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Cálculo e Geometria Analı́tica II

Lista 3 - Planos tangentes, pontos crı́ticos,


multiplicadores de Lagrange

Planos tangentes e aproximação linear


1. Encontre a equação do plano tangente à superfı́cie z 2 = 3x2 + y 3 no ponto P = (1, 1, 2).
2. Considere a superfı́cie 2x2 + y 2 + z 2 = 9. Encontre uma equação do plano tangente à superfı́cie
no ponto P = (2, −1, 0).
3. Apresente uma equação do plano tangente à superfı́cie de nı́vel da função f (x, y, z) = ln(y 2 e xz )
pelo ponto P = (0, 1, 1).

4. Considere a função f (x, y) = x2 y − ln(5x − 3y) e o ponto P = 2, 3 .

(a) Determine a equação do plano tangente à superfı́cie z = f (x, y) no ponto P .



(b) Utilizando a aproximação linear local de f em P , determine o valor aproximado de f 1,98; 3,01 .

5. Considere a função F (x, y, z) = zexy + x2 e o ponto Q = (−1, 0, 2). Obtenha um valor aproxi-
mado para F (−1,05; 0,02; 2,01) utilizando a aproximação linear local de F em Q.

Máximos e mı́nimos de funções de várias variáveis


6. Encontre e classifique todos os pontos crı́ticos da função f (x, y) = xy − 31 x3 − 12 y 2 + 3.
7. Encontre e classifique o(s) ponto(s) crı́tico(s) da função f (x, y) = x2 + xy − 2x − 2y + 1.
8. Se uma função contı́nua de uma variável tem exatamente um extremo relativo em um intervalo,
então esse extremo relativo é um extremo absoluto no intervalo. Este exercı́cio mostra que esse
resultado não se estende a funções de duas variáveis.
(a) Mostre que f (x, y) = 3xey − x3 − e3y tem apenas um único ponto crı́tico e que nele ocorre
um máximo relativo.
(b) Mostre que f não tem máximo absoluto.
(c) Use um recurso computacional para esboçar o gráfico z = f (x, y).
9. Considere a função f (x, y) = 4x2 − 3y 2 + 2xy no quadrado unitário 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1.
(a) Encontre os valores máximo e mı́nimo de f em cada aresta do quadrado
(b) Encontre os valores máximo e mı́nimo de f no quadrado inteiro

Multiplicadores de Lagrange
10. Encontre o ponto do plano x + 2y + z = 1 que está mais próximo da origem.
11. Qual é o maior valor possı́vel para a soma das coordenadas de um ponto pertencente ao
elipsoide de equação (x − 2)2 + 2(y − 1)2 + (z − 2)2 = 40.
2
x2
12. Encontre as dimensões do retângulo de área máxima que pode ser inscrito na elipse a2 + yb2 = 1.

1
Figura 1: Essa figura é relativa ao Exercı́cio 12. Retângulo inscrito em elipse. Clique aqui para
ver uma figura dinâmica.

13. Encontre o ponto da esfera (x − 2)2 + (y − 2)2 + (z − 2)2 = 27 que está mais afastado da origem
(0, 0, 0).

14. Encontre o maior valor possı́vel para a função f (x, y) = 4x3 + y 2 , quando restrita aos pontos
(x, y) que satisfazem 2x2 + y 2 = 1.
15. Um granjeiro resolve construir num terreno plano uma gaiola em forma de caixa retangular,
em que as paredes laterais e o teto serão de tela de arame. Usando multiplicador de Lagrange,
determine as dimensões da gaiola de maior volume que poderá ser construı́da com 48 m2 de tela.
Determine, também, o volume dessa gaiola.
16. Uma caixa retangular sem tampa é feita de 12m2 de papelão. Determine o volume máximo
dessa caixa utilizando multiplicador de Lagrange.

