" Orlov perguntou com uma voz preocupada.
Seu corpo inteiro inundou de calor, e seus dedos começaram a coçar. Antes que ela pudesse
reagir, sentiu seu estômago torcer em um nó, e ela não conseguia fazer entrar ar suficiente em seus
pulmões.
"Com licença. Eu não consigo respirar", ela murmurou, com a voz falhando. De pé sobre as
pernas instáveis, ela deixou o escritório rapidamente antes de irromper em lágrimas. Ela mal tinha
chegado a três passos no corredor quando sentiu um braço em volta da cintura.
Nikolai a puxou contra seu corpo. Um braço ancorou sua cintura e seu outro braço cruzou
seu peito. Seu abraço foi apertado, quase doloroso, mas ela começou a se sentir um pouco melhor.

"Calma", ele murmurou em seu ouvido. "Você está tendo um ataque de pânico, mas vai

passar. Concentre-se em minha voz. Vou contar até quatro. Inale nas contagens um e dois. Expire
nas contagens três e quatro. Você entendeu?"

Acenando com a cabeça, ela sentiu os lábios dele contra a sua orelha. "Um. Dois. Três.
Quatro. Um. Dois. Três. Quatro." Ele continuou segurando-a e contando até que ela finalmente caiu
contra ele. A horrível sensação passou.
"Muito bem", ele sussurrou. "Você está se sentindo melhor?"

Engoliu seco, ela assentiu. "Obrigada." Sua voz era rígida, e suas bochechas estavam
coradas de vergonha. E ela se rebelando contra ele. A única coisa que ela provou foi que nem
conseguia lidar com a leitura de um testamento".
Ele não a soltou imediatamente, e o corpo dela se aqueceu novamente, mas dessa vez, não
tinha nada a ver com ansiedade. Ela estava ciente de seus dedos roçando seu braço e sua
respiração quente contra sua orelha. Ela sentiu cada centímetro de seu corpo que pressionava
contra ela, e ela tinha um desejo insano para se virar e beijá-lo.
Deus, o que diabos havia de errado com ela?
Os dedos dele se moveram de repente, riscando a cintura de sua saia, e ela imediatamente

moveu seu quadril contra ele. Inclinando a cabeça para trás, ela sentiu sua respiração se mover da
sua orelha para a curva de seu pescoço. Quando seus lábios finalmente deslizaram sobre sua pele
sensível, ela não conseguiu deixar de gemer.
Ele a soltou e deu um passo para trás tão rápido que ela caiu contra a parede. Ele limpou a
garganta. "Se você está se sentindo melhor, devemos assinar a papelada", disse ele. "Tenho coisas
que preciso fazer esta tarde."
Suas palavras frias a gelaram, e ela nem se incomodou em se virar antes que ele tivesse
saído. Com os dedos trêmulos, ela tocou o lugar que ele a tinha beijado.
Nunca em sua vida tinha ela tinha desejado um homem quando Nikolai Sokolov.
Ela não sabia o que era mais perigoso. Ficar ali para sua proteção e arriscar outro momento

como aquele, ou sair dali e arriscar sua vida.

Eu amava muito sua mãe, Princesa, mas também aprendi uma dura lição. Amor é fraqueza. Todo
mundo vai te dizer isso. Você vai aprender que seu corpo é uma arma e que seu coração deve ser

protegido, mas você deve se lembrar que o amor também é força. Confie em seu coração, minha
querida.
Ela não sabia o que era mais perigoso. Ficar ali para sua proteção e arriscar outro momento
como aquele, ou sair dali e arriscar sua vida

"Não, papai," ela sussurrou. "Isso não tem a ver com o coração. Isso é apenas desejo, pura e
simplesmente. E contra o desejo eu posso lutar".
Capítulo Seis

O beijo foi um erro. Desde o momento em que ele provou sua pele, ele sabia que estava em
perigo de ficar viciado. Macia como seda e doce como mel, seu corpo era uma armadilha, e ele

estava caindo nela.


Por essa razão, ele a evitou nos próximos dias. Ele saiu de casa antes que ela acordasse, e
não voltou até depois de ela estar provavelmente dormindo. Mas quando ele estava no chuveiro e
tentava desesperadamente não pensar sobre como ter seu corpo nu apertado contra o dele, ele

podia ouvi-la no outro quarto.


Ela não parecia dormir muito. Na verdade, de acordo com os empregados, ela não dormia
nada. Danik admitiu que ela às vezes vagava pela casa à noite, e ela nunca cochilava durante o
dia. Nikolai sabia que ele deveria ficar mais em casa para ficar de olho nela, mas também estava
aprendendo rapidamente o quão fraco ele era.
Ele estava desesperado por mais, e ele sabia que ele nunca pararia aí. Ele queria provar o
interior de sua boca atrevida e circular sua língua em torno de seus mamilos rosados. Eles se
endureceriam em sua boca ou ela já estaria pronta para ele? E não, ele não iria parar por aí
também. Ele queria espalhar beijos por seu abdome até chegar em sua parte mais tentadora, e

deslizar a língua dentro dela até que ela lhe desse tudo.
O desejo era tão forte que ele até mesmo teve que parar de praticar exercício em um
desses dias para tomar um banho frio. Ele estava preso, mas ao invés de estar em uma cela, ele
estava preso em sua própria necessidade desesperada por Alina Petrov.
Se seu pai ainda estivesse vivo, mataria Nikolai, e nem mesmo esse pensamento amenizava
sua luxúria.
"Normalmente você espera pelo menos passar o café da manhã antes de começar a beber",
Danik disse suavemente por trás dele.
Nikolai se afastou da janela e levou o copo até sua boca. "O que te faz pensar que esse

não é o meu café da manhã?"

"Eu não consigo decidir se o aumento do consumo de bebida é porque você sente falta de
seu mentor ou porque sua bela filha está vivendo ao seu lado."

"Não seja ridículo", retrucou Nikolai. "Yuri era como um pai para mim."
Danik bufou. "Isso não faz de Alina sua irmã. Eu sou da opinião de que você deve
permanecer distante dela, mas eu acho que nunca o vi assim tão miserável."
"Droga, Danik! Pare com isso. Eu não estou miserável por causa da Alina, e se eu sou, é

porque ela é um aborrecimento na minha casa e eu não tenho nem tempo para resolver isso." Sua
voz era dura como aço, mas Danik não hesitou. O homem nunca recuava de nada.
Ele abriu a boca para responder, mas o som do chuveiro acima dele chamou sua atenção.
Nikolai sentiu seu corpo inteiro congelar enquanto pensava na mulher entrando nua no chuveiro.
"Eu deveria ter feito ela dormir no porão", ele murmurou enquanto colocava o copo vazio no
parapeito da janela. "Volto mais tarde esta noite".
"Nikolai", advertiu Danik com a voz grave. "Se você continuar assim, você vai se matar. E
então como você vai proteger a filha de Yuri?"
"Eu não estou bêbado. Eu apenas tomei uma dose para aliviar as coisas. Tenho um dia

atarefado pela frente, Danik. Fique de olho nela. Avise-me se acontecer alguma coisa que eu deva
saber.
"Eu não estou falando sobre o álcool, Nikolai. Estou falando sobre essa obsessão com Alina.
Eu vejo o jeito que você olha para ela. "
"Quando me tornei Nikolai em vez de Sr. Sokolov?", perguntou ele friamente.
"As coisas estão mudando, Nikolai. Quer o meu conselho? Vá encontrar uma mulher. Esfrie a
cabeça, e depois decida o que fazer em seguida."
Nikolai fez uma pausa na porta. Ele tinha a sensação de que Danik recebia ordens de outra
pessoa, mas ele nunca poderia provar isso. Mas aquilo fazia sentido, já que agora que Yuri estava
morto, o papel de Danik tinha mudado. A curiosidade o implorava que ele mantivesse Danik por

perto para ver o que aconteceria a seguir, mas anos de desconfiança o incitaram a não confiar

mais nele. Até onde ele podia perceber, Danik era o homem que assassinou Yuri.
Algo duvidoso, mas possível.

Uma mulher era uma boa ideia. Ele conhecia várias que adorariam aquecer sua cama, mas
cada vez que ele pensava em levar outra mulher para a cama, seus pensamentos sempre se
voltavam para ela.
E aquilo lhe parecia uma traição.

Sem dizer mais uma palavra para Danik, ele saiu da casa e notou a pequena caixa na
varanda. Franzindo a testa, ele se inclinou para olhar para ele. Era para Alina, da joalheria
Joalheria Gil.
Quem diabos estava mandando joias?
Parte dele queria rasgar a caixa e conferi-la, mas ele podia imaginar como ela gritaria se
ele invadisse sua privacidade. Em vez disso, ele mentalmente reorganizou seu plano. A Joalheria
Gil fazia parte de seu território. Ele precisava falar com Gil, mas ele tinha planejado fazer isso no
final do mês. Gil era amigo de Yuri, e Nikolai esperava lhe dar mais tempo para declarar sua
lealdade.

Entrando no carro, ele estava em pior estado de ânimo do que quando tinha discutido com
Danik. Ele não mentiu para o homem. Ele tinha um longo dia pela frente. Havia alguns comerciantes
no território que estavam resistindo a ele. Ele passaria as próximas duas semanas deixando claro o
que significaria se não o seguissem.
Nikolai não hesitava em derramar sangue, mas não amava fazer isso.
Depois de um passeio de carro de vinte minutos, ele se inclinou contra a pintura azul
descascando de uma joalheria e esperou. Levou apenas alguns minutos para o dono da loja
aparecer, e quando ele percebeu que era Nikolai, ele congelou.
"Não precisa correr, Gil", disse Nikolai. "Isso não será nada bom para você".
"Sr. Sokolov", disse o homem com um aceno de cabeça. "Estive esperando por você".

Nikolai sorriu, mas não se moveu. "Eu percebi que já é tempo de eu ter um interesse pessoal

nas lojas desta rua. Na semana passada, visitei o restaurante e a videolocadora. Eu ainda não
estou realmente certo da posição desse lugar nos negócios."

"Algumas pessoas não gostam de mudança."


"Se você não se dobrar, Gil, você quebra." Nikolai observou enquanto o homem bravamente
abria a porta e o chamava para entrar. Um covarde teria ficado na calçada onde Nikolai poderia
ter hesitado em lhe fazer mal.

"Sei o que você está pensando", murmurou Gil. "Mas todos nesta rua sabem quem você é, e
ninguém ousaria chamar as autoridades. Eu tenho uma loja para cuidar, e eu não sou mais seguro
lá fora do que eu estou aqui. E eu espero que você seja mais prefira ter essa conversa de forma
reservada."
Nikolai caminhou em frente às vitrines e olhou para dentro da joalheria. Ao contrário da
maioria das lojas na rua, Gil vendia bons produtos. Até onde ele sabia, nenhuma das joias era
roubada, mas o proprietário era um homem esperto. Sempre havia a possibilidade de que os
contatos de Gil fossem muito bons no que faziam. Quando seu olhar pousou em um par de brincos
de diamante, ele não podia deixar de pensar em como eles ficariam em Alina. Exibiriam muito bem

seu belo e longo pescoço.


Aquele que ele havia pressionado contra os próprios lábios alguns dias atrás. O beijo que a
fez gemer tão suavemente. Deus, ele ansiava em ouvir esse som novamente.
"Não há necessidade de temer por sua segurança", disse Nikolai enquanto ele trazia sua
atenção de volta para Gil. "Estou aqui para lhe dar proteção".
"E se eu não pagar, você vai me mostrar exatamente contra o que eu preciso de proteção?"
Gil perguntou ironicamente. Ele riu e balançou a cabeça. "Eu era leal a Yuri, e eu respeito sua
decisão de passar seu título para você. Se ele confia em você, então eu também confio".
Isso o surpreendeu. Ele bateu com o dedo sobre o balcão de vidro e só parou quando Gil
franziu a testa e se aproximou dele com uma toalha.

"Sem impressões digitais", ele rosnou enquanto limpava as marcas de Nikolai.

"Gil, se você confia em mim, então por que você não está pagando suas dívidas?"
O dono da loja se recostou e estudou Nikolai. "Eu liguei para você duas semanas atrás, e na

noite o meu telefonema, minha loja foi vandalizada. As janelas estavam quebradas, mas nada foi
levado".
Nikolai ficou frio. "Nunca recebi um telefonema seu, Gil".
"Eu liguei para você depois de deixar o funeral de Yuri—eu não falo de negócios nessas

situações. Um de seus homens atendeu, e eu deixei um recado".


Nikolai não respondeu. Por respeito a Yuri, ele não recebeu nenhum telefonema durante o
funeral, e ele passou seu telefone para um de seus guardas até depois do enterro. Ninguém
mencionou que ele tinha perdido uma chamada importante. "O que você queria me dizer?"
"Fui abordado naquela manhã por um homem que disse que representava o novo chefe. Ele
me disse para esperar um novo cronograma de pagamento em breve. Eu já sabia que Yuri tinha
planejado para você assumir, mas quando eu mencionei seu nome, o cara ficou muito nervoso e foi
embora. Ele não estava representando você. Eu estava com medo do que aconteceria se eu ligasse
de novo, então eu atrasei meu pagamento para fazer você vir aqui pessoalmente."

"Inteligente", murmurou Nikolai. "Suponho que você não reconheceu o homem que se
aproximou de você. Você o viu no funeral?"
Gil sacudiu a cabeça. "Eu o procurei, mas não o vi".
"Droga. Ninguém mais me disse nada sobre isso. Você foi o único de quem ele se
aproximou?"
"Eu não sei. Eu não espalhei a informação, e ninguém me disse nada sobre isso. Depois do
vandalismo, eu fiquei preocupado em falar sobre isso."
"Compreensível." Nikolai pensou sobre as implicações. Poucas pessoas sabiam que Yuri o
havia escolhido, então, ou alguém pensava que seria o próximo da fila, ou estavam planejando um
golpe. Seja qual for o caso, eles estavam confiantes o suficiente para começar a exigir dinheiro.

Gil foi até a caixa registradora e tirou um envelope branco. "O pagamento deste mês",

disse ele enquanto o bateu contra o peito de Nikolai.


"Como você pagou pelos reparos?" Nikolai perguntou suavemente. "Seguro?"

Com um encolher de ombros, Gil lhe deu um sorriso apagado. "Eu tenho seguro para os meus
produtos, mas já que pago aluguel, o proprietário deve cobrir os gastos. Ele prometeu resolver isso
nos próximos dois meses, mas eu não podia esperar tanto tempo. Eu paguei com minhas economias,
e ele deve me pagar de volta."

Nikolai sentiu sua expressão se fechar. Ele colocou o envelope no balcão e balançou a
cabeça. "Fique com o seu dinheiro essa semana. Vou me certificar de que teremos um homem
estacionado na rua todas as noites para vigiar as coisas, e eu lidarei com o proprietário para
você. Você terá seu dinheiro antes do fim do mês."
"Obrigado, Nikolai", Gil disse suavemente. "Você deixaria Yuri orgulhoso."
Ele não disse nada, mas o pensamento o fez sorrir.
"Quem comprou a pulseira para a filha de Yuri?" Nikolai perguntou casualmente. Tentando
afastar o ciúme de sua voz.
"Hã? Pulseira?"

"Talvez não tenha sido uma pulseira. Nikolai olhou ao redor e evitou o contato visual de Gil.
"Você sabe como são as mulheres. Eu realmente não me lembro do que ela disse."
Deus o ajudasse, se fosse um anel, ele perderia a cabeça.
"Estamos falando de Alina? Eu não tive nenhum pedido direto para Alina, mas eu vendi um
uma linda pulseira com pingentes na semana passada. Pensei que fosse para uma garota jovem".
Nikolai o olhou severamente. "Você não enviou nada diretamente para Alina? A caixa tinha
a sua etiqueta." Seus pensamentos voltaram para o vandalismo, e seu coração apertou. "Eles
roubaram suas etiquetas."
"É uma coisa estranha de se roubar", disse Gil lentamente. "Mas eu acho que é possível. Eu
guardo vários rolos de etiquetas na parte de trás, e eu realmente não presto atenção até eu

perceber que estão faltando."

Nikolai mal o ouviu. Ele já estava tirando o telefone. "Danik", ele disse rapidamente. "Há uma
caixa na varanda da frente com o nome de Alina. Não deixe ninguém tocá-la. Você me entendeu?

Ninguém toca nela. Tire a Alina da casa. Vou chamar a polícia".


"Você está chamando a polícia?" Danik disse com uma voz confusa. "Por quê?"
"Porque se for uma bomba, vamos precisar deles".
Nikolai rezou para estar reagindo de forma exagerada, mas correu para o carro. Se fosse

uma bomba…

***

Alina envolveu seus braços ao redor de seu corpo para afastar o frio da manhã. Danik nem
sequer lhe deu uma chance de agarrar seu manto quando ele a conduziu para fora. Ela estava de
regata e calcinha e fez o que conseguiu para se cobrir. Felizmente, o olhar de ninguém se demorou
muito nela. Ela tinha a sensação de que o medo que eles sentiam de Nikolai era mais forte do que
seu desejo de vislumbrar seu corpo.

"Danik", ela sussurrou. Ela não sabia por que sussurrava, pois não era segredo, mas tinha
medo de falar alto demais e interromper a atividade na frente deles. "Se é uma bomba, eu acho
que não estamos longe o suficiente."
O homem virou a cabeça e lhe deu um sorriso tenso. "Não é uma bomba, querida."
"Ah." Isso era bom, certo? "Então por que ainda estamos tão distantes?"
"Nós só precisamos dar à polícia algum espaço para trabalhar."
Sua voz era obscura, e Alina lhe lançou um olhar inquisitivo. "Então, o que está na caixa?
Alguém realmente me enviou joias? Eu não tenho um namorado ou um admirador. Na verdade, não
me lembro da última vez que alguém me olhou com desejo.
Danik levantou uma sobrancelha, e ela corou. Era óbvio que ele sabia como Nikolai olhava

para ela. Ou pelo menos como ela olhava para ele. "Eu não sei o que há na caixa."

"Então como você sabe que não é uma bomba?"


"Pela linguagem corporal de Nikolai. Ele relaxou quando eles a abriram, mas agora ele está

tenso novamente. O que quer que esteja na caixa, não é bom, mas não é imediatamente perigoso."
Alina assentiu e esperou, mas o homem já havia voltado sua atenção para a polícia. Ela
estremeceu e limpou sua garganta. Quando ele não lhe deu atenção, ela apertou os dentes e
bateu no ombro dele. "Danik. Eu não sou como as outras pessoas aqui. Não tenho nada para me

proteger".
"Eu sei, querida", disse ele distraidamente. "É por isso que eles estão protegendo você."
"Isso não foi o que eu quis dizer. Estou com frio! Se isso não é uma bomba, então eu
realmente gostaria de entrar e vestir algo!"
"Oh!" Seu olhar assustado voou para sua regata, e ele balançou a cabeça. "Sinto muito,
minha querida. Sim. Vamos vesti-la".
Danik colocou seu braço ao redor dela e a conduziu através do gramado. Assim que ela se
aproximou, Nikolai se virou e olhou para ela. Ele deu uma rápida olhada e marchou em direção a
ela com fogo nos olhos. "Que diabos você está vestindo?", ele chiou.

"Então você não a deixou pegar um casaco ou um roupão? Nossa, é nisso que você dorme?"
"Se você tem medo de alguém entrar no quarto e se distrair com o que estou usando, suas
prioridades estão distorcidas."
"Vista-se", ele rosnou e olhou em volta.
"O que havia na caixa?" Ela perguntou de repente. O olhar em seu rosto, a mistura de raiva
e piedade, a aterrorizou. "Nikolai. O que havia na caixa?"
"Vá se vestir, Alina".
"Não até você me dizer o que havia na caixa!"
"Uma bomba, Alina. Era uma bomba".
Estreitando os olhos, ela olhou para ele. "Você está mentindo. Danik disse que não era uma

bomba".

"Estou aqui para protegê-la, Alina. Não me pergunte". Ele se virou e a deixou se sentindo
muito mais gelada do que estava há um minuto atrás.
Capítulo Sete

Alina não conseguia dormir. Embora a casa estivesse cercada por guardas, ela se sentia
completamente sozinha. Entre a morte de seu pai e o susto da bomba, parecia que cada vez que

algo mais acontecia, ela se sentia cada vez mais isolada. Mexendo os dedos dos pés, ela saiu do
sofá e se arrastou silenciosamente pelo tapete. Colocando a orelha na porta, ela esperou para ter
certeza de que não havia ninguém lá fora. Quando não havia nada além de silêncio, ela abriu a
porta e saiu.

Não havia nenhuma razão para ela precisar vagar em torno da casa bem depois da meia-
noite, mas ela precisava de algo para fazer. Mantendo os braços envoltos em torno de si, ela
caminhou na ponta dos pés calmamente pelas escadas. Quando ninguém veio até ela e exigiu que
ela voltasse para a cama, ela relaxou e se dirigiu para a cozinha. Focada na imagem de uma
caneca fumegante de chá quente misturado com um pouco de uísque, ela se moveu através da sala
de estar e nem mesmo o viu.
"Alina."
Sua voz a acariciava com dedos invisíveis, e um delicioso tremor percorreu sua espinha. Alina
congelou e lentamente virou a cabeça. Acendendo a luminária ao lado dele, Nikolai reclinou na

cadeira e girou o copo em sua mão. Qualquer que fosse a desculpa para estar vagando sua casa
no meio da noite, acabou morrendo em sua garganta quando ela olhou bem para ele.
Jesus. Ele parecia pecadoramente delicioso. Ele descansava na cadeira de couro com as
pernas abertas e relaxadas. Os primeiros botões de sua camisa estavam abertos e ele tinha um
sorriso malicioso no rosto. A luz brilhou em seus olhos verdes, e a respiração dela ficou presa na
garganta.
"Com sede?" Ele perguntou suavemente.
Ela certamente não se importaria de bebê-lo. Ele ergueu as sobrancelhas, e ela percebeu
que ela não tinha respondido a sua pergunta.

"Eu não conseguia dormir", ela disse finalmente. "Eu pensei que um pouco de chá quente com

uísque poderia ajudar."


"Você está com medo?"

Não querendo lhe dizer a verdade, ela imediatamente desviou o olhar. Seu pai sempre a
provocava dizendo que ele sabia tudo o que ela estava pensando e sentindo quando ela olhava
em seus olhos. "Eu só tenho muita coisa na cabeça", ela murmurou. "O que você está fazendo
acordado tão tarde?"

"Eu acabei de entrar. Noites como esta geralmente exigem uma bebida ou duas antes que eu
possa relaxar. Você é bem-vinda para pular o chá quente e ir direto para o uísque." Ele levantou
seu copo apontando para o bar ao lado dele. Como se estivesse hipnotizada por sua voz, ela se
arrastou até o bar e pegou a garrafa. "Há gelo na cozinha, se você precisar".
"Não. Puro está ótimo", ela sussurrou. "O que aconteceu hoje à noite?"
Ela não olhou para ele, mas quando ele não respondeu imediatamente, ela virou a cabeça e
olhou para ele. Havia um olhar estranho em seu rosto.
"Nikolai? ", perguntou ela. "Você disse noites como esta. O que aconteceu esta noite que o
levou a beber?"

"Ter uma bela mulher em minha casa que eu não devo tocar me leva a beber", disse ele
sarcasticamente, enquanto levava o copo até os lábios.
Seu corpo inteiro corou. Ela imediatamente pensou nele a tocando, acariciando, beijando, o
que provavelmente era o que ele pretendia que ela pensasse. "Você está apenas tentando mudar
de assunto", ela retrucou. "Se você não quiser me dizer, apenas diga isso."
"Eu não quero te dizer."
Apertando os dentes, ela derramou o líquido no copo e o engoliu. "Boa noite", ela murmurou
tensamente quando virou de costas para ele. Ela preferia sofrer em seu quarto sozinha do que
estar perto dele se era assim que ele ia agir.
"Pare", ordenou ele.

Embora ela não tivesse que seguir seu comando, ela não conseguiu deixar de parar.

Segurando a respiração, esperou para ver o que ele diria a seguir. Ela não esperava um pedido
de desculpas, mas teria preferido qualquer coisa do que o flerte cruel.

"Volte."
Ainda havia um tom diferente em sua voz, mas ela se virou e lentamente caminhou até ele.
"O quê?" Ela disparou, levando o quadril para um lado. O uísque não teve tempo de
confundir sua cabeça, mas aqueceu sua barriga e lhe deu uma falsa confiança.

Nikolai ergueu a cabeça e olhou para ela. Quando seus olhos a analisaram, ela estremeceu.
Apesar de estar coberta, sentia que, em sua mente, estava nua e exposta. "Por que você acha que
não podemos nos dar bem? Só estou tentando te ajudar, mas há sempre veneno pingando de seus
lábios quando você fala comigo."
"Não é que eu não aprecie sua ajuda, mas você é controlador e arrogante. Eu não me dou
bem com essas qualidades", disse ela, revirando os olhos. "Mas você já sabia disso. Não é como se
fosse um segredo".
Ele riu com humor. "Isso é verdade. Você não disfarça nada, e qualquer coisa que surge em
sua mente sai de sua boca."

Não tudo. Se ele tivesse alguma ideia de que ela estava se imaginando em seu colo e com
os dedos em seus cabelos escuros, sua conversa seria muito diferente. A imagem só a fez querer
virar e fugir. Alina não tinha pensamentos eróticos. Certamente não pensamentos sobre um homem
que ela não suportava.
"Mais alguma coisa?", ela perguntou rigidamente.
"Sente-se, Alina. Tome outra dose. Você provavelmente é mais agradável assim".
"Se você achar minha companhia tão desagradável, ficarei mais do que feliz em voltar para
o meu quarto", ela rosnou.
"Calma, gatinha", ele disse calmamente. "Eu não sou tão cruel de te mandar de volta para o
seu quarto quando você ainda está com medo. Então vamos conversar até você estar pronta para

dormir."

Aquilo era estranhamente doce vindo dele. Ela suspeitava que tinha mais a ver com ele não
querer ir para a cama, mas se serviu de outra dose e se sentou no sofá de frente para ele. "Eu

não estou assustada. Eu te disse. Tenho muita coisa na cabeça".


"Como o quê?"
Respirando fundo, ela tomou um gole do uísque e fechou os olhos. "Não estarei aqui para
sempre, Nikolai. Eu sei que tenho muito dinheiro e que estou com a vida feita, mas eu não consigo

apenas me sentar e não fazer nada. Estar presa nesta casa sozinha está me deixando louca. Eu
tenho um diploma. Quero fazer algo da minha vida. Eu quero conseguir um emprego ou um
trabalho voluntário em algum lugar. Eu quero construir algo. Sempre foi meu sonho fazer isso, mas
quando saí da faculdade, acabei me tornando a garotinha do papai novamente, e eu me senti
como se fosse ficar presa a isso para sempre."
"Bem, as circunstâncias não são ideais, mas você tem a liberdade de fazer o que quiser. Uma
vez que você sair da minha proteção, claro."
"Eu sei." Ela girou o como com os dedos e olhou fixamente para o líquido âmbar conforme
ele suavemente se batia contra o vidro. "Eu tenho ideias. Eu só preciso descobrir como botá-las em

prática."
Nikolai se moveu, e o olhar dela imediatamente o acompanhou. Antes de dizer o que ela
realmente queria, ela se entregou a outro gole de seu uísque e limpou a garganta. Os olhos dele
ainda estavam voltados para ela.
"Então, quais são suas ideias?"
Ela quase não queria dizer a ele. Sem dúvida ele iria ridicularizá-la ou encontrar problemas
em seus planos. Ainda assim, não parecia que ele iria abandonar o assunto. "Quero abrir uma
loja", disse ela vagamente.
Erguendo as sobrancelhas, ele esperou. Quando ela não disse mais nada, um pequeno
sorriso surgiu em seus lábios. "Vendendo o quê, exatamente?"

"Ah, isso e aquilo. Livros e presentes. Coisas que as pessoas doam. A parte importante são os

funcionários. Eu tenho muito dinheiro, então não preciso lucrar, mas há muita gente que precisa de
dinheiro. Um trabalho decente para os necessitados pode fazer uma enorme diferença na vida de

alguém."
Nikolai riu e Alina imediatamente se levantou. "Lamento que meu sonho seja tão engraçado
para você."
"Desculpe, Alina. Eu não estou rindo do seu sonho. Estou apenas tentando descobrir se você

realmente tem a ver com o seu pai." Ele balançou a cabeça e gesticulou para ela se sentar, mas
ela permaneceu em pé.
"Os negócios do meu pai talvez não tenham sido caridosos, mas ele não era um homem mau,
e não gosto que você o trate assim." Sua voz ficou feroz ao defendê-lo.
"Calma", ele disse friamente. "Você conhecia o homem como seu pai, mas o resto de nós o
conhecia como um chefe da máfia."
Ela esperou que ele continuasse, mas ele simplesmente tomou sua bebida e olhou para ela.
Ele a estava testando, tentando-a, esperando para ver o que ela faria em seguida. A isca pendia
na frente dela, e ela não podia evitar tentar pegá-la. Afundando lentamente no sofá, ela engoliu

seco. Parte dela sabia que era uma má ideia perguntar. "Que tipo de chefe da máfia era meu
pai?"
"Ah, Alina. Não acho que você queira seguir por esse caminho".
"Você começou a conversa. Você pode muito bem terminá-la." Desafiando-o, ela apertou a
mandíbula e continuou olhando para ele.
Nikolai sorriu e se levantou. No início, ela pensou que ele iria sair, mas ele atravessou o a
sala e se sentou ao lado dela. Sua coxa pressionou contra a dela, e não havia nenhuma maneira
que ela pudesse se afastar sem que fosse óbvio. "Que diabos você está fazendo?"
"Mudando de lugar".
Suprimindo o desejo de revirar os olhos, ela franziu a testa. "Por quê?"

"Porque eu quero ficar perto de você. O que você quer, Alina?"

"Eu quero que você pare de tentar me distrair e responda à minha pergunta. Que tipo de
homem era meu pai?"

A mão dele desceu até a própria coxa, e estava a poucos centímetros da dela. Um simples
puxão de seu roupão revelaria sua pele nua. Ela ardia para sentir o seu toque, mas aquele era um
desejo perigoso.
"Yuri era um bom homem, Alina. Isso é o que você deve se lembrar. Mas se você me

pressionar, eu poderia lhe contar sobre todos os homens que ele matou ou que ele ordenou que
matassem. Eu poderia falar sobre o sangue que ele derramou ou as putas que ele fodeu."
"Pare", ela exigiu. Levantando-se rapidamente, ela se afastou dele. Lágrimas brotaram em
seus olhos, mas ela virou a cabeça para que ele não pudesse ver. Sem dizer uma palavra, ela saiu
correndo do lugar.
Nikolai era um desgraçado, e apesar das medidas que ele estava tomando para protegê-
la, ela precisava se lembrar disso.

***

Observando-a sair correndo da sala, ele sentiu a culpa se instalar dentro de si. "Bem feito,
Nikolai", ele murmurou enquanto sorvia o resto da bebida. Ele tinha sido frio para ela desde que
ele havia encontrado o presente para ela. Mentir era fácil para ele, mas parecia errado mentir
para ela. Ela estava com medo porque achava que era uma bomba, mas se realmente soubesse o
que havia na caixa, ela teria corrido muito mais longe do que apenas para o seu quarto. E então
como ele a protegeria?
No fundo, ele sabia que era uma boa ideia afastá-la. Seu desejo por ela era difícil de
ignorar, e ele viu que era recíproco no olhar dela. Se ele não tomasse cuidado, logo estaria entre
suas pernas e levando ambos para o paraíso.

Ou para o inferno.

Ainda assim, usar seu pai para afastá-la já era demais, e nada menos que um pedido de
desculpas poderia corrigir isso. Com um suspiro, ele largou o copo vazio e ficou de pé. O que ele

realmente queria era outra dose antes de seguir Alina, mas ele sabia que mais uma bebida
poderia fazer com que ele fizesse mais do que apenas pedir desculpas a ela.
Arrastando os pés, ele subiu as escadas. Um homem mais inteligente teria batido em sua
porta que levava ao corredor, mas foi pelo banheiro. Ele podia sentir a tensão do outro lado.

"Alina," ele disse suavemente enquanto pressionava sua testa contra a madeira. "Abra a
porta. Quero falar com você."
"Vou para a cama, Nikolai. Vá embora."
"Eu tenho uma chave. Se você não abrir a porta, eu vou buscá-la".
Houve silêncio antes que ele ouvisse a fechadura da porta se virar. Ela ainda não abriu a
porta, então ele virou a maçaneta e entrou lentamente. Enquanto seu olhar se fixou nela, ele inalou
bruscamente.
Nossa, ela estava incrível. Debaixo do roupão, ela estava escondendo um short rosa que
envolvia seu bumbum arredondado e uma regata que mostrava mais do que alguns centímetros da

pele de seu abdome e tinha um decote enorme. Seu corpo imediatamente se enrijeceu em resposta,
e ele precisou de todo o seu controle para não circular sua pequena cintura com as mãos e puxá-
la até que ela ficasse pressionada contra seu corpo e esfregando sua buceta contra sua ereção.
Ela notou a resposta, e a raiva em seus olhos se misturaram com pura luxúria. Nikolai
manteve o aperto firme na maçaneta da porta como uma maneira de aterrá-lo. "Eu queria me
desculpar", ele disse enquanto limpava a garganta. "Seu pai apareceu quando eu não tinha uma
figura paterna, e sim, eu conhecia um homem diferente do que você. Mas ele era justo. Mais do
que qualquer outro homem que eu conheço.
A dor em seu rosto era evidente, e ela deu um passo em direção a ele. Com medo de que
ela quisesse um abraço, ele apressadamente deu um passo para trás. "Vá para a cama, Alina", ele

disse grosseiramente. "Antes que eu faça algo que ambos lamentaremos."

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, ele fechou a porta e esperou. Seu coração
saltou em seu peito, mas só quando ele ouviu o som da fechadura na porta que ele foi capaz de

relaxar.
Ele tinha cometido muitos erros ao longo dos anos. Yuri o safou de anos de prisão e morte
mais vezes do que ele gostaria de admitir, mas sabia que todas essas infrações não eram nada em
comparação com as consequências de levar Alina Petrov para a cama.

Ele também sabia que uma noite dentro dela parecia perigosamente valer a pena.
Capítulo Oito

Ele tinha dito que não. Três horas depois, ela ainda tremia de raiva. Sua melhor amiga
estava na cidade. Alina precisava vê-la desesperadamente, e o filho da puta realmente tinha lhe

dito que não.


Ele nem se deu ao trabalho de explicar. Assim que ela mencionou a hora, ele a negou e saiu.
Fora. Saiu de casa.
Ela estava tão zangada, ela queria bater em alguma coisa.

"Alina?" Danik limpou a garganta, e Alina percebeu que o homem estava falando com ela.
"Desculpe. O que você disse?"
"Eu perguntei se você precisava de alguma coisa antes de eu me retirar. Não acredito que
Sokolov volte tão cedo esta noite.
Nikolai teria saído durante a metade da madrugada? Aquilo chamou sua atenção. Se ele
não estava aqui, isso significava que muitos de seus protocolos de segurança não estariam
funcionando. Ele teria vários guardas com ele, e os sensores não seriam ligados até que ele
voltasse.
Seu pai treinou Nikolai. Se ela conseguia escapar da segurança de seu pai, ela conseguiria

escapar de Nikolai.
Uma ideia imediatamente se formou em sua cabeça. "Obrigada Danik, mas eu não preciso
de nada. Você não precisa perguntar, você sabe. Eu posso cuidar de mim mesma."
"É meu trabalho", disse ele com um pequeno sorriso.
"É seu trabalho cuidar de Nikolai", ela o corrigiu distraidamente. "Eu posso ter crescido com
criados, Danik, mas eles eram meus amigos. Quando saí para a faculdade, eu morava em um
dormitório como todo mundo. Sem segurança. Sem criados. E eu gostei disso."
Danik assentiu. "Claro. Vejo você para o café da manhã".
Ele fechou a porta atrás de si, e Alina imediatamente agarrou seu telefone e mandou uma

mensagem para a amiga. Ela poderia sair da propriedade, mas ela ainda precisaria de

transporte. Uma vez que Kat prometeu pegá-la, Alina enfiou o telefone no bolso e mordeu o lábio
inferior.

Ela não estava apenas arriscando a ira de Nikolai. Havia alguém lá fora tentando matá-la.
Eles talvez—tivessem—mandado uma bomba para ela, pelo amor de Deus. Se ela soubesse o que
era bom para ela, ela ficaria. Claro, ela provavelmente estaria de volta antes que Nikolai
soubesse que ela tinha desaparecido. E qualquer um que tentasse matá-la não esperaria que ela

saísse para tomar beber algo com uma amiga.


Tudo ficaria bem.
Você deve estar pronta para qualquer coisa, princesa. Força para se proteger. Discrição para
ficar nas sombras. Compreensão para superar todos os obstáculos. Isso é o que você vai treinar e
aprender. Eu sei que você não quer isso, mas um dia você pode precisar disso. Na escola, você pode
fofocar e brincar à vontade, mas quando estiver aqui, aprenderá a se proteger.
Ao contrário de seu pai, Nikolai não tinha uma equipe noturna. A maioria deles moravam na
casa e provavelmente era esperado que trabalhassem à noite, se necessário, mas eles estariam
dormindo em breve. Sua janela se abriu ao lado de uma sacada, mas havia sempre um guarda

colocado perto dela. Uma cuidadosa investigação da casa havia mostrado que não havia muitos
pontos fracos em sua segurança.
Havia, no entanto, uma pequena janela no porão, no alto da parede. Ela já tinha testado e
sabia que estava aberta. De lá, era apenas uma questão de passar pela cerca sem ser vista.
Depois de esperar para ter certeza de que não havia mais ninguém andando pela casa,
Alina trocou seu pijama por uma calça jeans e um suéter escuro que não era exatamente para se
esconder. Ele mostrava alguns centímetros de sua barriga e era decotado. Ela não estava tentando
parecer sexy. Ela simplesmente não tinha muita roupa escura.
Colocando seu cabelo loiro sob um lenço preto, ela deu um passo para trás e se olhou no
espelho. Deve ser suficiente para mantê-la escondida na escuridão, se ela fosse cuidadosa.

Ela não viu ninguém enquanto lentamente se afastava de seu quarto e descia as escadas na

ponta dos pés. O acesso ao porão estava do outro lado da cozinha, e ela rezou para que
ninguém estivesse lá assim tão tarde. Todo o seu plano se desvendaria se seus homens decidissem

que queriam fazer um lance no meio da noite.


Felizmente, ela estava sozinha. Abrindo a porta silenciosamente, desceu elas escadas e
passou pela academia. Por um momento, ela não pôde deixar de imaginar Nikolai vestindo quase
nada e suando enquanto malhava. A imagem foi suficiente para deixá-la molhada, e ela tentou

tirá-la de sua mente.


"Ele não é um deus grego maravilhoso", ela murmurou. "Ele é um idiota repugnante."
Um idiota repugnante que a abraçou até que seu ataque de pânico passasse e se desculpou
quando percebeu que a magoou.
"Pare com isso", ela ordenou a si mesma. Ela não podia se sentir culpada agora. Ela iria
quebrar suas regras apenas uma vez, apenas para que ela pudesse ver Kat e finalmente ser
capaz de falar com alguém, e então ela obedeceria a todas as regras que ele estabelecesse.
Arrastando uma cadeira até a janela, ela pulou e a abriu apenas um pouco. A maioria dos
homens de Nikolai fumava, então se eles estivessem por perto, ela seria capaz de cheirá-los. Todos

eles fediam a cigarro. Não sentindo nada, ela empurrou a janela para abrir o restante e se
ergueu.
Escorregando pela janela, ela cuidadosamente a fechou. Ninguém soou um alarme, e ela não
viu nada ao seu redor. Mantendo-se perto da casa, ela se arrastou para o canto e olhou ao redor.
Como ela suspeitava, ninguém estava no nível do solo. Quando Nikolai saia, ele colocava
guardas na sacada da frente, mas nunca se incomodava com a segurança no solo. Os guardas
tinham uma visão melhor do topo.
Ela estava a vinte metros da cerca. O ferro forjado tinha dois metros e meio de altura, mas
havia um canteiro no canto que a ajudaria a subir. Aquilo era tudo o que ela precisava.
Distanciando-se lentamente da casa, ela manteve os olhos na sacada até que mal podia ver

o guarda. Ele andava de um lado para o outro inquieto, provavelmente entediado demais. Quando

ele virou as costas, ela aproveitou.


Ela precisou de 30 segundos para saltar do canteiro, agarrar o portão e saltar sobre ele.

Chegando ao chão do outro lado, ela se agachou e observou.


Ninguém parecia saber de nada.
Com um sorriso satisfeito em seu rosto, ela seguiu para a área arborizada e correu em
direção à rua. Kat tinha concordado em encontrá-la a um quilômetro da estrada para que ela

estivesse fora de vista.


Desde que era criança, seu pai a treinava para se defender. Três vezes por semana durante
anos, ela malhou e treinou com seus homens. Ela tinha a sensação de que se seu pai soubesse que
estava usando esse treinamento para escapar de seus guarda-costas, ela estaria em uma grande
enrascada.

***

"Alina!" Os olhos de Kat se arregalaram sobre sua taça de martini e ela parecia furiosa. "Eu

ajudei você a escapar? Você me disse para buscá-la porque você não queria que os faróis
acordassem ninguém! Você está louca?"
"Shhh!" Ela sibilou enquanto olhava em volta. Elas estavam chamando um pouco de atenção
no bar, mas era principalmente por causa de Kat. Sua melhor amiga era de cair o queixo. Ela tinha
a pele morena e o cabelo atraente de sua mãe e o temperamento e habilidade de beber de seu
pai. Kat sempre chamava atenção. "Não tão alto. Está tudo bem. Se eu realmente pensasse que
estou em perigo, eu não estaria aqui. Não vou ficar muito tempo. Nikolai nunca saberá que saí, e
quem me procura não sonharia que eu sairia da propriedade desprotegida. Vai ficar tudo bem.
"Você mentiu para mim", ela acusou.
"Kat, eu não vi ninguém exceto guardas, advogados, e a polícia desde que meu pai morreu.

Alguns amigos estavam no funeral, mas não me foi permitido falar com eles. Eu realmente

precisava te ver."
Kat tomou outro gole de martini e suspirou. "Eu nunca conseguiria ficar brava com você por

muito tempo. Como você está?"


Alina correu os dedos pela haste de sua taça de vinho. "Há momentos em que sinto que nem
consigo respirar, e momentos em que sinto que vou ficar bem", admitiu. "Nós brigamos tanto.
Durante o último mês eu estava tentando alugar um apartamento para que eu pudesse me mudar,

mas minhas tentativas continuavam sendo recusadas. Eu sabia que meu pai estava fazendo isso
para que eu não me mudasse. Eu estava muito brava com ele, e então ele foi morto. Não consigo
me lembrar da última vez em que lhe disse que o amava".
Inclinando-se, Kat agarrou sua mão. "Você não tem nada que se sentir culpada. Seu pai te
amava, e ele sabia que você o amava. Nós brigamos com os nossos pais. Isso faz parte. Você não
deve pensar por um segundo que ele morreu achando que você não o amava."
Alina respirou fundo e assentiu. "Eu sei. Ele criou um fundo para meus filhos quando eu tinha
dezesseis anos. Dezesseis! Ele sempre soube que ele estava em perigo de morrer, e nunca sequer
me ocorreu. Eu era tão ingênua assim?"

"Seu pai a protegeu. Isso era parte de seu trabalho, e ele fez isso bem", disse Kat com
simpatia. "O que você vai fazer agora?"
"Quando tudo estiver resolvido, vou vender a casa e a casa de campo. Eu não preciso de
nada disso. Provavelmente vou comprar uma casa pequena e abrir uma loja".
"Você não precisa abrir uma loja", Kat apontou secamente.
"Não", admitiu Alina. "Mas eu não posso ficar sentada o dia todo sem fazer nada. Preciso
me manter ocupada. Estou enlouquecendo com o Nikolai. Não tem nada para fazer. Eu me sinto
como um animal preso. Tenho certeza de que ele mandou que a maioria dos criados não falasse
comigo, e seus guardas nem sequer olham para mim. Eu não vi Kristof ou Timur desde que me
mudei. Sinto-me abandonada".

"Eu não me importo que você se sinta abandonada, desde que você esteja fora de perigo. E

você não está falando de Nikolai Sokolov por acaso, não é?"
"Você o conhece?"

"Você está brincando?" Kat bufou. "Todas as mulheres da cidade desejam esse homem. Claro,
apenas as malucas vão atrás dele. Todo mundo sabe que ele tinha ligação com seu pai, e que isso
é perigoso. Mas isso não impede que as mulheres fantasiem. Se você tiver a chance de vê-lo quase
nu, eu exijo uma foto. Totalmente nu seria ainda melhor. Deus, aposto que ele é perfeito na cama".

"Kat!" Alina chiou. Suas bochechas coraram. "Eu não estou vendo ele nu, e eu certamente não
estou me perguntando como ele é na cama."
"Mentirosa", ela disse com uma risada. "Você ainda não consegue disfarçar nada. Você pode
desprezar o homem, mas você o deseja".
Alina pensou no beijo íntimo em seu pescoço e em como ele a deixou. "Mesmo se eu o
achasse atraente, o que eu não estou afirmando, ele não me vê assim. Eu sou apenas uma maneira
de provar que ele pode liderar a organização. Proteger a filha de seu antecessor e provar que
ele pode proteger seus homens. Não sou nada mais do que algo irritante para ele".
Houve uma gargalhada em um canto, e Alina olhou melancolicamente. Um grupo de jovens

mulheres estava conversando com dois caras, e ela podia ver como elas estavam se divertindo.
Todos alegres por causa da bebida, relaxados, e flertando sem se importar com ela.
Ela tinha vivido toda sua vida assim. Será que ela conseguiria ficar assim tão despreocupada
outra vez? "Eu o vejo quando fecho meus olhos."
"Nikolai?"
Alina sacudiu a cabeça. "Meu pai. Eu vejo seu corpo. Havia tanto sangue. Eles disseram que
eu não testemunhei o assassinato por minutos. Minutos! Eu poderia ter impedido. Se eu ao menos
tivesse ido até lá mais cedo..."
"Você também estaria morta", disse Kat firmemente. "O que aconteceu foi horrível, mas não
foi culpa sua. Você não poderia ter impedido, Alina. Se alguém chegou perto o suficiente para

atirar em seu próprio pai na propriedade dele, você estar lá não iria impede-los de nada. Você

tem que acreditar nisso".


"Eu nem entendo porque eu sou um alvo. Eu não vi nada. Não tenho nada a ver com a

organização. Por que eles vêm atrás de mim?"


"Você mesma disse isso. Se você for morta, isso acaba com a autoridade de Nikolai. Ouvi
meu chefe falar hoje. Todos estão no limite. Todos esperavam que seu tio assumisse o controle".
"Meu pai não passaria simplesmente para o tio Vadik só porque eles são parentes. Isso seria

uma decisão horrível. Eles não são próximos, e ele não iria confiar a organização a alguém que
ele não a conhecia bem." Alina tomou um gole de seu vinho e sentiu que aqueceu sua barriga. Ela
estava em sua segunda taça. Ela tinha acabado com a primeira no momento em que elas sentaram
na mesa do canto, e ela começou a sentir os efeitos.
Relaxada. Descontraída.
Olhando para o relógio, ela fez uma careta. Ela não podia se sentir relaxada e
descontraída por muito mais tempo. Levava meia hora de carro para voltar à casa de Nikolai, e
provavelmente levaria mais vinte minutos entrar na casa.
"Eu vou ter que voltar logo", ela suspirou. "É absolutamente ridículo. Não há uma única razão

para ele não pedir para um guarda me acompanhar para que eu me encontrasse com você. É um
lugar lotado, e não foi algo programado. Se alguém me seguisse, já teria feito algo".
"Nikolai", Kat disse de repente.
Alina assentiu. "Sim, Nikolai. Ele é um maníaco por controle. Estou tentada a deixar uma
toalha no chão de seu banheiro só para ver o que ele faria, mas Danik provavelmente a pegaria
antes que Nikolai a visse. Juro que o homem está em toda parte.
"Não", disse Kat urgentemente. "Nikolai. Ele está aqui."
Aqui? Alina sentiu seu sangue gelar. Ela olhou para sua amiga por um segundo e viu o pânico
em seu rosto. Lentamente, ela virou a cabeça para a porta.
Nikolai estava no meio do bar com os braços cruzados. Seu rosto estava calmo, mas ela

podia ver a raiva em seus olhos.

"Essa não", ela sussurrou. "Acho que estou encrencada".


Capítulo Nove

Nikolai fervilhava de raiva enquanto lentamente atravessava o bar. Ele sabia que as
pessoas o estavam observando e cochichando, mas ele não se importava. Ele só tinha olhos para

Alina.
Ele tinha saído naquela noite com toda a intenção de se atirar em uma mulher e tentar
esquecer tudo sobre como era a pele sedosa de Alina com o toque de lábios. Ele mal tinha
conversado por cinco minutos com uma linda mulher quando o seu telefone tocou.

Alina havia sumido.


A voz de Danik era muito calma quando ele falava, e provavelmente era a única coisa que
impediu Nikolai de explodir. Ele sabia exatamente onde ela tinha ido, e quando ele a arrastasse de
volta, ele descobriria como ela tinha saído e a trancaria em seu maldito quarto por um ano inteiro.
Talvez até mais.
Não havia medo no rosto dela quando ele se aproximou da mesa. Apenas um ar desafiador.
"Senhoritas", ele disse com a voz grave. "Que coincidência eu encontrar vocês aqui. Alina, por que
não me apresenta para a sua amiga?"
Ele girou uma cadeira e sentou. Alina estreitou os olhos. "Como se você não soubesse".

Nikolai sorriu e estendeu a mão. "Katalina, certo? Sou o Nikolai".


Kat bufou e apertou a mão. "Como se houvesse uma só pessoa nessa cidade que não
soubesse quem você é. Eu sei que você está chateado, Sr. Sokolov, mas eu precisava ver Alina e me
certificar de que ela estava bem."
"Ela está bem", ele disse, suas palavras eram cheias de aborrecimento. Ela estava sob sua
proteção, não estava?
"Ela não está bem", Kat disse friamente. "Ela acabou de enterrar o próprio pai. Eu sei que
você está protegendo ela, mas se você acha que eu vou deixá-la ir para casa com você quando
você está com raiva, pode esquecer".

Os olhos de Nikolai se arregalaram de surpresa. "Você acha que eu a machucaria."

"Acho que é o que você faz melhor."


"Kat", Alina disse apressadamente. "Acho que você bebeu demais".

Que diabos estava acontecendo? Ela deliberadamente desobedeceu às suas ordens, e


agora ele era o cara mau? Que tipo de homem elas achavam que ele era? Ele não batia em
mulher.
"Vocês terminaram de conversar?" Ele murmurou. "Porque estamos saindo. E não. Eu não vou

machucá-la. Eu estou tentando evitar que ela se machuque, mas isso parece ser algo que ela não
entende."
Kat o estudou abertamente antes de sorrir. Nikolai não gostou nada daquele sorriso, mas
pelo menos ela se levantou. "Alina, eu ligo para você amanhã. Estou feliz por ter conseguido vê-la."
Ela se inclinou e abraçou a amiga. Ele também notou que ela deve ter sussurrado algo em seu
ouvido.
O que quer que tenha sido, Alina ficou vermelha.
"Vá para o carro", ele rosnou. "Agora."
Alina não se moveu, só para terminar o vinho. Agarrando seu braço, ele a puxou para fora

de sua cadeira, segurou-a contra ele, e seguiu rapidamente através do bar. Ele tinha um homem do
lado de fora e outro do lado de dentro, mas ele não estava prestes a arriscar que alguém atirasse
nela enquanto ela estava em público. Enquanto ancorava seu corpo ao dele, ela não pôde deixar
de notar que suas mãos estavam pressionadas contra sua pele quente. Que tipo de blusa ela
estava vestindo?
O medo de que ela levasse um tiro foi suficiente para sufocar seu desejo. Mantendo seu
corpo entre o dela e a janela, ele a puxou para fora do lugar. O carro já estava esperando, com
a porta aberta.
Ele não disse nada enquanto eles voltavam para casa. Ela se manteve encostada contra a
porta e nem olhou para ele. Ele aproveitou a oportunidade para espiar.

Sua calça jeans estava tão apertada que ele nem sequer sabia como ela tinha feito para

vesti-la, e aquela blusa não cobria quase nada. Tudo que ele tinha que fazer era estender a mão,
e ele poderia tocar sua pele novamente. Traçar seus dedos sobre ela. A gola era tão decotada

que ele podia pressionar a boca entre os seus seios. Puxar a blusa para baixo e beliscar seus
mamilos.
Ficando cada vez mais excitado, ele empurrou sua atenção para longe e olhou pela janela.
Ele tentou focar na própria raiva em vez de no corpo dela, mas o desejo era muito forte. Ele não

sabia se ele queria estrangulá-la ou comê-la.


Talvez as duas coisas.
Yuri o treinara para manter seu temperamento sob controle. Perder o controle de uma única
emoção era dar uma vantagem a seus adversários.
Alina o fazia testar essa lição.
Ela abriu a porta e saindo do carro antes que ele parasse por completo. Ela obviamente
pretendia entrar antes que ele pudesse gritar com ela, mas hoje não era o seu dia de sorte.
Sinalizando para seus homens, eles rapidamente bloquearam seu caminho. "Deixem-me
passar!" Ela rosnou.

Movendo-se atrás dela, ele a puxou e a tirou do chão com facilidade. Quando ele a jogou
sobre seu ombro, ela imediatamente gritou e começou a bater em suas costas com os punhos.
Ele tinha que admitir. Ela era forte. Ele sem dúvida teria marcas amanhã, mas ele nem sequer
fez uma pausa enquanto caminhava pela porta.
"Solte-me, seu idiota!", ela gritou. "Que diabos você acha que está fazendo?"
"Você pode continuar gritando", ele disse calmamente. "Ninguém vai se importar".
Ele pensou em levá-la até seu quarto, mas estar tão perto de sua cama parecia ser um
movimento perigoso. Em vez disso, ele a levou até a sala de estar e a soltou. Ela correu para a
porta, mas seus homens já estavam fechando tudo.
"Tudo bem", ela murmurou enquanto se virava e cruzava os braços. "Você quer gritar

comigo? Grite comigo. Eu não vou dizer que sinto muito por querer ver minha amiga."

"Eu não quero que você sinta muito por querer ver sua amiga. Eu quero que você se
desculpe por me desobedecer", ele rosnou.

"Vá se foder", ela chiou. "Se você tivesse me deixado vê-la, eu não teria tido que
desobedecê-lo. Não falei com uma única amiga desde que encontrei meu pai morto. Você tem
alguma ideia de como isso é difícil? Minha família está morta. Alguém está tentando me matar. Eu
estou presa nesta casa como uma prisioneira, e você nem tem a decência de me deixar ver minha

melhor amiga. O que diabos você estava fazendo esta noite que era tão importante que você não
podia usar duas horas para ir comigo?"
Nada que fosse de sua conta. "Eu não dou a mínima que esteja sendo difícil. Quando eu
disser que não, você não vai simplesmente agir pelas minhas costas e fazer o que quiser assim
mesmo." Sua voz estava tensa já que ele tentava desesperadamente manter a cabeça no lugar.
"Você pode controlar a máfia, mas você não me controla", ela chiou. "Eu vim aqui
voluntariamente, e vou embora quando quiser."
A mulher estava fazendo com que ele chegasse em seu limite. Ela continuava vociferando, e
ele lutou para manter a calma.

"Eu não preciso que você me proteja. Vou chamar a polícia para me proteger. É o trabalho
deles, e eles provavelmente vão fazer isso melhor."
Deus o ajude.
"Então você pode pegar suas regras e enfiá-las no..."
Ele não deu a ela a chance de terminar a frase. Ele perdeu o controle, a agarrou e a puxou
contra ele. Antes que ele pudesse sequer questionar o que estava fazendo, ele se curvou e a
beijou. Com tudo.
Ele esperava que ela lutasse e o empurrasse para trás. Ele jogaria a culpa no nervosismo
dela. Ele estava tentando calar sua boca, mas ela não o afastou. Em vez disso, ela abriu a boca
ansiosamente sob ele, e ele gemeu ao enfiar a língua dentro de sua boca.

Ela foi tão quente e convidativa. Sua língua dançou tentadoramente contra a dele, e quase o

fez cair de joelhos. Enquanto ela pressionava seu corpo contra o dele, ele a ergueu e a carregou
até o móvel mais próximo.

