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ESAMC

Santos

ANDRÉ DA SILVA

FELIPE PORTARO ALBERTO

FLÁVIO HENRIQUE CAMARGOS GARDINGO

RENAN GUIMARÃES GONÇALVES

ROMÁRIO GAMA DE SANTANA

SILVANO TEIXEIRA DOS SANTOS

BIOCONCRETO

Potencial do concreto vivo como solução para estruturas portuárias expostas a


intempéries

Santos

2021
ESAMC

Santos

ANDRÉ DA SILVA

FELIPE PORTARO ALBERTO

FLÁVIO HENRIQUE CAMARGOS GARDINGO

RENAN GUIMARÃES GONÇALVES

ROMÁRIO GAMA DE SANTANA

SILVANO TEIXEIRA DOS SANTOS

BIOCONCRETO

Potencial do concreto vivo como solução para estruturas portuárias expostas a


intempéries

Trabalho de aplicação para a disciplina projeto de


Graduação ESAMC (PGE) do curso de
Engenharia civil. Professor orientador: Alessandro
Borraschi Ferreira.

Santos

2021
BIOCONCRETO
Potencial do concreto vivo como solução para estruturas portuárias expostas a
intempéries

ANDRÉ DA SILVA
FELIPE PORTARO ALBERTO
FLÁVIO HENRIQUE CAMARGOS GARDINGO
RENAN GUIMARÃES GONÇALVES
ROMÁRIO GAMA DE SANTANA
SILVANO TEIXEIRA DOS SANTOS

Aprovada em __/__/__.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________
Prof. Alessandro Borraschi
Esamc

____________________________________

Prof. Avaliador
Esamc
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho a Deus. Sem ele nada seria possível.


AGRADECIMENTO

Agradecemos primeiramente a Deus, pois sem a Sua graça não seriamos capaz de
alcançarmos a conclusão deste trabalho.

Nosso agradecimento a esta instituição por ter nos proporcionado a estrutura


necessária para que pudéssemos crescer academicamente e pessoalmente.

Toda a nossa gratidão ao corpo docente e, em especial, ao nosso orientador por


todo incentivo e apoio tão importantes. Sem sua ajuda e ensino nada disso seria
possível.

Às nossas famílias e amigos, por estarem ao nosso lado e nos fazer acreditar que
tínhamos a força e as ferramentas necessárias para finalizar este trabalho.
E, por fim, agradecemos todas as pessoas que, de alguma forma, foram essenciais
para que alcançássemos este objetivo.

EPÍGRAFE
“Há apenas uma maneira de evitar críticas: não falar nada, não fazer nada e não ser
nada.” (Aristóteles)

RESUMO

A área portuária é uma das mais insalubres para as estruturas de concreto. Devido
ao seu alto nível de intempéries, as obras civis necessitam passar por manutenções
com grande frequência, por isso apresentamos como solução para esse problema o
bioconcreto que tem a capacidade de se autorregenerar de fissuras, por ação da
bactéria bacillus pseudofirmus que em contato com o oxigênio libera calcário o
suficiente para preencher aberturas de até 0,8mm. Criado pelo pesquisador Henk
Jonkers, o bioconcreto vem sendo estudado para solucionar o problema de
manutenção de grandes obras de infraestrutura da Europa que por ano gera gastos
consideráveis para o governo. Em nosso projeto apresentamos uma obra que será
executada com elementos pré-fabricados de concreto armado, onde foi feito o
comparativo da execução dos painéis de fechamento em bioconcreto e concreto
convencional, a fim de avaliarmos a sua viabilidade.

Palavras chaves: bioconcreto, estruturas e viabilidade.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Ensaio de resistência a compressão...........................................................50

Tabela 2 - Resultado de resistência a flexão..............................................................50

Tabela 3 - Resultado a compressão do concreto convencional x bioconcreto..........51

Tabela 5 - Despesas de manutenção - fonte: Henk Jonkers......................................56

Tabela 4 - Cronograma de produção e montagem.....................................................57


LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Porto de santos...........................................................................................14

Figura 2 - patologias encontradas nas obras..............................................................15

Figura 3 - Patologias...................................................................................................15

Figura 4 - principais patologias...................................................................................15

Figura 5 - Processo de "auto cicatrização" do concreto.............................................16

Figura 6 - Área portuária.............................................................................................19

Figura 7 - Obras portuárias.........................................................................................20

Figura 8 - Movimentação de carga em obra portuária................................................20

Figura 9 - Estrutura portuária degradada....................................................................21

Figura 10 - Imagem de vistoria em ambiente portuário..............................................21

Figura 11 Proteção artificial de praia..........................................................................22

Figura 12 Obra de recuperação de praia....................................................................23

Figura 13 - Esquema resumido da uréase na precipitação de CaCO3......................48

Figura 14 - observação estereomicroscópia...............................................................49

Figura 15 Esporos bacterianos dormentes.................................................................49

Figura 16 - Resistência a compressão do concreto normal e concreto com a bactéria.


.....................................................................................................................................50

Figura 17 - Resistência a flexão do concreto normal e concreto com a bactéria.......51

Figura 18 – Resistencia a Compressão com a bactéria Bacillus subtili.....................52

Figura 19 - localização do projeto - fonte: google mapas...........................................53

Figura 20 - proposta comercial fonte: Abc pré-fabricados de concreto......................54

Figura 21 - Gastos anuais com viadutos, pontes, passarelas e túneis......................55


Figura 22 - Perspectiva do projeto, fonte: ABC Pré-fabricados de concreto..............56

Figura 23 -Perspectiva 2 -do projeto, fonte: ABC Pré-Fabricados de concreto.........57

Figura 24 - Desenvolvimento da resistência à compressão de espécimes de pedra


de cimento com incorporação de composto orgânico e controle de envelhecimento.
(Fonte. Jonkers et al., 2008).......................................................................................58

Figura 25 - Desenvolvimento da resistência à compressão de espécimes de pedra


de cimento envelhecidos e com incorporação de bactérias (B. Pseudo Firmus).
(Fonte. Jonkers et al., 2008).......................................................................................59

Figura 26 - Resultados das resistências à compressão em CPs cilíndricos aos sete e


aos cem dias. (Fonte Graciele Mânica, 2019)............................................................60

Figura 27 - Tela metálica utilizada no interior dos corpos de prova de argamassa.


(Fonte Graciele Mânica, 2019)....................................................................................61
SUMÁRIO
OBJETIVO...................................................................................................................13
Justificativa..................................................................................................................14
1 INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA..........................................................................18
1.1 Projeto das Estruturas Temporárias de Construção......................................19
1.2 Ampliação, Recuperação e Reforço Estrutural..............................................21
1.3 Vistoria e Laudo Estrutural................................................................................21

1.4 Proteção e Restauração Costeira.....................................................................21

1.5 Engorda Artificial de Praias...............................................................................23

2 RELEVÂNCIA DO CONCRETO NO SETOR CIVIL DO BRASIL............................24


3 PATOLOGIAS..........................................................................................................26
3.1 Segregações do Concreto..............................................................................28
3.2 Fissuras e assentamento plástico..................................................................28
3.3 Por Movimentação Térmica............................................................................29
3.4 Devido a falhas na execução e detalhamento no projeto insuficiente gerando
recalques de fundações.......................................................................................29
3.5 Carbonatação do Concreto............................................................................31
4 FATORES DE DETERIORAÇÃO DO CONCRETO EM ESTRUTURAS
PORTUÁRIAS.............................................................................................................33
4.1 Causas de Deterioração.................................................................................33
4.2 Provenientes a Solicitações Mecânicas.........................................................33
4.3 Físico-Química................................................................................................35
4.4 Eletroquímicas – Corrosão das Armaduras...................................................36
5 IMPACTO DO CICLO DE VIDA DO CONCRETO...................................................38
5.1 A Ecotoxicidade..............................................................................................38
5.2 Acidulação......................................................................................................40
5.3 Destruição do Ozônio.....................................................................................40
5.4 Energéticos Renováveis.................................................................................41
5.5 Energéticos não Renováveis..........................................................................41
6 BIOCONCRETO.......................................................................................................44
6.1 Conceito..........................................................................................................44
6.2 Composição - Biomineração..........................................................................45
6.3 Resistência.....................................................................................................48
7 ESTUDO DE CASO.................................................................................................53

7.1 Projeto de Galpão Industrial..............................................................................53

7.2 Painel de Fechamento.......................................................................................53

7.3 Investimentos.....................................................................................................54

7.4 Prazo de Execução – Cronograma...................................................................57

7.5 Resistência do Bioconcreto...............................................................................58

8 GESTÃO DE RISCO................................................................................................62
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................69
10 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS.......................................................................70
13

OBJETIVO
O objetivo do trabalho é a sistematização de informações através da pesquisa e
elaboração de materiais teóricos sobre o Bioconcreto, que está sendo mais
explorado em diversos estudos, após a sua “descoberta”, na Universidade de
Tecnologia de Delft, na Holanda por se mostrar uma solução eficiente, prática,
ecológica e que viabilize a redução do custo sistêmico de manutenção das
estruturas via aumento de desempenho estrutural, de modo a construir uma base de
referência. Apresentar a elaboração de uma proposta de projeto para uma área do
terminal portuário de Santos-SP, utilizando o concreto vivo como solução na
prevenção de patologia e manutenção da área escolhida.
14

JUSTIFICATIVA
O Porto de Santos é o maior complexo portuário da América Latina e principal porto
brasileiro em valores de carga movimentadas. O terminal é multipropósito, opera
uma variedade de cargas (granéis sólidos, líquidos, carga geral solta, conteinerizada
e cargas de projeto), e se destaca frequentemente, nas análises de movimentação
de cargas nacionais e internacionais.

Esse gigante é historicamente responsável por ao menos 25% do comércio exterior


brasileiro, e se mantém presente anualmente na metade superior do ranking de 100
maiores portos da publicação britânica Lloyd’sList (que considera somente a
movimentação de contêineres), uma referência das indústrias mundiais de portos e
navegação.