17. Devemos construir um tanque de fundo e paredes retangulares, aberto no topo. O custo da
construção do metro quadrado de fundo é de 5$ e o do metro quadrado das laterais é de 20$.
Usando multiplicador de Lagrange, calcule as dimensões de um tanque desses de volume máximo
que conseguimos construir dispondo de 960$ para cobrir o custo da construção do fundo e dos
lados. Qual é esse volume máximo?

2
Soluções
1. Seja f (x, y, z) = 3x2 + y 3 − z 2 . Então ∇f (x, y, z) = h6x, 3y 2 , −2zi. O vetor ∇f (1, 1, 2) =
h6, 3, −4i é ortogonal à superfı́cie de nı́vel de f que passa pelo ponto (1, 1, 2). Portanto, uma
equação para o plano tangente é

6(x − 1) + 3(y − 1) − 4(z − 2) = 0.

2. 8(x − 2) − 2(y + 1) = 0
3. x + 2y − 2 = 0
4. (a) 7x + 7y − z − 23 = 0
(b) 11,93

5. L(x, y, z) = 3 − 2(x + 1) − 2y + (z − 2), logo F (−1,05; 0,02; 2,01) ≈ L(−1,05; 0,02; 2,01) = 3, 07
6. Localização dos pontos crı́ticos: Temos que fx (x, y) = y − x2 e fy (x, y) = x − y. Portanto,
os pontos crı́ticos (x, y) são as soluções do sistema
(
y − x2 = 0
.
x−y =0

As soluções desse sistema são os pares (0, 0) e (1, 1).

Classificação dos pontos crı́ticos: Para classificar esses pontos crı́ticos usaremos o teste da 2ª
derivada, que leva em conta a função
2
D(x, y) = fxx (x, y)fyy (x, y) − fxy (x, y).

Note que fxx (x, y) = −2x, fxy (x, y) = 1 e fyy (x, y) = −1. Portanto D(x, y) = 2x − 1.
O teste da 2ª derivada justifica as seguintes conclusões:
D(0, 0) = −1 < 0, portanto (0, 0) é um ponto de sela.
D(1, 1) = 1 > 0 e fxx (1, 1) = −2 < 0, portanto (1, 1) é um ponto de máximo local.

Figura 2: Gráfico da função f (x, y) = xy − 31 x3 − 12 y 2 + 3, produzido no GeoGebra 3D

7. O único ponto crı́tico é o ponto (2, −2) que é sela.

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8. (a) f (x, y) = 3xey − x3 − e3y . Então fx = 3ey − 3x2 e fy = 3xey − 3e3y . Os pontos crı́ticos são
soluções do sistema ( (
3ey − 3x2 = 0 ey − x2 = 0
y 3y
⇐⇒
3xe − 3e = 0 x − e2y = 0

A última equação diz que x = e2y . Substituindo x por e2y na equação ey − x2 = 0 obtemos
ey − e4y = 0 ⇒ ey = e4y . Como a função exponencial é injetiva, obtemos y = 4y, donde segue que
y = 0, e consequentemente x = 1. Portanto, o único ponto crı́tico é o ponto (1, 0). Para classificar
esse ponto podemos usar o teste da segunda derivada, que leva em conta a função
2
D(x, y) = fxx (x, y)fyy (x, y) − fxy (x, y).

Note que fxx = −6x, fyy = 3xey − 9e3y e fxy = 3ey . Portanto, D(1, 0) = 27 > 0. Como
fxx (1, 0) = −6 < 0, o teste da segunda derivada conclui que (1, 0) é um ponto de máximo local.

(b) Para ver que f não tem máximo absoluto observe, por exemplo, que limx→−∞ f (x, 0) =
limx→−∞ (3x − x3 − 1) = +∞. Isso significa que f (x, y) toma valores arbitrariamente grandes e,
portanto, a função não possui um máximo absoluto.
(c)

Figura 3: Gráfico da função f (x, y) = 3xey − x3 − e3y , produzido no GeoGebra 3D. Clique aqui
para visualizar o gráfico no seu navegador.