O piano era sólido sob ela. O que foi ótimo, já que o que ele estava planejando fazer com
ela quebraria qualquer outra coisa. Agarrou a bainha de sua blusa, ele a puxou com força sobre
sua cabeça. Ela gemeu quando ele enrolou seus punhos em seu cabelo e chupou o seu pescoço
vorazmente. Seu pênis forçou contra sua calça, e se ela não parasse de se esfregar sobre sua

ereção, ele ia gozar antes que pudesse entrar e sentir seu calor macio.
"Nikolai," ela sussurrou enquanto ela se agarrava em sua camisa e tentava trazê-lo para
mais perto. Ele a empurrou para trás com força e a segurou enquanto puxou seu sutiã para baixo.
Seus mamilos eram lindos. Rosados e implorando por sua boca. Com um gemido, ele se curvou e
seguiu em frente.
Seu suspiro era tudo o que ele precisava para continuar. Enquanto as mãos dela agarravam
seus cabelos para mantê-lo no lugar, ele passou sua língua pelo mamilo enrijecido até que ela
estava se contorcendo sob ele.
Deus, ele nunca quis tanto algo em toda a sua vida. Cada centímetro de seu corpo se

arrepiou, e se ele não se entrasse logo nela, não sentisse o calor de seu corpo, enfiasse nela até
ela gritar, ele iria morrer.
"Nikolai", ela gemeu novamente. "Eu não…"
Ele passou de um mamilo para o outro, e sua frase terminou em um pequeno grito.
Estendendo a mão, ele colocou uma mão entre as pernas dela e pressionou contra sua calça jeans.
Seu quadril se ergueu facilmente, e ele percebeu que ela estava tão ansiosa quanto ele.
"Uau, gata", ele gemeu. "Eu não tinha ideia de que você estaria assim."
"Assim como?" Ela ofegou.
"Tão pronta para mim." Ele pegou o botão de sua calça jeans e o abriu com um movimento
de sua mão. Forçando o zíper para baixo, ele deslizou a calma de sua mão sobre o tecido de sua

calcinha. Ela estava completamente encharcada.

"Eu também não", ela murmurou. "Eu nunca fiz isso."


Suas palavras foram como um balde de água fria sobre ele, e ele congelou. Seu corpo doía

para continuar, mas ele não podia ignorar o que acabara de ouvir. "O que você acabou de
dizer?"
Imediatamente, ela parou de se mover contra ele. Ela não respondeu, a incerteza estava
estampada em seu rosto. Ele deveria ter deixado ela sair, mas ele precisava ouvir isso dela.

"Alina," ele disse sombriamente", o que você nunca fez?"


"Isso", ela sussurrou. "Eu nunca fiz isso. Eu ainda sou…" Ela mordeu o lábio inferior e foi
quase o suficiente para acabar com ele novamente. Enquanto olhava para os seus lábios, ele
tentou se concentrar na conversa. A pele dela estava marcada onde ele havia esfregado a barba
por fazer, e seus lábios estavam inchados. Como uma mulher que tinha sido muito beijada.
Como uma mulher que precisava ser fodida completamente.
"Virgem", ela sussurrou.
"Droga", ele grunhiu e imediatamente afastou as mãos e deu um passo atrás. Ela não se
mexeu. Seus olhos estavam fechados, e ele balançou a cabeça com raiva.

Ele estava prestes a fodê-la sobre o piano no meio de sua sala de estar. Todo mundo
naquela maldita casa podia ouvi-la gemer.
Não estava certo. Ele não transava com virgens. Ele não queria essa responsabilidade. Ser o
primeiro de alguém. Quando ele queria que uma mulher se lembrasse dele, ele queria que fosse
porque ele tinha sido bom. Não porque tivesse feito isso primeiro.
"Vista-se", ele chiou ao jogar a blusa sobre ela. "Vá para a cama. Não saia de seu quarto
até amanhã".
Incapaz de olhá-la esticada no piano, pronta para ele, ele virou as costas e saiu
rapidamente da sala.
"Saiam", ele ordenou aos homens que fecharam a porta atrás dele. Eles rapidamente se

espalharam.

Virgem. Ele balançou a cabeça em desgosto e subiu as escadas para tomar um banho
gelado.

***

Ela nunca pensou que pudesse ser tão humilhada em toda a sua vida. Enquanto se afastava

lentamente do piano, ela fechou o botão de sua calça jeans e vestiu a blusa com os braços
trêmulos. Ela estava muito perto de chorar, mas não queria fazer isso.
Ele a queria. Suas ações, o olhar em seus olhos, não havia espaço para dúvidas. Ele a
queria até que percebeu que ela era inexperiente.
Ele provavelmente pensou que ela não seria capaz de fazer aquilo. Ou talvez ele pensou
que havia algo de errado com ela. Afinal, quem ainda era virgem na idade dela?
Como poderia alguém ser tão excitada e tão rejeitada em questão de segundos?
Ainda tremendo pelo toque de suas mãos e língua, ela se moveu devagar. Um pé atrás do
outro. Uma vez que ela chegou ao seu quarto, ela pôde desabar.

Seu quarto. Onde ele estaria dormindo do outro lado da parede.


Abrindo a porta, ela olhou para o corredor. Aliviada por estar vazio, ela se dirigiu para a
escada. Agarrando o corrimão, ela começou a dar um passo de cada vez.
"Alina?" Uma voz perguntou suavemente. "Você está bem?"
Danik. Ela não conseguia nem se virar e olhar para o velho homem. Ele não perguntou se ela
precisava de ajuda. Ele perguntou se ela estava bem. Isso era humilhante demais. Ele tinha ideia
disso?
Engolindo seco, ela virou a cabeça e lhe deu um grande sorriso. "Estou bem, obrigada."
Agradecida por ele não ter dito nada, ela encontrou a energia para seguir o restante do
caminho até seu quarto.

Quando ela fechou a porta atrás dela e se escorou contra a madeira, seus olhos se

encheram de lágrimas.
Droga. Ela tinha se esquecido daquela cama irritante. Tropeçando até o sofá, ela nem se

incomodou em tirar a roupa. Se encolhendo sobre ele, ela fechou os olhos e desejou conseguir
dormir um pouco.
O som da água do chuveiro a envolveu, e parecia durar para sempre. Ele estava tão
enojado com o toque dela que precisava tomar um banho tão longo?

Quando o som finalmente parou, ela enterrou a cabeça no travesseiro e tentou esquecer.
Esquecer de seu toque. Esqueça do seu beijo.
Quando ela caiu no sono, a memória de seu corpo desapareceu.
E abriu espaço para os pesadelos.
Capítulo Dez

Ele passou a noite no sofá do escritório. Não havia nenhuma maneira de conseguir dormir na
cama sabendo que ela estava tão perto. Quando abriu os olhos na manhã seguinte, Danik estava

olhando para ele.


O observando, para ser mais claro.
"O quê?", ele perguntou roucamente enquanto se levantava. "O que você quer?"
"Quero saber por que Alina parecia devastada ontem à noite", exigiu. "O que você fez com

ela?"
Chocado, Nikolai só podia olhar para seu sempre fiel criado. O homem nunca o tinha
questionado antes, e ele escolheu agora para ser desafiador?
"Deixe-me em paz", ele rosnou.
"Não", Danik disse teimosamente. "Você deveria protegê-la, e você está fazendo um mau
trabalho."
"Você quer ser despedido? Ela está viva, não está? Eu diria que significa que estou fazendo
um bom trabalho. Ela não está exatamente ajudando."
"Eu estava lá quando essa criança nasceu, e eu não vou deixar você machucá-la", Danik

disse. Sua voz era firme como aço, e Nikolai estudou o homem com interesse.
"Você estava?" Ele perguntou lentamente. "É engraçado, porque Yuri disse que você veio
trabalhar para ele há vinte anos. Isso seria alguns anos depois que Alina nasceu.
Se a declaração preocupou Danik, ele não demonstrou. "Ele não mentiu", o homem disse
suavemente.
"Alina não parece conhecê-lo, o que significa que você não trabalhou em sua casa. O que
exatamente você fez para Yuri?"
"Por que Alina estava chorando?" Danik insistiu.
Ele não tinha certeza se ele queria chocar o velho ou simplesmente ser honesto com ele, mas

Nikolai decidiu dizer a verdade. "Ela me deseja."

"Sim, isso ficou muito evidente pelos sons que ouvi na noite passada", disse Danik, friamente.
"Isso geralmente não termina em choro. Ou isso é normal para você?"

Deus, o homem tinha coragem. Nikolai não tinha ideia de onde o novo Danik tinha vindo, mas
ele estava gostando dele. "Na verdade, não é. Perdi meu controle na noite passada, antes de
perceber que estava cometendo um erro. Para sua proteção, eu preciso ficar longe dela. É possível
que eu machuque seus sentimentos."

Ele não tinha certeza do motivo de ter assumido a culpa, mas ele sentiu a necessidade de
proteger o segredo de Alina. Danik relaxou visivelmente. "Entendo. Quer que eu sirva o café da
manhã agora ou você quer tomar um banho primeiro?"
"Se você quiser continuar trabalhando aqui, você vai responder à minha pergunta. O que
você era para Yuri?"
"Alguém que lhe devia um favor".
"Isso não é resposta".
"Isso é tudo o que você vai conseguir."
"Eu poderia despedi-lo".

"Poderia."
Durante um minuto inteiro, os dois homens apenas olharam um para o outro. Finalmente,
Nikolai encolheu os ombros. "Café da manhã está bem."
"Excelente." Ele franziu a testa. "Eu não aprovo que você minta para ela."
"Do que você está falando, Danik?"
"Ela acha que foi uma bomba. Ela está aterrorizada".
Nikolai resmungou. "Mulheres aterrorizadas não escapam de sua proteção e saem correndo
para beber no meio da noite."
"Ela está com medo, Nikolai. Você sabe. Eu não gosto que você tenha mentido para ela, mas
eu sei que você não teve escolha. Perguntei por aí, mas não consigo descobrir de onde veio".

Balançando a cabeça, Nikolai suspirou. "Você não vai. Quem me enviou isso foi um

profissional. Alguém invadiu minha casa e roubou o anel que Yuri me deu antes de mergulhá-lo em
seu sangue e mandá-lo para Alina. Se ela tivesse visto, teria pensado que eu o havia matado".

"Você não sabe que Alina teria reconhecido o anel, e nós não sabemos se o sangue era de
Yuri".
Nikolai franziu a testa. "O anel estava gravado, Danik. E nós dois sabemos que o sangue
era de Yuri. Alguém está tentando me incriminar, e ao fazer isso, eles vão assustá-la e fazê-la ir

embora para que eles possam matá-la. Então fique triste o quanto quiser, mas eu vou continuar
mentindo para ela se isso significar mantê-la segura."
"Certo. Eu vou preparar uma bandeja de café da manhã para que você possa levá-la até
Alina."
"O que? Levar para Alina? Por quê?"
"Para que você possa pedir desculpas a ela".

***

Ela tinha acabado de se vestir quando ouviu uma batida na porta. Supondo que fosse Danik
ou Iyanna, Alina se apressou e abriu. Quando ela viu Nikolai em pé com uma bandeja de comida
em sua mão, ela congelou.
"O quê?" Ela disse com a voz falha. Droga. Agora sua voz não conseguia sequer trabalhar
quando ela estava perto daquele homem. Sua situação poderia ficar mais humilhante? Limpando a
voz, ela tentou novamente. "O que você está fazendo?"
Não. Não era isso que ela queria perguntar. Ela ia perguntar a ele o que ele precisava. Isso
teria sido mais educado e calmo. Ela realmente precisava parecer calma perto dele.
Seus olhos a varreram, identificando seus cabelos molhados. "Você acabou de tomar
banho?"

"Isso é contra as regras também?" Ela provocou. Raiva. Raiva era bom. Ela se agarrou a isso.

Um sorriso lento se espalhou pelo seu rosto. "De modo nenhum. Eu simplesmente não ouvi a
água."

"Eu tenho usado o banheiro no final do corredor. Por que você está me trazendo o café da
manhã?"
Seu sorriso desapareceu. "Por que você está usando aquele chuveiro?"
"Porque é mais fácil", disse ela, impaciente. "Por que você está me trazendo o café da

manhã?"
"É mais fácil andar pelo corredor com todas as suas coisas do que abrir a porta que está
conectada ao seu banheiro?"
"Sim. Agora, por que você está me trazendo o café da manhã? Há algo de errado com
Iyanna? Ela está doente?"
"Você precisa parar de usar aquele chuveiro", ele disse suavemente ao entrar no quarto.
"Iyanna não está doente. Eu sou capaz subir as escadas com uma bandeja de comida."
Ela imediatamente deu um passo atrás para lhe dar acesso e se arrependeu do movimento.
Agora ele estava em seu quarto, e era exatamente onde ela não queria que ele estivesse.

E ao mesmo tempo, queria que ele estivesse.


"Por quê?"
"Por que sou capaz de andar carregando comida? Eu imagino que tem algo a ver com
quatro membros em bom funcionamento. Duas pernas para caminhar e dois braços para o
transporte."
Revirando os olhos, ela tirou a bandeja de sua mão e a colocou sobre o móvel ao lado do
sofá. "Por que não posso usar aquele chuveiro?"
Ele ignorou a pergunta. "Eu preciso me desculpar por ontem à noite. Bem, não preciso
exatamente. Quero pedir desculpas pela noite passada. Bem, eu não quero fazer isso também, mas
é provavelmente necessário. Você vai ficar aqui por algum tempo, e eu não preciso de você

agindo como um animal ferido pela casa".

"Essa é sua ideia de pedir desculpas?", ela disparou. Porque você pode parar com isso."
"Por que você não me disse?" Ele perguntou de repente.

Bufando, ela balançou a cabeça. "Eu sinto muito. Eu geralmente me apresento a todos como
Alina, a virgem. Devo ter esquecido de fazer isso com você".
"Não foi isso que eu quis dizer", disse Nikolai. "Pelo amor de Deus, Alina, eu ia tê-la em um
piano no meio da sala de estar. Eu tinha homens à espera na porta. E você ia me deixar. Por quê?"

O pensamento de seus homens escutando corou suas bochechas. "Eu não me guardei por
nenhuma razão especial. Sinceramente, não penso muito nisso".
Nikolai parecia que ia engasgar. "Você não pensa em sua virgindade?"
"Meu pai era um chefe da máfia. Os garotos não batiam na minha porta. Essa reputação
também me seguiu na faculdade, mas isso realmente não importava. Eu não estava focada nisso. A
faculdade era minha primeira experiência de liberdade, e eu quis fazê-la. Conseguir um diploma.
Arrumar um emprego. Sair da cidade e começar do zero".
"Longe da máfia", ele disse suavemente. "Isso não aconteceu."
"Eu nem sei o que aconteceu", ela murmurou enquanto se sentava no sofá e pegava a fruta

que ele havia trazido. Ela tinha uma ligeira ressaca da noite anterior, e isso não ajudava seu
apetite. "Antes de me formar, recebi uma oferta de emprego em Moscou. Eu estava muito animada
quando liguei para o papai. No final da semana, a oferta de trabalho foi rescindida. Eles me
disseram que a empresa não podia mais bancar o meu salário. Eu lhes disse que eu não teria
problema em trabalhar por um salário reduzido, mas isso não fez diferença. Nenhuma outra oferta
de emprego apareceu e eu voltei para casa depois da formatura. Eu tinha algum dinheiro
guardado, então eu comecei a buscar um apartamento. Somente quando cada uma das minhas
tentativas fracassou que eu percebi o que ele estava fazendo."
"Mantendo você em casa."
Alina se levantou e começou a andar. Envolvendo seus braços ao redor de si mesma, ela quis

chorar novamente. "Poucos dias antes de ele morrer, tivemos uma briga enorme sobre isso. Eu disse

as piores coisas, e ele ficou lá só ouvindo. Depois, ele só me disse que, embora eu estivesse
chateada, pelo menos ele teve esse tempo para passar comigo."

Nikolai ergueu a cabeça e olhou para ela. Seus olhos verdes estavam escurecidos pela
intensidade, e ela se contorceu sob seu olhar. "Olha, eu sei. Eu era uma pirralha mimada e
temperamental até demais. Eu só não gosto de me sentir controlada. De qualquer maneira, o fato é
que eu não conheci ninguém que me fez pensar em perder minha virgindade." Ela imediatamente

percebeu o que isso implicava e se apressou para salvar a si mesma. "Não que você faça. Eu
estava irritada e chateada na noite passada."
"Entendo."
Aquilo realmente não estava indo bem. "Você não precisa se desculpar. Eu lhe agradeço por
não ter se aproveitado".
"Pelo amor de Deus", resmungou ele. "Isso não acontecer novamente. Siga as regras. Vou
tentar ser mais atencioso quanto aos seus desejos, e vamos fazer isso funcionar."
Alina assentiu com a cabeça. Eles olharam um para o outro, e o olhar dele fez o corpo dela
inteiro se aquecer. Se ele continuasse a olhar para ela daquele jeito, seria impossível para ela

esquecer da noite anterior.


"Onde você dormiu ontem à noite?" Ele perguntou de repente.
Confusa com a arrogância de sua voz, ela olhou com culpa para a cama. "O quê? O que
você quer dizer? Eu dormi aqui."
"Aqui?"
O homem estava surdo? "Sim. Aqui. Algum problema?"
"Tome seu café da manhã", ele resmungou. "Depois, você vai mostrar ao Danik como você
conseguiu escapar dos meus homens na noite passada. Eu não gosto de saber que minha
segurança é tão fraca que você conseguiu fugir."
Ela quase botou a língua para fora. "Não seja tão duro com eles. Tenho planejado fugas

desde que eu tinha dez anos".

Nikolai olhou para ela antes de seguir até a porta. Só quando ele estava no meio do
corredor que ele percebeu que não tinha respondido a sua pergunta. "Nikolai?", ela gritou

enquanto ia até a porta. "Por que não posso usar o chuveiro no corredor?"
"Mofo."
Mofo? Ela não tinha visto mofo algum. Resmungando sobre homens teimosos, ela se sentou e
tentou engolir um pouco do seu café da manhã.

***

Nikolai se agachou diante da janela do porão e olhou para Danik. "Você está dizendo que
ela pulou uma janela que está a dois metros do chão, pulou uma cerca de dois metros e meio e
correu por quase dois quilômetros entre as árvores sem ser pega?"
Danik assentiu. Havia um pequeno sorriso em seu rosto. "Sim, senhor."
Ficou claro que o velho estava orgulhoso. Nikolai não estava. "Danik. Só um profissional
poderia fazer isso."

"Quando Alina tinha oito anos, ela se envolveu em uma briga na escola. Aparentemente, as
crianças estavam dizendo coisas horríveis sobre seu pai. Quando ela voltou para casa com o nariz
quebrado e um olho roxo, Yuri percebeu o tipo de perigo que seu trabalho lhe colocava. Não só
com os valentões da escola, mas em todos os lugares que ela ia. Então ele começou a treiná-la."
"Treiná-la?" Nikolai perguntou, incrédulo. "Ela tinha oito anos."
"Não era nada extenuante no começo. Apenas alguns movimentos para se defender, um
pouco de ginástica. Já adolescente, ela começou a treinar com alguns dos homens. Yuri queria
saber sem sombra de dúvida que ela poderia cuidar de si mesma no momento em que ela foi para
a faculdade. Aquela mulher poderia superar pelo menos metade de seus homens no combate
corpo a corpo."

"E com uma arma?", perguntou Nikolai.

"Alina não atirou em seu pai", disse Danik friamente. "Ela nunca faria isso. Além disso, ela
nunca treinava com armas. Yuri as odiava. Mal as tolerava em sua casa e nunca a deixaria chegar

perto de uma. Ela é muito habilidosa com uma faca".


Alguém realmente colocou uma lâmina nas mãos daquela mulher? Nikolai ficou pálido ao
pensar. "E como você sabe de tudo isso?", ele perguntou.
"Quer que alguém guarde esta janela agora?" Danik inocentemente ignorou a pergunta, e

Nikolai tentou não franzir a testa.


"Não é realmente um problema alguém tentar entrar", disse ele com um suspiro. "A janela só
abre pelo lado de dentro. Eu não sei como ela planejou voltar, mas ela não teria feito isso por
aqui. Infelizmente, eu não duvido por um único segundo que ela tentaria novamente se eu lhe desse
motivo suficiente. Então sim, vamos vedar a janela."
O porão ficaria menos arejado, mas ele não poderia correr o risco de que ela fugisse
novamente. Em pé, ele ajeitou sua calça e olhou para o guarda na sacada. O homem sabia o
suficiente para não encontrar o olhar de Nikolai. Não importava. Ele tinha gritado bastante
naquela manhã, mas ele não podia culpá-los".

"Provavelmente é hora de chamar Kristof e Timur", disse ele com um tom de preocupação.
Danik pareceu assustado. "Você tem certeza? Acho que eles não descobriram nada".
"Eu não acho que eles vão", Nikolai murmurou sombriamente. "Mas eles fazem ela se sentir
mais segura. Isso é importante."
"Sim, Sr. Sokolov".
Não parecia certo para Danik chamá-lo assim, mas Nikolai não se incomodava em corrigi-lo.
Ele deveria demitir o homem imediatamente por guardar segredos, mas ele tinha a sensação de
que era importante que ele o mantivesse por perto.
Afinal, ele estava na casa antes de ela o pertencer. Yuri o queria ali por alguma razão.
Olhando de relance para a janela de novo, ele não conseguiu evitar de balançar a cabeça.

Alina Petrov era cheia de surpresas.


Capítulo Onze

Alina abriu a janela de trás e se inclinou para fora. Depois da caixa surpresa com o nome
dela e sua saída para o bar há duas noites, Nikolai tinha ficado ainda mais rigoroso. Nada de

sair. Para piorar as coisas, ele não estava por perto para lhe fazer companhia. Se não fosse por
Danik e Iyanna, ela teria sido forçada a cavar um túnel para fugir.
"O que diabos você está fazendo?" Nikolai rugiu.
Ela apenas sorriu enquanto ele saía do carro. Seu rosto era uma mistura de pânico e raiva.

Para irritá-lo ainda mais, ela se abaixou e balançou as pernas para fora. Segurando
cuidadosamente no parapeito interno da janela, ela se sentou na borda e balançou os pés.
"Só estou tomando um pouco de ar fresco!", gritou alegremente.
- Não se mexa! Estou indo."
Confusa, ela observou enquanto ele correu para dentro. Por que diabos ele lhe disse para
não se mover? Ela esperava que ele gritasse com ela para voltar para dentro. Quando a porta de
seu quarto se abriu e bateu na parede com um estrondo, ela girou a cabeça, mas os braços de
Nikolai já estavam ao redor dela enquanto ele a puxava para dentro.
"O que você está fazendo?", ela rosnou. Ele a deixou cair na cama. "Você poderia

simplesmente ter me pedido para entrar."


"Eu não queria que você caísse. Eu devo te proteger. Como diabos eu vou explicar que você
se jogou de uma maldita janela?", ele chiou.
Alina revirou os olhos e saiu da cama. "Então afirmo a você que meu equilíbrio é excelente.
Se você quisesse me tocar de novo, tudo o que precisava fazer era pedir".
Seus olhos ficaram sombrios imediatamente, mas ele não mordeu a isca. "Explique esse
truque. Você está tentando me irritar?"
"Nikolai, nem tudo o que faço é por sua causa", disse ela friamente. "Como eu já disse, eu
estava tomando um pouco de ar fresco. Sua nova proibição de me manter dentro de casa me faz

querer arrancar os cabelos. Honestamente, você vai precisar me deixar sair em algum momento."

"Não é seguro."
"Eu sei disso. Você nunca me deixou esquecer. Nikolai, não é que eu queira morrer ou que eu

não aprecie o que você está fazendo por mim, mas estou enlouquecendo. Eu usaria sempre um
colete à prova de balas e carregaria um escudo se você quisesse, mas eu preciso sair desta casa.
Eu preciso sair da propriedade e me sentir como uma pessoa normal por apenas alguns minutos."
Ele abriu a boca, e ela sabia que ele diria não, mas em vez disso ele apenas suspirou e

balançou a cabeça. "Fique longe das janelas, Alina. Eu vou ver o que posso fazer sobre talvez nós
sairmos para comer hoje à noite."
Quando seu coração acelerou um pouco, seus olhos se arregalaram. "Nós? Juntos?", disse
ela, com dificuldade.
"Você não pensou que eu a deixaria sair sozinha, não é?" Ele perguntou. O brilho de
irritação em seus olhos desapareceu, e ele sorriu lentamente. "Você não sai desta casa a menos
que eu esteja do seu lado. Então, se você quiser sair esta noite, você deve esperar um jantar íntimo.
Comigo."
Incapaz de dizer qualquer coisa, ela apenas assentiu com a cabeça. De repente, sua noite

for a de asa para tomar um ar fresco parecia estar se transformando em um encontro.


Com Nikolai.
Talvez ficar dentro não fosse uma má ideia. Ela estaria mais segura. Havia um homem
querendo matá-la.
"Se você mudar de ideia, querida, me avise."
Ele fechou a porta silenciosamente atrás dele, mas ela ainda estava com a atenção voltada
para a palavra afetuosa.
Querida.
Ela estava preocupada com muita coisa, e não tinha nada a ver com o assassino de seu pai.
***

Poucos minutos antes de saírem para o jantar, houve uma batida em sua porta. "Alina?"

Sussurrou Iyanna. "Alina, sou eu!"


Preocupada, Alina abriu a porta e franziu a testa. "O que há de errado?"
A moça se endireitou e sorriu. "Errado? Por que você acha que algo está errado?"
"Você está sussurrando".

"Ah. Desculpa. Eu não tinha certeza se Nikolai estava por perto."


Alina abriu mais a porta e deixou a moça entrar. "Você não deveria estar aqui? Por que
importaria se Nikolai estivesse aqui?"
"Eu não queria interromper nada. Achei que vocês dois se divertiriam um pouco antes de
sair…sabe… se divertiriam um pouco.
"Iyanna!" Alina ofegou. "Você é muito jovem para pensar sobre esse tipo de coisa. Não
estamos nos divertindo. Nós não vamos nos divertir. Vou jantar fora para não acabar
enlouquecendo, e Nikolai vai se assegurar de que ninguém tente me matar. Isso não é um encontro".
A criada sorriu para ela. "Então por que você está usando uma blusa preta rendada e bem

decotada e uma saia que está abraçando todas essas curvas."


Corando, Alina caminhou até o espelho e olhou para o seu reflexo. Era verdade que ela
tinha tomado alguns cuidados extras com sua roupa. "Não tem nada a ver com Nikolai. Eu sinto que
estou prestes a ser liberada. Então não me julgue se eu quiser usar algo bonito na minha noite de
liberdade."
"Certo." Os olhos de Iyanna se iluminaram com alegria. "Nikolai é um gato, e eu vi o modo
como vocês dois se olham. Se vocês passarem a noite sem ao menos um beijo, eu vou sair e
comprar jantar para você todas as noites por uma semana."
Alina jogou a cabeça para trás e riu. "Sua mãe é uma boa cozinheira."
"Fala sério. Nikolai só a mantém por perto porque tem medo dela."

"Iyanna, você vai ter que me trazer jantares de vários lugares da cidade, porque eu não me

sinto atraída por Nikolai", Alina mentiu.


"Sei", a jovem disse, cética, uma segunda vez. "Então, se você admitir que a noite acabou

ficando quente, você tem que limpar a cozinha por uma semana."
Alina olhou para ela, e Iyanna estremeceu. "Minha mãe odeia ver uma única migalha no
chão. Você vai praticamente ter que lamber o chão para limpá-lo."
Alina pegou o brilho labial na mesa. "Mais uma razão para me manter longe dele."

"Diz a mulher que está passando gloss." Iyanna piscou para ela. "Vai ser legal ficar longe da
cozinha por uma semana."
"Sua atrevida", Alina murmurou, mas Iyanna já longe da porta e rindo. Não havia chance de
que Nikolai a tocasse. Quando ela admitiu que era virgem, ele se afastou o mais rápido que pôde.
O que quer que ele estivesse planejando para aquela noite, não tinha nada a ver com beijá-la.
Nem com fazer qualquer outra coisa com ela.
"Alina?"
Virando-se para a nova voz, Alina baixou o brilho labial. "Danik. Você me assustou", ela
disse enquanto levava a mão ao peito.

"Me desculpe", ele disse enquanto limpava a garganta. "Sua porta estava aberta. O Sr.
Sokolov está esperando por você no carro".
"Esperando por mim no carro?" Ela torceu o nariz. "Que romântico."
"Você queria que fosse romântico?"
Franzindo a testa, Alina virou e pegou sua bolsa. "Isso não tem nada a ver com romance,
Danik. Eu só quero ficar longe desta propriedade sem se preocupar se Nikolai vai me matar. Teria
sido educado se ele tivesse vindo pessoalmente, mas é culpa minha pensar que Nikolai Sokolov
poderia ser educado".
Danik bufou, mas não disse nada enquanto descia as escadas. Nikolai nem sequer teve a
decência de esperar do lado de fora do carro. Ele estava no carro e olhando para o relógio com

impaciência.

"Você vai ser desagradável a noite toda?" Ela perguntou com os dentes cerrados.
Ele só precisou de um olhar para ela para que um sorriso se espalhasse lentamente sobre

seu rosto. "Ah, eu tenho a sensação de que podemos tornar esta noite muito agradável para você."
Olhando para ele, ela deslizou para dentro do carro. "Não se preocupe em tentar me
seduzir agora. Você teve sua chance."
"O que diabos faz você pensar que eu quero te seduzir?"

"O que você quer dizer? Eu vi a forma como você estava olhando para mim."
"E como eu estava olhando para você?"
O carro começou a andar, e ela imediatamente se virou e olhou pela janela. "Eu não quero
mais falar sobre isso. Eu só quero ter um bom jantar longe de sua casa. Você poderia ter enviado
alguns de seus guardas. Ou talvez Timur e Kristof? Lembra deles? Meus amigos que você afastou?"
"Eles não são seus amigos, Alina. Eles eram homens de seu pai e agora eles são meus
homens. Quando eu precisar que eles voltem, vou fazê-los voltar. Agora aproveite sua noite for a
de casa tente aproveitá-la tranquilamente."
Isso não seria fácil com ele tão perto. Irritada, Alina se mexia, movendo-se no assento,

cruzando e descruzando as pernas continuamente. Ela tinha achado que Nikolai iria escolher um
lugar perto, mas demorou quase meia hora para chegarem ao destino.
"Cruzaks?" Ela perguntou enquanto estacionavam. Cruzaks, a nova churrascaria do lugar,
era o lugar mais comentado da cidade. "Mas esse lugar não deve abrir até a próxima semana".
"Alguém me devia um favor", disse Nikolai. "Vai ser mais fácil ficar de olho em tudo sem uma
centena de pessoas circulando pelo lugar."
Os sentimentos calorosos escaparam dela assim que ela saiu do carro. Era bom que Nikolai
estivesse tão vigilante sobre sua segurança, mas teria sido bom se ele tivesse feito algo gentil
porque achou que ela fosse gostar.
"O que foi? ", ele perguntou quando viu o rosto dela. "O que há de errado agora?"

"Nada", ela conseguiu dizer enquanto sorria para ele. "Isso é ótimo. Obrigada."

Ela manteve o queixo erguido enquanto passava por ele, mas ele estendeu a mão e pegou
na sua. "Foi um favor muito grande eu ter ligado e arranjado tudo para que você pudesse ter

acesso a isso", ele sussurrou em seu ouvido. "Então, da próxima vez que você sorrir esta noite, é
melhor que seja verdadeiro."
Incapaz de olhar em seus olhos, ela apenas concordou com a cabeça e puxou sua mão de
volta. O motorista abriu a porta do restaurante e Alina sentiu seus problemas desaparecerem. O

lugar era magnífico. Luzinhas decorativas desciam pelas paredes e pequenos lustres cintilavam do
teto. Fontes que faziam a água fluir em pequenos canais iluminados davam privacidade entre uma
mesa e outra. Toalhas brancas enfeitavam mesas redondas e velas dançavam dentro de enfeites
de vidro.
"Meu Deus", ela sussurrou quando seu queixo caiu.
"Bem-vindos!" Um homem de estatura baixa rapidamente correu até eles com os braços
abertos. "Bem-vindos ao Cruzaks! Eu sou o gerente, Gavin. Ficamos lisonjeados pela presença de
vocês para a nossa pré-estreia! De acordo com as instruções do Sr. Sokolov, não estamos
totalmente equipados, mas estou confiante de que podemos satisfazer todas as suas necessidades!

E posso dizer, minha querida, que você está encantadora".


"Não, você não pode", Nikolai o cortou. "E confio em você para manter esta noite tranquila."
"Sim, senhor. Os funcionários acham que vocês são críticos gastronômicos. De quantas mesas
você vai precisar esta noite?"
"Uma, para a senhorita e eu. Uma mesa de canto próxima aos fundos, por favor. E três
perto da porta e janelas para os meus homens".
"E eles vão comer?" Alina perguntou rapidamente.
Nikolai lhe deu um olhar divertido. "Sim, Alina. Vão comer".
Ela imediatamente relaxou. "Tenho certeza que esta noite será maravilhosa. Obrigada,
Gavin".

O gerente assentiu e os levou até a sua mesa. Alina ficou rígida quando sentiu a mão de

Nikolai na parte de trás das costas, mas ele não lhe deu nenhuma escolha enquanto a encaminhava
suavemente para a parte de trás do restaurante.

"Posso começar com uma garrafa de vinho?"


"Sem vinho", disse Nikolai rapidamente.
"Na verdade", Alina disse enquanto lançava um olhar sério para Nikolai. "Eu adoraria uma
taça de merlot."

"Sim senhorita. Será um prazer. Eu também serei o seu garçom esta noite, então voltarei em
breve. Por favor, me avisem se tiverem alguma dúvida. Eu explicaria qualquer item do meu com
prazer."
Gavin se curvou e se afastou rapidamente. Alina deslizou para um lado do assento e olhou
para Nikolai, enquanto ele rapidamente sentou bem próximo dela. "O que você está fazendo?"
"Sentando".
"E por que você não está sentando do outro lado?"
"Mais fácil para eu te proteger".
Aquilo provavelmente fazia sentido. Ela engoliu seco e tentou se concentrar no menu. Sua

presença era difícil de ignorar. O calor emanava dele, e seu cheiro invadiu seus sentidos. Ela não
queria nada mais além de se apoiar contra ele e apenas relaxar.
A simples imagem disso em sua cabeça a deixou nervosa.
"O que você quer?" Ele sussurrou em seu ouvido.
"O quê?" Ela se endireitou e tentou se aproximar da parede.
"Para o jantar, Alina. O que você quer jantar?"
"Certo." Ela mordeu o lábio inferior e tentou se concentrar. Ela vestiu aquela roupa para que
pudesse passar a imagem de uma sedutora confiante, mas quanto mais perto ele chegava, mais
seu cérebro se perdia. "Não tenho certeza. Tudo parece tão bom".
"Não tenho dúvidas de que será excelente." Ele parecia falar de algo além da comida.

Céus. Ela não tinha dúvida de que seria excelente. Desejando aquela taça de vinho

desesperadamente, ela ficou aliviada quando Gavin apareceu. Murmurando sua oração de
agradecimento, ela deu um grande gole na taça e tentou ignorar o olhar direto Nikolai lhe dava.

"Então, o que eu posso oferecer a vocês esta noite?"


"Parece que vamos precisar daquela garrafa de vinho", disse Nikolai secamente. Ela estava
prestes a contestar quando ele teve a petulância de pedir por ela.
"O que diabos foi isso?" Ela soltou quando Gavin se afastou.

Ele encolheu os ombros e se inclinou para trás. "Se eu deixar você mesma fazer o pedido,
você vai levar o dia todo. Você nunca parece saber o que quer, Alina".
"O que eu queria era uma noite tranquila para me divertir", ela murmurou suavemente. Assim
que as palavras saíram de sua boca, ela sentiu uma onda de culpa. "Sinto muito, Nikolai. Tenho
certeza que organizar isso não foi fácil. Estou realmente impressionada."
"Que bom. Eu estava torcendo para que você ficasse."
"Mesmo? Você queria que eu ficasse impressionada?"
Desta vez, foi ele quem desviou o olhar. "Não fique com a impressão errada, Alina. Só quero
que você se divirta. Você é mais fácil de lidar quando está feliz".

Ela fez um som de repulsa e pegou o vinho novamente. Justo quando ela pensou que
poderia ser agradável novamente, ele teve que abrir sua boca grande e acabar com tudo. "Por
uma noite, eu queria esquecer que alguém estava tentando me matar. Isso é pedir demais?"
Ele virou a cabeça e lançou a ela um olhar penetrante. "É por isso que você tentou se jogar
pela janela?"
"Pelo amor de Deus, Nikolai, eu estava sentada na janela. Eu estava perfeitamente bem. Eu
não estava tentando me matar."
"Por que não me disse que estava inquieta?"
"Fugir no meio da noite para ver a minha melhor amiga já não foi o suficiente para você
perceber?"

"Adolescentes rebeldes fogem no meio da noite, Alina. Olha, eu sei que você está infeliz, mas

você precisa confiar em mim. Deixe-me fazer o meu trabalho, e tudo isso logo vai acabar."
"Seu trabalho? Nikolai, você é um chefe da máfia. Você não é um investigador. Você não é

um guarda-costas. Por que eu deveria confiar em você para me proteger?"


Por um momento, ela pensou ter visto um olhar de angústia em seu rosto. "Se você não sabe
a resposta, então acho que não importa o que eu lhe diga. Beba seu vinho, Alina".
"Por que você está bravo comigo?"

"Eu não estou." Ele estendeu o braço e gentilmente tocou sua coxa. "Estou bravo comigo
mesmo".
Então, sem dizer outra palavra, ele pegou sua água e se levantou para se juntar aos seus
homens. Deixada sozinha na mesa, ela não podia deixar de se sentir miserável. Ela esperava
comer sozinha naquela noite, mas aquilo era diferente. Não era apenas comer sozinha. Era
rejeição.
Eu mantenho você aqui, princesa, porque o mundo é um lugar difícil. Eu sei que isso é egoísta,
mas eu veria você viver sua vida sem nunca derramar uma lágrima ou sentir medo. Você deve manter
sua cabeça erguida. Quando os momentos difíceis vierem—e eles virão—eu sei que você vai vencê-

los. Mesmo que eu não esteja lá para te proteger.

.
Capítulo Doze

Nikolai comeu em sua mesa enquanto conferia os relatórios de seus tenentes. Até agora,
ninguém parecia estar desafiando seu título. Isso não significava que ele deveria relaxar.

Não que ele pudesse. Apesar de sua promessa de ficar longe dela, ele não conseguia tirar
Alina da cabeça. Cada vez que ele fechava os olhos, ele a via arqueando as costas, incitando-o a
lambê-la e a chupá-la. Ele ouviu os gemidos suaves quando ele a tocou. Lembrou-se do seu gosto.
De como estava molhada para ele.

Como ela tinha dito que ela era virgem.


Para sua própria sanidade, ele precisava sair e finalmente encontrar uma maldita mulher
para ajudar a liberar a tensão em seu corpo, mas isso não ia acontecer hoje à noite. Ele não tinha
conseguido mais de dez horas de sono ao todo nas últimas quatro noites. Se ele não dormisse esta
noite, era provável que caísse de exaustão. Ou cometesse um erro que faria com que ele e Alina
fossem mortos.
Depois que ele tinha certeza de que Alina tinha ido para a cama, ele finalmente saiu do
escritório. Ele se sentia quase covardemente escondido dela, mas o que ele poderia fazer?
Não ela.

O pensamento de dormir umas oito horas seguidas o alegrou um pouco conforme ele se
arrastou até as escadas. Uma boa ducha quente e, em seguida, direto para a cama.
Algumas gotas de água decoraram o balcão. Ele apertou sua mandíbula vendo aquilo até
que percebeu que isso significava que ela estava usando aquele banheiro. Ele não queria que ela
tivesse medo dele, e se isso significava que ele tinha que se acostumar a gotas de água no balcão,
ele poderia lidar com isso.
Tirando suas roupas, ele entrou no chuveiro e deixou a água quente escorrer sobre seu
corpo. Os jatos massageavam seus músculos, e ele fechou os olhos e tentou relaxar.
O chuveiro era grande o suficiente para dois. A banheira era grande o suficiente para dois.

Ele poderia se juntar a ela em ambos. Ele poderia sentá-la no banco e enterrar o rosto entre suas

pernas até que ela implorasse por misericórdia. Ele poderia montá-lo na banheira até que ele
tivesse derramado até a última gota de sua essência dentro dela.

"Porra", ele murmurou enquanto abria os olhos. O que diabos havia de errado com ele? Ele
não era um adolescente comandado pelos hormônios.
Desligando o chuveiro com raiva, ele pegou uma toalha e a envolveu em torno da cintura.
Depois envolveu uma menor na cabeça.

Foi quando ele ouviu.


Sentindo o seu sangue gelar, ele ficou atento até ouvir novamente. O som de uma luta. Era
suave, mas Alina estava definitivamente chorando de dor.
Antes mesmo de pensar a respeito, ele abriu a porta e entrou no quarto, prestes a espancar
um agressor. Mas Alina estava sozinha.
Presa no que deveria ser um pesadelo, ela estava enrolada em uma posição fetal no sofá e
choramingando. Seu corpo balançava lentamente para trás e para frente, e Nikolai sentiu seu
coração partir. Ele deveria tê-la deixado ali. Ele estava vestindo apenas uma toalha, e ela estava
com uma regata tão for a do lugar que seu mamilo estava exposto, mas vendo-a com medo, presa

a um pesadelo, ele sentiu a empatia crescer dentro dele, não o seu desejo.
Ele atravessou o quarto e se inclinou para baixo. "Alina", ele sussurrou. Não querendo
assustá-la, ele gentilmente tocou seu ombro. "Alina".
Ela acordou como um gato selvagem. Com um grito, ela se lançou sobre ele. Desviando, ele
escapou de um soco por pouco. "Alina! Alina!", ele gritou. Agarrando-a pela cintura, ele a jogou de
volta no sofá e segurou seus ombros. "Pare. Sou só eu."
Seus olhos se arregalaram ao reconhecê-lo. "Nikolai? O que você está fazendo?"
Agora que seu medo estava se dissipando, a tensão sexual voltou como um soco no
estômago. Seria tão fácil deslizar os dedos sob o elástico de sua calcinha de renda e acariciá-la
até que ela estremecesse em seus braços.

"Você estava tendo um pesadelo", ele disse, mais irritado do que deveria estar. Respirando

fundo, baixou a voz. "Eu ouvi você chorando, e eu pensei que você estava sendo atacada."
"Desculpe", ela disse suavemente. "Mas obrigada por ter vindo em meu socorro."

Só a sua voz, quando não estava gritando com ele, já era o suficiente para deixá-lo duro
de tanto desejo. "Alina, você tem pesadelos com frequência?"
Ela imediatamente se afastou e levantou o queixo. Ela obviamente não queria sua piedade
ou compaixão, e ele sabia que ela estava prestes a mentir para ele.

"Não", ela murmurou.


"Mentirosa", ele resmungou. "Alina, por que você está dormindo aqui? Há uma cama
perfeitamente boa ali."
O olhar dela seguiu para o chão. "Eu sei. Eu gosto mais daqui."
"Por quê?" Ela não respondeu, e ele suspirou. "Alina, eu não vou embora até que você me
responder."
"É boa demais", ela disse suavemente. "Eu não acho que me sentiria confortável nela. Não
é..." Ela respirou fundo. "Não é o tipo de cama onde eu deveria estar dormindo."
Do que diabos ela estava falando? Boa demais? Ele tinha comprado tudo especificamente

para ela porque sabia que ela estava acostumada com coisas boas. Mordendo a língua, ele
fechou os olhos e contou até cinco. Ele não iria conseguir descansar sabendo que ela estava ali.
Sem dizer uma única palavra, ele se inclinou e a ergueu, mesmo sabendo que era uma má
ideia.
"Nikolai", ela ofegou quando lançou os braços ao redor dele. "O que diabos você está
fazendo? Solte-me?"
"Você não vai dormir no maldito sofá", ele murmurou, carregando-a através do banheiro
entre os quartos. "E se você não vai dormir em sua cama, então você vai dormir na minha."
Ao contrário da dela, sua cama era o mais simples possível. Cobertura azul macia. Lençóis
baratos. Dois travesseiros. Sem frescuras. Sem seda ou dossel romântico. Antes que ela pudesse

argumentar, ele a jogou sobre ela.

O movimento desfez o nó de sua toalha, e ela deslizou para o chão. Nu e duro como uma
rocha, ele encontrou seu olhar e observou sua expressão. Seus olhos se arregalaram de forma

inocente, mas ela não desviou o olhar.


Ela olhou fixamente.
"Vá dormir", ele ordenou enquanto se afastava dela. Desligando a luz, ele abriu a gaveta e
pegou uma cueca boxer.

"Onde você vai dormir?"


Em seu escritório. No sofá. Na porra do gramado lá fora. Em qualquer lugar que não fosse
ao lado de seu corpo sexy.
"A cama é minha", ele murmurou. "E eu vou dormir nela."
Ele a ouviu suspirar na escuridão e não pôde deixar de sorrir. Não foi um suspiro de
indignação, mas cheio de desejo.

***

Ela não era tão inocente. Ela já tinha visto um pênis antes. Ela assistiu alguns vídeos
pornográficos por curiosidade e folheou algumas revistas que suas amigas tinham. Tinha havido
vários estudantes bêbados correndo pelados no campus da faculdade. Ela já tinha visto homens
nus antes.
Mas ela nunca tinha visto alguém parecido com Nikolai Sokolov. Seu corpo nu era magnífico.
Pele fina sobre músculos bem definidos. Ela queria provar cada centímetro dele. Um rosto como o
dele naquele corpo deveria ser ilegal. Mas aquele pau era demais.
Duro. Para ela. Ela queria se derreter nos lençóis. Ela queria implorar para que ele a
tocasse novamente. Ela queria sentar sobre ele até que ele a fizesse sentir todo o prazer que seu
corpo fosse capaz de sentir.

Em vez disso, Alina só podia esperar em um silêncio tenso enquanto ele se arrastava para a

cama ao lado dela. Ela esperava que ele a tocasse, mas ele ficou do seu lado da cama e não
disse uma palavra. Decepcionada, ela se encolheu de costas para ele e tentou adormecer.

A cama era quente e confortável, mas o cheiro dele estava por tudo. Ela não podia respirar
sem que ele a invadisse, zombando dela, lembrando-a de que ela poderia estender o braço e
tocá-lo, mas que ela não poderia tê-lo.
Finalmente, quando sua respiração se equilibrou e ela tinha certeza de que ele estava

dormindo, ela cuidadosamente se ergueu e o observou sob a luz da lua.


Ele estava deitado de costas, e seu peito subia e descia com cada respiração. Os lençóis
estavam enrolados em torno de sua cintura, mas deixando seu belo torso exposto. Alina teve uma
vontade de se inclinar e beijá-lo no mamilo. O que ele faria?
Talvez ele nem acordasse.
Hesitante, ela estendeu uma mão trêmula. Se ela pudesse simplesmente tocá-lo, acariciar sua
pele, talvez fosse suficiente para satisfazê-la para que pudesse dormir.
O braço dele foi mais rápido do que ela, e ele agarrou seu pulso. "O que você acha que
está fazendo?", ele perguntou com a voz rouca.

Alina ofegou, mas ela não se afastou. "Eu não queria acordar você", ela sussurrou.
"Eu não estava dormindo. O que você estava tentando fazer?"
"Tocar em você", ela admitiu. "Eu pensei que talvez se eu beijasse você onde você me beijou,
você poderia gostar."
Um grunhido baixo ressoou em seu peito, mas ele não a soltou. "E o que você acha que iria
acontecer se eu gostasse?"
"Pensei que você estivesse dormindo. Eu não pensei que você notaria."
"Então, como você saberia se eu gostasse?"
Droga. Franzindo a testa, Alina mordeu os lábios. Ela não tinha pensado nisso.
"Se você está curiosa, você poderia simplesmente perguntar", ele disse finalmente.

Ela sabia que era uma conversa perigosa, mas não conseguiu evitar. "Onde você gosta de

ser tocado?"
Nikolai imediatamente soltou seu pulso. "Você deveria ir dormir, Alina", ele advertiu.

De repente, Alina percebeu que ela tinha poder sobre ele. Isso a deixou ainda mais ousada,
e ela se aproximou um pouco mais dele.
"Onde você gosta de ser beijado?" Ela perguntou novamente.
Inclinando-se sobre ele, ela deu um pequeno beijo no lóbulo de sua orelha. Seus cabelos

caíram ao redor dele, e ela ouviu enquanto ele suspirou bruscamente. "Eu gostei quando você me
beijou aqui", ela sussurrou. Ele não a impediu, então ela se moveu para baixo e beijou o pescoço.
"Eu realmente gostei quando você me beijou aqui."
Seu corpo inteiro estava tão imóvel que ela não sabia se ele ainda estava acordado, exceto
que estava segurando o fôlego. Respirando fundo, ela desceu ainda mais por seu corpo. "Eu gostei
demais quando você me lambeu aqui." Sua língua percorreu o seu mamilo, e ele explodiu em ação.
Rolando-a para o lado, ele deitou sobre ela e afastou suas pernas com os joelhos. Apoiando contra
sua vagina latejante, ele se moveu lentamente para cima e para baixo. Ela podia sentir sua ereção
forçando contra ela, e ela gemeu.

"Você é provocantemente quente", ele sussurrou roucamente. "Eu quero tanto te foder que
nem consigo pensar direito."
Inclinando-se, ele uniu sua boca à dela e ela o recebeu ansiosamente. Seus beijos a levaram
a lugares que ela achava que não eram possíveis, e enquanto suas cabeças se moviam, ela
envolveu suas pernas ao redor dele e se esfregou com mais força contra ele. Seu corpo estava
pegando fogo, e ela sabia que só ele poderia apagá-lo.
"Nossa", ele gemeu. Agarrando o quadril dela, ele o pressionou contra a cama. "Você não
tem ideia de como você está me atormentando, mas eu não posso. Sua primeira vez deve ser
especial. Você merece isso, e se você não parar de esfregar seu corpo contra o meu, eu vou
perder o controle."

Ele não podia parar agora. Arfando, ela lutou para que ele deixasse ela voltar a se mover.

"Por favor", ela implorou. "Por favor, não aguento mais".


Inclinando-se, ele apoiou sua testa contra a dela. "Alina, você já teve um orgasmo? Já

provocou um em si mesma?"
Sem dizer nada, ela sacudiu a cabeça. Ela brincava consigo mesma de vez em quando, mas
não conseguia ir até o fim. Era uma sensação estranha, e ela tinha medo do que poderia acontecer
se ela continuasse.

Ele a soltou e ela resmungou e se agarrou a ele. "Eu não vou a lugar nenhum", ele sussurrou.
"Eu estou bem aqui. Apenas fique parada".
Fazendo o que ele ordenou, ela mordeu o lábio inferior e esperou. Ele a segurou pela
lateral do seu corpo e se inclinou para beijá-la novamente. Dessa vez, ele foi mais lento, mais
quente, e muito mais perigoso. Sua mão segurou seu seio, e ele esfregou lentamente o polegar
sobre o tecido que cobria seu mamilo. O desejo pulsou nela com um círculo cada vez mais lento e
leve que ele fez, e tudo o que ela conseguiu fazer foi gemer. Seu corpo pertencia a ele. O calor
entre suas pernas ficava cada vez maior, e ela retorceu o quadril, inquieta. Seu corpo se esfregou
contra seu pênis, e ele gemeu.

"Está gostoso, querida?" Ele sussurrou enquanto levantava a cabeça.


Sem dizer nada, ela assentiu. Nunca tinha sentido nada melhor.
"Então você vai amar isso".
Seus lábios tomaram os dela de novo, e seus dedos roçaram levemente sua vagina. O
contato era suave, mas a enlouqueceu. Erguendo o quadril, ela tentou desesperadamente fazê-lo
tocá-la com mais força, mas ele se afastou e continuou com suas provocações.
"Nikolai", ela gritou. "Por favor."
"Paciência, Alina", disse ele com um sorriso. "Seu corpo foi feito para o prazer. Deixe-me
desfrutar disso. Eu quero que você goteje de suor e desejo antes de eu fazer você gozar."
A esse ritmo, não demoraria muito. Ele se inclinou e passou a língua sobre seu mamilo,

chupando o tecido em sua boca e passando os dentes sobre ela. Agarrando-se ao lençol, ela se

moveu inquieta sob ele. Aquilo estava uma tortura. Se ele não a aliviasse logo, ela ia enlouquecer.
"Da próxima vez, eu vou fazer isso em sua boceta", ele prometeu. Ele deslizou a mão por

baixo da calcinha e passou um dedo pela abertura. "Em vez de meus dedos, será a minha língua.
Vou lambê-la bem aqui até que você esteja implorando por mais, e então vou enfiar minha língua
dentro de você. "Enquanto falava, seu dedo penetrou ligeiramente nela e se moveu para frente e
para trás. Com cada gemido que ela soltava, ele afundava seu dedo mais fundo dentro dela. "Vou

te foder com minha língua até que você não aguente mais, e então..."
Ele tirou o dedo e olhou para ela na escuridão. Ela estremeceu ao lado dele e esperou.
"Nikolai", ela sussurrou quando ele não se moveu. "Nikolai, por favor. Não aguento mais. Eu juro.
Estou te implorando".
"Eu vou circular minha língua sobre você assim", ele murmurou roucamente ao pressionar seu
dedo contra seu clitóris. "E eu deslizarei meus dentes sobre você até você explodir."
Não demorou muito. Ouvindo-o, imaginando-o entre suas pernas, sentindo seus dedos
deslizarem sobre sua nuca sensível, ela chegou ao limite. Ele a esfregou com força e velocidade,
mesmo quando seu corpo arqueou sobre a cama, e ela gritou enquanto chegava lá.

"Não se esqueça", ele disse impetuosamente. "Não esqueça que isso é o que eu posso fazer
com você. Só eu."
Mal deu tempo de ouvir aquelas palavras. Ela estremeceu e tremeu quando as ondas de
prazer intenso caíram sobre ela. Finalmente, ela chegou ao seu limite. Ela afundou contra a cama,
exausta. Ele moveu sua mão gentilmente e a estendeu para tocar seus lábios.
Bêbada de êxtase, ela deixou sua língua sair para sentir o gosto. O próprio gosto.
"Nossa, Alina", ele gemeu. "Você acaba comigo."
Ele retirou a mão e se sentou ao lado dela. Seu pau ainda pulsava contra ela, mas ele não
fez nada a respeito. "E você?" Ela sussurrou no escuro.
"Vá dormir, Alina", ele murmurou.

Sentindo-se saciada e segura em seus braços, ela apagou.

Naquela noite, não houve pesadelos.


Capítulo Treze

Alina abriu os olhos e suspirou. Ela se sentia bem. Não se lembrava da última vez em que
dormiu mais do que algumas horas seguidas, e ali estava ela, já sob a luz do dia.

Alongando-se, ela se sentou na cama e bocejou. Olhando para baixo, ela percebeu que
tinha um lençol enrolado no corpo. Percebendo que estava no quarto de Nikolai, as lembranças
voltaram a inundá-la e ela ofegou.
"Meu Deus", ela sussurrou. O que ela fez? Quem era aquela mulher implorando na cama na

noite anterior?
Saindo da cama lentamente, ela olhou para o banheiro e viu que a porta estava aberta.
Nikolai não estava à vista. Parte dela estava aliviada por não ter que vê-lo, e parte dela se
perguntou por que ele não ficou perto dela nem a acordou.
Inundada de ansiedade, ela atravessou o banheiro e foi para o seu quarto, batendo a porta
atrás dela. Só havia uma coisa a se fazer agora.
Enfrentar aquilo como uma mulher.
Recolhendo suas roupas, ela voltou para o banheiro e ligou o chuveiro. O banheiro do
corredor era muito menor. Ela se sentiu engolida quando ela pisou debaixo da ducha. O lugar era

grande o suficiente para três pessoas tomarem banho.


Tentando não pensar em Nikolai tomando banho com outra pessoa, ela se limpou
rapidamente. Toda vez que a esponja de banho tocava seu corpo, ela se lembrou de Nikolai a
tocando. Frenética, ela terminou em tempo recorde e rapidamente se secou. Levando um pente ao
seu cabelo, ela o enrolou, ainda molhado, e o prendeu em um coque desorganizado. Quanto mais
cedo ela saísse do banheiro, melhor.
Vestindo uma calça jeans e a camiseta mais larga que conseguiu encontrar, ela respirou
fundo e correu rapidamente para o andar de baixo. Para a sua surpresa, Nikolai estava na mesa
do café da manhã. Ele olhou sua roupa com uma sobrancelha levantada, mas não comentou nada

a respeito.