Com a extensão de cais de 16 km e área útil total de 7,8 milhões de m², está
localizado estrategicamente no centro do litoral paulista, abrangendo as ilhas de São
Vicente e Santo Amaro, apenas a 2 km de distância do Oceano Atlântico e a 70 km
do maior centro consumidor e produtor da América Latina, a cidade de São Paulo.
Interligado a uma vasta rede de infraestrutura de transportes, anualmente
movimenta milhões de toneladas de bens e mercadorias.

Figura 1 - Porto de santos


Fonte: http://www.portodesantos.com.br
15

A Revista Concreto (nº49 de 2008) cita:


“A Associação Americana de Engenheiros Civis
(ASCE) estima que o custo do reparo da
infraestrutura de concreto, atualmente deteriorada
nos EUA, é da ordem de 1,3 trilhão de dólares. Só
o custo de reparo das centenas de milhares de
pontes deterioradas é estimado em US$80
bilhões, em contraste com a dotação orçamentária
anual americana para esse fim, que é apenas de 5
a 6 bilhões de dólares.” (Fonte: ASCE, 2001)
No Brasil a situação não é diferente e o Porto de Santos, como o maior
representante da América Latina no seu modelo, também é atingido pelo mesmo
problema.

Estruturas de concreto constantemente apresentam processo de degradação,


muitas vezes não cumprindo o seu tempo de vida útil pré-estabelecido. Tanto a falta
de conhecimento quanto a ausência de normas específicas pertinentes, corroboram
a crescente indústria do “reparo do reparo”.

Daniel Henrique da Silva elaborou uma pesquisa onde dados de 2005 até 2015
foram levantados, tendo como base 166 obras acompanhadas durante o período,
que foram divididas em:

Figura 2 - patologias
Figura 3 -encontradas
Patologias nas obras

Principais patologias encontradas na pesquisa:

Figura 3 - principais patologias


16

Fonte tabela e gráfico: SILVA, Daniel Henrique. Recuperação de estruturas de concreto – Corrosão
das Armaduras – Estudo levantado no Centro Oeste de Minas Gerais, 2018. Disponível em:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/engenharia-civil/recuperacao-de-estruturas

“A pouca durabilidade das estruturas de concreto


tem sérias consequências ambientais, pelo
aumento do consumo de matérias primas e
energia para manutenção, reparo e renovação
delas. As estruturas de concreto são projetadas,
geralmente, para uma vida útil de 50 anos, mas a
realidade demonstra que, nos ambientes das
grandes cidades e da costa litorânea, muitas
estruturas começam a deteriorar com menos de 20
anos de existência.” Eng. Antonio Carlos Reis
Laranjeiras – Simpósio IBRACON 30 Anos – 2002
Os terminais portuários estão sujeitos a um ambiente mais agressivo, de altas
temperaturas, chuvas constantes, vendavais, variação da maré e outros, além do
uso, gerando constantes gastos em manutenção e prejuízo pelas áreas isoladas
para obras.

O trabalho apresenta o Bioconcreto, que sela as próprias fissuras. O concreto vivo é


um material que ao entrar em contato com a água libera hidróxido de cálcio,
resultando em um meio altamente alcalino. Esta bactéria presente no concreto
consome este hidróxido solúvel através de seu metabolismo gerando carbonato de
cálcio (CACO3). O carbonato de cálcio preenche os poros do concreto podendo
aumentar sua resistência mecânica e, ao longo de aproximadamente três semanas
sela as suas fissuras.

Figura 4 - Processo de "auto cicatrização" do concreto


Fonte:https://www.novesengenharia.com.br/conheca-o-concreto-vivo-bio-concreto/
17

As Bactérias ficam dormentes na forma de esporos bacterianos, até que a água


penetre através de pequenas rachaduras. Fazendo assim as bactérias germinarem e
produzir o carbonato de cálcio através da biomineralização. O grande objetivo e
selar as fissuras conforme elas ocorrem, impedindo assim a formação de rachaduras
maiores, além de preservar a integridade estrutural do material. Henk Jonkers e o
Engenheiro especializado em materiais de construção Eric Schlangen da
Universidade Técnica de Delft na Holanda, que vem estudando esta técnica desde
2006 quando um engenheiro veio questionar sobre a utilização de bactérias em
concretos que teria a capacidade de se auto “curar”. Um problema que se encontra
muito na construção civil são as fissuras geradas ao decorrer do tempo por
patologias e desgastes, dependendo de onde ocorre essa fissura, o bioconcreto vem
sendo uma solução para a construção civil e pela sua capacidade de restaurar as
fissuras através da precipitação de carbonato de cálcio. A estimativa de Jonkers é
que se investimos 1% do valor total da obra em concreto, ou seja, o bioconcreto,
teríamos o investimento retornado em 4 anos. O estudo de Daniel Silva mapeia que
69% das patologias em construções estão diretamente vinculadas a corrosão da
armadura, em razão da exposição da armadura a atmosfera, portanto, ocasionadas
por trincas e fissuras, podendo ser evitadas com a aplicação do bioconcreto.

O Bioconcreto será posteriormente sugerido como solução para uma área a ser
determinada do terminal portuário de Santos, na prevenção de patologias em
concreto, a ser desenvolvido detalhadamente no PGE II.
18

1 INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA
O Porto de Santos é o maior complexo portuário da América Latina e principal porto
brasileiro em valores de carga movimentadas. O terminal é multipropósito, opera
uma variedade de cargas (granéis sólidos, líquidos, carga geral solta, conteinerizada
e cargas de projeto), e se destaca frequentemente, nas análises de movimentação
de cargas nacionais e internacionais.

Esse gigante é historicamente responsável por ao menos 25% do comércio exterior


brasileiro, e se mantém presente anualmente na metade superior do ranking de 100
maiores portos da publicação britânica Lloyd’sList (que considera somente a
movimentação de contêineres), uma referência das indústrias mundiais de portos e
navegação.

Com a extensão de cais de 16 km e área útil total de 7,8 milhões de m², está
localizado estrategicamente no centro do litoral paulista, abrangendo as ilhas de São
Vicente e Santo Amaro, apenas a 2 km de distância do Oceano Atlântico e a 70 km
do maior centro consumidor e produtor da América Latina, a cidade de São Paulo.
Interligado a uma vasta rede de infraestrutura de transportes, anualmente
movimenta milhões de toneladas de bens e mercadorias.

A manutenção portuária exige a elaboração de projetos civis greenfield e brownfield,


de obras portuárias onshore e offshore para terminais de contêineres, granéis
sólidos e líquidos, carga geral, estaleiros, marinas etc., incluindo as estruturas de:
cais, píeres, dolphins de amarração e atracação, plataformas, pontes de acesso,
pátios de estocagem, acessos rodoviários e ferroviários, entre outros.
A área civil, contempla:
Projeto Conceitual, Básico e Executivo (Detalhado);
Projeto de Metodologia Executiva;
Projeto Detalhado das Estruturas Temporárias de Construção (cantitraveller system;
guias de cravação, treliças, estudo de rigging, etc);
Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA);
Estudos de Amarração e Atracação de Navios;
Estudo de Cravabilidade de Estacas;
Dimensionamento de Defensas e Cabeços de Amarração;
Estimativas de CAPEX;
19

Figura 5 - Área portuária

1.1 Projeto das Estruturas Temporárias de Construção

Após definir o método de execução a ser aplicado na obra, será desenhada a


estrutura temporária da execução. Geralmente são estruturas metálicas, além das
facilidades que podem ser encontradas para implantação de empresas locais,
também são fáceis de implantar, ajustar, transportar, instalar, reformar e
reaproveitar. Estudos técnicos e projetos que detalham a forma de execução do
projeto a ser executado. Neste estudo foram avaliadas várias variáveis que afetam
diretamente a definição dos equipamentos que são implementados no âmbito das
normas de segurança de forma a cumprir o cronograma e os custos da obra.
Existem vários tipos de estruturas que podem ser utilizadas para a construção de
estruturas portuárias, nomeadamente: sistemas de navegação aérea, flutuantes e
jack-ups. Para definir a melhor alternativa a ser utilizada, algumas variáveis devem
ser consideradas, como o poder ambiental da solução adotada e as características
do processo construtivo.
20

Figura 6 - Obras portuárias

Figura 7 - Movimentação de carga em obra portuária


21

1.2 Ampliação, Recuperação e Reforço Estrutural


Pesquisa em soluções de reparo estrutural, reforço e manutenção para garantir a
vida útil ou melhorar novas condições de uso, como introdução de novos
equipamentos, navios maiores, aprofundamento de dragagem, entre outros.

Figura 8 - Estrutura portuária degradada

1.3 Vistoria e Laudo Estrutural

Elaboração de visita técnica para vistoria das estruturas e elaboração de laudo


estrutural com o objetivo de apresentar as anomalias encontradas, causas e
procedimentos e projetos para recupera.

Figura 9 - Imagem de vistoria em ambiente portuário

1.4 Proteção e Restauração Costeira


Por meio da análise de investigações no local e modelos numéricos computacionais,
o comportamento de uma determinada área pode ser reproduzido para definir
critérios de projeto, como alturas de ondas importantes, correntes e taxas de
22

assoreamento para determinar o tamanho das estruturas de quebra-mar costeiros,


espigões e pilares. Além dos desenhos e da memória de cálculos, suas dimensões
incluem também a verificação da estabilidade de taludes, a definição das dimensões
do projeto decorrentes do galgamento, o comprimento ideal e o comprimento
necessário dessas estruturas costeiras para proteger a área interna. É possível
desenvolver estudos para cada situação de projeto, onde podem ser estudadas
soluções para diversas inclinações de taludes, tamanho e peso de rochas, e em
função da variação das alturas de ondas, projetar diversos seguimentos da
estrutura, que resultam em uma economia na obra. Em função dos estudos
hidrodinâmicos, é possível elaborar a metodologia e sequência executiva tanto de
sua execução propriamente dita como da adaptação e recuperação destas
estruturas.

