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13. Quádricas
Vamos estudar as equações que representam alguns tipos de quádricas, com a finalidade de representá-las
geometricamente.
Quádrica ou superfície quádrica é, em matemática, o conjunto dos pontos do espaço tridimensional cujas
coordenadas formam um polinômio de segundo grau de no máximo três variáveis denominada de equação
cartesiana da superfície.
13.1 Superfícies
Numa visão informal, as superfícies quadráticas são as regiões formadas quando as cônicas se movimentam
no espaço. A partir da equação geral do segundo grau nas três variáveis (x, y, z) é possível representar uma
superfície quadrática.
Observemos que se a superfície quadrática formada pela equação geral, for cortada por um plano paralelo a
um dos planos coordenados, a curva de interseção será uma cônica.
Superfície Esférica
A superfície esférica S de centro C e raio r > 0 é o lugar geométrico dos pontos do espaço que mantém a
distância r de C. Sendo 𝑃 = (𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ 𝑆, e 𝐶 = (𝑥𝑜 , 𝑦𝑜 , 𝑧𝑜 ), então d(P, C) = r, ou seja, a equação implícita de
S é: (𝑥 − 𝑥𝑜 )2 + (𝑦 − 𝑦𝑜 )2 + (𝑧 − 𝑧𝑜 )2 = 𝑟 2
Se aproximarmos um plano π, de uma superfície esférica de modo que este toque a superfície em apenas um
ponto P, este ponto é chamado ponto de tangência onde é válido: 𝜋 ∩ 𝑆 = 𝑃.
Porém, se o plano π tocar a superfície em mais de um ponto, então o plano é secante à superfície, o que
acontece sempre que 𝑑(𝐶, 𝜋) < 𝑟.
Superfície Cilíndrica
Uma superfície é dita cilíndrica se existir uma curva C e uma reta r tais que a superfície seja a união de retas
paralelas a r que passem por C. C é chamada diretriz da superfície S e as retas paralelas a r são geratrizes de S.
Se a curva C for uma quádrica plana, então a superfície será uma quádrica no espaço.
Superfície Cônica
Uma superfície S é dita cônica se ela for formada a partir de uma curva C e um ponto V não pertencente a C
tal que S é a união das retas VQ, onde Q percorre C. Se a curva C for uma quádrica plana, então a superfície
será uma quádrica no espaço.
Superfície de Rotação
Uma superfície S é uma superfície de rotação se existem uma reta r e uma curva C tal que S é a união das
circunferências com centro em r e que tangenciam C. r é o eixo de rotação de S. A interseção de S com o
semiplano de origem r é um meridiano de S. Na maioria dos casos em que a curva C é uma quádrica plana, a
superfície tem grau maior que 2 (não sendo uma quádrica; por exemplo, se C for um círculo que não intercepta
r, S será um toro). S será uma quádrica quando C, além de ser uma quádrica, ainda tem r como eixo de simetria.
Exemplos:
1) Esfera: 𝑥 2 + 𝑦 2 + 𝑧 2 = 1
𝑥2 𝑦2 𝑧2
2) Elipsoide: 3
+ 2
+ 2
= 1 ⇒ 2𝑥 + 3𝑦 2 + 3𝑧 2 = 6
𝑥2 𝑦2 𝑧2
3) Hiperboloide: 3
− 2
+ 2
= 1 ⇒ 2𝑥 − 3𝑦 2 + 3𝑧 2 = 6
4) Paraboloide: x2 + y2 − z = 0
Uma superfície quádrica é o gráfico de uma equação de segundo grau nas três variáveis x, y e z. A equação
mais geral é
De modo análogo à classificação das cônicas, as quádricas também podem ter as suas equações
modificadas para uma forma reduzida, via autovetores e autovalores, porém esta classificação não
será objeto de estudos nesta disciplina;
Vamos considerar o ponto C = (x0, y0, z0) como centro, nas quádricas chamadas centradas, e o ponto
V = (x0, y0, z0) o vértice nas quádricas não centradas.