"Eu ouvi o chuveiro”, ele explicou. "Eu pensei que você gostaria de tomar café da manhã.
Iyanna manteve alguns ovos quentes para você".

"Obrigada. Eu não pensei que você estaria aqui". As palavras saíram de sua boca antes
que ela pudesse detê-las, e ela imediatamente franziu a testa.
"Eu moro aqui", brincou ele. "Sente-se, Alina. Coma. Acho que você não fez uma refeição
completa desde que chegou aqui, e minha proteção não servirá de nada se você morrer de fome".

Seu estômago roncou, e ela percebeu que estava com fome. Acomodando-se na cadeira, ela
pegou um garfo e começou.
"Deve estar um belo dia lá fora. Fui informado de que você gosta de aproveitar o sol, então
se você quer deitar lá fora um pouco, meus homens são instruídos a ficar de olho em você".
"De roupa de banho?" Ela perguntou com uma carta.
"Não", ele disparou. Alina franziu a testa, e ele imediatamente balançou a cabeça.
"Desculpa. Nada de roupa de banho. Shorts, e um top, se você quiser. Mas por favor esteja vestida
estiver na frente dos guardas."
Aquilo era ciúme? "Você vai ficar aqui o dia todo?"

"Não. Eu preciso sair um pouco, mas eu deveria estar de volta para o jantar. Alina..." Ele
hesitou. "O que aconteceu na noite passada não pode acontecer novamente."
De repente, a comida tinha gosto de papelão. Ela pegou o café e tentou engolir. Ele a
observou, e fez o possível para manter a compostura.
"Claro que não", ela disse finalmente.
Nikolai não ofereceu uma explicação, tampouco ela. O silêncio ficou um pouco estranho, e
ele finalmente se levantou. "Aproveite o dia", ele disse finalmente. "Ah, e mais uma coisa."
Ele parou de falar, e ela levantou a cabeça e olhou para ele. Seu olhar se moveu para além
dela, e ela se virou para encontrar Timur e Kristof de pé ali. Soltando um grito, ela saltou da
cadeira e rapidamente foi abraçá-los.

"Onde diabos vocês dois estiveram?", ela perguntou. "Ninguém fala comigo aqui! É horrível."

"Nossa, obrigado", Nikolai disse secamente. "Estou saindo. Não se esqueça que eles têm
trabalho a fazer, por isso não os segure por muito tempo."

Seu rosto estava quase bravo quando ele passou por eles, e ela deu de ombros. Nikolai era
um homem difícil de entender.
"Onde vocês estavam?" Ela perguntou novamente.
"Senhorita?" Kristof brincou com um sorriso.

"Não", ela bufou. "Sim. Nikolai é rigoroso".


Timur franziu a testa. "É para a sua própria proteção, Alina. Não pense que não ouvimos
falar sobre o que você fez. Nós ouvimos muito de Nikolai sobre o seu comportamento. No que você
estava pensando?"
"Eu não preciso de um sermão de vocês também", ela disse com um suspiro ao dar um passo
para trás. "Vocês estavam procurando o assassino do papai?"
Os dois homens trocaram olhares, e ela teve a resposta.
"Encontraram ele?"
"Não", Kristof disse com uma careta. "Não encontramos nada útil. Nem as autoridades. Não

que eles sirvam para alguma coisa".


"Então por que vocês ainda não estão procurando?" Ela exigiu. "Eu sei que eu os queria
aqui, mas eu prefiro sair daqui o quanto antes, e eu não posso fazer isso a menos que quem fez
isso esteja morto ou atrás das grades."
"Morto?" Kristof perguntou com uma sobrancelha erguida.
A palavra saiu sem que ela pensasse nisso, e ela apertou os lábios. Ela não era uma pessoa
violenta, mas não tinha certeza de que ficaria tão chateada se o assassino de seu pai estivesse
morto.
"Que a justiça seja feita", ela finalmente disse. "Sério, eu sei que Nikolai só pediu que vocês
voltassem porque eu me queixei."

"Nikolai não faz nada porque as pessoas se queixam", Timur disse ironicamente. "Se estamos

de volta, então estamos de volta por uma razão."


Timur provavelmente estava certo. Era ridículo pensar que Nikolai faria qualquer coisa só

por ela.
Bem, exceto na noite passada. Aquilo parecia ter sido só por ela.
"Alina? Você está bem?"
Ela percebeu que seu corpo inteiro estava corado e assentiu. "Estou bem. Vou me deitar ao

sol um pouco".
Ela lhes deu um sorriso grato e foi limpar o prato.
A mãe de Iyanna olhou feio para ela enquanto lavava os pratos, mas ela não se importou.
Se ela não fizesse algo para manter as mãos ocupadas, ela teria mais problemas.
Foi tão bom passar algumas horas sob o sol que ela esqueceu do almoço completamente.
Quando decidiu que era hora de entrar, já eram duas horas da tarde. Aliviada por ter escolhido
um lugar que tinha ficado com mais sombra conforme o sol se movia através do céu, ela correu
para dentro.
Quando a hora do jantar chegou, ela estava praticamente dançando de alegria. Ela não

podia acreditar no quão animada ela estava para ver Nikolai.


Mesmo ele tendo deixado claro que não a tocaria novamente. Ela precisava se concentrar
nisso e não agir como uma adolescente apaixonada feliz só porque ele sorriu para ela.
Trocando sua camiseta por uma blusa que abraçava suas curvas, ela desceu com grandes
expectativas.
Iyanna era a única sentada à mesa. "Oi", ela disse com empolgação. "Há dias que não a
vejo, e estou morrendo de vontade de lhe perguntar por que Nikolai lhe trouxe café da manhã no
outro dia!"
"Onde ele está?" Ela perguntou enquanto se sentava em sua cadeira. "Ele disse que estaria
aqui para o jantar".

"Ele disse?" Iyanna sacudiu a cabeça. "Ele estava aqui cerca de uma hora atrás, mas então

saiu novamente. Eu perguntei sobre o jantar, e ele disse que se tivesse sorte, ele só chegaria em
casa bem tarde."

Tivesse sorte? Alina sentiu seu coração apertar. Claro. Ela não esperava que ele fosse um
santo só porque ele não podia estar com ela. Havia muitas mulheres mais experientes que não o
fazem se sentir culpado.
"Alina?" Iyanna perguntou, preocupada. "Você está bem?"

"Eu não me sinto muito bem", ela murmurou. "Eu acho que vou pular o jantar e ir para a
cama."
"Mas você também perdeu o almoço. Quer que eu telefone para o Danik? Podemos chamar
um médico".
"Isso não é necessário." Ela deu um rápido sorriso para a amiga. "Acho que passei muito
tempo ao sol. Tenho certeza que vou ficar bem de manhã. Obrigada pela companhia. Ah, e sobre
o café da manhã. Ele só queria me lembrar por que estou aqui."
"O que você quer dizer?"
"Para ser protegida", disse Alina suavemente. "O que significa não fugir mais à noite."

"É, aquilo não foi legal. Eu o ouvi gritar ao telefone quando Danik o ligou. Nunca vi o Sr.
Sokolov perder a paciência daquele jeito".
Claramente, Iyanna precisava estar com ela e Nikolai com mais frequência, já que ela o
fazia reagir daquele jeito. Depois de pensar melhor, ela agarrou a garrafa de vinho e sua taça
da mesa e subiu as escadas.
Ela era fraca para essas coisas. Depois de meia garrafa, ela ficou sonolenta. Fechando a
garrafa, ela a colocou sobre a mesa lateral e voltou para o seu sofá. O álcool não a ajudou a
esquecer que Nikolai teria outra pessoa em seus braços naquela noite, mas a ajudou a dormir.
Só que não afastou os pesadelos.
***

Nikolai deixou o clube e entrou no carro, cansado. Ele foi pego de surpresa quando dois dos

outros chefões da máfia quiseram falar com ele. Foi sua primeira reunião oficial, e ele percebeu
que ele deveria ter convocado uma reunião logo após Yuri morrer. Em vez disso, ele tinha estado
ocupado atrás do assassino.
Mas a sorte estava ao seu lado. Eles não pareciam terrivelmente chateados. Em vez de

terminar o encontro cedo e com raiva, eles jogaram baralho até bem depois da meia-noite. Nikolai
não era bobo. Ele teve a chance de vencer algumas vezes, mas deixou pra lá. A paz entre as três
famílias era importante, e ele não queria perturbar o equilíbrio. Eles falaram sobre território e
dinheiro. Foi uma noite tranquila, mas ele não pôde deixar de sentir uma tensão estranha no ar. Foi
só quando eles lhe deram um tapinha nas costas e comentaram sobre sua crueldade que ele
entendeu.
Eles achavam que ele matou Yuri.
Seu motorista ligou o carro, e Nikolai ficou surpreso ao descobrir que seu guarda-costas
habitual tinha desaparecido. Em vez disso, Timur estava sentado no banco de trás.

"O que está acontecendo?" Nikolai resmungou.


"Eu me senti um pouco inquieto. Pensei que deveria esticar minhas pernas. Espero que você
não se importe com a troca", Timur disse com tranquilidade.
Nikolai olhou para o homem, mas não pediu mais informações. Se havia uma coisa que ele
sabia sobre Timur, era que o homem não dizia nada até estar pronto. Timur e Kristof nasceram
dentro da máfia. Os pais e avôs de ambos tinham servido. No momento em que Nikolai entrou, os
dois homens foram colados ao lado de Alina.
"Você já se perguntou se Yuri cometeu um erro?" Nikolai perguntou curioso. "E que talvez ele
devesse ter escolhido outra pessoa?"
"Se você está perguntando se eu estou com ciúmes, a resposta é não", Timur disse, com

calma. "Eu não quero a responsabilidade que está sob os seus ombros nem por todo o dinheiro do

mundo. Quase todos os homens sentem o mesmo. Confiávamos em Yuri Petrov, e confiamos na sua
decisão de nomeá-lo."

"Eu aprecio o gesto. Ainda assim, se eu não consigo controlar uma mulher, como conseguir
controlar um território? "Ele murmurou sombriamente. Alina nunca saía de seus pensamentos.
"É muito injusto comparar um território inteiro com Alina Petrov", disse Timur com um sorriso.
"Ela já nos desafiava quando tinha dois anos de idade. Ela era um furação naquela época, e ela é

um furação hoje."
"Às vezes", concordou Nikolai. "E às vezes ela parece tão mal."
"Ela não tem família".
Nikolai virou bruscamente a cabeça. "Ela tem um tio".
"De sangue, talvez, mas aquele homem não é sua família", exclamou Timur.
"Bem, se ele não é sua família, mesmo que de sangue, então você provavelmente deve
considerar você e Kristof sua família, embora não tenham o mesmo sangue."
Timur não disse nada, e Nikolai não pôde deixar de pensar que isso dizia muito sobre o que
ele estaria pensando. Mas ele simplesmente não sabia o que era.

"Quem você acha que matou Yuri?" Nikolai perguntou de repente. "Você estava lá naquele
dia. Certamente você tem suas suspeitas".
"Estamos seguindo algumas pistas. Todos apontam para uma única pessoa", disse Timur
suavemente.
"E quem é?"
"Você."
Nikolai imediatamente congelou. Sua mão avançou para a arma escondida no lado da
porta, e Timur bufou. "Se eu pensasse que você matou Yuri, Alina não estaria sob seu teto. Calma,
Sokolov".
Nikolai relaxou e esperou que Timur continuasse, mas o guarda não disse mais nada.

Qualquer que fosse a razão de Timur estar no carro com ele, não era para falar.

No momento em que o carro chegou na casa, ele estava quase caindo de sono. Afrouxando
os botões de sua camisa, ele subiu as escadas de dois em dois degraus até o seu quarto. Abrindo

a porta quietamente, ele manteve as luzes apagadas para que ele não a perturbasse.
Quando ele se arrastou para a cama, percebeu que Alina não estava lá.
Irritado, ele contemplou deixar isso pra lá, mas ele sabia que ela provavelmente estava
naquele maldito sofá desconfortável novamente. Com um rosnado, ele se afastou da cama e abriu

a porta do quarto dela.


Ela estava no sofá. E no meio de um pesadelo.
Recolhendo-a cuidadosamente em seus braços, ele a levou até sua cama. Quando ela deitou
em seu colchão, seus gritos pararam, e ela se acalmou. Ele pensou em despi-la para que ela se
sentisse mais confortável, mas ele não queria acordá-la.
Deslizando na cama atrás dela, ele a abraçou e beijou suavemente sua bochecha. Ao deitar
para dormir, ele não pôde deixar de pensar sobre a garrafa de vinho que estava sobre a mesa.
Capítulo Quatorze

Ela estava no quarto de Nikolai. Mais uma vez. Como diabos isso aconteceu? Confusa, ela
saiu da cama e afastou os cabelos dos olhos. Ela ainda estava completamente vestida, e era óbvio

pelo estado da cama que Nikolai tinha estado nela em algum momento.
Ela andou por conta própria? Havia alguma outra explicação?
"Bom trabalho, Alina", ela murmurou para si mesma. "Que forma de piorar a situação."
Olhando para o relógio ao lado da cama, ela ofegou quando percebeu que era quase meio-dia.

Ela nunca dormia até tão tarde.


Ainda mais irritada consigo mesma, ela tirou a blusa amassada que tinha usado para o
jantar e pegou outra camiseta. Não importava. Não havia como Nikolai estar ali.
Na esperança de encontrar algum tipo de almoço, ela correu para a cozinha e olhou em
volta para qualquer sinal de Nikolai. Não havia nenhum.
De fato, o dia inteiro passou sem que ela o visse. Ela leu um pouco, mas na maioria das
vezes apenas andou de um lado para o outro, frustrada. No fundo, ela sabia que ele tinha muita
coisa para fazer, mas não podia deixar de se preocupar que ele a estava evitando.
Depois de comer o jantar sozinha, ela limpou tudo e começou a andar pelo corredor quando

ouviu vozes vindas do escritório de Nikolai.


Seu peito apertou quando ela percebeu que ele tinha voltado, e ela se aproximou para ver
se conseguia ouvi-lo. A porta estava fechada, mas a conversa escapava pelas frestas.
"Eles acham que têm uma pista sobre a arma", disse Kristof em voz baixa. "É um trinta e oito,
e as balas correspondem a outro crime de dois anos atrás."
Seus olhos se arregalaram e ela atravessou a porta. "Eles têm alguém preso?" Ela exigiu.
"Alina", Nikolai disse calmamente. "Você nunca deve entrar neste escritório sem permissão.
Você deve bater."
"Dane-se", ela rosnou. Concentrando-se em Kristof, ela perguntou novamente. "Eles têm

alguém preso?"

Ele lançou um olhar inquieto para Nikolai, e Nikolai acenou com a mão. "Desculpe, Alina",
murmurou Kristof quando saiu do escritório.

Irritada, ela foi para cima dela. "Eu sou a filha dele. Eu não deveria estar recebendo essas
informações em segunda mão! A polícia deveria estar falando comigo, não com você!"
"E se as autoridades estivessem divulgando essas informações, tenho certeza que você seria
a primeira a saber", disse ele com a voz serena.

"Que diabos isso significa? Eles estão escondendo informações?"


"Gostando disso ou não, você e eu ainda somos suspeitos. Eles não vão nos dizer nada. Eu
deixei Kristof e Timur de olho em tudo. Eles vêm trazendo informações para mim, e antes que você
pergunte, não. Não há mais nada de relevante".
"Bem, o que isso significa? Eles sabem quem fez isso?"
"Se eles podem ligar isso a outro crime, e parece que eles podem, então eles provavelmente
têm um suspeito." Suas palavras foram cuidadosas, e ela estreitou os olhos.
"Você sabe mais do que você está me dizendo", ela o acusou. "Por quê?"
"Não quero que você se envolva".

"Já estou envolvida!"


"Não, dessa forma você não está", ele disse suavemente. "Deixe-os fazer o seu trabalho.
Deixe-me fazer o meu trabalho. Eu prometo que vou encontrá-lo."
"Apesar do que você possa pensar, eu conheço meu pai. Conheço os homens ao redor do
meu pai. Prestei melhor atenção do que você pensa. Eu poderia ajudar. Você tem que me deixar
ajudar", ela implorou. Ela precisava estar envolvida. Ela precisava se sentir útil.
"Não". A palavra foi brusca e final.
Endireitando-se o máximo que pôde, ela o encarou. "Você quer uma transição perfeita para
o chefe desta organização? Você tem que me proteger. Posso tornar isso muito difícil para você".
Ele a olhou com incredulidade. "Você está me ameaçando?"

"Eu não gosto de ser controlada. Eu não gosto de ficar de fora. E eu com certeza não vou

me sentar enquanto você faz as duas coisas. Eu estou saindo." Virando-se, ela fugiu do escritório.
Ela podia ouvi-lo chamando seu nome, mas ela não se virou. Ele estava deliberadamente

escondendo alguma coisa dela, e se ele pensava que ela ia ficar parada enquanto ele a mantinha
afastada da verdade, ele estava muito enganado.
Ele se moveu tão silenciosamente que ela nem sequer o ouviu. Quando ela pôs o pé no
degrau superior, ele apareceu ao seu lado. Antes que ela percebesse, ele a agarrou pelo pulso e

puxou-a para seu quarto. Fechando a porta, ele surgiu em sua frente com fogo em seus olhos.
"Você nunca deve me ameaçar assim! Você me entendeu? "Ele rugiu.
"Não foi uma ameaça", ela retrucou. "Eu estou saindo. Você não fez nada além de me
controlar desde o dia em que cheguei aqui. Tentei seguir suas regras porque você estava me
protegendo, mas agora você está tentando me impedir de investigar o assassinato de meu pai.
Essa é a última gota, Nikolai. Você tem alguma ideia do quanto me machuca saber que seu
assassino ainda está lá fora?"
"Eu sei", ele disparou. "Eu sei muito bem o que isso está fazendo com você. Você mal come.
Você mal dorme, e quando você consegue, você tem pesadelos sobre isso. Eu deveria saber porque

você só se acalma quando está na minha cama."


O coração dela disparou enquanto ela olhava para ele. "Tenho certeza de que é uma
grande inconveniência para você", disse ela friamente. "Só para deixar claro, eu nem me lembro
de ter entrado em sua cama na noite passada, mas posso garantir que isso não vai acontecer
novamente, porque eu não pretendo estar perto de você esta noite."
"Você deve ser a mulher mais teimosa que eu já conheci", ele rosnou. "Não é um
inconveniente para mim, e você não veio para a minha cama ontem à noite. Eu a carreguei até lá".
Ele fez o quê? Sua boca se abriu para responder, mas nenhum som saiu.
"E você não vai a lugar nenhum. Você pode gritar e gritar e ameaçar o quanto quiser, mas
você não vai durar um dia fora da minha proteção. Deus sabe que eu quero estrangulá-la, mas eu

não poderia viver em paz se algo acontecesse com você. Você entende isso? Isso não tem nada a

ver com a máfia".


Alina não entendeu. Engolindo com dificuldade, ela tentou não mostrar o quanto estava

tremendo. "Deixe-me ajudar", ela sussurrou.


"Não." Sua voz foi dura e definitiva. "É muito perigoso, Alina. Você não está me ouvindo? Eu
não arriscaria você por nada."
Ela abriu a boca novamente, mas as palavras não saíram. Antes que ela pudesse até mesmo

piscar, ele a puxou rudemente em seus braços e a beijou com força, engolindo qualquer argumento
que ela pudesse ter. Seu calor a incendiou, e ela gemeu impotente contra ele enquanto suas mãos
percorriam o seu corpo.
Plantando as mãos em sua bunda, ele a ergueu, e ela envolveu suas pernas em torno de seu
quadril. Mesmo através de sua calça, sua ereção era evidente, e ela se esfregou contra ele.
Afastando sua boca da dela, ele lambeu um caminho de sua orelha até a curva de seu
pescoço e os levou até a cama. Eles caíram juntos, e ele gemeu enquanto suas mãos imediatamente
passavam sob sua camiseta e a levantavam. Não havia uma única dúvida em sua mente quando
ela o deixou puxar e abrir seu sutiã.

"Nikolai", murmurou ela.


"Calma, Alina", disse ele. "Eu não vou te machucar, mas eu preciso senti-la. Eu não consigo
tirar você da minha cabeça. Não importa o que eu faça, não importa onde eu esteja, eu só consigo
pensar em você."
Ela sentiu as mãos dele em suas calças, mas sua língua estava esfregando contra o seu
mamilo, e ela só podia se concentrar no prazer que fluía através dela crescia cada vez mais.
Erguendo o quadril, ela o deixou deslizar a caça por sua perna, e assim que ela estava livre, ela
envolveu suas pernas ao redor dele novamente e esfregou sua boceta contra ele.
"Meu Deus", ele murmurou. "Você não tem ideia do quanto você me deixa louco, não é? Se
fizesse isso, você pararia. Você não... porra!"

Ele respirou fundo quando ela apertou suas pernas ao redor dele e se moveu contra ele. Ela

não tinha outro pensamento além do doce prazer que só o seu corpo podia trazer a ela.
"Querida, você tem que parar antes que eu passe vergonha", ele murmurou ao se levantar e

se afastar dela. "Eu prometo que vou fazer você gozar, mas se você continuar brincando comigo
desse jeito, eu vou perder todo o controle."
"Talvez seja o que eu quero." Mordendo seu lábio inferior, ela deixou que ele separasse
suas pernas. Alina baixou os braços por cima da cabeça e se contorceu inquieta contra o colchão

enquanto seu olhar a observava. Ele nem precisava tocá-la para fazê-la derreter. Era ridículo o
efeito que ele tinha sobre ela.
"Você é boa demais para mim", disse ele em voz baixa. Inclinando-se, ele deixou que um
dedo deslizasse por seus lábios, descendo até o pescoço, o mamilo sensível e a barriga. Quanto
mais se aproximava de sua calcinha encharcada, mais difícil era para ela respirar. "Você se
lembra do que eu disse que faria com você da próxima vez?"
Um sorriso safado se espalhou por seu rosto, e ela ficou vermelha só de pensar nisso. Sem
dizer nada, ela assentiu.
"Que bom. Você vai ter que me dizer porque eu não me lembro", ele brincou enquanto

passava o dedo pela borda de sua calcinha.


Ela queria sua boca. Ela precisava, mas um olhar nos olhos dele lhe disse que ele não ia dar
isso a ela a menos que ela pedisse.
"Você disse que me lamberia." Sua voz era pouco mais audível que um sussurro.
"Onde? Onde eu disse que eu te lamberia?"
Fechando os olhos, ela teve que lutar contra o desejo de gritar com ele. "Na minha abertura.
Você tinha seus dedos na minha abertura, e você disse que me lamberia até eu implorar por mais.
Então…"
"Então o quê, Alina?"
Jesus. "Você disse que em vez de seus dedos, você me foderia com sua língua até que eu

não pudesse aguentar mais."

"Abra seus olhos, Alina. Nunca se envergonhe do que você quer", ordenou ele com a voz
rouca.

Incapaz de negá-lo, ela abriu os olhos e ofegou quando viu a intensidade de seu olhar. "Boa
garota. E então eu disse a você que eu passaria meus dentes neste ponto aqui até que você se
desmanchasse toda " Seu leve toque se moveu sobre seu clitóris, e ela imediatamente se arqueou
para aumentar a pressão, mas ele afastou o dedo. "É isso que você quer que eu faça, Alina?"

"Sim". A palavra estava fora de sua boca antes mesmo que ela percebesse, sem rastro de
hesitação. Seus dedos agarrou o tecido de sua calcinha e ele a puxou para baixo. Quando seus
joelhos caíram sobre seus ombros, ele mergulhou sua cabeça e lentamente correu sua língua sobre
ela.
"Oh!" Ela nunca deixaria um homem tocá-la lá em baixo antes de Nikolai, muito menos beijá-
la tão intimamente, mas não havia nada de errado no que ele estava fazendo com ela. Seu
coração batia tão rápido que ela pensou que ela teria um ataque cardíaco. Pelo menos se ela
morresse naquele momento, ela morreria feliz.
"Você está tão molhada", ele chiou. "Não vai demorar muito, não é? Da próxima vez. Da

próxima vez, iremos mais devagar. Eu poderia passar o dia inteiro entre as suas pernas."
"Por favor", ela gemeu. "Oh, por favor, você precisa terminar."
Deslizando a língua dentro dela, ele a excitou cada vez mais até que seus gemidos eram tão
altos que ela pensou que toda a casa provavelmente poderia ouvi-la. Ainda assim, ele recuava
sempre que ela pensava que seu clímax estava próximo, atormentando-a até finalmente chupar
seu clitóris com tudo. O orgasmo a atingiu com tanta força que, quando seu quadril se arqueou e
seus calcanhares cravaram nas costas dele, ela pensou que fosse apagar.
"Alina", ele sussurrou quando ela finalmente voltou a si. "Eu adoro quando você goza." Ele
deslizou seu corpo para beijá-la, e ela pôde provar seus próprios sucos em sua língua. "Eu quero
sentir você estremecer assim no meu pau."

"Então faça isso."

Seu corpo inteiro congelou, e seus olhos arderam nos dela. "Você não sabe o que está
pedindo".

Nunca em seus sonhos mais loucos ela pensou que teria coragem de pedir por isso, mas ela
achou que não conseguiria passar outra noite se perguntando o que sentiria quando ele estivesse
dentro dela.
"Seus dedos e sua boca são inacreditáveis, mas eu quero sentir você dentro de mim, Nikolai.

Por favor."
Ele rolou de cima dela imediatamente, mas ela não estava prestes a deixá-lo sair. Rolando
com ele, ela o montou e lentamente abaixou seu corpo nu em cima dele. Enquanto seus dedos se
aproximavam do botão do jeans, ele respirou bruscamente.
Levantando o quadril que ela pudesse tirar sua calça, ele a pressionou, e ela ofegou
quando seu corpo respondeu a ele novamente. Ela ficou espantada de como poderia estar tão
pronta para continuar logo após o orgasmo que ele tinha acabado de dar a ela.
Quando ele finalmente estava nu, ela estendeu a mão e o pegou gentilmente. Observando
seu rosto com cuidado para ver o que ele gostava e o que ele não gostava, ela estava muito

consciente de sua inexperiência.


"Alina", ele grunhiu. Pensando que ela o havia machucado, ela rapidamente tirou sua mão.
"Desculpe", ela sussurrou. Talvez isso tenha sido uma má ideia. Ele provavelmente precisava
de alguém melhor para lhe dar prazer.
"Não se desculpe." Ele agarrou seu quadril e rolou sobre ela. "Se você continuar me
pegando assim, eu vou terminar em questão de segundos. Deus, eu estou prestes a entrar em você."
"Sim, Nikolai".
Ternamente, ele estendeu a mão e acariciou sua bochecha. "Eu amo que você queira me
agradar, mas há outras maneiras que não envolvem tirar sua virgindade. Você deve perdê-la com
alguém que não seja tão desgraçado."

"Você é um desgraçado", ela concordou com um pequeno sorriso. "Mas depois de

experimentar o que você pode fazer com o meu corpo, tenho a sensação de que qualquer outra
pessoa não teria graça nenhuma."

Um olhar estranho atravessou o seu rosto, e ele se abaixou e a beijou. Ao contrário de antes,
quando eram conduzidos por uma paixão irritada, dessa vez era tudo lento e doce. Não era
menos eficaz. Um calor lento se espalhou por todo o corpo, seguido por uma dor muito familiar. Ele
continuou a seguir lentamente em direção à sua boca, com suas línguas se enroscando por alguns

minutos.
"Nikolai?" Ela perguntou suavemente quando ele levantou a cabeça. "Você não precisa me
seduzir. Eu quero você."
"Deus, como você é doce", ele grunhiu. "E tão inocente. Não é uma sedução para persuadir
você, Alina. É uma sedução para te preparar para mim. Eu ardo tanto por você que posso te
machucar. Se é comigo que você quer, você vai ter que fazer do meu jeito."
Muda, ela assentiu. Era estranho o quanto ela confiava nele. Eles brigaram amargamente
até ela ter vontade de gritar, mas quando tratava de protegê-la, ela não conseguia pensar em
alguém com quem ela preferiria estar. Ele protegeria seu corpo dos perigos.

Vagamente, ela se perguntou se ele iria proteger seu coração também.


Enquanto ele continuava a beijá-la, acariciando lentamente cada centímetro de sua pele, ela
afastou o pensamento ultrajante. Isso não tinha nada a ver com o amor e tudo a ver com o desejo.
Nikolai podia ensiná-la, agradá-la, e quando chegasse a hora de ela partir, ela iria embora como
uma mulher satisfeita. Ele não era o tipo de homem pelo qual as mulheres se apaixonavam. Ele
nunca retribuiria seu amor.
Os pensamentos quase se dissiparam quando seus dedos se moveram entre suas pernas.
Com beijos quentes em seu pescoço e ombros, ela gemeu e implorou por coisas que ela nunca tinha
sentido antes. Ela precisava dele dentro dela—devagar e suave, rápido e com força, ela queria
tudo. Cada posição.

"Deus, você torna difícil para um homem ir devagar", ele rosnou, sua voz falhando um pouco.

Ela passou os dedos em seu cabelo e engoliu seco.


"Estou pronta."

Com um contato visual direto, ele se moveu, posicionou-se em sua abertura. "Isso pode doer
um pouco", ele sussurrou. "Eu não quero te machucar, mas eu não quero prolongar sua espera."
Ela estava prestes a perguntar o que ele quis dizer quando mergulhou fundo. A dor a
chocou e ela cravou seus dedos em suas costas e enterrou o rosto em seu pescoço para abafar o

grito.
"Eu sinto muito. Eu sinto muito", ele gemeu quando parou sobre ela. "Apenas dê um minuto
para seu corpo se ajustar."
Alina se concentrou no peso sobre ela, e só levou alguns segundos para que a dor aguda
retornasse àquele delicioso desejo pulsante dentro dela. Experimentalmente, ela começou a torcer o
quadril.
"Alina", ele resmungou. "Pare de se mover."
"Por quê?" Ela perguntou com um sorriso provocante. "É bom quando eu me movo." Ela se
arqueou contra ele e ofegou quando ele tirou um pouco para fora.

"Desculpe," ele disse rapidamente ao parar outra vez.


"Não pare", ela sussurrou. "Eu não estou machucada. Eu simplesmente não sabia que seria
assim."
"Assim como?"
"Você está dentro de mim, Nikolai. Isso é incrível."
"Vai ficar melhor, minha querida", ele prometeu e começou a se mover. Seus movimentos eram
lentos e constantes, e ela poderia dizer que ele precisou de todo o controle para não destruí-la.
Ela queria dizer a ele que ele poderia ir tão rápido e forte quanto quisesse, mas ela sentiu que
isso era importante para ele. Envolvendo as pernas ao redor dele, ela fechou os olhos e começou a
se perder nas sensações.

Um ponto dentro dela a fazia estremecer sempre que ele deslizava sobre ele. Era diferente

do prazer do clitóris, mais sensual, mas não menos eficaz. Não demorou muito para que ela
estivesse coberta de suor e ofegante com cada movimento.

"Nikolai, eu vou gozar de novo", ela gritou em doce agonia. Ela estava tão perto, bem no
ápice, mas estava com medo de ir além disso. Porque então chegaria ao fim, e ela não tinha ideia
de que pudesse sentir aquilo novamente.
"Solte-se, Alina", ele sussurrou roucamente. "Eu te entendo. Eu estou bem aqui".

"Eu não posso. Porque senão já vai acabar". A verdade escapou dela, e ela fechou os olhos,
entre o prazer de seu corpo e o constrangimento de sua confissão.
"Já vai acabar por agora, mas se você acha que eu vou ser capaz de manter minhas mãos
longe de você, você está errada. Você me transformou em um monstro, Alina. Eu vou lutar até meu
último suspiro para mantê-la perto de mim." Com essas palavras, ele empurrou profundamente
dentro dela, e ela perdeu todo controle. O orgasmo foi longo e seu corpo estava tenso e apertado
ao redor dele. Ela mal estava consciente de que ele gritou seu nome uma e outra vez enquanto seu
próprio orgasmo se aproximava, ancorando-se nela, e gritando ao liberar seu esperma dentro
dela.
Capítulo Quinze

Um corpo quente se aconchegou nele, e ele automaticamente estendeu a mão e puxou a


mulher para mais perto. Ela cheirava a lavanda e baunilha, e ele enterrou a cabeça em seus

cabelos e se deliciou em sua maciez.


"Nikolai".
A voz sussurrada penetrou a névoa de seu sono, e ele soube imediatamente quem ele
segurava em seus braços. As memórias de seu corpo, arqueando sob o seu, implorando-lhe por

mais, e ele instantaneamente ficou excitado.


Deus. Ele tinha tomado a virgindade de Alina ontem à noite. Se Yuri ainda estivesse entre
eles, Nikolai seria esfolado vivo. Não importava. A compreensão do que tinha feito o doía mais do
que qualquer coisa que seu pai sonharia em fazer com ele.
Ela rolou em seus braços e sorriu sonolenta para ele. Ela tinha o rosto de um anjo, mas um
corpo pecaminoso, e ele queria desesperadamente se afundar nela novamente. Mas ele sabia que
ela provavelmente estava dolorida.
"Bom dia", ele disse suavemente enquanto se inclinava e beijava sua testa. "Você me odeia?"
A surpresa em seus olhos elevou seu espírito. "Por que eu iria odiá-lo?" Ela perguntou

quando estendeu a mão e tocou o seu rosto. "Ontem à noite foi maravilhoso. Já posso ver que você
está pronto para uma repetição."
Safadinha provocadora. "Tenho a sensação de que sempre estarei pronto para você, mas
você não está. Você está com dor?"
"Um pouco dolorida", ela admitiu. "Mas é um tipo bom de dor. Estou surpresa que você ainda
esteja aqui".
"E por que isso?"
"Você escapou nas últimas noites".
"Eu costumo levantar cedo, mas minhas fugas tinham mais a ver com não querer ser tentado

do que evitar você." Ela parecia tão sexy na parte da manhã com seus cabelos desgrenhados. Ele

imediatamente decidiu que usar nada além de seu lençol era um excelente visual para ela.
Inclinando-se, ele se permitiu um beijo longo e sedutor, mas antes que ela pudesse tentá-lo a ir mais

longe, ele recuou.


"Não pense que eu esqueci da nossa briga ontem à noite", ela disse suavemente enquanto
sorria para ele. "Eu sei que você quer me proteger, mas eu tenho que sentir que estou fazendo
algo para ajudar. Sinto que perdi todo o controle da minha vida e odeio isso".

Com um suspiro, ele refletiu sobre o que ela disse. Se as coisas fossem do jeito dele, ela não
ficaria próxima da investigação. Se ela descobrisse que a polícia tinha evidências que o envolviam
no assassinato de seu pai, ela nunca mais voltaria a falar com ele, e ele não achava que ele
pudesse lidar com o ódio que ele veria em seus olhos. E se ela soubesse o que ele tinha feito no
passado...
Ela poderia ser capaz de perdoar seu pai por sua violência, mas ela estava tentando fugir
dela. Alina não escolheria continuar nesta vida.
Uma vida com ele.
"Nikolai?"

Um dia de cada vez. Ele nunca se preocupou com o futuro antes. Agora não era o melhor
momento para começar. "Eu não posso deixar você investigar sozinha, Alina. É muito perigoso. Mas
vou fazer o meu melhor para mantê-la por dentro de tudo. Você está familiarizada com os mais
próximos de seu pai, e eu me assegurarei de avisá-la se você puder fazer qualquer coisa para
ajudar."
Segurando a respiração, ele esperava que ela o pressionasse por mais, mas ela apenas
balançou a cabeça. "Agradeço por isso, Nikolai. Isso é tudo que eu queria para começar."
Um sentimento desconhecido se instalou dentro dele. A única palavra que ele poderia usar
para descrever isso era pavor. Ele a tinha mantido à distância, temendo que ele a tivesse ferido, e
agora percebia que as coisas estavam piorando. Ele iria machucá-la. Não havia maneira de fugir

disso.

Acariciando seu ombro, ele franziu a testa para uma grande cicatriz. "O que aconteceu
aqui?"

"Fui baleada", disse ela com naturalidade.


"O quê?" A raiva de que alguém tinha chegado perto o suficiente para atirar nela o
atordoou.
"Foi há muito tempo, e a bala apenas pegou de raspão. Sinceramente, não penso muito nisso,

e papai nunca falou sobre isso. Eu era muito jovem, só me lembro de receber muita atenção no
hospital."
Baleada quando criança. Nikolai não conseguia sequer imaginar como seria criar uma
criança em seu mundo.
"Eu estarei fora hoje durante a maior parte do dia. Não tenho certeza de quando voltarei.
Ele tomou cuidado para não olhar para ela, mas ela o chamou.
"Eu sei que você tem muito a fazer, e eu não vou dar um ataque porque você não passa
muito tempo comigo, mas Nikolai, você não vai ficar estranho por causa disso."
Ele não pôde deixar de sorrir. "Não vou?" Ele perguntou com uma sobrancelha levantada.

Ela parecia mandona, mas tudo mudou quando o lençol caiu e expôs seus seios.
"Não. Você não vai. Eu gostei da noite passada, e eu gostaria de continuar gostando. Eu não
vou sair para lugar algum mesmo, e você não pode me evitar o tempo todo. Eu sei que você não
quer um relacionamento, e eu não vou pressioná-lo para isso."
Franzindo a testa, ele cruzou os braços. "Então você quer um relacionamento sexual casual
enquanto você estiver aqui porque é conveniente?"
"Eu não disse isso", ela retrucou. "Jesus, a maioria dos homens vibraria por uma chance de
sexo sem compromisso. Só estou dizendo que você não precisa se preocupar achando que tudo
isso é mais do que realmente é. Eu não acho que seja grande coisa você ter tirado a minha
virgindade, e eu não quero que você disso uma grande coisa também."

Irritado, ele estreitou os olhos. "Eu não sou um brinquedo para você, Alina."

"Eu não estou dizendo isso! Só estou dizendo que você não precisa se preocupar comigo!"
Mas ele tinha que se preocupar com ela. Ela estava em um perigo enorme. Ainda assim, ele

não enfatizou isso. "Se eu voltar a tempo, podemos falar sobre isso hoje à noite. Conversas na
manhã após o sexo raramente acabam bem. Tenho um compromisso para o jantar esta noite, e não
sei quanto tempo vai durar".
"Um compromisso no jantar?" Sua voz estava cheia de ciúmes. "Com quem?"

"Um compromisso no jantar", ele enfatizou. "Só de negócios."


Ele notou que ela queria dizer algo mais, mas manteve a boca fechada e olhou para ele
friamente. Não era assim que ele queria acabar com as coisas.
"Eu vou tomar um banho", ele disse em uma voz neutra. "Você é bem-vinda para me
acompanhar."
Sem lhe dar uma chance de responder, ele se afastou e fechou a porta atrás dele. Depois
de alguns minutos ensaboando seu corpo sob a água quente, ele sentiu suas mãos tentando tocá-lo.
Eles encontraram todos os tipos de prazer para dar um ao outro, além de apenas sexo, e
quando eles tinham acabado, ele estava ficando muito, muito atrasado.

***

Alina se sentia diferente. Iyanna, Danik, Timur e Kristof se juntaram a ela para o café da
manhã, e mesmo que eles brincassem e falassem, ela não podia deixar de sentir que estavam
olhando para ela de forma diferente.
Ela era uma mulher.
Não foi porque ela perdeu a virgindade. Se isso fosse o que definia a diferença entre a
infância e a vida adulta, não haveria necessidade para todos aqueles anos estranhos de
adolescência. Não. Ela era uma mulher porque Nikolai a tratou como uma. Ele não era um garoto

dirigido por hormônios procurando transar sempre que pudesse. Ele era um homem que tinha

exercido uma enorme quantidade de controle com ela, deu prazer a ela, e a deixou escolher
quando estava pronta.

"Alina? Você está bem?"


Trazendo seus pensamentos de volta ao presente, Alina deu a Iyanna um pequeno sorriso.
"Desculpa. Estou bem. Dormir tarde sempre faz com que seja difícil para eu acordar e ficar
alerta."

"Nem me fale. Se você tivesse esperado mais, eu teria que comer sem você. Eu estava
morrendo de fome!"
Alina riu, mas Kristof olhou para ela com uma expressão estranha. Meu Deus, será que ele
podia notar? O calor enrubesceu seu corpo, e ela se esforçou para encontrar uma maneira de
mudar de assunto sobre a razão de seu atraso.
Depois do café da manhã, ela ajudou com os pratos. A mãe de Iyanna não disse nada, mas
pelo menos ela parou de olhar. Ela era uma feroz protetora de seu domínio, mas Alina tinha
deixado claro que ela iria fazer o que quisesse.
"Alina".

A voz grave de Kristof a interrompeu, e ela congelou. Ela reconheceu aquele tom de voz. Ele
a usou quando ela era adolescente e tentou fugir para uma festa, e ele a usou quando ela estava
na faculdade e começou a berrar quando seu pai tentou nomear seus guardas.
"Sim?" Ela continuou a limpar o prato sem se virar. Naquele ponto, ele já estava mais do que
limpo, mas ela precisava algo para ocupar suas mãos.
"Contaram que você passa muito tempo com Nikolai".
Droga. A casa estava começando a fofocar. Virando a cabeça, ela lhe deu uma encarada.
"Eu estou morando em sua casa. Você prefere que eu o ignore?"
"Preferia que você não passasse as noites em sua cama".
Ela não esperava que ele fosse tão brusco. Fechando a torneira lentamente, ela secou o

prato e se virou para encará-lo. "Kristof, eu sou uma adulta. Além disso, você não trabalha mais

para o meu pai. Você trabalha para Nikolai. Isso significa que seus assuntos pessoais e meus
assuntos pessoais não são da sua conta".

Um olhar de dor surgiu em seu rosto. "Meu erro. Eu pensei que fôssemos mais próximos do
que isso."
A culpa se instalou enquanto o homem que a vigiou durante anos se virou e se afastou.
Maldição, Kristof só estava tentando protegê-la, e ela tinha automaticamente agido na defensiva.

"Kristof, espere", ela gritou enquanto corria até ele. Ele parou em silêncio no corredor. "Eu
sinto muito."
"Eu também deveria me desculpar. Acho que uma parte de mim sempre te verá como uma
criança de trancinhas".
Alina torceu o nariz. "Kristof, você nunca me viu de trancinhas."
Um sorriso irônico cruzou seu rosto. "É verdade, mas você entendeu o que eu quis dizer. Você
é uma adulta, e você sabe o que faz, mas como um amigo, eu quero que você tenha cuidado. Eu
sei que você não teve muita experiência com homens, e eu não acho que você esteja pronta para
alguém como Nikolai. Você merece ser mimada e amada, e esse homem tem trabalho suficiente

para três homens. E ele é perigoso".


"Como você sabe que eu não tive muita experiência com homens?" Ela perguntou com uma
careta. "Talvez eu realmente tenha me divertido na faculdade."
"Eu li os relatórios." Assim que as palavras saíram de sua boca, seus olhos se arregalaram e
ela paralisou.
Alina estreitou os olhos. "Com licença? Que relatórios?"
"Ah, Alina. Isso foi há alguns anos".
A verdade do que ele não disse foi alta e clara, e ela ofegou. "Papai fez me seguirem na
faculdade? Por quanto tempo?"
Kristof não disse nada no início, e ela perguntou novamente. Finalmente, ele suspirou. "Você

não pensou que a filha de um chefão da máfia iria simplesmente vagar pelo campus desprotegida,

não é? Os inimigos de seu pai teriam matado você em um estalar de dedos."


"Ele prometeu", ela sussurrou.

"Sua segurança era mais importante do que sua promessa para você."
"Por quanto tempo?" Ele baixou os olhos, e ela quase gritou. "Todos os quatro anos? Como
isso é possível? Eu nunca tive a menor ideia de que eu estava sendo seguida, e eu sempre fui muito
boa em identificar vocês."

Kristof encolheu os ombros. "Timur e eu queríamos o emprego, mas seu pai sabia que você
nos reconheceria. Nikolai observou seu primeiro ano e, em seguida, o trabalho foi atribuído a
contratados de fora. Eles eram muito bons no que faziam."
Alina mal ouviu a última parte. "Nikolai?" Ela perguntou enquanto engoliu seco. "Nikolai me
seguiu no primeiro ano?"
Sua cabeça girou. Deus, o que ele tinha visto? Por que não disse nada?
"Acho que acabei de provar o meu argumento", disse Kristof suavemente. "Nikolai é um
homem com muitos segredos. Por favor, não faça nada para se machucar, Alina".
A fúria aumentou dentro dela enquanto ele se afastava. Sozinha no escritório, ela tentou

recuperar o fôlego. Mesmo agora, ela sabia quais seriam suas desculpas".
Seu pai ordenou.
Ele nem sequer a conhecia.
Era apenas um trabalho. Nada mais.
Mas por que ele não disse a ela? Com um grunhido feroz, ela caminhou pelo corredor até
seu escritório. Se ele tinha segredos, ela descobriria todos, cada um deles.
A fechadura da porta do escritório não a impediu. Ela entrava em quartos trancados desde
que era uma criança. Era fácil para uma garota aprender algumas coisas quando vivia cercada
por criminosos.
Não, princesa. Há algumas coisas que eu não vou te ensinar. Trata-se de se defender, não

entrar em mais problemas. Agora se prepare para a escola antes que você se atrase novamente. Eu

posso ser o chefe da máfia, mas a diretora da sua escola é aterrorizante.


Arrancando grampo de seus cabelos, ela o retorceu e seguiu em frente. Ela estava

destreinada, e levou mais de um minuto para ouvir o clique satisfatório da fechadura. Olhando ao
redor para se certificar de que ainda estava sozinha, ela girou a maçaneta e entrou.
Seu escritório era muito parecido com o resto de sua casa. Pouco decorado, impessoal, mas
não parecia ter nada for a do lugar. Que bom. Isso significava que deveria ser fácil encontrar o

que ela precisava.


Sentada em sua mesa, ela puxou a primeira gaveta e descobriu que estava trancada.
Irritada, ela tentou o resto das gavetas com o mesmo resultado. "Desconfiado desgraçado, não é?"
"Por uma boa razão".
Ao som da voz de Nikolai, Alina ofegou. Levantou lentamente a cabeça para encontrar seu
olhar irado.
"Espero que você tenha uma excelente razão para invadir meu escritório".
"Eu pensei que você fosse ficar for a o dia inteiro", ela murmurou ao colocar uma mecha de
cabelo atrás da orelha. Ela provavelmente deveria ter começado com um pedido de desculpas,

mas ela queria ouvir um dele primeiro.


"Essa é sua razão para invadir meu escritório? Porque achou que eu ficaria for a o dia
todo?" Ele ergueu uma sobrancelha, e se apoiou contra a porta da porta.
Porra, ele ficava sexy quando estava chateado. Sacudindo a cabeça, ela afastou o
pensamento e tentou se concentrar em sua raiva. "Não. Eu não planejei invadir seu escritório até
que eu soube que você está guardando segredos de mim."
"Segredos? Se você está se referindo ao caso de seu pai, eu pensei que chegamos a um
acordo esta manhã. Um acordo de que falaríamos sobre isso mais tarde."
"Não é o caso do meu pai. Que tal o fato de você me seguir por um ano inteiro e não me
contar sobre isso?"

A raiva desapareceu de seu rosto, e Alina congelou quando viu o brilho de diversão em seus

olhos. "Eu não seria muito bom em meu trabalho se eu anunciasse que eu estava seguindo você
secretamente, seria?"

"Não naquela época. Agora. Eu estive aqui por semanas, e você não podia mencionar que
você tinha conhecimento íntimo de um ano inteiro da minha vida?"
"Isso foi há cinco anos, e eu supus que você sabia. Não é minha culpa se seu pai não lhe
disse que ele estava te protegendo. Tudo o que me disseram foi que eu deveria ser discreto e me

aproximar apenas se uma ameaça contra você não pudesse ser controlada de outra forma. No
começo, pensei que seu pai estava me testando, mas quando percebi o quão perigoso era o
trabalho, percebi que seu pai confiava em mim".
"Perigoso?" Alina empalideceu. "Houve ameaças contra mim?"
"Quatro nos dois semestres que eu te segui." A diversão sumiu de seu rosto. "Se eu fosse seu
pai, eu teria tido mais de um homem seguindo você."
Quatro ameaças contra ela em menos de um ano? Alina colocou uma mão em seu peito
enquanto absorvia a notícia.
"Eu acho que seu pai queria que você tivesse uma vida tão normal quanto possível. E

funcionou. Você estava protegida, e você nem sabia. Eu imagino que foi por isso que ele estava
contra você se mudar. Com base na documentação que encontrei, parecia que seu pai estava
tentando encontrar uma casa para você. Uma que pudesse ser protegida facilmente. Como você
entrou aqui?"
Alina se sentia a maior idiota. Ela havia gritado todas aquelas vezes com seu pai, e ele
estava apenas tentando protegê-la. Naturalmente, essa era a razão pela qual ela queria se
mudar. Estava cansada da proteção. Estava cansada de precisar de proteção.
Percebendo que ele a observava em espera, lembrou-se de que ele lhe fez uma pergunta.
"Ah. Eu abri a fechadura. Se você guarda algo realmente valioso aqui, você precisa de uma
fechadura melhor."

"Você abriu a fechadura?" Ele disse, engasgando. "Jesus, houve alguma coisa que seu pai

não lhe ensinou?"


Ele não a ensinou a lidar com um homem como Nikolai, mas ela com certeza não iria dizer

isso em voz alta. "Só para constar, meu pai não me ensinou isso. Eu fiquei entediada. Eu ensinei a
mim mesma".
Rindo, ele cruzou a sala e se inclinou para dar um beijo em seus lábios. Ela imediatamente
sentiu um frio no estômago. "Me desculpe por não ter contado a você. Eu não sabia que você não

sabia."
"Desculpe por ter entrado em seu escritório", ela sussurrou. "Pensei que você estivesse
guardando segredos".
"Você pode me prometer não abrir a fechadura novamente, ou eu preciso de um cadeado?"
Ele perguntou com um sorriso, "Eu não quero que os guardas atirem em você se eles pegarem você
entrando."
Oh. Isso era algo que ela não tinha levado em conta. "Eu serei boazinha", ela murmurou.
"Que bom. Agora estou muito atrasado ", ele disse calmamente enquanto olhava para o
relógio. Tirando uma chave do bolso, ele abriu a gaveta superior. "Esqueceu isso", ele murmurou

enquanto puxava uma pasta. "Tente se comportar o resto do dia".


"Que diversão seria essa?" Ela perguntou, provocando.
"Comporte-se e eu prometo uma boa diversão quando eu voltar esta noite."
"Serei boazinha como uma garota colegial", disse ela maliciosamente. Seus olhos se
obscureceram com a luxúria, e ele balançou a cabeça e gesticulou para que ela saísse.
Com uma risadinha, ela saiu do lugar e nem sequer olhou para trás.
Ele só chegou bem depois da meia-noite, mas ele a acordou e manteve sua promessa.
Capítulo Dezesseis

Alina cruzou as pernas enquanto se sentava perto da janela e observava os homens


patrulharem lá embaixo. Soltando o telefone, ela apertou o botão do viva voz e se inclinou para

trás.
"Eu queria que você estivesse mais perto e pudesse vir me ver. Passar semanas entre as
visitas está me matando", Alina disse para a Kat com um suspiro. "Tudo que eu faço é limpar, ler e
malhar".

"Oh, isso parece horrível", Kat brincou com ela. "E malhar, você quer dizer montar seu
protetor incrivelmente sexy durante toda a noite?"
"Kat", Alina gritou enquanto se endireitava e olhava ao redor. Era seu quarto, e ela estava
sozinha, mas Alina estava ficando cada vez mais desconfiada de Danik. Ela estava começando a
acreditar que o homem tinha super audição e poderia andar através das paredes. Havia algo
estranhamente assustador no modo como ele se movia, mesmo que ele a divertisse.
"Não consigo evitar. Estou com ciúmes. Eu não faço sexo há dois meses. Dois meses! Eu tenho
que viver indiretamente através de você, ou eu vou enlouquecer!"
Alina riu. "Qual é o problema? Você está na Itália há duas semanas. Você está me dizendo

que você não poderia encontrar um italiano sexy para aquecer sua cama?"
"Eu não tive tempo", Kat se queixou. "Eu consigo visitar todas essas cidades lindas, mas
porque eu estou fazendo o trabalho de duas pessoas, eu não consigo aproveitar. Eu tive dois dias
de folga, mas estava tão cansada que só consegui dormir".
Sacudindo a cabeça, Alina não pôde deixar de sorrir. Embora Kat se queixasse, Alina sabia
que sua amiga adorava seu trabalho. "Pelo menos você pode ir a algum lugar", ela disse com um
suspiro de melancolia. "Nikolai me levou para comer algumas noites atrás, e parecia que eu estava
saindo de férias. Se eu não sair dessa casa em breve, vou perder a cabeça".
"Ainda nenhuma informação da polícia?" Kat perguntou com empatia.

"Nada. Cada vez que eu os ligo pedindo por atualizações, sou ignorada ou recebo

respostas muito vagas. Com Nikolai não é muito melhor. Ele prometeu que me manteria por dentro,
mas além de me mostrar algumas fotos, ele realmente não me disse nada."

"Fotos?"
"Todo mundo acha que eu vi algo naquele dia, mas não percebi. Nikolai disse que era
possível que se eu vi o rosto do assassino, ele voltaria atrás de mim. Eu perguntei onde ele tinha
conseguido as fotos, mas ele foi tão vago como todos os outros. Gostaria muito de lembrá-los que

sou uma mulher capaz."


"Tenho certeza de que Nikolai sabe o quão capaz você é", disse Kat.
"Claro, à noite". Alina resmungou.
Houve um momento de silêncio. "Ele disse algo sobre o que ele acha que vai acontecer
quando a ameaça contra você se foi?" Ela perguntou finalmente.
"Nós dois estamos de acordo. Isso é apenas por diversão. Quando chegar a hora, vai
acabar. "Alina disse enquanto fechava os olhos. Era o mantra que ela repetia todas as manhãs
quando acordava em seus braços e todas as noites quando suas mãos a acariciavam.
"Alina Petrov, você deve pensar que eu sou uma idiota se você quer que eu acredite nisso",

Kat rosnou. "Diga-me a verdade."


Ela pegou um fio solto sobre um travesseiro e bateu a cabeça levemente contra a parede.
"Nós não falamos sobre isso, mas acho que é porque não precisamos. Nikolai não é um homem por
quem você admite estar apaixonada, e ele certamente não é um homem com quem se planeja um
futuro".
"Você está apaixonada por ele?"
A pergunta fez Alina perceber que ela tinha expressado o segredo em voz alta, mas em vez
de se encolher, ela sentiu o peso sair de seus ombros. Ela amava Nikolai. Ela simplesmente não
tinha sido capaz de admitir isso para si mesma.
"Sim", ela disse depois de respirar profundamente. "Mas ele nunca vai querer passar o resto

de sua vida com alguém como eu."

"Uma mulher linda que sabe o que ele faz da vida e literalmente cresceu em torno dele?
Sim. Você é uma escolha horrível", murmurou Kat. "Pare de mentir para si mesmo e admita a

verdade. Você está se escondendo atrás de tudo isso porque você não quer ter que dizer a ele
como você se sente."
"Não é nada disso", ela argumentou. "A única razão pela qual continuamos fazendo isso é
porque prometi não fazer mais do que sexo. E é isso. Nada mais, e não vou complicar as coisas

dizendo a ele o que sinto".


O silêncio se estendeu pela linha telefônica. "Kat?" Ela perguntou suavemente.
"Eu não tinha certeza se você tinha acabado de gritar ou se você estava apenas respirando
fundo", ela resmungou. "Eu não me importo de você desabafar, mas você precisa me avisar da
próxima vez. Meus ouvidos estão doendo".
"Desculpa. Eu não percebi que estava gritando."
"Não se preocupe. Estou me preparando para embarcar no meu voo. Se eu tiver tempo
para comer quando chegar em Londres, eu te ligo."
Alina sorriu, agradeceu a sua amiga e desligou. Se não fosse a atenção de Nikolai à noite e

os telefonemas de Kat durante a semana, Alina ficaria louca.


