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Capı́tulo 8
Exercı́cio 8.2: Para cada uma das funções abaixo determinar: (1) quais são sobrejeti-
vas; (2) quais são injetivas; (3) o Jacobiano; (4) os pontos de R2 onde não se aplica o
Teorema da Função Inversa.
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p
Se denotarmos c = y1 /x1 e r = x21 + y12 , o sistema acima nos indica que os pontos
(x1 , y1 ) e (x2 , y2 ) estão na intersecção da reta y = cx com a circunferência x21 + y12 = r 2 .
Como x1 e x2 são positivos, concluı́mos que x1 = x2 e consequentemente y1 = y2 .
Como f é de classe C 1 e
p
p
x/ x2 + y 2 y/ x2 + y 2
′
det[f (x, y)] = det = (x2 + y 2 )−1/2 > 0,
−y/(x2 + y 2 ) x/(x2 + y 2 )
(c) f não é injetora, pois f (1, 0) = f (0, 1) = (0, 0). f também não é sobrejetora, pois
qualquer que seja t ∈ R, (0, t) ∈ / Im f e (t, 0) ∈/ Im f . Como
2
y 2xy
′
det[f (x, y)] = det = 3x2 y 2 ,
2xy x2
É claro que f é de classe C 1 e det[f ′ (x, y)] = 9x2 y2 + 1 > 0. Logo, o TFInv se aplica
em qualquer ponto de R2 . De fato, f é bijetora, como se pode observar facilmente.
Considere a famı́lia de curvas γs parametrizadas por γs : R → R2 , γs (x) = (x3 −s, x+s3 ).
É fácil ver que, para cada s ∈ R, γs é uma função injetora (a curva γs não se intersepta
sobre si mesma). Com efeito, γs é obtida transladando-se γ0 para o ponto (−s, s3 ).
Como a função Γ(s) = (−s, s3 ) também é injetora, podemos concluir que f . Com
raciocı́nio análogo podemos concluirque f é sobre.
Exercı́cio 8.3: Seja f : R3 \ P → R3 , f = (f1 , f2 , f3 ) definida por fi (x1 , x2 , x3 ) =
xi /(1 + x1 + x2 + x3 ), onde
P = {(x1 , x2 , x3 ) | 1 + x1 + x2 + x3 = 0}.
xi x̃i
= , i = 1, 2, 3.
1 + x1 + x2 + x3 1 + x̃1 + x̃2 + x̃3
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Dividindo-se ambos os lados de (8.2) por 1 + x̃1 + x̃2 + x̃3 , obtém-se p = 1 e, conse-
quentemente, xi = x̃i , i = 1, 2, 3.
Mostremos que Im f = R3 \ Q, onde
Q = {(y1 , y2 , y3 ) ∈ R3 ; y1 + y2 + y3 = 1}.
eξ + e−ξ eξ − e−ξ
cosh ξ = , senh ξ = .
2 2
ex cos y − ex sen y = 1
(
ex cosh y + ex senh y = 1
ex cos y − ex sen y = 1 + µ
(
(8.3)
ex cosh y + ex senh y = 1 + ν
para µ e ν pequenos?
Solução: (a) Basta verificar que x0 = 0 e y0 = 0 satisfazem o sistema.
(b) Consideremos a função f : R2 → R2 definida por
de modo que det[f ′ (0, 0)] = 2. Pelo TFInv, existe uma vizinhança U de (0, 0) e uma viz-
inhança V de (1, 1) tais que f : U → V é inversı́vel. Portanto, para µ e ν suficientemente
pequenos o sistema (8.3) tem uma única solução.
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Exercı́cio 8.5: Sabendo-se que o polinômio f (x) = x3 − 6x2 + 11x − 6 possui as raı́zes
λ1 = 1, λ2 = 2 e λ3 = 3, mostre que existe δ > 0 tal que se |a + 6| < δ, |b − 11| < δ e
|c + 6| < δ, então o polinômio g(x) = x3 + ax2 + bx + c possui três raı́zes reais e distintas
λ1 , λ2 e λ3 .
Solução: Se λ1 , λ2 e λ3 são raı́zes do polinômio x3 + ax2 + bx + c, então vale a fórmula
de Viète
λ1 + λ2 + λ3 = −a
λ1 λ2 + λ1 λ3 + λ2 λ3 = b
λ1 λ2 λ3 = −c
Seja F : R3 → R3 a função definida por
F (λ1 , λ2 , λ3 ) = (λ1 + λ2 + λ3 , λ1 λ2 + λ1 λ3 + λ2 λ3 , λ1 λ2 λ3 ).
Como det[F ′ (1, 2, 3)] = −2, existe uma vizinhança U do ponto (1, 2, 3) e uma vizinhança
V do ponto (6, 11, 6) tal que F : U → F (U ) é difeomorfismo de classe C 1 . Em particular,
sendo F −1 contı́nua no ponto (6, 11, 6), para δ > 0 suficientemente pequena, temos
1 1 1
|λ1 − 1| < , |λ2 − 2| < , |λ3 − 3| <
2 2 2
como querı́amos provar.
Exercı́cio 8.6: Seja k k uma norma qualquer de Rn e considere em V = Mn×n
munido da norma induzida, definida por .
a) Seja I = X ∈ V ; X é inversı́vel . Mostre que I é aberto e desconexo em V .
b) Sejam A, B ∈ V . Dizemos que B é raiz quadrada de A se B 2 = A. Mostre que
existe δ > 0 tal que se kA − Ik < δ então A possui uma raiz quadrada.
c) “Quantas” raı́zes quadradas possui a identidade I ∈ M2×2 ,
1 0
I= ?
0 1
Solução: O item (a) segue dos mesmos argumentos usados na solução dos itens (a) e
(b) do exercı́cio 4.16.
(b) Considere f : V → V definida por f (X) = X 2 . Então f é de classe C 1 e f ′ (I) = 2I
(veja exercı́cio 5.11). Como f ′ (I) é inversı́vel, existe uma vizinhança U da matriz
identidade I tal que f (U ) é vizinhança aberta de I e f : U → f (U ) é difeomorfismo de
classe C 1 . Em particular, existe δ > 0 tal que se kX − Ik < δ, então f −1 (X) está bem
definida e, por definição, Y = f −1 (X) é raiz quadrada de X, como querı́amos provar.
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(c) É claro que I e −I são raı́zes da identidade I. Além disso, se
1 0
R0 =
0 −1
então R0 e −R0 são também raı́zes da identidade. Mais geralmente, para cada m ∈ R
consideremos Rm a reflexão em relação à reta y = mx, isto é,
1 1 − m2 2m
Rm =
1 + m2 2m m2 − 1
lim Rm = lim Rm = R0 .
m→+∞ m→−∞
1
Como kRm − Ik ∼ max{1, 2m, 2m2 }, a matriz identidade I é ponto isolado de
1 + m2
curva Rm .
Observe que se a, b ∈ R, b 6= 0, então a matriz
a b
Ra,b = 2
(1 − a )/b −a
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