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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO

MINEIRO

GEOMETRIA
ANALÍTICA
ELIPSE
Explorando a Elipse por meio de
vetores

• A elipse, figura geométrica cativante, é amplamente estudada na matemática. Ao


incorporarmos vetores, ferramentas essenciais na descrição gráfica e análise de movimentos, podemos
explorar a elipse de maneira dinâmica e eficiente.
• Esta dissertação visa investigar a elipse usando linguagem vetorial, conectando propriedades
intrínsecas a conceitos de álgebra linear e geometria analítica. Não pretendemos apenas apresentar a
elipse, mas também compreendê-la dinamicamente, visualizando suas transformações sob a ótica
vetorial.
• Ao escolher essa abordagem, adicionamos complexidade à análise matemática, destacando a
versatilidade dos vetores na descrição de fenômenos geométricos. Exploraremos casos específicos,
como a representação paramétrica da elipse, interpretação de elementos focais e a contribuição dos
vetores na formulação de equações e soluções relacionadas.
Cônicas
• Sejam duas retas e e g concorrentes
em O e não perpendiculares, a reta e
permanece fixa e a g gira 360° em torno de e
mantendo constante o ângulo entre estas duas
retas. Nesse caso, a reta g determina uma
superfície cônica circular infinita formada por
duas folhas separadas pelo vértice O.
• A reta g é chamada geratriz e a reta
e, eixo da superfície.
• A seção cônica é formada pelo
conjunto de pontos da interseção de um plano
com a superfície cônica.
• Cônica resultante da secção da
superfície cônica com um plano π(?)
qualquer que não passa pelo vértice O. Para
termos uma elipse, é necessário obedecer
duas condições: o plano não pode ser
paralelo a geratriz e deve interceptar apenas
uma das folhas da superfície.
• Observação: a elipse é uma curva
plana e, portanto, tudo o que se refere a ela
se passa num plano.
Elipse
• Consideramos no plano dois pontos
distintos, F1 e F2, cuja distância d(F1, F2)
entre eles vale 2c, com c > 0. O conjunto de
pontos P desse plano em que d(PF1) + d(PF2)
é igual à constante 2a (a > c) é chamado de
elipse.
• Na prática, podemos construir uma
elipse no papel usando um fio e dois
percevejos. Fixamos os percevejos em dois
pontos, amarrando-se neles as extremidades de
um fio não esticado. Fazemos um lápis deslizar
sobre o papel de maneira que o fio se
mantenha esticado.
Elementos

• F1 e F2: focos da elipse, sendo a distância


focal d(F1, F2) = 2c.
• Centro C: ponto médio do segmento F1F2.
• Eixo maior: é o segmento A1A2 que passa
pelos focos F1 e F2, sendo A1A2 = 2a.
• Eixo menor: é o segmento B1B2 que passa
pelo centro C e é perpendicular ao eixo
maior, sendo B1B2 = 2b.
• Vértices: A1, A2, B1 e B2.
Agora, observem as figuras:

•Da definição de elipse, temos:


B1F1 + B1F2 = 2a x + x = 2a x = a
•Logo, do triângulo retângulo B1 F2, temos:
X² = b² + c²  a² = b² + c²
•Observando essa igualdade concluímos que b <
a e c < a.
•A razão e = é denominada excentricidade da
elipse, em que 0 < e < 1.
•Elipses com excentricidades iguais possuem a
mesma forma, diferindo apenas no tamanho.
Equações reduzidas
1° caso: o eixo maior coincide com
o eixo das abscissas.

•Sejam uma elipse de centro C (0, 0), focos F1 (-c, 0) e F2 (c, 0) e um


ponto P (x, y) qualquer.
•Pela definição de elipse, temos:
+ = 2a
•Sabemos que = P – F1 = (x + c, y) e = P – F2 = (x – c, y). Então:
|(x + c, y)| + |(x – c, y)| = 2a
+ = 2a
a² (a² - c²) = x² (a² - c²) + a²y²
•Sabemos que a² = b² + c²  a² - c² = b², logo:
a²b² = x²b² + a²y²
+ =1
2° caso: o eixo maior coincide com o eixo
das ordenadas.