Sem nada melhor para fazer, ela vestiu sua roupa de ginástica, agarrou seu telefone e se
dirigiu para a academia no porão. Os shorts curtos e o top quebraram as regras de Nikolai, mas
ninguém a tinha criticado ainda. Desde que Nikolai tinha selado a janela, o lugar cheirava a suor,
mas Alina não se importava.
Depois de alguns alongamentos, ela agarrou uma corda e começou a se aquecer.
"Agora essa é uma visão para se ter ao se chegar em casa."
Nikolai correu pelas escadas, mas Alina não parou. Seus olhos a avaliaram, mas não havia
raiva neles. Apenas desejo.
"Já faz algum tempo que você está em casa durante o dia", disse ela. Seus olhos seguiram

seu corpo enquanto ela pulava com cada golpe da corda batendo no chão.

"Eu me senti inspirado para vir para casa por uma hora", disse ele com a voz rouca e
tomada por luxúria, e ela arregalou os olhos.

"E o que o inspirou?" Sua respiração ficou curta, e não tinha nada a ver com seu treino.
"Eu percebi que eu esqueci de fazer algo esta manhã", ele disse enquanto se aproximava
dela. A corda bateu em seus tornozelos quando ela parou.
"O que você esqueceu?"

Ele a agarrou pela cintura e a puxou para mais perto. "Fazer você gozar", ele sussurrou.
Ela se derreteu quando ele se inclinou para beijá-la. Alina não podia se cansar dele. Só de
vê-lo ela já estremecia. As mãos de ambos tiravam as roupas. Antes que ele pudesse agarrá-la
novamente, ela caiu de joelhos e pegou sua ereção com a boca.
"Alina", ele gemeu enquanto enrolava o cabelo dela em torno de suas mãos. "Deus, sua boca
é uma delícia."
Feliz por desvendá-lo em questão de segundos, ela o pegou com mais vontade, chupou com
mais força e brincou com sua língua. Nikolai ofegou e golpeou seu quadril algumas vezes antes de
se afastar.

"Eu não vou durar muito se você continuar fazendo isso", ele ofegou.
Plantando as mãos em seu peito, ela o puxou de volta até que ele se sentou no banco de
levantar peso. Quando ele se inclinou para trás, ela posicionou as duas pernas em cada lado do
banco e montou sobre ele. Seu pau roçou contra seu clitóris novamente, e ela gemeu com o prazer
intenso.
"Você gosta de ficar em cima, querida?" Ele sussurrou enquanto agarrava seu quadril e a
movia lentamente sobre ele. Ele se inclinou e tocou seu mamilo com a língua. Incapaz de responder,
ela gemeu quando ele deslizou ao longo de sua abertura molhada. Ele nem sequer estava dentro
dela, e ela sentiu a explosão de prazer aumentar.
"Me foda, Alina", ele sussurrou roucamente.

Sem precisar de outro convite, ela se levantou e o agarrou. Fazendo com que ele a

penetrasse profundamente em apenas um impulso, ela gritou em êxtase. Ele a esticou e a


preencheu até que ambos se tornaram um só, e ela se perdeu quando começou a se mover. De

cima para baixo, ela girou o quadril. Mais e mais rápido, as golpeadas de suas peles e os
grunhidos de seu prazer ecoaram pelas paredes, e não demorou muito para chegar lá.
"Nikolai, eu vou gozar", ela ofegou.
"Espere, querida", ele gemeu. "Ainda não."

Ainda não? Seus olhos se abriram, e ela tensionou seus músculos. Enquanto ela se apertava
em torno dele, ele rosnou e cavou seus dedos nela. "Quase lá", ele murmurou com os dentes
cerrados. "Agora. Agora!"
Com o seu grito, ela se soltou. Distante, ela ouviu alguém gritando seu nome. Ela não
reconheceu sua própria voz quando estremeceu em torno dele.
Exausta, ela caiu contra ele e gemeu. Lentamente ondulando contra ele, ela queria desfrutar
cada centímetro dele antes que ele tivesse que ir. Por vários minutos, eles ficaram assim. Finalmente,
quando ela conseguiu recuperar o fôlego, ela se ergueu e olhou para ele.
"Bem, essa foi uma má ideia", ele murmurou enquanto a afastava suavemente. Ela deitou

sobre o banco e se inclinou para trás. Aquilo foi mais malhação do que ela esperava fazer.
"O que você quer dizer?"
"Como diabos eu vou me concentrar no trabalho agora?"
Ela riu com a voz rouca. Curvando-se, ele deu um beijo suado em sua boca. "Mesmo
querendo ficar aqui e me recuperar, eu tenho que tomar um banho e sair outra vez. Já vou chegar
atrasado. Engraçado como isso continua acontecendo ultimamente."
Alina só conseguiu resmungar quando ele se levantou e pegou suas roupas. Ele estava na
metade da escada quando ela ouviu seu telefone tocar. Quando Nikolai estava por perto, Kat era
a única que a ligava. O voo de sua amiga provavelmente tinha atrasado, e Kat estava ligando
para reclamar.

Mas quando ela pegou o telefone, percebeu que não reconhecia o número.

"Alô?" Ela perguntou ao atender o telefone. No começo, tudo que ela podia ouvir era uma
respiração pesada. "Alô? Quem é?"

"Um amigo", a voz do estranho disse sombriamente. "Um amigo com alguns conselhos
amigáveis."
"Se isso for uma brincadeira, você ligou para o telefone errado, idiota". Alina murmurou.
Assim que ela foi desligar o telefone, o homem disse algo que fez seu sangue gelar.

"O quê?" Ela exigiu ao trazer o telefone de volta para sua orelha. "O que você acabou de
me dizer?"
"O homem que te protege está guardando segredos", repetiu a voz. "Nikolai Sokolov não é
o homem que deveria aquecê-la à noite."
Jesus. Alguém sabia que ela estava dormindo com Nikolai? Alina empalideceu e engoliu seco.
"Vá para o inferno", ela sussurrou.
"Ele não está protegendo você. Ele está te observando. Afinal, ele é o homem que baleou o
seu pai, e ele acha que você o viu".
"Você está mentindo", ela rosnou. "Se Nikolai matou meu pai, ele já teria me matado".

"E perdeu a confiança da máfia? Não seja tola". O desconhecido desligou, e Alina olhou
para o telefone, horrorizada.
Não havia como. Ela não poderia estar dormindo com o homem que assassinou seu pai. Estar
apaixonada por ele.
Poderia?
Capítulo Dezessete

Nikolai tentou se concentrar no que o homem estava dizendo, mas ele ainda estava bebendo
os efeitos do orgasmo de sua rapidinha. A vida com Alina havia se tornado complicada, mas ele

sabia que não poderia afastá-la de sua cama nem se a vida dele dependesse disso. O sexo
sempre foi um passatempo agradável para ele, mas recentemente havia se tornado um vício. Ele
precisava daquela mulher tanto quanto precisava respirar.
"Chefe", Timur resmungou com a voz grave. "Você está ouvindo?"

Piscando, Nikolai pigarreou e assentiu. Um dos negócios em sua área tinha sido arrombado,
e era seu dever protegê-los.
"Eles deixaram os eletrônicos, mas eles pegaram o dinheiro?" Ele perguntou enquanto olhava
em volta para o vidro quebrado no chão.
O homem assentiu freneticamente. Seus olhos estavam arregalados de medo, e Nikolai só
podia adivinhar o que o dono estava sentindo. Ele devia a Nikolai bastante dinheiro, e Nikolai
estava preparado para cobrá-lo na semana seguinte. A invasão era suspeitamente conveniente,
mas Nikolai sentiu que o pobre homem lhe dizia a verdade.
Havia um som de sirene à distância, e Nikolai franziu a testa. "Você ligou para a polícia?"

"Não, Sr. Sokolov. Eu só entrei em contato com você", o homem respondeu.


Havia sempre a possibilidade de que a polícia estivesse indo para outro lugar, mas quando
as sirenes se aproximaram, Nikolai suspirou. "Se eles perguntarem, você me ligou porque somos
amigos íntimos."
As autoridades não eram bobas. Eles sabiam que aquele território pertencia a ele, mas ele
ainda não estava suficientemente estabelecido para ser arrogante. Dispensando quatro de seus
homens, ele manteve apenas Timur com ele para que a polícia não ficasse muito defensiva.
Quando eles pararam, ele saiu da loja e esperou em uma pose não ameaçadora, como se ele
tivesse acabado de chegar.

Quando o homem saiu do carro, ele e Timur se endureceram. Ivanski não trabalhava em

assaltos. Trabalhava com homicídios—e um homicídio em particular: Yuri Petrov.


O que diabos estava acontecendo?

Ivanski não pareceu surpreso ao vê-lo. Um homem mais velho com cabeço grisalho nas
laterais da cabeça, que surpreendia as pessoas com sua força. Os olhos do homem foram
endurecidos pelo sangue que ele tinha visto derramado ao longo dos anos, e ele se mantinha em
ótima forma. Ele era esperto e, pior ainda, colocava seu trabalho antes de tudo. Não havia família

que o controlasse, apenas sua fome de pegar assassinos. Sokolov tinha ficado satisfeito por estar
no caso de Yuri porque sabia que o homem não trataria o caso de forma diferente simplesmente
porque Yuri tinha sido chefe da máfia.
Ele se sentia apenas um pouco diferente agora que ele era um suspeito.
"Ivanski", ele cumprimentou com a voz grave. "O que você está fazendo aqui? Não há
corpos lá dentro".
O detetive sinalizou com o dedo, e seus homens imediatamente se moveram para dentro
para conferir o estrago. Embora estivessem com as armas nas mãos, mal olharam para ele. "A
verdadeira questão é o que você está fazendo aqui, Sokolov?"

"Eu liguei para Nikolai", disse o dono da loja nervosamente. "Ele é um amigo."
"E você achou que ele seria útil?", Ivanski perguntou, sem tirar os olhos de Nikolai.
"Eu estava nervoso e com medo. Ele me ajudou a me acalmar".
Nikolai teve que dar um crédito ao homem. Ele estava atuando muito bem. Ele provavelmente
sabia que sua vida dependia disso.
"Achei que você estava trabalhando exclusivamente na captura do assassino de meu amigo
Yuri", disse Nikolai. "Mas aqui está você, investigando um roubo comum".
"Não estou aqui por causa de um roubo, Sokolov", disse Ivanski irritado. "Eu recebi um aviso
de que alguém neste endereço poderia ter informações sobre o assassinato. Eu vim imediatamente
no caso de alguém precisar de proteção. Alguém precisa de proteção?"

Sua pergunta foi dirigida ao dono da loja, e o homem sacudiu a cabeça. "Eu não estava

aqui quando o roubo ocorreu, e eu acredito que o ladrão já está longe".


"E Sokolov não está aqui sem ser convidado?"

"Não, claro que não. Como eu disse antes, ele é um amigo".


"Se ele for um amigo, ele teria aconselhado você a chamar a polícia", disse Ivanski,
sombriamente. O dono da loja não respondeu, e o detetive sacudiu a cabeça. "Vou chamá-la.
Alguém deve vi rem breve para ver a cena do crime. Sokolov, uma palavra".

Timur imediatamente deu um passo à frente, mas Nikolai estendeu a mão para parar o
homem. Seguindo Ivanski até a esquina, Nikolai ficou em alerta máximo, mas Ivanski não arriscaria
sua carreira —ou a justiça—para derrotá-lo fora da lei.
"Você precisa se preparar", disse Ivanski, sombriamente.
"Para quê?"
"Você já sabe que a bala que encontramos em Yuri pode ser rastreada até você, mas uma
ligação anônima disse que uma testemunha estava em perigo. Quem ligou também vandalizou este
lugar em uma tentativa de incriminar você. Estão Armando para você".
Nikolai inclinou a cabeça e olhou para o homem com leve curiosidade. "O que te faz pensar

que eu não matei Yuri?"


O tenente riu secamente. "Você não é um homem tolo. Você teria muitas oportunidades de
matar Yuri se você realmente quisesse, e você nunca teria feito isso com sua filha tão perto. Você
não usaria uma arma que pudesse ser rastreada até você. Eu estou segurando meu chefe pelo
tempo que eu puder, mas se não pegarmos o assassino verdadeiro em breve, eu vou ter que ir
atrás de você. As evidências contra você estão se acumulando".
"Tenho que admitir que estou surpreso", disse Nikolai. "Você tem a reputação de colocar
aqueles que se acredita serem da máfia atrás das grades."
"A reputação?" Ivanski bufou. "Não se engane, Sokolov. Eu adoraria ver você apodrecer na
prisão. Mas quando isso acontecer, será por um crime que você é culpado de cometer. Fique de

olho, Sokolov. Quem está Armando tudo isso está perto de você."

"O que te faz dizer isso?"


"Porque alguém sabia exatamente quando você estaria aqui." Ivanski não esperou por uma

resposta enquanto ele se afastou e chamou seus homens. Nikolai demorou por um momento
enquanto pensava no que o homem disse. Ele se deu conta que alguém estava tentando incriminá-
lo, mas ele não percebeu que a pessoa iria tão longe. Ele tinha uma ideia muito boa de quem
matou Yuri, mas o homem não estava perto o suficiente para fornecer detalhes íntimos das idas e

vindas de Nikolai.
Alguém dentro de sua organização era um traidor.
É melhor que eles tomassem cuidado, porque no momento em que Nikolai se acertasse com
eles, não haveria restos mortais o suficiente para identificarem o corpo.

***

Alina aproximou a cabeça da privada e gemeu. Era o segundo dia seguido que ela mal
tinha conseguido engolir o seu café da manhã, e ela tinha uma boa ideia do que estava

acontecendo. Nikolai passava a maior parte de seus dias fora, e ele só voltava para casa bem à
noite. Nas duas últimas noites, ela estava deitada acordada em sua cama, fingindo dormir
enquanto ele passava um dedo pelo seu corpo, mas ele não a tinha acordado para fazer nada a
respeito.
Uma pergunta a atormentava, impedindo-a de se virar para ele durante a noite. O homem
que tinha seus braços ao redor dela durante a noite acertou uma bala na cabeça de seu pai?
Depois de se virar de um lado para o outro a noite toda, não era de admirar que ela
estivesse doente pela manhã. Puxando a descarga, ela enxaguou a boca e se olhou no espelho.
Era bom que Nikolai não ficasse em casa muito tempo porque ela estava acabada. Olheiras
envolviam seus olhos, e sua pele tinha perdido toda a cor. Logo ela pareceria um cadáver.

"Alina?"

A voz suave a afastou de seu pesadelo, e ela rapidamente fechou a água. Secando o rosto,
abriu a porta e olhou para Kristof. Ele estava em seu quarto, balançando para frente e para trás

com nervosismo enquanto olhava para os lados. "Desculpa. Eu não quis interrompê-la, mas Danik
disse que pensou que você poderia estar doente. Você precisa ver um médico?"
"Não," ela murmurou. "Estou bem. Apenas mal do estômago".
Kristof a olhou cautelosamente. "Mal do estômago? Eu te vi virar cinco doses de tequila e

participar de um concurso de comer asinhas de frango. Tenho certeza de que seu estômago está
revestido de aço".
"Eu não preciso de um médico", ela disparou. Sua voz tinha um tom que pegou os dois de
surpresa. Quando viu o choque nos olhos de Kristof, ela quase chorou. "Eu sinto muito. Eu não
queria gritar."
"Alina, eu posso notar que algo está incomodando você. Apenas fale comigo. Eu resolvo
isso."
Kristof resolveria. Ele e Timur sempre foram seus heróis. Se alguém lhe dissesse a verdade
sobre Nikolai, seria eles.

"Eu recebi um telefonema há alguns dias", ela disse. "Eu não reconheci o número, e eu não
reconheci a voz."
"Alguém está te assediando?" A mandíbula de Kristof se apertou, e ela viu a raiva em seus
olhos.
"Acho que não", ela disse com um tom tranquilizador. "Ele não ligou mais".
"O que ele disse para te aborrecer tanto?"
Alina respirou fundo. Ela não tinha realmente dito isso em voz alta ainda, e uma vez que ela
dissesse, tinha medo de que fosse verdade. "Ele disse que Nikolai matou meu pai."
A raiva cintilou nos olhos de Kristof, e Alina ficou instantaneamente aliviada. "Você acha que
ele está mentindo", ela disse com um pequeno sorriso. "Isso é bom."

"Diga-me exatamente o que ele disse", ele exigiu.

"Ele disse que era um amigo com alguns conselhos amigáveis. Disse que Nikolai guardava um
segredo, que tinha matado meu pai, e a única razão pela qual ele estava me protegendo era

porque temia que eu o tivesse visto naquele dia", disse Alina com cuidado. "Ele sabia sobre o nosso
relacionamento, e ele disse que a única razão pela qual Nikolai não me matou é porque ele
precisa de mim viva para que ele possa ganhar a confiança da máfia".
"Você contou para o Nikolai?"

"Claro que não!" Alina recuou com uma careta. "Ele tem me protegido, e eu nunca o acusaria
de algo assim sem provas!"
Seus olhos varreram os dela, e ela ficou estática quando viu pena neles. "Você mudou", ele
disse suavemente. "Houve um tempo em que você explodia com tudo e com todos."
"Eu cresci".
"Suponho que a morte de seu pai a fez crescer. Você é uma mulher forte. Estou feliz por ver
isso. Você está se apaixonando por ele?"
Virando a cabeça para ele não tentar identificar a verdade em seus olhos, ela respirou
fundo. "Nikolai não é o tipo de homem por quem uma mulher inteligente se apaixona", ela

murmurou honestamente. Até recentemente, Alina nunca tinha questionado seu senso comum, mas
agora tudo era diferente. Ela amava um homem que não podia ter.
"Eu lamento o dia em que a trouxemos aqui, disse Kristof suavemente. "Se eu soubesse, teria
lutado até meu último suspiro para mantê-la longe dele."
Lentamente, ela virou a cabeça para encará-lo novamente. Ela finalmente percebeu por que
havia pena nos olhos dele quando ele olhou para ela, e seu coração martelou em seu peito.
Sentindo-se quase tonta, ela estendeu a mão para alcançar a cama. Kristof sabia que ela amava
Nikolai. Ele sabia, e ele sentia pena dela por isso.
"Por quê?" Ela sussurrou. "Diga isso em voz alta. Preciso ouvir".
"Não precisa", ele murmurou. "Você não precisa ouvir isso para saber que é verdade."

"Como você sabe?", ela exigiu. "Como você sabe que ele fez isso?"

"Pequenas coisas, Alina ", disse Kristof com um sorriso triste. "Mas quem te ligou está certo.
Nikolai não vai te matar até que ele tenha a confiança da máfia. É por isso que não te disse. Eu

precisava que você acreditasse que ele era inocente para que ele não suspeitasse de você. Eu não
tinha ideia de que vocês dois estavam ficando tão… próximos."
A negação estava na ponta de sua língua, mas antes que ela pudesse falar, Kristof a
envolveu em seus braços e a abraçou apertadamente. Por um momento, Alina sentiu como se

estivesse nos braços de seu pai novamente, nos braços de alguém em quem ela amava e confiava.
"Você precisa guardar esse segredo, garota. Cause uma briga, fique fora de sua cama, mas
o que quer que você faça, não o deixe perceber que você sabe. Ele é o tipo de homem que iria
torturá-la para mantê-la calada e tomar o poder que ele acredita ser seu, para não perder tudo.
Você precisa que ficar longe dele."
Ele deu um beijo em sua testa e a soltou. "Eu vou fazer o meu melhor para ficar de olho em
você, Alina, mas você precisa ser forte, OK?"
Muda, ela assentiu. Ele deu outro sorriso triste antes de sair e fechar silenciosamente a porta
atrás dele.

Sua mente vibrou de tanta atividade. Então Kristof pensava que Nikolai matou seu pai, mas
ele não lhe ofereceu nenhuma prova. Seu amante era um homem cuidadoso por natureza. Seus
atos podiam ser mal interpretados como suspeitos, mas ela tinha estado em torno de seu pai tempo
suficiente para saber que, às vezes, quando um homem escondia algo, ele fazia isso para proteger
aqueles que o rodeavam. Ela estava frustrada, e agora sabia da necessidade.
Nikolai nunca lhe tinha dado uma razão para acreditar que ele odiava seu pai, mas Kristof
nunca lhe mentira. Ela teria que observá-lo cuidadosamente e chegar a suas próprias conclusões.
Parte dela zombava de si mesma por escolher seu primeiro amante e não o homem que
cuidou dela por anos, mas ela afastou aquela voz. Apesar do constrangimento de se apaixonar
pelo homem, ela sabia que seu juízo ainda era sólido.

Até que ela visse a prova de que Nikolai tinha sido quem destruiu seu mundo, ela acreditaria

em sua inocência. Ele merecia pelo menos isso dela.


Lealdade é tudo, princesa. Seja verdadeira consigo mesma, mas quando você encontrar alguém

com quem você possa contar, não desista sem uma boa razão. Pessoas boas são difíceis de encontrar.
Seja leal a elas, e elas serão leais a você. Confie em seus instintos, querida.
"E se eu não souber o que eles estão me dizendo, papai?"
Capítulo Dezoito

As nuvens escuras que haviam ameaçado a cidade durante toda a manhã finalmente se
abriram, encharcando tudo em uma chuva torrencial. Nikolai não se importava. Ele nem sequer se

incomodou em erguer os ombros ou abaixar a cabeça quando entrou na casa noturna. O tempo
estava perfeito para seu humor irritado. Ele estava tão ocupado tentando localizar a ameaça
dentro de sua organização que ele não tinha tocado Alina em uma semana. Ele mal a tinha visto.
Para seu crédito, ela não se queixou. Meio dormindo, ela se aconchegava em seus braços todas as

noites, e embora seu corpo sofresse para se acalmar contra sua carne quente, ele passava tão
pouco tempo em sua própria cama que não podia fazer nada além de dormir. O pensamento de
que alguém próximo a ele poderia pôr em perigo a sua vida o fazia seguir em frente.
Timur esperava bem perto da porta do clube, e Nikolai quase o invejou. Apesar do tempo
horrível, o clube estava lotado. Mulheres seminuas dançavam sob as luzes estroboscópicas do bar,
e corpos suados—a maioria deles bêbados, chapados ou ambos— enchiam a pista de dança. O
lugar cheirava a sexo e desespero, e Nikolai estava louco para sair de lá, mas tinha a sensação
de que o informante que o observava da esquina seria a chave para descobrir a verdade.
O informante se identificava como Asher, embora Nikolai soubesse que não era seu

verdadeiro nome. O americano tinha aparecido na cidade há cinco anos, e Yuri tinha ficado de
olho nele. O homem estava encoberto de mistério, e apesar de seus melhores esforços, eles ainda
não tinham ideia de por que ele tinha vindo ou o que ele queria. Ele se manteve fora do caminho,
e Yuri finalmente decidiu que se o homem não os incomodasse, eles não o incomodariam. Uma aura
perigosa cercava o homem, e um silêncio mortal o seguia. Durante todo o tempo em que Nikolai o
conhecia, nada sugeria que o homem tivesse matado alguém enquanto estava por lá, mas Nikolai
reconheceu a dor nos olhos do homem. Uma série de almas mortas o assombravam. Nikolai se
cansou de esperar e atravessou o ambiente até o canto escolhido por Asher.
"Você vai me encarar a noite toda, ou você vai realmente falar comigo?" Ele disparou.

Asher saiu das sombras e o chamou com o dedo. Com um xingamento exasperado, Nikolai o

seguiu pelo clube e pela entrada de trás. Não o incomodava estar tão longe de Timur. Se Asher
quisesse matá-lo, ele já teria feito isso. O vento chicoteava a chuva em torno deles. A cobertura do

edifício mal os protegia, mas Nikolai não deixou que isso o afetasse.
"Você tem alguma coisa para me dizer?" Nikolai o pressionou.
O outro homem fez Nikolai esperar enquanto ele acendia um cigarro.
"Você está fazendo um péssimo trabalho apagando seus rastros", Asher disse finalmente. A

voz do homem era uniforme, mas estava repleta de uma advertência mortal. "Você enviou quatro
homens quase mortos para o hospital. Se você foder com tudo deixando um corpo para trás,
Ivanski não vai mais se esforçar tanto para protegê-lo. "
"Você conhece Ivanski?" Aquilo não deveria surpreender Nikolai. Asher era o tipo de homem
que se familiarizava com aqueles que poderiam ajudá-lo e destruí-lo.
"Você quer saber quem matou Yuri Petrov." Asher ignorou a pergunta e se apoiou na parede
do edifício. "É uma pergunta estranha a se fazer, já que você parece sentir que já sabe a
resposta."
"Eu não vim para ter a minha mente examinada", Nikolai disparou. "Diga-me o que você

sabe."
"Ele nunca puxaria o gatilho", disse Asher. "Você sabe disso."
Nikolai ficou tenso e se perguntou se ele tinha cometido um erro ao confiar em um homem
que mal conhecia. Se Asher era um assassino, nada o impediria de tirar uma arma e disparar na
cabeça dele. Ele morreria assim como Yuri.
E então o que aconteceria com Alina?
Rindo, Asher sacudiu a cabeça. "Não somos amigos, Nikolai. Eu não me importava com Petrov,
e tenho a certeza de que não me importo com você, mas dois dos quatro que você enviou para o
hospital estavam trabalhando para mim. Foi uma mudança inesperada em meus planos, e eu não
gosto disso".

"Que planos seriam esses?"

"Pare de se concentrar em encontrar uma prova contra o homem que investiu com o próprio
dinheiro e se concentrar em quem puxou o gatilho."

Nikolai estreitou os olhos. "Eu não estou aqui para jogos mentais, Asher. Eu mantenho você
por perto porque você não fez nada para me irritar, mas se você continuar falando em códigos,
você será o quinto homem no hospital, e eu não posso lhe dar a mesma misericórdia que dei a seus
homens."

"Você me mantém por perto porque você está curioso sobre mim, e nós dois sabemos disso",
disse Asher calmamente. "E eu não estou brincando de jogos mentais. Se você quer ser um líder,
você precisa começar a pensar como um. Basta apenas um erro para acabar com um homem".
"E qual é esse erro?"
"Amor."
Antes que Nikolai pudesse perguntar o que diabos o homem queria dizer, Asher tragou seu
cigarro na chuva e desapareceu de volta para o clube. Reclamando do tempo que tinha
desperdiçado no homem, Nikolai puxou a jaqueta em torno de seu corpo e se encostou contra a
parede ao correr ao redor do lugar. Ele não estava com disposição para abrir caminho entre os

corpos que se contorciam lá dentro.


Quando ele virou a esquina, parou de repente e olhou para Timur. Em um momento de
clareza, ele percebeu o que Asher estava falando. Tudo o que bastava era um erro.
Timur estava praticamente colado ao seu lado no momento em que ele trouxe ele e Kristof
de volta para vigiar Alina. Kristof seguiu cada tarefa obedientemente, mas Timur recusou as três
últimas tarefas que ele tentou dar ao homem. A princípio, ele pensou que Timur quisesse ficar de
olho em Alina, mas não. Ele estava de olho em Nikolai.
Nikolai se lembrava de Timur ser cheio de vida, mas ultimamente ele estava quieto e mal-
humorado. Ele fumava como se quisesse a morte que os cigarros trariam.
Enfiando as mãos nos bolsos, Nikolai se aproximou Timur cuidadosamente. O homem mais

velho virou a cabeça e olhou para Nikolai com um rosto vazio. "Asher lhe deu alguma coisa que

valeu a pena?" Ele perguntou.


"Sim."

Timur apertou a mandíbula e observou cuidadosamente Nikolai. Finalmente, ele suspirou e


assentiu. "Vamos sair da chuva. Para onde você vai?"
"Pra casa."
Timur manobrou o carro e abriu a porta para ele. Antes que Nikolai se abaixasse, ele parou

a centímetros do rosto de Timur. "Eu quero a verdade", sussurrou.


Timur cerrou os dentes e olhou para trás. Foi só quando Nikolai sussurrou o nome dela que o
homem finalmente fechou os olhos e suspirou. A vitória era agridoce, e Nikolai entrou. Quando
Timur finalmente o seguiu, Nikolai já tinha sua arma na mão. "Fale", ele ordenou.

***

Não havia como negar. Alina jogou as provas fora e caminhou com as pernas trêmulas de
volta para o quarto. Não havia maneira de ela ir para a cama de Nikolai depois disso. Não havia

maneira de ela encará-lo. Ela precisava sair. Afaste-se da casa e nunca voltar. Como ela poderia
ter entrado nessa confusão? E não podia botar a culpa em seus hormônios. Normalmente, ela tinha
os pés no chão, mas ultimamente ela deixou seus sentimentos por Nikolai atrapalharem tudo. E
agora ela pagaria o preço.
Ele ainda estava gastando a maior parte de suas noites fazendo sabe Deus o quê.
Esperando que ele notasse ou se importasse que ela não estivesse em sua cama, ela desligou as
luzes e se encolheu no sofá. Na escuridão, ela começou a tramar. Mesmo que conseguisse escapar
da casa de novo, ele nunca a deixaria fugir por muito tempo. Alina duvidava que pudesse se
esconder dele, então fugir estava fora de questão. Ele sempre disse que ela era livre para sair,
mas ela não pensou que ele realmente falava sério. Especialmente desde que eles começaram a

dormir juntos. Sua única esperança era que o assassino de seu pai fosse encontrado.

Apesar de sua ansiedade, ela acabou caindo no sono.


O quarto ainda estava escuro quando ela sentiu sua mão acariciando sua perna. Acordando

lentamente, ela curtiu seu toque por um minuto antes de se lembrar da verdade e imediatamente se
afastou.
"Calma, Alina", murmurou ele. "Sou eu, meu bem."
Meu bem? O carinho quase trouxe lágrimas aos olhos dela. "Desculpe", ela pediu desculpas

com a voz rouca. "Você me assustou."


"O que você está fazendo aqui, querida? Por que você não está na minha cama?"
Por um momento, ela não disse nada. Ela não podia dizer a verdade, podia? "Você não
estava aqui", ela finalmente sussurrou. "Eu não gostei de ficar sozinha em sua cama."
Ele suspirou baixinho antes de levantar a cabeça. Ela sentiu ele se sentar e acomodá-la em
seu colo. "Se eu pudesse estar aqui com você, eu faria isso", ele admitiu enquanto passava a mão
sobre seu cabelo. "Eu prometo que não estou evitando você deliberadamente."
Seu coração doeu, e ela fechou os olhos e tentou combater a dor. Agora não era hora de
sentir nada por ele. Se fosse para fazer algo, era construir uma parede entre eles. Era a única

coisa que podia mantê-la a salvo. Sentando-se, ela tentou colocar algum espaço entre eles
enquanto caminhava até a própria cama.
"Eu sei. Não quero distraí-lo", ela mentiu. "Acho que vou tentar dormir na minha cama esta
noite."
Ela o ouviu rir na escuridão. "Se você tivesse me dito isso antes de me deixar tocá-la, eu
ficaria feliz. Eu montei o quarto especificamente para você", ele disse secamente.
Surpresa, seus olhos se arregalaram. "Você fez isso?"
"Eu não queria te contar depois que descobri o quanto você o odiou", ele resmungou. "Se
você realmente quer passar suas noites aqui, eu não vou te impedir. Faça para mim uma lista das
cores que você gosta, e eu vou refazer a cama para que você realmente consiga dormir nela."

"Você me deixaria?" Alina não conseguia afastar a dor de sua voz. Ela sabia que queria

manter a distância, mas ainda queria que ele a quisesse. Era injusto, mas não conseguia evitar o
que sentia.

"Eu não vou forçá-la a dormir na minha cama", ele disse com um tom frio. "Eu sei que eu não
tenho estado por perto ultimamente, e eu não tenho tempo para explicar por que você não deve
levar isso para o lado pessoal."
"Não tem nada a ver com isso", ela resmungou com a voz rouca.

"Então o que foi, Alina? Por que você não está na minha cama esta noite?" Ele acendeu um
abajur.
Respirando fundo, ela fechou os olhos. "Eu não sei direito o que é..."
"Então você pensou em sair da minha cama sem me dizer o motivo?"
"E eu tenho certeza que você não esperava ter que lidar comigo para sempre..."
"Você decidiu, em dois meses, que ‘para sempre’ fazia parte do pacote?"
"Embora dezoito anos não seja exatamente para sempre. Eu não estou dizendo que você
tem que fazer parte da vida dela—ou dele…"
"Alina!"

Suas palavras afiadas a sacudiram de seu transe, e ela abriu os olhos e olhou para ele. Seu
rosto era uma mistura de fúria e esperança. "Apenas me diga", ele sussurrou com a voz áspera.
"Estou grávida." Ela sentiu o seu estômago embrulhar. Ela não tinha ideia do que ele diria a
seguir. Era possível que ele a mandasse embora. Ou talvez ele exigisse um aborto.
Ele não disse nada. Ele apenas olhou para ela, seus olhos desceram até que eles focaram
em sua barriga. Ela envolveu seus braços ao redor de si mesma em um esforço para proteger o
bebê crescendo em seu ventre de tudo o que ele diria ou faria em seguida. Naquele momento, ela
sabia que faria qualquer coisa pela criança. Mesmo se ele acabasse sendo o homem que matou
seu pai, ela protegeria seu filho até seu último suspiro.
"Um bebê", ele disse de repente. "Você está carregando meu bebê. Nosso bebê."

Ela assistiu em choque quando ele deslizou do sofá e forçosamente afastou seus braços de

seu corpo. Enquanto ele se ajoelhava, ele beijou sua barriga antes de acariciá-la.
"Nikolai?" Ela perguntou suavemente. "Você está bem com isso?"

"Eu nunca pensei em um bebê", ele disse sem olhar para cima. "Eu tive um pai horrível. Eu
sempre imaginei que eu seria um pai horrível, mas agora ..."
Ela percebeu o turbilhão de emoções em sua voz e acariciou seu queixo. Quando ele
levantou o rosto, ela enxergou toda a confusão em seus olhos, e naquele momento, ela soube. Ela

sabia que ela o amava, que ela queria que ele fosse um pai, que ela nunca acreditaria que ele
tinha matado seu pai.
"Você vai ser um grande pai", ela sussurrou enquanto as lágrimas começavam a rolar. Ele
imediatamente se levantou e enxugou as lágrimas de seu rosto e pressionou seus lábios contra os
dela. O beijo foi lento, sem pressa, e completamente vazio de luxúria. Foi a primeira coisa que ele
tinha feito que a fez sentir como se ele tivesse sentimentos por ela.
"Você vai dormir comigo", ele disse com dureza na voz. "E pronto".
Rindo, ela o deixou pegá-la pela mão e levá-la para o quarto. Na escuridão, ele a despiu e
puxou as cobertas. Quando ela entrou, ele se aconchegou atrás dela e envolveu seus braços ao

redor dela. A palma de sua mão pousou em seu abdome e acariciou sua pele suavemente.
"Amanhã vamos levá-la para um médico. Você e esse bebê vão ter os melhores cuidados do
mundo."
Sentindo-se segura, ela cobriu a mão dele com a sua própria, e enquanto ela caía no sono,
ela sabia que ele ainda estava bem acordado, olhando para ela.
Capítulo Dezenove

Nikolai não só estava mais próximo. Ele raramente saía de casa. Uma semana havia se
passado desde que ela lhe disse que estava grávida, e ele passou quase todo aquele tempo com

ela. Quatro guardas armados os escoltaram até o consultório do médico e, em seguida, ele até
mesmo permitiu que ela almoçasse enquanto estavam fora. Depois disso, porém, estavam de volta
na casa. Nikolai contratou mais três guardas para a casa, mas Kristof e Timur não estavam muito
por perto.

Ela lutou para manter seu temperamento equilibrado. Ela não podia sequer ir até a cozinha
para um lanche sem alguém em sua cola. E mesmo quando parecia que ela estava sozinha, ela
sabia que não estava.
"Danik", ela chamou suavemente. Em poucos segundos, o homem se materializou.
"Você precisa de alguma coisa, Alina?"
Inclinando-se contra a parede no corredor do andar de cima, ela lhe deu o que ela
esperava que fosse um olhar severo. "O que eu quero é informação. Por que o súbito aumento de
guardas?"
As sobrancelhas do homem mais velho subiram, e ela podia dizer que ele estava lutando

para não sorrir. "Bem, eu não estou familiarizado com seus planos de segurança, mas eu imagino
que tem algo a ver com uma avaliação de nível de ameaça."
"Danik, eu sei que você sabe tudo o que acontece nesta casa. Se há algo acontecendo, eu
quero saber sobre."
"Eu pensei que você já soubesse", ele disse. Desta vez, seu sorriso estava cheio.
Alina se endireitou e respirou fundo. Ele sabia? Como ele poderia saber? Ela e Nikolai
decidiram que não contariam a ninguém sobre a gravidez até que a ameaça acabar ou até não
poderem mais esconder a gravidez. "Por que eu iria saber?" Ela perguntou lentamente.
"O que você sabe?"

"Eu estava perguntando o que você sabe."

"Sim, eu sei."
"Sabe o quê?" Alina piscou e sacudiu a cabeça. "Pare com isso. Estou confusa!"

"Eu também."
"Danik!"
Ele finalmente se apiedou dela e riu. "Acalme-se, Alina. Eu estou apenas provocando você.
Eu sei que Nikolai aumentou a segurança porque há dois de vocês para proteger agora. Nós

ainda não sabemos onde está a ameaça, e se eles souberem de sua condição, as coisas poderiam
ir de mal a pior."
Alina imediatamente colocou as mãos sobre a barriga. A preocupação de que alguém
descobrisse imediatamente se transformou em medo de que alguém prejudicasse a vida preciosa
crescendo dentro dela. "Como você sabia?"
"Nada acontece nesta casa que eu não saiba", ele disse com um sorriso vago.
"Isso não é uma resposta, e nós dois sabemos disso", ela retrucou.
Danik encolheu os ombros. "Está bem. Eu vi o teste de gravidez quando eu estava tirando o
lixo. Eu esperava que fosse seu e não da jovem Iyanna, mas quando eu vi o aumento de

segurança, eu sabia que era você. Além disso, Nikolai pediu que eu ficasse de olho em você. Ele
está protegendo mais do que a filha de seu antecessor".
"Ele está protegendo o próprio filho".
Danik sorriu suavemente e estendeu a mão para pegar as dela. "Ele está protegendo mais
do que isso, minha querida".
Quando ele soltou suas mãos e se afastou, ela se recostou contra a parede e olhou para
ele. Parecia muito como se ele estivesse tentando lhe dizer algo, mas ela não podia deixar sua
mente vagar. Ainda não era seguro.
Qualquer coisa poderia acontecer. Ela ainda estava em perigo, e enquanto ela sabia que
Nikolai queria um herdeiro, ela ainda não sabia o que ele sentia em relação a ela. Pensar que

poderia ser amor não era uma opção.

Ainda assim, ela não podia deixar de se sentir um pouco mais leve ao descer para tomar o
café da manhã com a Iyanna.

***

"Por que estamos esperando? Quero que ele seja derrotado. Agora." Nikolai chiou. Ele ficou

com Timur perto da piscina e olhou para a janela de Alina.


Timur suspirou e passou a mão pelo cabelo. "Pelo bem de Alina, eu diria que nós poderíamos
ir para cima dele. Você tem dez vezes mais homens. Não seria tão difícil derrotá-lo, mas pelo seu
próprio bem, acho que precisamos esperar pelo seu próximo passo. Se não fizermos isso direito,
ele estará morto e você estará na prisão."
Mas Alina estaria segura. Essa foi a primeira vez que isso surgiu em sua mente. Ela estaria
segura, e ela levaria seu filho para longe de tudo isso. Sem violência. Sem temer que uma bala
saísse do nada e acabasse com tudo. Seria triste assistir de trás das grades o seu filho crescer, mas
pelo menos eles estariam seguros.

"Nikolai, eu não sei o que você está pensando, mas peço que você seja cauteloso. Apenas
me dê mais alguns dias para colher um pouco mais de informações. Eles ainda confiam em mim. Se
eu não tiver nada para lhe dar no final da semana, prometo que lhe apoiarei 100% quando você
atacar".
Cinco dias. Cinco dias até matar o assassino de Yuri. Cinco dias até Alina estar segura.
Ele aproveitaria aqueles cinco dias ao máximo. "Trabalhe rápido, Timur".
O homem assentiu, e Nikolai o estudou. Ele tinha muito nas mãos de Timur. Ele tinha que
confiar que o amor do homem por Alina era forte o suficiente, mas havia outros homens que
também pareciam amar Alina.
Homens que estavam tentando matá-la.

"Se você me trair, Timur, você vai descobrir que há coisas piores do que a morte, você me

entende?"
"Trair você? Em um piscar de olhos", Timur disse com um sorriso. "Trair Alina? Sem chance

alguma."
"Eu posso conviver com isso."
Olhando para cima novamente, ele viu o rosto de Alina na janela. Ela estava com um sorriso
maravilhoso, e ele sentiu seu coração pular. Era verdade o que diziam sobre mulheres grávidas. Ela

realmente brilhava. Ela era a coisa mais linda que ele já tinha visto.
"Não a machuque", disse Timur suavemente.
"Eu não poderia mesmo se eu quisesse", Nikolai murmurou. Ele lançou mais um olhar para
Timur antes de ir até Alina. Se as coisas dessem errado e ele acabasse na prisão, ele queria ter
certeza de que ele tinha tanto tempo com ela quanto possível.
Ela ainda estava encostada na janela quando ele a encontrou. "Você não está planejando
se pendurar para tomar ar fresco, não é?"
"Cale a boca", ela disse enquanto se virava.
"Você gosta da minha boca".

"Talvez quando ela não está falando", ela disse em tom de brincadeira ao seguir em
direção a ele. "Eu gosto mais ainda quando ela está fazendo outras coisas."
Ele não podia deixar de sorrir enquanto ela envolvia seus braços ao redor dele e
aproximava seu rosto do dele. "Eu gosto quando está me beijando."
"Oh, querida", ele disse roucamente. "Eu gosto quando ela está te beijando, também."
Ela fez um pequeno som de prazer quando ele pressionou seus lábios nos dela e abriu a
boca.
Depois de um minuto, ela se afastou e olhou para ele. "Sobre o que você estava falando
com Timur? Parece que ele tem me evitado ultimamente."
"Evitado você?" Ele a puxou para mais perto para lhe dar outro beijo, mas ela colocou sua

palma contra seu peito para detê-lo.

"Tentei perguntar a Kristof sobre isso, mas ele disse que provavelmente era apenas minha
imaginação. Nikolai, não é minha imaginação".

Nikolai suspirou e a soltou. Ela imediatamente voltou para a janela para vigiar Timur, e
Nikolai fechou a porta e a trancou. "Você perguntou a Timur?"
"Como eu posso perguntar por que ele não tem estado por perto se ele não tem estado por
perto?"

Ela ergueu as mãos em frustração, e ele a agarrou pela cintura e puxou seu corpo contra o
dele. Enquanto suas mãos se espalhavam pelo seu abdome e a acariciavam, ela agarrou suas
mãos para que ele parasse. "Você está me distraindo!"
"Como posso ser uma distração quando esse era o meu propósito original?" Ele perguntou
enquanto acariciava seu pescoço. O cheiro dela era tão doce, e seu corpo estava balançando
lentamente para frente e para trás contra ele. A leve ereção que ele tinha antes era agora rígida
e pulsante.
"Mesmo?" Ela perguntou enquanto virou a cabeça e olhou para ele. "Você veio aqui para
me seduzir?"

"Uhum." Ele pressionou seus lábios levemente contra o seu ombro, e suas mãos escorregaram
debaixo de sua blusa. "Como eu não poderia? Você parecia tão sexy na janela, me observando.
Ou talvez você estivesse observando Timur."
Sua voz era provocadora, mas por alguma razão, ele estava um pouco tenso sobre o que
ela poderia dizer a seguir.
"Nikolai, quando eu posso te ver, eu não vejo mais ninguém", ela sussurrou.
A adrenalina tomou conta dele, e ele a girou e a apertou contra a parede. "Você não tem
ideia do quão feliz isso me faz", ele sussurrou.
Ela deu a ele um sorriso tímido. "Acho que tenho alguma ideia", disse ela enquanto pegava
sugestivamente em sua ereção. Nikolai deu um rápido passo para trás quando ela ficou de joelhos

e pegou o zíper de sua calça.

"Alina", ele disse roucamente enquanto ela o tirou para fora. "Isso não é o que eu tinha em
mente."

Enquanto a língua dela escorregava e se arrastava pela cabeça de seu pênis, ele respirou
fundo e se apoiou contra a parede. "Talvez fosse o que eu tinha em mente quando estava te
observando."
Nikolai gemeu e lutou para se segurar. Antes de perder o controle, ele se afastou dela e a

ergueu. Rindo, ela o abraçou e o beijou. "Você não está deixando eu me divertir!"
"Então eu acho que vou ter que fazer isso com você."
Primeiro ele puxou a camiseta sobre sua cabeça, e então ele desabotoou seu sutiã. Antes
que ele se distraísse demais com seus seios lindos, ele os beliscou levemente e escutou seu gemido
de desejo. Virando-a, ele moveu lentamente as mãos pelos seus braços e colocou as mãos dela
contra a parede. "Fique aqui, querida".
Ela lhe deu um olhar curioso por cima do ombro, mas não se moveu. Colocando as mãos nas
laterais de seu corpo e em sua cintura, ele desabotoou sua calça jeans. Puxando-a por suas longas
pernas, ele mordiscou levemente seu bumbum redondinho destacado por sua tanga. Alina saiu de

sua calça jeans, e ele soltou um grunhido de apreciação.


"Cada centímetro seu é perfeito", ele sussurrou enquanto brincava com sua calcinha. Ela se
mexeu, abriu as pernas e resmungou um pouco. "Você deseja algo, Alina?" Ele brincou enquanto
passava o dedo por suas nádegas e sentia o calor vindo do meio de suas pernas.
"Você", ela ofegou. "Por favor, Nikolai. Você está brincando comigo".
"Isso é porque eu gosto de brincar com você." Deslizando um dedo dentro dela, ele a
acariciou lentamente e sorriu quando suas pernas começaram a tremer. Era incrivelmente tentador
fazê-la ficar assim enquanto ele a levava o limite de sua loucura, mas sua própria necessidade
estava ficando cada vez mais difícil de ignorar. Tenso de desejo, ele tirou o dedo dela e baixou a
própria calça.

Ela gritou e olhou por cima do ombro. "Não me deixe".

"Eu estou aqui", ele murmurou com a voz pesada ao penetrá-la. Ela estava encharcada, mais
do que preparada para ele, e ele se enterrou por completo no primeiro movimento. Engasgando

com a sensação dela assim apertadinha, ele congelou e lutou contra o desejo de meter nela mais e
mais. "Meu Deus, querida. Eu mal consigo em controlar."
"Eu não quero que você faça isso." Ela empurrou seu corpo para trás e balançou.
Ancorando a mão ao redor de sua cintura, ele rosnou.

"Porra, Alina. Estou tentando ir devagar aqui.


"A última coisa que eu quero que você faça é ir devagar."
O suor escorria em sua testa e ele cerrou os dentes. Seu dedo do meio deslizou contra seu
clitóris, mas isso a fez escorregar mais para baixo e sua vagina forçou ainda mais contra ele.
"Você está grávida, querida. Quero ter cuidado com você".
"Nikolai, o bebê tem o tamanho de um inseto. Você não corre o risco de machucá-lo." Com a
mão entre as suas pernas, ela segurou suas bolas como se quisesse reafirmar sua fala.
"Porra", ele urrou, agarrou seu quadril e começou a se mover. Começou apenas com
movimentos lentos em um ritmo uniforme, mas quando os dedos dela se moveram de seu saco para

a parte inferior de sua ereção, ele começou a se mover mais rápido e com mais força. Os gritos
dela se misturavam com os gemidos graves dele, e embora estivesse pronto para explodir, ele
queria desesperadamente sentir seu clímax primeiro. Não havia nada como a sensação de seus
músculos se apertando em torno dele e seu corpo estremecendo em seus braços.
"Oh, Deus, Nikolai", ela ofegou. "Estou tão perto."
"Goze", ele exigiu enquanto estendeu a mão e passou o dedo sobre seu mamilo tenso.
Inclinando-se e lambendo seu lombo pescoço, ele recebeu sua recompensa. Assim que ele sentiu os
primeiros espasmos de seu orgasmo, ele se soltou, metendo nela até que ele se aliviou
profundamente dentro dela.
Alina imediatamente amoleceu. Ele se moveu rapidamente para pegá-la e balançá-la em

seus braços. Enquanto ele a levava até a cama dela, ela balançou a cabeça. "Sua cama", ela

sussurrou. "Por favor."


Virando-se, ele a levou para a cama e gentilmente a deitou. "O que eu vou fazer com

você?" Ele sussurrou com um sorriso.


"Eu gosto da sua cama", ela disse enquanto se aconchegava em seu travesseiro. "Tem o seu
cheiro."
"Querida, você está me deixando com ciúmes da minha própria cama." Ele se deitou ao lado

dela e colocou um braço sobre seu ombro. Preciso voltar ao trabalho".


"Eu me sentirei muito insultada se você voltar a trabalhar logo depois de me arrebatar
assim", ela brincou enquanto se virou para encará-lo. "Minhas pernas estão bambas, e eu preciso
sentir que tive algum impacto em você."
"Oh, você teve um impacto", ele murmurou enquanto seus olhos se aproximavam. "Você não
tem ideia do quanto me afeta."
"Não tenho. Você nunca me diz".
Ele já estava quase dormindo, mas ele a ouviu. Por um momento, ele quase lhe disse o quanto
ela significava para ele, mas ele simplesmente não conseguia fazer isso.

Talvez ele estivesse com medo. Medo do poder que ela tinha sobre ele.
Medo de admitir que ele a amava e depois perdê-la porque ele não era bom o suficiente
para mantê-la segura.
Capítulo Vinte

"Você a engravidou?", grunhiu Timur. "Eu deveria matá-lo, ressuscitá-lo, e matá-lo


novamente."

"Agora não", disse Nikolai em voz baixa. "Temos um problema".


"Algo que supera o fato de que você fodeu os próximos dezoito anos da vida dela?"
"Acho que ir para a prisão e ser incapaz de protegê-la supera o fato de eu tê-la
engravidado", ele respondeu. Isso chamou a atenção de Timur. A expressão de seu guarda passou

da raiva ao medo ao ver a caixa sobre a mesa.


"O que é isso?" Ele perguntou cautelosamente.
Nikolai se recostou na cadeira e balançou a cabeça. "Um presente", disse ele, sombriamente.
"Você vai abri-lo?"
Nikolai estendeu a carta que acompanhava a caixa. Timur a pegou e abriu, mas Nikolai já
sabia o que dizia. Aparentemente, dentro da caixa havia evidências de que ele matou Yuri, e se
ele não desistisse de ser seu sucessor, outras provas seriam enviadas para a polícia.
"Bem", Timur disse com calma. "Eu sei que você não matou Yuri, e você sabe que você não
matou Yuri, então o que diabos está na caixa?"

"Essa é a pergunta de um milhão de dólares." Nikolai tirou seu canivete do bolso e cortou a
fita fechando a caixa. Inspirando lentamente, ele levantou a tampa e olhou para dentro. "Porra."
"Droga", Timur respirou. "Não toque nela. Você não quer ter suas impressões nela. É a arma
do crime? Por que eles te mandariam a arma do crime?"
Com cuidado para não tocar na arma aninhada em um jornal, Nikolai puxou o envelope que
estava junto dela. Ele sentiu o sangue sumir de seu rosto enquanto folheava as fotos. Elas eram
editadas, mas eram boas. Em cada uma delas, ele estava em pé na beira da piscina dos Petrov
segurando a arma da caixa. As fotos eram granuladas, como se fossem tiradas à distância.
"Elas não são de outra época, não é?", perguntou Timur suavemente.

"Não. Eu não estive na propriedade Petrov em anos. Vê a tatuagem no meu braço? Eu só a

tenho a mais ou menos um ano. Alguém criou essas fotos." Ele limpou a garganta e fechou os olhos.
"Por que pedir para eu me afastar? Por que não simplesmente me matar?"

"Você não é fácil de matar. E é mais fácil ganhar a confiança dos seguidores se o sucessor
apoiar sua ascensão. Se você der o controle para ele, a transição será mais suave."
"Você acha que Ivanski acreditaria em mim?"
Timur sacudiu a cabeça. "Ele pode estar do seu lado agora, mas a cidade quer esse caso

encerrado. Mesmo que seja apenas um bode expiatório, eles querem alguém atrás das grades".
"Eu não posso proteger Alina de lá." Ele fechou os olhos e bateu a cabeça contra a parede.
"Mas se eu o deixar assumir, ele será intocável. Nós nunca vamos pegá-lo."
"Segurança para Alina ou justiça para o seu pai? Eu pensava que a escolha seria fácil."
Timur franziu a testa olhando para as fotos. "Especialmente agora que você tem uma criança em
quem pensar."
Nikolai sacudiu a cabeça. "Não é tão simples assim. Mesmo que eu faça tudo o que ele diz,
não há nenhuma garantia de que ele vai me deixar livre. Há apenas a garantia de que ele saiba
que não fui eu. Uma vez que conseguir tudo o que precisar, não há nada o impedindo de conseguir

o que ele quer. Ele pode não querer que ela morra, mas ele quer que eu morra, e ela está
carregando meu filho. Não podemos mais nos sentar, Timur. Precisamos agir. Ele precisa morrer".
Timur assentiu lentamente. "Eu não poderia concordar mais."
Nikolai estendeu o braço em direção à caixa e agarrou a arma. Os olhos de Timur se
arregalaram e ele balançou a cabeça. "Não toque nela. Impressões digitais!"
"Minhas impressões digitais já estão nela. Essa arma é minha".
Um suspiro vindo do canto fez com que eles se virassem. Nikolai congelou quando a viu
olhando para ele. "Alina", disse ele com a voz grave.
"O que é isso?" Ela sussurrou.
Nikolai soltou um palavrão e soltou a arma. Ele podia ver o medo e horror em seus olhos e

sabia que ela reconheceu a arma. Claro que sim. Seu pai poderia tê-la protegido, mas ela

reconheceu claramente o modelo que matou Yuri. "Venha aqui, Alina. Vou te contar tudo".
"Kristof estava certo", ela sibilou. "Você o matou. Estou passando mal".

"Alina, você está tirando conclusões precipitadas".


"Você acabou de dizer que essa arma é sua", ela gritou. "O que mais eu deveria pensar?"
Nikolai olhou fixamente para ela com frieza. "Vá para o seu quarto, Alina. Acalme-se.
Estarei lá em um minuto".

Ela recuou lentamente, mas seu rosto estava pálido como uma folha de papel. Nikolai sentiu
sua dor e tentou ser forte. "Quero dar um fim nisso".
"Você deveria ir com ela", murmurou Timur. "É hora de contar a verdade a ela."
"Dei a ela tudo o que eu podia. Minha proteção, meu corpo, e agora ela carrega meu filho.
Depois de tudo isso, ela ainda acha que sou capaz de matar seu pai. A última coisa que quero
fazer é ir até ela".
Se ele pensasse que uma única pessoa naquela casa fosse leal a ele, teria sido Alina. Ele
teria jurado que ela estava apaixonada por ele. Ele estava incrivelmente feliz por pensar que ele
tinha ganhado seu coração, mas aparentemente ele não tinha.

Alina não o amava. Ele não era nada mais do que alguém que aquecia sua cama à noite.

***

Lágrimas escorreram pelo seu rosto enquanto o carro voava pela rua. Em vez de ir para o
seu quarto, como Nikolai havia ordenado, ela foi direto até Kristof, que prometeu levá-la o mais
longe possível do assassino de seu pai. O que ela faria agora? Ela estava carregando o filho do
homem que assassinou seu pai. Como ela poderia ter sido tão estúpida?"
"Eu deveria ter escutado você", ela sussurrou.
"Não pense nisso dessa forma", murmurou Kristof. "Você é uma menina tão doce. Você quis

acreditar que ele era inocente até que você tivesse uma prova. Isso é o que a separa do resto de

nós. Acreditamos que todo mundo seja culpado até que prove ser inocente."
"Eu deixei ele me tocar", ela gritou com a voz rouca. "Como ele pôde fazer isso depois do

que ele fez comigo? Que tipo de homem faz isso?"


Kristof não respondeu. Alina bateu a cabeça contra a janela e soluçou baixinho. Por mais
que quisesse parecer forte, suas emoções tomaram conta de si e ela simplesmente não conseguia
controlá-las. Ainda assim, ela quase não se importava de chorar na frente de Kristof. Ele a viu

após a morte de seu pai, e agora ele iria vê-la passar por isso também.
"Eu tenho que contar para a polícia", ela disse quando seus soluços finalmente diminuíram.
Sua voz soou áspera, e ela limpou sua garganta. "Se encontrarem a arma do crime, eles terão que
prendê-lo".
Kristof não respondeu. Ela levantou a cabeça e olhou para ele. Seus lábios estavam
pressionados em uma linha dura enquanto ele dirigia. "Kristof?" Ela tentou novamente.
"Deus. Cale a boca, Alina", ele rosnou.
Surpresa, ela ofegou. "O que há de errado com você?"
"O que há de errado comigo? Você fodeu com o homem que matou o seu pai. Você deveria

estar perguntando o que há de errado com você!"