9. .
(a) f (x, y) = 4x2 − 3y 2 + 2xy
ˆ No lado `1 : 0 ≤ x ≤ 1, y = 0.
f (x, 0) = 4x2 tem valor máximo quando x = 1 e valor mı́nimo
quando x = 0. Temos que f (1, 0) = 4 e f (0, 0) = 0.

ˆ No lado `2 : x = 1, 0 ≤ y ≤ 1.
f (1, y) = 4−3y 2 +2y tem valor máximo quando y = 31 e valor
mı́nimo quando y = 1. Temos que f (1, 13 ) = 13
3 e f (1, 1) = 3.

ˆ No lado `3 : 0 ≤ x ≤ 1, y = 1.
f (x, 1) = 4x2 −3+2x tem valor máximo quando x = 1 e valor
mı́nimo quando x = 0. Temos que f (1, 1) = 3 e f (0, 1) = −3.
ˆ No lado `4 : x = 0, 0 ≤ y ≤ 1.
f (0, y) = −3y 2 tem valor máximo quando y = 0 e valor
mı́nimo quando y = 1.
(b) f não possui pontos crı́ticos no interior do quadrado. O único ponto crı́tico de f é o ponto

4
(0, 0), que é um ponto de sela que está no bordo do quadrado. Portanto, no quadrado inteiro o
valor máximo é f (1, 13 ) = 13
3 ≈ 4, 333 e o valor mı́nimo é f (0, 1) = −3.

10. Vamos minimizar a função f (x, y, z) = x2 + y 2 + z 2 com a restrição de que g(x, y, z) =


x + 2y + z = 1. O método dos multiplicadores da Lagrange diz que os extremos ocorrem em pontos
que satisfazem ∇f (x, y, z) = λ∇g(x, y, z) para algum λ. Obtemos assim, o sistema


 2x = λ

2y = 2λ
2z = λ


x + 2y + z = 1

Das três primeiras equações concluı́mos que y = 2x e z = x. Substituindo isso na última equação
obtemos x = 61 . Assim, o ponto procurado é o ponto ( 16 , 26 , 16 ).
Outra maneira de resolver o problema é considerar a reta ` que passa pela origem e é ortogonal
ao plano. Como n = h1, 2, 1i é vetor ortogonal ao plano, temos que a reta ` pode ser expressa
parametricamente por 
x = t

` : y = 2t ; t ∈ R.

z=t

A interseção dessa reta com o plano ocorre no ponto correspondente ao valor de t para o qual
t + 2(2t) + t = 1, donde obtemos t = 61 . Assim, de uma maneira alternativa, obtemos novamente
o ponto ( 61 , 26 , 61 ).
11. A maior soma possı́vel é 15, a qual ocorre no ponto (6, 3, 6).
12. É possı́vel mostrar que os possı́veis retângulos inscritos na elipse devem ter os lados para-
lelos aos eixos. Vamos assumir isso sem demonstrar rigorosamente. Vamos expressar a área do
retângulo em termos das coordenadas do vértice (x, y) que está no primeiro quadrante. Nesse caso
os comprimentos dos lados são 2x e 2y e portanto a área é A(x, y) = 4xy. Queremos maximizar
2 2
a função A(x, y) = 4xy sob a restrição g(x, y) = xa2 + yb2 = 1. O método dos multiplicadores de
Lagrange diz que os extremos ocorrem em pontos que satisfazem ∇A(x, y) = λ∇g(x, y) para algum
λ. Obtemos assim, o sistema 
2x
4y = a2 λ

