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Métodos Físicos em Química

Inorgânica
(119.229 e 314.889)
Prof. José Alves Dias
Orbitais Moleculares
• Orbitais e simetria
• Aplicações de simetria em ligações
químicas podem ser descritas em uma
variedade de modelos:
• Orbitais híbridos
• Teoria do campo ligante
• Teoria dos orbitais moleculares

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• Exemplo: Orbitais híbridos

• Orbitais atômicos com combinação


adequada para formar orbitais
híbridos em uma dada molécula ou íon,
são aqueles que possuem certos
critérios de simetria.

• As propriedades de simetria
relevantes podem ser obtidas através
das tabelas de caracteres.

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Exemplos

• Orbitais px, py e pz se transformam


segundo x, y, z.

• Orbitais dz2, dx2–y2, dxy, dxz, dyz se


transformam segundo os produtos
binários z2, x2–y2, xy, xz e yz.

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• Orbitais s (esféricos) são sempre
simétricos com relação a todas as
operações num grupo pontual  se
transformam segundo a representação
totalmente simétrica (A1, Ag, A1g, A1’,
etc.).

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• Os símbolos das representações
irredutíveis são escritos em letras
minúsculas quando usados para
representar os orbitais (e.g., a1, ag,
etc.).

• Como exemplo, considere moléculas


dos seguintes grupos pontuais:

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Oh → C4v → C2v

• Verificar a simetria dos orbitais:


s, px, py, pz, dz2, dx2–y2, dxy, dxz e dyz ,
determinando quais são as representações
irredutíveis que eles pertencem em cada
grupo pontual.

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• Podemos observar a perda de
degenerescência ao irmos de uma
molécula mais simétrica (Oh) para uma
menos simétrica (C2v).

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z z z

B B
B B B B B B
A A B A B
B B B B
B
C 4v C 2v
Oh
2 2
b1 _
a1 (dx y )
2 2 2
dz , dx _ y eg 2
a1 a1 (dz )
b2 a2 (d xy)
d xy, dxz, dyz t2g b1 (dxz)
e b2 (dyz)
e b2 (Py )
Px Py Pz t1u b 1 ( Px )
a1 a1 ( Pz )

s a1g a1 a1 (s )
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• Orbitais híbridos devem ser utilizados
por um átomo numa orientação
espacial consistente com a geometria
da molécula.

Exemplo: Moléculas tetraédricas:

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• CH4; MnO4-; CrO42-  4 orbitais
híbridos direcionados nos vértices de
um tetraedro.

• Os 4 orbitais híbridos são uma base de


funções dentro daquele grupo pontual
considerado.

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• Primeiro, através de vetores que
representam os orbitais híbridos,
devemos gerar uma representação
redutível.
B

B B
B

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• Fatorando a representação redutível
 as representações irredutíveis, as
quais transformam os orbitais, irão
ser aquelas que se combinam para
formar os orbitais híbridos.

Td E 8C3 3C2 6S4 6d


r 4 1 0 0 2

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• Obs: Como na análise dos modos
vibracionais, apenas aqueles vetores
que não se movem irão contribuir para
a representação redutível (i.e., basta
contar o número de vetores que
permanecem estacionários).

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• Aplicando a fórmula de decomposição:
r = A1 + T2

• a1 → orbital s
• t2 → orbitais px, py, pz ou dxy, dxz, dyz

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• orbitais híbridos:
• s + p x + py + p z
• s + dxy + dxz + dyz

• Para CH4  sp3

• Para MnO4-, CrO4-2  sp3 + sd3

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• Obs: A tabela de caracteres apenas
nos diz quais os orbitais que
possuem a simetria correta para
interagir. Apenas considerações de
energia podem afirmar que de fato a
interação ocorreu.

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• Outras abordagens podem ser usadas
para selecionar orbitais atômicos
disponíveis para formar ligações .
• Exemplo: [PtCl4 ]2-

2-
Cl Cl

Pt

Cl Cl

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• Vetores que representam orbitais na
Pt adequados para formar ligações 
fora do plano.

• PtCl42-  D4h

E 2C4 C2 2C2’ 2C2’’ I 2S4 h 2v 3d


r 4 0 0 -2 0 0 0 -4 2 0

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• Aplicando a fórmula de decomposição:
r = Eg + A2u + B2u

 Verificando a Tabela de caracteres D4h:

 orbitais: b2u → nenhum orbital


a2u → pz
eg → dxz, dyz

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Combinação Linear de Orbitais Atômicos
(CLOA)
• Vimos que a equação de Schrødinger foi utilizada para
determinar os níveis de energia do átomo de H.

• A mesma equação pode ser utilizada para sistemas mais


complexos.

• A equação de Schrødinger é uma equação linear e uma das


propriedades de equações lineares é que suas soluções
são aditivas. Exemplo:

– Se a solução de uma função f(x,y,z) = k1 é s1 e a solução da


mesma função, mas com diferentes parâmetros, f(x,y,z) = k2
é s2, então a solução da função f(x,y,z) = k1 + k2 é s1 + s2.

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• Desse modo, a solução da equação de
Schrødinger, a função de onda Y, para um
orbital molecular será a soma das soluções para
os orbitais atômicos:
𝑛

Ψ𝑂𝑀 = 𝑐1𝜙𝑖 + 𝑐2𝜙2 … = ෍ 𝑐𝑖𝜙𝑂𝐴


𝑖

• Vimos também que as diferenças de OAs de


diferentes energias está relacionado ao número
de planos nodais.