Figura 10 Proteção artificial de praia


23

1.5 Engorda Artificial de Praias

Soluções para Recuperação de praias e costas através de análises e compilação


das informações de campo, como: batimetria, topografia, sondagens, dados
oceanográficos, modelagens numéricas computacionais, dentre outros. De posse
dessas informações é possível definir o melhor projeto de restauração e
recuperação, assim como analisar estabilização costeira; definição de jazidas, em
mar ou em terra, em conjunto com a metodologia executiva para cada alternativa.

Figura 11 Obra de recuperação de praia


24

2 RELEVÂNCIA DO CONCRETO NO SETOR CIVIL DO BRASIL


O concreto é um dos materiais mais utilizados em construções no mundo, no Brasil,
é disparado o material mais encontrado, presente na grande maioria das obras civis.
Apesar de não apresentar a mesma resistência e tenacidade que o aço, outros
aspectos contribuem para tamanha popularidade, dentre eles:

-Versatilidade: o concreto pode ser moldado (é uma substância plástica), o que


facilita seu manejo e produção.

-Durabilidade:  a norma de desempenho ABNT NBR 15575, a Vida Útil do Projeto


(VUP) determina que a vida mínima para estruturas de concreto deve ser igual ou
superior a 50 anos.

-Economia: o concreto é composto é um material facilmente encontrado, disponível


no mundo todo também é um dos materiais mais baratos do mercado.

-Alta resistência a água: o mecanismo de manufatura do concreto é conhecido


desde o Império Romano, onde já era utilizado na fabricação de aquedutos. Sua alta
tolerância também o torna um excelente material de acabamento para obras de
pequeno, médio ou grande porte.

Definido como um material compósito, constitui-se em um meio contínuo


aglomerante, onde partículas de agregados se encontram mergulhadas. No Brasil, o
aglomerante mais empregado é o cimento Portland. Existem dois grupos de
partículas de agregados: graúdos (britas, com elementos de tamanho maior que
4,8mm) e miúdos (quase na totalidade, areia, grãos de 0,06 até 2mm). Da mesma
forma, o concreto é conhecido pela combinação de agregado graúdo e argamassa.
Aditivos podem ser adicionados para alterar suas características, simplificar a
aplicação e manuseio do material. Traço, é o nome dado a proporção dos
componentes misturados. A distância entre as moléculas é reduzida, preenchendo
todos os espaços, e tem uma distribuição granulométrica ideal, que atende aos
requisitos necessários para ser um material resistente e ter ductilidade antes de
endurecer, tornando-se um material favorável para a fundação de estruturas
construtivas. Devido ao desenvolvimento da construção civil, o concreto tem sido
amplamente utilizado por ser um material de grande resistência e por poder suportar
toda a estrutura da edificação. Dada a grande variedade deste material, garante boa
eficiência e importância em edificações civis, capazes de desempenhar diferentes
25

funções de acordo com as necessidades expostas, como em pontes, edifícios mais


altos do mundo, em torres de resfriamento, usinas hidrelétricas e usinas nucleares,
instalações sanitárias e até plataformas móveis de produção de petróleo. Segundo a
Iberoamericana de Hormigón Premesclado (FIHP), dá um consumo de 1,9 toneladas
de concreto por habitante por ano (PEDROSO, 2009). Ciências exatas e
tecnológicas | Maceió | v.1 | n.1 | p. 31-40 | maio 2014 | periodicos.set.edu.br
Cadernos de Graduação | 33 No Brasil, da usina de medição saem cerca de 30
milhões de metros cúbicos de concreto e, com o rápido desenvolvimento das
cidades brasileiras, esses números aumentam de forma alarmante a cada ano.

Outro fator que facilita a incorporação do concreto em tantas obras é por ser um
material muito conhecido e de boa trabalhabilidade, não sendo difícil encontrar mão
de obra que o opere com sucesso. A distribuição pelo território nacional e o valor de
mercado também são atenuantes para o seu uso imoderado.

Estruturas de concreto constantemente apresentam processo de degradação,


muitas vezes não cumprindo o seu tempo de vida útil pré-estabelecido. Tanto a falta
de conhecimento quanto a ausência de normas específicas pertinentes, corroboram
a crescente indústria do “reparo do reparo”.
26

3 PATOLOGIAS 
Patologias do Concreto Armado é a ciência que estuda as causas, mecanismos de
ocorrência, manifestações e consequências dos erros nas construções civis ou nas
situações em que a edificação não apresenta um desempenho mínimo
preestabelecido no projeto. O concreto armado requer certos cuidados na sua
preparação, visando assegurar sua vida útil e desempenho. A correta execução e
uso envolvem estudo do traço, dosagem, manuseio e cura adequados e a
manutenção periódica e a prevenção contra agentes agressivos. A maioria das
patologias nas edificações ocorre em consequência de falhas de execução e pela
falta de controle de qualidade, comprometendo a segurança e a durabilidade do
empreendimento. Os problemas patológicos surgem devido a essas falhas, as quais
ocorrem durante uma ou mais etapas das atividades inerentes à construção civil:
concepção/projeto, execução e utilização. Para a etapa de concepção, exige-se a
garantia de plena satisfação do cliente, de facilidade de execução e de possibilidade
de adequada manutenção; já a etapa de execução, deverá garantir o fiel
atendimento ao projeto, e para a etapa de utilização, é necessário garantir a
satisfação do utilizador e a possibilidade de extensão da vida útil da obra,
assegurando segurança e qualidade à construção. No caso das estruturas, vários
problemas patológicos podem surgir em virtude do que já foi comentado. Uma
fiscalização deficiente relacionada a uma baixa capacitação dos profissionais
envolvidos pode levar a graves erros em determinadas atividades, como a
implantação da obra, escoramento, formas, posicionamento, qualidade das
armaduras e concretagem, desde a sua fabricação até a cura.

As patologias podem ocorrer em uma estrutura tanto na fase de construção como


durante o período de pós entrega e uso. As condições apresentadas por uma
estrutura que favoreça o aparecimento dessas manifestações patológicas são de
responsabilidade do projetista, enquanto o construtor responderá pelas falhas
construtivas por inconformidade em relação ao projeto, com as normas de execução
ou com a escolha de material inadequado.

Toda estrutura necessita de manutenção durante sua vida útil e a má conservação


também é um fator para o surgimento de patologias, sendo então o usuário
responsável pela durabilidade dessa estrutura.
27

A deterioração do concreto ocorre muitas vezes como resultada de uma combinação


de diferentes fatores externos e internos. Os processos de degradação alteram a
capacidade de o material desempenhar suas funções e nem sempre se manifestam
visualmente, podendo apresentar sintomas tais como a fissuração, o destacamento
e a desagregação. São agrupados de acordo com a sua natureza em mecânicos,
físicos, químicos, biológicos e eletromagnéticos, Causas mecânicas de deterioração,
as causas desse tipo de deterioração são devidas às solicitações mecânicas
sofridas pelas estruturas de concreto, tais como: choques e impactos, recalque
diferencial nas fundações e acidentes imprevisíveis (inundações, grandes
tempestades, explosões e abalos sísmicos). Além de diminuir a resistência da
estrutura, facilitam a entrada de agentes agressivos danificadores, principalmente
quando o concreto e a armadura ficam expostos devido ao impacto das solicitações,
Deterioração por ação do fogo O concreto, comparado à madeira e ao plástico,
apresenta bom comportamento diante do fogo, pois é incombustível e não emite
gases tóxicos quando exposto a altas temperaturas. Diferentemente do aço, possui
resistência suficiente por períodos longos quando exposto a altas temperaturas,
permitindo assim operações de resgate pela redução de risco de colapso estrutural.
Na prática, exige-se que o concreto preserve seu comportamento estrutural durante
um período estabelecido, denominado período de resistência ao fogo.

Toda estrutura de concreto armado ou protendido, sujeita a variações do nível da


maré, está exposta a cinco diferentes zonas corrosivas:

● Atmosférica,
● Batimento das ondas,
● Variação da maré
● A submersa
● A enterrada.
Cada uma confere comportamentos degradantes bem distintos. A velocidade da
corrosão que se instala, seja nas armaduras, nas cordoalhas de protensão ou em
revestimentos metálicos depende exclusivamente da salinidade da água, da
concentração de oxigênio dissolvido junto ao aço (este o principal fator) da
temperatura da água, do seu pH, do teor de carbonatos, poluentes e dos organismos
biológicos presentes A velocidade com que o oxigênio chega à superfície do aço é
determinada pela concentração, no local, em função da movimentação da água do
mar, assim como do seu coeficiente de difusão e, claro, das características do filme
28

passivante superficial proveniente dos produtos da corrosão que atuam como


barreira à difusão do oxigênio.

As manifestações a seguir podem indicar a existência de patologias do concreto.


● Fissuras e Trincas.
● Desagregação.
● Erosão e Desgaste.
● Disgregarão (Desplacamento ou Esfoliação)
● Segregação.
● Manchas.
● Eflorescência.
● Calcinação.

3.1 Segregações do Concreto


A segregação no concreto, também conhecida como bicheira ou ninho, ocorre
quando acontecem falhas no preenchimento das formas, durante os processos de
concretagem, são aqueles vazios que ficam entre os agregados graúdos nas
estruturas de concreto. Nunca podemos considerar que essa manifestação patologia
é um problema somente estético, visto que as peças de concreto armado são
projetadas para serem monolíticas, e essa característica é fundamental para o
desempenho estrutural e para a durabilidade dessas peças.

