Você está na página 1de 108

Universidade Federal do Maranhão

Cálculo Vetorial e Geometria


Analítica

2 3
Espaços ℝ e ℝ

Professora: Greiciane Pinto Lima


2
Vetores no ℝ
Vimos que em V2, qualquer conjunto contendo
dois vetores LI forma uma base, nosso objetivo
será representar os vetores do plano euclidiano V 2
através do sistema cartesiano ortogonal xOy. Para
isto, vamos escolher como base ortonormal de V 2
o conjunto B={i⃗ , ⃗j}, onde i⃗ é o vetor com origem
no ponto O e extremidade no ponto (1, 0) e ⃗j é o
vetor com origem no ponto O e extremidade no
ponto (0, 1).
Chamaremos B={i⃗ , ⃗j} de base canônica do
plano.
Dado um vetor ⃗v qualquer do plano, existe uma
única dupla de números reais x e y tais que
⃗v =x i⃗ + y ⃗j
onde x é a primeira coordenada de ⃗v em
relação à base canônica e y é a segunda
coordenada de ⃗v em relação à base canônica.
Conforme a figura ao lado, o vetor
(x, y)
x i⃗ é a projeção ortogonal de ⃗v
sobre i⃗ (ou sobre o eixo dos x) e
o vetor y ⃗j é a projeção ortogonal
de ⃗v sobre ⃗j (ou sobre o eixo
dos y).
Fixada a base canônica, existe uma
correspondência biunívoca entre vetores do
plano V2 e pontos do ℝ 2 , pois a cada vetor do
plano podemos associar um único par ordenado
2
(x, y) de ℝ , que são suas coordenadas na base
canônica. Em virtude disso, podemos definir:
Definição 1. Vetor no plano é um par ordenado
(x, y) de números reais e se representa por
⃗v =( x , y)
o par ordenado (x, y) é chamado expressão
analítica do vetor ⃗v . A primeira coordenada x
será chamada abscissa e a segunda
coordenada y será chamada de ordenada.
Assim, um par ordenado (x, y) pode ser
identificado como um ponto P = (x,y) no plano
ou como um vetor ⃗v =⃗
OP=x i⃗ + y ⃗j (as
coordenadas do ponto extremo P são as
próprias coordenadas do vetor ⃗v em relação à
base canônica).
Particularmente,

i=(1,0)=1. ⃗
i+0. ⃗j
⃗j=(0,1)=0. i⃗ +1. ⃗j
⃗0=(0,0)=0. i⃗ +0. ⃗j
O conjunto ℝ =ℝ x ℝ= {( x , y): x , y∈ℝ } pode ser
2

definido como um conjunto de pontos do plano


ou um conjunto de vetores do plano.
Exemplos:
a) O vetor ⃗v =4 i⃗ +3 ⃗j=(4,3) tem representação
y

3 • (4,3)

2
⃗v
1

1 2 3 4 x
b) (−1 , 1)=− i⃗ + ⃗j
A representação gráfica do vetor (-1, 1) é dada
y
por:
1

-1 x

c) 3 i⃗ =(3,0) e 3 ⃗j=(0,3) são vetores diferentes.


y

3 ⃗j=(0,3)

1
3 ⃗i=(3,0)

1 x
Conceitos Básicos

Igualdade de vetores no plano. Dois
vetores u⃗ =( x 1 , y 1) e ⃗v =( x 2 , y 2) são iguais se, e
somente se, x1 = x2 e y1 = y2, denotamos u⃗ =⃗v.

Operações com vetores no plano. Dados os
vetores u⃗ =( x 1 , y 1) e ⃗v =( x 2 , y 2 ) e k ∈ℝ , define-
se:
i. u⃗ +⃗v =( x 1 , y 1)+( x 2 , y 2 )=( x 1 + x2 , y 1 + y 2 )
ii. k ⃗u =k ( x 1 , y 1 )=(k x 1 , k y 1)
As operações soma e multiplicação por escalar
estão ilustradas nas figuras abaixo.

Adição Multiplicação por escalar

São válidas as seguintes propriedades:


A1. u⃗ +⃗v =⃗v +⃗u ;
A2. u⃗ +(⃗v +⃗w )=(⃗u +⃗v )+⃗ w;
A3. u⃗ + ⃗0 =⃗0 + u⃗ = u⃗ , onde 0⃗ =(0,0);
A4. u⃗ +(− ⃗u )=−⃗u + u⃗ = 0⃗ , se u⃗ =( x , y), então
−⃗u =(−x ,− y) ;
M1. (k 1 k 2 )⃗u =k 1 (k 2 ⃗u ) ;
M2. (k 1 +k 2)⃗u =k 1 u⃗ +k 2 u⃗;
M3. k (⃗u +⃗v )=k u⃗ +k ⃗v ;
M4. 1 u⃗ =⃗u . 1 u⃗ =1( x , y)=(1. x , 1. y)=( x , y)=⃗u

EXERCÍCIO: Mostre que as propriedades acima são válidas.


Segue da definição das operações que:
u⃗ −⃗v =⃗u +(−⃗v )=( x1 −x 2 , y 1− y 2)
(−1) u⃗ =−⃗u

Vetor definido por dois pontos. Um vetor no
plano pode estar em qualquer lugar do plano,
considere u⃗ =⃗ AB , onde A = (x 1, y1) e B = (x2,
y2), conforme a figura abaixo:
Pela regra do triângulo, temos

OA +⃗AB=⃗OB ⇒ ⃗ AB=⃗OB−⃗ OA
Portanto,

AB=( x 2 , y 2)−( x 1 , y 1 )=( x2− x1 , y 2 − y 1 )
Portanto, podemos escrever ⃗ AB=B− A.
Na figura abaixo, os vetores ⃗
OP, ⃗
AB e ⃗
CD
representam o mesmo vetor, pois

OP=(3,1)

AB=B− A=(1+2 , 4−3)=(3 , 1)

CD=D− A=(4−1 , 3−2)=(3 , 1)
Por outro lado, se u⃗ =⃗
AB=B− A , então
B= A +⃗
AB
Dessa forma, se quisermos mudar um vetor de
posição, sabendo sua nova origem, basta usar
a fórmula acima.
Por exemplo, considere ⃗v =(4,3) . Vamos
representar graficamente o vetor ⃗v, com origem
no ponto A = (- 1, 3).
Devemos encontrar o ponto B tal que ⃗v =⃗ AB .
Usando a fórmula acima, temos
B= A +⃗AB=(−1 , 3)+(4,3)=(3 , 6)
Assim:

6 B

4 ⃗v
5
A 3 • (4,3)

2
⃗v
1

x
-1 1 2 3 4

Ponto Médio. Dado o segmento de extremos A
e B, tais que A = (x1, y1) e B = (x2, y2), o ponto
médio do segmento AB é dado por:

Se o ponto médio é dado por M = (x, y):



AM =⃗ MB ⇒( x− x 1 , y− y 1 )=( x 2−x , y 2 − y)
Pela igualdade de vetores:
x 1 +x 2 y 1 + y 2 x–x =x
1
y–y =y
2 –x
2 - y
M =( , ) 1

2 2

Vetores Paralelos. Se u⃗ =( x 1 , y 1) e ⃗v =( x 2 , y 2 )
são paralelos, então existe k real, tal
que u⃗ =k ⃗v, logo:
x1 y1
( x 1 , y 1 )=k ( x 2 , y 2 )⇒ k= =
x2 y2
X1 = kx2 e y1 = ky2
A fórmula obtida acima nos dá a condição de
paralelismo entre dois vetores: dois vetores são
paralelos quando suas componentes forem
proporcionais.
Observação:
• O vetor nulo (0, 0) é paralelo a qualquer vetor.