•Sejam uma elipse de centro C (0, 0), focos F1 (0, -c) e F2


(0, c) e um ponto P (x, y) qualquer.
•Analogamente ao 1° caso, temos:
+ = 2a
= P – F1 = (x, y + c)
= P – F2 = (x, y - c)
|(x, y + c)| + |(x, y - c)| = 2a
+ = 2a
a² (a² - c²) = a²x² + y²(a² - c²)
•Sabemos que a² = b² + c²  a² - c² = b², logo:
a²b² = a²x² + y²b²
+ =1
Observação:
Para sabermos em qual dos eixos ordenados encontra-se o maior eixo da elipse,
basta observamos onde se encontra o maior denominador (a²) na sua equação reduzida. Se a²
for denominador de x², o eixo maior está sobre Ox. Caso contrário, estará sobre Oy.
•Exemplo:
Dada a elipse 9x² + 5y² - 45 = 0, esboçar o gráfico e determinar os vértices A1 e A2,
os focos e a excentricidade.
•Solução:
Para encontrarmos a equação reduzida, dividimos a
equação dada por 45, assim:
=0
+ =1
Como o maior denominador é 9, a elipse possui eixo
maior sobre o eixo das ordenadas. A medida dos semi-eixos são:
a² = 9  a = 3
b² = 5  b =
a² = b² + c²  9 = 5 + c²  c = 2
Logo:
F2 = (0, c)  F2 = (0, 2)
F1 = (0, - c)  F2 = (0, - 2)
A1 = (0, - a)  F2 = (0, - 3)
A2 = (0, a)  F2 = (0, 3)
e= e=
Translação de eixos
(a)

•Uma translação de eixos consiste em trocar um dado


sistema de coordenadas por outro, mantendo as
respectivas direções dos eixos.
• Em (a), a origem do sistema de coordenadas uv se
localiza o ponto (Xo, Yo) do sistema de
coordenadas xy.
• Em (b), o ponto P se localiza no ponto (u, v) do
sistema uv e o ponto (x, y) do sistema xy.
• Assim, podemos notar duas resoluções: (b)

• Essas duas equações são chamadas de


equações de translação de eixos.
Elipses com centro C (Xo,
Yo)
• 1° caso: eixo maior paralelo ao eixo Ox.

Tendo como base o sistema uv, a equação reduzida de uma elipse


é:
+ =1
Substituindo u por (X - Xo) e v por (Y - Yo), temos:
+ =1
Na elipse, o comprimento do eixo maior vale 2a, o do eixo menor
vale 2b e a distância focal vale 2c. Agora, para uma elipse de eixo
maior paralelo a Ox e centro no ponto (Xo, Yo), temos em relação ao
sistema xy:
• F1 (Xo – c, Yo); F2 (Xo + c, Yo)
• A1 (Xo – a, Yo); A2 (Xo + a, Yo)
• B1 (Xo , Yo + b); B2 (Xo, Yo - b)
• Exemplo:
Dada a elipse de equação + = 1, determine:
• Seu centro:
Como o maior denominador é 9, concluímos que o maior eixo é paralelo ao eixo Ox.
Na equação + = 1, o centro é o ponto C (Xo, Yo). Comparando com a equação dada, temos que o centro dessa elipse é C (3, -1).
• As coordenadas dos vértices:
Fazendo a comparação entre essas equações, temos:
a² = 9  a = 3
b² = 4  b = 2
a² = b² + c²  9 = 4 + c²  c =
A1 (Xo – a, Yo) = (3 – 3, -1) = (0, -1)
A2 (Xo + a, Yo) = (3 + 3, -1) = (6, -1)
B1 (Xo , Yo + b) = (3, -1 + 2) = (3, 1)
B2 (Xo, Yo - b) = (3, -1 - 2) = (3, -3)
• As coordenadas de seus focos:
F1 (Xo – c, Yo) = (3 - , -1)
F2 (Xo + c, Yo) = (3 + , -1)
2° caso: eixo maior paralelo ao eixo Ou
Tendo como base o sistema uv, a equação
reduzida de uma elipse é:
+ =1
Substituindo u por (X - Xo) e v por (Y - Yo),
temos:
+ =1
• F1 (Xo, Yo - c); F2 (Xo, Yo + c)
• A1 (Xo, Yo - a); A2 (Xo, Yo + a)
• B1 (Xo - b, Yo); B2 (Xo + b, Yo)
Exemplo:

Uma elipse, cujo eixo maior da elipse é paralelo ao eixo das ordenadas, tem centro C (3, -4), excentricidade e = e eixo menor de
medida 6. Obter a equação desta elipse.

