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Escola Superior Náutica Infante D.

Henrique
Unidade Curricular: Álgebra Linear
Nuno Costa Dias

Ficha 1 – Espaços Vectoriais – Espaços e subespaços vectoriais,


independência linear, bases e dimensão

Resolução dos exercícios

Espaços vectoriais e combinações lineares

Ex 1. Considerando em IR 2 , IR 3 e IR 4 as operações usuais, calcule:

a) (1, -2 ) + ( 3, 6 )

Resolução:
(1, -2 ) + ( 3, 6 ) = (1 + 3, -2 + 6 ) = ( 4, 4 )
b) 3 ( 4,1)

Resolução:
3 ( 4,1) = (12,3)

c) 2 ( 2, -2 ) + 4 ( 3,1)

Resolução:
2 ( 2, -2 ) + 4 ( 3,1) = ( 2 ´ 2, 2 ´ ( -2 ) ) + ( 4 ´ 3, 4 ´ 1) = ( 4, -4 ) + (12, 4 ) = ( 4 + 12, -4 + 4 ) = (16, 0 )

2
d) ( -1,3, 0 ) + (1, 0,1)
3
Resolução:
( -1,3, 0 ) + (1, 0,1) = æç ´ ( -1) , ´ 3, ´ 0 ö÷ + (1, 0,1) = æç - , 2, 0 ö÷ + (1, 0,1) = æç - + 1, 2 + 0, 0 + 1 ö÷ = æç , 2,1 ö÷
2 2 2 2 2 2 1
3 è3 3 3 ø è 3 ø è 3 ø è3 ø

æ1 ö
e) ç , 4,1÷ + 3 ( 2, 0, -3) + ( 0,1, 0 )
è 2 ø
Resolução:
æ1 ö æ1 ö æ1 ö
ç , 4,1÷ + 3 ( 2, 0, -3) + ( 0,1, 0 ) = ç , 4,1 ÷ + ( 3 ´ 2,3 ´ 0,3 ´ ( -3 ) ) + ( 0,1, 0 ) = ç , 4,1 ÷ + ( 6, 0, -9 ) + ( 0,1, 0 )
è2 ø è2 ø è2 ø
æ1 ö æ 13 ö
= ç + 6 + 0, 4 + 0 + 1,1 + ( -9 ) + 0 ÷ = ç ,5, -8 ÷
è 2 ø è 2 ø
f) ( x,3y, 2z ) + ( -1)( 5x, y, -3z )

Resolução:
( x,3y, 2z ) + ( -1)( 5x, y, -3z ) = ( x,3y, 2z ) + ( -5x, - y,3z ) = ( x - 5x,3y - y, 2z + 3z ) = ( -4x, 2y,5z )

1
Ex 2. Considere os espaços vectoriais IR 2 e IR 3 com as operações usuais.
Diga se, usando as referidas operações, é possível:
a) obter o vector ( 2, 4 ) à custa do vector (1, 2 )

Resolução:
Sim é possível obter o vector ( 2, 4 ) à custa do vector (1, 2 ) .

Fazendo:
2 (1, 2 ) = ( 2 ´ 1, 2 ´ 2 ) = ( 2, 4 ) ou (1, 2 ) + (1, 2 ) = (1 + 1, 2 + 2 ) = ( 2, 4 ) .

b) obter o vector (1, 0 ) à custa do vector (1,1)

Resolução:
Não é possível obter o vector (1, 0 ) à custa do vector (1,1) , pois a 2ª componente do vector (1, 0 ) é nula, e

portanto qualquer múltiplo de (1, 0 ) tem sempre 2ª componente nula, já que a (1, 0 ) = ( a, 0 ) , com a Î IR.

c) obter o vector ( 0, 0, 0 ) à custa dos vector ( 3,3, 0 ) e (1, 2, 0 )

Resolução:
Sim é possível obter o vector ( 0, 0, 0 ) à custa do vector ( 3,3, 0 ) e (1, 2, 0 ) .

Fazendo:
( 0, 0, 0 ) = 0 ( 3,3, 0 ) + 0 (1, 2, 0 )
d) obter o vector (10, 6, 4 ) à custa dos vectores ( 8, 4,1) e ( 2, 2,1) e ( 0, 0,1)

Resolução:
Sim é possível obter o vector (10, 6, 4 ) à custa do vector ( 8, 4,1) e ( 2, 2,1) e ( 0, 0,1) .

Fazendo:
(10, 6, 4 ) = (8, 4,1) + ( 2, 2,1) + 2 ( 0, 0,1)
e) obter o vector ( 3, 4 ) à custa dos vectores (1,1) e (1, -1)

Resolução:
Caso não consigamos encontrar os escalares a1 e a 2 , podemos resolver um sistema de equações.
Assim,
( 3, 4 ) = a1 (1,1) + a 2 (1, -1) Û ( 3, 4 ) = ( a1 , a1 ) + ( a 2 , -a 2 ) Û ( 3, 4 ) = ( a1 + a 2 , a1 - a 2 )
ì3 = a1 + a 2 ì3 - a 2 = a1 ìa1 = 3 - a 2 ì _______ ì _______ ì _______
Ûí Ûí Ûí Ûí Ûí Ûí
î 4 = a1 - a 2 î 4 = a 1 - a 2 î 4 = 3 - a 2 - a 2 î 4 - 3 = -2a 2 î1 = -2a 2 î-2a 2 = 1
ì æ 1ö 1 7
ïïa1 = 3 - ç - 2 ÷ = 3 + 2 = 2
Ûí è ø
ïa = - 1
ïî 2 2
7 1 æ7ö æ 1ö
Fazendo a1 = e a 2 = - vem que ( 3, 4 ) = ç ÷ (1,1) + ç - ÷ (1, -1) .
2 2 è2ø è 2ø