Módulo de um vetor. Dado ⃗v =( x , y), pelo
teorema de Pitágoras, temos:

|⃗v|= √ x + y
2 2


Distância entre dois pontos. A distância entre
os pontos A = ( x1, y1) e B = (x2, y2) é dada por:
D ( A , B)= √ ( x 1−x 2 ) +( y 1− y 2 ) = √ ( x 2− x1 ) +( y 2− y 1)
2 2 2 2
Exercícios Resolvidos:
2
1. Encontre x para que os vetores ⃗
u =(−x ,120)
2
e ⃗v =(5 x−24 , 4 x +16 x−8) sejam iguais.
Da igualdade de vetores temos:
−x 2=5 x−24 ⇒ x2 +5 x−24=0⇒ x=3 ou x=−8
2 2
120=4 x +16 x−8 ⇒ 4 x +16 x−128=0 ⇒ x=4 ou x=−8
Portanto, o valor de x que satisfaz as duas
equações é x = - 8.
2. Dados os vetores u⃗ =(2 ,5) e ⃗v =(−4 , 9), calcule:
a) u⃗ +⃗v =(2 ,5)+(−4,9)=(2−4 , 5+9)=(−2 , 14)
b) u⃗ −⃗v =(2 ,5)−(−4,9)=(2+ 4 ,5−9)=(6 ,−4)
c) ⃗v −⃗u =(−4,9)−(2 ,5)=(−4−2 , 9−5)=(−6 , 4)
d) 7 u⃗ =7(2 ,5)=(7. 2 , 7.5)=(14 , 35)

3 3 ( 3 3 )( 3 3 )
e) − 1 u⃗ =− 1 (2 ,5)= − 1 . 2 ,− 1 . 5 = − 2 ,− 5

f) 5 ⃗v −7 u⃗ =5(−4,9)−7(2 ,5)=(−34 , 10)


3. Encontre o vetor ⃗x na equação vetorial abaixo
onde u⃗ =(2 , 2) e ⃗v =(−1,1).
1
12 ⃗v − u⃗ +8 ⃗x =25 u⃗ −3 ⃗v −9 ⃗x
4
1ª FORMA: Passar tudo que tem ⃗x para o 1º
membro e, em seguida, simplificar a equação:
1
12 ⃗v − u⃗ +8 ⃗x =25 u⃗ −3 ⃗v −9 ⃗x
4
1 Para simplificar, usamos a prop. M2
8 ⃗x +9 ⃗x =25 u⃗ −3 ⃗v −12 ⃗v + u⃗
4
101
17 ⃗x =−15 ⃗v + u⃗
4
Agora, vamos substituir u⃗ =(2 , 2) e ⃗v =(−1,1) na
equação simplificada:
101 Encontramos o vetor resultante no 2º
17 ⃗x =−15(−1,1)+ (2,2) membro, usando a soma e
4 multiplicação por escalar

Passamos o 17 para o 2º membro, como ele está

17 ⃗x = (131 71
2 2
, ) multiplicando, ele passará dividindo, por isso
colocaremos 1/17 multiplicando as duas
coordenadas do vetor que está no 2º membro.
(
⃗x =
1 131 1 71
. , .
17 2 17 2 )
(
⃗x = )
131 71
,
34 34

2ª FORMA: Vamos substituir ⃗x =( x , y), u⃗ =(2 , 2)
e ⃗v =(−1,1) na equação vetorial e, em seguida,
resolveremos os cálculos gerados:
1
12(−1,1)− (2,2)+8( x , y )=25(2,2)−3(−1,1)−9(x , y)
4

( 1
2
1
)
−12− +8 x , 12− +8 y =(50+3−9 x , 50−3−9 y )
2

(− 2 +8 x , 2 +8 y)=(53−9 x , 47−9 y )
25 23
Usando igualdade de vetores, temos:
25 131 131
− +8 x=53−9 x ⇒ 17 x= ⇒ x=
2 2 34
23 71 71
+8 y=47−9 y ⇒ 17 y= ⇒ y=
2 2 34

(
Portanto, ⃗x =
131 71
,
34 34 ).
4. Seja u⃗ =(1 ,−2) , represente graficamente o
vetor u⃗ com origem no ponto A = (0, -4).
Devemos encontrar o ponto B, tal
que u⃗ =⃗
AB :
B= A +⃗
AB=(0 ,−4)+(1 ,−2)=(1 ,−6)

1 2 3

-1
u⃗
-2
-3
A
-4
-5
u⃗
-6 B
5. Considere os pontos A = (2, 2), B = (-1, 0) e C
= (-1, 2).
a) Mostre que os pontos A, B e C são vértices de
um triângulo.
Devemos mostrar que os pontos A, B e C não
estão alinhados, para isto, basta mostrar que
os vetores ⃗
AB=(−1−2 , 0−2)=(−3 ,−2) e
⃗ .
BC=(−1+1 , 2−0)=(0,2) não são paralelos. De
fato, isso é verdade, pois:
0 2

−3 −2
b) Encontre os pontos médios dos lados do
triângulo ABC.

(
Ponto médio do lado AB: M 1=
2−1 2+0
2
,
2
1
)( )
= ,1
2

Ponto médio do lado BC: M =( )


−1−1 0+2
2 , =(−1 ,1 )
2 2

Ponto médio do lado AC: M =( 2−1 2+2


3 , )=( ,2)
1
2 2 2
c) Calcule os lados do triângulo ABC.
Medida do lado AB:|AB|=√ (−3) +(−2) =√ 13
⃗ 2 2

Medida do lado BC: |BC|=√ 0 +2 =2


⃗ 2 2

AC|=|(−3,0)|= √ (−3) +0 =3
Medida do lado AC: |⃗ 2 2

d) Calcule a área do triângulo ABC.


Note que o vetor ⃗ BC=(0,2) é paralelo ao vetor
⃗j=(0,1) e que o vetor ⃗
AC=(−3,0) é paralelo ao
vetor i⃗ =(1,0). Logo ⃗ BC ⊥⃗AC. Dessa forma,
podemos afirmar que o lado BC é a altura do
triângulo ABC com relação à base AC e,
portanto: |⃗
AC||⃗BC| 3.2
Área= = =3
2 2
6. Dado o vetor u⃗ =(10 ,−8), determine o vetor
paralelo a u⃗ que tenha:
a) O mesmo sentido de u⃗ e duas vezes o módulo
de u⃗ .
Basta multiplicar o vetor u⃗ por 2: |2u| = |2||u| = 2 |u|

2 ⃗u =(20 ,−16)
b) Sentido oposto ao de u⃗ e um terço do módulo
de u⃗.
Basta multiplicar u⃗ por - 1/3: |-1/3u| = 1/3|u|

1
3 (10 8
− u⃗ = − ,
3 3 )
u/k = 1/k. u
c) O versor de u⃗.
O versor de u⃗ é dado pela fórmula u⃗ , logo:
|⃗u|
u⃗
=
(10 ,−8)
|⃗u| √ 10 +(−8)
2 2
=
(10 ,−8)
√ 164
= ( 10
,
−8
√ 164 √ 164
= )( 5 −4
,
√ 41 √ 41 )
25/41 + 16/41 = 41/41 = 1
Raiz(1) = 1
d) Sentido oposto ao de u⃗ e módulo 5.
Basta multiplicar o versor de u⃗ por -5:
u⃗
−5 =−5
|⃗u| ( 5 −4
, )(
√ 41 √ 41
= −
25 20
,
√ 41 √ 41 )
(625 + 400)/41 = 25
Raiz(25) = 5
e) O mesmo sentido de u⃗ e módulo 10.
Basta multiplicar o versor de u⃗ por 10:
u⃗
10 =10
|⃗u| ( 5 −4
, )(
√ 41 √ 41
=
50
,−
40
√ 41 √ 41 )
(2500 + 1600)/41 = 100
Raiz(100) = 10
3
Conjunto ℝ e sistema cartesiano
tridimensional
3
O conjunto ℝ é definido por:
ℝ 3 =ℝ x ℝ x ℝ={( x , y , z): x , y , z∈ℝ }
3
Um elemento de ℝ é um ponto que pode ser
representado no sistema de coordenadas
cartesianas tridimensional, que é formado por três
retas: eixo x ou eixo das abscissas, eixo y ou eixo
das ordenadas e eixo z ou eixo das cotas. Os
eixos se encontram em um único ponto, chamado
origem do sistema e indicado por O = (0, 0, 0),
além disso, os eixos são ortogonais dois a dois e
não coplanares, conforme a figura abaixo.
z
Eixo z
4

3
(0, -1, 3) não está em nenhum dos eixos;
2 (3, 0, 0) está no eixo x pois y = z = 0
(0, - 4, 0) está no eixo y pois x = z = 0
1 (0, 0, 5) está no eixo z pois x = y = 0
O -1

-3 -2 -1 1 2 3 y
1 -1
2 Eixo y
3 -2

x -3

Eixo x

As setas indicam o sentido positivo de cada


eixo.

O eixo x ou eixo das abscissas consiste de
todos os pontos onde y = 0 e z = 0, isto é,
todos os pontos da forma (a, 0, 0), onde a é um
número real;

O eixo y ou eixo das ordenadas consiste de
todos os pontos onde x = 0 e z = 0, isto é,
todos os pontos da forma (0, b, 0), onde b é um
número real;

O eixo z ou eixo das cotas consiste de todos os
pontos onde x = 0 e y = 0, isto é, todos os
pontos da forma (0, 0, c), onde c é um número
real.