3.2 Fissuras e Assentamento Plástico


As fissuras ocorrem quando as tensões suportadas pelo material utilizado são
inferiores às deformações solicitadas por eles. A liberação desta tensão ocasiona no
alívio do sistema, caracterizando a fissura como a conhecemos. Elas podem ocorrer
devido à dilatação/retração térmica, estruturas mal projetadas ou em sobrecarga,
recalques de apoio, uso incorreto do material, retração do cimento, por motivos
químicos (ataque por sulfatos, por exemplo) entre outros.

Também encontramos causas externas ao imóvel, como obras adjacentes em fase


de construção ou reforma, execução de pavimentação de uma rua próxima, onde há
presença e trepidação de máquinas pesadas, alteração do fluxo de veículos em ruas
paralelas etc.

Classificação das trincas e fissuras

De acordo com a norma NBR 9573:2003, podemos classificar como microfissuras as


aberturas inferiores a 0,05mm. Como fissuras, as aberturas inferiores a 0,5mm e
ainda como trincas para aberturas de até 1mm.
29

As trincas e fissuras também podem ser catalogadas como geométricas ou


mapeadas de acordo com a semelhança ao desenho que formam. Um bom exemplo
da primeira é quando a fissura acompanha o bloco cerâmico. Já a mapeada pode
ser fruto da retração da argamassa com muitos finos ou ainda com excesso de
cimento, tornando o reboco muito rígido. Ainda podemos chamá-las de passivas
quando estão estacionárias, ou seja, não variam conforme o passar do tempo ou
ativas quando sofrendo variações ao longo do tempo. Uma fissura ativa se torna
grave quando sua abertura e comprimento estão continuamente crescentes.

3.3 Por Movimentação Térmica


As variações volumétricas podem ocorrer em estado fresco decorrentes das altas
temperaturas que acontecem durante as reações exotérmicas na hidratação do
cimento e a posterior contração diferencial pelo resfriamento. Já no estado
endurecido os deslocamentos estão associados às variações de temperatura a que
a estrutura está sujeita. Da mesma forma que no caso da retração é a restrição de
movimento que provoca os esforços de tração. Vários estudos já foram realizados
no sentido de prever analiticamente a fissuração de elementos de concreto na fase
de cura.

3.4 Devido a Falhas na Execução e Detalhamento no Projeto


Insuficiente Gerando Recalques de Fundações
Apesar de haver recalque nas fundações de praticamente todas as construções, ele
só virá a afetar a estrutura do prédio quando a intensidade do afundamento for maior
que o limite previsto no projeto estrutural. Há dois tipos de recalques: recalque
uniforme (ou absoluto) e recalque diferencial. 

As espécies de recalque uniforme acontecem quando todos os pontos da fundação


apresentam o mesmo grau de recalque e toda a obra desce como um corpo rígido,
mantendo a estabilidade horizontal e vertical. A estrutura não sofre nenhum dano,
mas podem ocorrer problemas nas ligações com a via pública (entrada de água,
esgoto, cabos enterrados, acesso de veículos, entre outros). Um exemplo desse tipo
de recalque é a Catedral Metropolitana do México onde ocorre todos os anos o
processo de consolidação do solo, em ao menos, sete centímetros de forma
uniforme. 
30

O recalque de uma fundação é basicamente a deformação que ocorre no solo,


quando submetido a cargas. Tal deformação é dada pelo deslocamento vertical da
base da fundação em relação a um determinado ponto de referência. O recalque
provoca a movimentação da infraestrutura, e com isso de acordo com a

O recalque de fundações é o principal responsável, na grande maioria dos casos,


pelo surgimento de patologias na superestrutura, como por exemplo, o aparecimento
de fissuras nas estruturas e alvenaria

Recalque Imediato ou não drenado O recalque imediato ocorre em solos arenosos, e


em solos não saturados. Basicamente acontece quando parte das tensões, oriundas
de um carregamento são transferidas imediatamente ao arcabouço sólido.

O solo de modo geral trabalha de maneira elástica, ou seja, fisicamente ele parte do
princípio de molas. Sendo assim os excessos iniciais de poropressão que são
oriundos de um carregamento, não se igualam a tensão vertical, assim a parcela
transmitida instantaneamente a mola resulta em uma variação de tensão efetiva.
Com isso, a partir dessa variação, o solo varia também de volume, que é o chamado
recalque imediato ou não drenado.

Em casos em que os deslocamentos são pequenos, os recalques são calculados


pela Teoria da Elasticidade, com a utilização de parâmetros de deformabilidade do
trecho inicial, associados às respectivas condições de drenagem.  Os recalques
imediatos ou não drenados podem ser calculados, também pelo somatório das
deformações verticais causadas pelas variações de tensão provenientes do
carregamento.

Recalque de Adensamento Primário

O recalque primário ocorre basicamente pela redução de vazios do solo, o processo


pode durar de horas até anos. Em geral em solos finos é mais demorado e em solos
mais grossos o processo é praticamente imediato, isso ocorre pela variação do
parâmetro de permeabilidade de cada tipo de solo.

Assim como nos recalques imediatos, o recalque primário ocorre pela variação de
tensões efetivas, que são observadas de acordo com o princípio de deformação de
mola. Porém, nos recalques primários de adensamento, os excessos de
poropressão são transferidos pela tensão efetiva através do processo de escape de
31

água, ou seja, ocorre pelo processo de transferência de esforços entre a água e o


arcabouço sólido, o que acarreta a variação no valor inicial das tensões efetivas.

Relação recalque e projetos de fundações

Para engenharia de fundações é de extrema importância que o recalque de


fundações seja considerado em projeto. Caso isso não ocorra de maneira correta o
recalque em uma fundação pode causar danos irreparáveis em uma estrutura,
podendo, em casos mais críticos, levá-la a aparições de fissuras trincas e podendo
levar a ruptura. 

3.5 Carbonatação do Concreto


Para que a carbonatação aconteça, três fatores precisam estar dentro do concreto.
São eles: umidade, gás carbônico e oxigênio.

Processo de carbonatação do concreto:

H2O entra nos poros do concreto pelas fissuras;

Forma-se uma fina camada de água;

A água dissolve o Ca formando Ca (OH)2;

CO2 entra no poro pelas fissuras;

CO2 reage com H2O, formando H2CO3 (ácido carbônico);

H2CO3 reage com o Ca (OH)2 formando CaCo3 (cristais);

O consumo de Ca diminui o pH do concreto, deixando o aço exposto à corrosão.

A carbonatação do concreto é um processo físico-químico entre CO2 e os


compostos da pasta de cimento.

Na estrutura interna do concreto em que essa precipitação ocorre, o material se


altera fisicamente. Já do ponto de vista químico, há uma redução da alcalinidade.
Como o CO2 se difunde no concreto de fora para dentro, a carbonatação se dá
nesse mesmo sentido, estando intimamente ligada ao concreto de cobrimento.

O recobrimento do concreto é de fundamental importância no campo da


conservação das estruturas, pois governa os mecanismos de transporte no tocante à
entrada de agentes
32

A carbonatação do concreto se caracteriza pela formação de uma frente homogênea


de avanço, que promove a formação de zonas de pH distintos. Desse modo, quando
a frente de pH mais baixa atinge a região da superfície do aço, ocorre um ataque à
película apassivadora da armadura, deixando esse material suscetível à corrosão.

O concreto armado (concreto + aço) age perfeitamente em sintonia. E o concreto


com o pH elevado protege o aço. Ou seja, quando ocorre a carbonatação, o pH do
concreto diminui, possibilitando a corrosão do aço.

Dessa forma, torna-se muito importante garantir a qualidade e desempenho do


concreto de cobrimento, pois é nessa região que ocorre todo o processo de
carbonatação.

Locais com mais umidade como em portos, em torno de 50% a 60%, o processo
pode ocorrer com ainda mais rapidez. Além das consequências na superfície do
concreto e a despassivação do aço, também pode acontecer a perda da seção de
armadura e da aderência desta com o concreto.

A deterioração nas estruturas situadas em países de clima equatorial e tropical é


mais grave e mais intensa do que nas estruturas similares situadas em clima
temperado. Quanto maior a temperatura, maior o grau de agressividade relativo ao
cobrimento do concreto.
33

4 FATORES DE DETERIORAÇÃO DO CONCRETO EM ESTRUTURAS


PORTUÁRIAS

4.1 Causas de Deterioração


Os terminais portuários estão sujeitos a um ambiente mais agressivo, de altas
temperaturas, chuvas constantes, vendavais, variação da maré e outros, além do
uso, gerando constantes gastos em manutenção e prejuízo pelas áreas isoladas
para obras

Fatores como chuvas, insolação, tremores de terra e outros fenômenos naturais


podem favorecer o desgaste do cimento e o aparecimento de rachaduras e fissuras
ao longo do tempo. Por isto, se tornam extremamente importantes o preparo, a
colocação e a manutenção correta do concreto. Outros fatores são devidos a fadiga
dos materiais do concreto aderentes ao aço e que podem sofrer pequenas
deformações ao longo dos anos, resultando em fissuras ou trincas.

A durabilidade do concreto armado depende diretamente de sua interação com o


meio. Os ambientes marinhos, por exemplo, causam manifestações patológicas no
material por meio de agentes químicos, físicos e biológicos. Estes agentes, por sua
vez, possuem um comportamento singular em função do meio em que se encontram
e da interação entre si. Estruturas que sofrem esses ataques têm sua vida útil
comprometida e devem ser avaliadas detalhadamente para que haja uma
intervenção satisfatória

A origem da patologia é a definição da etapa do processo construtivo que levou ao


seu desenvolvimento. A identificação da origem do problema permite definir, para
fins judiciais, quem cometeu um crime ou quem deve assumir determinado prejuízo.
Exemplo: fissura de momento fletor em viga – projeto inadequado ou aço fora das
especificações requeridas.

4.2 Provenientes a Solicitações Mecânicas 


As solicitações mecânicas às quais as estruturas de concreto em portos estão
sujeitas são;
34

Choques e impactos (por veículos automotores e equipamentos, trepidação de


máquinas pesadas, fluxo constante e deslocamento de cargas em caminhões.