4x = 2yb2 λ
 x2 y2

a2 + b2 = 1
4a2 y 4b2 x
Isolando λ nas duas primeiras equações obtemos 2x = 2y ⇔ a2 y 2 = b2 x2 . Disso segue que
2 2 2
x2 = ab2 y 2 . Substituindo isso na equação da elipse obtemos yb2 + yb2 = 1. Donde segue que
y 2 = b2 /2, e então x2 = a2 /2. Portanto, o vértice no primeiro quadrante que gera o retângulo de
√ √
maior área é o ponto √a2 , √b2 . Logo as dimensões do retângulo de maior área são a 2 e b 2 e
a área máxima é 2ab.
13. Vamos maximizar a função f (x, y, z) = x2 + y 2 + z 2 com a restrição de que

g(x, y, z) = (x − 2)2 + (y − 2)2 + (z − 2)2 = 27.

O método dos multiplicadores de Lagrange diz que os extremos ocorrem em pontos que satisfazem
∇f (x, y, z) = λ∇g(x, y, z) para algum λ. Obtemos assim, o sistema


 2x = λ2(x − 2)

2y = λ2(y − 2)


 2z = λ2(z − 2)
(x − 2)2 + (y − 2)2 + (z − 2)2 = 27

5
Note que x 6= 2, pois x = 2 iria contradizer a primeira equação. Analogamente, y 6= 2 e z 6= 2.
Portanto, isolando λ nas três primeiras equações obtemos
x y z
λ= = =
x−2 y−2 z−2
Dessas igualdades segue que x = y = z. Da última equação segue então que 3(x − 2)2 = 27. Logo
(x − 2) = ±3 e portanto x = 5 ou x = −1. Obtemos assim os pontos (−1, −1, −1) e (5, 5, 5). O
ponto (−1, −1, −1) é o ponto da esfera que está mais próximo da origem. O ponto (5, 5, 5) é o
ponto da esfera que está mais distante da origem.
Outra maneira de resolver o problema, sem usar cálculo, seria observar que os pontos mais
próximos e mais distantes da origem se encontram na interseção entre a esfera e a reta que liga a
origem ao centro da esfera.

Figura 4: Visualização da esfera de equação (x − 2)2 + (y − 2)2 + (z − 2)2 = 27 sendo perfurada


pela reta que passa pela origem e pelo centro da esfera

√ √
14. O valor máximo é 2, e esse valor ocorre no ponto (1/ 2, 0).
15. Sejam x, y, z as medidas do comprimento, largura e altura da gaiola. A função que queremos
maximizar é V (x, y, z) = xyz, a função de restrição é a função superfı́cie da gaiola S(x, y, z) =
xy + 2xz + 2yz = 48. Usando multiplicadores de Lagrange queremos encontrar os extremos que
ocorrem nos pontos que satisfazem ∇V (x, y, z) = λ∇S(x, y, z) para algum λ. Obtemos assim, o
sistema 
yz = λ(y + 2z)


xz = λ(x + 2z)
xy = λ(2x + 2y)


xy + 2xz + 2yz = 48

Temos que x, y, z ≥ 0 pois são medidas, mas se algum destes valores for zero teremos que a
gaiola terá volume zero, portanto podemos supor que x, y, z > 0, e também os números y + 2z > 0,
x + 2z > 0 e 2x + 2y > 0, e desta forma teremos que
yz xz xy
λ= = = ,
y + 2z x + 2z 2x + 2y
analisando estas igualdades obtemos que x = y = 2z, substituindo na equação de restrição obtemos
que z = 2 portanto x = y = 4, logo (4, 4, 2) é o único ponto crı́tico de V sujeito à restrição S = 48.
O volume da gaiola neste ponto é V (4, 4, 2) = 32m3 , portanto este é um valor de máximo dado
que V (0, 0, 0) = 0m3 .
16. O volume máximo é 4 m3 . Ocorre com uma caixa sem tampa com 2m de comprimento, 2m
de largura e 1m de altura.
17. Comprimento: 8m, largura: 8m e altura: 1m. Volume máximo: 64m3 .

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Figura 5: Construção da gaiola

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