Por exemplo, vamos marcar no sistema
tridimensional os pontos A = (-1, 0, 0), B = (0,
-3, 0), C = (0, 4, 0), D = (6, 0, 0), E = (0, 0, -2),
F = (0, 0, 3). z

F • 3
2

G •1A
B • -1 H C
• • •
-3 -2 -1 1 2 3 4 y
1 -1
2
I 3
• 4 E • -2
D G = (0, 0, 1)
5
• H = (0, 1,5, 0)
6
I = (4,5, 0, 0)

x

Cada dupla de eixos determina um plano
coordenado. Portanto, temos três planos
coordenados: plano xy (formado pelos eixos x
e y), plano xz (formado pelos eixos x e z),
plano yz (formado pelos eixos y e z), como
mostra as figuras seguintes.
O plano xy consiste de todos os pontos cuja cota
z = 0, ou seja, de todos os pontos da forma
(a, b, 0), onde a e b são números reais.
Os eixos x e y fazem parte do plano xy.

b
y
O

a •(a, b, 0) A = (0, 0, 1) não está no plano xy;


B = (-4, 2, 0) está no plano xy;
C = (2, 0, 0) está no plano xy e no
x eixo x;
D = (0, 0, 0) está no plano xy e
nos eixos x, y e z;
E = (2, 1, 0) está no plano xy;
PLANO XY F = (0, -1, 0) está no plano xy e
no eixo y;
G = (2, 0, 2) não está no plano xy.
O plano xz consiste de todos os pontos
cuja ordenada y = 0, ou seja, de todos
os pontos da forma (a, 0, c), onde a e
c são números reais.
Os eixos x e z fazem parte do plano xz.
z

c
(a, 0, c)
• Os pontos A, C, D e G do
exemplo anterior fazem
parte do plano xz.

y
O

x PLANO XZ
O plano yz consiste de todos os pontos
cuja abscissa x = 0, ou seja, de todos
os pontos da forma (0, b, c), onde b e
c são números reais.

(0, b, c) Os pontos A, D e F fazem


• parte do plano yz.
c

y
b O

x PLANO YZ
Represente graficamente os pontos A = (0,2,1), B =
(0, 2, -1), C = (-1, 0, 3), D = (-2, 0, -4), E = (4, 2, 0), F
= (2, -5, 0)

Para marcar um ponto no espaço que não está
em nenhum dos planos coordenados, onde
todas as coordenas são diferentes de 0, por
exemplo, P = (3, - 2, 4), procedemos
z
da
seguinte forma: 4

1º Marcamos o ponto A
= (3, -2, 0) no plano xy; P•

2º Deslocamos A -2

paralelamente ao eixo y
dos z, 4 unidades para A• 3
cima (se fosse – 4
seriam 4 unidades para x

baixo) para obter o


ponto P.
Represente graficamente os pontos A = (1,2,1)
e B = (2, 2, -1)
z

1
• A = (1,2,1)
1 2
y
1
(1, 2, 0)
2 -1

x
z

1 2
y
y
1

2 -1
(2, 2, 0)

x • B = (2,2,-1)

O três planos coordenados dividem os espaço
em 8 regiões denominadas octantes.
1º octante: x > 0, y > 0, z > 0;
2º octante: x < 0, y > 0, z > 0;
3º octante: x < 0, y < 0, z > 0;
4º octante: x > 0, y < 0, z > 0;
5º octante: x > 0, y > 0, z < 0;
6º octante: x < 0, y > 0, z < 0;
7º octante: x < 0, y < 0, z < 0;
8º octante: x > 0, y < 0, z < 0.

.
Vetores no Espaço
Nosso objetivo será representar os vetores no
espaço euclidiano V3 através das coordenadas
do sistema cartesiano tridimensional. Para isto,
vamos considerar a base B={i⃗ , ⃗j , ⃗k } , onde i⃗ é o
vetor com origem em O e extremidade no
ponto (1, 0, 0), ⃗j é o vetor com origem no ponto
O e extremidade no ponto (0, 1, 0) e ⃗k é o vetor
com origem no ponto O e extremidade no
ponto (0, 0, 1). B é a base canônica de V 3.
Como B é uma de V3, todo vetor ⃗v de V3 é de
maneira única como combinação linear dos
vetores i⃗ , ⃗j e ⃗k. Assim, existem escalares
únicos x, y e z tais que:
⃗ y ⃗j+ z ⃗k
⃗v = x i+
onde x é a primeira coordenada de ⃗v em
relação à base canônica, y é a segunda
coordenada de ⃗v em relação à base canônica e
z é a terceira coordenada de ⃗v em relação à
base canônica.
Considere o
paralelepípedo da
figura ao lado, cujos
lados são determinados
pelos vetores x i⃗, y ⃗j e
z ⃗k . Pela regra do
triângulo, ⃗v é a diagonal
do paralelepípedo,
onde O = (0, 0, 0) e P =
(x, y, z). Assim,
podemos escrever:
⃗v =( x , y , z)
Fixada a base canônica, existe uma
correspondência biunívoca entre vetores do espaço
3
V e pontos do ℝ, pois a cada vetor ⃗v do espaço
3
3
podemos associar um único ponto (x, y, z) de ℝ, que
são suas coordenadas na base canônica. Em
virtude disso, podemos definir:
Definição 1. Vetor no espaço é uma tripla ordenada
(x, y, z) de números reais e se representa por
⃗v =( x , y , z)
a tripla ordenada (x, y, z) é chamada expressão
analítica do vetor ⃗v. A primeira coordenada x será
chamada abscissa, a segunda coordenada y será
chamada de ordenada e a terceira coordenada z
será chamada cota.
Assim, uma tripla ordenada (x, y, z) pode ser
identificada como um ponto P = (x,y, z) no
espaço ou como um vetor ⃗v =⃗ ⃗ y ⃗j+ z ⃗k
OP= x i+
(as coordenadas do ponto extremo P são as
próprias coordenadas do vetor ⃗v em relação à
base canônica).
Particularmente,
i⃗ =(1,0,0)=1. i⃗ +0. ⃗j+0. ⃗k
⃗j=(0,1 ,0)=0. i⃗ +1. ⃗j+0. ⃗k
P
⃗k=(0,0 , 1)=0. i⃗ +0. ⃗j+1. ⃗k
⃗0=(0,0 , 0)=0. i⃗ +0. ⃗j+0. ⃗k
2. i⃗ −4 ⃗j +0. ⃗k =(2 ,−4 , 0)

2. i−4 ⃗j=(2 ,−4)
O conjunto ℝ =ℝ x ℝ= {( x , y , z): x , y , z∈ℝ } pode
3

ser definido como um conjunto de pontos do


espaço ou um conjunto de vetores do espaço.
Exemplos:
a) O vetor ⃗ ⃗j+3 ⃗k=(4 , 4 , 3)
⃗v =4 i+4 tem
representação z
3

1
⃗v •
1 2 3 4 y
1
2
3
4
x
b) Represente no mesmo sistema cartesiano o
⃗ ⃗j−4 ⃗k e as projeções de ⃗v no
vetor ⃗v =−2 i+
plano xy, xz, yz, eixo x, eixo y e eixo z.
z
Em coordenadas, temos:
⃗v =(−2 , 1,−4)=⃗
OP
As projeções de com os eixos x, y
e z são dadas respectivamente
-2 pelos vetores de origem em O e
-1 extremidade no pontos: A =(-2, 0, 0),
O B=(0, 1, 0) e C=(0, 0, -4);
As projeções de com os planos
1 y xy, xz e yz são dadas
x -1 respectivamente pelos vetores com
origem em O e extremidade no
-2 pontos: D=(-2, 1, 0), E=(-2, 0, 4) e
F=(0, 1, -4).
-3 Dessa forma,as coordenadas dos
vetores acima são os vértices do
-4 paralelepípedo de lados
determinados pelos vetores (-2, 0,
0), (0, 1, 0) e (0, 0, -4)

Em seguida, marcamos os pontos A, B, C, D,
E, F, P e O, que são vértices do
paralelepípedo:
z

-2 A
• •D
-1
O B
• •
1 y
x -1

-2
⃗v
E• •P
-3

C • -4 • F
Para finalizar, traçamos setas ⃗
OP, ⃗
OA, ⃗
OB, ⃗
OC,

OD , ⃗
OE e ⃗ OF.
z

-2 A
• •D
-1
O
• •B
1 y
x -1

-2
⃗v
E
-3 • •P
C • -4 •F
Conceitos Básicos

Igualdade de vetores no espaço. Dois
vetores u⃗ =( x 1 , y 1 , z 1 ) e ⃗v =( x 2 , y 2 , z 2 ) são iguais
se, e somente se, x1 = x2, y1 = y2 e z1 = z2,
denotamos u⃗ =⃗v.