2
Ex 3. Considere, no espaço vectorial real IR 3 , os vectores u = (1,1, 0 ) e v = ( 0, 0,1) .

a) O vector ( 2, 2,1) é combinação linear dos vectores u e v? E o vector (8,8,1)?

Resolução:
O vector ( 2, 2,1) é combinação linear dos vectores u e v, pois ( 2, 2,1) = 2 (1,1, 0 ) + ( 0, 0,1) .

O vector (8,8,1) também é combinação linear dos vectores u e v, pois ( 8,8,1) = 8 (1,1, 0 ) + ( 0, 0,1) .

b) O vector ( x1 , x1 , x 2 ) é combinação linear dos vectores u e v? Que conclusão pode retirar?

Resolução:
O vector ( x1 , x1 , x 2 ) é combinação linear dos vectores u e v, pois ( x1 , x1 , x 2 ) = x1 (1,1, 0 ) + x 2 ( 0, 0,1) .

Podemos concluir que qualquer vector de IR 3 com primeira e segunda componentes iguais é combinação linear
dos vectores u e v.

Ex 4. Considere, no espaço vectorial real IR 3 , os vectores u = (1,1,1) , v = ( 2, 0,1) e w = ( 3,1, 2 ) .

a) Escreva cada um dos vectores apresentados como combinação linear de u, v e w. Existe uma única forma de o
fazer?
Resolução:
Podemos escrever cada um dos vectores apresentados como combinação linear dos outros dois. Vejamos:
Para o vector u:
(1,1,1) = ( -1)( 2, 0,1) + 1( 3,1, 2 ) , isto é, u = (-1) v+1 w;

Para o vector v:
( 2, 0,1) = ( -1)(1,1,1) + 1( 3,1, 2 ) , isto é, v = (-1) u+1 w;

Para o vector w:
( 3,1, 2 ) = 1(1,1,1) + 1( 2, 0,1) , isto é, w =1u+1v.
b) É possível, a partir dos vectores apresentados, obter o vector nulo sem que todos os coeficientes sejam nulos?
Resolução:

Sim, é possível obter o vector nulo sem que todos os coeficientes sejam nulos:

( 0, 0, 0 ) = 1(1,1,1) + 1( 2, 0,1) + ( -1)( 3,1, 2 ) , isto é, (0,0,0) =1u+1v + (-1) w

Subespaços vectoriais

Ex 5. Considere os espaços vectoriais reais IR 3 e IR 4 . Verifique se os seguintes conjuntos são subespaços


vectoriais dos espaços vectoriais onde estão definidos:

3
a) H = {( 0, 0, 7 ) , ( 0,1, 0 ) , ( 0, -1, 0 )}

Resolução:
Consideremos um escalar real e um vector de H, e verifiquemos que H não é fechado para a multiplicação.
Sejam a = 2 Î IR e ( 0,1, 0 ) Î H.

Temos,
a ( 0,1, 0 ) = 2 ( 0,1, 0 ) = ( 0, 2, 0 ) Ï H.

logo, o conjunto H não é um subespaço vectorial de IR 3 .


Outra forma de raciocinar:
Observação:
Se F é subespaço vectorial de V, então necessariamente o vector nulo é elemento de F.
Quer isto dizer que, se o vector nulo não é elemento de F, então podemos concluir que F não é subespaço
vectorial de V.

Como o vector nulo não é elemento de H, isto é, ( 0,0,0 ) Ï H então, pela observação, H não é um subespaço
vectorial de IR 3 .

b) G = {( x , x , x , x
1 2 3 4 ) Î IR 4 : x 2 = x 3 + 2 }
e x1 - x 4 = 0 .

Resolução:
Os vectores (1, 4, 2,1) e ( 2,3,1, 2 ) são elementos de G, e no entanto (1, 4, 2,1) + ( 2,3,1, 2 ) = ( 3, 7,3,3 ) já não é

um vector de G pois a sua 2ª componente não é igual à sua 3ª componente mais 2.


Portanto, G não é fechado para a adição de vectores, concluindo-se assim que G não é um subespaço vectorial de
IR 4 .

Ex 6. Considere os espaços vectoriais reais IR 2 e IR 3 . Mostre que os seguintes conjuntos são subespaços
vectoriais dos espaços vectoriais onde estão definidos:

a) F = {( x, y ) Î IR 2 : x = y}

Resolução:
O conjunto F pode representar-se da seguinte forma:
F = {( x, y ) Î IR 2 : x = y} = {( x, x ) : x Î IR }.
Os vectores de F são vectores da forma ( x, x ) , com x Î IR .
Assim, (1,1) Î F, o que mostra que F ¹ Æ.