Sua tristeza foi imediatamente substituída pela fúria. Endireitando-se, ela abriu a boca para
gritar com ele até perceber o que ele estava fazendo. Incapaz de fazer qualquer outra coisa, ela
sorriu. "Me deixando com raiva para eu não chorar mais? Clássico", ela murmurou.
"Tão inocente."
Havia algo estranho em sua voz, e ela franziu a testa. Quando seus olhos desceram até o
volante, ela viu o logotipo do Bentley e ficou paralisada. Algo sobre o logotipo parecia muito
familiar. Mas ela não se lembrava do motivo.
"Para onde vamos?" A tensão no carro era sufocante. Alina agarrou a maçaneta da porta e
engoliu seco. "Kristof. Para onde você está me levando?"

"Cale a boca, sua vadia."

Assim que aquelas palavras frias a atingiram, ela se lembrou. O carro que a perseguiu no
cemitério. O Bentley preto. O que a seguiu quando Kristof não estava lá.

Seu coração martelou contra seu peito. A mancha de sangue em sua camisa depois que ela
descobriu o corpo de seu pai. A suposta verdade que ele havia confessado para tentar tirá-la de
Nikolai.
"Meu Deus", ela sussurrou. "Você o matou. Você o matou!" Ela gritou e, esquecendo

completamente que eles estavam em um carro, estendeu a mão e o atacou. Suas unhas arranharam
o seu rosto, e ele gritou de dor. Girando o volante, ele parou o carro e puxou algo de sua jaqueta.
Alina ainda estava lutando com uma fúria tão cega que nem sequer notou que a arma estava
apontada para ela até que ela viu ele tirar a trava de segurança.
Imediatamente, ela pensou em Nikolai e seu bebê. Voltando para o canto de seu assento, ela
colocou um braço ao redor de seu abdome e virou a cabeça. "Por favor, não".
"Porra, Alina", ele rosnou. "Você fodeu tudo isso. Você não deveria estar na casa naquela
manhã! Você me disse que ia procurar um emprego!"
Amortecida, Alina abanou a cabeça. "No dia seguinte. Eu faria isso no dia seguinte."

"Nikolai não deveria ter assumido o controle. Que porra Yuri estava pensando ao colocar
aquele... aquele moleque no comando!"
Alina lambeu os lábios e tentou se concentrar em sair viva. A rua ainda estava relativamente
movimentada. Se conseguisse tirar o cinto de segurança e sair do carro antes que ele tivesse a
chance de atirar nela, ela conseguiria acenar para outro carro. Certamente ele não atiraria nela
na frente de testemunhas, ou atiraria?
"Você queria tomar o controle", ela disse calmamente. "Entendi. Você é mais velho e mais
experiente. Você teria se saído um líder melhor do que Nikolai".
Kristof bufou. "Isso nunca foi sobre mim. Eu não quero a merda da máfia. Eu só queria ser
respeitado! Seu pai me deixou cuidando da vida de sua filha por anos. Anos! Eu era um dos

assassinos mais cobiçados da cidade, e então de repente eu virei uma babá de uma pirralha

egocêntrica. Você tem alguma ideia de como isso é humilhante? Eu pensei que tudo poderia mudar
quando você foi para a faculdade, mas não. Eu ainda fui forçado a ficar de olho em você e nos

homens que a observavam. Então você se formou e voltou, e eu percebi que seu pai nunca a
deixaria ir embora. Eu estaria preso a você pelo resto da vida. Vadik me prometeu o respeito que
mereço. Ele vai me devolver minha reputação.
Bílis subia até sua garganta. Seu tio? Seu tio assassinou seu pai? "Você está mentindo", ela

sussurrou. "Ele nunca quis a máfia".


"Você é uma vadia estúpida", Kristof rosnou. "Seu pai foi um bom líder até você nascer, e
então ele se tornou um fraco. Sua compaixão foi quase a morte de todos nós. Ele deveria ter
entregado as rédeas a Vadik naquele momento, mas ele achava o próprio irmão muito cruel e
violento. Seu tio planeja a morte de seu pai há anos".
"Ele o amava. Confiava em você".
"Talvez", grunhiu Kristof. "Mas ele nunca me deixava ser eu mesmo. Colocar uma bala em
sua cabeça foi a primeira vez que matei em anos. Anos! Você me viu, você sabe. Você olhou direito
para mim quando você encontrou seu pai, e eu estive esperando para ver se você me entregaria."

Alina balançou a cabeça. "Não te vi, Kristof. Você gastou todo esse tempo tentando me
impedir por nada. Se você não tivesse me contado, eu nunca teria saberia."
Ela moveu os dedos até a trava de seu cinto de segurança, mas ele pegou seu movimento e
pressionou a arma contra seu peito. "Não", ele sibilou. "Vadik quer você viva, mas eu tenho
permissão para matá-la se eu precisar."
"Por quê?" Ela se encolheu de volta no canto. "Por que eu seria útil para ele?"
"Nikolai deveria ter sido preso pelo assassinato de seu pai, mas o detetive que cuida do
caso não está mordendo a isca. Agora temos que deixá-lo sozinho para que eu possa matá-lo."
"O que isso tem a ver comigo?"
Kristof sorriu friamente. "Você não entendeu? Você é a isca".

Ela perdeu a cabeça. Voando em direção ao painel novamente, ela não tinha nada além de

raiva em sua mente ao tentar matar Kristof com suas próprias mãos. "Ele vai matar todos vocês",
ela chiou. "Todos os seus anos de experiência, e você não chega nem aos pés dele!"

Algo a atingiu na lateral da cabeça, e a última coisa em que ela pensou ao apagar foi
como ela tinha falhado com Nikolai e com o filho deles.
Um dia desses, princesa, você terá seu próprio pacotinho de alegria. Você vai entender como é
querer dar a vida por outra pessoa. Você vai entender por que eu sou um pai tão autoritário. O

mundo é cruel, mas as crianças são a luz. E você fará o que for necessário para proteger essa luz.
Capítulo Vinte e Um

"Que diabos você quer dizer falando que não consegue encontrá-la? Ela não é invisível, e
ela não pode ir tão longe sem um carro!" Nikolai rugiu. Ele saiu lá for a assim que ouviu os carros

na entrada. Os dois homens à sua frente imediatamente saíram, balbuciaram suas desculpas e
correram de volta para seus carros para procurar Alina novamente. Ela tinha saído há duas horas,
mas estava começando a parecer dois anos. Nikolai não iria descansar até que ela estivesse
segura de volta em seus braços, mesmo que isso significasse arrastá-la de volta esperneando e

gritando.
Também não era um bom sinal que Kristof tivesse ido sumido e não estivesse atendendo o
telefone.
"Você vai desmaiar se continuar gritando com as pessoas assim", Danik disse calmamente.
Nikolai se virou para gritar com ele também, mas o olhar em seu rosto o deteve. Ele estava
igualmente preocupado com Alina.
"Ela acha que matei Yuri", disse Nikolai com a voz rouca. "Ela nunca vai voltar, e se Vadik a
encontrar primeiro, ele vai matá-la. Ele vai matá-la só para me machucar. Tenho que encontrá-la,
Danik. Mesmo que ela nunca mais fale comigo, eu tenho que saber que ela está nesta casa e está

segura".
"Vadik não é estúpido", disse Danik em voz baixa. "Ele não vai matá-la imediatamente."
"Ela está grávida", Nikolai admitiu. "O stress sozinho poderia matar meu bebê. Deus, Danik, o
que eu fiz? Tudo o que eu tinha que fazer era mantê-la fora de perigo, e eu não consegui nem
fazer isso."
"Dê um crédito a ela. Ela é forte".
Nikolai olhou fixamente para o homem mais velho. "Você não está surpreso que ela está
grávida?"
"Você está surpreso que eu não estou surpreso? Você precisa se concentrar, Nikolai".

"Certo", ele murmurou. A verdade era que quando ela estava em seus braços, ele não

conseguia pensar em mais nada. Agora que temia que nunca mais a tivesse em seus braços, ele
queria matar alguém. Não era apenas uma cobiça cega. Ele precisava dela como ele precisava

respirar, e ele não podia pensar em nada além de deslizar dentro de seu calor molhado. O
pensamento de que ele nunca mais poderia ouvir seus gritos de prazer novamente era quase o
suficiente para fazê-lo desmoronar e chorar.
"Ela vai ficar bem", disse Danik severamente. "Mantenha seu queixo erguido. Já teve notícias

de Timur?"
Timur? Nikolai só conseguiu ficar boquiaberto com o homem. "Você sabe sobre Timur?"
"Sim."
"Jesus, Danik. Tem alguma coisa que você não sabe?"
O homem mais velho apenas encolheu os ombros, e Nikolai sacudiu a cabeça. "Ele foi
chamado há quatro horas, e eu não tenho notícias dele desde então. Se ele estiver lá com Alina,
ele a manterá segura".
"Você confia nele?"
Nikolai passou a mão pelo cabelo em frustração. "Eu tenho escolha? Ele não precisou me

dizer que estava trabalhando com Vadik ou que sabia que Kristof matou Yuri. Sua lealdade é com
Alina. Agora, qualquer pessoa leal a ela é alguém em quem eu confio".
"Entre", disse Danik. "Ficar andando de um lado para o outro na entrada de sua casa não
vai ajudá-la".
Nikolai quase gritou com o homem e o lembrou que ele não estava na posição de mandá-lo
fazer nada, mas Danik estava certo. Ele se virou e o seguiu.
"Sr. Sokolov!"
Ele ouviu Iyanna gritar antes que eles chegassem à porta. Abrindo-a, ele e Danik correram
para dentro. "Iyanna, o que houve? O que há de errado?" Seu coração pulou em seu peito. Deus,
se fosse o corpo de Alina...

A jovem estava no vestíbulo segurando seu telefone. "Eu não deveria ter atendido", ela disse

calmamente. "Mas era um número restrito, e eu pensei que poderia ser Alina."
Ele viu o medo em seu rosto. "Está tudo bem, Iyanna." Ele tentou sorrir suavemente. "Eu não

estou bravo. Quem é?"


O sangue dela sumiu de seu rosto, e seu lábio inferior tremia. "Eu não sei, mas ele disse que
está com Alina, e que queria falar com ela. Então ele disse que ia matá-la".
Sua voz era quase um sussurro, e Nikolai temia que a pobre menina desmaiasse. Tentando

manter o controle, ele fez um gesto para Danik cuidar dela ao levar o telefone até a orelha.
"Vadik", ele rosnou.
"Nikolai", o homem disse friamente. "Eu imagino que você esteja tendo um dia muito ruim."
"Você está prestes a ter um dia muito ruim também, Vadik. Ela é sua sobrinha".
"Yuri não era meu irmão", retrucou Vadik. "Talvez de sangue, mas ele nunca me tratou como
um irmão, como um gêmeo. Ele não teria humilhado um irmão passando tudo para você". Nikolai
ouviu o homem respirar fundo. "Ela não precisa morrer, Nikolai. Há outras maneiras de feri-la. Estou
realmente surpreso ao saber que você está animado com a gravidez."
Nikolai sentiu gelar até seus ossos. "Vadik", ele sussurrou.

"Vou mandar um advogado até você, Nikolai. Passe os negócios para mim, e eu vou devolvê-
la sem grandes estragos."
A ameaça implícita pendia entre eles.
"Assim que eu tiver a confirmação do advogado, tudo isso terminará. Não seja como o pai
dela, Nikolai. Não escolha a máfia em vez dela".
"Seu desgraçado!", ele ouviu Alina gritar no fundo. "Meu pai me amava, e você o matou!"
"Bem", disse Vadik. "Aí está a confirmação de que ela está viva".
"Você não vai se safar disso", chiou Nikolai. "Eu vou te matar."
"E então serão dois assassinatos atribuídos a você. Vadik desligou e Nikolai tremeu de raiva.
Danik voltou naquele momento e olhou para ele. "Eu tranquilizei Iyanna. E percebo pelo olhar

assassino em seu rosto que Vadik Petrov está com Alina."

"Ele sabe que ela está grávida." Havia um tom perigoso em sua voz. "Ele ameaçou nosso
filho, Danik. Ele não vai viver para ver o sol nascer amanhã."

Antes que ele pudesse se mover, Danik bloqueou seu caminho. "Eu sei que você está com
raiva, mas mesmo se você descobrir onde Vadik está a escondendo, você não pode simplesmente
entrar atirando. Essa é uma excelente maneira de matar você e Alina".
Nikolai olhou para o velho com frieza. "Saia do meu caminho, Danik. Tenho um homem para

matar".

***

Vadik nem sequer a tinha amarrado. Alina se sentou na parte de trás da loja e envolveu
seus braços ao redor de si mesma. Sentada no chão com os joelhos próximos ao peito para melhor
proteger seu filho, ela fervia de raiva.
"Eu sabia que você não se dava bem com meu pai, mas eu nunca pensei que você iria matá-
lo", ela sussurrou.

Ele parou e olhou para ela com pena em seus olhos. "Não posso esperar que você entenda,
Alina. O seu pai lhe protegeu. Ele nunca deixou você ver o seu verdadeiro eu, e assim você nunca
soube a verdade. A máfia deveria ter sido minha desde o início. A única razão pela qual ele
assumiu foi por causa de sua mãe. Digamos que ela conseguia o que queria, não importa o que
fosse preciso, e queria que seu pai fosse o chefe. Ela queria estar no comando".
"Pare", Alina chiou. "Não vou ouvir isso".
"Não importa. O que importa é que eu perdi o que deveria ter sido meu. Eu esperei. Yuri
não foi tão cuidadoso como deveria ter sido, e eu pensei que alguém faria isso primeiro. Quando
isso não aconteceu, eu comecei a conspirar. Estava tudo certo. Seu pai deveria estar indo a uma
reunião de negócios, e eu poderia ter apontado o dedo para qualquer um deles os acusando do

assassinato, mas sua escola ligou. Você estava doente."

Alina começou a gelar. Sua história soava familiar.


"Então, em vez de disparar apenas nele, meus homens atiraram em vocês dois."

"Você atirou em mim", ela sussurrou. "Eu tinha dez anos."


"Eu não fui o atirador."
"Você me visitou no hospital!"
"Foi apenas um arranhão, Alina. Mas isso mudou tudo. Seu pai ficou inatingível depois disso.

Foi só quando eu consegui controlar dois homens que estavam sob o comando de seu pai que eu
consegui me aproximar novamente." Vadik franziu o a testa para ela como se fosse tudo culpa
dela.
Alina sacudiu a cabeça. "Você visitava a nossa casa pelo menos uma vez por ano para o
Natal. Você teve muito tempo para matá-lo".
"Sim, mas eu não o queria apenas morto, Alina. Eu precisava ser o irmão enlutado que
assumiria tudo, não o homem atrás das grades."
Incapaz de seguir olhando para ele, ela imediatamente começou a examinar o ambiente
procurando uma saída. Ela tinha reconhecido a rua quando Kristof a arrastou para aquele lugar,

mas a loja estava destruída e parecia mais com um armazém. Como a maioria dos prédios na rua,
aquele estava abandonado. O vidro das janelas ainda estava espalhado pelo chão, e as
aberturas estavam fechadas, deixando buracos grandes o suficiente para uma arma apenas. Um
homem armado estava em cada janela, esperando por Nikolai.
Deus. Se ela morresse naquela noite, ela nunca seria capaz de dizer a Nikolai como estava
triste por ter duvidado dele. Como estava arrependida de não poder proteger o filho deles.
O quanto ela o amava.
Nunca lhes dê o poder, Alina. Enquanto você se recusar a se curvar a eles, você sempre terá
vantagem.
O conselho de seu pai lhe deu conforto. Ela se agarrou a ele e tentou descobrir qual seria

seu próximo movimento. Nikolai não iria ceder. Ela sabia disso sem dúvida. Até que ele aparecer

para resgatá-la, ela estava sozinha.


O céu desabou e a chuva bateu no telhado. Ela ouviu a água pingar do teto em algum lugar

lá atrás.
"Dois homens", murmurou ela. As palavras ecoaram em sua cabeça, e ela ergueu os olhos
bruscamente. Ignorando Vadik, ela olhou para Kristof. "Ele disse dois homens. Quem mais está
trabalhando com você?"

Um sorriso perverso cruzou seu rosto, e ela sentiu seu coração apertar. "Não", ela sussurrou
e balançou a cabeça. "Não. Você está mentindo. Ele nunca faria isso!"
"Você teria dito a mesma coisa sobre mim, querida. Timur estava no mesmo barco que eu. As
babás de uma pirralha mimada", ele cuspiu. "Com Vadik, teremos poder e prestígio".
"Você está mentindo!", ela gritou.
Kristof suspirou e chamou alguém com o dedo. Como se seu corpo não fosse seu, ela virou a
cabeça e olhou fixamente quando Timur saiu das sombras.
"Não."
"Olá, Alina", ele disse calmamente.

Os homens que ela considerava seus irmãos mais velhos a traíram. Ela sentiu as lágrimas
brotarem em seus olhos, mas as palavras de seu pai as mantinham no lugar.
Nunca lhes dê poder.
"Vocês dois eram babás porque meu pai sabia que vocês não serviam para mais nada. A
única razão pela qual Vadik tentou contratá-los foi porque nenhum outro homem de meu pai era
fraco o suficiente para cair nessa. Sem dúvida, uma vez que Vadik chegar ao poder, ele vai
perceber o quão inúteis vocês dois são." Voltando-se para Vadik, ela sorriu cruelmente. "Eles lhe
contaram quantas vezes uma menina de quinze anos conseguiu escapar deles?"
Seu tio riu quando Kristof ficou vermelho. "A gatinha é feroz", ele brincou. "Acalme-se,
Kristof. Preciso dela viva o suficiente para fazer Nikolai obedecer a minha ordem".

"Por que você não o mata?" Alina perguntou. Ela precisava conhecer seu plano.

"Ele é meu bode expiatório. Se ele morrer, a polícia suspeitará de mim. Meu plano era
apenas ameaçar mandá-lo para a prisão, mas sua pequena fuga me deu um plano muito melhor.

Nikolai pode ser um bom assassino, mas ele não vai colocar seu próprio filho em perigo. Ele é um
homem honrado". Vadik sacudiu a cabeça. "Sério mesmo, Alina. Nikolai? Pensei que você tivesse um
gosto melhor do que esse".
"Ele não vai abrir mão de tudo, e ele não virá atrás de mim. Então, se você tem estômago

para matar sua sobrinha, você pode muito bem acabar logo com isso", ela chiou.
Vadik suspirou. "Tão disposta a morrer, minha querida? Eu te disse. Não estou pensando em
matar você".
"Você vai ter que fazer isso porque é a única maneira de eu deixá-lo chegar perto do meu
filho." Ela virou o olhar para Kristof, em seguida, para Timur. Ela ergueu a cabeça. Todo mundo
estava olhando para ela com raiva, exceto ele.
Aquilo era um toque de orgulho cintilando em seus olhos?
"Chefe!", gritou um dos seus homens. "O carro do advogado está chegando!"
"Ah, isso foi muito fácil", Vadik comemorou. "Eu sabia que ele era um idiota. Por que Yuri

pensou que ele era mais digno da máfia do que eu?"


De repente, todas as luzes na loja se apagaram.
"A diferença entre você e seu irmão", disse Nikolai suavemente, "é que Yuri queria liderar, e
você só quer poder."
Pés se movimentaram como todo mundo tentou encontrar uma fonte da voz. Alina gritou
quando alguém a agarrou, mas uma mão a abafou e ela foi arrastada pelo chão.
"Bom truque, Nikolai, mas não há nenhuma chance de você ter mais homens do que eu, e eu
tenho uma arma mirada na cabeça da sua amada."
"Você tem certeza disso?" Nikolai perguntou com uma risada maldosa. "Tenho certeza de que
tenho Alina agora. Podemos ir embora agora, mas eu não planejo sair até que você esteja morto."

A voz não estava vindo de perto dela, então quem diabos a estava segurando?

"Isso faria com que tivessem dois assassinatos condenando você, Sokolov."
"Sim, eu não acho que isso vai acontecer." Houve um forte estrondo e a fumaça encheu o ar.

Alina lutou contra seu captor, mas quem a abraçava era forte. Um pano cobriu seu rosto.
"Mantenha a cabeça baixa", sussurrou uma voz familiar. "Nós não vamos deixar que nada
aconteça com você. Respire através do tecido e fique abaixada."
Timur.

Antes que ela pudesse falar, tiros começaram. Timur a puxou para trás ainda mais e depois
a cobriu com seu corpo. Ela sentiu seu ombro pular com cada tiro de sua arma, e rezou
fervorosamente para que Nikolai e Timur não estivessem agindo sozinhos. Ela contava pelo menos
seis homens trabalhando para Vadik, e isso significava que provavelmente havia mais três que ela
não tinha visto.
Dois contra dez não deixavam muitas chances.
Aquilo provavelmente levou apenas alguns segundos, mas pareciam horas. As luzes voltaram
e alguém levantou Alina em seus braços. Não era Nikolai.
Ela deixou o estranho levá-la para fora e olhou para os corpos no chão. Alguns ainda

estavam vivos se contorcendo e gemendo em agonia.


Vadik e Kristof estavam mortos. Ambos tiveram um único tiro na cabeça. Uma matança
perfeita.
Alina ficou surpresa ao ver várias ambulâncias e a polícia esperando ao lado. Ela foi
colocada no fundo de uma ambulância, e alguém ficou tentando lhe fazer perguntas, mas seu foco
era apenas em uma coisa.
Nikolai.
"Disseram que você está grávida. Preciso saber se há alguma dor no seu abdome".
"Estou bem", ela disse enquanto esticava o pescoço para olhar para os lados. Quando viu
Timur e Nikolai saírem do edifício, ela relaxou. Ambos pareciam tensos e bravos, mas não pareciam

ter nenhum ferimento.

Para sua surpresa, Danik seguiu atrás deles. Aquele malandro. Ela sempre soube que ele era
mais do que apenas um criado. Ela sorriu.

"Senhorita Petrov".
Ela virou a cabeça para ver Ivanski a observando. "Mesmo? Você também participou disso?"
"De quê? Pelo que eu sei, seu tio assassinou seu pai e quando Nikolai descobriu a verdade,
Vadik sequestrou você, Nikolai e os homens de Nikolai. Nikolai e seus homens estavam apenas se

defendendo".
"O quê?" Alina estava prestes a apontar quão erradas eram suas suposições quando viu o
aviso em seus olhos. Ele sabia exatamente o que estava acontecendo, mas ele estava protegendo
Nikolai.
O que significa que, dessa vez, ele estava protegendo a máfia.
"Por quê?" Ela perguntou calmamente.
"Nikolai é um bom homem. Se há alguém que pode conter o caos desta cidade, eu acho que
é ele. Alina, preciso saber se você está ferido. Podemos levá-la ao hospital para ser examinada".
Ela pôs uma mão sobre seu abdome. "Não", ela disse enquanto balançava a cabeça. "Estou

bem. O bebê está bem. Obrigada pela ajuda."


"Eu respeitava seu pai, e eu sentia muito pelo que aconteceu com ele." Parecia que não
havia nada mais para ele dizer, então ele apenas apertou seu ombro tranquilizadoramente e se
afastou.
Alina ficou quieta e observou a agitação de atividade ao seu redor. Ela se sentiu
praticamente congelada enquanto tiravam de lá o assassino de seu pai. Finalmente, alguém bateu
em seu ombro e a levou até um carro. Ela deslizou no banco de trás e esperou. Olhando para o
couro, as memórias de seu pai brincavam em sua cabeça. A porta sendo aberta a afastou de seus
pensamentos. Nikolai se sentou ao lado dela e Timur foi para o assento do motorista. Ela virou a
cabeça para dizer algo a Nikolai, mas ele estava olhando pela janela.

A dez minutos do trajeto, ela sabia que Nikolai estava zangado com ela. Ele ainda a

culpava por acreditar que ele poderia matar seu pai.


Talvez ele estivesse zangado por ela ser tão imprudente com a vida do filho deles.

Encolhendo-se no canto do carro, ela fechou os olhos e tentou construir uma parede para se
proteger. Ela sabia o que estava por vir. A ameaça tinha acabado. Nikolai queria que ela saísse
de sua casa o mais rápido possível.
O carro parou e ela franziu a testa. Eles não estavam na casa. Ele estava realmente prestes

a jogá-la na rua?
"Fique aqui", disse ele de forma concisa. Ele e Timur desceram e se aproximavam. Ela podia
ver a raiva em ambos os seus rostos. Do outro lado do carro havia um pequeno cemitério.
Sentindo-se atraída pela paz que os mortos ofereciam, ela ignorou Nikolai e saiu. Ela podia ouvir
os sons abafados de sua discussão, mas nenhum detalhe. Virando as costas para eles, ela
caminhou, quase em um nevoeiro, seguindo até os túmulos.
Estendendo a mão, ela tocou o granito liso dos marcadores e olhou para as estátuas dos
anjos. "Você pode descansar em paz agora, papai", ela sussurrou. "Você não tem que proteger
ninguém agora. Você não precisa se preocupar com nada, e eu não tenho que me esconder." As

lágrimas começaram a fluir livremente. "E você não precisa se preocupar comigo. Eu vou cuidar de
mim e de seus netos. Ensinarei a eles todas as coisas que você me ensinou porque não importa o
que digam, você foi um bom pai para mim. E vou ser uma boa mãe".
"Sim. Você é."
Ela se virou e olhou para Nikolai. "Você veio me buscar".
"Você achou que eu não faria isso?"
Mordendo o lábio inferior, ela abaixou a cabeça, envergonhada. "Depois do jeito que eu
duvidei de você, eu pensei que talvez você não faria."
Ele estendeu a mão suavemente e limpou uma lágrima de seu rosto. "Você viu algo que a
assustou, e você ficou confusa. Alina, já te conheço o suficiente para saber como você processa as

informações. Não tenho dúvidas de que Kristof estava sussurrando coisas no seu ouvido. Você se

deparou com dois homens em que confiava e que lhes disseram coisas diferentes, e você ficou
dividida."

"Ele e Timur..."
"Pare." Ele a envolveu em seus braços e beijou sua testa. "Pense o que quiser de Kristof, mas
Timur só pensou em você. Ele se aproximou de Vadik esperando para passar informações para
Yuri, mas seu pai foi morto antes que isso acontecesse. Timur teve que esperar até que ele pudesse

confiar em mim antes que ele pudesse me dizer a verdade. Ele nunca traiu seu pai e ele nunca
traiu você. Por favor, não deixe que isso faça você questionar seus instintos, querida. Kristof
também me manipulou".
Ela assentiu e respirou profundamente antes de levantar a cabeça e olhar para ele. "O que
acontece agora, Nikolai?"
Em vez de respondê-la, ele a abraçou mais forte. "Estou orgulhoso de você, Alina. Você foi
tão valente lá dentro, e você protegeu a nossa criança. Você não tem ideia do quanto isso significa
para mim".
Ela queria gritar com ele desesperadamente. Ela queria gritar que ela amava seu filho e ele,

mas ela ainda assim se conteve. Se ele não pudesse comentar sobre o seu futuro, isso
provavelmente só significava uma coisa.
Não havia futuro.
Capítulo Vinte e Dois

Ela não o viu por uma semana. Todos os dias em que ele não estava, ela se sentava perto
da janela e o esperava. Danik nunca saia de seu lado, mas quando ela o questionou algumas

vezes sobre onde Nikolai estava, ele repetia a mesma resposta.


"Cuidando das coisas".
Alina sabia que Nikolai estava se certificando de que a operação de Vadik tinha sido
desmantelada, mas ele não tinha telefonado. Ele nem sequer ia para casa para dormir ou comer.

Parte dela não podia deixar de se perguntar se a única razão pela qual ele tinha ido era para
que ele não tivesse que vê-la.
"Eu acreditei nas piores coisas sobre ele, e agora ele se foi", ela sussurrou. Como ele
poderia confiar nela depois do que ela tinha feito? No primeiro sinal de dificuldade, ela tinha
colocado a vida do filho deles em risco. Não era de admirar que ele não quisesse voltar para
casa.
Extremamente triste, ela mal comeu e mal dormiu. Os dias se passavam, e ela parou de
acompanhar as horas. Quando o sol se pôs, ela subiu as escadas e entrou debaixo das cobertas
da cama dele. Tinha passado tanto tempo desde que ele tinha estado lá que já não havia o seu

perfume. Rezando para que ele estivesse seguro, ela chorou até dormir.
Certa noite, ela acordou no escuro e sentiu uma presença no quarto com ela. "Nikolai", ela
sussurrou enquanto se aconchegava em seu calor. Ela reconheceu seu toque, saudou seu perfume e
soube que ele estava em casa, envolvendo-a.
"Sinto muito, Alina", ele sussurrou em seu ouvido. "Me desculpe por ter ficado longe por tanto
tempo."
Ela se virou entre seus braços e olhou para ele. O luar iluminava seu rosto, e ela podia ver
cada detalhe que a fez se apaixonar. Levantando a mão, ela acariciou seu rosto.
"Onde você esteve?"

"Vadik tinha um círculo de homens ambiciosos a quem ele prometeu muita coisa depois que

eu fosse eliminado. Eu precisava acabar com essa ameaça. Eu precisava ter certeza de que
ninguém nunca prejudicaria você ou nosso filho novamente", disse ele, sombriamente.

"Você poderia ter ligado. Eu estava muito preocupada com você. Eu pensei que você estava
me deixando."
"Deixando você?", seus olhos se arregalaram de surpresa, e ele balançou a cabeça. "Eu não
te liguei porque poder te dar as boas notícias pessoalmente. Eu queria ter certeza de que a

próxima vez que eu falasse com você, eu poderia jurar que você estava segura. Mas eu tenho
estado em contato com Danik. Se alguma coisa tivesse acontecido comigo, ele teria sido capaz de
cuidar de você."
"O que acontece agora?" Ela engoliu seco. Agora que ela estava segura, ele a expulsaria?
"O que você quer dizer?"
"Tem..." Ela lambeu os lábios e respirou fundo. "Tem alguma cosia que você queira
compartilhar comigo?" Como o quão decepcionado ele estava nela? Como ele nunca querer vê-la
novamente?
"Tem. Eu pensei que seria melhor esperar até de manhã, mas se você está perguntando

agora, nós podemos muito bem acabar logo com isso. "Ele se afastou dela, e seu coração
imediatamente doeu. Estava tudo acabado. Lentamente, ela saiu da cama e se dirigiu até a porta.
Ela não precisava ouvir aquelas palavras. Isso a devastaria.
"Alina?" A pergunta a fez parar. "Querida, aonde você vai?"
Hesitante, ela se virou. "Eu sei que você quer que eu vá, Nikolai. Não tem problema. Eu me
odeio também".
"Que você vá? " Ele se moveu tão depressa que ela mal piscou antes de ele a puxar para
perto. "Não se atreva a me deixar".
Pressionando a cabeça contra o seu peito, ela ouviu o rápido batimento cardíaco. "Você não
quer que eu vá embora?"

"Claro que não", ele rosnou. "Por que eu queria que você fosse embora? Eu te amo."

"Mas você disse que ia acabar logo com isso".


"Ah, Alina. Sou horrível para essas cosias. Eu honestamente nunca pensei que eu estaria nesta

posição." Ele lentamente a soltou, e ela ofegou quando ele se ajoelhou e pegou uma pequena
caixa de joia. "Eu disse que queria acabar logo com isso porque tenho certeza que vou estragar
tudo. Casamento nunca foi algo que eu pensei que eu iria querer, mas eu estou tão aterrorizado de
viver minha vida sem você que eu mal consigo pensar direito. Eu sei que não sou do tipo romântico,

e eu realmente não sei o que dizer para mostrar o que eu sinto. Eu te amo, Alina. Você me
perguntou se havia algo que eu queria compartilhar com você, e há. Eu quero compartilhar o resto
da minha vida com você. Case comigo, Alina. Deixe eu te amar pelo resto da minha vida. Vamos
ser uma família para a vida que está crescendo dentro de você e de todos os outros bebês que
você vai me dar. Por favor."
Sua voz falhou, e quando ele abriu a caixa para revelar um anel de diamante, os joelhos
dela perderam a força. Ele brilhou sob o luar, mas não importava o quão impressionante ele era,
não era nada comparado com as palavras que tinham acabado de sair de sua boca. Incapaz de
confiar em si mesma para falar sem chorar, ela só conseguiu assentir emocionada.

Nikolai se levantou rapidamente e colou sua boca na dela. O beijo foi urgente e exigente, e
ela mal notou quando ele deslizou o anel em seu dedo. "Eu pensei sobre este momento o tempo
todo durante essas últimas semanas. Eu sabia que não conseguiria viver sem você."
"Eu te amo", ela ofegou. "Tanto."
Suas mãos foram até a barra de seu vestido, e lentamente ele o ergueu. "Quero te ver,
Alina. Quero te ver nua, grávida do meu filho, e vestindo nada além do meu anel em seu dedo. Eu
quero beijar cada centímetro seu até você tremer de prazer, e eu quero te amar até que você não
consiga pensar em nada além de meu nome em seus lábios. Você vai me deixar fazer isso?"
Suas palavras incendiaram seu corpo. Incapaz de esperar para lhe dar uma resposta, ela se
despiu do fino tecido sobre seu corpo e pulou em seus braços. Enquanto ele agarrava sua bunda,

ela envolveu suas pernas em torno de sua cintura e se esfregou contra sua ereção. Com um

grunhido baixo, ele se inclinou para colocá-la na cama enquanto sua boca se banqueteava em seu
pescoço e ombros. Inclinando a cabeça para trás, ela ofegou quando os arrepios tomaram conta

de seus braços.
A cabeça de Alina se inclinou mais ainda. Pela primeira vez, ela sabia que não se tratava
apenas de sexo. Ele a amava. Queria se casar com ela. Isso tornou cada toque e cada carícia mais
fortes e mais intensos. Isso a fez se sentir segura e amada, assim como desejada. Era tudo que ela

sempre quis dele.


"Eu pensei que tinha perdido você", ele sussurrou roucamente enquanto seus lábios se
moviam pelo seu corpo. Enquanto uma mão suavemente acariciou seu mamilo esquerdo, sua língua
disparou sobre o direito.
"Eu vou lutar até o inferno antes de te deixar", ela jurou enquanto passava as mãos pelo
cabelo dele. "Ninguém vai me tirar de você, Nikolai. Não se depender de mim."
Ele se moveu para baixo, e conforme seus lábios passeavam por sua barriga, ele aproveitou
para abusar dos beijos. Provocador e gentil, ele acariciou suas coxas internas ao encaixá-las sobre
seus ombros e soprou suavemente em seu clitóris.

"Nikolai!" Ela gritou enquanto agarrava os lençóis. Ele mal a tocou e ela já estava no limite.
"Oh, meu amor", ele sussurrou. "Eu vou gostar de tocar em você pelo resto da minha vida.
Acariciá-la. Ver você se derreter de prazer".
Ele abaixou a cabeça e passou a língua ligeiramente sobre ela. Com um movimento, ele
incendiou seu corpo. Quando ela curvou suas costas, fez seu melhor para segurar o grito preso em
sua garganta quando o orgasmo foi tomando conta de seu corpo. Antes mesmo de se acomodar no
colchão, Nikolai se posicionou sobre ela e se enterrou com um forte movimento. As pernas dela
imediatamente se envolveram em torno dele, e ela cavou suas unhas em suas costas enquanto ele
se movia.
"Deus, eu te amo", ela choramingou enquanto fechava os olhos. Eles eram um encaixe

perfeito, e ele deslizou sobre cada lugar sensível dentro dela, fazendo ela tremer de desejo. "Meu.

Para sempre."
"Seu", ele gemeu. Agarrando seu quadril, ele a puxou até que estivesse montada sobre ele.

"Mostre-me", ele exigiu. "Mostre-me que sou seu."


Ele a observou intensamente enquanto ela o montava. Movendo o quadril para cima e para
baixo, ela gemeu suavemente quando ele ergueu seu próprio quadril para ir ao encontro dela. Ela
manteve o movimento lento, vagaroso. Ela queria se lembrar de cada movimento daquela noite,

cada palavra de seus lábios, cada olhar em seu rosto".


"Alina", ele gemeu. "Você está me deixando louco."
"E eu pretendo continuar deixando você louco pelo resto da minha vida."
Com isso, ela perdeu todo o controle. Ele agarrou seu quadril e a puxou para baixo,
forçando um movimento mais rápido e mais forte até ela começar a ofegar. Ela podia ver a tensão
em seu rosto enquanto esperava que ela gozasse novamente, mas não demorou muito. Gritando
seu nome, ela estremeceu em torno dele e sentiu seu corpo tensionar quando ele se aliviou
profundamente dentro dela.
Sucumbindo em cima dele, ela imediatamente se aconchegou sob seu queixo e suspirou. "Isso

foi incrível", ela sussurrou depois de alguns minutos. "Você é incrível."


"Oh, nada que se compare a você", ele murmurou. "Praticando para dar ao nosso bebê um
irmão mais novo?"
A felicidade tomou conta dela, e ela mordeu o lábio inferior. "É isso o que você quer?"
"Ah, meu bem, eu quero te dar o mundo."
Inclinando a cabeça, ela sorriu para ele. "Eu não preciso do mundo, Nikolai. Eu só preciso de
você e da nossa família. Juntos."
Com a mão no queixo dela, Nikolai a puxou para baixo para um beijo lento e carinho, e ela
soube que, finalmente, tudo ficaria bem.
Capítulo Vinte e Três

Alina pousou as mãos na barriga e se olhou no espelho. Não foi vaidade que a fez deixar o
casamento para depois que o bebê nascesse, mas ela precisava saber que Nikolai não estava se

casando com ela por causa do bebê. Ele jurou que sua necessidade desesperada de se casar
rapidamente era para se certificar de que ela não mudasse de ideia, mas aquilo não parecia
certo. Então ela o fez esperar.
Yuri Nikolai Sokolov tinha nascido há dois meses. Ele era um lindo bebê, com os lindos olhos

azuis da mãe e os traços vigorosos do pai. Timur zombou dizendo que o bebê não parecia nada
além de uma batata enrugada, mas Alina podia notar que o padrinho já estava apaixonado.
Danik não estava diferente. Os dois homens estavam apaixonados pelo menino.
"Você está deslumbrante", disse Iyanna sem fôlego. "A música está começando e Danik está
esperando".
Alina olhou para si mesma uma última vez. A renda em tom marfim tinha um decote
avantajado, mas ainda continha seus seios volumosos. O tecido abraçava seu quadril e se ampliava
conforme ficava mais próximo do chão. Ela não quis usar um véu. Ela não queria nada
extravagante ou exageradamente caro para o casamento. Ela só precisava de Nikolai.

Apesar de querem manter o casamento pequeno, a máfia inteira e os empresários dentro do


território exigiram estar lá. Sua lealdade a Nikolai era tão forte foi sua lealdade a Yuri, e nenhum
deles queria perder o casamento. Quando ela saiu do quarto, encontrou Danik esperando por ela
lhe oferecendo seu braço. Como seu pai não podia conduzi-la, ela não tinha certeza se iria sozinha
ou não, mas Danik e Timur se ofereceram para fazer esse papel. Já que Timur foi o padrinho de
Nikolai, Danik fez isso.
Alina estreitou os olhos e estudou o homem mais velho criticamente. "Já que é você quem vai
me acompanhar, eu acho que deveria me dizer por que é que você parece tão familiar."
"Eu apenas tenho um rosto comum", disse ele com um sorriso fácil. Alina lhe pedia que

dissesse a verdade, mas ele sempre manteve o segredo. Ela tinha a sensação de que tinha algo a

ver com uma promessa que ele fez a seu pai, mas o que quer que fosse, ela sabia que Danik a
tinha vigiado por muito tempo. Ela estava segura com ele.

Tomando seu braço, ela respirou fundo.


"Você está nervosa?" Danik perguntou suavemente.
"De jeito nenhum", disse Alina com um sorriso. "Esse homem pertenceu a mim no momento em
que eu coloquei os olhos nele. Só demorou esse tempo para fazê-lo ver isso".

Danik riu, e ele a conduziu pelo corredor e pela escada. Quando as portas se abriram, ela
teve que respirar fundo. O pátio era lindo. Um tapete branco coberto de rosas vermelhas estava
posicionando entre duas fileiras de cadeiras, e o gazebo ao centro estava decorado com flores e
um tecido branco e translúcido. Nikolai estava ao centro. Seus olhos ardiam com intensidade e
impaciência, mas quando ele olhou para ela, seu queixo caiu.
O mundo desapareceu. Se Danik não a tivesse apoiado, ela teria tropeçado. A única coisa
que ela conseguia ver era Nikolai, segurando seu filho, olhando para ela com todo o amor em seu
coração. Sua vida estava apenas começando.
Danik deu um beijo em sua bochecha e se afastou. Timur deu um passo à frente para pegar

o bebê, mas Nikolai o acenou para que o deixasse ali. Ele estendeu a mão para ela, e ela a
pegou sem hesitar.
"Você está pronta para ser minha para sempre?" Ele sussurrou.
Era isso. O homem que em breve seria seu marido, o homem que ela amava com todo o seu
ser, segurando o filho que ela sabia que amaria até o fim de sua vida. "Eu sou sua desde o
começo."
Em poucos minutos, ela seria Alina Sokolov. Quando Nikolai pressionou seus lábios nos dela,
ela experimentou o segundo momento mais feliz de sua vida. Ela era uma mãe. Ela era uma
esposa.
Tudo vai dar certo para você, princesa. Eu simplesmente sei que você será uma mulher incrível.

Você vai amar, e você será amada. Você vai começar uma família, e você vai encontrar essa

felicidade. Farei o que for preciso para protegê-la até lá, mas saiba que se algo acontecer comigo
antes disso, estou tomando providências. Vou me certificar de que você esteja protegida. Ele é o tipo

de homem que eu quero para você, e eu sei que ele daria sua vida por você. Você não tem ideia do
que estou falando agora, mas um dia você terá, e eu espero que você lhe dê uma chance. Espero que,
se esse dia chegar, o mundo não a tenha afetado, e você saberá em seu coração que deverá deixá-lo
se aproximar porque ele vai precisar de você, princesa. E se você o permitir, ele vai te amar.

FIM

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Capítulo Um

Grigori Pasternak olhava para as janelas iluminadas da casa grande de esquina, em uma
rua de Washington, D.C. Estava escondido em um nicho escuro, entre algumas árvores e um prédio.

Ficou um pouco chocado ao imaginar que um procurador distrital vivia sua vida de forma tão
descaradamente aberta, sem nenhum sinal de segurança para proteger sua família.
A filha mais nova passou pela janela aberta, a nem vinte metros da posição de Grigori. Era
magra e bonita, com um cabelo castanho sedoso, mas era nova demais para o que ele precisava.

Grigori estava atrás da filha mais velha, uma jovem mulher que havia acabado de completar vinte
anos.
“Ah, aí está você”, murmurou Grigori para si mesmo.
Ele sorriu ao vê-la. Ela era realmente encantadora, com seu cabelo castanho avermelhado e
seus olhos verdes. Estudava na Universidade Georgetown. Ele sabia desse detalhe, assim como
conhecia seus hábitos pessoais, mas não conseguia se lembrar de seu nome. Não que isso
importasse. A única vez que precisaria saber seu nome seria ao completar a certidão de
casamento deles.
“Pai, você tem que me deixar ir”, dizia a filha mais velha para o homem que estava fora da

vista de Grigori. “Todos os meus amigos vão a esse show. É minha banda favorita. Não estou nem
pedindo para você pagar pelo ingresso. Eu já comprei!”
Pela janela aberta, que deixava entrar a brisa da primavera, Grigori podia ouvir a
conversa inteira. Essas pessoas não tinham noção de privacidade? Isso era insano.
“Você sabe o que acontece nesses shows?”, dizia o pai. “É só drogas, sexo e bebida.”
“Eu sei, pai”. Seu tom de voz exalava sarcasmo e arrogância. “Você me conhece. Eu adoro
encontrar caras desconhecidos e depois ir para um motel fazer sexo selvagem com eles.”
“Não brinque com isso, Flynn”, o pai ficou bravo. “Isso é serio.”
Flynn. É isso. O procurador era irlandês. Apesar de Grigori não conseguir entender por que

um homem daria o nome de sua filha por causa da família de sua mulher. Ele não tinha orgulho

próprio?
“Eu vou”, disse Flynn ao pai. “Tenho vinte anos de idade. Tenho um emprego e estudo em

tempo integral. Você não pode me tratar como uma menininha para sempre. Chego em casa até as
duas."
“Da manhã?” Perguntou o pai. “É muito tarde!”
“Você vai superar isso.”

Grigori sorriu. Ele viu a jovem pegar uma jaqueta e colocar por cima da blusa decotada.
Estava funcionando ainda mais perfeitamente do que ele poderia ter imaginado. Escorregou um
pouco mais na sombra e se preparou para esperar. Seu alvo estava saindo e logo cairia em seu
colo, de uma forma mais fácil do que ele poderia planejar.
A filha mais nova acenou para a irmã mais velha e depois fez uma careta nas costas do pai.
Obviamente, o procurador tinha uma relação bastante positiva e estimulante com as filhas. Não que
Grigori tivesse motivo para ter uma opinião melhor sobre o homem depois de ele ter sido o
principal motivo por trás da separação de Grigori de seu irmão mais novo.
Mas agora não era o momento para pensar nisso. Flynn saiu pela porta da frente da casa

do pai e a deixou bater atrás de si. Balançou a cabeça satisfeita e depois caminhou até o meio-
fio, onde havia deixado o pequeno carro compacto que usava frequentemente pela cidade.
Grigori respirou fundo. Precisava calcular perfeitamente o tempo. Agachando-se, foi se
movendo pela sombra das árvores para a calçada e tomou uma posição entre os carros, bem em
frente ao local onde o carro de Flynn estava estacionado.
Ela ligou o pisca e olhou pelo retrovisor, como uma boa motorista. Depois, moveu-se um
pouco, para sair para a rua movimentada. Grigori esperou até que ela estivesse bem perto da
posição dele. Esticando-se, bateu-se do capô do carro dela com o punho fechado. O golpe foi
bastante ruidoso, naquele carro que parecia feito de plástico. Na verdade, tinha quase certeza de
que havia quebrado o capô.

Seu punho queimava de dor com o impacto, mas isso não importava. Ele se jogou no chão

enquanto Flynn pisava nos freios e fazia o pequeno carro parar. Ela pulou para fora e correu
para frente do carro. Grigori rolou um pouco no chão, gemendo, para dar mais efeito.

“Ai meu Deus! Eu atropelei você?”, ela gritou aterrorizada. “Você está bem? Senhor?
Senhor?”
Ela se ajoelhou ao lado dele, tocando hesitantemente seu braço com a ponta dos dedos.
Grigori abriu os olhos devagar, focalizando o rosto dela e tentado fazer o olhar mais patético

possível.
“O que aconteceu?”, perguntou, fazendo a voz soar atordoado. “Eu caí? Estava andando…”
“Me desculpe, senhor!” Flynn soava como se estivesse quase às lágrimas. “Eu estava saindo,
mas não o vi. O senhor está bem?” Ela olhou para o seu carro, provavelmente para ver se havia
algum dano.
“Acho que vou ficar bem, mas provavelmente deveria ir ao hospital”, Gregori argumentou,
levantando-se com uma lentidão dolorida, até se sentar. “Eu vou achar um ponto e ir de ônibus até
o hospital.”
“Não! Deixe-me levá-lo. Não tem problema, e tenho certeza de que você será atendido

logo. Mil desculpas!”


Ele devolveu um sorriso, enquanto ela o ajudava a se levantar. Ela abriu a porta do
passageiro do carro. Doía mais tentar se dobrar para entrar no veículo minúsculo do que seria se
ele tivesse sido mesmo atropelado. Ridículo.
Ela fechou a porta cuidadosamente e foi para o lado do motorista. Grigori suspirou
satisfeito. Sim. Aquilo foi muito fácil. Agora que a tinha, era hora de levar Flynn para um pequeno
passeio. Não haveria hospital, nem show. Na verdade, estavam atrasados para a cerimônia de
casamento deles.
FLYNN ESTAVA ATERRORIZADA pelo fato de ter acabado de atropelar um pedestre, depois

de jurar ao seu pai que era uma pessoa adulta, madura, que conseguia tomar suas próprias

decisões. Quem fazia isso?


“Você está se sentindo bem?”, perguntou ao homem. “Posso parar a qualquer momento, se

você precisar”.
“Estou bem, obrigado.”
A voz dele não soava particularmente como a de quem havia se machucado, o que era
estranho, já que ela o tinha atingido com bastante força. “Para qual hospital você quer que o

leve?”
“Não sei. Sou novo aqui, não conheço os hospitais.”
“Ah, sem problemas.” Ela se perguntou se isso explicava o restante das coisas estranhas
sobre ele. “De onde você é?”
“Moscou.”
“Sério?” Isso certamente atiçou seu interesse. “Eu sempre fui fascinada pela cultura russa.”
“É verdade?”
Bom, ele soava mais espantado do que qualquer outra coisa. Estranho. Ela se perguntava se
tinha um parafuso a menos. Concordou com a cabeça, para fazer as coisas parecerem normais.

“Sim. Estudei a história da Rússia no semestre passado. Foi fascinante.”


“Tenho certeza de que você focou a maior parte dos estudos na agitação bolchevique e
toda a perspectiva Romanov”, disse ele, em uma voz mole. “Os americanos sempre parecem ficar
excepcionalmente fascinados pelos Romanovs.”
“Você não acha que teria sido romântico se Anastasia Romanov estivesse viva e viesse para
os EUA escondida?” Flynn suspirou. Aquela história sempre atingia seu botão do romance. “Talvez
ela tenha se apaixonado por algum dos guardas daquela casa. É possível.”
“É mais provável que ela e o resto da sua família tivessem sido jogados em um buraco
profundo e deixados desenterrados, para que os lobos roubassem alguns de seus ossos, tornando
impossível dizer quem estava lá e quem não estava.”

“Isso é horrível!”

“É a vida”, ele sorriu e Flynn percebeu, pela primeira vez, que ele era um pouco mais
homem do que ela havia pensado.

Inicialmente, não tinha tido uma boa impressão dele, a não ser pelo fato de que metade de
seu corpo tinha estado embaixo do carro dela, deitado no chão. Agora havia percebido que ele
tinha uma pele escura, morena, olhos tão escuros que pareciam pretos e um cabelo preto e grosso,
indisciplinado, que fazia cachos quase infantis em sua testa. Ele tinha quase que o corpo de um

atleta profissional, e mais de 1,80 de altura. A cabeça tocava o teto do carro.


E ele é bem gato!
Ok. Era hora de pensar em outras coisas. Flynn estava tirando uma folga dos homens. Ponto.
Ela tinha um mau gosto épico e precisava repensar seus planos para a vida, antes de entrar em
outro relacionamento de longo prazo.
“Você certamente não é fã dos Tsarz, eu entendo isso.”
“Pessoas pobres raramente são.”
“Ah, entendo.” Ela não entendia, mas não teria sido prudente demandar uma explicação.
“Aqui está o hospital.” Ela se sentiu incrivelmente aliviada sem entender o motivo. “Tenho certeza

que eles farão seus curativos. Vou lhe dar as informações do meu pai, e você pode entrar em
contato com ele para o pagamento das suas despesas.”
“E você?”, perguntou lentamente o estranho. “Foi você que me atropelou. Você não deveria
ser responsável por cuidar dos danos?”
Ela engoliu de maneira nervosa. “Sou apenas uma estudante. Mas não se preocupe. Meu pai
vai dar o tratamento apropriado para a situação. Ele sempre o faz.”
Algo quente e quase furioso tomou o olhar desse estranho. “O seu pai vai livrá-la desse
tratamento?”
“Ah, não!” Ela percebeu como aquilo deve ter soado. “De maneira nenhuma. Ele vai,
provavelmente, me fazer reembolsá-lo, e vai me lembrar disso por um milhão de anos ou mais.”

“Então mudei de ideia”, ele cruzou os braços sobre o peito. “Só me leve para casa, pois não

quero lhe causar nenhum problema, já que você foi tão agradável comigo.”
A confusão a deixou tonta. “Mas você tem certeza quer que não quer que um médico o

veja? Você acaba de ser atingido por um carro.”


“Não está doendo, na verdade”, ele pareceu se encolher. “Não moro longe daqui. Só me
leve de volta para o meu apartamento, e eu fico longe da sua vida.”
Flynn ficou tão desconcertada pela mudança de planos que não parou para pensar sobre o

fato de que, há apenas alguns segundos, queria que esse homem saísse do seu carro o mais rápido
possível. “Viro para a direita ou para a esquerda?”
“Esquerda.”
Era tão escuro nessa região. O bairro era tão velho e os prédios tão estreitos e próximos. “É
perto daqui?”
“Vire à direita aqui.”
Ela fez o que foi solicitado e se viu em um beco sem saída. Estava completamente escuro
agora. Havia um lixão bem à sua frente. Uma sensação corrosiva de nojo cresceu em suas vísceras.
Ela olhou para o seu passageiro. Ele a encarava de volta. O efeito das luzes verdes do painel na

expressão impenetrável dele era quase macabra.


“Senhor?”, ela perguntou, de forma hesitante. “O que está acontecendo?”
“Oh, Flynn”, disse ele, com uma risada grave. “Você realmente é uma inocente, não é?”
Como ele sabia o nome dela?
Ela engoliu seco, sentindo um medo real pela primeira vez na vida. Um pico de adrenalina
correu em suas veias, e suas mãos tremiam ao volante. Ela colocou o carro na marcha neutra e
deixou as mãos sobre o colo, para disfarçar seu desconforto. Ela iria ter que fazer uma aposta.
Era a única opção, mas precisava calcular perfeitamente o tempo.
“Sabe, sempre achei vocês, americanos, arrogantes em suas noções sobre segurança”, o
estranho continuou. Era como ele estivesse confessando alguma coisa especialmente importante

para ela: “Você não tem segurança para si mesma, ainda assim seu pai é um procurador distrital,

que consistentemente irrita as pessoas.”


“Então isto tem a ver com meu pai?”, ela perguntou. “Então por que eu estou envolvida?

Como se ele me ouvisse… Eu não consigo fazê-lo fazer alguma coisa para você. Não valho nem
muito em resgate.”
O homem riu, primeiro baixo, depois mais alto. “Você nem percebe seu próprio valor. Que
tipo de pai permite que seus filhos acreditem nesse tipo de coisa?”, ele murmurou algo em russo.

Ele pareceu distraído por um momento, como se as palavras dela tivessem mexido em uma
memória que, de alguma forma, o aprisionasse. Flynn sabia que nunca teria outra chance. Abrindo
a porta, se jogou para fora do carro, no meio da noite.
Capítulo Dois

Ok, isso tinha sido um tanto inesperado. Em dois tempos, Grigori havia sido deixado olhando,
surpreso, para a porta aberta. Ele piscou, quando a luz do carro por um instante o cegou. Flynn

havia corrido dele. Ela tinha, de verdade, corrido!


Ele queria rir da sua própria idiotice autoconfiante, mas não havia tempo para isso. Abriu a
porta e seguiu o barulho dos passos no asfalto. Usou suas pernas longas para correr, tentando não
fazer barulho, para fazer com que a respiração irregular o guiasse em sua direção.

O som parou abruptamente.


Grigori parou de repente e segurou a respiração, tentando focalizar em qualquer som que
pudesse ouvir. E então ouviu um ruído à sua esquerda. As sombras eram muito escuras ali, entre
dois velhos edifícios. Ele se aproximou. Mantendo as mãos ao seu lado, preparou-se para qualquer
coisa que viesse.
“Qualquer coisa” veio em um formato escuro e estreito, deslizando para baixo em arco, bem
em direção ao seu rosto. Grigori levantou sua mão, pegando um pedaço de madeira que deveria
atingi-lo na cabeça. Ele grunhiu, conforme sua mão fez contato. Para uma mulher pequena, Flynn
tinha uma mira bem poderosa.

“Maldito!”, ela rosnou. “Vá embora e me deixe em paz!”