Operações com vetores no espaço. Dados
os vetores u⃗ =( x 1 , y 1 , z 1 ) e ⃗v =( x 2 , y 2 , z 2 ) e k ∈ℝ,
define-se:
i. u⃗ +⃗v =( x 1 , y 1 , z 1 )+( x 2 , y 2 , z 2 )=( x 1 + x 2 , y 1 + y 2 , z 1 + z 2)
ii. k ⃗u =k ( x 1 , y 1 , z 1)=(k x 1 , k y 1 , k z 1 )
Segue da definição das operações que:
u⃗ −⃗v =⃗u +(−⃗v )=( x1 −x 2 , y 1− y 2 , z 1− z 2 )
(−1) u⃗ =−⃗u

Vetor definido por dois pontos. Um vetor no
espaço pode estar em qualquer lugar do
espaço, considere u⃗ =⃗ AB , onde A = (x 1, y1, z1)
e B = (x2, y2, z2), temos:

AB=( x 2− x1 , y 2− y 1 , z 2 −z 1)

Ponto Médio. Dado o segmento de extremos A
= (x1, y1, z1) e B = (x2, y2, z2), o ponto médio do
segmento AB é dado por:

M= (
x 1 + x 2 y 1 + y 2 z1 + z 2
2
,
2
,
2 )

Vetores Paralelos. Se o vetores u⃗ =( x 1 , y 1 , z 1 )
e ⃗v =( x 2 , y 2 , z 2 ) são paralelos, então existe k
real, tal que u⃗ =k ⃗v, logo:
x1 y 1 z 1
( x 1 , y 1 , z 1)=k ( x 2 , y 2 , z 2 )⇒ k= = =
x2 y 2 z 2

Módulo de um vetor. Dado ⃗v =( x , y , z), pelo
teorema de Pitágoras, temos:

|⃗v|= √ x + y + z
2 2 2


Distância entre dois pontos. A distância entre
os pontos A = ( x1, y1, z1) e B = (x2, y2, z2) é
dada por:

D( A , B)= √ ( x 1−x 2 ) +( y 1− y 2 ) +( z 1 −z 2 )
2 2 2

D( A , B)= √ ( x 2−x 1 ) +( y 2− y 1 ) +( z 2 −z 1 )
2 2 2
Produto Escalar

Definição 2: Dados os vetores u⃗ =( x 1 , y 1 , z 1 ) e
⃗v =( x 2 , y 2 , z 2 ) , o produto escalar de u⃗ e ⃗v é o
número real dado por ⟨⃗u , ⃗v ⟩=x 1 x 2 + y 1 y 2 + z 1 z 2
(Podemos denotar também por u⃗ . ⃗v ).
Exemplos:
1. u⃗ =(−2 , 1 , 3) e ⃗v =(−3 , 4 , 4)

⟨⃗u , ⃗v ⟩=(−2)(−3)+1. 4+3. 4=22


−3 ⟨⃗u , ⃗v ⟩ u⃗ =(−3)22(−2 , 1 , 3)=(−66.(−2),−66.1 ,−66.3)
−3 ⟨⃗u , ⃗v ⟩ u⃗ =(132 ,−66 ,−198)
(−3 u⃗ +4 ⃗v )( u⃗ − ⃗v )=[(−3)(−2 , 1 ,3)+4(−3 , 4 , 4)](1 ,−3 ,−1)
(−3 u⃗ +4 ⃗v )( u⃗ − ⃗v )=(−6 , 13 ,7)(1 ,−3 ,−1)
(−3 u⃗ +4 ⃗v )( u⃗ − ⃗v )=−6.1+13(−3)+7 (−1)=−52
2. Calcule (−7 i+10⃗ ⃗j−4 ⃗k )(2 i+8
⃗ ⃗j−15 ⃗k )

(−7 i+10 ⃗j−4 ⃗k )(2 i+8
⃗ ⃗j−15 ⃗k )=−7.2+10.8−4 (−5)=86
Observe que sempre podemos passar de uma
notação para outra:
⟨⃗u , ⃗v ⟩=⃗u . ⃗v =⃗u ⃗v
−3 ⟨⃗u , ⃗v ⟩ u⃗ =−3(⃗u . ⃗v )⃗u
(−3 u⃗ +4 ⃗v )( u⃗ − ⃗v )=⟨−3 u⃗ +4 ⃗v , ⃗u− ⃗v ⟩

(−7 i+10 ⃗j−4 ⃗k )(2 i+8
⃗ ⃗j−15 ⃗k )=⟨−7 i+10
⃗ ⃗j−4 ⃗k , 2 i+8
⃗ ⃗j−15 ⃗k ⟩
Propriedades. Dados os vetores u⃗ =( x 1 , y 1 , z 1 ),
⃗v =( x 2 , y 2 , z 2 ) e ⃗
w =( x3 , y 3 , z 3 )e o escalar k, temos:
i. ⟨⃗u , ⃗v ⟩=⟨⃗v , u⃗ ⟩
u⃗ . ⃗v =⃗v . u⃗
Prova:
⟨⃗u , ⃗v ⟩=⟨( x 1 , y 1 , z 1) ,( x 2 , y 2 , z 2 )⟩= x1 x 2 + y 1 y 2 + z 1 z 2
Pela comutativa da multiplicação de números
reais, temos:
⟨⃗u , ⃗v ⟩=x 2 x 1 + y 2 y 1 + z 2 z 1=⟨⃗v , u⃗ ⟩
ii. ⟨⃗u , ⃗v ±⃗
w ⟩=⟨⃗u , ⃗v ⟩±⟨⃗u , ⃗
w ⟩ e ⟨⃗u ±⃗v , ⃗
w ⟩=⟨⃗u , ⃗
w ⟩±⟨⃗v , ⃗
w⟩
u⃗ .(⃗v ±⃗ w e (⃗u ±⃗v ). ⃗
w )=⃗u . ⃗v ±⃗u . ⃗ w =⃗u . ⃗
w ±⃗v . ⃗
w
Prova:Vamos demonstrar ⟨⃗u , ⃗v +⃗ w⟩,
w ⟩=⟨⃗u ,⃗v ⟩+⟨⃗u , ⃗
as outras são demonstradas de forma análoga.

⟨⃗u , ⃗v +⃗
w ⟩=⟨( x1 , y 1 , z 1 ),( x 2 + x3 , y 2+ y 3 , z 2 + z 3 )⟩
⟨⃗u , ⃗v +⃗
w ⟩=x 1 ( x 2 + x 3 )+ y 1 ( y 2 + y 3)+z 1 ( z 2 + z 3 )
⟨⃗u , ⃗v +⃗
w ⟩=x 1 x2 + x 1 x 3 + y 1 y 2 + y 1 y 3 + z 1 z 2 + z 1 z 3
⟨⃗u , ⃗v +⃗
w ⟩=( x 1 x 2 + y 1 y 2 +z 1 z 2 )+( x 1 x 3 + y 1 y 3 + z 1 z 3 )
⟨⃗u , ⃗v +⃗
w ⟩=⟨⃗u , ⃗v ⟩+⟨⃗u , ⃗
w⟩
iii. k ⟨⃗u , ⃗v ⟩=⟨k u⃗ , ⃗v ⟩=⟨⃗u , k ⃗v ⟩
k (⃗u ⃗v )=(k u⃗ ). ⃗v =⃗u .(k ⃗v )
Prova:
k ⟨⃗u , ⃗v ⟩=k ( x 1 x2 + y 1 y 2 +z 1 z 2 )=(kx 1) x 2 +(ky 1 ) y 2 +(kz 1) z 2

k ⟨⃗u , ⃗v ⟩=⟨(kx 1 , ky 1 , kz 1 ),( x 2 , y 2 , z 2)⟩=⟨ k ⃗u , ⃗v ⟩

Para provar a segunda parte, basta observar


que: k ( x 1 x 2 + y 1 y 2 +z 1 z 2 )= x 1 (kx 2 )+ y 1 (ky 2 )+z 1 (kz 2 ),
logo:
k ⟨⃗u , ⃗v ⟩=⟨( x 1 , y 1 , z 1),(kx 2 , ky 2 , kz 2 )⟩=⟨ u⃗ , k ⃗v ⟩
iv. ⟨ u⃗ , u⃗ ⟩=0⇔ u⃗ = ⃗0 e u⃗ ≠ ⃗0 ⇒ ⟨ u⃗ , u⃗ ⟩>0
Prova:
Para provar que ⟨ ⃗u , u⃗ ⟩=0⇔ ⃗u= ⃗0, basta observar
que:
⟨⃗u , u⃗ ⟩=0⇔ x 1 + y 2 + z 1=0⇔ x 1= y 1= z 1 =0 ⇔ u⃗ = ⃗0
2 2 2

Vamos provar que u⃗ ≠⃗0 ⇒ ⟨ u⃗ , u⃗ ⟩>0. Como u⃗ ≠⃗0,


2 2 2
então ⟨⃗u , u⃗ ⟩=x1 + y 2 + z 1 >0 .
v. ⟨⃗u , u⃗ ⟩=|⃗u|2
2
u⃗ . u⃗ =|⃗u| Prova:
(x, y, z) (x, y, z) = x2 + y2 + z2
|(x, y, z)|2 = x2 + y2 + z2 = (x, y, z) (x, y, z)