Consideremos dois quaisquer vectores de F:


( x, x ) e ( x ¢, x ¢ ) .
Então
( x, x ) + ( x ¢, x ¢ ) = ( x + x ¢, x + x ¢ ) Î F,
e portanto F é fechado para a adição.
Seja a Î IR.

4
Então
a ( x, x ) = ( ax, ax ) Î F,

e portanto F é fechado para a multiplicação por um escalar.


Assim, F £ IR 2 .
b) I = {( a, b ) Î IR 2 : a = 0}
Resolução:
O conjunto I pode representar-se da seguinte forma:
I = {( a, b ) Î IR 2 : a = 0} = {( 0, b ) : b Î IR }.
Os vectores de I são vectores da forma ( 0, b ) , com b Î ! .
Assim, ( 0,1) Î I, o que mostra que I ¹ Æ.

Consideremos dois quaisquer vectores de I:


( 0, b ) e ( 0, b¢ ) .
Então
( 0, b ) + ( 0, b¢ ) = ( 0 + 0, b + b¢ ) = ( 0, b + b¢ ) Î I,
e portanto I é fechado para a adição.
Seja a Î IR.
Então
a ( 0, b ) = ( a0, ab ) = ( 0, ab ) Î I,

e portanto I é fechado para a multiplicação por um escalar.


Assim, I £ IR 2 .

c) J = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : x1 - x 2 = 0}

Resolução:
O conjunto J pode representar-se da seguinte forma:
J = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : x1 - x 2 = 0} = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : x1 = x 2 } = {( x1 , x1 , x 3 ) : x1 , x 3 Î IR }
Os vectores de J são vectores da forma ( x1 , x1 , x 3 ) , com x1 , x 3 Î IR .

Assim, ( 0, 0,1) Î J, o que mostra que J ¹ Æ.

Consideremos dois quaisquer vectores de J:


( x1 , x1 , x 3 ) e ( x1¢ , x1¢ , x ¢3 ) .
Então
( x1 , x1 , x 3 ) + ( x1¢ , x1¢ , x ¢3 ) = ( x1 + x1¢ , x1 + x1¢ , x 3 + x ¢3 ) Î J,
e portanto J é fechado para a adição.
Seja a Î IR.
Então
a ( x1 , x1 , x 3 ) = ( ax1 , ax1 , ax 3 ) Î J,

e portanto J é fechado para a multiplicação por um escalar.


Assim, J £ IR 3 .

5
d) N = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : x1 + x 2 = 0 = x 2 }

Resolução:
O conjunto N pode representar-se da seguinte forma:
N = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : x1 + x 2 = 0 = x 2 } = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : x1 + x 2 = 0 e x 2 = 0}
= {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : x1 = 0 e x 2 = 0} = {( 0, 0, x 3 ) : x 3 Î IR }
Os vectores de N são vectores da forma ( 0, 0, x 3 ) , com x 3 Î IR .

Assim, ( 0, 0,1) Î N, o que mostra que N ¹ Æ.

Consideremos dois quaisquer vectores de N:


( 0, 0, x 3 ) e ( 0, 0, x ¢3 ) .
Então
( 0, 0, x 3 ) + ( 0, 0, x ¢3 ) = ( 0 + 0, 0 + 0, x 3 + x ¢3 ) = ( 0, 0, x 3 + x ¢3 ) Î N,
e portanto N é fechado para a adição.
Seja a Î IR.
Então
a ( 0, 0, x 3 ) = ( a0, a0, ax 3 ) = ( 0, 0, ax 3 ) Î N,

e portanto N é fechado para a multiplicação por um escalar.


Assim, N £ IR 3 .

e) L = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : x 2 = 0 = x1 - x 3 }

Resolução:
O conjunto L pode representar-se da seguinte forma:

L = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : x 2 = 0 = x1 - x 3 } = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : x 2 = 0 e x1 - x 3 = 0}
= {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : x 2 = 0 e x1 = x 3 } = {( x1 , 0, x1 ) : x1 Î IR }

Os vectores de L são vectores da forma ( x1 , 0, x1 ) , com x1 Î IR .

Assim, (1, 0,1) Î L, o que mostra que L ¹ Æ.

Consideremos dois quaisquer vectores de L:


( x1 , 0, x1 ) e ( x1¢ , 0, x1¢ ) .
Então
( x1 , 0, x1 ) + ( x1¢ , 0, x1¢ ) = ( x1 + x1¢ , 0 + 0, x1 + x1¢ ) = ( x1 + x1¢ , 0, x1 + x1¢ ) Î L,
e portanto L é fechado para a adição.
Seja a Î IR.
Então
a ( x1 , 0, x1 ) = ( ax1 , 0, ax1 ) Î L,

e portanto L é fechado para a multiplicação por um escalar.

6
Assim, L £ IR 3 .

Ex 7. Considere os subespaços vectoriais de IR 2 :


F = {( x1 , x 2 ) : 3x 2 = 0} e H = {( x1 , x 2 ) : 2x 2 - 2x1 = 0}
Prove que estes subespaços são complementares.

Definição: (subespaços complementares)


Os subespaços F e G do espaço vectorial V dizem-se complementares um do outro quando F Å G = V, isto é,
F + G = V e F Ç G = {0} .