“Desculpe, princesa. Não posso fazer isso.”
“Por que não?”, ela se afastou, entrando mais profundamente nas sombras.
Ele não conseguia vê-la, mas podia ouvir sua respiração. Talvez pudesse até sentir a sua
determinação. “Venha, Flynn. Você não quer morrer, quer?”
Algo o atingiu no ombro e ele percebeu que ela estava pegando lixo do chão e atirando
nele. Algo duro e fedorento o atingiu no peito, deixando um rastro desagradável em sua camisa.
“Ei”, disse ele, irritado. “Isso não é…” Outro pedaço da sujeira o atingiu direto no rosto.
“Pare! É suficiente.”

Ele avançou sobre ela, não percebendo, até que já estivesse comprometido, que estava

fazendo exatamente o que ela queria. O golpe o deixou vendo estrelas. Bateu bem na lateral de
sua cabeça, com uma precisão impressionante.

Grigori caiu sobre os joelhos. Sua visão ficou turva, enquanto sua consciência começou a
fugir. Ele realmente ira desmaiar!
“Não”, grunhiu.
Rangendo os dentes, forçou a mente a voltar a funcionar. Colocou outro joelho no chão e

apoiou o peso na outra perna. Então sentiu Flynn tentando passar à sua direita. Estendendo a mão,
agarrou um pedaço da roupa dela.
Ela deu um grito ansioso e tentou escapar de seu aperto tênue. Ele apertou os dedos,
torcendo-os no tecido da jaqueta dela e a puxando em sua direção. Não iria desistir. Seu irmão
precisava dele. Esta era a única forma de acertar as coisas, e Grigori ficaria muito bravo se um
pedacinho de garoto estragasse tudo agora.
“Solta!”, ela o empurrou.
Em vez disso, ele a agarrou, envolvendo ambos os braços em torno da sua cintura,
derrubando-a no chão. Ele deixou o peso do corpo inteiro cair sobre ela. Ela fez um ruído exausto

enquanto o peso do corpo dele empurrava o ar dos seus pulmões para fora. Ela ainda estava
lutando, mas Grigori simplesmente parou. Ele amoleceu, permitindo que ela acabasse com o que
restava de sua resistência, em uma tentativa fútil de sair debaixo dele.
“Ugh! Qual é o problema com você?”, ela chiou.
Pelo fato de ela não conseguir ver o rosto dele, ele sorriu. “Você já acabou?”
“Acabei de lutar com você? Não, nunca!”
Mas houve uma pausa, e ele a sentiu tentando recuperar a respiração. O corpo pequeno
dela estava tremendo embaixo do dele, e ele começou a ficar ciente do quanto era quente e
macio. Era levemente perturbador perceber que gostava de estar tão perto dela.
“Seu cheiro é bom”, ele comentou antes de conseguir se interromper.

“Meu cheiro? Você está pensando nisso agora?”

Ela estava certa, é claro. Aquela linha de pensamento era totalmente inapropriada, dadas
as circunstâncias. Ainda assim, ele era homem e, acima de tudo, humano.

A cabeça dele doía. “Não foi muito bom de você me bater na cabeça com aquilo – o que
era aquilo, por sinal?”
“Um pedaço de madeira, de um pallet. E vou fazer de novo, se você me der oportunidade.”
“Acho que vou precisar garantir que não aconteça então, hein?”

“Aposto que nem o bati com o carro”, ela soou irritada. “Aquilo tudo foi uma mentira?”
“Sim.”
“Por quê?”
“É complicado.”
“Digamos que eu tenha tempo.”
Não era uma proeza pequena ser sarcástica num momento como esse. Grigori ficou surpreso
em notar que ele na verdade admirava a coragem dela. Ele o fazia um pouco menos indiferente
em relação a ela. “Digamos apenas que o seu pai está pagando o preço por algo que fez”.
“Meu pai é um imbecil. Ele é mentiroso e traidor. O que mais é novidade?”, ela estremeceu

embaixo dele, enquanto tentava respirar fundo. “É injusto me tornar responsável pelo
comportamento asinino dele. Você não acha?”
“Depende da situação”, ele tinha quase certeza de que contar a ela seu plano inteiro não
iria terminar bem. Ela estava começando a se acalmar. Ele não se importava em aborrecê-la
novamente.
“Você pode, por favor, me deixar levantar?”, perguntou ela, ainda soando descontente. “Está
fedendo aqui embaixo, e você é bem pesado.”
“Já que você disse ‘por favor’”, rolou para o lado e removeu uma boa porção do peso do
seu corpo do torso e peito dela.
E então ela o atacou novamente.

FLYNN NÃO IRIA DESISTIR. Não agora. Ela tinha um mau pressentimento em relação às
intenções desse cara, que não ia embora.

Dessa vez, gastou um pouco mais de massa cinzenta em seu ataque.


Envolveu os dedos em torno do pedaço de madeira. Usar cada um dos músculos do seu
corpo magro, ela rolou e atingiu seu sequestrador bem na região da cintura. Ele grunhiu, surpreso.
Levantando o corpo, Flynn conseguiu ficar de joelhos e o atingiu novamente. Conseguiu se levantar

e atingi-lo mais uma vez. Depois, colocou ambas as mãos em sua arma e aplicou toda a força que
tinha guardada no último golpe.
“Vadia!”, disse ele, ofegante.
Ela derrubou o bastão bem onde imaginou que a cabeça dele estaria. “Vai se foder.”
Correndo pela escuridão, ela viu uma abertura estreita entre dois prédios. A luz passava por
ali. Ela não conseguia evitar pensar que deveria haver uma rua importante logo além, um lugar
que pudesse oferecer ajuda.
Ela se apertou para passar pelo espaço, arranhando os braços. O pânico estava começando
a se apropriar dela. Continuou esperando que alguém a agarrasse por trás. Não seria assim tão

simples escapar. Não quando um homem louco estava tentando puni-la pelos crimes de seu pai.
Finalmente, estava do outro lado. Seus pulmões queimavam com o esforço, e ela tentava
respirar mais profundamente. Sua ansiedade a estava fazendo se sentir tonta, e ela precisava se
manter consciente sobre si – agora, mais do que nunca.
Olhando em torno, Flynn buscava a salvação no minúsculo pátio interno no qual havia, sem
querer, se encurralado. Tinha pensado que era uma rua. Não era. Havia quatro edifícios, todos
com becos estreitos. Alguns tinham lâmpadas sujas nas janelas, mas grande parte da luz vinha de
um poste estranhamente claro, no centro do lugar.
Atrás de si, Flynn só conseguia identificar o som de botas. Ele conhecia esta área? Estava
ciente de que ela estava mais ou menos presa ali? Ela interrompeu aquela enxurrada de

pensamentos. Não estava ajudando. Correu em direção a uma das outras vielas e procurou um

lugar para se esconder.


Então, notou que a varanda era sólida na frente, mas tinha tábuas quebradas na lateral.

Agachou-se até ficar de joelhos e se espremeu para passar pelo espaço. Prendendo a respiração
e tentado controlar o coração disparado, encontrou uma fenda entre as tábuas da frente para
conseguir ver através e parou um pouco para esperar.
Ela tinha acabado de descobrir que seu pretenso sequestrador tinha passado por ela ou

desistido totalmente, quando ele resvalou entre os prédios e entrou no pátio. Ele olhou em volta,
parecendo totalmente controlado. Depois, parou embaixo do poste de luz e começou a se virar em
círculos lentos, tentando entender tudo.
O suor pingava do cabelo de Flynn e caía no meio das suas costas. O que aconteceria se
ele a encontrasse? Ele a arrastaria e faria algo horrível? Ela tinha praticamente o espancado até o
fim com o equivalente a um taco de beisebol. Talvez ele estivesse muito bravo e quisesse vingança.
Um som dentro do esconderijo de Flynn a fez voltar a ficar atenta. Ela olhou para as
reentrâncias escuras da varanda. Para seu horror, havia dois olhos amarelos brilhantes a
encarando de volta.

“Ai. Meu. Deus.”, respirou. “Sem pânico. Sem pânico.”


Seu coração realmente estava acelerado agora. O que era aquilo? Talvez fosse um
guaxinim, ou algo pior. Um rugido baixo fez os pelos da sua nuca ficarem de pé. E então ouviu um
assovio. O barulho pelo menos era conhecido.
“Oi gatinho”, cantarolou, em uma voz que era praticamente um sussurro. “Por favor, fica
quietinho, ok?”
Ele assoviou de novo, dessa vez terminando com um rosnado que soava como se algo
estivesse morrendo. Flynn pressionou as costas contra a madeira, indo em direção à parte
quebrada da varanda. Lá fora, conseguia ver seu sequestrador olhando em sua direção, com a
cabeça em riste, como se tivesse ouvido o gato.

Outro rosnado, e depois outro par de olhos amarelos apareceu. Havia dois gatos ali

embaixo com ela. Eles se viraram para longe de Flynn e focaram um no outro. Ela espreitou para
fora do lugar, esperando que seu raptor pensasse que o barulho fosse apenas dos dois gatos

brigando e não viria investigar. Talvez isso funcionasse em seu favor.


Merda!
Em um milésimo de segundo, começou o inferno. Os gatos se lançaram um ao outro e se
tornaram uma bola de gritos, pelos e arranhões. Havia uivos e gritaria como Flynn nunca tinha

ouvido. Eles batiam nas tábuas, fazendo a varanda inteira tremer. E então um gato correu
diretamente em direção a ela, e o outro logo atrás.
Flynn não conseguiu se conter. Gritou em agonia quando as garras do gato se afundaram
em seus braços nus, quando ele tentava sair da varanda. O sangue grudento correu pelos braços
de Flynn, enquanto ela se dirigia ao fundo, tentando escapar.
As velhas tábuas na frente da varanda cederam, e Flynn desabou para a grama esparsa
entre a varanda e a calçada. Os gatos lhe deram um último arranhão antes de sair, na lateral de
seu rosto, antes de sair correndo pela noite, ainda gritando um com o outro. Flynn foi deixada
deitada em uma pilha de madeira quebrada e farpas, arranhada, ferida e, definitivamente, pega.

“Bem, bem, bem”, seu sequestrador ironizou. Havia uma gargalhada em sua voz. “Não tenho
certeza de quem está pior neste momento”. Ele se abaixou e pegou a mão dela, puxando-a do
chão e colocando-a de pé novamente. “Eu poderia dizer que isto é carma, mas como a estou
pegando contra a sua vontade, é um pouco presunçoso de minha parte. Você não acha?”
Ela ficou embasbacada, em choque. “Você está falando sério?”
“O que?”
“Carma”, ela engoliu, tentando se orientar. “Você está falando comigo sobre carma. Isto é,
aparentemente, meu pagamento cármico de ter de ser filha do meu pai?”
Ele pareceu considerar isso. “Acredito que não tinha olhado para isso dessa forma. Deve ser
uma droga ser você.”
Capítulo Três

“É uma droga ser eu?”


As palavras dele ecoaram na cabeça de Flynn, enquanto ela tentava se manter sentada, na

parte de trás de uma van branca. Já era ruim o suficiente estar presa pelas mãos e pés, com uma
sacola sobre a cabeça. Ela tinha realmente se sentido burra quando seu sequestrador bateu em
uma das portas naquele pátio e recebeu as chaves da van de alguém que, aparentemente, era seu
cúmplice. Flynn tinha, na verdade, conseguido chegar sozinha ao local de encontro durante sua

tentativa de fuga.
Ela se sentiu um fracasso total.
“Qual é o problema, princesa?”, a voz de seu sequestrador chegava até ela do assento da
frente da van.
Ela não respondeu. O que poderia dizer?
“Meu nome é Grigori, por sinal.”
Grigori. Ela vasculhou sua mente, tentando se lembrar se seu pai já havia mencionado um
cara chamado Grigori em algum momento. Será que ele estava na outra ponta dos negócios
suspeitos dele? Obviamente, o cara pensava que tinha sido ferrado pelas práticas de negócios do

seu pai. A pior parte é isso provavelmente era verdade. Seu pai era um funcionário público
facilmente passível de suborno.
Grigori parecia se sentir com vontade de conversar, mas ela não imaginava o motivo. “Tenho
certeza de que você está se perguntando aonde estamos indo. E infelizmente, tudo o que posso lhe
dizer é que estamos indo à igreja.”
“Igreja?”, a palavra escapou. Ela mordeu o lábio, para evitar dizer qualquer outra coisa.
“Sim, igreja. Temos um casamento para participar.”
Tudo bem, isso implorava por uma resposta da pior forma. “Oh, então me deixe adivinhar.
Meu pai, de alguma forma, custou a você sua companhia para a noite, então você me sequestrou,

para não precisar ir ao casamento do seu primo sozinho, e se sentir um total perdedor.”

“Quase isso.”
A palavra dele acabou com a onda de sarcasmo dela. “O que?”

“Seu pai fez com que meu irmão fosse deportado para a Rússia e que eu me tornasse um
alvo para a imigração. Portanto, vou adquirir uma esposa com as conexões necessárias para me
manter aqui no país.”
“Uma es... esposa?”, ela conseguiu balbuciar. “Você com certeza não está falando de mim,

está?”
“Como vocês americanos muitas vezes dizem, bingo!”. Ela podia ouvi-lo rindo.
“Você não pode me obrigar a dizer ‘sim’.”
“Ah, eu posso, sim.” Ele ainda gargalhava.
Ela uniu os dentes, frustrada. “Como você vai me fazer dizer sim?”
“Ameaçando a sua irmã.”
“O que?”, um medo gelado envolveu do coração dela. “Você não tocaria na Cynthia. Você
não ousaria.”
“Bom, se não conseguir fazer com que você se case comigo, tenho quase certeza de que

posso assustá-la e fazê-la em dizer sim.” A van sacudiu, quase como se ele estivesse virando o
volante para voltar pelo caminho em que eles haviam vindo “Posso ir buscá-la, para que possamos
descobrir?”
“Não! Farei o que você quiser. Apenas deixe minha irmã em paz.”
“Viu? Eu disse que poderia fazer você dizer sim.”
Lágrimas de raiva inundaram seus olhos. “Que tipo de homem é você?”
“O tipo de homem que consegue o que quer quando precisa.”
Ela se forçou a parar de falar. Afinal, não estava ajudando. Ela só estava alimentando o
ego da fera.
GRIGORI SE PERGUNTOU SE tinha finalmente conseguido acabar com a alegria dela. Ela
não diria mais nada. Ele não conseguia nem ouvi-la se mexer. É claro que foi então que lhe ocorreu

que ela estivesse planejando outro ataque.


“Você sabe, acho que posso até gostar de me casar com você, Flynn”, disse Grigori, para
cutucá-la ainda mais. “Você definitivamente é do tipo determinada. Na verdade, gosto de imaginar
como isso pode se traduzir na cama. Quando estivermos devidamente casados, é claro.”

“Seu imbecil! Se acha que vou fazer sexo com você, está totalmente maluco!”
Ele riu. Realmente era um canalha por provocá-la dessa maneira. Ela não merecia.
Ele suspirou. “É um casamento apenas no papel, Flynn. Não espero ter direitos de marido.
Pelo menos não do jeito que você pensa.”
“Que bom, pois pode nevar no inferno antes de eu deixá-lo me tocar.”
E ainda assim, ele teve a sensação de que ela, na verdade, não acreditava naquilo. Que
estranho. Havia algo em sua voz que não era tão certeiro quando ele teria esperado.
“Você sabe”, disse ele, casualmente. “Você não parece assim tão convencida. Posso até
pensar que você está com aquela – como é o nome? – Síndrome de Estocolmo? É isso.”

“Você é louco. Não vou me apaixonar pelo meu sequestrador e depois ir contra a lei, para
garantir que ele não seja pego. Vou sinalizar para cada policial que encontrar e dizer a eles que
você é um sociopata.”
“Não sou um sociopata. Um sociopata a teria matado. Ou teria conseguido exatamente
aquilo que você acabou de me dizer que não quer dar. Lembre-se disso, certo?” Por algum motivo,
isso era importante para Grigori. “Não sou um monstro. Sou só um homem tentando levar a vida em
um mundo populado por pessoas como o seu pai.”
“Conte-me sobre isso”, ela resmungou. “Você acha que eu não sinto a mesma coisa? Você
acha que eu o enganei? Como você acha que é ser filha dele?”
“Meu Deus, acabou de ver você reclamar de não conseguir ir a um show e dizer ao seu pai

que é uma mulher forte, independente, que tem seu próprio emprego e vai para a faculdade,

enquanto mora em casa, então não tem contas para pagar”. Ele não conseguia esconder a
amargura que sentia em relação a pessoas como ela. “Tenho certeza de que é realmente horrível

ser filha dele.”


“Você é igual a todo mundo”, disse ele, com uma indiferença fria. “Você pode fingir que é
valentona, mas não é nada além de uma reclamona, que não ganhou um pônei de aniversário”. E
então ela riu. “Lembre-se de que pôneis mordem, e que nada na vida vem de graça.”

FLYNN ODIAVA QUANDO as pessoas pensavam que ela vivia uma vida encantada só
porque seus pais tinham uma situação financeira confortável e seu pai era um homem importante.
Eles se esqueciam de que essas coisas sempre tinham um preço. Pelo menos no mundo de Flynn.
Ela provavelmente devesse estar tentando fugir. Mas não estava. Fugir não importava mais.
Ela não iria deixar que ele fizesse mal à sua irmã. Nada pagaria o fato de Cynthia ser trazida
para este fiasco. Principalmente desde que essa situação ridícula iria alimentar o amor de seu pai
pelo drama.
Esse pensamento a fez rir. E uma vez que tinha começado, não conseguia parar. Era como se

seus nervos tivessem sido atingidos. Ela estava rindo, gargalhando e se mexendo, sem nem
perceber por quê. O único bônus era que isso estava, muito provavelmente, assustando Grigori.
“Qual é o seu problema?”, ele perguntou suscintamente. “Cala a boca!”
“Não!” Ela gargalhou até que suas costelas começassem a doer. “Por que eu deveria? Não é
como se você pudesse fazer pior do que já está fazendo. Você vai se casar comigo, e vai ser isso.
Certo? Minha vida vai acabar.”
Exceto pelo fato de que não iria, na verdade. Flynn começou a criar um plano na sua
cabeça, um plano bastante audacioso, completamente ultrajante.
“Eu posso ganhar de você.”
Ela não comprou a ameaça dele. “Você não vai fazer isso. Se estivesse inclinado a bater em

uma mulher o teria feito umas dez vezes depois de todo o problema que eu lhe causei.”

Ele resmungou algo em russo e fez uma curva tão rápida que ela perdeu o equilíbrio e caiu
de lado. Que idiota.

“Tenho uma proposta para você!”, ela gritou.


Ele riu tão alto que ela quase conseguia imaginar a expressão cáustica que ele
provavelmente estava fazendo. “Você tem uma proposta para mim?”
“Sim”, ela foi devagar, tentando negociar. “Você só quer o casamento para conseguir ficar

no país, certo?”
“Da. Sim. É claro. Não quero mais nada de você.”
“Bom, a imigração tem muitas regras e leis sobre esse tipo de coisa, sabe?”
“Do que você está falando?”, a voz dele soava apertada. Obviamente, ele não havia
pensado nisso até o fim. Limpou a garganta, aparentemente recuperando sua compostura. “Eu caso
com uma cidadã, recebo um green card e eventualmente me torno um cidadão.”
“Isso não faz seu irmão voltar, por sinal.”
“Eu vou encontrar uma noiva para ele tão logo acerte a minha situação.”
Eles fizeram outra curva fechada. Onde era essa tal igreja? Na cidade de Meio do Nada,

Estados Unidos? Flynn lutava para se manter levantada. “A imigração ficou esperta com toda essa
coisa há décadas. Eles na verdade fazem entrevistas e visitas às casas para identificar se o casal
está mentindo sobre o casamento ou se realmente são um casal. Eles não permitem mais aquele tipo
de farsa. Então, se tentam deportá-lo e você apenas produz uma certidão de casamento, eles
ainda o colocarão no próximo avião, barco ou balsa – o que quer que seja – de volta para a
Rússia.”
Ele começou dizendo algo em russo, rapidamente. Estava falando rápido demais para se
compreender. Ela só conseguia imaginar que ele estivesse falando palavrões. E então ele fez um
barulho sibilante, e ela ouviu uma batida contra algo. O volante?
“Desculpa jogar água sobre seus planos”, disse ela, praticamente cantando as palavras.

“Mas eu realmente tenho uma alternativa”. Pelo menos tinha, caso ele estivesse disposto a interferir

com o pai dela, até que ela fizesse vinte e um anos e passasse a controlar seu próprio dinheiro.
Faltavam apenas sete meses. Sem grandes problemas, certo?

“O que?”, ele rosnou.


“Vou casar com você, por vontade própria. E eu vou enganar os oficiais da imigração
adequadamente, assim como meu pai.”
“Qual é o truque?”

“Você precisa me deixar fazer o que quiser.”


“Me desculpa?”
Ela suspirou com uma ávida expectativa. “Quero ir para a faculdade, mudar meu foco de
ciências políticas para jornalismo e me tornar escritora. Não quero você respirando na minha nuca
a cada segundo. Quero gastar meu dinheiro da forma que quiser. Quero comer quando e o que
quiser. Sabe, praticamente como se fosse a minha vida sem você mandando em mim a cada
segundo.”
“Eu pareço o tipo de homem que possa oferecer esse tipo de abordagem liberal a um
relacionamento?”, ele não parecia estar se divertindo. “Não vou ficar de longe, deixando você

transar com qualquer outro homem que não eu. Mas se eu estou condenado a ser celibatário neste
casamento, você também está.”
“Ok, peraí.” Ela lutava com os braços, empurrando a sacola até que seu rosto estivesse
exposto. Ela precisava ver e estava com dificuldades de respirar. No fim, a coisa escorregou para
trás da cabeça e ela estava livre. “Finalmente!”
“Pare de se contorcer.”
Ela mostrou a língua para ele. “Vai se foder. Você não tem o direito de dar ordens agora.
Precisa de mim mais do que eu preciso de você.”
“O que?”, ela podia vê-lo se torcer no banco do motorista, como se estivesse tentando
entender o que tinha acabado de acontecer.

“Você me ouviu”, ela balançou a cabeça, para tirar o cabelo da frente do rosto. “E eu não

vou trair você e ferir a sua imagem masculina. Prometo. A última coisa que preciso é de alguém na
minha cama de dizendo o que fazer e pensando que pode definir as regras só porque tem um

pênis.”
Grigori então começou a gargalhar. Flynn ficou um pouco surpresa. Qual era o problema,
então? Ela tinha deixado as coisas bem claras.
“Você está entendendo isso?”, disse ela.

“Alto e claro, princesa. Vou casar com a dona mandona. Consigo ficar neste país. Em troca,
você consegue viver da forma que quiser. Você não especificou como vai pagar por essa vida que
deseja viver.”
“Desculpa?”, ela elaborou, “eu tenho um emprego”.
“Então, você tem um apartamento?”
“O que? Não!”, Flynn estava começando a ver buracos em seu plano. Droga.
“Está certo, princesa”, ele sorriu pelo retrovisor. Ela odiava o fato de que o sorriso dele na
verdade fazia sua barriga gelar. Ela não o achava atraente. E então ele piscou para ela. “Você
pode morar comigo. Isso vai tornar toda a história mais verossímil.”

“Ah, fabuloso. Não posso esperar para ver como é a sua geladeira. Mesmo.”
Ela ainda ria quando ele pisou tão forte nos freios que ela caiu para frente e de cara no
chão da van. Que início auspicioso!
Capítulo Quatro

Grigori saiu da van e tirou um momento para retomar o controle. Ele não tinha bem certeza
como isso tinha acontecido, mas tinha sido basicamente tomado uma surra de uma fofurinha com

olhos verdes encantadores.


“Grigori!”, Anson chamou pela porta da frente da pequena igreja branca em meio a um
amontoado de árvores. “Você está mais de uma hora atrasado. Tivemos que convencer o ministro a
não desistir.”

“Digamos que tivemos algumas complicações inesperadas”, Grigori nem tentou explicar quais
tinham sido as complicações. Como iria parecer contar aos seus camaradas que havia sido atacado
e apanhado de uma mulher de cinquenta quilos?
“O que aconteceu com o seu rosto?”, Anson dobrou a cabeça, abordando Grigori com um
olhar questionador. “Foram os seguranças?”
“Gostaria que tivessem sido, mas não”, Grigori não percebeu seu tom rude. “Apenas me
ajude a tirá-la da van.”
“Sem problemas, chefe.”
“Anson”, Grigori avisou.

Anson franziu a testa, e depois percebeu o que tinha feito. “Ah, certo. Desculpe-me, chefe.
Não devo chamá-lo de chefe. Tudo bem que você é o meu chefe.”
“Não”, Grigori cerrou os dentes. “Yuri é o seu chefe.”
Anson grunhiu, obviamente não convencido de que Yuri Lagunov merecia estar a cargo do
braço local da máfia russa da região de Richmond. Mas não haveria mais discussão, pois Anson
abriu a porta deslizante da van.
Grigori respirou fundo quando a porta abriu. Ele meio que esperava que Flynn fosse surgir
das profundezas da van e o atacar com algum tipo de arma que tivesse construído com o lixo nos
fundos do veículo. Mas nada aconteceu, e ele rapidamente se sentiu estúpido por estar com medo.

Anson assoviou. “Ela é bonita, chefe. O senhor é um homem sortudo.”

“Obrigada”, Flynn disse delicadamente. Depois olhou para Grigori. “É bom saber que alguns
dos amigos do meu futuro marido não são completos idiotas.”

Grigori ficou satisfeito em assistir Anson piscar brevemente, totalmente chocado. Então Anson
se virou para Grigori e disse, em russo: “Ela é bem bocuda, hein?”
“Sabe”, ela disse em tom de conversa, “não é educado falar em outra língua de propósito,
para excluir alguém da conversa, principalmente quando você nem tem certeza de que ela não

fala essa língua. E sim, eu realmente sou bocuda.”


Agora Grigori e Anson a encaravam, boquiabertos.
Grigori conseguiu recuperar sua consciência, mas a mente estava girando. “Você fala russo?”
Seus ombros se encolheram delicadamente: “Falo. Não falo bem, não chamaria de
fluentemente, mas, sim, falo russo. E entendo muito melhor do que falo.”
“Olha só”, disse Anson. “Você é um homem de sorte, chefe.”
Grigori riu. “Isso ainda vou descobrir. Você disse que convenceu o ministro a ficar?”
“Ah, sim”, Anson concordou com a cabeça.
Grigori pegou o braço de Flynn e a guiou pela escada. Ele parou na varanda da frente da

igreja rural. Tirando um canivete do bolso, cortou as abraçadeiras que prendiam os pulsos dela.
Ele provavelmente não marcaria pontos com o ministro se a noiva chegasse como uma prisioneira.
“Então temos um acordo?”, ela perguntou ansiosamente.
Grigori se perguntou sobre a forma como o olhar dela estava circulando no entorno. Ela
estava esperando resgate, ou estava preocupada que viria? “Temos um acordo.”
“Isso é bom. Devemos nos apressar então.” Ela colocou as mãos para for a e abriu as portas
da igreja, caminhando de maneira corajosa para dentro.
“Ah!”, o ministro pulou de seu lugar no banco frontal. “Sr. Pasternak! O senhor chegou”, ele
lançou um olhar obscuro sobre Anson. “Finalmente.”
“Obrigado por esperar, pastor”, disse Flynn. “Como o senhor pode ver…”, ela gesticulou

para a sua aparência surrada, assim como a de Grigori. “… tivemos alguns problemas com o

carro no caminho.”
“Oh, minha querida, que horrível!”, o pastor estava obviamente encantado pelas boas

maneiras de Flynn.
Grigori precisava admitir que a mulher era boa em colocar as pessoas à vontade. Droga,
ela tinha basicamente feito isso com ele. “Se pudermos nos apressar com os procedimentos, tenho
certeza de que o senhor tem outro lugar para estar. E temos planos para a lua-de-mel também”.

O pastor bateu as mãos, seus olhos se abrindo. “Ah, que maravilha! É claro! Vamos começar.”
“A versão mais curta, acho”, disse Flynn. “Estou tão animada e nervosa por me casar com o
meu maravilhoso…” Sua voz hesitou brevemente com o nome dele. “… Grigori.”
“É claro, é claro!”, o pastor procurou a bíblia que havia deixado no banco. “Mas está
faltando uma testemunha.”
Grigori lançou um olhar sobre seu ombro para Anson. “Onde está o Igor?”
“Chegando”, Anson olhou para seu telefone. “Está a três minutos daqui, chefe.”
“Maravilha”, o pastor olhou apressadamente da noiva para o noivo. “Acho que devemos
começar, então.”

Ela se esticou e tocou levemente o pulso do pastor. “Maravilha!”


O breve contato pareceu dar ao pastor a coragem necessária para continuar. Grigori ficou
chocado. Flynn era uma artista de golpes de primeira classe. O que levou à questão: será que
tudo o que estava inferindo sobre seu pai era correto? Ou ela estava aplicando um golpe em
Grigori também?
“Estamos aqui reunidos, diante de Deus, para unir este homem e esta mulher no sagrado
matrimônio”, o pastor começou.
Grigori conseguiu não deixar sua mente vagar muito longe. Ele também conseguiu evitar rir
de espanto conforme o pastor falou e falou sobre amor e respeito. Ele havia conhecido sua noiva
há menos de duas horas, e ela já havia tentado matá-lo duas vezes.

FLYNN ESTAVA AGITADA E tentou não parecer tão óbvia ao olhar para as saídas. Apesar

do que seu futuro marido pudesse pensar, ela não estava pensando em fugir. Estava, na verdade,
um pouco preocupada com o resgate. Os seguranças de seu pai já deveria ter descoberto seu
carro abandonado agora.
Ela poderia ter achado isso bem-vindo há uma hora. Mas agora que tinha um acordo com

Grigori para viver sua vida sem interferências em troca da sua cooperação, não tinha interesse em
retornar para a casa de seu pai.
“… e promete ser fiel na saúde e na doença, por todos os dias da sua vida?” O pastor
finalmente chegou à parte do “sim”.
“Sim!”, ela quase gritou. “Sim, aceito, com muita vontade, na verdade.” Pronto. Ninguém
poderia argumentar sobre a sua participação mais tarde. Não depois dessa resposta esquisita.
“E você, Grigori Pasternak”, disse o pastor. “Você aceita Flynn Callaghan como sua esposa,
na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias de sua vida?”
Grigori a encarava. Flynn tentava encontrar seu olhar escuro, mas era incrivelmente intenso.

Ela estava corando. Ótimo. Pelo menos completava a imagem de noiva corada que ela estava
tentando projetar.
“Sim”, disse Grigori, com sua voz arranhada, sexy.
Espera. Ela não deveria pensar nele como sexy. Exceto agora, quando precisaria beijá-lo.
Merda.
“Você agora pode beijar a noiva”, disse o pastor, com alegria.
Atrás de si, Flynn ouviu o homem chamado Anson falar com outro cara – provavelmente a
testemunha que faltava – enquanto segurou a respiração e esperou o mundo acabar.
Grigori envolveu suas bochechas e se abaixou. Ela esperava sentir repulsa, mas não havia
nada além de gentileza do toque dele. Seu perfume era maravilhoso. Como aquilo tudo era

possível, depois dessa noite maluca? Mas era. Ela inalou com uma surpresa, sentindo mais forte o

aroma masculino de especiarias, musgo e sândalo.


Ele colocou os lábios sobre os dela, e o beijo a queimou por dentro. Ela não conseguia evitar.

Envolveu os braços em torno do pescoço dele e passou os dedos pelos seus cabelos, enquanto suas
bocas se uniam e ele a amava quase ternamente com sua boca.
Depois que acabou, Flynn estava com os joelhos fracos e estrelas nos olhos. O. Que. Tinha.
Acontecido?

“Oh, vocês dois fazem um casal lindo!”, o pastor parecia bizarramente feliz, dadas as
circunstâncias estranhas do casamento apressado.
“Obrigada”, ela não conseguia pensar em mais nada a dizer.
A testemunha veio à frente e assinou a certidão de casamento, com um floreio. Eles discutiam
entre si em um russo truncado, com seu dialeto tão confuso que ela não conseguia realmente
entender o que estavam dizendo.
“Sua vez de assinar”, Grigori a deu a caneta.
Respirando fundo, Flynn colocou sua assinatura no documento, selando seu destino e a
transformando basicamente em uma criminosa aos olhos de seu pai.

O pastor tinha acabado de tomar um ar para começar a falar quando seus olhos se
arregalaram e ele começou a abrir e fechar a boca, como um peixe fora d’água. Ele olhava para
as portas da frente da igreja, na direção oposta para a qual Flynn e Grigori olhavam. Levou
menos de um milésimo de segundo para que Grigori entendesse o que estava acontecendo.
Ele pegou Flynn e mergulhou para a esquerda, atrás dos bancos, quando os tiros
começaram a ser disparados. Ela grunhiu em dor, pois seu ombro bateu forte no chão. Ela rolou e
Grigori mergulhou atrás dela.
“Não seja estúpido”, disse ela. “Não vou fugir de você. Há uma saída ali. Vamos tentar sair
por ela!”
Grigori concordou, depois olhou em volta. “Anson, Igor! Onde estão vocês?”, chamou, em

russo.

“Aqui, chefe”, veio a voz de Anson. “São seis, e estão armados até os dentes!”
“Vão indo para o ponto de encontro”, disse-lhes Grigori. Depois de ter descoberto muito

tarde que Flynn falava russo, ele aparentemente não estava mais ignorando que os homens do pai
dela pudessem falar também. O que era bom, porque havia pelo menos dois deles que realmente
falavam russo muito mais fluentemente que ela.
Flynn já estava engatinhando na frente do banco, em direção à saída. Infelizmente, as botas

pesadas dos seus perseguidores estavam indo em direção a eles. Seu coração batia enquanto ela
previa o momento em que seria pega e arrastada para casa. E então alguém pegou sua perna.
Ela balançou, preparada para lutar, mas era Grigori. Ele apontou para debaixo dos bancos.
“Passe por baixo”, ele sussurrou. “Saia pela frente enquanto eu os atraio para cá. Encontre-
me no bosque atrás da igreja.”
“Ok.”
Ela não discutiu, mas não podia imaginar como ele esperava escapar. Ela ficaria viúva antes
de conseguir sua liberdade, droga!
Torcendo o corpo, rolou em suas costas e agarrou a parte de baixo do banco. Ela se

escorregou por baixo e começou a sair em direção à entrada da frente da igreja. Conseguia ouvir
Grigori enquanto fazia manobras para sair da ação.
Grigori gritou algo em russo, e depois houve um estrondo. O pastor gritou e começou a
berrar obscenidades aos homens do seu pai. Se a situação não fosse tão vital, ela teria rido. Mas
era, então ela apenas precisava ficar dois metros mais longe antes de ir para casa, livre.
Utilizando laboriosamente seus braços para espremer seu corpo para fora de sob os
bancos, ela rolou de bruços e ficou deitada por um instante. Não conseguia ouvir nada da
cacofonia acontecendo na frente da igreja. Grigori era, aparentemente, um especialista em táticas
diversionárias, pois não havia nenhuma forma como alguém não fosse levado a qualquer coisa que
estivesse acontecendo.

Ela não viu uma ameaça por perto, então ficou de joelhos e depois se agachou. Usando os

bancos como cobertura, apressou-se em direção às portas da frente da igreja e para fora da
varanda. Infelizmente, correu em direção aos braços do principal segurança de seu pai, Teller.
Capítulo Cinco

Grigori segurou o púlpito de madeira como um ariete e o utilizou para cortar um faixa
através dos homens que tentavam derrubá-lo. Ele já havia tirado duas armas das mãos deles,

enviando-as girando de forma inútil para o outro lado do salão. Dois homens estavam deitados
desmaiados no chão. Ele havia batidos suas cabeças uma contra a outra quando começou a briga.
“Grigori!”, chamou Anson. “Atrás de você!”
Grigori se virou, deixando seu impulso puxar o púlpito consigo até que a coisa estivesse

girando pelo ar como um taco gigante. O impacto de sua arma no segurança enviou golpe no
braço de Grigori. Sua mão amorteceu, mais isso não importava. Nada importava, esses caras
estavam querendo pegá-lo vivo por algum motivo. Isso poderia ser uma coisa boa.
O homem que ele tinha atingido voou de costas, virando um banco e derrubando-o de lado.
O pastor berrou tão alto e com uma voz tão alta que os tímpanos de Grigori estalaram.
“Pare!”, pediu o pastor. E ele estava realmente chorando. Caiu ao chão e cobriu a cabeça
com os braços. “Esta é a casa de Deus! Vocês não podem brigar aqui!”
“Desculpe, pastor”, Grigori disse com um grunhido, enquanto derrubava mais um segurança.
“Esses caras não parecem seguir essa regra.”

“Saiam. Daqui! Todos vocês, saiam!”, o pastor grasnou.


Grigori acenou para Anson, esperando que o homem seguisse Igor. Ele precisava que fossem
para fora, para garantir que Flynn não tivesse nenhum problema enquanto estivesse tentando
escapar pela porta da frente.
Uma farpa do púlpito acabou entrando no dedo de Grigori. O engraçado é que aquilo
doeu muito mais do que o arranhão que havia recebido do primeiro tiro. Decidindo abruptamente
que aquilo era o suficiente, pegou o púlpito e o utilizou para abrir um caminho pela porta. Ele
devia ter dado aos outros tempo o bastante para sair do prédio agora.
Grigori atirou o púlpito no último segurança que estava. Seus olhos se arregalaram quando

tentou desviar do míssil pesado. Ele errou, sendo atingido e caindo de costas. Seu grunhido veio

junto com o choro silencioso do pastor.


Vendo a certidão de casamento no chão, Grigori a alcançou e enfiou no bolso da jaqueta.

Depois foi em direção à porta lateral, que abria para um escritório. Papéis esvoaçaram para o
chão quando ele bateu a porta e a trancou. Vendo um a entrada nos fundos, Grigori agarrou a
mesa e a empurrou, para bloquear o corredor. Papéis e canetas caíram no chão, juntamente com
um monitor de tela plana.

“Ops”, ele resmungou. “Acho que vou para o inferno por isso.”
Algo pesado atingiu a porta, fazendo com que tremesse e balançasse. Era hora de sair.
Grigori conseguiu sair, entrando no mato na lateral do prédio. Conseguia ouvir alguém
tentando entrar no escritório do pastor, dentro da igreja, e também homens gritando na parte
principal da igreja. O que ele não ouvia era a voz de uma mulher.
Grigori assobiou, tentando chamar Anson e Igor. Não recebeu nenhuma resposta. Correndo
pela frente do prédio, rapidamente descobriu por quê.
“Não se mexa.”
O homem segurando uma arma sobre Anson, Igor e agora Grigori era alto e magro, com a

cabeça raspada e olhos inchados. Ele estava de pé embaixo de uma luz, segurando Flynn em sua
frente, como um escudo. Grigori colocou as mãos para os lados, sentido a faca presa à sua cintura
começar a escorregar para a posição correta.
Flynn parecia muito calma, considerando-se todas as coisas. Ela também parecia irritada.
“Teller, apenas vá para casa. Isto é besteira. Estou aqui por vontade própria. Vá para casa e diga
isso para o meu pai.”
“Não, muito obrigado, Srta. Callaghan”, o homem chamado Teller não parecia especialmente
feliz. “Não me importo de colher as consequências das suas ações.”
“Não é culpa minha que o imbecil do meu pai prefere enviar o mensageiro do que lidar com
o problema”, Flynn encarava Grigori.

Se não soubesse de nada, teria pensado que ela estava tentando sinalizar para ele ou algo

assim. Infelizmente, ele não tinha ideia do que ela estava tentando fazer. Ele chegou mais perto,
tentando conseguir o ângulo perfeito. Com a mão de Teller armada esticada e seu dedo no gatilho,

haveria apenas uma oportunidade de fazer certo.


“Me desculpe”, disse Teller a Anson e Igor. “Vocês dois precisarão morrer. Três para um não
é uma combinação de que gosto.”
Tudo aconteceu em câmera lenta. Teller começou a puxar o gatilho no mesmo momento em

que Grigori fez sua faca ser lançada. Teller deu um grito agonizante, que terminou em um
grunhido, quando Flynn enterrou o cotovelo na sua barriga. E então ela girou seu salto e executou
um belo chute de frente que pegou Teller entre as pernas.
Grigori, Anson e Igor todos se encolheram com o som do pé dela atingindo o saco do cara. E
então Teller caiu no chão. Flynn não perdeu tempo. Apertou o pé na garganta de Teller e correu,
passando por Grigori.
“Você vem?”, chamou, sobre os ombros. “Não estou com os sapatos certos para realmente
esmagar uma traqueia!”
Grigori encarava seus homens: “Com quem foi que me casei?”

Anson riu: “Ela é gata”.


Igor já estava correndo atrás dela. Grigori não tinha escolha, a não ser virar e seguir com
Anson logo atrás. Esticando suas pernas longas, Grigori alcançou Flynn e pegou a sua mão. O
formigamento quente do contato foi uma surpresa, assim como o seu desejo de seguir a liderança
dele em meio às árvores.

FLYNN NÃO TINHA ideia de para onde estavam indo. Ela apenas sabia que precisava fugir
dos homens de seu pai, o mais rápido possível. Se isso significava que Grigori era seu novo melhor
amigo, tudo bem. Estava totalmente escuro e eles estavam correndo por um aglomerado de
árvores com nada além da luz baixa da lua.

“Quietos”, ele ordenou aos outros dois homens, em russo. “Estamos perto.”

“Deixei o carro ali”, Igor gesticulou vagamente para um lugar na escuridão.


Anson grunhiu. “Não conseguimos ver, seu idiota. Onde está?”

“Estava bem aqui”, Igor estava apontando, mas não havia nenhum carro.
“Estamos perdidos?”, Flynn perguntou a Grigori. “Pois precisamos realmente sair daqui, antes
que Teller levante do chão”.
“Não estamos perdidos”. Grigori falou em inglês, enquanto girou em círculo, olhando para

cima, e depois levando sua atenção ao um ponto em algum lugar para a esquerda. “É bem aqui.
Vê o buraco irregular?”
“Um buraco. Ótimo”, Anson não parecia animado. “Vamos morrer porque Igor perdeu o
maldito carro.”
“Sua negatividade está acabando com meus nervos”, Flynn disse a ele. “Cala a boca ou eu
vou chutar o seu saco.”
Flynn não tinha certeza, mas achou que ouviu Grigori rir. E então ele começou a andar
energicamente na direção oposta, levando-a consigo. Ela viu seu buraco e percebeu que ele
estava certo. Era um veículo.

“Há uma estrada?”, ela perguntou, em dúvida. “É tão estúpido ser pego porque estamos
perdidos. Vocês planejaram isso?”
“Da próxima vez, deixaremos você fazer o planejamento”, Grigori disse a ela. “Você parece
bastante adepta a este tipo de coisa. Estou começando a pensar que você tem mais na manga do
que está dizendo.”
“Que mulher não tem?”, ela sugeriu, vagamente. Ela certamente não estava dizendo tudo a
ele. Não agora. Talvez nunca.
“Só entre no carro”, disse Grigori a ela. Abriu a porta do passageiro. “E mantenha a cabeça
baixa. Você será inútil se for atingida.”
“Você é tão romântico”, disse ela.

Entrou no veículo, percebendo durante o processo que era, na verdade, um jipe. Então eles

estavam preparados para sair da estrada. Ou pelo menos era o que os grandes pneus, o para-
choque agressivo e barras de proteção sugeriam. Isso era bom, porque ela tinha certeza de que

Teller não iria desistir.


“Fiquem atentos”, disse ele a Anson e Igor. “E, por favor, não me deem um tiro na cabeça”.
“Tudo bem, chefe”, eles resmungou.
Flynn estava começando a sentir o peso da noite. Seus braços estavam arranhados do gato,

assim como sua bochecha. As áreas estavam pulsando. Ela esperava não contrair raiva ou outra
doença.
“Você está bem?”, Grigori olhou para ela. “Teve uma noite longa.”
Ela se segurou na barra de proteção enquanto eles balançavam em um carreador, para
voltar à estrada principal. “Meu rosto está doendo”.
“Vamos fazer um médico dar uma olhada quando chegarmos em casa.”
“Onde é a casa, por sinal?”, ela bocejou. Que louco bocejar em um momento como esse.
Ele riu. “Você não tem uma casa. Eu tenho. Importa onde é?”
“Acho que não”, ela murmurou. “Você vê isso?”

Ele já estava espiando no retrovisor, então ela sabia que ele tinha visto. Apertou os lábios,
parecendo brava. “Anson, atire nos pneus daquela coisa quando estiver ao alcance.”
“Certo, chefe”. Anson puxou um rifle que estava debaixo do assento e repousou o barril
atrás de seu assento.
O espelho lateral perto de Flynn estralou com o eco dos tiros. Ela gritou, surpresa, e se
debruçou para o meio do veículo. Grigori gentilmente tocou a sua mão. Ela a empurrou para longe.
Não queria nem precisava ser confortada agora, queria?
“Eles só estão procurando alvos”, Grigori explicou. E então seu retrovisor se estraçalhou
também. “Vê? Coisas reflexivas.”
“Oh, me sinto muito melhor”, disse ela, conforme Anson atirava de volta.

Houve um tiro abafado, e então as luzes atrás deles balançaram em um arco louco, quando

o veículo que os perseguia capotou mais de uma vez. Flynn assistiu em choque quando ele pousou
na lateral e parou em solavanco no meio da Estrada de terra.

“Próximo!”, Anson cantarolou.


“Não fique se achando”, Grigori avisou. “Tem outro vindo em nossa direção.”
Ele cuidadosamente manobrou o jipe para a margem da pista, ganhando velocidade. Anson
puxou o rifle e reposicionou o barril sobre a ponta do assento de Flynn. Ela escorregou para baixo

e se perguntou se ele iria acidentalmente atirar em sua cabeça.


O rifle disparou, a bala batendo no veículo que se aproximava rapidamente. E então Anson
puxou o gatilho mais três vezes em uma sucessão rápida. O para-brisa do outro carro se
estraçalhou, seguido pela lanterna, e finalmente o pneu estourou e a grande SUV cambaleou
precariamente em direção à margem da rodovia.
“Merda, eles estão vindo em nossa direção”, Grigori rosnou. “Espera aí.”
Flynn se segurou na barra de proteção, enquanto eles passavam pelo veículo que vinha na
direção deles. Eles se arranharam, o ruído do metal com metal quase gelando os ossos, conforme
eles conseguiam passar. A outra SUV bateu em uma árvore e parou de repente. Flynn conseguia

até ouvir os passageiros gritando, pois foram jogados para os lados e a traseira do veículo. Ela se
perguntava se Teller estava entre eles e desejou que estivesse. Aquele bastardo precisava morrer,
de um jeito ou de outro.
Capítulo Seis

Quando Grigori finalmente estacionou na frente da estreita casa de tijolinhos à vista no


distrito histórico de Richmond, que ele chamava de lar, Flynn cochilava no banco da frente. Já

passava das duas da manhã e Grigori sentia os efeitos da falta de sono também. Seus olhos
estavam tão arenosos que ele sentia que os havia mergulhado a areia.
Ele fez contato visual com Anson e Igor pelo espelho retrovisor. “Vocês dois fiquem de olho.
Peçam a Ivan que avise vocês caso seja necessário. Quero alguém cuidando da rua o tempo todo.

Não vamos correr nenhum risco.”


“Tudo bem, chefe”, Anson concordou. E então ele balançou suas sobrancelhas espessas.
“Você está planejando desfrutar de sua noite de núpcias?”
Igor o cutucou forte, gesticulando para Flynn. “Ela não está nem consciente, seu lerdo! Além
disso, metade da noite já se foi.”
“Se vocês dois já terminaram de especular sobre a minha vida sexual”, Grigori olhou para
um, depois para o outro, “podem ir se mexendo agora.”
Eles concordaram, avaliando a rua cuidadosamente, antes de sair do veículo. Isso deixou
Flynn aos cuidados de Grigori. Se ela acordasse antes que ele entrasse na casa, ele quase se

perguntou se ela não o castraria por tocar nela.


Ela não se mexeu quando ele a levantou nos braços. Ele a encostou contra seu peito, sentindo
uma sensação desconhecida de algo macio e sentimental perto de seu coração. Não havia como
negar sua admiração por aquela mulher. Ela havia passado por uma situação horrível. Na
verdade, se alguém o colocasse nesse tipo de prova, Grigori iria eviscera-los. Em vez disso, era
simplesmente o preço que tinha que pagar para ficar nos Estados Unidos.
“Onde estamos?”, ela murmurou, quando Igor abriu a porta da frente.
Grigori a carregou para dentro e subiu diretamente as escadas para o quarto piso, que
havia convertido inteiramente em seus aposentos. “Estamos em casa. Tenho um lugar em que você

pode descansar.”

Ela piscou, com seus olhos verdes abrindo apenas o suficiente para focalizar no rosto dele.
Depois os fechou novamente, e pressionou o rosto contra o peito dele. Foi estranho. Não havia

tensão no seu corpo por estar perto dele. Era como se confiasse nele, o que era uma noção insana,
para dizer o mínimo.
Incapaz de resistir, ele baixou a cabeça e inalou profundamente o seu aroma suave e
feminino. Havia algo de selvagem no cheiro de Flynn. Os dois estavam exaustos e cobertos de

ferimentos e arranhões, mas ela ainda tinha um cheiro divino. Ele viu que o arranhão na bochecha
dela tinha inchado. Isso o fez seu estômago revirar de arrependimento pelo que havia acontecido.
Grigori deitou Flynn gentilmente em sua cama. Tirou seus sapatos e os colocou no chão. E
então foi pegar uma toalha aquecida no banheiro. Quando voltou, ela estava sentada.
“Este é seu quarto?”, olhou em volta, obviamente interessada.
Ele se perguntou o que ela havia pensado sobre a madeira escura e cores neutras. Ele não
tinha muitos enfeites. “Sim, apesar de eu não exigir que compartilhemos o quarto. Vou para o piso
de baixo, dormirei no quarto de hóspedes.”
“Não!”, os olhos dela se arregalaram. “Quer dizer, eu aprecio isso, mas eu realmente prefiro

não ficar sozinha.”


Ele podia ver que havia custado a ela admitir isso. “Eu trouxe uma toalha para a sua
bochecha”, mostrou.
Ela pegou o pano aquecido e pressionou sobre o rosto. “Você pode ficar aqui comigo por
um minuto?”
Grigori se apoiou na ponta da cama. Tirou as botas, esticando os dedos e suspirando
aliviado. E então ele notou que ela o encarava. “Meus pés estão doendo. Os seus não?”
“Sim”, ela gemeu. “Neste momento, acho que tudo dói.”
“Só, mano.”
“Ok, essa frase soou ridícula com o seu sotaque”, ela levantou as sobrancelhas. “Você não

deve nunca mais dizer isso.”

Era estranho, mas Grigori poderia jurar que ela estava flertando com ele. E então todo o
semblante dela mudou. Ela baixou a toalha e encarou o sangue rosado no pano cor de areia.

“O que foi?”, disse ele.


“Tudo isso foi culpa minha”, a garganta dela se moveu quando ela engoliu. “Eles seguiram o
equipamento de rastreamento no meu carro. Depois seguiram o do meu telefone.”
Ele quase pulou da cama. “Você está com o seu telefone agora?”

“Não. Eu o joguei no mato quando saímos da igreja”, colocou o rosto nas mãos. “Mas eu
estava com ele na igreja, Grigori. Poderia ter contado para você, dito alguma coisa. E não o fiz.”
“Por que não?”
“Não sei”, ela fez um som impotente e olhou para ele, com olhos enormes. “Talvez eu ainda
me perguntasse se conseguiria ir em frente com isto.”
“Isto?”, ele pensou. “Nosso acordo?”
“Sim”, ela caiu de volta na cama. “Estamos casados, sabe? Isso é meio importante.”
“Não precisa mudar nada”, ele se questionou se ela estava se arrependendo.
E então ela pegou a mão dele e o puxou para baixo, praticamente em cima de si. Ela tocou

o rosto dele. “E se eu quiser mudar as coisas?”


Ele se afastou para trás, tentando colocar um espaço entre eles. Não havia se preparado
para isso. “Você só está sentindo os efeitos da adrenalina.”
“Sim, sexo de sobrevivência. Eu sei”. Ela se esticou e espalmou o seu pênis, sobre o jeans. “E
é isso que eu quero, Grigori. Quero esquecer. Você é meu marido. Isso é louco e insano e posso me
perguntar se perdi a cabeça amanhã de manhã, mas, neste momento, não me importo”. Ela deu um
apertão na sua ereção eu inchava rapidamente com um apertão. “Por favor, vem me foder,
Grigori. Por favor.”
Ele poderia ter sido capaz de dizer não, caso ela não tivesse agarrado a cara dele e
puxado a boca dele para um beijo. O beijo mais cedo na igreja tinha sido eletrizante e

completamente inesperado. Este foi o oposto. Ele sabia que no momento em que seus lábios se

tocassem, a avalanche poderosa de hormônios e emoções faria seu cérebro se derreter por
dentro.

Ele sentiu o sabor dela, escorregando a língua para dentro da boca dela e a esfregando
com a dela. Eles se agarraram um pouco, pois travaram uma guerra passional para ver quem iria
liderar e quem seria liderado. E então ela se entregou, e Grigori pensou que poderia gozar ali,
naquele momento.

FLYNN NUNCA HAVIA ficado tão excitada na vida! Grigori tinha um sabor masculino
proibido, tentador. Ela o queria com um fervor que era quase louco. Ela se ondulou contra ele,
deixando a fricção de seus corpos vestidos criar um calor que fez sua pele ferver.
Seu abdômen estava quente e úmido, e ela se contorceu com desconforto em seu jeans.
“Preciso ficar nua, Grigori”.
Não sabia exatamente por que, mas adorava dizer o nome dele. Poderia fazer isso de novo
e de novo e nunca se cansar. Quando ela desabotoou a própria calça e ele a ajudou a deslizá-la
pelas pernas, disse o nome dele novamente. Desta vez, um gemido de urgência.

Ele estava maluco. Puxou a blusa dela para cima e a tirou, jogando-a para o lado. Usando
os lábios, ele tracejou uma linha de beijos sobre seus seios. Depois, abriu o sutiã e o tirou,
começando a lamber e sugar seus mamilos. Puxou o máximo que conseguiu dos peitos dela em sua
boca, chupando-os, até que ela estivesse se contorcendo contra ele.
Ela parou totalmente de pensar. Não havia nada além de uma necessidade de se aliviar.
Envolveu as pernas em torno do seu corpo vestido e se esfregou contra ele. As mãos dele
encontraram as reentrâncias de seu sexo. Ele escorregou os dedos pela carne úmida até que
encontrou o clitóris. Circulando o pequeno botão, esfregou e esfregou, até que ela estivesse
desesperada para atingir o orgasmo.
Ela chegou ao clímax gritando o nome dele. Estrelas explodiram em seus olhos fechados, e

ela bombeou os quadris, pois não conseguia se manter estática. Era como se estivesse fora de seu

corpo. Aquilo era incrivelmente bom, mas ela queria mais. Precisava senti-lo abrir suas pernas e
tomá-la daquela forma primal que somente um homem poderia.

“Grigori, você está vestido”, ofegou ela, “tire a roupa, por favor”.
Ele parecia que iria argumentar, mas desistiu. Arrancando a camisa pela cabeça, atirou-a
pelo quarto. Então ele estava se contorcendo para tirar a calça jeans. Ele a chutou longe, e ela o
ajudou a puxá-la pelos pés. Quando estava pelado, ela deu a primeira olhada.

“Meu Deus”, disse ela. “Você é gostoso. Sério.”


Ele riu, jogando a cabeça para trás e lhe causando arrepios com o som sexy. Depois disso,
Flynn não conseguiu se controlar. Ela o jogou na cama, beijando seus braços musculosos, e passou a
língua pelo seu peito. Brincando com seus pequenos mamilos com os dentes, ela escorregou a mão
pela barriga dele, em direção ao pênis.
Quando estava em algum lugar entre o umbigo e os testículos, ele parou de rir. E então ela
agarrou com a mão aquele pau generoso e começou a acariciá-lo, da base para o topo. Seu
líquido seminal formou uma gota na cabeça e ela passou os dedos por aquele líquido sedoso.
Olhando para o rosto dele, limpou o fluido dos dedos com a boca, e assistiu aos olhos deles se

encherem de desejo.
“Você me quer?”, demandou.
“Ah, como quero.”
Ela o cavalgou, sentindo-se mais no controle do que nunca em sua vida. Foi glorioso. Flynn
jogou a cabeça para trás e sentiu o seu cabelo tocar a sua cintura. Estava nua, esfregando sua
vagina úmida sobre o pau de um quase estranho. A sensação de liberdade era inebriante.
Levantando-se para ficar de joelhos, colocou a mão entre eles para agarrar o membro
ereto. Ele congelou. E então ela suavemente esfregou a ponta dele contra a sua abertura. Ele
agarrou seus quadris com as mãos, esperando que ela tomasse a decisão. A escolha pertencia a
Flynn, e ela estava feliz por isso.