Exemplos:
1. Podemos usar as propriedades para calcular a
expressão (−3 u⃗ +4 ⃗v )( u⃗ −⃗v ) .
(−3 u⃗ +4 ⃗v )( u⃗ − ⃗v )=(−3 u⃗ . u⃗ )+[−3 ⃗u .(− ⃗v )]+(4 ⃗v . u⃗ )+[4 ⃗v .(− ⃗v )]
2 2
(−3 u⃗ +4 ⃗v )( u⃗ − ⃗v )=−3|u⃗| +3 u⃗ . v⃗ +4 ⃗v . u⃗ −4|⃗v|
2 2 2 2 2 2
(−3 u⃗ +4 ⃗v )( u⃗ − ⃗v )=−3 [(−2) +1 +3 ]+7 u⃗ . ⃗v −4 [(−3) +4 +4 ]
(−3 u⃗ +4 ⃗v )( u⃗ − ⃗v )=−3 .14+7 .22−4 .41=−52
2. Calcule o valor da expressão vetorial abaixo,
sabendo que |⃗u|=5 , ⃗v =(−3 , 1 , 9) e ⃗
w =(0 ,−6 , 8).

|⃗u|[(−5 ⃗v −2 ⃗
w )( ⃗v + ⃗
w )] ⃗v +( u⃗ . u⃗ ) ⃗v

Usando as propriedades do produto escalar e


da multiplicação por escalar, temos:
2 2 2 2 2 2
|⃗u|[−5|⃗v| −5 ⃗v ⃗
w −2 ⃗v ⃗
w −2|⃗
w| ]⃗v +|⃗u| ⃗v ={|⃗u|[−5|⃗v| −7 ⃗v ⃗
w −2|⃗
w| ]+|⃗u| }⃗v

Substituindo |⃗u|=5, ⃗v =(−3 , 1 , 9) e ⃗


w =(0 ,−6 , 8) na
última expressão vetorial obtida, temos:
2 2 2
{5[−5|(−3 ,1 ,9)| −7(−3,1,9)(0 ,−6 ,8)−2|(0 ,−6 , 8)| ]+5 }(−3 ,1 ,9) =
{5[−5(91)−7(66)−2(100)]+25}(−3 ,1 , 9)=[5(−1117)+25](−3 ,1 , 9) =

−5560 (−3 , 1, 9)=(16680 ,−5560 ,−50040)



OUTRA FORMA: podemos resolver a
expressão vetorial fazendo logo as
substituições |⃗u|=5 , ⃗v =(−3 , 1 , 9) e ⃗
w =(0 ,−6 , 8)
e, em seguida, fazendo os cálculos envolvidos.
|u⃗|[(−5 ⃗v −2 ⃗
w )( ⃗v + ⃗
w )] ⃗v +( u⃗ . u⃗ ) ⃗v =
2
5[(−5(−3 ,1 , 9)−2(0 ,−6 , 8))((−3 , 1, 9)+(0 ,−6 , 8))](−3 ,1 , 9)+|⃗u| (−3 ,1 ,9)=
5[(15 , 7 ,−61)(−3 ,−5 , 17)](−3 ,1 , 9)+25 (−3 , 1 , 9)=5(−1117)(−3 ,1 , 9)+25(−3 , 1 , 9) =
[5(−1117)+25](−3 , 1 , 9)=−5560(−3 ,1 , 9)=(16680 ,−5560 ,−50040)
3. Mostre que |⃗v −⃗u|2 =|⃗u|2 −2 ⟨⃗u , ⃗v ⟩+|⃗v|2.
Pelas prop. II, III e V, temos:
2
|⃗v −⃗u| =⟨⃗v −⃗u , ⃗v −⃗u ⟩=⟨⃗v , ⃗v ⟩−⟨ ⃗v , u⃗ ⟩−⟨⃗u , ⃗v ⟩+⟨⃗u , u⃗ ⟩
2 2 2 2 2
|⃗v −⃗u| =|⃗v| −2 ⟨ u⃗ , ⃗v ⟩+|⃗u| =|⃗u| −2 ⟨⃗u , ⃗v ⟩+|⃗v|
Interpretação Geométrica do
Produto Escalar
Dados os vetores u⃗ =( x 1 , y 1 , z 1 ) e ⃗v =( x 2 , y 2 , z 2 ),
considere o paralelogramo ABCD determinado
por u⃗ e ⃗v, conforme a figura abaixo.
B

u⃗ ⃗v −⃗u

A ⃗v C

Aplicando a lei dos cossenos no triângulo ABC,


temos:
2 2 2
|⃗v −⃗u| =|⃗u| +|⃗v| −2|⃗u||⃗v|cos θ
2 2 2
|⃗v −⃗u| =|⃗u| −2 ⟨⃗u , ⃗v ⟩+|⃗v|
2 2 2
Como |⃗
v −⃗
u| =|⃗
u| −2 ⟨⃗
u , ⃗
v ⟩+|⃗
v|, temos:
2 2 2
|⃗v −⃗u| =|⃗u| −2 ⟨⃗u , ⃗v ⟩+|⃗v|
2 2 2
|⃗v −⃗u| =|⃗u| +|⃗v| −2|⃗u||⃗v|cos θ

Igualando as duas equações, obtemos:

⟨⃗u , ⃗v ⟩=|⃗u||⃗v|cos θ

onde  é o ângulo entre u⃗ e ⃗v, 0° ≤  ≤ 180°.


Exemplos:
1. Calcule ⟨⃗u , ⃗v ⟩ , sabendo que |⃗u|=4,5 , |⃗v|=3 e o
ângulo entre os vetores é π .
3

Basta substituir os valores dados na fórmula:


π
⟨⃗u , ⃗v ⟩=|⃗u||⃗v|cos θ ⇒ ⟨⃗u , ⃗v ⟩=4,5.3. cos( )=6,75
3
2. Calcule ⟨ ⃗u , i⃗ ⟩, sabendo que o ângulo que u⃗
forma com o eixo x é 30° e que u⃗ é unitário.
O vetor tem a mesma direção do eixo x, logo
o ângulo entre i⃗ e u⃗ é 30° e ⃗|=|i⃗|=1 ,
|u
substituindo na fórmula:

⟨⃗u , i ⟩=1.1. cos(30 °)=
√ 3
2
Ângulo entre dois vetores: Dados os não nulos
vetores u⃗ e ⃗v e o ângulo  entre u⃗ e ⃗v , pela fórmula
anterior, temos:
u⃗  ⟨⃗u , ⃗v ⟩
⃗v cos θ =
|u⃗||⃗v|
0 ≤  ≤ .
Conforme a fórmula acima, o sinal de ⟨⃗u , ⃗v ⟩ é o
mesmo de cos , podemos concluir que:
i. ⟨⃗u , ⃗v ⟩>0  cos  > 0  0 ≤  < /2;
ii. ⟨⃗u , ⃗v ⟩<0  cos  < 0  /2 <  ≤ ;
iii. ⟨⃗u , ⃗v ⟩=0  cos  = 0   = /2;
A afirmação iii acima, nos dá a condição de
ortogonalidade de dois vetores:
ortogonais Os vetores u⃗ e ⃗v são
Vetores ortogonais.
ortogonais se, e somente se, ⟨⃗u , ⃗v ⟩=0.

⟨⃗u , ⃗v ⟩>0 ⟨⃗u , ⃗v ⟩<0 ⟨⃗u , ⃗v ⟩=0


Exemplos:
1. Calcule o ângulo entre os vetores u⃗ =(−3 , 5 , 7)
e ⃗v =(−8 , 3 , 6).
Temos:
⟨ ⃗u , ⃗v ⟩ ⟨(−3,5,7),(−8,3,6)⟩
cos θ = ⇒ cos θ =
|u⃗||⃗v| √ 9+25+ 49 √ 64 +9+36
(24+15+ 42) 81
cos θ = =
√ 9+25+ 49 √ 64+9+36 √ 83 √ 109
−1
cos θ ≈0,8515942 ⇒θ ≈cos (0,8515942)≈31,61 °
2. Verifique se os vetores a seguir são ortogonais.
a) (-1, 3, -7) e (9, 2, 1)
Basta fazer o produto escalar entre os vetores:
(-1, 3, -7)(9, 2, 1) = – 9 + 6 – 7 = – 10 ≠ 0
Logo, os vetores não são ortogonais.
b) (-13, 5, 25) e (-42; -33,5; 15,14 )
Basta fazer o produto escalar entre os vetores:
(-13, 5, -25)(-42; -33,5; 15,14 ) = 546 – 167,5 –
378,5 = 0
Logo, os vetores são ortogonais.
3.Verifique se o triângulo ABC é um triângulo
retângulo, onde A = (-4, 5, 5), B = (-3, 9, -7) e
C=(0 , 7+2 √ 6 , 1) .
Devemos calcular os os três vetores que
determinam os lados do triângulo ABC e
verificar se algum par desses vetores forma um
ângulo reto: A


AC=(4 , 2+2 √ 6 ,−4) (PODEMOS USAR O OPOSTO)