Resolução:
Os vectores de F são da forma ( a, 0 ) , com a Î ! e os de H têm a forma ( b, b ) , com b Î IR .
Assim, os vectores de F + G são da forma ( a, 0 ) + ( b, b ) = ( a + b, b ) , com a, b Î IR .
Deste modo, se ( x1 , x 2 ) Î IR 2 , podemos escrever ( x1 , x 2 ) = ( ( x1 - x 2 ) + x 2 , x 2 ) , e portanto F + H = IR 2 .

Se ( x1 , x 2 ) Î F Ç H, então ( x1 , x 2 ) Î F e ( x1 , x 2 ) Î H.
Mas se ( x1 , x 2 ) Î F , então x 2 = 0.
Por outro lado ( x1 , x 2 ) Î H, e portanto x1 = x 2 .
Como x 2 = 0, então x1 = 0 .
Logo, ( x1 , x 2 ) = ( 0, 0 ) , e portanto F Ç H = {( 0, 0 )}.

Ex 8. Considere, no espaço vectorial real IR 3 , os vectores u = ( 3, 2, 0 ) , v = (1,1, 0 ) , e os subespaços vectoriais:

H = ( 3,3,3) e G = ( 0,1,1) , ( 0, -1, -1) .

a) Descreva os subespaços vectoriais H e G.


Resolução:
O subespaço vectorial H é constituído pelos vectores de IR 3 , da forma

a ( 3,3,3) = ( 3a,3a,3a ) , com a Î IR,

ou seja, pelos vectores de IR 3 com componentes iguais.


O subespaço vectorial G é constituído pelos vectores de IR 3 , com primeira componente nula e segunda e terceira
componentes iguais.
b) Indique um vector u Î G de tal modo que u seja distinto quer do vector ( 0,1,1) , quer do vector ( 0, -1, -1) .

Resolução:
Sabemos que um vector pertence ao subespaço gerado por G, se tiver primeira componente nula e segunda e
terceira componentes iguais (visto na alínea a)).
Assim, por exemplo, u = ( 0, 4, 4 ) .

c) Caracterize o subespaço gerado pelos vectores u e v.


Resolução:

7
O subespaço vectorial gerado pelos vectores u e v é constituído pelos vectores de IR 3 da forma
a1 ( 3, 2, 0 ) + a 2 (1,1, 0 ) = ( 3a1 + a 2 , 2a1 + a 2 , 0 ) , com a1 , a 2 Î IR,

ou seja, u, v é constituído pelos vectores de IR 3 com 3ª componente nula.

d) Mostre que ( 2, 2, 0 ) Î u, v

Resolução:
Para mostramos que o vector ( 2, 2, 0 ) é elemento do subespaço gerado pelos vectores u e v temos de provar que

este vector é combinação linear destes dois vectores.


Ora, na alínea c) vimos que um vector para ser combinação linear dos vectores u e v tem de ter terceira
componente nula. Como o vector ( 2, 2, 0 ) está nessa condição, então conclui-se que ( 2, 2, 0 ) Î u, v .

Ex 9. Considere o subespaço vectorial J = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : x1 - x 2 = 0} .

a) Prove que cada vector de J é combinação linear dos vectores (1, 0, 0 ) , ( 0,1, 0 ) e ( 0, 0,1) , e que, no entanto, estes

vectores não constituem um sistema de geradores para J.


Resolução:
Os vectores de J são da forma ( x1 , x1 , x 3 ) , com x1 , x 3 Î IR.

Deste modo os vectores de J podem escrever-se na forma


( x1 , x1 , x 3 ) = x1 (1, 0, 0 ) + x1 ( 0,1, 0 ) + x 3 ( 0, 0,1) ,
o que prova que qualquer vector de J é combinação linear dos vectores (1, 0, 0 ) , ( 0,1, 0 ) e ( 0, 0,1) .

Já vimos que qualquer vector de J é combinação linear dos vectores (1, 0, 0 ) , ( 0,1, 0 ) e ( 0, 0,1) , e portanto estes

vectores seriam vectores geradores de J se pertencessem a J o que não acontece nem com o vector (1, 0, 0 ) nem

com o vector ( 0,1, 0 ) , já que a 1ª componente não é igual à 2ª componente.

b) Encontre um sistema de geradores de J.


Resolução:
Consideremos um vector genérico de J, isto é, ( x1 , x1 , x 3 ) , com x1 , x 3 Î IR.

Temos,
( x1 , x1 , x 3 ) = ( x1 , x1 , 0 ) + ( 0, 0, x 3 ) = x1 (1,1, 0 ) + x 3 ( 0, 0,1) .
Assim, o vector ( x1 , x1 , x 3 ) é combinação linear dos vectores (1,1, 0 ) e ( 0, 0,1) , e portanto cada vector de J é

combinação linear destes vectores.


Por outro lado, (1,1, 0 ) Î J e ( 0, 0,1) Î J, logo o sistema ( (1,1, 0 ) , ( 0, 0,1) ) é um sistema de vectores geradores de

J.

Ex 10. Considere o subespaço vectorial F = {( x1 , x 2 , x 3 ) : x 3 = 0}.

8
a) Mostre que F = (1, 0, 0 ) , ( 0, -1, 0 ) .