Recalque diferencial das fundações;

Acidentes imprevisíveis (inundações, grandes tempestades, explosões e abalos


sísmicos).

Erros de concepção da estrutura da edificação

Má definição das cargas atuantes ou da combinação delas;

Deficiência no cálculo da estrutura;

Detalhamento insuficiente ou errado;

Erros de dimensionamento;

Toda movimentação de carga gera grandes impactos nas estruturas, caminhões,


trem, retroescavadeiras etc. agregando um excesso de peso e abalos sísmicos a
estrutura.

A movimentação de contêineres registrou 118,2 milhões de toneladas, em relação


à carga geral solta, 54,2 milhões de toneladas movimentadas em 2020, Santos foi,
mais uma vez, o porto organizado que mais movimentou cargas no ano passado:
114,4 milhões de toneladas. Setor portuário nacional, movimentaram no ano
passado 1,151 bilhão de toneladas, um crescimento de 4,2% em relação a 2019.

As informações trazem que, em relação aos granéis sólidos, 688,9 milhões de


toneladas foram movimentadas em 2020, um crescimento de 1,2%. Sobre os
granéis líquidos, foram movimentados 289,5 milhões de toneladas, com crescimento
de 14,8%. A movimentação de contêineres registrou 118,2 milhões de toneladas (+
1,1%). Em relação à carga geral solta, 54,2 milhões de toneladas movimentadas em
2020, um decréscimo de 0,3%, comparando-se com 2019

O crescente aumento de toneladas de cargas transportadas, agrega aumento do


peso suportado nas fundações, maior deslocamento de cargas, equipamentos cada
vez maiores para suportar essa demanda como guindastes e Shiploader, causando
um aumento significativo de patologias como fissuras, trincas e Desplacamento
35

O grande problema destas patologias, está no fato que elas possuem caráter
expansivo, deixando este mais suscetível à penetração de vários outros elementos
nocivos geradores de novas patologias.

4.3 Físico-Química
Um dos agentes agressivos que pode desencadear um processo corrosivo é o
dióxido de carbono. Falamos de uma reação físico-química entre os compostos
hidratados do cimento e o CO2. Neste caso, a carbonatação provocará uma redução
do pH, que desestabilizará a camada passivante, podendo iniciar um processo de
corrosão generalizada

Reações químicas que ocorrem para a deterioração das armaduras de concreto.

Apesar do sulfato ser o maior agressor das estruturas de concreto em ambiente


marinho, existem também outras reações de degradação. Representa as principais
zonas de corrosão do concreto armado pela água do mar. Essas zonas são divididas
em quatro:

● Zona de lixiviação;
● Zona de corrosão por sulfatos;
● Parte da zona de corrosão por sulfatos onde predomina a formação de
gesso;
● Zona de corrosão pelo Magnésio (BICZÓK, 1972)

Deterioração por reações álcalis-agregado A reação álcali-agregado pode ser


entendida como a reação química que ocorre no interior de uma estrutura de
concreto, envolvendo os hidróxidos alcalinos do cimento e certos minerais reativos
que podem estar presentes no agregado. Como resultado da reação forma-se
produtos que na presença de umidade, são capazes de expandir, gerando
fissurações, deslocamentos e podendo levar a um comprometimento da estrutura.
Essa expansão acompanhada da fissuração causa perda de resistência, elasticidade
e durabilidade do concreto. Geralmente essa deterioração ocorre em estruturas
localizadas em ambientes úmidos, tais como barragens, casas de força, vertedores,
canais, blocos de fundações, estacas de pontes e estruturas marinhas. As Figuras
36

26 e 27 mostram um esquema da reação álcalis agregado e aspectos de blocos de


fundação devido à reação álcalis-agregado, respectivamente.

Deterioração por ataque de água do mar segundo a velocidade de corrosão em


ambiente marinho pode ser de 30 a 40 vezes maior do que em atmosfera rural. Os
danos podem ser ainda mais severos quando a estrutura está sujeita diretamente a
variação do nível do mar. A água do mar, além de ser perigosa para a corrosão das
armaduras, também pode agir diretamente sobre o concreto causando: erosão
superficial, provocada pelas ondas ou pela maré, dilatação causada pela
cristalização dos sais, ataque químico por parte dos sais dissolvidos (sulfatos,
cloretos).

O fator prejudicial da água do mar ao concreto é a presença de hidróxido de cálcio e


dos aluminatos de cálcio hidratado. Por isso, os cimentos mais apropriados para
estruturas na água do mar são os de alto-forno e os pozolânicos, pois possuem
menos hidróxido de cálcio nos produtos de hidratação.

Pilar sobre o mar, após 10 anos de construção a estrutura já começa a apresentar


deterioração.

Relação água/cimento: este fator está relacionado com a quantidade e tamanho dos
poros do concreto endurecido. Quanto maior a relação água/cimento, maior será a
porosidade e a permeabilidade de um concreto, aumentando assim a penetração de
CO2 para o interior do material

4.4 Eletroquímicas – Corrosão das Armaduras


O mecanismo de corrosão do aço no concreto é eletroquímico, tal qual a maioria das
reações corrosivas em presença de água ou ambiente úmido.

Esta corrosão conduz à formação de óxidos/hidróxidos de ferro, produtos de


corrosão avermelhados, pulverulentos e porosos, denominada ferrugem, e só ocorre
nas seguintes condições:

Deve existir um eletrólito.

Uma diferença de potencial.

Haver oxigênio.

existir agentes agressivos.


37

No interior do concreto, o aço está protegido por uma camada passivadora que
envolve o metal. Esta camada é formada e mantida devido ao elevado pH na
solução dos poros do concreto.

Dessa forma, para que haja corrosão é necessário que a camada apassivadora seja
destruída (de passivação). Agentes agressivos como os íons cloretos e a
carbonatação podem promover a de passivação, deixando o aço suscetível ao
processo corrosivo.

Corrosão se refere ao processo de deterioração de metais através de processos


eletroquímicos por meio de reações de oxirredução. Esse tipo de corrosão é muito
comum em nosso cotidiano como, por exemplo, a formação da ferrugem, que na
verdade é o composto óxido de ferro (Fe (OH)3), que se forma quando o ferro
(agente redutor) é oxidado pelo oxigênio (agente oxidante) presente no ar, enquanto
este último é reduzido.

Se o ar estiver úmido essa reação se processa de forma ainda mais rápida.

As semirreações e a reação global envolvidas na formação de ferrugem são:

Ânodo (oxidação do ferro): Fe(s) → Fe2+ + 2e-


Cátodo (redução do oxigênio): O2 + 2 H2O + 4 e- → 4 OH-

Reação Global: 2 Fe(s) + O2 + 2 H2O → 4 Fe(OH)2 →Fe(OH)3 (ferrugem)

No concreto armado a corrosão é considerada eletroquímica (como vimos acima),


ocorrendo em meio aquoso, necessitando de um eletrólito, uma diferença de
potencial, oxigênio e agentes agressivos. A corrosão afeta diretamente a
durabilidade, pois diminui a seção do aço, reduzindo a vida útil da estrutura.

Um dos agentes agressivos que pode desencadear um processo corrosivo é o


dióxido de carbono. Falamos de uma reação físico-química entre os compostos
hidratados do cimento e o CO2. Neste caso, a carbonatação provocará uma redução
do pH, que desestabilizará a camada passivante, podendo iniciar um processo de
corrosão generalizada.
38

5 IMPACTO DO CICLO DE VIDA DO CONCRETO


A sociedade em geral está se mobilizando em escala planetária para reduzir
impactos no meio ambiente, em relação ao concreto. Na sua fabricação são gerados
grandes volumes de matéria prima virgem retiradas do meio ambiente, como :areia,
pedra, cascalho moído e água fresca gerando grandes impactos ambientais. Na
produção do cimento são retirados da natureza um grande volume de rochas
gerando movimentação da terra, a produção do cimento corresponde a 7% de
emissão de CO2 na atmosfera o que contribui para o efeito estufa e o aquecimento
global.

Segundo pesquisadores ao redor do mundo o concreto (também o cimento)


absorver uma série de resíduos oriundos da indústria e da agricultura, colaborando
diretamente para a recuperação e minimização dos impactos ambientais de outros
segmentos da produção, proporcionando uma redução da poluição gerada pela
produção do concreto.

Os resíduos oriundos de demolição podem ser utilizados como agregado, reduzindo


o uso de novas britagem de rochas. O uso de borracha de pneu e até de pet e o pó
de pedra já se mostra viáveis para a produção de alguns concretos, reduzindo a
retirada de areia de rios e dunas.

Novos materiais estão sendo misturados ao cimento, deixando o concreto com mais
durabilidade e resistência, materiais como cinza de casca de arroz, metacaulim e
sílica ativa, com isso reduz o alto teor de cimento nas misturas é grande aumento da
durabilidade, e uma grande redução no uso de aditivos químicos na fabricação do
cimento Portland, reduzindo o uso da água na produção de concretos. O uso desses
materiais tem gerado grandes melhoras nos resultados do concreto. Concretos
39

inteligente :são concretos com mais sustentabilidade e redução nos impactos


ambientais.

5.1 A Ecotoxicidade
São ações prejudiciais ao meio ambiente as vezes essas ações podem ser
irreversíveis onde são ocasionadas por ter substâncias, a fauna e a flora são
afetadas pelas atividades antrópicas. Podendo afetar os organismos vivos a função
e a estrutura do ecossistema, são substâncias perigosas para o meio ambiente,
ocorrendo assim que são liberadas no meio ambiente.

O efeito tóxico é chamado de ecotoxicidade aguda, resulta na morte dos organismos


expostos.