13.2.1 Esfera
A esfera com centro C = (x0, y0, z0) e raio r é uma superfície dada pela equação
𝐸𝑠: (𝑥 − 𝑥0 )2 + (𝑦 − 𝑦0 )2 + (𝑧 − 𝑧0 )2 = 𝑟 2
A esfera é um caso particular do elipsoide. Todos os coeficientes dos termos quadráticos do primeiro membro
da equação da esfera são positivos. A superfície da esfera é composta por todos os pontos que satisfazem a
equação da esfera e qualquer plano que seccione a esfera formará nessa intersecção um círculo. A superfície
da esfera é suave, fechada e não tem bordas. É uma das formas mais simétricas na geometria tridimensional.
O volume de uma esfera pode ser calculado usando a fórmula 4πr3/3, onde "r" é o raio. Esta fórmula fornece
o volume de todo o espaço contido dentro da superfície da esfera. As esferas são comuns em muitos campos,
incluindo geometria, física, engenharia e matemática. Elas são usadas para modelar objetos como planetas,
bolas, gotas de líquido, balões e muito mais.
Exemplo: O centro C(2, 3, 1) de uma esfera de raio 2. Qual a equação dessa esfera? Qual seu volume?
13.2.2 Elipsoide
Um elipsoide é uma superfície tridimensional que se assemelha a uma esfera, mas é alongada ou achatada em
uma ou mais direções. É definido por equações de segundo grau em três variáveis e é uma das formas
tridimensionais mais comuns na geometria e na ciência.
Equação Geral de um elipsoide com centro C = (x0, y0, z0) é definido pela equação geral:
(𝑥 − 𝑥0 )2 (𝑦 − 𝑦0 )2 (𝑧 − 𝑧0 )2
𝐸𝑙: + + =1
𝑎2 𝑏2 𝑐2
Nessa equação, "a," "b" e "c" são os semieixos principais do elipsoide nas direções x, y e z, respectivamente.
Esses semieixos determinam o tamanho e a forma do elipsoide.
O centro do elipsoide é o ponto C = (x0, y0, z0) no espaço tridimensional. Ele é o ponto em torno do qual o
elipsoide é simétrico.
A superfície do elipsoide é composta por todos os pontos que satisfazem a equação geral do elipsoide. A
superfície do elipsoide pode ser alongada ou achatada nas direções dos semieixos principais. Elipsoides podem
ter diferentes graus de simetria, dependendo das relações entre os semieixos "a," "b" e "c." Quando todos os
semieixos são iguais, o elipsoide é altamente simétrico, semelhante a uma esfera. Caso contrário, ele exibe
simetria em relação aos semieixos principais.
4
O volume de um elipsoide pode ser calculado usando a fórmula 3 𝜋𝑎𝑏𝑐), onde "a," "b" e "c" são os semieixos
principais nas direções x, y e z, respectivamente.
Figura 13.2: Elipsoide com centro na origem.
Além das coordenadas esféricas, exitem também, as coordenadas elipsoidais são um sistema de coordenadas
tridimensionais que facilita a descrição de pontos em relação a um elipsoide. Elas incluem a distância radial
(ao longo do semieixo principal), a inclinação polar (ângulo em relação ao eixo z) e a longitude (ângulo em
relação ao eixo x).
Elipsoides têm uma ampla variedade de aplicações em ciência, engenharia e geodésia. Eles são usados para
modelar a Terra, lentes e espelhos elipsoidais, sistemas de referência geodésica, entre outras aplicações.
Elipsoides são figuras geométricas essenciais na modelagem e na compreensão de sistemas e fenômenos
tridimensionais. Sua forma variável torna-os úteis na descrição de objetos reais que podem não ser esferas
perfeitas.
13.2.3 Hiperboloide
É uma superfície tridimensional que se assemelha a duas folhas de uma hipérbole, isto é, é composta por duas
"folhas" hiperbólicas que se estendem em direções opostas. Há dois tipos principais de hiperboloides:
hiperboloides de uma folha e hiperboloides de duas folhas.
Um hiperboloide de uma folha com centro C = (x0, y0, z0) é definido pela equação geral
(𝑥 − 𝑥0 )2 (𝑦 − 𝑦0 )2 (𝑧 − 𝑧0 )2
𝐻1𝑥𝑦 : + − =1
𝑎2 𝑏2 𝑐2
Onde o plano simétrico do hiperboloide fica paralelo ao plano xy. É interessante observar que existe apenas
um sinal negativo na equação desse tipo de paraboloide e se o sinal negativo estivesse em x o plano simétrico
estaria no plano yz. Nesta equação, "a," "b" e "c" são constantes positivas que determinam as dimensões do
hiperboloide de uma folha.
