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Disciplina: Geometria Analítica

Professor: Raimundo de Souza


Aula 14: Elipsoides

14. Elipsoides

Considere a elipse no plano yz como na Figura 14.1, abaixo:

Figura 14.1: Elipse no plano yz com eixo maior igual a b e eixo menor igual a c.
2 2
y z
2 + 2 =1
A equação dessa elipse é para x = 0.
b c
Ao girarmos essa elipse em torno do eixo Oy, obtemos o elipsoide de revolução (Figura 14.2), cuja equação
será obtida da equação da elipse, substituindo-se z por ± √ x + z .
2 2

Figura 14.2: Elipsoide de revolução em torno do eixo y.

Exemplo 1: Dedução da equação do elipsoide de centro na origem e eixo de rotação em y.


O elipsoide de centro na origem (Figura 14.3), da maneira mais geral, é representado pela equação:
2 2 2
x y z
2 + 2 + 2 =1
a b c

Figura 14.3: O elipsoide de centro na origem.

Onde a, b e c são reais positivos e representam as medidas dos semieixos do elipsoide. Observemos, ainda,
que os pontos (±a,0,0), (0, ±b, 0) e (0, 0, ±c) são soluções da equação geral do elipsoide de centro na origem,
chamada forma canônica do elipsoide.

O traço de uma superfície é quando marcamos um ponto sobre um dos eixos e traçamos um plano passando
por esse ponto e que tal plano seja para ao plano formado pelos outros dois eixos. Qualquer traço que se
passe pelo elipsoide gerará uma elipse.

No caso de a = b = c, a equação toma a forma da equação de uma esfera e representa uma superfície
esférica de centro (0, 0, 0) e raio a.

Observemos que essa superfície também é de revolução e obtida pela revolução de uma circunferência em
torno de um de seus diâmetros. Se o centro do elipsoide é o ponto (h, k, 1) e seus eixos forem paralelos aos
eixos coordenados, a equação do elipsoide assume a forma, obtida por uma translação de eixos:
2 2 2
(x−h) ( y−k) ( z−l)
2
+ 2
+ 2
=1
a b c
Exemplo 2:

1) Determinar uma equação da superfície esférica de centro C e raio r, nos casos:

a) C(0, 0, 0) e a = 4 e b = 2 e c = 2.

b) C(2, 1, -1) e a = 1 e b = 1 e c = 2.
2 2 2
2) Obter uma equação geral do plano π tangente à superfície 4 x + y +4 z −4 y−24 z+36 = 0 no ponto
(0, 4, 3).
2 2 2
(x−0) ( y−2) (z−3)
Solução: Podemos obter a equação + + =1
12 22 12
De onde concluímos que seu centro fica em C(0, 2, 3).

Então queremos um plano perpendicular ao vetor CP = (0-0, 4-2, 3-3) = (0, 2, 0), ou seja, o plano π tem vetor
normal igual a (0, 2, 0) e passa no ponto (0, 4, 3).

A equação do plano é dada por π : xxv + yy v + zz v +d = 0 , onde (xv, yv, zv) são as coordenadas do vetor
normal e d = −( x v x p + y v y p + z v z p ). Assim, d = -8 e a equação do plano fica 2y – 8 = 0.

3) Em cada caso, determine a equação e esboce o gráfico da superfície de revolução gerada pela rotação da
curva g em torno do eixo indicado.

a) g: x2 + 2y2 = 6; z = 0; eixo de rotação y.

b) g: x2 + 4z2 = 16; y = 0; eixo de rotação x.

Exercício:

1) Encontre a forma canônica das equações:

a) 36x2 + y2 + 36z2 = 36

b) 4x2 + 9y2 + z2 = 1

c) 4x2 + 16y2 + 32z2 = 16

d) x2 + y2 + z2 – 4x – 2y – 2z + 4 = 0

2) Tradicionalmente, a superfície da Terra tem sido modelada como uma esfera, mas o World Geodesic
System de 1984 (WGS-84) usa um elipsoide como um modelo mais preciso. Ele coloca o centro da Terra na
origem e o Polo Norte no eixo z positivo. A distância do centro ao polo é 6.356.523 km e a distância a um
ponto do Equador é 6.378.137 km.

a) Encontre uma equação para superfície da Terra como a usada pelo WGS-84.

b) Curvas de latitude igual são traços nos planos z = k. Qual é a forma destas curvas?

c) Meridianos (curvas com longitude constante) são cortes nos planos da forma y = mx. Qual é a forma
desses meridianos?

3) Determine os vértices e os focos da elipse interseção do plano y = 3 com o elipsoide


2 2 2
x y z
+ + =1
9 25 4
4) Identifique as seguintes quádricas.

a) x2 + y2 + z2 – 2x + 4y +4 = 0

b) 8x2 + 5y2 + z2 – 4x = 36
14.1 As galerias de Sussurros

As galerias de sussurros são geralmente circulares, hemisféricas, elípticas ou elipsoidais, e muitas vezes são

Figura 14.4: Galeria de sussurro.

construídas sob uma cúpula ou uma abóbada. (elas também podem ser montadas usando dois ramos
parabólicos).

A propriedade interessante destas galerias, é que se uma pessoa posicionada em um ponto específico
sussurrar algo, outra pessoa, posicionada também em um ponto específico, pode ouvi-la, mesmo que o resto
da sala não consiga. Geralmente, estes pontos específicos são os focos da forma que configura a sala.

No caso das salas com a forma de uma elipse ou elipsoide (estas são as mais interessantes), como, por
exemplo, na Catedral de São Paulo (Saint Paul), que foi a primeira galeria de sussurros, fundada em 1710,
em Londres, e o Grand Central Terminal, em Manhattan, New York, os sons são refletidos através dos focos.

A base da explicação desse fenômeno é dada pela propriedade refletora da Elipse.

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