Resolução:
O subespaço vectorial F pode representar-se da seguinte forma:
F = {( x1 , x 2 , x 3 ) : x 3 = 0} = {( x1 , x 2 , 0 ) : x 2 , x1 Î IR }.

Consideremos um vector genérico de F, isto é, ( x1 , x 2 , 0 ) .

Temos,
( x1 , x 2 , 0 ) = a1 (1, 0, 0 ) + a 2 ( 0, -1, 0 ) .
Fazendo a1 = x1 e a 2 = - x 2 vem que ( x1 , x 2 , 0 ) = x1 (1, 0, 0 ) + ( - x 2 )( 0, -1, 0 ) .

Assim, o vector ( x1 , x 2 , 0 ) é combinação linear dos vectores (1, 0, 0 ) e ( 0, -1, 0 ) , e portanto cada vector de F é

combinação linear destes vectores.


Por outro lado, (1, 0, 0 ) Î F e ( 0, -1, 0 ) Î F,

logo
F = (1, 0, 0 ) , ( 0, -1, 0 ) .

b) Encontre um sistema de geradores de F constituído por 3 vectores.


Resolução:
Consideremos os vectores da alínea a), isto é, (1, 0, 0 ) e ( 0, -1, 0 ) .

Um terceiro vector, a encontrar, tem de ser elemento de F.


Consideremos o vector ( 0, 0, 0 ) , pois ( 0, 0, 0 ) Î F.

Assim, estes três vectores (1, 0, 0 ) , ( 0, -1, 0 ) e ( 0, 0, 0 ) são geradores de F, e portanto o sistema

( (1, 0, 0 ) , ( 0, -1, 0 ) , ( 0, 0, 0 ) ) é um sistema geradores de F.

Ex 11. Considere os subespaços vectoriais de IR 3 :


L = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : 2x 2 = 0 = x1 + x 3 } e I = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : x 3 = 0} .

a) Dê exemplos de vectores de L.
Resolução:
O subespaço vectorial L pode representar-se da seguinte forma:

L = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : 2x 2 = 0 = x1 + x 3 } = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : 2x 2 = 0 e x1 + x 3 = 0}
= {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : x 2 = 0 e x 3 = - x1 } = {( x1 , 0, - x1 ) : x1 Î IR }

Os vectores de L são vectores de IR 3 com terceira componente simétrica da primeira e segunda componente nula.
Assim, exemplos de vectores de L são:
( 0, 0, 0 ) , ( -1, 0,1) e (1, 0, -1) .

b) Determine L Ç I e diga se está em soma directa.


Resolução:

9
Vimos na alínea anterior que os vectores de L têm terceira componente simétrica da primeira e segunda
componente nula, e os vectores de I são vectores com terceira componente nula.

Logo, o vector nulo é o único elemento de L Ç I , e portanto L Ç I = {( 0, 0, 0 )} .

Assim, L Ç I está em soma directa.

Independência linear, bases e dimensão

Ex 12. Diga, justificando, sem recorrer à resolução de sistemas de equações, qual a natureza dos seguintes
sistemas de vectores:

a) ((1,-1),(0,3))

Resolução:
Averiguemos qual a natureza do sistema de vectores ((1,-1),(0,3)) , isto é, se este sistema de vectores é ou não
linearmente dependente.
Observarmos que nenhum dos vectores (1,-1) e (0,3) é múltiplo do outro, portanto o sistema ((1,-1),(0,3)) é
linearmente independente.

b) ((0,0,1),(0,2,0),(-1,0,0))

Resolução:
Observarmos que nenhum dos vectores (0,0,1) e (0,2,0) é múltiplo do outro, e portanto o sistema

((0,0,1),(0,2,0)) é linearmente independente.

Por outro lado, o vector (-1,0,0) não é combinação linear dos vectores (0,0,1) e (0,2,0), pois não tem primeira

componente nula, logo o sistema ((0,0,1),(0,2,0),(-1,0,0)) é linearmente independente.

c) ((1,2,0),(0,9,0),(1,1,2))
Resolução:
Observarmos que nenhum dos vectores (1,2,0) e (0,9,0) é múltiplo do outro, e portanto o sistema

((1,2,0),(0,9,0)) é linearmente independente.

Por outro lado, o vector (1,1,2) não é combinação linear dos vectores (1,2,0) e (0,9,0), pois não tem terceira

componente nula, logo o sistema ((1,2,0),(0,9,0),(1,1,2)) é linearmente independente.

d) ((1,0),(0,-1),(1,1))
Resolução:

10
Observarmos que o vector (1,1) é combinação linear dos vectores (1,0) e (0,-1) , pois

(1,1) = (1,0)+ ( -1) (0, - 1), e portanto o sistema de vectores ((1,0),(0,-1),(1,1)) é linearmente dependente.

e) ((0,0),(2,5),(8,9))
Resolução:
Como o vector nulo pertence ao sistema, então o sistema de vectores ((0,0),(2,5),(8,9)) é linearmente dependente.

f) ((1,0,0,-1),(2,0,0,-2),(2,3,4,-4))
Resolução:
Observarmos que o vector (2,0,0,-2) é múltiplo do vector (1,0,0,-1) , pois (2,0,0,-2) = 2(1,0,0,-1), e portanto o

sistema de vectores ((1,0,0,-1),(2,0,0,-2),(2,3,4,-4)) é linearmente dependente.