“Esta escolha é minha”, ela disse, quase sem fôlego. “Eu quero você e vou ter você.

Entendeu?”
“Então me tenha”, a voz dele era grave.

Ela se empalou em um longo golpe. A pressão do pênis grosso escorregando profundamente


em seu canal a deixou ofegante. A intimidade emocional do momento era quase mais chocante do
que a física. Ela nunca havia se sentido tão conectada a ninguém na vida.
Balançava para frente e para trás contra ele. Cada golpe fazia seu clitóris se esfregar

contra a base do pênis dele. Seus músculos queimavam e ela sabia que estava perto de perder o
controle. E então percebeu que ele também. Seus olhos estavam quase se fechando, de um jeito
sexy. Seus lábios quase abertos e os músculos do rosto tenso de prazer – era quase a realização
de todas as suas fantasias.
O alívio final explodiu dentro do corpo dela. Ela arfou e estremeceu quando as convulsões
de seu clímax assumiram tudo. As palmas de suas mãos descansaram sobre o peito dele, enquanto
ela se esfregou ainda mais forte sobre ele. E então ele gemeu e impulsionou seu corpo. A pressão
e fricção eram incríveis. A sensação a percorreu em uma pequena réplica trêmula de prazer
quando ele despejou sua semente profundamente em seu ventre.

Flynn desmontou no peito de Grigori, sua respiração rasgada e sua pele úmida de suor. Ela
podia ouvir o coração dele trovejando no peito. De alguma forma, era maravilhoso saber que
tinha feito esse homem ficar de joelhos com prazer – por assim dizer.
“Uau”, ela murmurou, com um suspiro. “Acho que acabei de morrer.”
“Da.”
“É só isso que você tem a dizer?”, ela encostou o queixo sobre o peito dele e o encarou.
Ele sorriu: “Você roubou minhas palavras.”
“Acho que essa é uma desculpa aceitável”, um bocejo a pegou de surpresa.
Grigori envolveu os braços em torno do corpo dela e deu um beijo leve no topo de sua
cabeça. “Você precisa descansar.”

“Fique comigo”, ela sussurrou. “Não vá”.

“Não vou a lugar algum”, ele prometeu.


Capítulo Sete

Flynn rolou para o lado e imediatamente desejou que não tivesse. A luz era horrivelmente
clara. Ela tentava relembrar porque não tinha fechado as cortinas como normalmente faria na

noite anterior, mas foi exatamente quando a noite inteira veio de volta, com toda a finesse de um
trem sem freios.
Ela sentou reta na cama, olhando selvagemente pelo quarto esparsamente mobiliado. Onde
estavam suas roupas? “Grigori?”

Era impossível decidir se ela se sentia aliviada ou horrorizada quando ele apareceu na
porta do banheiro com uma escova de dente pendurada na boca: “Estou aqui.”
“Ah, ok. Certo”, ela puxou rapidamente o lençol e o puxou sobre os seus seios nus. “Estamos
casados. Certo?”
“Sim.”
“Algumas coisas estão confusas, mas pensei que lembraria disso claramente.” Ela pausou por
um momento e depois colocou a face entre as mãos. “Meu pai vai me matar.”
“Você parece ter duas opiniões sobre isso”, ele disse, de forma enigmática.
“O que?”

Ele mergulhou de volta no banheiro, e ela o podia ouvir enxaguando a boca. A natureza
mundana da atividade a fez rir.
“O que foi?”, ele saiu do banheiro vestindo nada além de uma toalha.
Ela precisou forçar sua mente para pensar sobre alguma coisa além do que estava embaixo
da toalha. “Você tem todo o jeito de gângster. Eu simplesmente não tinha percebido que homens
que jogam facas e participam de perseguições de carro em alta velocidade em estradas sujas no
meio do nada também se preocupam com a higiene oral.”
“Todo mundo deveria se preocupar com a higiene oral”, disse ele com uma certa severidade.
“É muito importante.”

“Ah é? Bom, também é muito importante o que meu pai vai fazer comigo quando me

encontrar.”
“Ontem à noite você parecia bem confiante de que podia me usar para conseguir o que

queria do seu pai e vice-versa”, ele dobrou a cabeça para o lado. “Por que mudou de opinião?”
“Ele enviou um telegrama para você hoje de manhã.”
“O que?”, ela ficou tão espantada que se esqueceu de cuidar do seu protetor de seios.
Ofegante, puxou o lençol mais uma vez. “Desculpe, não pretendia me exibir para você”.

“Noite passada você estava implorando para que eu olhasse”.


“Por favor, não fale sobre isso”, ela pegou um travesseiro e o utilizou para cobrir o rosto.
“Agi como uma vagabunda total.”
“Estamos casados. Não tem essa de vagabunda.”
Ela riu, pois quem não riria ao ser surpreendido com essa declaração ridícula? “Ok, agora
sério. Você está dizendo que recebeu um telegrama? Eu nem sabia que eles existiam ainda.”
“Não é uma coisa de uso normal, se é isso que você está se perguntando”, sua expressão se
tornou pensativa. “Ele quer encontrá-la para almoçar hoje.”
“Espera”, ela percebeu o que ele estava dizendo. “Você leu minha correspondência?”

“É claro. Você estava dormindo e eu precisava garantir que não era algo que evolveria
mais balas”, ele não parecia arrependido.
“Acho que é razoável”, ela apertou os lábios e franziu bem a testa. “Mas da próxima vez,
peça.”
Ele deu de ombros, e ela entendeu que era um pedido insignificante pelas regras dele. “Se
for importante, tentarei me lembrar.”
“Ok, obrigado. E você poderia sair para que eu possa me vestir?” E então ela percebeu que
não tinha roupas. “Droga. Como devo ir encontrar meu pai se não tenho roupas?”
“Pedi para Anson lavar as roupas que você usou na noite passada”, ele na verdade parecia
se desculpar dessa vez, enquanto levantava e observava a pequena pilha em cima da cadeira. “É

o melhor que podemos fazer.”

“É ótimo, na verdade. Eu agradeço.”


Ele começou a sair e Flynn percebeu, com uma sensação de pânico, que não queria que ele

saísse. “O que você faz, na verdade, para viver?”, perguntou rapidamente.


“Sou um assassino.”
Se Grigori não tivesse olhando bem em seus olhos, ela pensaria que ele estava brincando.
“Tipo ‘contrate seu assassino particular’”?

“Não, sou um assassino da máfia. Sou especificamente empregado pelos cartéis russos de
Moscou e dos EUA. Então viajo bastante.”
“Ai meu Deus”, ela começou a hiperventilar, mesmo que nunca tivesse feito isso antes.
“Ei”, ele sentou ao seu lado na cama e gentilmente acariciou suas costas. “Está tudo bem.
Você sempre será bem-vinda em viajar comigo quando eu for, se desejar.”
“Você acha…”, ela respirou bem fundo, “… que é por isso que estou surtando?”
“Se você está surtando porque eu mato pessoas para viver, então devo relembrá-la de que
você chutou as bolas de um cara tão forte que os netos dele provavelmente sentirão. Isso logo
depois de pisar na garganta dele e reclamar que seus sapatos não eram pesados o suficiente

para acabar com a traqueia dele. Foi brutal. Pelo menos eu atiro nas pessoas com armas e faço
um trabalho limpo”, ele teve a audácia de parecer descontente.
“Sim, mas isso foi uma vez só!”, ela tentou se conformar com o fato. “Eu me casei com um
matador!”
“Um matador pago, mas sim. Acho que sim.”
“Por que você é tão normal?”
Ele riu, seus olhos escuros brilhando com alegria. “Ontem você me acusou de ser um
sociopata.”
“E você, de maneira muito eficiente, acabou com essa ideia”, ela gemeu. “Ugh! Nunca mais
vou usar essa frase. E se for verdade?”

“Vista-se e desça para tomar café da manhã. Você vai se sentir bem depois de comer.”

“Você vai me deixar aqui assim, com essa informação? Você não precisa me matar?”, ela
estava realmente começando a se preocupar agora. No que havia se metido?

“Se alguém me perguntasse qual mulher eu mais admiro no mundo, Flynn Pasternak, eu diria
que é você”, ele deu uma piscadela e depois saiu do quarto. Ela o ouviu descer as escadas com
uns passos quase saltitantes.

CONSIDERANDO-SE TODAS AS COISAS, Grigori estava se sentindo muito bem esta manhã.
Sentou-se para tomar café com Anson e Igor e lhes ofereceu um sorriso agradável.
Anson o olhou com suspeição. “Onde está sua noiva?”
“Flynn ainda está se aprontando”, Grigori encheu o prato com ovos e torradas. E pegou
duas fatias de bacon. Ele adorava o café da manhã americano, mas às vezes ainda sentia
saudade da crocância de um blini.
Igor enfiou meio prato de ovos mexidos na boca. “Ivan ainda está cuidando lá de fora,
chefe”.
“Obrigado”, Grigori checou o relógio. “Acho que precisaremos nos manter atentos por mais

algumas horas. Ou pelo menos até encontrarmos o pai de Flynn e soubermos quais são seus
planos.”
“Você acha que ele vai tentar levá-la de volta?”, Anson soou preocupado.
Grigori encostou-se à cadeira e deu uma olhada longa e lenta para Anson. “Você está
ficando horrivelmente possessivo com minha mulher.”
“Eu gosto dela.”
“Isso é compreensível”, disse Grigori. “Mas mantenha suas mãos longe.”
Anson olhou para Igor: “acho que o chefe gosta dela.”
“Da”, Igor respondeu em russo. “Ele está se tornando excessivamente apegado a uma mulher
que deveria ser um meio para um fim. Isso vai ser estranho.”

“Os planos mudam”, Grigori murmurou.

“O que?”, Igor entortou o rosto. “Yuri não vai gostar disso. Você falou com ele?”
“Ainda não.”

“E quando irá fazê-lo?”, Igor se apressou. “Ele vai cortar suas bolas.”
Flynn entrou na sala de café, com cheiro de flores e uma aparência de como se não tivesse
havido insanidade na noite anterior. “Acho que precisamos parar de fazer coisas ruins com as
bolas das pessoas. Há muita discussão sobre bolas acontecendo ultimamente.”

“Concordo”, Grigori apontou para ela. “Escutem a moça. Ela sabe do que está falando.”
Igor resmungou algo amargo e sombrio em russo.
“Não”, Flynn disse lentamente. “Não acho que isso seja possível fisicamente.”
Grigori e Anson caíram na gargalhada, apontando para Igor, que agora estava ficando
ruborizado. Grigori bateu nas costas do velho amigo, tentando trazer de volta a noção de
camaradagem que normalmente existe entre os três e Ivan.
“Quem cozinhou?”, Flynn olhou para mesa cheia de comida. “Está lindo e com um cheiro
delicioso.”
“Quem cozinha é o Ivan”, explicou Anson. “Ele está lá fora.”

“Então você é o Anson”, ela apontou para ele, e fez a mesma coisa com Igor: “E você é o
Igor.”
“Sim”, disseram eles em uníssono, balançando as cabeças afirmativamente.
“Vocês são irmãos?”
“Primos”, respondeu Anson.
“Isso explica serem parecidos”, disse ela. “Posso me sentar?”
Grigori se levantou e puxou uma cadeira. “Por favor”.
“O assassino tem boas maneiras, que diria?”, ela resmungou.
“Você ainda está brava com isso?”, Grigori se perguntou por que isso era tão importante.
“Se eu fosse militar e minha função fosse ser atirador, você iria se incomodar?”

“Não.”

“Qual a diferença?”, questionou Grigori, começando a se sentir insultado pelo fato de ela
não respeitar sua posição na organização.

Igor olhou para ela de forma suspeita. “Grigori é um homem muito importante na máfia.
Ninguém pode fazer as coisas que ele faz. Ele é muito respeitado.”
“Não estou discutindo isso”, disse Flynn rapidamente. "acho que é difícil se conformar com o
fato de que eu me casei com um matador profissional.”

“A bobinha vai mudar de ideia quando vir a sua conta bancária, aposto”, Igor disse essas
palavras em russo, esquecendo-se novamente de que Flynn normalmente conseguia entender todas
as palavras que ele dizia. E então ele percebeu e gemeu: “Por que você não me chuta ou algo
assim?”, perguntou a Anson.
“Provavelmente ele está fazendo você aprender uma lição valiosa sozinho”, sugeriu Flynn. “E
eu tenho uma conta bancária própria também. Não preciso da conta de Grigori, muito obrigada.”
“Você fica falando isso”, Grigori reclamou. “Você já disse isso noite passada, que você tem
seu próprio emprego. Você ganha muito, ou algo assim?”, ele se perguntou se havia algum segredo
que ele ainda não havia descoberto sobre sua noiva estranha e impetuosa.

Ela parecida estar agitada, como se não quisesse responder. Colocou os ovos no prato e
começou a passar manteiga na torrada cuidadosamente.
Finalmente, ela deu um rápido suspiro. “Se você precisa mesmo saber, eu e minha irmã não
temos a mesma mãe.”
Grigori sentiu suas sobrancelhas se levantarem, em choque. Não podia imaginar por que não
havia descoberto esse fato enquanto fazia sua pesquisa.
“Não fique assim tão chocado”, ela o repreendeu. “Não é um fato conhecido. Minha mãe
morreu quando eu tinha três anos. Meu pai se casou logo. Mas minha mãe foi também uma
herdeira.”
“Então você recebeu uma herança dela”, Grigori sugeriu. “Então por que aquele discurso

sobre liberdade ontem à noite? Se você tem o dinheiro, pode fazer o que quiser.”

“Não exatamente”, ela enfiou metade da torrada na boca. “Não terei o controle de meus
fundos até fazer 21 anos.”

“Ah”, Grigori percebeu agora por que ela tinha concordado com o plano dele. “Então você
precisa que eu lhe ajude a se manter independente até que você possa pegar a sua herança.”
“Exatamente.”
Por algum motivo, isso não caiu bem para ele. Se estivessem sozinhos, ele teria lhe

perguntado por que ela se deu ao trabalho de transar com ele, se tudo o que queria era
proteção. Mas esse não era o momento para essa discussão.
Ela limpou a garganta. “Então, alguém vai me dizer o que faremos quando encontrarmos
meu pai?”
“Nós vamos com você?”, Anson perguntou ansiosamente.
Ela deu tapinhas na mão dele: “Eu nem pensei em ir sozinha”.
Grigori apertou o olhar, notando que mais uma vez ela tinha usado um pouco de contato
físico para reforçar uma emoção que estava essencialmente implantando na mente de alguém. Era
brilhante, mas ele não conseguia identificar se era intencional.

“Vamos sair assim que terminarmos aqui”, Grigori disse a ela bruscamente. “Ele quer
encontrá-la na frente da sua universidade.”
Ela não pareceu surpresa: “É claro que quer. O idiota.”
Capítulo Oito

A área de Commons, na Universidade de Georgetown, fervilhava com estudantes e


professores levando a vida normalmente. Flynn se sentia estranha em pé na praça central,

esperando seu pai aparecer para uma reunião bastante pública, em um lugar bastante público.
Para qualquer um que observasse, parecia estar sozinha. Mas sua trupe de mafiosos russos de
confiança estava, na verdade, a uma pequena distância.
Ela também tinha aula em dez minutos, e era tão tentador apenas se virar e entrar no

prédio. Poderia sentar na sala e esquecer que tudo isso estava acontecendo – mas a aula era
sobre a história da ciência política dos EUA, e eram os noventa minutos mais entediantes da sua
semana.
“Aí está, minha querida filha”, seu pai se aproximou com um sorriso colado ao rosto.
Infelizmente, a expressão não combinava com seus frios olhos azuis.
“Olá”, disse Flynn, com uma indiferença. E então ela olhou para Teller: “estou bem surpresa
em vê-lo bem e andando por aí esta semana, Teller. Da última vez que nos encontramos, lembro
que você estava rolando no chão”.
Seu pai esticou um braço para impedir Teller de atacar. Obviamente, o cara ainda estava

dolorido, pelo golpe nas bolas que tinha recebido dela. Literalmente, ela apostaria.
“Já deu, Teller”, seu pai falou com prazer. Ele sorria livremente para qualquer um que
olhasse para o grupo com curiosidade.
“O que você quer?”, Flynn questionou. “Não quero joguinhos. Por que você está aqui?”
“Pasternak não é nada além de um mentiroso.” Pelo menos seu pai não perdeu tempo. “Ele
quer você por um motivo, só isso.”
“Sim, eu sei”, ela balançou a mão, para indicar que já havia ouvido tudo. “Ele precisa de
uma esposa para ficar neste país, para conseguir um green card e, eventualmente, se tornar
cidadão e descobrir uma forma de trazer seu irmão de volta para cá.”

Seu pai pareceu mais surpreso do que nunca, o que significava que a pele em volta de seus

olhos se contraiu ficando tão fina quanto um fio de cabelo. “Ele não é nada além de um cara
financiado pela máfia.”

“Sim, eu sei. Matador profissional. Entendi.” Ela balançou a cabeça afirmativamente. “Algo
mais?”
“O que você está fazendo?”, agora ele implorava. Era uma escolha interessante,
considerando a história deles juntos. “Você vai jogar sua vida no lixo por este homem! Teller afirma

que você estava lá por sua própria vontade. Você enlouqueceu?”


“Talvez”, Flynn deu de ombros. “É difícil dizer. Estou tão embebida com a alegria de estar
fora da sua casa, que não sei nem o que fazer com o meu tempo.”
“Criança mimada!”, ele se irritou.
“E o procurador distrital Callaghan verdadeiro se revela, finalmente”, ela provocou. “As
pessoas sabem como você é de verdade? Sempre me pergunto.”
“É melhor você não estar mentindo”, ele ameaçou. “Não vai importar quem irá protegê-la.
Se tentar acabar com minha reputação para os seus objetivos egoístas, acabo com você.”
“Sou sua filha”, Flynn disse a ele de maneira triste. “É assim que você fala com a sua própria

filha?”
“Nunca tenho certeza, você sabe.”
“Sim, eu sei”, ela ouvia essa história desde que tinha idade suficiente para compreendê-la.
“É por isso que você ama Cynthia muito mais do que eu. É por isso que ela não é vítima do seu mau
humor ou de sua violência ao acaso.”
Ela não tinha reparado que havia dito isso em voz alta até que Grigori apareceu ao seu
lado. Ele era alto, largo e poderoso. Na verdade, ele exalava superioridade masculina. Teller
procurou sua arma, mas Grigori colocou um dedo no ar e o balançou de um lado para o outro.
“Você me mata, meus amigos vão matar você e seu chefe. Entendeu?”, e então Grigori
colocou o braço em torno de Flynn.

Foi estranho, mas na verdade ela se sentiu bem ao ser acolhida ao seu lado. Ele era um

porto em uma tempestade.


“Já terminei de falar com você, pai”, ela disse ao homem a quem ela sempre se referia, em

segredo, como doador de esperma. “Você nunca me quis, de qualquer maneira. Não sei por que se
importa agora.”
“Cuidado”, disse seu pai, sorrateiramente “Você está jogando fora exatamente a conexão
familiar que fez este homem querer você em primeiro lugar.”

“Sobre o que você está falando?”, ela estava cansada de seu discurso dúbio. “Pode me
dizer o que quer de uma vez?”
Grigori suspirou. “Ele está tentando dizer que eu estava esperando forçá-lo a trazer meu
irmão de volta, fazendo você de refém.”
Foi como um balde de água gelada na sua cara.
Flynn engoliu o caroço seco que apareceu de repente em sua garganta. “Então, não sou
suficiente para satisfazer seus objetivos?”, perguntou a Grigori.
“Não foi isso que eu disse”. Grigori balançou a cabeça afirmativamente para o seu pai. “É
isso que ele está dizendo.”

“Mas é verdade”, seu pai insistiu. “Pergunte a ele sobre o recado que ele me enviou ontem.”
“Você mandou?”, ela perguntou baixinho.
“Da.” Ele não se importava de esconder nada, o que na verdade a fazia se sentir melhor.
Ela ria de maneira amarga. “Obrigada novamente, pai, por garantir que eu duvidasse do
meu próprio valor. É na verdade um ótimo talento que você tem.”
“Flynn, pense nisso”, seu pai disse com urgência. “Você realmente precisa parar e pensar. Ele
é um assassino. Vamos matá-lo em algum momento.”
“Ou talvez ele o pegue primeiro”, ela disparou de volta. “Todo mundo more. Aprendi isso
bem cedo, lembra?”
Teller limpou a garganta. “Srta. Callaghan, é melhor repensar essa estratégia de ação.

Temos uma equipe pronta para protegê-la agora.”

“E então?”, ela olhou para Teller como se ele fosse algo que ela encontrasse na sola do
sapato. “Como se não esperássemos isso ou outra coisa, sua víbora.”

“Senhorita”, começou Teller.


Ela o mandou ficar quieto, apertando os dedos e fazendo um som de zíper na boca. “Meu
Deus, sempre tive vontade de fazer isso! Acho que devo agradecê-lo Teller. Você tornou possível
para mim compreender porque o emprego de assassino profissional é necessário. Caso eu tivesse o

dinheiro, contrataria alguém para acabar com você agora mesmo.”


“Isso é uma declaração de intenção!”, disse Teller, eagerly. “Podemos prendê-la com base
nisso.”
“Não. Eu disse se tivesse dinheiro”, ela sorriu docemente. “Todos sabemos que ainda não
tenho. Lembra?”

GRIGORI ACHOU a reação do seu pai à sua declaração foi extremamente estranha. Por que
o homem deveria se importar se sua filha teria acesso à sua herança em pouco menos de um ano?
Ele tinha seu próprio dinheiro, certo?

“Chega”, disse Grigori a Flynn, mantendo sua voz baixa. “É hora de ir.”
Seu pai parecia em pânico. “Flynn, espere!”
“Já esperei”, o tom de voz de Flynn pareceu ter um impacto profundo no procurador.
Callaghan na verdade parecia que iria chorar.
Grigori se sentiu terrivelmente exposto em público. Ele sabia que seus homens estavam
armados e cuidando, mas qualquer assassino que valesse alguma coisa sabia que isso não
importava. Um movimento na praça central chamou sua atenção. Era Anson. Ele corria, na verdade
vinha em disparada, diretamente na direção deles.
A adrenalina percorreu as veias de Grigori. Anson gritava algo em russo, mas Grigori não
conseguia entender. Não importava.

Pegando a mão de Flynn, ele foi para longe do pai dela e de Teller. Em sua defesa, Flynn

não hesitou. Em segundos, estava correndo ao lado dele, seu cabelo marrom avermelhado fluindo
atrás de si. E então Grigori ouviu o que Anson estava gritando.

“Atirador!”, Anson gritou. Agora estava apontando para um telhado.


Grigori saiu em ângulo e começou a ziguezaguear entre bancos, latas de lixo e arbustos.
Mas era tarde demais. Ele não ouviu o som de um rifle, mas sentiu Flynn cair ao seu lado.
O que?

Ela gemeu, quase o puxando para baixo com o a força que segurava a mão dele quando
tentou continuar correndo. Seus olhos verdes eram enormes e uma mancha vermelha começou a se
espalhar em seu ombro.
Pegando-a nos braços, Grigori continuou a correr.
Ele nunca havia se sentido dessa forma antes. O sangue dela encharcava a camisa dele. A
umidade quente e grudenta fazia o tecido grudar em seu peito. Ele virou a esquina de um velho
edifício de tijolos. Havia gritos em todos os lugares, com alunos e professores correndo para se
proteger. Não havia dúvidas de que o procurador esperava usar esse tiroteio como apenas mais
um ato de terrorismo no campus de uma universidade.

Mantendo-se disfarçado em um grupo de homens que se escondiam em uma esquina da


praça central, Grigori utilizou os civis como proteção enquanto tentava decidir o que fazer.
Precisava conseguir atendimento médico para Flynn. Ela tinha desmaiado em seus braços, sua
cabeça solta apoiada em seu peito.
“Ai meu Deus!”, alguém gritou. “Esta garota levou um tiro!”
Alguém estava com o celular e tentava falar e enviar mensagens de texto ao mesmo tempo.
“Já liguei para 911. As linhas estão todas ocupadas.”
“Quantos tiros você ouviu?”, perguntou outro estudante.
A outra pessoa respondeu: “Não sei, talvez uns doze?”
Perfeito. Pelo menos Grigori não precisava se preocupar se esse acidente estava de alguma

forma ligado a ele. As histórias já seriam tão variadas e fantásticas que a polícia nunca

conseguisse entender o que tinha realmente acontecido.


“Posso ajudar?”, um jovem que estava perto foi em direção a Flynn.

Grigori franziu os lábios. Ninguém iria tocá-la, se dependesse dele.


“Sou estudante de medicina”, o jovem explicou.
Grigori mudou de ideia. Fazia sentido. “A bala passou direto, mas ela está sangrando.”
“Deite-a”, o jovem entrou no “modo médico”. Colocou sua mochila embaixo da cabeça de

Flynn e começou a examinar seu ombro.


Quando fez um pequeno ruído de dor, Grigori quase acabou com o cara. Ele tinha que
segurar seu punho para manter o controle. Foi quando Igor apareceu, com Ivan logo atrás.
“Chefe?”, disse Igor, em russo. “Eles miraram nela. Flynn era o alvo.”
Grigori havia se questionado sobre isso. “O pai dela estava agindo de maneira estranha.
Talvez soubesse que isso iria acontecer.”
“Mas por quê?”
“Acho que tem a ver com o dinheiro”, Grigori não tinha todas as pistas ainda, mas teria.
“Ninguém tenta matar minha esposa e fica impune.”

“Parece que Anson derrubou o atirador deles.”


“Onde está Anson?”, Grigori quase odiou perguntar.
Igor suspirou. “Nós nos separamos, mas o vi correr como nunca na outra direção. Ele vai nos
achar em nosso ponto de encontro, tenho certeza.”
“Espero que sim”, murmurou Grigori.
Enquanto isso, o estudante de medicina puxou o que parecia ser um par de meias limpas.
Utilizava uma garrafa d’água para limpar o ferimento. E então pareceu que iria usar o resto das
meias para cobri-lo.
“Não é o melhor trabalho de bandagem”, explicou o aluno. “Mas vai evitar que ela sangue
até a morte. O ferimento está limpo. Não parece ter destruído nada dentro do ombro dela, mas

ela deveria, definitivamente, consultar um médico e verificar se houve dano aos ossos e tendões.”

“Obrigado”, Grigori puxou sua carteira e deu ao aluno uma nota de cem dólares.
“Mantenha sua boca fechada, caso alguém pergunte.”

Os olhos do estudante se arregalaram ao ver o dinheiro. “Sem problemas, cara.”


“Quando ela vai acordar?”, Igor perguntou ao jovem, lembrando-se de falar inglês.
Ele franziu a testa. “É difícil dizer. Se ela desmaiou por causa da perda de sangue, pode
precisar de uma transfusão, mas duvido. Quando o corpo estiver pronto, ela vai acordar. A menos

que tenha sido atingida na cabeça.”


“Não que eu saiba”, Grigori disse, sentindo-se aliviado. “Estava acordada em um momento, e
desmaiou no outro.”
“Então provavelmente é pressão baixa”, o aluno balançou a cabeça. “Vai acordar quando o
corpo recuperar o que precisa. E estará cansada e com sede.”
“Chefe, precisamos ir até lá”, Ivan tocou o braço de Grigori. “Teller e seus homens estão
varrendo a área. Vejo um deles vindo para cá agora.”
Grigori notou uma viela estreita entre os prédios, que pareciam levar em direção ao
estacionamento. “Vamos para aquele lado agora. Vamos pegar Anson e ir para casa, para a

gente se reorganizar.”
Capítulo Nove

Flynn experimentou piscar, tentando entender por que estava deitada de costas na cama. Ela
nunca dormia de costas, era desconfortável. Mas quando tentou rolar para o lado direito, uma dor

agonizante atravessou seu ombro, indo até a ponta dos dedos. A onda de dor fez tudo formigar.
“Grigori?”, gritou, sabendo exatamente onde estava, mas não se lembrando de como tinha
chegado lá.
Ele apareceu na porta. "Eu estou bem aqui."

Ela olhou para sua aparência desgrenhada, mas bonita, e brevemente pensou que deveria
haver alguma explicação maluca para o fato de que se sentia tão atraída por um homem que,
teoricamente, deveria odiar. Então ela percebeu como ele parecia preocupado.
Havia círculos escuros sob seus olhos, e seus braços estavam cruzados de forma tensa sobre
o peito. Sua calça jeans estava salpicada com algo perturbadoramente parecido com sangue, e ele
tinha trocado a camisa azul que vestia antes para uma camiseta preta simples. Ele entrou no quarto
e sentou-se ao lado dela.
Apertou os lábios e apareceu para lhe dar uma examinada completa, da cabeça aos pés.
"Como está se sentindo?"

"Bem, acho." Em seguida, ela tentou se sentar e precisou reavaliar essa afirmação. "Dolorida,
na verdade. E minha cabeça dói. O que aconteceu?"
Algo em sua expressão lhe dava dicas de que ela não iria gostar da resposta. Seu
estômago revirou. Lembrou-se de ter se encontrado com seu pai. Teller tinha feito algumas
ameaças. Então Anson tinha gritado e eles correram. Suas lembranças apenas desapareceram
depois disso.
"Alguém tentou matá-la, Flynn", Grigori disse calmamente. "Eu acho que foi seu pai, mas não
posso ter certeza de por que ele faria algo assim."
A sensação de aperto de horror misturado com tristeza se alojou em suas entranhas. Seu pai

tinha tentado matá-la? Ela colocou o rosto entre as mãos para esconder a vergonha.

"Alguém atirou em você de um telhado. Você se lembra?"


"Não muito, mas isso explica por que meu ombro dói absurdamente." Então ela baixou as

mãos e torceu a cabeça, tentando ver a lesão.


"Você vai se machucar."
"Eu fui ao hospital? Quem cuidou disso?" Ela vasculhou o seu cérebro, tentando se lembrar.
"Havia um estudante de medicina se escondendo na esquina do prédio com a gente. Ele

cobriu o ferimento. E então viemos para casa e Ivan refez o curativo com algo além de meias.”
"Espere. Você acabou de dizer meias?" Seu cérebro não conseguia nem processar esse
absurdo. "Meu ombro estava envolvido por meias?"
"Usamos o que tínhamos." Ele deu de ombros, então ela fez o mesmo.
"Eu vou ficar bem?", foi estúpido perguntar isso, mas ela realmente não sabia nada sobre
ferimentos de bala.
"Vai depender se seu pai vai fazer outra tentativa de matá-la. Flynn, por que ele faria
isso?”, Grigori acariciou seus cabelos. O toque era tão suave. Ela não queria que ele parasse.
"Ele quer o dinheiro. Meu pai é um procurador distrital dos EUA, mas tem aspirações políticas

muito além disso. Ele quer se candidatar a uma cadeira no Senado, o que exige dinheiro."
"Eu pensei que os políticos se vendessem para seu círculo eleitoral, a fim de obter fundos de
campanha." Ele parecia se divertir com esse conceito.
"Tipo isso. Você tem que ter dinheiro suficiente para iniciar uma campanha." Ela pensou em
todas as brigas e toda a pressão ao longo dos últimos anos. "Mais ou menos como aquele velho
ditado que você tem que gastar dinheiro para ganhar dinheiro, sabe?"
"Então, ele quer sua herança para financiar a campanha?" Ele parecia estar trabalhando
essa ideia na cabeça. "Quanto dinheiro sua mãe deixou para você?"
"Vários milhões de dólares." Flynn limpou a garganta. "Ok, algo como mais de dez milhões."
As elegantes sobrancelhas escuras de Grigori se ergueram em surpresa. "Isso é certamente a

motivação para o assassinato, mas matar sua própria filha? Isso é desprezível."

"Eu tenho que admitir que não me surpreende muito." Ela contornou com o dedo a estampa
do cobertor de lã que ainda cobria seu corpo. "Ele está me pressionando, desde completei dezoito

anos, a ceder o controle dos meus fundos para ele. Hoje o dinheiro é controlado por um
administrador, que foi controlador financeiro da minha mãe.”
"Ele queria ser o administrador", Grigori imaginou.
Ela assentiu com a cabeça. "Quando fiz dezoito anos, poderia ter preenchido a papelada

para trocar. A maioria das pessoas teria feito isso, sabe? Mas minha mãe conhecia meu pai. Ela
sabia que ele iria gastar o dinheiro em uma semana, tentando dar conta de suas ambições."
"Então ela a protegeu a melhor maneira que podia.” O sorriso delicado dele a fez se sentir
protegida. Foi a primeira vez Flynn se sentia assim desde a morte de sua mãe.
Então se lembrou da outra coisa que tinha acontecido no encontro com seu pai. "Grigori, eu
realmente sinto muito sobre o seu irmão. Eu não sou uma boa escolha.”
"Foi uma jogada da parte de seu pai para fazê-la duvidar de minhas intenções." Ele
gentilmente tocou o rosto dela com as pontas dos dedos. "Meu principal objetivo era me casar
para permanecer neste país. Fiz Anson dar entrada na certidão de casamento hoje de manhã.

Tenho certeza de que a imigração estará batendo na porta em algum momento e exigindo provas."
"Falando em bater, como é que podemos estar a poucas horas de Washington DC em um
bairro agradável em Richmond, e ninguém estar arrobando a porta tentando chegar até você?"
"Primeiro de tudo, este é um condomínio fechado. Em segundo lugar, mantemos uma vigilância
24 horas por dia. Em terceiro, tenho um esquema de confirmação de identidade bastante
elaborado para esconder este lugar." Ele parou por um momento, levantando e andando até a
janela. "Seu pai sabe onde estamos. Ele enviou uma mensagem para você aqui hoje de manhã. Ele
está escolhendo não agir aqui. Eu não sei por que. É muito provável que tenha a ver com a
maneira como ele quer que seja o seu assassinato."
Flynn franziu as sobrancelhas. Respirou profundamente, tentando limpar as teias de aranha

de sua mente. E então percebeu o que eles estavam esquecendo. Campus College, tiro: ele está

tentando transformar isso em um espetáculo público para angariar uma onda de simpatia do
eleitor.

"Matando sua própria filha?"


Ela cuidadosamente dobrou os joelhos e apoiou o queixo sobre eles. "Se eu morrer antes de
completar vinte e um anos, ele recebe minha herança. Sem perguntas."

UMA COISA ERA especular que o procurador Ronald Callaghan estivesse tentando
assassinar sua própria filha por dinheiro. Outra coisa era imaginar que o homem estava tentando
usar a morte dela como uma tentativa multifacetada de obter aprovação do público e uma vitória
subsequente na arena política.
"Isso é nojento." Grigori olhou para a mulher bonita que o continuava impressionando, cada
vez mais. “Isso realmente me faz querer pegar meu rifle e trabalhar.”
Ele realmente conseguia vê-la imaginando isso em sua cabeça. Em seguida, ela exalou um
suspiro e colocou o cabelo emaranhado para trás das orelhas. "Gostaria de poder lhe dizer sim.
Realmente queria. Eu nunca pensei que eu iria concordar que um assassinato era uma boa ideia

mas, pelo jeito, é."


"A maioria dos meus contratos é para matar verdadeiros vermes, querida." Ele se sentou na
cama e apoiou os ombros contra a cabeceira. Sentiu uma verdadeira onda de prazer quando ela
se deitou ao lado dele na melhor posição que podia, por conta do ombro dolorido.
"Como funciona?", perguntou ela.
Ele se sentiu estranho contando a ela sobre seu trabalho, mas ela parecia estar se
conformando, e isso era muito importante para ele, por algum motivo sobre o qual não pretendia
pensar. "Há nove famílias principais na máfia russa aqui em os EUA. A maioria tem filiais na Rússia
ou na Ucrânia."
"Isso soa bizarramente organizado."

Ele riu: "Se você nos visse juntos, poderia pensar que é o contrário. Falamos alto e discutimos,

e somos basicamente um bando de burros teimosos apenas preocupados com nosso umbigo”.
"Isso não é nem um pouco lisonjeiro", ela acariciou seu braço.

"Há diferentes classificações nessas famílias. Mas a maioria de nós usa o que chamamos de
executores para realizar punições menores ou cobrar dívidas. Executores trabalham com a
segurança também."
"Então, você é um deles?"

Ele fez uma careta: tinha sido durante anos. Levou quase uma década de trabalho na
hierarquia para conseguir sua atual posição. "Sou um assassino. Eu costumava ser um executor.
Agora meu trabalho é mais especializado."
"Então, quando os executores não conseguem fazer alguém se comportar, chamam você?"
"Mais ou menos isso", ele suspirou. "Meu irmão Yakov tinha acabado de receber seu status
de assassino, pouco antes de seu pai decidir fazê-lo ser deportado."
"Como isso aconteceu?" Duas linhas apareceram entre suas sobrancelhas. "Eu nem me lembro
dele falando sobre esse tipo de coisa."
"Ele tinha feito acusações forjadas a Yakov. Creio que foi uma acusação por drogas ou algo

assim, mas meu irmão nunca nem esteve na parte de negociação dos negócios da família local aqui
em Richmond." Grigori tinha se preocupado tanto com o destino de seu irmão que não tinha nem
prestado atenção ao que realmente havia acontecido.
“Você acha que alguém pode ter vendido o seu irmão para o meu pai? As provas tem que
ter vindo de algum lugar. Podem ser alteradas ou melhoradas, mas tem de haver uma semente."
"Yuri", ele murmurou. "Aquele desgraçado."
"Quem é Yuri?" Ela parecia saborear a palavra quando disse isso.
Ele enrolou uma mecha do cabelo dela em torno de seu dedo. De alguma forma, tocá-la o
ajudou a não perder a cabeça, nem dar lugar à raiva que o agitava por dentro. "Yuri é o chefe
da família aqui em Richmond."

"Por que ele iria contra você?" Havia uma espécie de inocência bonita nos olhos dela quando

fez a pergunta. "Ele não teria medo deixá-lo com raiva?"


"Eu acho que ele teria mais medo de eu e Yakov nos tornarmos poderosos demais para ele

controlar. Seus homens me respeitam, e eles respeitavam Yakov. Se quiséssemos, poderíamos ter
tomado a posição dele.”
Seu rosto ganhou em uma expressão introspectiva. "Então você acha que Yuri manipulou as
acusações contra o seu irmão e fez meu pai acreditar nelas, para fazer Yakov ser deportado?"

"Isso me manteve ocupado, não foi? Tenho estado tão preocupado em evitar minha própria
deportação que não tenho prestado nem um pouco de atenção a qualquer outra coisa.”
"Eu não acho que meu pai tenha feito qualquer negociação com a máfia antes", e então ela
paralisou. "Mas Teller, sim. Eu sei que sim."
"O homem que estava tão ansioso para matar você?", perguntou Grigori, tentando lembrar
se já tinha visto Teller antes do incidente na igreja.
Ela estava começando a ficar animada. Sentou-se e se virou para olhar de frente para ele.
Seus olhos brilhavam, e ele mal podia resistir à vontade de beijá-la. "Aposto que foi o que
aconteceu! Teller é sujo. Tem dedo dele em tudo. E quando o papai não faz o Teller quer, Teller faz

sozinho."
"Talvez seja a hora de eu e os meninos fazermos uma visita a Teller."
"Eu quero ir!" Ela se mexeu como se fosse pular da cama, mas Grigori a segurou.
Com muito cuidado, para não incomodar o ombro dela, puxou-a de volta em seus braços. "Não,
querida. Você precisa ficar aqui. Vou deixar Anson aqui com você. Não posso arriscar levá-la
junto. Não depois do que aconteceu hoje cedo."
Capítulo Dez

Estava bem claro que Flynn não havia gostado da decisão de Grigori de apostar na
cautela. Sua expressão foi ficando irritada, seus olhos verdes cintilando fogo. Empurrou as cobertas

para o lado e saiu da cama. Ele a assistia com fascinação: ela não era nada como as outras
mulheres com quem ele já havia estado com o passar dos anos – isso era certo.
“Sou perfeitamente capaz de ir com você”, colocou as mãos nos quadris e até conseguiu não
estremecer quando o ombro se mexeu. "Está vendo? Eu estou bem."

Ele suspirou e se perguntou como proceder. Ele não tinha vontade de insultar o seu orgulho,
mas de maneira alguma gostaria de colocá-la em perigo pela segunda vez em um dia – mas
poderia ficar ali parado, olhando para ela, por toda a eternidade. Ela não usava nada além de
calcinha e uma de suas camisetas velhas, e estava incrivelmente atraente.
"Você sabe como eu estou em forma?", agora havia um sorriso no canto da sua boca.
"Não, mas tenho a sensação de que você pensou em alguma coisa para me mostrar."
Ela marchou ao redor da cama. Ele se virou, deixando suas pernas penduradas na borda, e
se preparou para se levantar e correr atrás dela, caso ela decidisse mostrar. Com Flynn, não dava
para saber o que realmente podia acontecer.

E então, ela caiu de joelhos no chão na frente dele. O cérebro de Grigori pareceu gaguejar
enquanto ele se perguntou qual seria seu objetivo. Ela acariciou suas coxas através de seu jeans.
Ele congelou. Seu toque era eletrizante. Ele não conseguiria se mover, mesmo se quisesse.
Seus dedos dançaram pelo comprimento das pernas dele, em direção a sua cintura. Ela
olhava para ele com um sorriso malicioso no rosto. Quando desabotoou a calça jeans e a empurrou
para baixo, em direção aos quadris, era inútil discutir. Ele simplesmente levantou suas nádegas,
para deixá-la puxar o jeans pelas suas pernas.
"Você não está usando cueca", ela parecia quase chocada.
Considerando-se que seu pênis empurrou a barriga dela como se estivesse tentando trazer

alguma consciência a Grigori, ele achou que não precisava comentar.

Ela envolveu seu eixo com a mão do braço que não estava machucado. Ele gemeu. O aperto
dela era firme, mas também delicado. A pele no interior de sua mão era suave como seda. Ela o

esfregou como se estivesse brincando, explorando o seu comprimento e circulando-o com os dedos
até ele estar ofegante com o esforço não se entregar.
"Estou em forma, sabia?", disse ela. "Estou bem o suficiente até para fazer isto."
E então ela segurou seu pau entre os lábios e ele pensou que estava prestes a morrer de

puro prazer. A língua dela deslizava para cima e para baixo, antes de circular ao redor da ponta.
Passou a ponta da língua ao longo do buraco no final de seu pênis e depois brincou com o
prepúcio enrugado.
Ele tremia com o êxtase que ela trazia a ele – nunca havia se sentido tão bem. Ela chupou
com força a partir da base, deixando a boca deslizar, até que o os lábios se soltassem. E então
ela o abocanhou inteiro, fazendo tudo novamente. Movendo a cabeça para cima e para baixo,
usou a parte plana da língua para provocar a parte mais sensível do pênis a cada golpe. Os
quadris dele se mexiam em resposta.
Grigori torceu os dedos nos cobertores para não agarrá-la pela cabeça. Era tentador

demais segurá-la imóvel e foder seu rosto até derramar o sêmen em sua língua. Mas não era isso
o que ele queria.
Ele conseguia sentir como ela estava excitada. Talvez pudesse até mesmo sentir o cheiro
morno de sua vagina enquanto seu corpo começou a esquentar e ela molhava a calcinha ao se
agachar diante dele. Lembrou-se de como era estar dentro de sua vagina quente, apertada –
queria fazer isso novamente.
Com uma mão, tocou o cabelo dela. Passou os dedos entre os fios de seda e a observava
ansiosamente chupar seu pau como se não houvesse mais nada no mundo que ela quisesse fazer. A
visão era a mais erótica possível. Ainda assim, ele queria sentir a doçura dela envolvê-lo, quando
ela gozasse tão lindamente com o seu pau dentro dela.

"Flynn", ele murmurou. "Quero tanto você. Quero entrar na sua boceta. Agora. Você

entendeu?"
Ela recuou, olhando para cima e encontrando seu olhar, beijando o membro pela última vez.

Ele se surpreendeu quando ela se levantou: esperava que ela se deitasse na cama, mas ela tirou a
calcinha e se inclinou na ponta do colchão em vez disso.
A visão de suas longas pernas abertas e as dobras rosa de sua boceta molhada em
exposição era mais do que Grigori conseguia aguentar. Ele se levantou e se encostou atrás dela.

Acariciando seu traseiro, mergulhou entre suas nádegas com as pontas dos dedos e sentiu-a
estremecer, pronta para recebê-lo. Ela se contraiu quando ele esfregou seu delicioso orifício.
Incapaz de resistir, deslizou dois dedos para dentro do corpo dela. Ela gemeu e arqueou as
costas. A imagem sensual o levou perigosamente ao seu limite. Então ele abriu os dedos para abrir
seu canal, e ela gritou ao gozar, bem ali, na sua mão.
Grigori assistia, com admiração, a forma como o corpo dela se apertava e soltava a sua
mão. Nunca tinha visto nada parecido. Acariciava repetidamente sua bunda lisa, enquanto a fodia
com a mão. E então, quando sentiu que ela estava pronta para chegar lá novamente, tirou a mão e
meteu seu pênis profundamente dentro dela.

A PENETRAÇÃO repentina do pau de Grigori levou Flynn em espiral para o orgasmo mais
poderoso que jamais tinha experimentado. Sentia-se tão bem. Era como se gozasse continuamente,
de novo e de novo. O pau grosso dele se esfregou em todos os pontos certos dentro de seu corpo,
e nessa posição os testículos dele ficavam aninhados contra seu clitóris. Cada movimento do saco
contra seu corpo era um leve tapinha em seu clitóris: o resultado era sentir a Terra tremer.
Flynn não tinha necessariamente tido a intenção de fazer sexo. Na verdade, sentia uma
pequena pontada de dor no ombro ao ser esmagada na cama, mas não se importava. Agora que
ele estava dentro dela, não desejaria parar nunca mais.
Ele segurou os quadris dela com as duas mãos, controlando tudo, desde seu ritmo até a

profundidade de suas estocadas, ao mexer seus quadris para cima ou para baixo. Ela arqueou as

costas, e seus seios roçavam o interior de sua camiseta. O leve atrito era surpreendentemente
agradável. A sensação de seu clitóris percorria todo o seu corpo.

"Não consigo segurar mais", ele rosnou. "Vou gozar dentro de você."
Ela respirou fundo quando se realmente sentiu o calor da porra de Grigori banhando o
interior de seu ventre em suas profundezas. Havia algo tão primordial nessa sensação que seus
músculos se contorceram em outro pico. Ela gritou, o ruído agudo ecoando nas paredes do quarto

enquanto seus quadris se impulsionavam para trás, para encontrar com o corpo dele.
Ela estendeu os braços retos, tentando pousar seu peso ali e mantê-lo fora de seu ombro.
Não funcionou muito bem, no entanto, e em pouco tempo sua excitação sexual foi ultrapassada
pela dor aguda no ombro.
Grigori tirou o pênis gentilmente de sua vagina. “Querida, dá para ver que você está
sofrendo”.
"Eu estou bem", ela disse teimosamente.
Houve um breve som de tilintar de seu cinto e do zíper. Ela percebeu que ele tinha vestido a
calça jeans novamente. Em seguida, ele a virou e a colocou na cama de volta, arrastando-se para

o seu lado e a puxando para perto.


Ela suspirou de alívio quando a posição em que ele a segurou mantinha o peso fora de seu
ombro. Encostando-se nele um pouco mais, perguntou-se por que se sentia tão confortável com ele.
Ele pressionou um beijo carinhoso na testa. "Estou convencido de que você é capaz de fazer
o que quiser fazer."
"Mas eu preciso ficar aqui", disse ela em um grande suspiro.
"Eu não disse isso."
"Não. Mas eu disse." Ela odiava o fato de ele estar certo, mas realmente não havia como
fugir. "Eu ficaria chateado comigo mesmo se acabasse ferindo você pelo fato de leva-la junto."
"O que você acha que nós vamos fazer?" Ele colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha.

"Vai chutar o traseiro de Teller?", sugeriu com esperança.

A gargalhada dele rolou pelo quarto e a fez sorrir. Como era possível que um assassino da
máfia ter esse ótimo senso de humor?

Ela cutucou a barriga dele: "realmente não sei ao certo o que você pretende fazer. Mas sou
controladora o suficiente para admitir que eu quero estar junto caso seja necessária uma consulta.”.
"Como se eu não pudesse tomar minhas próprias decisões?"
Ela levantou a mão e apertou-a contra a dele. Com as palmas juntas assim, podia ver o

quão maior e mais forte ele era. Os dedos dela eram longos e magros. Os dele, grossos e
calejados. Ela usou o indicador para esfregar o calo do dedo correspondente dele. Na sua mente,
pairava a informação de que este era o dedo do gatilho. O homem poderia, obviamente, cuidar
de si mesmo.
"Eu vou ficar aqui com Anson", disse ela com tristeza. "Mas você definitivamente deve parar
e comprar pizza para o jantar."
"Ah, é?"
"Sim. E, se possível, eu realmente preciso ir para a aula amanhã ou vou acabar perdendo
todos os meus créditos para este semestre."

"Isso é muito importante?", ele realmente parecia não saber.


"Sim, é bem importante. Créditos são caros", ela riu. "Mesmo que eu mude totalmente de
área no próximo semestre. Vou dar adeus à porcaria de ciência política!"
"Você deve estudar o que quiser."
A maneira como ele a segurava era estranha, considerando-se a forma como a relação
deles tinha começado. "Grigori, eu nunca esperava gostar tanto de você."
"Eu acho que também não esperava gostar tanto de você. Mas também nunca tinha
percebido o quanto viria a respeitá-la em menos de 48 horas".
"Acho que é por isso que parecemos ficar tão confortáveis juntos, não?" Ela realmente se
perguntava.

"A maioria dos casais não vê tanta movimentação em décadas. Isso é verdade. Mas também

tivemos que confiar um no outro. Não havia tempo para a confiança crescer: era isso ou morrer",
ele segurou o rosto dela e passou a ponta do polegar sobre seu lábio inferior. "Você é uma mulher

incrível, Flynn. Eu me considero muito sortudo de ter você como esposa."


"Mesmo você tendo de trapacear para fazer a parte ‘esposa’ acontecer, certo?", brincou
ela.
Ele assentiu: "mesmo assim”.

Por que doeu tanto dizer isso? Ela estava realmente tão preocupada de que algo
acontecesse se ela o perdesse de vista? "Eu vou ficar aqui. Você vai. Descubra o que conseguir e,
em seguida, volte para mim. Tudo bem?"
"Eu nunca imaginei que iria gostar de estar com você de tantas maneiras, Flynn. Mas prometo
que eu não terminei de encontrar coisas para fazer com você. Eu volto. Prometo."
Ele a colocou na cama, arrumando seu travesseiro e certificando-se de seu ombro estivesse
apoiado antes de beijá-la na testa, fechando a porta atrás de si.
Capítulo Onze

Estava quase anoitecendo quando Grigori, Igor e Ivan se esquivaram por entre os arbustos
que cercavam casa da família de Flynn. Durante a sua vigilância anterior, Grigori tinha visto Teller

no entorno da casa do procurador Callaghan todos os momentos. Ele tinha o cargo de assistente
pessoal do procurador, mas sua posição era muito mais complexa do que isso.
Grigori estalou os dedos levemente. Ivan olhou e viu que deveria ir pelo lado norte da casa.
Eles tentavam descobrir onde Teller poderia estar. Infiltrar-se na casa para raptá-lo não era um

plano realista. Pegá-lo quando ele saísse para executar alguma tarefa para o procurador era a
melhor opção. Grigori estalou os dedos uma segunda vez para enviar Igor para o lado sul da
casa.
Grigori entrou mais profundamente em um bosque e ajustou a mira do rifle. Só tinha levado
a arma porque, com ela, tinha esperança de ver detalhes no interior da casa.
A porta traseira se abriu, e irmã mais nova de Flynn, Cynthia, saiu. Parecia irritada: seus
ombros estavam curvados e seu semblante era azedo. Ela correu para fora e sentou-se nos
degraus. Não havia cortinas nas janelas da parte de trás da casa. Pela mira, Grigori podia ver o
procurador dentro da casa, com um olhar igualmente chateado em seu rosto.

"Cynthia!", o procurador chamou.


Grigori podia ver Igor e Ivan em suas posições pelos lados da casa. Fez um gesto para que
se movessem mais para trás nas árvores. Aparentemente, teriam lugar na primeira fila para um
pouco mais de drama familiar.
O procurador pisou para fora da casa, deixando a porta da frente aberta atrás de si.
"Cynthia, entre. Agora.”
"Por quê? Porque você não quer causar uma cena?”, ela fez uma careta.
O procurador olhou em volta, como se estivesse de fato tentando ver quem poderia estar
assistindo. Infelizmente, não tinha conhecimento dos três homens escondidos praticamente à vista.

Cynthia se levantou. "Eu não posso acreditar que Flynn simplesmente foi embora. O que você

não está me dizendo? O que você fez? Será que quis machucá-la? Queria fazê-la fugir? Você é
sempre tão mau com ela, papai!" Os olhos da menina se encheram de lágrimas. "Se você tivesse

sido melhor, ela não teria me deixado!"


"Ela não a deixou." O procurador colocou as mãos nos quadris e fez um barulho impaciente.
"Por que você sempre acha que tudo diz respeito a você?"
"Porque tenho treze anos! E porque é sempre sobre você e eu te odeio por isso!"

"Isso é o suficiente!", o procurador pulou para a frente para pegar a menina. Então Teller
saiu da casa, obviamente para interferir.
Grigori sentiu a tensão de Igor e Ivan aumentar quando eles viram a sua presa tão perto.
Grigori estendeu uma mão para acalmar seus homens. Eles realmente estavam tensos. Teller tinha
feito alguns bons inimigos nos últimos dois dias.
"Senhor", disse Teller delicadamente. "Poderia ser melhor se levássemos esta briga para
dentro. Não há realmente nenhuma necessidade de fazer uma cena".
"Você acha que eu não sei disso?" O procurador se virou de repente, grunhindo as palavras
e colocando o dedo na cara de Teller. "Isto é tudo culpa sua, de qualquer maneira!"

"O que está dizendo?" Teller levantou uma sobrancelha.


O procurador pareceu se recompor: ajeitou a camisa e brincou com o punho da camisa. "Eu
só estou dizendo que se você tivesse feito o trabalho que lhe foi dito para fazer, não estaríamos
nesta situação."
"Que trabalho?" Cynthia perguntou entre lágrimas. "Flynn costumava dizer que você queria
vê-la morta. É que o trabalho que você está falando? Por que você a odeia, papai? Eu não
entendo!"
"Teller", disse o procurador, apontando para Cynthia. "Leve-a para dentro. Agora."
Callaghan se virou e caminhou de volta para dentro, deixando Teller e Cynthia sozinhos na
escada dos fundos da casa. As árvores eram plantadas de forma a dar a impressão de

privacidade em um bairro onde as casas eram espremidas uma perto da outra, com praticamente

nenhum espaço suficiente para uma viela.


Teller apontou para a porta, mas Cynthia manteve-se teimosamente plantada nos degraus.

Ela estava de frente para a posição de Grigori, com Teller de frente para ela e para a casa.
Respirando fundo, Grigori arriscou, o que provavelmente não deveria ter feito.
Rastejando para fora dos arbustos, deixou seu rifle discretamente pendurado ao seu lado.
Cynthia o viu quase que imediatamente. Ela respirou, mas Grigori pôs o dedo aos lábios, e ela

imediatamente apertou os lábios fechados.


Teller estava tão ocupado pregando para ela que ele não notou nada disso. "...Você não
pode se comportar dessa maneira, minha jovem. Seu pai é um homem muito importante, com
responsabilidades e uma imagem que exige que você aja de uma maneira condizente com sua
posição".
"E se eu não der a mínima para o trabalho do meu pai?”, disse ela em um tom típico de
sarcasmo de adolescente. "Ele não se importa comigo ou com a minha vida. Por que eu deveria me
importar com ele?"
“Isso é um absurdo!" Teller estava praticamente vibrando de raiva.