AB=(1 , 4 ,−12) (PODEMOS USAR O OPOSTO)
B C


BC=(3 ,−2+2 √ 6 , 8) (PODEMOS USAR O OPOSTO)

Para verificar se algum par de vetores é
ortogonal, basta verificar se algum par de
vetores tem produto escalar igual a zero:

AC . ⃗
AB=(4 , 2+2 √ 6 ,−4)(1 , 4 ,−12)=4 +8+8 √ 6+48≠0


AC . ⃗
BC =(4 , 2+2 √ 6 ,−4)(3 ,−2+2 √ 6 , 8)=12−4+4 √ 6−4 √ 6+4.6−32=0


Como ⃗ AC . ⃗
BC=0, o triângulo tem um ângulo
reto em C, logo é um triângulo retângulo.
Ângulos diretores e cossenos diretores.
Seja ⃗v =( x , y , z) um vetor no espaço e ,  e 
os ângulos que o vetor ⃗v forma com os eixos x,
y e z, respectivamente, conforme mostra a
figura abaixo.
Como  é o ângulo entre ⃗v e o eixo x, temos:
⟨ ⃗v , i⃗ ⟩ x
cos α = = ⇒ x=|⃗v|cos α

|⃗v||i| |⃗v|
Como  é o ângulo entre ⃗v e o eixo y, temos:
⟨⃗v , ⃗j ⟩ y
cos β = = ⇒ y=|⃗v|cos β

|⃗v|| j| |⃗v|
Como  é o ângulo entre ⃗ve o eixo z, temos:
⟨⃗v , ⃗k ⟩ z
cos γ = = ⇒ z=|⃗v|cos γ
|⃗v||⃗k| |⃗v|
Portanto,
⃗v =(|⃗v|cos α ,|⃗v|cos β ,|⃗v|cos γ )
⃗ v|cos β ⃗j+|⃗v|cos γ ⃗k
⃗v =|⃗v|cos α i+|⃗

onde os ângulos ,  e  são chamados
ângulos diretores de ⃗v e cos, cos e cos são
chamados cossenos diretores de ⃗v.
Para um vetor unitário u⃗, a fórmula acima nos
dá:
u⃗ =(cos α , cos β , cos γ )

u⃗ =cos α i+cos β ⃗j+cos γ ⃗k

Observe que dado qualquer vetor ⃗v, temos:
2 2 2
cos α +cos β +cos γ =1


Além disso, as coordenadas do versor de ⃗v são
os cossenos diretores de ⃗v:
⃗v
=(cos α , cos β , cos γ )
|⃗v|

Exemplos:
1. O vetor ⃗v =(−3 , 4 ,−9) pode ser escrito:
Em função de suas coordenadas cartesianas:
⃗ ⃗j−9 ⃗k
⃗v =(−3 , 4 ,−9)=−3 i+4
Em função de seu módulo e de seus ângulos
diretores:
3
x=|⃗v|cos α ⇒−3= √ (−3) +4 +(−9) cos α ⇒ cos α =−
2 2 2

√ 106
(
−1
α =cos −
3
)
√ 106
≈106,94 °
4
y=|⃗v|cos β ⇒ 4= √(−3) +4 +(−9) cos β ⇒ cos β =
2 2 2

√ 106
β =cos ( )
−1 4
√ 106
≈67,14 °
9
z=|⃗v|cos γ ⇒−9= √(−3) +4 +(−9) cos γ ⇒ cos γ =−
2 2 2

√ 106
−1
γ =cos − ( 9
√ 106 )
≈150,94 °

Logo,

⃗v =( √ 106 cos 106,94 ° , √ 106 cos 67,14 ° , √ 106 cos 150,94 °)

⃗v = √ 106 cos 106,94 ° i⃗ + √ 106 cos 67,14 ° ⃗j+ √ 106 cos 150,94 ° ⃗k

⃗v em função de seu módulo e de seus ângulos diretores


Observe que o versor de ⃗v é dado por:
v⃗ ⃗
=cos 106,94 ° i+cos 67,14 ° ⃗j+cos 150,94 ° ⃗k
|⃗v|

2. Sabendo que os ângulos diretores de ⃗v são


45°, 60° e . Calcule .
Como 45°, 60° e  são ângulos diretores,
temos:
2 2 2
cos α +cos 45 °+cos 60 °=1
2 2 1 2 1 1
cos α + + =1⇒ cos α = ⇒ cos α =±
4 4 4 2
Portanto,  = 60° ou  = 120°.
Projeção ortogonal de um vetor sobre o outro.
Sejam u⃗ e ⃗v dois vetores, nosso objetivo será
obter o vetor ⃗
v 1 , tal que ⃗v =⃗
v 1 +⃗
v 2, u⃗ ⊥⃗
v 2 e u⃗∥⃗
v1 .

u⃗ ⃗v

Como u⃗∥⃗v 1, existe um escalar k tal que ⃗


v 1 =k u⃗,
o que nos dá:
⃗v =⃗
v 1 +⃗
v 2 ⇒⃗
v 2=⃗v −⃗
v 1 ⇒⃗
v 2=⃗v −k u⃗
Como u⃗ ⊥⃗
v 2 , temos:
⟨⃗u , ⃗v ⟩
⟨ u⃗ , ⃗
v 2 ⟩=0 ⇒ ⟨ u⃗ , ⃗v −k u⃗ ⟩=0 ⇒ ⟨ u⃗ , ⃗v ⟩−k ⟨ u⃗ , u⃗ ⟩=0 ⇒ k =
⟨ u⃗ , u⃗ ⟩
Portanto,
⟨⃗u , ⃗v ⟩
v 1=k u⃗ ⇒ ⃗
⃗ v 1= u⃗
⟨ u⃗ , u⃗ ⟩

o vetor ⃗ v 1 será chamado projeção ortogonal do


vetor ⃗v sobre o vetor u⃗, denotaremos:
⟨⃗u , ⃗v ⟩ ⟨⃗u , ⃗v ⟩
proju⃗ ⃗v = ⃗u= u⃗
⟨ u⃗ , u⃗ ⟩ |⃗u|
2
Note que se u⃗ é unitário, então:
proju⃗ ⃗v =⟨⃗u , ⃗v ⟩ u⃗
Dessa forma, o módulo da projeção de ⃗v sobre
u⃗, quando u⃗ é unitário, será dado por:

|proju⃗ ⃗v|=|⟨ u⃗ , v⃗ ⟩ u⃗|=|⟨ u⃗ , ⃗v ⟩||u⃗|


|proju⃗ ⃗v|=|⟨ u⃗ , ⃗v ⟩|

Note que o vetor projeção de ⃗v sobre u⃗ é igual
ao vetor projeção de ⃗v sobre k u⃗.
⟨k u⃗ , ⃗v ⟩ k ⟨⃗u , ⃗v ⟩ ⟨⃗u , ⃗v ⟩
proj k ⃗u ⃗v = 2
k u⃗ = 2 2 k u⃗ = 2
u⃗ = proj⃗u ⃗v
|k u⃗| k |⃗u| |⃗u|
1. Calcule o vetor projeção de ⃗v =(−6 , 1 ,−10),
cacule:
a) O vetor projeção de ⃗v sobre o vetor (-2, 1, 5).
Considere u⃗ =(−2 , 1 , 5), o vetor pedido será:
⟨ u⃗ , ⃗v ⟩ ⟨(−2 , 1 , 5),(−6 , 1 ,−10)⟩
proju⃗ ⃗v = 2
u⃗ = 2
(−2,1,5)
|⃗u| |(−2,1,5)|

proju⃗ ⃗v =
12+1−50
4+1+25
(−2,1,5)=
−37
30
(−2,1,5)= ,− ,−
15 30 (
37 37 37
6 )
b) O vetor projeção de ⃗v sobre cada eixo
coordenado.
Projeção de ⃗v com o eixo x: basta calcular o
vetor projeção de ⃗v sobre qualquer vetor que
tenha a mesma direção do eixo x, por
simplicidade escolheremos o vetor i⃗ =(1 , 0 , 0) .
Assim, temos:
⟨ i⃗ , ⃗v ⟩ ⃗ ⟨(1 , 0 , 0),(−6 , 1 ,−10)⟩
proji⃗ ⃗v = 2 i= (1 , 0 , 0)
|i|⃗ |(1 , 0 , 0)|
2

proji⃗ ⃗v =−6(1 , 0 , 0)=(−6 , 0 , 0)

No geral para qualquer vetor (x, y, z) a


projeção com o eixo x é o vetor (x, 0, 0).
Projeção de ⃗v com o eixo y: basta calcular o
vetor projeção de ⃗v sobre qualquer vetor que
tenha a mesma direção do eixo y, por
simplicidade escolheremos o vetor ⃗j=(0 , 1 , 0).
Assim, temos:
⟨ ⃗j , ⃗v ⟩ ⃗ ⟨(0 , 1 , 0),(−6 ,1 ,−10)⟩
proj ⃗j ⃗v = j= (0 , 1 , 0)
|⃗j|
2 2
|(0 , 1 , 0)|

proj ⃗j ⃗v =1(0 , 1 , 0)=(0 , 1 , 0)