Solução:

Como o eixo maior da elipse é paralelo ao eixo Oy, sua equação é do tipo + = 1, em que Xo = 3 e Yo = -4

De acordo com o exercício 2b = 6  b = 3

e= = c=

De a² = b² + c², temos:

a² = 3² +( )² = 9 +  a² = 16

Logo, a equação da elipse é + = 1  16x² + 9y² - 96x + 72y + 144 = 0

A equação acima é uma equação geral desta elipse.

Assim, qualquer elipse cujos eixos estão sobre os eixos coordenados ou são paralelos a eles, pode apresentar uma equação geral do
tipo: ax² + by² + cx + dy + f = 0.

Sendo a e b de mesmo sinal. Quando a = b, esta equação poderá representar uma circunstância.
Exemplo: Tomando a equação + = 1, temos:

Dada a elipse x² + 4y² - 4x + 16y + 4 = 0, determine: Como o maior denominador é 16, a elipse possui seu eixo maior
paralelo ao eixo Ox. Comparando com a equação + = 1, em que C (Xo,
• Sua equação reduzida:
Yo) temos C (2, - 2);
Organizando a equação, temos:

(x² - 4x) + (4y² + 16y) = - 4  (x² - 4x) + 4(y² + 4y) = - 4 • Os focos:


Ao construirmos trinômios quadrados perfeitos, obtemos a Usando a comparação anterior, temos:
seguinte equação:
a² = 16  a = 4
(x² - 4x + 4) – 4 + 4 [(y² + 4y + 4) – 4] = - 4
b² = 4  b = 2
+ =1
a² = b² + c²  c = 2
Como u = X – Xo  u = X – 2 e v = Y – Yo  v = Y + 2, temos
a equação reduzida: Então,

+ =1 F1 (Xo – c, Yo) = (2 - 2, - 2)

• O centro: F2 (Xo + c, Yo) = (2 + 2, - 2)


Equações
paramétricas
Consideramos a elipse de equação + = 1 e uma circunferência circunscrita a essa elipse. Seja
P (x, y) um ponto qualquer dessa elipse. A reta que passa por esse ponto e é paralelo ao eixo
das ordenadas, intercepta a circunferência o ponto A.
Do triângulo A’AO, temos:
=  OA’ = OA 
Ou X = a
Como x é a abscissa do ponto P, sua ordenada y pode ser calculada substituindo o valor de x na
equação:
+ =1
+ =1
y=b
Para cada valor de θ, há um único ponto P correspondente e quando θ varia de 0 a 2π, o ponto
P parte de (a, 0), descrevendo no sentido anti-horário. Assim, θ é parâmetro e o sistema
, 0 ≤ θ ≤ 2π
constitui as equações paramétricas da elipse.
• Observações: • Solução:

 Forma reduzida: + =  + y² = 1

sin²θ + cos²θ = 1 a² = 4  a = 2

+ =1 b² = 1  b = 1

• Se + = 1 (eixo maior sobre Oy), temos: Portanto, as equações paramétricas são:

• Centro da elipse C (Xo, Yo), vem:

•  (Eixo maior paralelo a Ox) e

• (Eixo maior paralelo a Oy)

• O sistema , 0 ≤ θ ≤ 2π indica que o ponto P parte de (0, b),


descrevendo a elipse no sentido horário.

• Exemplo:

Obtenha as equações paramétricas da elipse de equação x² + 4y² = 4.


Aplicações

• Primeira lei de Kepler: “Qualquer planeta gira em torno do Sol, descrevendo


uma órbita elíptica, da qual o Sol ocupa um dos focos”.
• As formas elípticas podem ser utilizadas na arquitetura. Um exemplo é o
National Statuary Hall nos EUA.
• Sob uma abóboda elíptica os sons emitidos em um foco têm melhor
audibilidade nos pontos próximos ao outro foco, não obstante serem
praticamente inaudíveis na região intermediária aos dois focos.
• Na mecânica, usam-se engrenagens elípticas.
Referências

• WINTERLE, P. “Vetores e geometria analítica”. São Paulo: Makron Books,


2009. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/>.
• SANTOS, F. J.; FERREIRA, S. F. “Geometria analítica”. São Paulo: Artmed
Editora SA, 2009. Disponível em: <https://edisciplinas.usp.br/>.
• EDISCIPLINAS. Aplicações Elipse. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5946661/mod_resource/content/
0/conicas2.pdf>.

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