O momento não poderia ter sido mais perfeito. Teller estava absorto em sua ira com Cynthia.
Grigori deu um passo atrás dele e passou o braço direito em torno do pescoço de Teller.
"Se você se mexer, quebro seu pescoço como um galho", Grigori sussurrou asperamente.
Cynthia levou as mãos ao rosto. "Quem é você?"
"O marido de sua irmã", Grigori disse à menina. "E você está certa. Ela não a deixou. Assim
que estiver segura, vai entrar em contato com você. Eu prometo. Basta manter a calma e ser
corajosa. Flynn vai ficar bem. Ela sente sua falta."
"Ela te disse isso?", duas linhas apareceram entre as sobrancelhas da menina. "Ela
geralmente fica bastante irritada comigo."
"E eu aposto que você fica irritada com ela", Grigori imaginou. "Isso não significa que você

não tenha saudades dela, certo? E ela sente sua falta também."

Cynthia mordeu o lábio inferior, e então olhou de Grigori para Teller. "Eu vou cobrir você",
disse ela a Grigori. "Vá embora".

Ele deu um assobio afiado, e Igor e Ivan apareceram imediatamente ao seu lado. Os três
deles levantaram Teller e rapidamente o amarraram. Em seguida, desapareceram da propriedade,
como se nunca tivessem estado ali.

"ANSON, VOCÊ PRECISA se acalmar", Flynn pediu. "Vai ter um ataque cardíaco."
"Você tem alguma ideia do quão encrencado vou estar quando Grigori me encontrar?"
Anson agarrou o volante SUV escuro e o conduziu com cuidado pelo bairro do pai de Flynn.
"Não seja bobo." Flynn olhou através da janela do banco de trás, tentando ver se conseguia
enxergar Grigori e seus homens escondidos no mato em torno de sua casa, ou se ela só estava
vendo sombras. "Não é como se eu estivesse em perigo com você cuidando de mim. Estamos
andando, certo? E você está armado. Ninguém sequer sabe que estamos aqui. Eu só quero saber o
que está acontecendo. E se Grigori precisar de ajuda, estamos aqui."
"Se ele precisar de ajuda?", Anson realmente parecia que teria um ataque cardíaco agora.

"Ele vai nos matar se aparecermos assim, simplesmente!"


"Não se você ajudá-lo a sair de uma situação complicada. Como poderia? Isso não faria
sentido."
"Como está seu ombro? Você não está exagerando?"
"Não, eu estou bem, juro. Não estou mais nem sangrando. E a dor é apenas leve agora."
"Espera! Eu os estou vendo! Ali!"
Anson desviou em direção ao meio-fio, fazendo o carro parecer que estava estacionado.
Cerca de duzentos metros à frente ela podia ver três homens colocando um terceiro cara em um
carro esportivo com vidros escuros.
"Eles o pegaram!", disse Flynn. "Vamos! Podemos segui-los para onde estão levando Teller.

Quero saber o que vai acontecer."

"Devemos ir para casa agora. Eu disse que iria trazê-lo aqui, mas seguir Grigori é uma má
ideia. Ele é capaz de pensar que nós somos o inimigo e começar a atirar."

"Então talvez possamos chegar antes no lugar para onde eles estão indo." Virando-se, ela se
inclinou entre os assentos dianteiros e deu a Anson seu melhor olhar de cachorro pidão. "Você com
certeza sabe onde eles estão indo, certo?"
Ela poderia dizer que ele estava conquistado.

Ela piscou os olhos, realmente ativando seu charme. Então, alguém bateu na janela de trás, à
sua direita, e ela deu um pequeno grito de surpresa.
Anson puxou a arma, inclinando o gatilho como se ele estivesse pronto para atirar. "Você
conhece aquela pessoa?"
“Ai meu Deus!” Flynn olhou através do vidro escuro e reconheceu o rosto curioso da irmã.
“Abaixe a arma, Anson. É minha irmã!”
"Isso não é bom", Anson gemeu. "Agora, todo mundo vai saber que estávamos aqui. Seu pai
será alertado, e eles virão atrás de você outra vez!"
"Não, é só a Cynthia." Flynn apertou o botão e baixou a janela até a metade. Olhando para

sua irmã, desejou que as coisas não fossem tão complicadas. "Querida, o que você está fazendo
aqui?"
"Eles só pegaram Teller", Cynthia informou. "Foi hilário. Você devia ter visto a expressão no
rosto daquele bastardo presunçoso.”
"Ok, então você viu tudo acontecer?" Flynn estava um pouco confusa.
Cynthia balançou a cabeça. "Eu conheci seu marido. Ele é lindo, por sinal", ela se abanou
com uma mão. "Ufa! Eu nem sabia que você estava namorando."
"Sim, é complicado." Não havia nenhum motivo para sequer começar a explicar. Não agora,
de qualquer maneira. "Você deveria voltar para dentro."
"Eu sinto sua falta." Cynthia pôs a mão na maçaneta da porta, mas ela estava trancada. "Eu

não posso ir com você?"

"Agora não, querida." Flynn se sentiu horrível fechando sua irmã para fora, mas tinha que
ser assim por ora. "O papai tem algumas merdas bem sérias acontecendo."

"Sim, eu sei. Essa questão da máfia russa é maluca."


"Espere! O que você disse?"
Cynthia sorriu. "Você não sabia, não é?" O olhar de superioridade de seus treze anos de
idade estava realmente presente. "Isso vem acontecendo há semanas. Ele está trabalhando com um

cara chamado Yuri. Há algumas grandes propinas envolvidas, coisas enormes. E algo sobre um
contrato a ser cumprido que seria mutuamente benéfico. Eu não sei. Tudo soa ridículo para mim."
"Você tem certeza de que o pai falou o nome Yuri?", Flynn questionava. "É realmente
importante, Cynthia."
"Sim. Tenho certeza", ela apertou os lábios. "Ele falou com esse cara chamado cara Yuri na
noite passada e estava muito bravo!"
"Sim, aposto que estava." Flynn pensou por um momento. "Você acha que você poderia
convencer sua mãe de que precisa desesperadamente de umas miniférias, para fazer compras ou
algo assim?"

"Eu acho. Por quê?"


"Porque isso tira vocês duas do perigo, é por isso." Flynn tinha uma sensação muito ruim em
suas entranhas. "Papai está envolvido em algumas coisas ruins, Cynthia. Eu não estou brincando.
OK? Você precisa pegar Aubrey e ir passar um fim de semana de compras só para meninas ou
algo assim. Mas deve fazer isso parecer normal. Na verdade, seria melhor se o papai achasse que
a ideia é de Aubrey."
"Mas eu quero ajudar!", Cynthia resmungou. "Você sempre consegue fazer as coisas
emocionantes."
Uau! Sua irmã soou como ela. Ótimo. Era assim que ela se parecia para Grigori? Que bela
informação.

Flynn respirou fundo e rezou por paciência. "Esta seria a melhor maneira de nos ajudar. Eu

juro. É muito mais importante do que você imagina."


Cynthia parecia chateada, mas Flynn poderia dizer que sua irmã estava prestes a se render.

"Tudo bem. Eu posso fazer isso. Pelo menos vou conseguir uma tonelada de coisas nesse negócio.”
"Que boa troca", Flynn concordou. "E não se preocupe. Vou encontrá-la mais tarde e vamos
fazer algo divertido.”
"É melhor manter esse trato!" Cynthia disse enquanto tratava de volta para sua casa. Anson

se virou e olhou para Flynn. "Grigori precisa saber o que ela conversou com você."
"Eu sei que ele precisa." Flynn não se preocupou em esconder o sorriso. "É por isso que nós
estamos indo contar a ele."
Capítulo Doze

Grigori não tirou os olhos de Teller enquanto Igor e Ivan o prendiam a uma cadeira com
cordas e amarras de plástico. O homem alto e magro mal tinha pronunciado uma palavra desde

que o tinham sequestrado. Tinha ficado calmo, controlado, e sido cooperativo. Só isso já tinha
deixado Grigori bastante agitado em relação às intenções desse homem.
Eles estavam em uma antiga garagem em uma fazenda a meio caminho entre a região de
Washington, D.C. e Richmond. Grigori mantinha o lugar como uma espécie de esconderijo. Ele tinha

armas e dinheiro enterrado por toda a área. E, caso alguma vez precisasse realizar um
interrogatório, este seria o seu lugar preferido para fazê-lo.
"Ele é bom, chefe", disse Igor em russo.
Eles estavam falando exclusivamente em russo desde que haviam pegado Teller, mas Grigori
não podia ter certeza de que o homem não falasse ou entendesse o idioma. Principalmente depois
que descobriu que Flynn sabia um pouco. Obviamente, o procurador valorizava pessoas
multilíngues.
“Tudo bem, Teller." Grigori se balançou lentamente para trás e para frente, encarando Teller.
De um lado, Grigori segurava uma faca. Ele a virava lentamente, pegando a arma pelo cabo

repetidamente. Os olhos de Teller seguiam cada movimento da faca. Era um bom começo.
“Você pode me perguntar o que quiser, mas não estou inclinado a lhe contar nada útil”, a
voz culta de Teller sugeria que ele estava falando sério.
"Tenho certeza de que isso é verdade." Grigori assentiu. "Você parece muito leal à família
do procurador."
"Ele é um homem impecável."
"E, ainda assim, você parecia um pouco irritado com ele, quando ele considerou repreender
a filha lá fora, onde qualquer um podia ver", Grigori apontou.
"Obviamente ele não iria machucá-la." A mandíbula de Teller pulou um pouco, um sinal claro

de tensão. "Ele não bate nas filhas."

"Você está mentindo."


"Flynn também."

Grigori se agachou e olhou bem para Teller. "Flynn não me disse isso. Você disse."
"O que?", agora Teller pareceu alarmado.
"As pessoas têm pequenas expressões que usam quando mentem. Todo mundo faz isso.
Algumas pessoas mentem muito bem, mas é impossível não trair a si mesmo nem um pouco." Grigori

apontou para o rosto de Teller com a faca. "Os músculos em torno da sua boca e de seus olhos se
contraíram, e suas narinas se abriram. As pupilas se contraíram. Esses são todos sinais de um
mentiroso.”.
"Isso é besteira!", Teller bufou.
"Não. Você está apenas com raiva de estar dando informações sobre o bom procurador,
que todos sabemos que não é bom um homem. Na verdade, ele é, sim, um monstro." Grigori
apontou para Ivan. "Ele tanto é um monstro que armou para a filha ser assassinada, para que
pudesse colher os benefícios de um espetáculo público, angariar algum apoio de piedade das
pessoas e herdar a fortuna dela." Grigori colocou a ponta da faca contra a ponta do nariz de

Teller. "Pelas minhas regras, é um péssimo pai, de fato."


"Talvez ele tenha feito isso, chefe", disse Igor com um grunhido. "Talvez tenha sido ele que
colocou um contrato sobre Flynn."
"Eu não dou a mínima para Flynn", Teller riu. "Vocês, idiotas, estão latindo para a árvore
errada."
"É mesmo?" Grigori tirou sangue com a ponta da faca, fazendo um corte minúsculo da
extremidade do nariz de Teller. "E o que a árvore devemos agitar em vez disso?"
Teller se afastou, seu reflexo acabou por fazer mais danos ao seu nariz. "Sua própria
árvore, seu sádico!"
"Nossa própria árvore", Grigori murmurou, pensando naquilo.

Alguém bateu à porta. Ivan e Igor se viraram, armas em punho. Grigori levantou a mão,

pedindo-lhes para se retirar. Tinha uma sensação de que sabia exatamente quem estava do outro
lado da porta.

"Chefe?", disse Igor com urgência. "O que você quer que façamos?"
"Bem, vou atender a essa porta." Grigori deu uma olhada para Teller. "Se houver inimigos na
porta, eu quero que você atire na cabeça de Teller e, em seguida, em qualquer um que mirar uma
arma para você."

"Tudo bem." Igor olhou para Teller como se estivesse pronto para matá-lo agora.
Ivan foi atrás Grigori. Os dois trocaram um olhar quando Grigori estendeu a mão e a
colocou sobre a grande alavanca abria a porta. Grigori pronunciou a contagem regressiva de
três, observando o corpo musculoso de Ivan tenso enquanto se preparava para o pior.
Grigori abriu a porta apenas o suficiente para colocar o braço arma fora.
"Não atire!"
Grigori baixou a arma, revirando os olhos. "Anson?"
“Da!”
Resmungando juramentos em russo, Grigori tateou até que ele sentiu o braço musculoso de

seu amigo. Arrastou Anson para dentro.


"O que você está fazendo aqui?", Grigori exigiu uma resposta, em russo.
"A culpa é minha", disse Flynn, logo atrás, falando em russo e agindo como se fosse apenas
uma parte de sua equipe.
Grigori fechou os olhos, lutando pelo controle. "Eu pensei que tínhamos concordado que você
ficaria segura em casa."
"Isso até que eu descobrisse algo que você precisa saber", disse ela.
"E você nunca ouviu falar de um telefone?"
Ela olhou diretamente para a protuberância em seu bolso esquerdo: "e você o pegou?"
Realmente não havia como discutir com isso. Ele odiava telefones, de qualquer maneira. Ela

poderia ter ligado milhares de vezes e ele provavelmente não teria notado.

"Então?", ele perguntou incisivamente.


Ela apontou para Teller: "Acho que precisamos de privacidade.”.

"Como quiser." Grigori olhou para seus homens. "Fiquem de olho nele e não se distraiam."
"Sim, chefe", disseram em coro.

FLYNN NÃO CONSEGUIA saber se Grigori estava realmente irritado com ela ou não.

Suspeitava que não, mas seu rosto estava tempestuoso e parecia quase maldoso. Era hora de
tomar coragem e informá-lo de que não seria apenas um acessório nesta relação.
"Eu falei com minha irmã sobre a sua pequena aparição lá na casa", Flynn começou.
A brisa agitava as árvores que cobriam a propriedade. O som era um pouco assustador,
especialmente porque as sombras escuras eram um lugar perfeito para se esconder. Quando Anson
chegou na propriedade, Flynn ficou chocada por Grigori ser dono de um lugar assim. Mas, em
seguida, rapidamente entendeu que era a maneira perfeita para armazenar coisas, como armas e
dinheiro, e provavelmente corpos.
"E?" Grigori provocou.

Flynn colocou os braços ao redor de sua cintura. Seu ombro ainda estava dolorido, embora
não muito. Ainda assim, meio que desejava que Grigori fosse a abraçasse. Ugh! O que foi aquilo?
Ele esticou a mão, tocando delicadamente seu rosto: "Você está bem?”.
"Só um pouco preocupada. Minha irmã contou que meu pai foi conivente com um russo
chamado Yuri nos últimos meses. Ela mencionou propinas e um contrato. Acho que o contrato do
qual ela fala é sobre mim. E sim, isso me assusta."
"Se Yuri colocou um contrato em você, ele teria que contratar alguém de fora da família."
Grigori olhou para longe. Seu rosto estava impassível, mas algo lhe dizia que ele era
indescritivelmente com raiva.
"Será que Yuri faria isso? Traí-lo dessa forma, como nós falamos?" Ela tocou com cuidado o

braço dele. Seus músculos estavam firmes com a tensão. "E o seu irmão? Você tem certeza de sua

lealdade?"
Grigori recuou, como se ela o tivesse esbofeteado. "Você está perguntando se o meu irmão

faria um contrato relativo a você?"


"Eu só estou querendo saber se o seu irmão realmente foi deportado." Ela sabia que essa
possibilidade era difícil de engolir. "Veja: se alguém me contasse que Cynthia estava tentando me
matar, eu acharia que era loucura. Mas olhe para as provas. Yuri tem que ter alguém para cumprir

um contrato, certo? Quais são as chances de ele buscar alguém fora da sua família do crime para
fazer isso?"
Grigori estava segurando uma faca. Ele ergueu as mãos as colocou na cabeça, puxando o
cabelo. "Você percebe o que está dizendo?"
"Sim. E eu sinto muito. Mas alguém está dando as cartas aqui, e precisamos descobrir quem
está sendo manipulado, para que possamos localizar seus mestres antes que seja tarde demais."
Houve um farfalhar em uma árvore a uns trinta metros de distância de sua posição em
frente à dependência. Flynn virou-se bruscamente. Não havia sido vento, nem um coelho. Havia um
animal enorme vindo em direção a eles, e ela estava com muito medo de ele ter duas pernas e

carregar uma arma.


"Oi, mano."
Um homem saiu. Era apenas um pouco mais baixo que Grigori, mas tinha ombros igualmente
largos e o mesmo cabelo preto e pele morena. A única luz vinha de os holofotes na frente da
garagem. Foi apenas o suficiente para ver a intenção assassina no rosto do homem.
"Yakov?", disse Grigori, incrédulo. "Como…?"
"Você sabe", disse Yakov, andando mais para perto. "Eu o admirei por anos enquanto
tentava alçar meu difícil posto de assassino."
Flynn se sentia verdadeiramente inquieta, mas podia dizer que Grigori ainda não. Ele não
parecia ter notado que Yakov estava vindo bem dentro de campo de tiro ao fazer o que foi

provavelmente seu discurso de vilão malvado.

"Eu acho que é perto o suficiente", Flynn disse em voz alta. "A menos que você queira
colocar sua arma no chão para que todos possamos conversar como adultos."

"Eu não penso assim, não." Yakov olhou para ela. "Você é incrivelmente difícil de matar para
uma mulher."
Flynn lhe deu um sorriso doce. "Ou você é apenas um assassino realmente de merda."
A faca de Grigori estava pendurada ao seu lado. Ela podia sentir a lâmina de metal frio

perto de sua própria mão. De maneira nenhuma ele conseguiria jogá-la. Não agora. Não em seu
próprio irmão. E ela não podia culpá-lo. Mas se Flynn não fizesse alguma coisa, eles iriam morrer.
"Você?" Grigori ficou horrorizado, olhando para Yakov como se o estivesse vendo pela
primeira vez. "Você está tentando matar Flynn?"
"Bem, para ser justo, o pai dela é quem a quer morta. Mas, sim, era eu na faculdade ontem.
"Ele olhou ao redor." Ou acredito ainda possa ser ontem até agora. É tão difícil dizer que horas
são aqui. Mas isso realmente não importa, de uma forma ou de outra."
Yakov levantou a arma e encostou o cano em Grigori. Flynn podia sentir o choque de
Grigori. Era uma coisa palpável. Ele ainda não tinha percebido as profundezas da traição de seu

irmão.
"Você me mataria?", disse Grigori, com voz uniforme. "Para conseguir um lugar junto com
Yuri, quem não colocaria um irmão contra o outro?"
"Obviamente”, disse Yakov, de forma sarcástica.
O tempo começou a passar muito lentamente. Flynn conseguia ver o dedo de Yakov tenso no
gatilho enquanto ele se preparava para atirar. Ela pegou a faca da mão de Grigori. O peso da
lâmina era suave quando ela a levantou. Com um impulso, ela a fez voar, em um movimento fluido.
Grigori passou um braço em torno de seu corpo, jogando seu peso para o lado da mesma
maneira que a arma disparou. O som era ensurdecedor, mas o tiro desviou. A luz inundou a
garagem. Uma tempestade de vidro pesado e plástico caiu sobre eles enquanto caíam no chão.

A porta da garagem se abriu. Os homens de Grigori se jogaram para fora, com suas armas

em punho. As orelhas de Flynn ressoavam tão alto do tiro que ela não poderia entender o que
Anson gritava. Mas desde que ele tivesse uma arma apontada para Yakov, ela não se importava.

Em seguida, o tempo pareceu voltar à velocidade normal, e Flynn percebeu Anson estava
balbuciando para Grigori em russo. Ele dizia repetidamente que a faca estava enterrada no olho
de Yakov.
Capítulo Treze

O cérebro de Grigori estava girando. Ele não conseguia se pensar em nada. Yakov nunca
havia ido embora; tinha tentado matar Flynn. Yakov tinha a intenção de matar Grigori também. E,

agora, estava morto. O carrossel de horror girava repetidamente dentro de seu crânio.
Anson balançava o ombro, mas foi Flynn que finalmente ganhou sua atenção. Ela estava
tremendo ao lado dele. Ambos ainda estavam no chão. Ela se sentou com os braços em volta dos
joelhos, balançando para frente e para trás. Sua expressão espelhava o que sentia por dentro. A

visão dela parecia trazê-la de volta para o momento. Tinha sido tão valente: tinha feito o que ele
nunca poderia ter feito.
"Vem aqui, meu amor." Ele a puxou para o seu colo e passou os braços em volta dela.
Ela começou a chorar, pressionando o rosto contra o peito. "Me desculpe estar tão nervosa."
"Você fez uma coisa muito corajosa." Ele alisou o cabelo emaranhado do seu rosto. "Eu nunca
conseguiria ter feito isso."
"Eu sei." Ela pressionou a testa na dele. "Eu não teria sido capaz de ferir Cynthia também,
não importa o que ela fizesse."
Uma onda de emoção e adrenalina inundou o cérebro de Grigori. Ele pressionou seus lábios

suavemente nos dela. Quando ela ansiosamente recebeu seu beijo, ele aprofundou o contato. Ele
avidamente devorou sua boca. Mas não foi o suficiente. Ele sentiu as curvas agora familiares de
seu corpo com as mãos. Acariciou-lhe e correu os dedos pelos seus cabelos.
Havia um certo senso de desespero em seu beijo. Seus dedos apertaram o couro cabeludo
dela e torceram seu cabelo. Ele apreciou a dor como um belo contraponto ao prazer de fazer
amor com ela com a boca. Ele a sentiu tentar esfregar sua língua contra a dele, e ele
imediatamente chupou a ponta da língua e sentiu sua resposta ansiosamente.
"Aham." Anson pigarreou, desconfortável. "Chefe?"
Grigori acenou com a mão, dizendo a seu amigo com gestos para ir embora. Ele não tinha

terminado o que fazia com sua esposa. Mudando de posição, ele a levantou e a moveu para que

montasse em seu colo. Ele sentiu o calor da virilha dela contra a sua ereção, que agora
pressionava o fecho da calça jeans. Ela fez pequenos ruídos ávidos e se esfregou contra ele. Ele

brincava com ela, agarrando os globos arredondados de seu traseiro e puxando-a ainda para
ainda mais perto do atrito que crescia entre seus corpos.
"Hum, chefe!". Desta vez foi Ivan: "Nós realmente não queremos interromper, mas ainda
temos um nojento lá fora para cuidar.”.

A neblina de luxúria e necessidade sexual limpou apenas o tempo suficiente para as


palavras de Ivan entrarem pelo ouvido de Grigori. Com pesar, finalizou o beijo com Flynn. Ele a
manteve em seu colo, porém, dentro do círculo de seus braços, onde podia sentir seu calor contra
seu peito.
Se a situação fosse qualquer outra, isso teria sido ridículo. Ivan, Igor e Anson tinham virado
as costas e pareciam deliberadamente não estar vendo o que estava acontecendo entre Grigori e
Flynn.
Flynn começou a rir: "Eu acho que nós os deixamos desconfortáveis.”.
"Acho que você está certa." Ele estava contente de ver que ela ainda podia rir de alguma

coisa. "Você está bem?"


"Estou, agora." Ela mordeu o lábio. "Eu estava com medo de que você estivesse com raiva de
mim."
"Estou triste que Yakov está morto e que eu, aparentemente, não o conhecia." Grigori não
podia sequer pensar nisso agora. "Mas sou grato a você por salvar minha vida." Ele esfregou seu
pescoço. "Isso deveria ser minha função."
"Você me salvou", ela disse, delicadamente. "Você me salvou de uma vida de ser fantoche do
meu pai. Você me deu liberdade." Ela tocou seu rosto com a mão. "E amor. Você me deu amor.”
"E agora temos de proteger tudo isso", ele disse, com firmeza.
Flynn se levantou e Grigori rapidamente seguiu o exemplo. Ele olhou para Ivan e Igor, e

depois para Anson. Os quatro deles iriam se tornar inimigos de Yuri se continuassem com o plano

que estava se formando em sua cabeça. Ele precisava dar a esses homens uma escolha.
"O quê?" Anson exigiu. "Eu posso ver sua mente trabalhando. O que devemos fazer?"

"Vocês três precisam fazer uma escolha", disse-lhes calmamente em russo. "Este será o fim de
sua associação com Yuri. Pelo menos até que ele decida fingir que nada disso aconteceu. Eu não
quero pedir que vocês escolham um dos lados mas, neste caso, eu devo."
"Estamos com você", Ivan grunhiu. "Igor e eu temos pouco respeito por Yuri, de qualquer

maneira."
"Eu acho que você deve matá-lo e tomar sua posição", Anson sugeriu.
Flynn apertou sua mão. "Estes são os seus homens, Grigori. Nunca se esqueça disso."
"Então o que precisamos fazer é o seguinte", começou Grigori.
Os homens e Flynn se reúnem ao redor dele, e ele sorri. Realmente iria deixar Yuri muito
bravo, mas não podia dizer que realmente se importava com isso agora.
"E Teller?", Flynn queria saber.
"Amarre-o bem e o colocaremos na van. Vamos trazê-lo conosco." O plano que tomava
forma na cabeça de Grigori tinha um toque de insanidade, mas às vezes isso é o que faz as coisas

funcionam.
"E o corpo?" Ivan fez um gesto para Yakov.
Este foi mais difícil de enfrentar. "Traga-o também.”

FLYNN SENTIU uma sensação palpável de excitação. Ela estava nervosa também, mas
confiava totalmente em Grigori. Andava ao lado dele na van enquanto se dirigiam para a casa de
Yuri em Richmond.
"O que você está pensando?", perguntou Grigori, olhando para ela, atrás do volante.
Ela não conseguia enxergar muito bem por causa da luz do painel, mas ele parecia
determinado.

Ela estendeu a mão e carinhosamente deu um soco em seu ombro. "Ah, você sabe, só estava

pensando em como é muito mais agradável andar no banco do passageiro da van, quando sou
uma passageira."

"Ah, sim, eu fui um pouco rude quando nos conhecemos."


Ela bufou. "Eu bati em você com um pedaço de madeira."
"Você foi atacada por gatos selvagens."
A lembrança a fez rir. "Sim. Eu fui. Estava tão irritada com aqueles gatos estúpidos por terem

entregado minha posição".


"Eu sabia que você estava lá."
"Não sabia!"
Ele bufou. "Sua respiração era tão alta que eu estava surpreso que você não derrubar o
alpendre com cada expiração."
De repente, ela ficou séria. Parecia errado rir e brincar, quando tinha acabado de matar
Yakov.
"Qual o problema?", ele perguntou.
"Eu sinto que não tenho o direito de ser feliz depois do que eu fiz para Yakov."

"Ele muito provavelmente não teria nem pensando duas vezes em matar você." A expressão
de Grigori sugeriu que ele não gostava dessa ideia nem um pouco.
"Sim. Mas ele era seu irmão. Ele foi o motivo pelo qual você se casou comigo." Flynn se
esforçou para colocar o que estava sentindo em palavras. "Não é meio errado simplesmente se
esquecer disso?"
"Eu fiz o que fiz porque era do meu interesse. Sim, eu queria muito ajudar meu irmão. Mas a
imigração estava respirando no meu pescoço, e eu precisava de uma maneira de ficar neste país.
Eu gosto daqui."
"Estou feliz de você ter criado esse plano estúpido."
"Não era estúpido." Ele soou quase emburrado. "Olha o que aconteceu até agora."

Ela realmente não podia argumentar contra isso. "Você é um homem surpreendente, às

vezes."
"Como assim?"

"Você realmente não parece querer estar no comando como os outros homens." Flynn pensou
sobre isso. "Você não gasta todo o seu tempo batendo no peito e comentando sobre como é viril e
poderoso."
"Então agora você pensa que eu não sou viril?"

"Na verdade, eu acho que você é uma daquelas pessoas raras que são superiores à maioria
de nós. Estamos todos correndo por aí, tentando encontrar o queijo, e você está secretamente
administrando a loja de queijo em segredo e rindo da gente."
"Eu não rio das pessoas."
"Não, mas você deixa que sejam estúpidas sozinhas."
"Talvez", ele permitiu, encostando-se a uma calçada diante de uma casa ostentosa no centro
de um dos bairros mais ricos de Richmond.
Grigori estacionou a van e se virou. "Hora do jogo, senhores. Lembrem-se dos seus papéis."
Anson, Igor e Ivan saltaram ao lado da van e foram arrastando o corpo morto de Yakov e o

vivo de Teller com o mesmo cuidado. Grigori esperou até que eles estivessem posição e, em
seguida, acenou para Flynn.
Ela correu para a porta da frente, conseguindo fazer todo o caminho até a porta e tocar a
campainha três vezes antes de qualquer um dos seguranças de Yuri sequer notarem. No momento
em que eles apareceram na varanda, a porta já se abriu.
Um homem cadavericamente magro estava diante dela. Ele tinha até uma barba pontuda,
como se quisesse ser Rasputin. "Posso ajudá-la?", disse ele, com desdém.
"Ah, sim", Flynn disse docemente. "Meu nome é Flynn Callaghan. Pode ser que você conheça
o nome do meu pai, o procurador americano que o contratou para me matar."
Yuri parecia visivelmente assustado. "Com licença?"

Os dois guardas começaram a se fechar sobre ela. Ela ergueu a mão, sorrindo para eles,

para desarmá-los. "Oh, eu estava apenas devolvendo algumas coisas para você", ela disse a Yuri.
Em seguida, fez um gesto para Grigori.

Em segundos, Grigori e seus homens apareceram arrastando Yakov e Teller. Anson jogou o
cadáver de Yakov na varanda. Ivan e Igor forçaram Teller a se ajoelhar, e Grigori assistiu aos
homens da segurança de Yuri recuando.
Flynn nunca tinha visto Grigori nesse modo totalmente mau. Foi bastante impressionante de se

ver. Seu rosto estava impassível, e sua aura exalava agressão misturada com puro poder primitivo.
Yuri recuou um passo. "Você!"
"Sim. Eu. E vivo. Tenho certeza de que você está surpreso."
"Eu nunca pensei que Yakov era seu igual", Yuri disse, rapidamente.
"Verdade?", a voz de Grigori estava perigosamente sedosa. "E ainda assim você o enviou
atrás de Flynn e eu. Tudo porque um determinado procurador distrital dos EUA estava disposto
pedir-lhe um favor. Por que, eu me pergunto, valia a pena se arriscar?"
"Cidadania americana", disse Yuri, categoricamente.
"Ele não pode oferecer isso, na verdade", disse Flynn a Yuri. "Meu pai já falou essa frase

tantas vezes que acho que agora ele provavelmente começou a acreditar que a si mesmo."
"E o que é tudo isso?", Yuri fez um gesto para o corpo.
"Bem, pensamos que você pudesse gostar de dar uma última olhada em seu assassino",
explicou Flynn. "Já que este é o único que você tem...", ela soltou a frase.
"Bobagem", disse Yuri com um ronco delicado. "Eu tenho Grigori."
O rosto de Grigori estava como pedra. "Não. Estou cansado de fazer trabalhos para a
família. Você me traiu. Seja qual for o acordo que tivéssemos, ele acabou. Não só porque você
tentou me matar, mas você foi a causa da morte do meu irmão.”
"Ah, Grigori, seja razoável." Yuri fez um gesto para seus homens, que começaram a se
aproximar.

"Senhor, eu odiaria ter que matar vocês dois. Nós nos conhecemos há anos." Grigori os

encarou, e eles deram um passo para trás.


Yuri não achou graça. "Ele está blefando! Não o deixe intimidar vocês."

Grigori virou os olhos, olhando para um, depois para outro. "Nós jogamos pôquer juntos. Eu
pareço estar blefando?"
Eles deram outro passo para trás, e então finalmente se viraram e foram embora, deixando
Yuri sozinho com Flynn, Grigori e seus homens. O sorriso de Grigori não era tranquilizador. Embora

Yuri parecesse pensar que poderia vociferar até conseguir sair desse incidente.
"Quem é este homem?", Yuri chutou Teller.
"Este é o homem de Callaghan", os lábios de Grigori se curvaram em um arremedo de
sorriso. "Nós imaginamos que você pudesse apreciá-lo como um presente. Assim, pode negociar
com Callaghan."
"Um gesto de boa vontade, então? Já que você pretende encerrar a sua posição?", Yuri
parecia amargo.
"Na verdade, eu não vou desistir", Grigori virou as costas, preparando-se para sair. "Muito
pelo contrário. Eu estou indo trabalhar sozinho. Deve haver uma maneira muito mais lucrativa de

ganhar a vida. E eu também terei autonomia para escolher meus próprios contratos."
"Mas você não pode fazer isso!", Yuri protestou.
Grigori se virou, segurando o braço de Flynn. Ela se aninhou contra ele, e ele deu-lhe um
apertão. "Observe-me."
Capítulo Quatorze

“Agora só sobrou meu pai para cuidar”, Flynn disse, de maneira tensa. “E alguém vai me
contar por que trouxemos o corpo de Yakov com a gente?”

“Você vai ver”, disse Grigori com um tom sinistro da voz.


Estavam todos apinhados na van novamente. Era tão estranho dirigir pelo seu antigo bairro.
O amanhecer estava apenas começando a pintar o céu em tons de roxo e rosa pálido. Flynn
esfregou os olhos. A adrenalina constante a tinha deixado se sentindo mole como um pedaço de

macarrão flácido.
"Não vai demorar muito, meu amor." Grigori se aproximou e pegou a mão dela. "Eu
pretendo passar a próxima semana na cama."
"Eu chamar isso de..." Anson puxou os cabelos que cresciam em seu queixo. "Informação
demais. Sim. É isso que é."
"Ou inveja", Igor sugeriu. "Você pode sempre tentar usar um site de namoro."
Isso iniciou uma conversa animada sobre sites de namoro e noivas por correspondência.
Flynn bocejou. Ela realmente gostava de ter os homens de Grigori por perto. Eles eram
engraçados e leais, e ajudavam a manter as coisas não muito sérias, que era o que acontecia toda

vez que ela pensava sobre o corpo na parte de trás da van.


Seu estômago se contraiu com ansiedade quando Grigori parou em frente da casa de seu
pai.
Grigori se virou para olhar para ela, sem dúvida, tentando avaliar a reação dela ao lugar.
"Você vai ficar bem?"
"Sim", ela olhou para a estrutura de tijolo imponente. "Esta não é a minha casa mais. Acho
que jamais foi."
Eles saíram da van, Igor na retaguarda com o corpo de Yakov por cima de seu ombro
musculoso. Desta vez, foi Grigori quem tocou a campainha. Flynn estava quase mais curiosa sobre

quem atenderia a porta, uma vez que Teller estava indisponível – e então ficou preocupada sobre

como lidar com seu pai. Teller tinha sido o braço direito de seu pai durante o tempo que ela
conseguia se lembrar.

A luz da frente se acendeu e a porta de vidro ornamentado foi aberta. "Teller?" O pai
enfiou a cabeça para fora, obviamente, à procura de seu chefe de segurança.
"Teller não vai voltar, papai", Flynn disse calmamente.
O olhar de olhos arregalados de seu pai focou nela brevemente, antes de passar para seus

companheiros. "O que você está fazendo aqui?"


"Você me conta. Você está surpreso por me ver aqui, ou apenas surpreso por me ver
respirando?" Ela poderia dizer que o provocou, mas ele não estava disposto a abdicar de nada
ainda.
"Eu não sei o que você está falando", ele olhou para todos os lugares, menos para ela.
"Você deveria ir embora."
"Teller está com Yuri." Ela deixou cair a bomba com satisfação. "Nós meio que o deixamos
como uma oferta de paz, já que Grigori não vai mais trabalhar para ele."
Seu pai saiu para a ampla varanda da frente. Ele estava em seu roupão de banho. A peça

de vestuário listrada de marrom e azul provavelmente tinha custado uma fortuna. Sem dúvida, até
mesmo os seus chinelos eram de grife. Ele se sentou nos degraus e colocou a cabeça entre as mãos.
Segundos depois, olhou para Grigori. "Aquele desgraçado do Yuri vai matar Teller sem
sequer pestanejar."
"Sim." Grigori, obviamente, não sentia nenhuma simpatia por seu pai. "Deveria ter sido você,
mas eu acho que até Flynn iria se opor."
"O que?"
Grigori franziu os lábios com desdém. "Você tramou para matá-la. Você mataria sua própria
filha por dinheiro.”
"Eu não teria matado!", seu pai gritou. "Ela não estava cooperando. Não me deixou nenhuma

escolha."

"Eu não iria cooperar?" Flynn estava enojada com toda a situação. "Por quê? Porque eu não
iria assinar a minha herança?"

"Era para ser minha", ele rosnou. "Ela prometeu. Quando me casei com ela, ela prometeu
que o dinheiro seria meu.”
Flynn congelou, uma suspeita horrível crescendo em sua mente. "Você a matou? Foi isso que
aconteceu? Você arranjou para ela morrer, mas o testamento dela deixava a herança

especificamente para mim. Você não sabia, não é?"


"Ela mudou o testamento." O pai levantou de repente, puxando seu cabelo e parecendo um
homem selvagem. Então ele se virou para encará-la. "Não era para ser assim. Ela meteu na
cabeça que eu a iria deixar ou qualquer loucura dessas."
"Não!" Flynn desafiou. "Ela estava com medo de morrer, não foi?" O horror do que estava
ouvindo era quase demais.
Mas Grigori estava lá. Ele passou os braços fortes em torno dela, e ela absorveu sua força.
Descansando a bochecha em seu peito, ela se rendeu. Não podia mais lidar com isso. Mas ele
podia.

"Olhe para você." A voz do pai pingava com desprezo. "Aconchegando-se nos braços de
um assassino, ao mesmo tempo em que faz julgamentos sobre mim. Sobre mim!"
"Ele é um assassino honesto", disse ela, suas palavras abafadas pelo tecido da camisa de
Grigori.
"Eu vou supor que Yuri foi quem ajudou a encontrar um assassino para sua esposa", disse
Grigori, com uma calma enganadora. "Foi por isso que ele parecia ser a opção certa quando você
precisou se livrar de sua filha."
"Não. Não foi assim." O protesto débil de seu pai não teria convencido ninguém. Nem mesmo
a si mesmo. E certamente não a Flynn.
GRIGORI SENTIU FLYNN tremer contra ele, e teve mais raiva naquele momento do que jamais

tinha tido na vida. Abaixou a cabeça e inalou o aroma dela. Seu cabelo era suave sob seus lábios.
Ela era ardente e apaixonada, e o desafiava dia a dia. Mas ele sabia, sem dúvida, que esta

mulher valeria qualquer luta.


Olhando para a expressão beligerante de Callaghan, Grigori assentiu para Ivan. Era hora
de fazer o político entender. "Eu tenho um presente para você."
"O quê?" Callaghan franziu a testa. Ele obviamente estava confuso. "Por que você me daria

alguma coisa?"
Ivan despejou o corpo de Yakov no chão, na frente de Callaghan. O homem, na verdade,
deu um gritinho e pulou para trás como se ele estivesse com medo de que algo desagradável
tocasse seus chinelos de luxo.
"O que é isso?" Callaghan perguntou em voz quase uma oitava acima do normal. "E por que
está no meu gramado?"
"Esse é o homem Yuri enviou para matar sua filha." Grigori sorriu. "A parte triste é que você
é muito raso e estúpido para compreender o significado da identidade deste homem."
"O quê?"

"Você prometeu cidadania americana a Yuri, em troca da ajuda dele para se livrar de sua
filha", Grigori observava o rosto do homem, satisfeito quando viu o medo, bem como o
reconhecimento. A história de Yuri era verdade. Mas Grigori não tinha terminado. "Yuri já estava se
sentindo ameaçado. Assim, colocou um irmão contra outro. Ele pediu que você me perseguisse. Estou
certo?"
"Sim. Sim! Yuri queria que seu irmão parecesse ter sido deportado. Era ele! Foi Yuri. Eu não."
"Então você falsificou alguns documentos e meu irmão desapareceu."
"Sim." Callaghan estava olhava impaciente.
"Este é meu irmão." Grigori apontou para o corpo de Yakov. "Ele foi o assassino contratado
para fazer a sua filha desaparecer.”

“O quê?” Callaghan franziu a testa. "Então por que você se envolveu em tudo?”

“Esse foi o efeito colateral de sua interferência com a imigração. Eles decidiram que queriam
que eu fosse embora”, Grigori o observou atentamente. Era importante saber o quão longe o

golpe de imigração tinha ido. Se a coisa toda tinha sido uma farsa, Callaghan saberia.
Parecia que Callaghan não tinha ideia do que Grigori estava falando. Seu rosto era uma
massa de confusão e terror. "Você está dizendo que a imigração foi atrás de você?"
"Ah, sim. Fui visitado por vários agentes”.

"Mas eu nunca..." Callaghan pausa. "Yuri me traiu. Ele chamou meu próprio povo e me
dedurou!" Ele começou a andar. "Teller tem que corrigir isso. Eles sabem o que eu fiz. Preciso detê-
los."
"As mentiras que contamos às vezes podem voltar para nos morder a bunda", Grigori
concordou. Ele gentilmente passou os dedos pelos cabelos de Flynn. "Neste caso, eu acho que eu
certamente fiz o melhor negócio. Definitivamente."
Grigori se virou, Flynn ainda se protegia ao seu lado. Seus homens se viraram com ele, os
cinco deles parecendo uma unidade impenetrável. Parecia uma família.
"Espere!", Callaghan olhou horrorizado. "E o meu dinheiro?"

"Não é seu", Grigori lembrou. "Nunca foi. E se você tentar vir atrás de novo, vai descobrir o
quão letal pode ser o meu lado mau."
Eles entraram no van sem dizer mais nenhuma palavra a Callaghan. Ele iria ferver nos
problemas criados por ele mesmo por muito tempo. Seu jogo tinha o seu próprio curso.
Grigori entrou na parte de trás da van com Flynn ainda em seus braços. Anson ficou atrás
do volante com Ivan e Igor discutindo sobre quem iria no banco do passageiro. Quando finalmente
todos os detalhes tinham sido resolvidos, a van já estava em movimento. Eles estavam indo para
casa.
"Você está bem?", perguntou Grigori a Flynn. "Essa foi uma responsabilidade muito grande,
de uma só vez."

"Estou feliz por ter dito a minha irmã para ir fazer compras fora da cidade com minha

madrasta." Uma única lágrima escorreu pelo seu rosto. "Cynthia não deveria ter que ouvir essas
coisas. Especialmente sobre o que ele fez com a minha mãe”.

Ela então se entregou, chorando suavemente na camisa dele. Grigori a embalou como uma
criança. Ele não podia imaginar o horror de descobrir algo tão terrível sobre sua família na esteira
do que tinha acontecido com seu irmão.
"Minha vida é uma bagunça", ela gemeu. "Como você consegue me aguentar?"

"Ninguém pode ser forte o tempo todo."


Ela tocou seu rosto delicadamente. "Você pode."
"Não. Olhe para mim. Eu congelei antes. Se não fosse por você, nós estaríamos mortos."
Grigori estremeceu com essa ideia. "Você é a pessoa mais forte que eu conheço."
"Você me faz forte." Ela suspirou, aconchegando-se mais perto. "Talvez a gente seja mais
forte juntos."
"Isso significa que você embarcou completamente no nosso casamento?", ele perguntou em
tom de provocação.
"Contanto que você possa aguentar a minha família", ela parecia triste.

"Sua família?", ele bufou. "Meu irmão tentou nos matar."


"Meu pai o contratou."
"Então, vamos simplesmente concordar que ambos temos famílias fodidas?"
Ela parecia estar olhando para a frente da van. Igor e Ivan ainda discutiam sobre o fato de
Ivan ter se sentado no banco da frente. O suspiro feliz parecia em desacordo com a cena
estranha, tendo Anson como árbitro.
"Eles são a nossa família", ela decidiu. "Você não acha?"
Ele a embalou de perto. "Com certeza são."
"Serão ótimas babás para o bebê."
"Que bebê?", Grigori disse em voz alta. Sentiu como se seu coração tivesse parado.

Da parte da frente da van, toda a discussão parou.

Anson se virou. "Que bebê?"


A gargalhada dela era um som agradável. "Eu não estou grávida ainda. Embora suponha

que possa estar. Não é como se tivéssemos tomado cuidado ou algo assim. Eu só estava pensando
que eu gostaria de ter bebês com Grigori."
Grigori gentilmente virou o rosto dela para o dele. Abaixando a boca, beijou-a lentamente
até que a necessidade enlouquecedora de tê-la se sobrepôs a tudo o que tinha acontecido. Era só

isso que importava.


Capítulo Quinze

Grigori observava o suave movimento para cima e para baixo do peito de Flynn enquanto
ela respirava. As inspirações e expirações longas eram evidência de seu doce sono. O sol estava

alto no céu agora, mas de qualquer maneira eles não tinham ido dormir até bem depois do
amanhecer.
As persianas estavam fechadas, mas ainda dava para ver cada detalhe e a forma de seu
rosto no brilho do dia lá fora. Eles tinham ido para a cama nus, e ele estava feliz porque poderia

olhar para os seios dela durante todo o dia. Incapaz de resistir, colocou a ponta do seu dedo
indicador na boca e, em seguida, usou-o para circundar o mamilo direito repetidamente até que
endurecesse em um pequeno bico.
Flynn se mexeu, espreguiçando-se e fazendo seus seios saltarem. Seus olhos se abriram, e
ele não conseguiu resistir à mulher sexy e sonolenta que era sua esposa. Abaixando a cabeça,
colocou seu mamilo na boca e chupou com força. Ela arfou e apertou os dedos em seu cabelo,
para puxá-lo mais perto.
"Grigori? O que você está fazendo?"
Ele levantou a mão para o outro seio e rolou seu mamilo entre o polegar e o dedo indicador.

Ela parou de falar e arqueou as costas, empurrando-se para ficar em contato com ele. O calor de
sua pele roçou a dele, e ele sentiu seu pau crescer em resposta. Ele queria estar dentro dela, mas
queria saboreá-la primeiro.
Soltando o mamilo, fez um caminho pelo corpo dela com a boca. Ela respirou fundo para
dizer alguma coisa. Ao abrir as pernas, sentiu um beijo bem na parte superior de seu púbis.
Qualquer palavra que pudesse dizer se dissolveu em um gemido. Ele sorriu. Era exatamente o que
queria: Flynn, sem palavras e envolvida.
Ele segurou seu sexo aberto com os dedos. O cheiro dela era perfeito, deixando-o com
água na boca em antecipação. Soprou suavemente sobre a carne quente. Ela se encolheu, mas não

tentou fechar as pernas. Ele podia sentir sua excitação pela forma com que seus músculos estavam

tensos. E então ele deu uma longa lambida em sua boceta, da entrada da sua vagina até a ponta
do clitóris. Ela gemeu, de forma demorada e baixinha, e um jorro de fluido lhe permitiu

ansiosamente chupar seus sulcos.


Encontrou o clitóris com a língua e brincou com a pequena saliência até sentir seus músculos
internos se apertarem. Deslizando um dedo para dentro de sua abertura, ele gentilmente esfregou
a parte macia do músculo, bem no comecinho. Ela tremeu com a primeira onda de um orgasmo que

estava tão perto que ela quase podia sentir o gosto.


"Grigori, não posso!", ela arfou. "É muito."
Ela podia, e ele iria mostrar a ela.
Adicionando um dedo, começou a deslizá-los para dentro e para fora da sua vagina em um
ritmo rápido. Separou os dedos separados, esticando-a e fazendo-a gritar surpresa de prazer.
"Goze para mim, Flynn. Agora mesmo."
Seus olhos se abriram, sua bela cor ainda mais intensa com o brilho de excitação. Então ele
sentiu alguma coisa ceder dentro do corpo dela, e ela gritou seu nome ao gozar.
Grigori observava as ondas de orgasmo que a atingiam e sabia que não podia esperar

muito mais tempo. Torceu os dedos dentro dela para prolongar seu prazer. Ela se contorcia com as
sensações, e ele se regorgizava com sua entrega.

FLYNN TINHA QUASE CERTEZA de que tinha morrido e ido para o céu. Nunca havia sentido
nada tão delicioso ou provocativo quando a língua de Grigori em seu clitóris. Então, ele
acrescentou os dedos em sua vagina, e ela pensou que poderia enlouquecer de prazer.
Seu corpo estava em chamas. Cada músculo se apertava tanto que ela não imaginou ser
capaz de chegar ao clímax. Mas, de alguma forma, no momento em que ele a mandou gozar, tudo
dentro dela havia exigido que ela obedecesse sem questionar.
A euforia começou a diminuir um pouco, e ela estendeu a mão para Grigori. A mão dele a

envolveu delicadamente, ao mesmo tempo em que ele cobriu seu corpo com o dele. Foi um momento

profundamente tocante. Seus olhares se encontraram. Ele se colocou entre suas pernas, e ela sentiu
a grossa cabeça de seu pênis pressionar sua boceta. Ela se mexeu, de bom grado, dando-lhe o

acesso e dizendo a ele que lhe pertencia sem reservas.


A primeira penetração do pênis em sua vagina foi totalmente prazerosa, preenchendo-a
completamente. Ela se sentiu completa com ele, desejando que nunca mais saísse dali. Mesmo assim,
quando ele saiu apenas para mergulhar dentro dela mais uma vez, ela arfou com alegria. Cada

golpe enviou um pulso de prazer erótico através de seu corpo. Suas terminações nervosas estavam
vivas com aquela sensação, e ela desejou nunca mais parar.
Grigori penetrou lentamente. Ela sentiu um pouco de timidez ao perceber que ele observava
cada expressão dela com total fascinação. Em seguida, ele alcançou sua boca e deslizou a língua
entre os lábios. Suas bocas imitavam o movimento de seus corpos. A intensidade aumentava até
que ela pensou que poderia se desmontar.
O calor borbulhava dentro dela, enviando uma emoção para as pontas dos dedos das mãos
e pés. Ela levantou as pernas para permitir um acesso mais profundo à vagina. O novo ângulo fez
com que a raiz do pau dele se esfregasse em seu clitóris, e Flynn se perdeu.

Ela gozou com um grito irregular. Era como se tivesse sido atingida por um raio. Ela estava
ardendo para ele, pertencia a ele totalmente. Ele a observou por apenas mais um momento até
que seu próprio orgasmo o deixou no limite da razão.
Seu rosto ficou tenso de paixão quando ele a penetrou com força, mantendo-se
profundamente dentro de seu corpo. Ela sentiu o calor do jorro de sua semente derramando-se
dentro de seu ventre. Pensou brevemente na sua discussão anterior sobre filhos e sentiu o primeiro
pingo de emoção nas possibilidades que se colocavam para eles.

GRIGORI ROLOU para o lado para evitar esmagar Flynn. Sentou-se ao lado dela na cama
e deu vários beijinhos por todo o seu rosto, pescoço e peito. Ela riu, e o som o fez ficar

bizarramente contente.

Alguém bateu na porta do quarto.


"Vá embora!", Grigori grunhiu.

"Desculpe interromper." Foi Anson.


Flynn deu um grunhido irritado. "Estamos um pouco ocupados, Anson. Mais tarde, por favor?"
"Eu gostaria de poder, mas há uma senhora da imigração na porta da frente." Anson fez
uma pausa, muito provavelmente desejando que ele poderia estar em qualquer lugar, menos à

porta agora. "Devo dizer a ela para ir embora ou atirar?"


Grigori e Flynn olharam um para o outro. A imigração estava em sua porta, agora? Grigori
abriu a boca para dizer Anson para se livrar da mulher, mas Flynn agarrou seu braço.
"Deixe-a entrar", Flynn sugeriu. "Se formos lá parecendo recém-fodidos, então não haverá
nada sobre o nosso casamento para eles questionarem."
Ele pensou sobre a sua sugestão pelo tempo de duas respirações e depois riu. "Você é uma
mulher de bronze, meu amor."
"Só porque eu tenho que estar em ordem para acompanhar você." Ela saiu da cama,
empurrando seu cabelo despenteado da frente dos olhos. "Como estou?"

"Como quem acabou de sair da cama."


"Perfeito!", ela puxou um vestidinho, deixando-o cair sobre seu bumbum nu. Em seguida,
pegou um cobertor da cama e o envolveu em torno de seu corpo. Ela apontou para ele. "Encontre
um moletom ou algo assim. Sem camisa."
"Beleza."
E foi assim que desceram.
Anson ficou sem fala por um momento. Então ele pareceu perceber que ele tinha uma tarefa
a fazer. "A senhora está na sala da frente."
"Obrigado, Anson," Flynn disse calorosamente. "Isso vai ser divertido."
"Se você diz", Grigori murmurou.

Ele não podia deixar de ficar impressionado com a presença de sua esposa como ela entrou

na sala da frente, segurando o cobertor firmemente em torno de seu traseiro nu. Ela deu um sorriso
à oficial de imigração e estendeu a mão. "Espero que você desculpe a nossa falta de vestuário

adequado, mas não sabia que você viria hoje."


"Você recebeu um e-mail." A mulher ofereceu Flynn um cartão. "Sou Tabitha Bynes. Vou
preencher o relatório sobre o seu recente casamento com Sr. Pasternak.”
"Bem, então, eu estou tão feliz em conhecê-la, a Sra. Bynes." Flynn pegou o cartão.

"Você tem como hábito de estar na cama às duas horas da tarde de um dia de semana?", a
tímida Sra. Bynes olhou de cima a baixo para Flynn.
Grigori escondeu um sorriso. Ele poderia ter dito a Sra. Bynes que tentar intimidar Flynn
nunca iria funcionar.
Sua esposa apenas estreitou seu olhar e aqueceu a discussão. "Nós estamos em nossa lua de
mel, Sra. Bynes. Só estamos casados há alguns dias. Como você espera que recém-casados ajam?"
Grigori deslizou o braço em torno de Flynn. "Calma, meu amor. Tenho certeza de que a Sra.
Bynes não está questionando a validade do nosso casamento." Em seguida, ele ofereceu um sorriso
agradável para a mulher. "Peço desculpas, mas minha esposa está bastante cansada das pessoas

insinuando de que ela só se casou por causa do velho esquema do green card".
"Entendo." As bochechas da Sra. Bynes coraram, ficando rosa brilhante, e Grigori sabia que
eles a tinham convencido. Ela se ajeitou. "Então vocês estão dizendo que são um par perfeito?"

FLYNN QUASE RIU. Não havia nenhuma dúvida em sua mente de que ela poderia ter
contado uma mentira à coitada da Sra. Bynes que teria queimado seu pequeno cérebro a cinzas.
Mas não foi exatamente isso que aconteceu.
"É verdade que eu não conheço meu marido há muito tempo, Sra. Bynes", Flynn começou.
"Mas amo este homem com todo o meu coração. Nunca conheci ninguém mais forte ou mais
compassivo. Ele é inteligente e charmoso, e às vezes é um idiota." Ela sorriu para Grigori. "Mas ele

é homem, então certamente podemos perdoar isso, não?"

Grigori apertou o nariz dela e, em seguida, beijou sua testa. "Eu aprecio a compreensão,
realmente."

A maneira como ele olhou para ela fez todo o resto desaparecer. Nem mesmo Sra. Bynes
importava agora. Flynn esqueceu que a agente de imigração estava lá. Ela se esqueceu de Anson,
Igor e Ivan. Ela se esqueceu de que eles estavam na sala de estar. Ela esqueceu tudo, menos do
homem que a segurou com tanta delicadeza.

Olhando em seus olhos escuros insondáveis, ela traçou suas bochechas, queixo e nariz com a
ponta dos dedos. Em seguida enterrou suas mãos em seu cabelo e puxou sua cabeça para baixo
para que pudesse beijá-lo. Ele não protestou, preguiçosamente explorando sua boca até que um
pigarro os devolveu para o momento.
"Peço desculpas", a Sra. Bynes pareceu parar, como se não tivesse certeza de por que
realmente pedia desculpas. "Quer dizer, não queria interromper, mas já interrompi. Creio que tenho
o suficiente para o meu relatório." Ela se levantou da cadeira e começou a andar em direção à
porta. "Por favor, mantenha meu cartão caso precise falar comigo. Sra. Pasternak, sua papelada
deve chegar em de sete a dez dias úteis. Por favor, preencha os formulários necessários e os envie

assim que possível".


"Você já está indo embora?" Flynn pôs a mão ao peito. "Eu me sinto tão rude. Nem sequer
lhe ofereci um copo de chá, Sra. Bynes."
"Oh, isso não é necessário." A mulher já estava a meio caminho para fora da porta.
"Acredito que tenha interrompido sua lua-de-mel por tempo suficiente. Vou deixa-los voltar à sua...
Bem, suas atividades de férias."
"Obrigada!" Flynn disse a ela. "Foi maravilhoso conhecê-la!"
Assim que a porta se fechou, Grigori a levantou do chão e a pegou em seus braços. Deu um
selinho nela e se dirigiu para as escadas. "Eu não sei você, mas eu estou mais do que pronto para
retomar nossas atividades de férias."

Flynn segurou o rosto dele nas mãos. "Então é melhor se apressar, porque eu não quero

perder um único momento."

FIM

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