No geral para qualquer vetor (x, y, z) a
projeção com o eixo y é o vetor (0, y, 0).
Projeção de ⃗v com o eixo z: basta calcular o
vetor projeção de ⃗v sobre qualquer vetor que
tenha a mesma direção do eixo z, por
simplicidade escolheremos o vetor ⃗k=(0 , 0 , 1).
Assim, temos:
⟨ ⃗k , ⃗v ⟩ ⃗ ⟨(0 , 0 , 1),(−6 , 1 ,−10)⟩
proj ⃗k ⃗v = k= (0 , 0 , 1)
|⃗k| 2 2
|(0 , 0 , 1)|

proj ⃗j ⃗v =−10(0 , 0 , 1)=(0 , 0 ,−10)


No geral para qualquer vetor (x, y, z) a
projeção com o eixo z é o vetor (0, 0, z).
2. Calcule a área do paralelogramo ABCD, onde
A = (-4, -5, 9), B = (-6, 8, 13), C = (1, 14, 9) e D
= (3,1,5).
Usaremos a fórmula Área = b.h, onde b será a
medida do lado AB e h será a medida da altura
relativa ao lado AB.
O lado AB é determinado por ⃗
AB=(−2 ,13 , 4),
logo a medida do lado AB será igual a:
|⃗
AB|=|(−2 , 13 , 4)|= √ 4+169+16= √ 189
D C
Conforme a figura ao lado, a
altura h é determinada pelo h
vetor ⃗MD , dado por: A B
M

AD= proj⃗
AB

AD+⃗MD ⇒ ⃗
MD=⃗AD− proj ⃗
AB

AD
Onde:

AD=(3 , 1 , 5)−(−4 ,−5 , 9)=(7 , 6 ,−4)
⟨ ⃗
AB , ⃗
AD⟩ ⃗ ⟨(−2 ,13 , 4),(7 , 6 ,−4)⟩
proj⃗ ⃗
AB AD= AB= (−2 , 13 , 4)
|⃗
AB| 2
|(−2 ,13 , 4)| 2

⃗ −14 +78−16 48
proj⃗
AB AD= (−2 , 13 , 4)= (−2 , 13 , 4)
189 189
Substituindo em ⃗
MD=⃗
AD− proj⃗
AB

AD, temos:


MD=(7 , 6 ,−4)−
48
189
(−2 , 13 , 4)= (
1419 510 948
, ,−
189 189 189 )
Logo, a medida da altura h será:

|⃗
MD|=
|(
1419 510 948
, ,−
189 189 189
= )| √
2013561+260100+898704
35721
=
3172365
35721 √
Portanto, a área do paralelogramo será:

⃗ ⃗
Área=b . h=| AB||MD|=√ 189 .

3172365
35721
≈129,56 u . a .
Produto Escalar no Plano
O estudo de produto escalar no espaço é
válido também no plano.
Dados os vetores u⃗ =( x 1 , y 1 ) e ⃗v =( x 2 , y 2),
temos:
● ⟨⃗u , ⃗v ⟩=x 1 x 2 + y 1 y 2 , onde são válidas todas as
propriedades do produto escalar vistas no
espaço;

Se  é o ângulo entre u⃗ ≠⃗0 e ⃗v ≠ ⃗0, então:
⟨⃗u , ⃗v ⟩
cos θ =
|u⃗||⃗v|
● u⃗ ⊥ ⃗v ⇔ ⟨⃗u , ⃗v ⟩=0

Se  e  são os ângulos diretores de u⃗ ,
então:
⟨ u⃗ , i⃗ ⟩ x
cos α = = ⇒ x=|⃗u|cos α y
|⃗u||i| ⃗ |u⃗|

⟨ u⃗ , ⃗j⟩ y b
cos β = = ⇒ y=|⃗u|cos β 

|⃗u||⃗j| |u⃗| x

u⃗ =(|u⃗|cos α ,|u⃗|cos β )=|⃗u|cos α i⃗ +|u⃗|cos β ⃗j


No plano a soma dos ângulos diretores não é igual a 90°, por exemplo, o vetor (-2, 3) tem ângulo
diretor com relação a x igual 123,69° e ângulo diretor com relação a y igual 33,69°, cuja soma é
Diferente de 90°.

Podemos escrever o vetor u⃗ em função apenas
do ângulo diretor  formado com o eixo x:
u⃗ =(|u⃗|cos α ,|u⃗|sen α )=|u⃗|cos α i⃗ +|u⃗|sen α ⃗j

Se u⃗ é um vetor unitário, temos:
u⃗ =(cos α , sen α )=cos α i⃗ +sen α ⃗j
Exemplo:
1. Encontre as coordenadas do vetor u⃗ =( x , y)
sabendo que o ângulo formado com o eixo x é
igual a 45° e que |⃗u|=2 .
Basta usar a fórmula:
u⃗ =(|⃗u|cos α ,|⃗u|sen α )

u⃗ =(2 cos 45 ° , 2 sen 45 º )=(2.


√ 2 √ 2
, 2. )=( √ 2 , √ 2)
2 2
Note que o versor de u⃗ é dado por:
⃗u √ 2 √2
=(cos 45 ° , sen 45 º )=( , )
|⃗u| 2 2
Produto Vetorial
Definição 3. Sejam u⃗ =( x 1 , y 1 , z 1 ) e ⃗v =( x 2 , y 2 , z 2 )
vetores no espaço. O produto vetorial de u⃗ por
⃗v , denotado por u⃗ ×⃗v ou u⃗ ∧⃗v , é o vetor dado
por:

| |
x1 y 1 z1 O símbolo ao lado, não é um determinante,
porém, usaremos essa notação para facilitar a
u⃗ ×⃗v = x 2 y2 z2 memorização do cálculo do cálculo do produto
vetorial. Usando a regra de Sarrus, empregada na
i⃗ ⃗j ⃗k resolução de determinantes de ordem 3, temos:

⃗ x1 z 2− x 2 z 1 ) ⃗j+( x 1 y 2−x2 y 1) ⃗k
u⃗ ×⃗v =( y 1 z 2 − y 2 z 1) i−(
y1 y2 x1 x2 x1 x2
z1 z2 z1 z2 y1 y2
Consequências da definição:

u⃗ × ⃗v = ⃗0 ⇔ ⃗u∥⃗v
Em particular, u⃗ × ⃗0 = 0⃗ e u⃗ × u⃗ = ⃗0.
Os produtos vetoriais podem ser facilmente
calculados.
(−7 u⃗ )×(4 u⃗ )= ⃗0
(4 u⃗ −2 ⃗v )×(−2 ⃗u + ⃗v )= ⃗0 Obs: Podemos usar a matriz

| |
( u⃗ − ⃗v )×( ⃗v − ⃗u )= ⃗0 i⃗ ⃗j ⃗k
● u⃗ ×⃗v =−(⃗v ×⃗u ) u⃗ ×⃗v = x 1 y 1 z1
x2 y2 z2
Características do vetor u⃗ ×⃗v :

Direção: u⃗ ×⃗v é simultaneamente ortogonal a
u⃗ e ⃗v .
Prova: Basta mostrar que ( u
⃗ × ⃗v ). ⃗u =0 e ( u⃗ × ⃗v ). ⃗v =0 :
(⃗u ×⃗v ). ⃗u =[( y 1 z2 − y 2 z 1 ) i⃗ −( x 1 z 2 −x 2 z 1 ) ⃗j+( x 1 y 2 −x 2 y 1 ) ⃗k ][(x 1 , y 1 , z 1 )]
( u⃗ × ⃗v ). ⃗u=( y 1 z 2 − y 2 z1 ) x 1−( x 1 z 2 −x 2 z1 ) y 1 +( x 1 y 2 −x 2 y 1 ) z 1
( u⃗ × ⃗v ). ⃗u= y 1 z 2 x 1 − y 2 z1 x 1 −x 1 z2 y 1 + x 2 z1 y 1 + x 1 y 2 z1 −x 2 y 1 z 1 =0

(⃗u ×⃗v ). ⃗v =[( y 1 z 2 − y 2 z1 ) i⃗ −(x 1 z2 −x 2 z1 ) ⃗j+( x 1 y 2 −x 2 y 1 ) ⃗k ][( x 2 , y 2 , z 2 )]

( u⃗ × v⃗ ). ⃗v =( y 1 z2 − y 2 z 1 ) x 2 −( x 1 z 2− x 2 z 1 ) y 2 +( x 1 y 2 −x 2 y 1 ) z 2

( u⃗ × ⃗v ). ⃗v = y 1 z 2 x 2− y 2 z 1 x 2 −x 1 z2 y 2 +x 2 z1 y 2 + x 1 y 2 z 2− x 2 y 1 z2 =0