Ex 13. Considere, no espaço vectorial real IR 3 , os vectores u=(1,0,1) , v=(0,2,0) , w=(0,0,-1) e z=(3,0,5) .

Diga, justificando, qual a natureza dos seguintes sistemas de vectores:

a) (v,w,z)

Resolução:
Sejam a 1 , a 2 , a 3 Î IR tais que a 1 v + a 2 w+a 3 z = 0.

Temos,
a 1 v + a 2 w+a 3 z = 0 Û a 1 (0,2,0) + a 2 (0,0,-1)+a 3 (3,0,5)= ( 0,0,0 )
Û (0,2a 1 ,0) + (0,0,-a 2 )+(3a 3 ,0,5a 3 )= ( 0,0,0 )
ì3a 3 = 0 ìa 3 = 0 ìa 3 = 0
ïï ïï ïï
Û (3a 3 ,2a 1 ,-a 2 +5a 3 )= ( 0,0,0 ) Û í2a 1 = 0 Û ía 1 = 0 Û ía 1 = 0
ï ï ï
îï-a 2 +5a 3 = 0 îï-a 2 +5 × 0 = 0 îïa 2 = 0

Assim, a única combinação linear nula é a trivial, e portanto o sistema de vectores (v,w,z) é linearmente

independente.
b) (u,v,w,z)
Resolução:
Sejam a 1 , a 2 , a 3 , a 4 Î IR tais que a 1 u + a 2 v + a 3 w+a 4 z = 0.
Temos,

11
a 1 u + a 2 v + a 3 w+a 4 z = 0 Û a 1 (1, 0,1) + a 2 (0,2,0) + a 3 (0,0,-1)+a 4 (3,0,5)= ( 0,0,0 )

( )
Û a 1 , 0, a 1 + (0,2a 2 ,0) + (0,0,-a 3 )+(3a 4 ,0,5a 4 )= ( 0,0,0 )
ìa 1 +3a 4 = 0 ìa 1 = -3a 4
ïï ïï
(
Û a 1 +3a 4 , 2a 2 , a 1 -a 3 + 5a 4 ) = ( 0,0,0 ) Û í2a 2 = 0 Û ía 2 = 0
ï ï
îïa 1 -a 3 + 5a 4 = 0 îï-3a 4 -a 3 + 5a 4 = 0
ìa 1 = -3a 4 ìa 1 = -3a 4
ïï ïï
Û ía 2 = 0 Û ía 2 = 0
ï ï
ïî2a 4 -a 3 = 0 ïîa 3 = 2a 4

O sistema é possível e indeterminado, isto é, o sistema para além de admitir a solução nula
(a 1
= 0, a 2 = 0, a 3 = 0, a 4 = 0 , ) admite também outras soluções. Por exemplo:
a 1 = -3, a 2 = 0, a 3 = 2 e a 4 = 1.
Assim, como é possível obter a combinação nula sem que os escalares a 1 , a 2 , a 3 e a 4 sejam simultaneamente
nulos, podemos concluir que o sistema de vectores (u,v,w,z) é linearmente dependente.

Ex 14. Considere, no espaço vectorial real IR 4 , os vectores v1 , v 2 e v3 e suponha que o sistema ( v1 , v 2 , v3 ) é

linearmente independente. Prove, recorrendo à resolução de sistemas de equações, que o mesmo acontece com o
sistema ( 2v 2 , v 2 + v3 , v1 ) .

Resolução:
Suponhamos que o sistema ( v1 , v 2 , v3 ) é linearmente independente.

Queremos provar que o sistema ( 2v 2 , v 2 + v3 , v1 ) é linearmente independente.

Sejam a 1 , a 2 , a 3 Î IR tais que a 1 ( 2v 2 ) + a 2 ( v 2 + v3 ) + a 3 ( v1 ) = 0.

Temos,

( )
a 1 ( 2v 2 ) + a 2 ( v 2 + v3 ) + a 3 v1 = 0 Û a 3 v1 + 2a 1 + a 2 v 2 + a 2 v3 = 0
ìa 3 = 0 ìa 3 = 0
ïï ïï
Û í 2a 1 + a 2 = 0 Û ía 1 = 0
O sistema ( v1 ,v 2 ,v3 )
é linearmente independente ï ï
îïa 2 = 0 îïa 2 = 0
Assim, a única combinação linear nula é a trivial, e portanto o sistema de vectores ( 2v 2 , v 2 + v3 , v1 )

é linearmente independente.

Ex 15. Mostre que ((0,0,1),(0,2,0),(-1,0,0)) é uma base de IR 3 .