Ecotoxicidade crônica é causa por substâncias que perduram ao longo do tempo a


sua emissão (substâncias persistentes) o impacto ecotoxico crônico pode reduzir a
sobrevivência de espécies ao longo prazo. A eco toxicidade é um impacto que afeta
predominante ao meio ambiente em escalas locais e regionais.

As substâncias são prejudiciais a vida do ecossistema

O potencial da ecotoxicidade em um compartimento no meio ambiente, a água do


solo e um tratamento de esgoto, é determinado como sendo o produto da
quantidade de substâncias emitida multiplica por um fator de equivalência para a
emissão.

A ecotoxicidade é a medida em metros cúbicos de compartimento. O volume do


compartimento a que as emissões devem ser diluídas de modo a obtenção da
concentração de substâncias. tão baixa que não ocorrem efeitos ecotoxicos que
seriam esperados.

O concreto (cimento) está por todas as partes nas construções urbanas :é usado em
grande escala o que provoca um efeito nocivo ao meio ambiente.

A produção de cimento é fonte de dióxido de carbono (CO2) o gás é um dos


responsáveis pelo aquecimento global, sua contribuição gera 8% para o mundo
todo, o nível de emissão alarmante promovido pela indústria.
40

A COP24 conferência da ONU realizada na Polônia, debateu o problema, e foi


acordado em compromisso mundial para a redução de gases na atmosfera.

Na produção do cimento a indústria terá que reduzir até 2030 pelo menos 16% de
emissões de gás. tarefa difícil porque o cimento é bastante usado nos projetos na
construção civil.

A dificuldade está nas condições de extração de matérias primas: como o calcário e


a argila, que são triturados com outros materiais e introduzidos em fornos de cerca
de 1450°c.

A reação química da decomposição térmica que transformar o calcário em cal


virgem o processo chamado de calcinação :divide o material em CO2 e em óxido de
cálcio dando origem ao clínquer.

Na produção do clínquer: primeiro o resfriado depois misturado com o gesso e


calcário para ser transportado para os fabricantes de concreto.

Em 2016 o processo de produção totalizou 2,2bilhoes de toneladas de CO2 (8%


responsáveis pela emissão mundial, a metade proveniente do processo de
calcinação.

5.2 Acidulação
São substâncias ácidas a emissão de óxidos de nitrogênio (NOX) e de enxofre
(SOx)para a atmosfera, são depositados na água e no solo, gerando o aumento da
acidez pela redução do pH (um efeito decorrente, são as chuvas ácidas.

As fontes artificiais mais importantes de Acidulação: são os processos de combustão


para a produção de eletricidade e o aquecimento e as relativas ao transporte.

O potencial de Acidulação é expresso em quantidade a uma substância o dióxido de


enxofre (CO2) A Acidulação e o impacto onde a maioria dos efeitos no meio
ambiente ocorre em escala regional.

A corrosão de vergalhão ocorre com o resultado da Acidulação do concreto, ocorre


quando o concreto para de proteger o aço, os vergões se ferem e se expandem por
dentro. A interrupção da corrosão do vergalhão requer uma compreensão
aprofundada da química interna do concreto e investigação das possíveis causas. A
resposta pode ser encontrada na deterioração do concreto ,mas também no meio
ambiente: presença de sal, meio marinho etc...
41

5.3 Destruição do Ozônio


Camada de Ozônio localizada entre 15e 35 quilômetros de altitude a sua função é
proteger a superfície da terra, através das radiações eletromagnéticas emitidas pelo
sol nocivas à saúde do homem e dos animais dos raios ultravioletas.

A sua interação biológica, radiação Ultravioleta (radiação UV) é dividida em três


intervalos :UVA, UVA, UVC o UVC é completamente absorvido pelo oxigênio (O2)e
Ozônio (O3) estratosférico não atingindo a superfície terrestre .causaria a extensão
da vida na terra .A radiação UVB é fortemente absorvida pela camada de ozônio
uma parte só atingi a superfície da terra.

A alteração na concentração desse gás, ela pode atingir a terra com mais
intensidade e causa sérios prejuízos a saúde.

A radiação UVA sofre pouca absorção pelo O3 estratosférico e é importante


sintetizar a vitamina D nos organismos pode causar queimaduras e envelhecimento
precoce, em 1985 a comunidade dos cientistas veem alertando sobre a existência
de um buraco na camada de Ozônio na região da Antártica, o fenômeno é resultado
da forte presença de Clorofluorcarbonetos (CFCs) na atmosfera.

No processo de fabricação do cimento também pode ser liberados óxido de enxofre,


oxido de nitrogênio, monóxido de carbono e compostos de chumbo, todos poluentes
para o meio ambiente.

O cimento (concreto) é a fonte de 8% das emissões de mundiais de gases, geradas


pela indústria na produção do cimento.

5.4 Energéticos Renováveis


Parques eólicos :sua construção começa na escavação, armação, forma e
concretagem são etapas essenciais na construção das bases de concreto. A
estrutura da base é bastante complexa por carregar a função da carga estática e
cinética contida no aerogerador.

As melhores construções da base são constituídas diretas sem o uso de estacas,


usando um conceito que usa alta tecnologia é construída mais rápido gerando
menos custos. As sondagens são de extrema importância para a construção, o
estudo do terreno sempre cautelosamente seguindo o projeto nos processos de
execução.
42

O concreto utilizado é o estrutural de alta resistência nas bases.

A energia eólica é uma energia gerada da força do vento. Os aerogeradores que


ficam na parte superior das torres captam a energia cinética do vento, é transferida
para um gerador elétrico responsável por transformar em energia elétrica.

As torres são instaladas em lugares que a incidência de vento é alta.

A energia renovável do futuro é a energia eólica.

5.5 Energéticos não Renováveis


O cimento é considerado um recurso que revolucionou a história da engenharia está
diretamente relacionado ao desenvolvimento das grandes e pequenas
cidades ,sendo usado em vários segmentos na construção em geral ,a substância é
considerado o material básico ,mas no processo de produção do mesmo é gerado
grandes impactos ao meio ambiente ,na fabricação são usa se grandes quantidade
de energia , e diferentes organismos, suas principais matéria prima presentes e o
calcário e a argila .São extraídos da natureza, a mineração do calcário e a
fabricação do cimento são grandes atividades na produção do mesmo. As fábricas
são instaladas em locais ricos dessa matéria prima, a matéria prima por ser muito
pesada, a proximidade do material para a indústria facilita no deslocamento dos
materiais.

A mineração é realizada nas grandes pedreiras mecanizadas a céu aberto, as


rochas extraídas são reduzidas através de explosivos.

O processo é conhecido como via seca é constituindo na moagem e


homogeneização das matérias primas a clanqueirizacao (produção do clínquer
moagem do clínquer para adição do gesso para obter o cimento, depois o
ensacamento e expedição do produto final as matérias primas corresponde o
calcário (95% )de argila,(4%) e quantidades menores de óxidos de ferro e alumínio
(2%)são misturados para obtenção do pó de pedra (farinha de crua) depois vai para
o forno rotativo onde é aquecido a 1500°c depois e resfriado por rajadas de ar. O
processo usa alto consumo de energia na forma de energia térmica (calor).Os fornos
são aquecidos por combustíveis .Todo o processo industrial usa a energia elétrica
para movimentação de máquinas e para fazer girar os fornos rotativos e os
moinhos .O petróleo e o carvão são combustíveis mais utilizados na fabricação do
cimento, os sólidos como o coque do petróleo e a gasolina e o gás natural e outros
43

derivados do carvão. Entre eles o coque do petróleo é o mais utilizado na indústria


cimenteira .O material é granular negro e brilhante , constituído de carbono (90 a
95%)e também tem um teor de expressivo de enxofre (cerca de 5%) e pode ser
aproveitados resíduos e rejeitos industriais e a biomassa ,carvão vegetal e resíduos
de agrícolas para alimentar os fornos .A queima gera emissão dos gases
poluentes ,a alta emissão de dióxido de carbono (CO2) um dos principais
responsáveis pelo efeito estufa .

As cimenteiras são responsáveis por cerca de 5% da emissão global de dióxido de


carbono CO2, a cada uma tonelada de clínquer, é gerado 1 tonelada de CO2
contribuindo para o efeito estufa.

Na fabricação do cimento são liberados o oxido de enxofre , oxido de nitrogênio ,


monóxido de carbono e componentes de chumbo ,sendo todos poluentes ,na
primeira etapa também ocorrer impactos físicos ,como o desmoronamentos nas
pedreiras de calcário e erosões devido as vibrações no terreno .A argila extraída dos
rios causa o afundamento dos cursos da água , diminuindo a quantidade da água ,
atrapalhando a biodiversidade de várias regiões .A produção do cimento cresce todo
ano no mundo , aumentando as emissões de CO2 no mundo.
44

6 BIOCONCRETO

6.1 Conceito
O bioconcreto, também conhecido como “concreto auto curável”, é uma tecnologia
desenvolvida na Universidade Técnica de Delf na Holanda, pelo microbiologista
Henk Jonkers, consiste na mistura do concreto com bactérias produtoras de calcário.

Quando o concreto é fissurado as bactérias produzem calcário e reestruturam a


falha formada. Para manter as bactérias dormentes até que ocorra a patologia, elas
são encapsuladas em partículas pequenas compostas de argila expansível e lactato
de cálcio. Assim, quando as fissuras ocorrem, as cápsulas são degradadas e as
bactérias entram em contato com a água e começam a se alimentar do cálcio que
reage com o carbono e produz o calcário, que por sua vez preenchem as fissuras
existentes (OLIVEIRA, 2015; TAKAGI, 2013).

Seu uso vem sendo aplicado para reparo de fissuras que possam vir a ocorrer no
concreto, já que custo é inferior aos métodos tradicionais. Quando ocorre uma
fissuração no concreto, as bactérias realizam a MICP (Precipitação de carbono
induzida micro biologicamente, micro-organismo), assim elas fecham as lacunas que
surgem provocadas pelos danos. Também vale ressaltar que seu uso aumenta a
vida útil do concreto, evitando que apareçam outras microfissuras ou algumas
patologias, que somente com o uso do concreto normal venham a aparecer.