Módulo: |⃗u ×⃗v|=|⃗u||⃗v|sen θ , onde  é o ângulo
entre u⃗ e ⃗v .
2 2 2 2
Prova: Primeiro, vamos mostra que |⃗u ×⃗v| =|⃗u| |⃗v| −(⃗u . ⃗v ) .
Desenvolvendo separadamente cada um, temos:
2 2 2 2
|⃗u ×⃗v| =( y 1 z 2− y 2 z 1) +( x1 z 2−x 2 z 1 ) +(x 1 y 2− x 2 y 1)
2 2 2 2
|⃗u ×⃗v| =( y 1 z 2− y 2 z 1) +( x1 z 2−x 2 z 1 ) +(x 1 y 2− x 2 y 1)
2 2 2 2 2 2 2 2 2
|⃗u ×⃗v| = y 1 z 2−2 y 1 y 2 z1 z 2 + y 2 z 1 + x 1 z 2 −2 x 1 x 2 z 1 z 2 + x 2 z 1
2 2 2 2
+ x 1 y 2−2 x 1 x 2 y 1 y 2 + x 2 y 1 (1)
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
|⃗u| |⃗v| −(⃗u .⃗v ) =(x 1 + y 1 + z 1 )(x 2 + y 2 + z 2)−(x 1 x 2 + y 1 y 2 + z 1 z 2)
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
|⃗u| |⃗v| −(⃗u .⃗v ) = x x + x y + x z + y x + y y + y z + z x + z y + z z
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
2 22 2 2 2
−x x − y 1 y 2− z z −2 x1 x 2 y 1 y 2−2 x 1 x 2 z 1 z 2−2 y 1 y 2 z 1 z 2
1 2 1 2
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
|⃗u| |⃗v| −(⃗u .⃗v ) = x y + x z + y x + y z + z x + z y
1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2
−2 x 1 x 2 y 1 y 2−2 x 1 x 2 z 1 z 2−2 y 1 y 2 z 1 z 2 (2)
Comparando (1) e (2) provamos que:
2 2 2 2
|⃗u ×⃗v| =|⃗u| |⃗v| −(⃗u . ⃗v )
Como u⃗ . ⃗v =|⃗u||⃗v|cos θ , temos:
2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
|⃗u ×⃗v| =|⃗u| |⃗v| −|⃗u| |⃗v| cos θ ⇒|⃗u ×⃗v| =|⃗u| |⃗v| −|⃗u| |⃗v| (1−sen θ )
2 2 2 2
|⃗u ×⃗v| =|⃗u| |⃗v| sen θ (3)

Extraindo raiz quadrada em ambos os


membros de (3), temos:
|⃗u ×⃗v|=|⃗u||⃗v|sen θ
Interpretação geométrica do módulo do produto
vetorial. Considere  o ângulo entre os vetores
u⃗ e ⃗v o paralelogramo determinado pelos
vetores u⃗ e ⃗v :
Pela trigonometria no
triangulo retângulo, temos:
h
sen θ = ⇒ h=|⃗v|sen θ
|⃗v|
A

Onde h é a altura do
|⃗u ×⃗v|=|⃗u||⃗v|cos θparalelogramo em relação
B ao lado AB.

Logo, a área do paralelogramo será dada por:


Área=b . h=|⃗u|.|⃗v|sen θ
Como |⃗u ×⃗v|=|⃗u||⃗v|sen θ , temos:
Área=|⃗u ×⃗v|

A área do paralelogramo determinado pelos
vetores u⃗ e ⃗v é igual ao módulo do produto
vetorial de u⃗ por ⃗v .

Observe que que a altura h ao lado formado
pelo vetor u⃗ é dada por:
|⃗u ×⃗v|
h=
|⃗u|
Exemplos:
1. Dados os vetores u⃗ =(−4 ,−2 ,9) e ⃗v =(−1 ,3 , 27) ,
calcule: Regra de Sarrus: repetimos no lado
a) u⃗ ×⃗v direito da matriz as duas primeiras
colunas e, em seguida somamos os

| |
−4 −2 9 produtos das três diagonais de cima
para baixo e subtraímos os produtos
u⃗ × ⃗v = −1 3 27 das três diagonais de baixo para cima, o
i⃗ ⃗j ⃗k resultado será o produto vetorial de
por .
+ + + – – –

| |
−4 −2 9 −4 −2
u⃗ × ⃗v = −1 3 27 −1 3
i⃗ ⃗j ⃗k i⃗ ⃗j

u⃗ ×⃗v =−12 ⃗k−54 i⃗ −9 ⃗j−27 i⃗ +108 ⃗j−2 ⃗k=−81 i⃗ +99 ⃗j−14 ⃗k



Podemosy resolver
y 1
usando
2 x x
direto a fórmula:
x1 x 2 1 2
z1 z2 z1 z2 y1 y2
⃗ x 1 z 2−x 2 z 1) ⃗j+(x 1 y 2−x 2 y 1) ⃗k
u⃗ ×⃗v =( y 1 z 2− y 2 z 1) i−(

u⃗ ×⃗v =(−2.27−3.9) i⃗ −[−4 .27−(−1)9] ⃗j+[−4 .3−(−1)(−2)] ⃗k



u⃗ ×⃗v =(−54−27) i−(−108+9) ⃗j+(−12−2) ⃗k

u⃗ ×⃗v =−81 i+99 ⃗j−14 ⃗k=(−81 , 99 ,−14)

Observe que: ⃗u × ⃗v =−( ⃗


v × ⃗u)
b) ⃗v ×⃗u

| |
−1 3 27 −1 3
⃗v × ⃗u = −4 −2 9 −4 −2
i⃗ ⃗j ⃗k i⃗ ⃗j

⃗v ×⃗u =2 ⃗k +27 i⃗ −108 ⃗j+54 i⃗ +9 ⃗j+12 ⃗k=81 i⃗ −99 ⃗j+14 ⃗k


2. Encontre um vetor simultaneamente ortogonal
a u⃗ =(2 , 0 ,−6) e a ⃗v =(11 , 5 ,−3) e que tenha
módulo igual a 2.
Devemos encontrar o vetor quem tem a
mesma direção do vetor u⃗ ×⃗v e cujo módulo
seja 2, dessa forma, vamos primeiro obter o
produto vetorial:

| |
2 0 −6 2 0
u⃗ × ⃗v = 11 5 −3 11 5
i⃗ ⃗j ⃗k i⃗ ⃗j

u⃗ ×⃗v =10 ⃗k−66 ⃗j +30 i⃗ +6 ⃗j=30 i⃗ −60 ⃗j+10 ⃗k=(30 ,−60 , 10)
Agora vamos calcular o versor do vetor u⃗ ×⃗v :

u⃗ ×⃗v
=
(30 ,−60 , 10)
|⃗u×⃗v| √ 900+3600+100
=
(30 ,−60 ,10)
√ 4600
=
( 3
,−
6
,
1
√ 46 √ 46 √ 46 )
Como queremos um vetor que tenha módulo 2,
basta multiplicar o versor de u⃗ ×⃗v por 2:
2
u⃗ ×⃗v
|⃗u×⃗v|
=2
( 3
,−
6
,
1
)(
√ 46 √ 46 √ 46
=
6
,−
12
,
2
√ 46 √ 46 √ 46 )
3. Calcule a área do paralelogramo ABCD, onde
A = (-4, -5, 9), B = (-6, 8, 13), C = (1, 14, 9) e D
= (3,1,5).
D C

A B

Pela figura acima, vamos considerar o vetor


u⃗ =⃗
AB=(−2 , 13 , 4) e ⃗v =⃗
AD=(7 , 6 ,−4), então a
área do paralelogramo ABCD será:
Área=|⃗u ×⃗v|
| |
−2 13 4 −2 13
u⃗ × ⃗v = 7 6 −4 7 6
i⃗ ⃗j ⃗k i⃗ ⃗j
u⃗ ×⃗v =−12 ⃗k−52 i⃗ +28 ⃗j−24 i⃗ −8 ⃗j−91 ⃗k=−76 i⃗ +20 ⃗j−103 ⃗k

|⃗u ×⃗v|= √ 5776+400+10609= √ 16785≈129,56


Portanto, a área do paralelogramo ABCD será:

Área=|⃗u ×⃗v|≈129,56

Sentido: Usamos a regra da mão direita, que
consiste: sendo  o ângulo entre u⃗ e ⃗v,
suponhamos que u⃗ (1º vetor) sofra uma
rotação de  até coincidir com ⃗v . Se os dedos
da mão direita forem dobrados na mesma
direção da rotação, então o polegar estendido
indicará o sentido do vetor |⃗u ×⃗v|.
⃗v

u⃗
⃗v u⃗ |⃗u ×⃗v|

|⃗u ×⃗v|

|⃗u ×⃗v|

u⃗ ⃗v

Você também pode gostar