Definição: (Base)
Uma base de um espaço vectorial é um sistema de geradores, desse espaço, que é linearmente independente.
i)

Resolução:
Sabemos que IR 3 = (1, 0, 0 ) , ( 0,1, 0 ) , ( 0, 0,1) .
Por outro lado,

12
( (1, 0, 0 ) , ( 0,1, 0 ) , ( 0, 0,1) ) ! ( (1, 0, 0 ) , ( 0, 2, 0 ) , ( 0, 0,1) ) ! ( ( 0, 0,1) , ( 0, 2, 0 ) , (1, 0, 0 ) ) ! ( ( 0, 0,1) , ( 0, 2, 0 ) , ( -1, 0, 0 ) ) . C
omo sistemas equivalentes geram o mesmo subespaço vectorial, então o sistema ((0,0,1),(0,2,0),(-1,0,0)) é um
sistema de geradores de IR 3 .
Mostremos que este sistema é linearmente independente.
Nenhum dos vectores (0,0,1) e (0,2,0) é múltiplo do outro, e portanto o sistema ((0,0,1),(0,2,0)) é linearmente
independente.
Por outro lado, o vector (-1,0,0) não é combinação linear dos vectores (0,0,1) e (0,2,0), logo o sistema
((0,0,1),(0,2,0),(-1,0,0)) é linearmente independente.
Assim, o sistema ((0,0,1),(0,2,0),(-1,0,0)) é um sistema de geradores linearmente independente de IR 3 , logo
constitui uma sua base para IR 3 .

Ex 16. Considere o seguinte subespaço vectorial de IR 3 :

F = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : 2x 2 - x 3 = 0}

a) Indique uma base para F.


Resolução:
O subespaço vectorial F pode representar-se da seguinte forma:
F = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : 2x 2 - x 3 = 0} = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : -x 3 = -2x 2 } = {( x1 , x 2 , x 3 ) Î IR 3 : x 3 = 2x 2 }
= {( x1 , x 2 , 2x 2 ) : x1 , x 2 Î IR }.

Seja ( x1 , x 2 , 2x 2 ) , com x1 , x 2 Î IR.


Temos
( x1 , x 2 , 2x 2 ) = ( x1 , 0, 0 ) + ( 0, x 2 , 2x 2 ) = x1 (1, 0, 0 ) + x 2 ( 0,1, 2 ) ,
o que mostra que qualquer vector de F é combinação linear dos vectores (1, 0, 0 ) e ( 0,1, 2 ) .

Atendendo a que estes vectores são elementos de F, então o sistema ( (1, 0, 0 ) , ( 0,1, 2 ) ) é um sistema de geradores

de F.
Vejamos que este sistema é linearmente independente.
Nenhum dos vectores (1, 0, 0 ) e ( 0,1, 2 ) é múltiplo do outro, e portanto o sistema ( (1, 0, 0 ) , ( 0,1, 2 ) ) é linearmente

independente.
Assim, o sistema ( (1, 0, 0 ) , ( 0,1, 2 ) ) é um sistema de geradores linearmente independente de F, logo constitui

uma sua base para F.


b) Determine dim F .
Resolução:
Sabemos que a dimensão de um espaço vectorial é o número de vectores de uma sua base.
Na alínea anterior vimos que o sistema ( (1, 0, 0 ) , ( 0,1, 2 ) ) é uma base para F, logo dimF=2.

c) Prove que se u, v e w são vectores de F, então ( u, v, w ) é linearmente dependente.

Resolução:
Vimos na alínea a) que dimF=2.

13
Assim, qualquer sistema constituído por vectores de F que seja linearmente independente tem no máximo dois
vectores.
O sistema ( u, v, w ) tem três vectores, logo o sistema é linearmente dependente.

Ex 17. Considere, no espaço vectorial real IR 4 , os subespaços vectoriais


H =< ( 0,1,1,3) , (1, 0,1,1) > e F = {( x , x , x , x ) Î IR
1 2 3 4
4
: x1 + x 3 = 0 = x 2 - x 4 } .
Prove que F e H têm dimensão 2.
Resolução:
O subespaço vectorial F pode representar-se da seguinte forma:

F = {( x1 , x 2 , x 3 , x 4 ) Î IR 4 : x1 + x 3 = 0 = x 2 - x 4 } = {( x1 , x 2 , x 3 , x 4 ) Î IR 4 : x1 + x 3 = 0 e x 2 - x 4 = 0}
= {( x1 , x 2 , x 3 , x 4 ) Î IR 4 : x1 = - x 3 e x 2 = x 4 } = {( - x 3 , x 4 , x 3 , x 4 ) : x 3 , x 4 Î IR }

Seja ( - x 3 , x 4 , x 3 , x 4 ) , com x 3 , x 4 Î IR.


Temos
( - x 3 , x 4 , x 3 , x 4 ) = ( -x 3 , 0, x 3 , 0 ) + ( 0, x 4 , 0, x 4 ) = x 3 ( -1, 0,1, 0 ) + x 4 ( 0,1, 0,1) ,
o que mostra que qualquer vector de F é combinação linear dos vectores ( -1, 0,1, 0 ) e ( 0,1, 0,1) .

Além disso, estes vectores são vectores de F, e portanto constituem um sistema de geradores.
Como nenhum dos vectores é múltiplo do outro, então o sistema ( ( -1, 0,1, 0 ) , ( 0,1, 0,1) ) é linearmente

independente, e portanto é uma base de F.


Assim, dimF=2.

Ex 18. Considere, no espaço vectorial real IR 4 , os seguintes conjuntos:

F = {( x1 , x 2 , x 3 , x 4 ) Î IR 4 : x1 + x 3 = 0 = x 2 - 3x 4 } e G = ( 2, 2,1,3) , ( 2,3, -2,1) .

a) Mostre que F é um subespaço vectorial de IR4 e que ( v1 = ( -2, 0, 2, 0 ) , v 2 = ( 0,3, 0,1) ) é uma base de F.