• O mesmo acontece com OMs.

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Para n = 2

Para n = 3

23
Para n = 4

24
Para n = 3

25
Para n = 4

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Combinações Lineares
Formadas por Simetria (CLFS)

• Segundo a TOM, OM são construídos a partir


de OA de mesma simetria.

• As combinações específicas de OA que são


usadas para construir OM de uma dada
simetria são chamadas de combinações
lineares formadas por simetria (CLFS)*.

*Também chamados de Ligand Group Orbitals (LGOs) em alguns livros


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texto.
Operadores de Projeção
• Para formar uma CLFS não
normalizada com uma simetria
particular a partir de um conjunto
base de OA, selecionamos qualquer
orbital do conjunto e tomamos a
seguinte soma:

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∅ = ෍ 𝑖 𝑅 𝑅Y
𝑅

onde, i(R) é o caractere da operação R para a


simetria da CLFS que desejamos gerar.

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• Exemplo 1: H2O

– Agrupar OA (e.g., os 2 orbitais H1s da H2O)


para formar combinações com uma simetria
particular e construir OMs, permitindo assim
a sobreposição das combinações de mesma
simetria de átomos diferentes (e.g., o orbital
O2s e a combinação apropriada dos 2 orbitais
H1s).

– Para gerar a CLFS dos orbitais H1s


(fragmento H----H) escolhe-se um orbital
(e.g. Y1) e aplica-se todas as operações de
simetria do grupo de pontos C2v, escrevendo a
função RY na qual ele se transforma.

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Y1 Y2

C2v E C2 v(xz) v’(yz)


Y1 Y2 Y2 Y1
C2v E C2 v(xz) v’(yz)
A1 1 1 1 1
A2 1 1 -1 -1
B1 1 -1 1 -1
B2 1 -1 -1 1
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– Multiplica-se todas as funções pelo caractere i(R) da
representação irredutível (simetria) do grupo de ponto
que estamos interessados e somam-se todas estas
funções:
C2v E C2 v(xz) v’(yz)
A1 Y1 Y2 Y2 Y1
A2 Y1 Y2 -Y2 -Y1
B1 Y1 -Y2 Y2 -Y1
B2 Y1 -Y2 -Y2 Y1

• A1 = Y1 + Y2 + Y2 + Y1 = 2Y1 + 2Y2
• A2 = Y 1 + Y 2 - Y 2 – Y 1 = 0
• B1 = Y 1 - Y 2 + Y 2 - Y 1 = 0
• B2 = Y1 - Y2 - Y2 + Y1 = 2Y1 - 2Y2

f1(A1) = 2Y1 + 2Y2 => Y1 + Y2


(CLFS não normalizada)
f2(B2) = 2Y1 - 2Y2 => Y1 - Y2
(CLFS não normalizada)
32
f1

f2

33
Diagrama de Orbitais
Moleculares da H2O:

34
Alternativa para obtenção da simetria dos orbitais

• A fórmula de decomposição pode ser


utilizada no processo de obtenção
dos operadores projeção:
1
ai =
h
 g i ( R) T ( R)
R
C2v E C2 v(xz) v’(yz)
r 2 0 0 2
 NA1 = (1/4) [1x1x2 + 1x1x0 + 1x1x0 + 1x1x2] = 1
 NA2 = (1/4) [1x1x2 + 1x1x0 + 1x(-1)x0 + 1x(-1)x2] = 0
 NB1 = (1/4) [1x1x2 + 1x(-1)x0 + 1x1x0 + 1x(-1)x2] = 0
 NB2 = (1/4) [1x1x2 + 1x(-1)x0 + 1x(-1)x0 + 1x1x2] = 1

 As espécies de simetria da representação redutível dos


orbitais s (Y) são: A1 e B2, com uma degenerescência
total de 2. 35
• Exemplo 2:
– Gerar a CLFS dos orbitais (Cl) [PdCl4]2-

Y1 Y2

Y4 Y3

– Escolhe-se um orbital e aplica-se todas


operações de simetria do grupo de pontos
D4h, escrevendo a função RY na qual ele se
transforma:
E C41 C43 C2 C2’ C2’ C2’’ C2’’ i S4 S4 h v v d d
1 3

Y1 Y2 Y4 Y3 Y1 Y3 Y2 Y4 Y3 Y2 Y4 Y1 Y1 Y3 Y2 Y4
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- Multiplica-se todas as funções pelo caractere
i(R) da simetria do grupo de pontos que estamos
interessados e somam-se todas estas funções:

E C41 C43 C2 C2’ C2’ C2’’ C2’’ i S4 S4 h v v d d


1 3

Y1 Y2 Y4 Y3 Y1 Y3 Y2 Y4 Y3 Y2 Y4 Y1 Y1 Y3 Y2 Y4
f(A1g) = 4Y1 + 4Y2 + 4Y3 + 4Y4
f(A1g) = Y1 + Y2 + Y3 + Y4 (CLFS não normalizada) 37
– Fazendo o mesmo para as outras simetrias, obtém-se
as CLFS:

 f(B1g) = Y1 - Y2 + Y3 - Y4
 f(Eu) = Y1 - Y3 e Y2 - Y4

– Para todas as outras simetrias não existem CLFS.

– Desse modo as CLFS obtidas são:


• A1g + B1g + Eu.

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