A MICP (Micro biologicamente induzida cálcica precipitação) é um processo


biogeoquímico que acontece naturalmente no solo quando tem a precipitação de
45

carbonato de cálcio, assim unindo os grãos de areia e fortalecendo o solo e sua


rigidez. Isso por bactérias que realiza processo de catalisação que acabam liberando
carbonato de cálcio em seu processo, e tudo realizado pelo processo de hidrolise da
ureia. (FUJITA et al. 2000)

Devido a sua autorregeneração, durabilidade e eficiência do bioconcreto conclui-se


que o uso do bioconcreto vem a reduzir os custos de manutenção e reparos além de
estender a vida útil das construções. Um fator que vale ressaltar é que este material
é totalmente sustentável, uma vez que a utilização de bactérias dormentes na
mistura do concreto, corrigem as fissuras e diminuem a necessidade da realização
de futuras manutenções, onde permitem que tais sejam feitas em locais de difícil
acesso devido a autonomia do concreto.

O bioconcreto está relacionada com atividade enzimática da cepa bacteriana e a


composição da cultura utilizada, e quanto mais a atividade da uréase, melhor o perfil
nutricional de lactato de cálcio, por exemplo, será maior a precipitação de cálcio
realizada por esta cultura. E o bioconcreto vem sendo usado para melhorar a
resistência a compressão e de outros materiais provenientes do concreto (VIEIRA
DOS REIS, L. 2017).

6.2 Composição - Biomineração


A biomineralização é o processo perante o qual organismos vivos sintetizam
minerais inorgânicos. A precipitação de carbonato de cálcio (CaCO3) é um exemplo
conhecido de biomineralização promovida por células bacterianas e suas
respectivas atividades metabólicas. Na precipitação de carbonato de cálcio induzida
micro biologicamente os micro-organismos são capazes de secretar um ou mais
produtos metabólicos que reagem com íons cálcio no ambiente resultando na
precipitação de minerais (Dhami et al. 2013a).

A biomineralização pode produzir diferentes fases de polimorfos anidros de


carbonato de cálcio tais como calcita, aragonita e vaterita, bem como fases
cristalinas hidratadas tais como monohidrocalcilta, ikeita, e carbonato de cálcio
amorfo (ACC) (Hammes et al. 2003; Dhami et al. 2013b; Anbu et al. 2016). O
processo de MICP é uma técnica efetiva e ambientalmente “amigável” que pode ser
aplicada em diversas formas, incluindo a remediação de íons cálcio,
radionucleotídeos e metais potencialmente tóxicos, sequestro de CO2, restauração
46

de calcário em prédios históricos, bio-estabilização de solos e taludes,


biocimentação, proteção da superfície de argamassas e concreto, remediação de
fissuras dentre outras aplicações (Metayer-Levrel et al. 1999; Al-Thawadi, 2008; De
Muynck et al. 2010; Peng et al. 2010; Achal et al. 2012; Phillips et al. 2012; Abo-El-
Enein et al. 2013).

A MICP pode ser um meio eficaz e ambientalmente “amigável” para reparação de


estruturas deterioradas. É uma alternativa promissora para as tecnologias de
remediação atuais e convencionais capaz de resolver problemas ambientais em
campos multidisciplinares (VIEIRA DOS REIS, L. 2017).

A Ureases (EC 3.5.1.5) ou ureia amido hidrolise, são enzimas de níquel


dependentes, que tem como objetivo catalisar a hidrolise da ureia tendo como
produto a amônia (NH3), dióxido de carbono (CO2) ou ácido carbônico (H2CO3) se
estiver em meio aquoso. A uréase é sintetizada por plantas, algas, invertebrados,
fungos e bactérias, e isso é o que faz para a formação da biomineralização
(CARLINI, C. 2011).

Uma característica importante na uréase é a presença de centro metálico no sítio


ativo, que é ativar o substrato para que venha ocorrer a reações. As enzimas
presentes são as únicas que possuem íons de níquel nos seus sítios ativos que
dentre outras superfamílias das metalohidrolise (FELIPE PORTELA, 2017).

A precipitação do carbonato de cálcio é um processo químico que tem influência de


quatro fatores chaves (VIEIRA DOS REIS, L. 2017): Primeiro fator é a concentração
de carbono inorgânico presente no meio dissolvido; segundo fator é a concentração
de íons de cálcios; terceiro fator, o pH; quarto fator a presença de sítios de
nucleação. (FELIPE PORTELA, 2017)

Na precipitação os três fatores são a chave para que aconteça a química, e possa
haver precipitação, já no quarto fator, os sítios bacterianos podem já se comportar
como sítios ativos nucleação (FELIPE PORTELA, 2017)

Na formação bacteriana para o carbonato, há duas vias metabólicas, o autotrófico e


o heterotrófico. No atrófico, o dióxido de carbono é usado como fonte de carbono,
assim provoca uma redução bacteriano no ambiente. Com os íons de cálcio (Ca2+)
a depleção faz com que tenha um aumento na produção de carbonato de cálcio
(FELIPE PORTELA, 2017)
47

A heterotrófica, as bactérias podem gerar o carbonato através de duas


precipitações, ativa e passiva. A produção de carbonato na ativa acontece devido a
troca iônica que há entre o cálcio ou a de magnésio devida à bomba iônica. A
passiva, a produção de íon de carbonato acontecem devido a amonificação de
aminoácidos, a redução de nitratos (NO3 -) ou pela degradação da ureia, mas
independentes do que foi citado, a amônia será produzida como produto, assim
elevando o pH (FELIPE PORTELA, 2017)

A quantidade de carbonato de cálcio que precipita, é uma função resultante na


concentração de produtos de íons de cálcio (Ca2+) e carbonato (CO3 2- ), assim
obedecendo a cinética das reações, nisso caso um dos reagentes apresentar
excesso. Um papel das bactérias é influenciar uma saturação atingível e a taxa de
precipitação do carbonato de cálcio, tendo assim uma regulação morfológica dos
cristais que são formados. A concentração de íons quando excede o produto da
solubilidade (Kps), a solução torna supersaturada, e quando mais saturada for, mais
a chance de a precipitação do carbonato de cálcio acontecer (FELIPE PORTELA,
2017).

A uréase quando realiza a hidrolise da ureia, produz a amônia e o carbamato


(FELIPE PORTELA, 2017). (Eq. 1)

(Eq. 1) CO(NH2)2 + H2O ⟶ NH2COOH + NH3

Que se hidrolisam imediatamente para produzir outra molécula de amônia e ácido


carbônico se o meio for aquoso, ou dióxido de carbono (FELIPE PORTELA, 2017).

(Eq. 2) NH2COOH + H2O ⟶ NH3 + H2CO3

E com isso os produtos se equilibrando no meio aquoso, forma bicarbonato e


amônio e íons de hidróxidos (FELIPE PORTELA, 2017). (Eq. 3 e 4)

(Eq. 3 e 4) H2CO3 ⟷ HCO3 + H+ e 2NH3 + 2H2O ⟷ 2NH4 + + 2OH

Fazendo então a elevação do pH. E este aumento do pH pode alterar o equilíbrio do


bicarbonato gerando íons de carbonato (FELIPE PORTELA, 2017). (Eq. 5)

(Eq. 5) HCO3 - + H+ + 2NH4 + + 2OH- ⟷ CO2- 3 + 2NH4 + + 2H2O

Que quando há presença de íons solúveis de cálcio, acabam fazendo a precipitação


de CaCO3 como a equação (FELIPE PORTELA, 2017) (Eq. 6)
48

(Eq. 6) CO2- 3 + Ca2 + ⟷ CaCO3.

Para Vieira dos Reis (2017), esquematiza o processo da produção de carbonato de


cálcio pela enzima de uréase (Figura 1). Resumindo o papel da uréase na
precipitação CaCO3 mediada por micro-organismos quando tem uma elevada
concentração de íons (Ca2 +). Os processos que envolve a precipitação de
carbonato de cálcio são: (1) hidrólise da ureia, (2) aumento da alcalinidade, (3)
adsorção superficial de íons (Ca2 +) e (4) nucleação e crescimento do cristal. EPS*
significa substância polimérica extracelular, no caso de exopolissacarídeos
circundando as células ureolíticas (FELIPE PORTELA, 2017).

Figura 12 - Esquema resumido da uréase na precipitação de CaCO3.


Fonte: VIEIRA DOS REIS, L. 2017.

6.3 Resistência
O resultado apresentado no experimento feito pelo Jonkers, H.M. (2015), foi que
após 100 dias de observações concluiu que realmente os micro-organismos fazem o
seu papel no processo de precipitação de carbonato de cálcio (Figura 7), e que em
comparação com a amostra de controle, tem uma diferença no perfil do concreto
com o carbonato de cálcio preenchendo as fissuras. E pode-se observar que
49

esporos bacterianos que foram postos nas argilas expandida fizeram a precipitação
de carbonato de cálcio (Figura 8) (FELIPE PORTELA, 2017).

Figura 13 - observação estereomicroscópia


Observação estereomicroscópica das amostras feita por Jonkers, H.M.: direta a) e c) rachaduras de
amostras de controle e a esquerda b) e d) com as bactérias.
Fonte: ScienceDirect (2016).

O resultado do teste de compressão e flexão apresentado pelo Eng. Civil Saminar


(2016). Nos revelou que, os ensaios introduzidos com bactéria tiveram um aumento
na sua resistência em relação ao ensaio de controle (sem as bactérias) (FELIPE
PORTELA, 2017).
50

Figura 14 Esporos bacterianos dormentes


Esporos bacterianos dormentes contidos em grânulos de argila (círculos preto e cinza, à esquerda)
germinam quando as rachaduras os expõem à umidade. Os micróbios alimentam o lactato de cálcio
para formar calcário, selando as rachaduras (direita).
Fonte: ACS central science (2015).