Resolução:
O conjunto F pode representar-se da seguinte forma:

F = {( x1 , x 2 , x 3 , x 4 ) Î IR 4 : x1 + x 3 = 0 = x 2 - 3x 4 } = {( x1 , x 2 , x 3 , x 4 ) Î IR 3 : x1 + x 3 = 0 e x 2 - 3x 4 = 0}
= {( x1 , x 2 , x 3 , x 4 ) Î IR 3 : x1 = - x 3 e x 2 = 3x 4 } = {( - x 3 ,3x 4 , x 3 , x 4 ) : x 3 , x 4 Î IR }

Os vectores de F são vectores da forma ( - x 3 ,3x 4 , x 3 , x 4 ) , com x 3 , x 4 Î IR .

Assim, ( -2,3, 2,1) Î F, o que mostra que F ¹ Æ.

Consideremos dois quaisquer vectores de F:


( - x 3 ,3x 4 , x 3 , x 4 ) e ( -x ¢3 ,3x ¢4 , x ¢3 , x ¢4 ) .
Então
( - x 3 ,3x 4 , x 3 , x 4 ) + ( -x ¢3 ,3x ¢4 , x ¢3 , x ¢4 ) = ( -x 3 - x ¢3 ,3x 4 + 3x ¢4 , x 3 + x ¢3 , x 4 + x ¢4 )
= ( - ( x 3 + x ¢3 ) ,3 ( x 4 + x ¢4 ) , x 3 + x ¢3 , x 4 + x ¢4 ) Î F,

14
e portanto F é fechado para a adição.
Seja a Î IR.
Então
a ( - x 3 ,3x 4 , x 3 , x 4 ) = ( a ( - x 3 ) , a ( 3x 4 ) , ax 3 , ax 4 ) = ( - ( ax 3 ) ,3 ( ax 4 ) , ax 3 , ax 4 ) Î F,

e portanto F é fechado para a multiplicação por um escalar.


Assim, F £ IR 4 .

Já vimos que os vectores de F são vectores da forma ( - x 3 ,3x 4 , x 3 , x 4 ) , com x 3 , x 4 Î IR .

Ora,
( - x 3 ,3x 4 , x 3 , x 4 ) = x 3 ( -1, 0,1, 0 ) + x 4 ( 0,3, 0,1)
x3
= ( -2, 0, 2, 0 ) + x 4 ( 0,3, 0,1) .
2
Assim, o vector ( - x 3 ,3x 4 , x 3 , x 4 ) é combinação linear dos vectores ( -2, 0, 2, 0 ) e ( 0,3, 0,1) , e portanto cada

vector de F é combinação linear destes vectores.

Por outro lado, ( -2, 0, 2, 0 ) Î F e ( 0,3, 0,1) Î F, logo ( ( -2, 0, 2, 0 ) , ( 0,3, 0,1) ) é um sistema de geradores de F.
Como nenhum dos vectores ( -2, 0, 2, 0 ) e ( 0,3, 0,1) , é múltiplo do outro, então o sistema ( ( -2, 0, 2, 0 ) , ( 0,3, 0,1) ) é
linearmente independente, e portanto constitui uma base para F.

b) Determine uma base para o subespaço vectorial F + G.


Resolução:
Sabemos que F+G é gerado pela união dos geradores de F e de G.

Na alínea a) vimos que ( ( -2, 0, 2, 0 ) , ( 0,3, 0,1) ) é um sistema de geradores de F, e no enunciado é dito que

G= ( 2, 2,1,3) , ( 2,3, -2,1) , isto é, ( ( 2, 2,1,3) , ( 2,3, -2,1) ) é um sistema de geradores de G.


Então
F+G = ( -2, 0, 2, 0 ) , ( 0,3, 0,1) , ( 2, 2,1,3) , ( 2,3, -2,1) .

Como o vector ( 2,3, -2,1) é combinação linear dos restantes vectores, isto é,

( 2,3, -2,1) = ( -1)( -2, 0, 2, 0 ) + 1( 0,3, 0,1) + 0 ( 2, 2,1,3) , então

F+G = ( -2, 0, 2, 0 ) , ( 0,3, 0,1) , ( 2, 2,1,3) .

Como estes geradores são linearmente independentes, pois os dois primeiros são vectores de uma base e o terceiro
vector não é combinação linear desses dois vectores, portanto ( ( -2, 0, 2, 0 ) , ( 0,3, 0,1) , ( 2, 2,1,3) ) é uma base de

F + G.

c) Encontre a dimensão de F Ç G e conclua, justificando, se F e G são ou não complementares.


Resolução:

15
Na alínea anterior vimos que o sistema ( ( -2, 0, 2, 0 ) , ( 0,3, 0,1) , ( 2, 2,1,3) ) é uma base de
F + G, logo dim F + G = 3.
Pelo teorema das dimensões, sabemos que
dim F + G = dim F + dim G - dim F Ç G , logo
3 = 2 + 2 - dim F Ç G, ou seja,

dim F Ç G = 1.
Assim, sabemos que o subespaço F Ç G é gerado por um vector não nulo, sendo esse vector comum ambos os
subespaços, logo F Ç G ¹ {0} , e portanto F e G não são complementares.

16

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