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2. GEOMETRIA DO ELIPSOIDE
2.1.Considerações Iniciais
Quádrica é o lugar geométrico dos pontos do espaço, cujas coordenadas cartesianas (terno
ortogonal), satisfazem a equação do 2° grau, a três variáveis. Se o termo independente L da equação
acima for nulo, a quádrica passa pela origem, pois o ponto O=(0, 0, 0) satisfaz tal equação. Esferas,
paraboloides, elipsoides, hiperboloides, cilindros (do 2.º grau), constituem as superfícies quádricas
mais conhecidas.
Procedendo-se mudança de coordenadas, através de rotações ou translações, a equação (2.1)
citada acima transforma-se numa das seguintes formas:
Dx2 + Ey2 + Fz2 + L = 0 (2.2a)
Dx2 + Ey2 + Fz2 + Ax = 0 (2.2b)
Dx2 + Ey2 + Fz2 + By = 0 (2.2c)
Dx2 + Ey2 + Fz2 + Cz = 0 (2.2d)
A equação (1) pode transformar-se em dois tipos: em quádricas cêntricas ou centradas e
quádricas não centradas. Caso nenhum dos coeficientes da equação (2.2b) seja nulo, tem-se a
expressão da quádrica centrada, que é dada pela equação (2.3). As quádricas centradas (superfícies
que tem centro de simetria e origem) são escritas:
± x2 ± y2 ± z2 = 1 (2.3a)
a2 b2 c2
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Disciplina: GEO 05071 – Fundamentos de Geodesia – Apostila Professor: Gilberto Gagg
± x2 ± y2 ± z2 = 1 (2.3b)
a2 c2 b2
A equação (2.3b) é chamada forma canônica ou padrão de uma superfície quádrica centrada.
A quádrica centrada tem três planos de simetria (planos principais), três eixos de simetria
(eixos principais) e um centro de simetria (origem), que é o centro da superfície.
Se todos os coeficientes da equação (2.3a ou 2.3b) forem negativos, não há lugar geométrico
definido; se todos os coeficientes forem positivos, o lugar geométrico da superfície define um
elipsoide (a quádrica de centro será um elipsoide); se alternarem-se positivos e negativos (ou vice-
versa), tem-se um hiperboloide de uma ou duas seções. As quádricas não cêntricas darão origem ao
paraboloide elíptico ou ao paraboloide hiperbólico.
As curvas (elipse, hipérbole, parábola), em conjunto com círculos e combinações apropriadas
de duas retas, são chamadas de cônicas. Assim, uma seção plana de uma quádrica é uma cônica, e
consiste no lugar geométrico dos pontos do plano, cujas coordenadas cartesianas satisfazem à
equação do 2° grau a duas variáveis, dada pela equação a seguir:
A interseção de uma superfície quádrica com os planos coordenados é uma seção cônica.
Circunferências, elipses, parábolas e hipérboles constituem as cônicas mais conhecidas.
Constata-se então que as cônicas são casos especiais de curvas e as quádricas, casos especiais
de superfícies. Na figura abaixo, alguns exemplos de superfícies quádricas.
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2.2 Elipsoides
Sendo que A é uma matriz quadrada simétrica, B e X são vetores, X TAX é uma forma
quadrática, e L é o escalar que representa o termo independente das superfícies de 2ª. ordem.
dgh
a x gei
B = b
X = y A=
hif
c z
λ1 X2 + λ2 Y2 + λ3 Z2 = Q (2.6)
que é a chamada equação reduzida, sendo λi os auto-valores da matriz A.
Passando-se um sistema de coordenadas pelo centro do elipsoide escaleno (três eixos
desiguais) cujo plano XY coincide com o plano equatorial tem-se:
x2 y2 z2
+ + =1 (2.7)
a2 c2 b2
A expressão (2.7) refere-se a um elipsoide triaxial (três eixos distintos), que representa a
superfície que mais se aproxima do geoide. Porém o elipsoide triaxial apresenta grande dificuldade
nos cálculos. No caso de a=c, tem-se o elipsoide biaxial ou de revolução, utilizado em Geodesia.
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x2+y2 + z2 = 1 (2.8)
a2 b2
Outra forma de se chegar a esta equação, é considerando o eixo OZ como o eixo de rotação, ao
passo que a equação da superfície de revolução pode ser obtida, substituindo na equação da geratriz,
a variável não vinculada ao eixo de rotação:
x2 + z2 = 1 (2.9)
a2 b2
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