A superfície de um hiperboloide de uma folha consiste em uma única folha hiperbólica. À medida que você se
move ao longo da superfície do hiperboloide, você está restrito a uma única folha.
Figura 13.3: Hiperboloide de uma folha com centro na origem.
O hiperboloide de duas folhas com centro C = (x0, y0, z0) é uma superfície dada por:
(𝑥 − 𝑥0 )2 (𝑦 − 𝑦0 )2 (𝑧 − 𝑧0 )2
𝐻2𝑥𝑦 : − − + =1
𝑎2 𝑏2 𝑐2
Onde o plano simétrico do hiperboloide fica paralelo ao plano xy. É interessante observar que existem dois
sinais negativos na equação desse tipo de paraboloide e se o sinal positivo estivesse em y o plano simétrico
estaria no plano xz. Nesta equação, "a," "b" e "c" são constantes positivas que determinam as dimensões do
hiperboloide de duas folhas.
Solução:
Para obter a equação na sua forma canônica temos que dividir toda equação por (-4), para obter:
– x2 + (y2 /4) - (z2/2) = 1. De onde concluímos que se trata de um hiperboloide de duas folhas com eixo de
simetria xz com eixos a = 1, b = 2 e c = √2 e centro na origem.
13.2.4 Paraboloide
Em matemática, um paraboloide é uma superfície quádrica de tipo especial. Existem dois tipos de
paraboloides: elípticas e hiperbólicas. O paraboloide elíptico é moldado como um copo de forma oval e pode
ter um ponto máximo ou mínimo. Em um sistema de coordenadas apropriado, com os três eixos x, y, e z,
podem ser representados por equações próprias.
Paraboloide elíptico
O paraboloide elíptico com vértice V = (x0, y0, z0) é uma superfície dado pela equação:
(𝑥 − 𝑥0 )2 (𝑦 − 𝑦0 )2 (𝑧 − 𝑧0 )
𝑃𝐸𝑥𝑦 : + − =0
𝑎2 𝑏2 𝑐
Com essa configuração a equação representa os paraboloides elípticos que tem plano de reflexão em xy, o
que significa o sólido está acima ou abaixo do plano xy e que tem centro em C(x0, y0, z0). É fácil verificar que
ao mudar o plano de reflexão muda também a forma da equação.
Figura 13.5: Paraboloide elíptico com vértice V = (x0, y0, z0) e plano de reflexão em xy.
O paraboloide elíptico possui um formato semelhante a uma taça (Figura 13.5) e pode possuir um ponto
máximo ou mínimo. Com a = b um paraboloide elíptico é um paraboloide de revolução: uma superfície obtida
através da rotação de uma parábola ao redor de seu eixo. Este é o formato do refletor parabólico utilizado nos
espelhos, antenas e objetos semelhantes. Esta superfície é também chamada de paraboloide circular.
Uma fonte de luz posicionada no ponto focal desta superfície produz um raio de luz paralelo. Isto também
funciona da maneira inversa: um feixe de luz com raios paralelos incidentes no paraboloide é concentrado no
ponto focal. Isto também se aplica a outras ondas, como nas antenas parabólicas.
Paraboloide hiperbólico
(𝑥 − 𝑥0 )2 (𝑦 − 𝑦0 )2 (𝑧 − 𝑧0 )
𝑃ℎ𝑥𝑦 : − − =0
𝑎2 𝑏2 𝑐
Por c > 0, isto é um paraboloide hiperbólico que se abre para baixo ao longo do eixo Z e rotaciona ao longo do
eixo dos y.
O paraboloide hiperbólico possui um formato semelhante a uma sela e pode possuir um ponto crítico chamado
de ponto de sela. Esta é uma superfície com regras duplas, Figura 13.6.
Figura 13.6: Paraboloide hiperbólico rotacionando em torno de y.
Solução:
(x2 – 6x + 9) + 2z2 = y – 1
(x – 3)2 + 2z2 = (y – 1)
Agora podemos perceber que essa é a equação de um Paraboloide elíptico com centro em (3, 1, 0).
Onde a = c = 1 e b = 1/√2.
Exercício:
5)