Tabela 1 – Resultado da compressão de 7 a 28 dias.

Ensaio Dias Concreto normal Concreto com a


(N/mm²) bactéria (N/mm²)
1 7 20,84 27,09
2 28 29,99 38,98
Tabela 1 Ensaio de resistência a compressão
Fonte: Eng. Civil Samiar (2016).

Figura 15 - Resistência a compressão do concreto normal e concreto com a bactéria.


Fonte: Eng. Civil Saminar (2016).

Tabela 2 – Resultado da resistência a flexão por 7 e 28 dias.


51

Ensaio Dias Concreto normal Concreto com a


(N/mm²) bactéria (N/mm²)
1 7 3,92 4,6

2 28 7,07 7,85
Tabela 2 - Resultado de resistência a flexão

Figura 16 - Resistência a flexão do concreto normal e concreto com a bactéria.


Fonte: Eng. Civil Saminar (2016).

Os testes de compressão realizados por Sunil Pratap Reddy. S. et al. (2010). Foram
feitas em 7, 14, 28, 60, 90, 180, 270 e 360 dias usando bactéria Bacillus Subtilis, e
foi usada uma máquina de compressão de capacidade de 1000 KN pelo IS 516:1959
(FELIPE PORTELA, 2017).

Tabela 3 – Resultado da compressão com a bactéria Bacillus Subtilis.

Idade em dias Concreto convencional, Concreto com a bactéria,


(N/mm²) (N/mm²)
7 37,57 39,48
14 44,73 51,26
28 51,19 60,17
60 55,39 63,35
90 56,97 66,27
180 58,37 67,62
270 59,17 68,84
365 60,87 70,07
Tabela 3 - resultado a compressão do concreto convencional x bioconcreto
52

Fonte: (SUNIL PRATAP REDDY. S. et al. 2010).

Figura 17 – Resistencia a Compressão com a bactéria Bacillus subtili


Compressão com a bactéria Bacillus subtilis realizado pelo Sunil Pratap Reddy. Set al. (2010).
Fonte: (SUNIL PRATAP REDDY. S. et al. 2010).

O no teste de 356 dias percebe um ganho na resistência de quase 10%, em


comparação com o teste feito no dia 7 que era de quase 2%. A resistência a
compressão do concreto se dá pois os esporos que fica no concreto é preenchido
pelo carbonato de cálcio precipitado pelas bactérias e nisso preenchendo estes
espaços parcialmente, dando esta resistência a mais (FELIPE PORTELA, 2017).
53

7 ESTUDO DE CASO

7.1 Projeto de Galpão Industrial


O projeto que o grupo utilizou como base de estudo do bioconcreto é de um galpão
industrial que fica localizado na área portuária de Santos/SP, a proposta é que toda
a estrutura seja em concreto pré-fabricado, ou seja todas as peças serão produzidas
em um ambiente fabril com controle de qualidade rigoroso. Dos elementos que
compõem a estrutura principal como: pilares, vigas de cobertura, painéis de
fechamento e terças, fizemos apenas o estudo com os painéis em bioconcreto,
devido eles serem as peças com contato direto às intempéries.

Figura 18 - localização do projeto - fonte: google mapas

7.2 Painel de Fechamento


O painel de fechamento é uma elemento pré-moldado confeccionados geralmente
com espessura de 10cm x 125 cm de altura e comprimento conforme projeto, ele
tem a função de substituir a alvenaria convencional de blocos de concreto ou
cerâmica dos galpões industriais e obras comerciais pré-fabricadas. Sua principal
vantagem é a rapidez de montagem, resistência, limpeza do canteiro, durabilidade e
redução de mão de obra.
54

7.3 Investimentos
O projeto acima citado foi orçado por uma empresa especialista em estruturas pré-
fabricadas a ABC pré-fabricados, seguindo as informações de projeto fornecido pelo
cliente. Segue abaixo a proposta comercial para a fabricação e montagem da
estrutura.

PROPOSTA COMERCIAL DE GALPÃO INDUSTRIAL


A/C: GRUPO-09 PGE-2 Nº: 001581/21
Contato: (13) 95489-2889 Data: 01/11/2021
Local: PORTO DE SANTOS Projeto: FELIPE
Cidade: SANTOS / SP

1.1 Descrição da estrutura quant. uni.


1.1.1 largura do galpão...................................................................................................................................................................
68,35 m
1.1.2 Comprimento ...................................................................................................................................................................
50,56 m
1.1.3 Pé direito (altura útil)...................................................................................................................................................................
................................................................................................................................................
12,65 m
1.1.5 Área Total da Estrutura.....................................................................................................................
3457,63 m²
1.1 Valor da estrutura montada quant. uni.
1.1.6 Pilar em concreto armado pré-fabricado........................................................................................
85,00 pç R$ 5.108.829,97
1.1.7 Vigas de Cobertura em concrero armado..........................................................................................................
86,00 pç R$ 1.277.207,49
1.1.8 Terças em concreto armado ..............................................................................................................
678,00 pç R$ 638.603,74
1.1.10 Painel de fechamento................................................................................................................................
698,00 uni R$ 5.747.433,72

VALOR TOTAL DA ESTRUTURA R$ 12.772.074,95

2.1 Prazo de Entrega:


150 dias após assinatura do contrato.

3.1 Condições de Pagamento


3.1.1 40% de entrada R$ 5.108.829,98
O saldo em 6 parcelas iguais
3.1.2 30 dias após assinatura R$ 1.532.648,99
3.1.3 60 dias após assinatura R$ 1.547.975,48
3.1.4 90 dias após assinatura R$ 1.551.040,78
3.1.5 120 dias após assinatura R$ 1.552.573,43
3.1.6 150 dias após assinatura R$ 1.554.106,08
3.1.7 Entrega da obra R$ 1.555.638,73

Figura 19 - proposta comercial fonte: Abc pré-fabricados de concreto

O custo dos painéis de fechamento em concreto convencional é de R$ 5.747.433,72,


que representa 45% do valor total da obra.

O bioconcreto tem o custo inicial aproximadamente 40% maior do que o concreto


convencional. Considerando os valores do projeto apresentado nesse trabalho,
realizado em 2021, o metro cúbico do concreto convencional é R$520,00
(quinhentos e vinte reais), logo, proporcionalmente o bioconcreto está avaliado em
R$728,00 (setecentos e vinte e oito reais) o metro cúbico. O custo dos painéis de
fechamento em concreto convencional é de R$ 5.747.433,72, que representa 45%
do valor total da obra. Com um bioconcreto esse valor passa a ser R$ 8.046.407,21,
55

que corresponde agora 63% do valo da proposta, gerando um aumento de R$


2.298.973,49.

Henk Jonkers avaliou que o investimento em concreto equivale em geral a 1% do


valor total da obra. Considerando a economia em manutenção gerada pelo uso do
bioconcreto, em 4 anos o investimento teria retorno.

As informações coletadas levam a conclusão de que aproximadamente 69% do


dinheiro gasto em manutenções de estruturas de concreto poderiam talvez ser
economizados.

Considerando os valores da figura do gráfico 23,

Figura 20 - Gastos anuais com viadutos, pontes, passarelas e túneis

é possível representar a seguinte tabela:


56

Tabela 4 - Despesas de manutenção - fonte: Prof. Mse Daniel Henrique da Silva

A diferença que a bactéria potencialmente possui ser extremamente impactante se


tratando de economia a longo prazo.

Figura 21 - Perspectiva do projeto, fonte: ABC Pré-fabricados de concreto.


57

Figura 22 -Perspectiva 2 -do projeto, fonte: ABC Pré-Fabricados de concreto.

7.4 Prazo de Execução – Cronograma


O prazo de fabricação e montagem da obra é de 150 dias corridos, após a
assinatura do contrato. A produção dos painéis corresponde a 70% do total das
peças e 53% do prazo de montagem da estrutura.

ABC Pré-Fabricados de Cronograma de produção e montagem


Concreto Novembro 2021 Dezembro 2021 Janeiro 2022 Fevereiro 2022 Março 2022
1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª 1ª 2ª 3ª 4ª
SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA SEMANA
P PILARES
R VIGAS DE COB.
O TERÇAS
D PAINÉIS
PILARES
M
VIGAS DE COB.
O
TERÇAS
N
PAINÉIS

Tabela 5 - cronograma de produção e montagem


58

7.5 Resistência do Bioconcreto


Quando para fins de comparação a resistência a compressão do bioconcreto e o
concreto convencional, ocorrem duas peculiaridades muito significativas, onde o
bioconcreto utilizado com concreto convencional sem adição de uma armadura
adquiri uma resistência inferior ao concreto convencional. Entretanto quando ocorre
a adição de uma armadura metálica junto ao bioconcreto e utilizando um cimento de
alta resistência inicial (CP V -ARI), sua resistência a compressão aumenta em
relação ao mesmo cimento comum de alta resistência inicial (CP V – ARI).

Para fins de controle o autor (JONKERS et al., 2008) realizou 3 testes, onde no
primeiro ele somente utilizou uma amostra de controle (sem adições), no segundo
ele somente adicionou o precursor biomineral orgânico lactato de cálcio, e no
terceiro somente as bactérias.

Para o autor chegar à escolha do lactato de cálcio foram realizados diversos testes
de resistência a compressão com variados compostos precursores de biocimento
orgânicos, e foi detectado que a peptona e acetato de cálcio resultaram em uma
diminuição dramática da resistência a compressão. Porém a única exceção foi o
lactato de cálcio, onde obteve um ganho de resistência a compressão com cerca de
10% maior que as amostras de controle (Figura 1).

Figura 23 - Desenvolvimento da resistência à compressão de espécimes de pedra de cimento com


incorporação de composto orgânico e controle de envelhecimento. (Fonte. Jonkers et al., 2008)
59

Em outro teste isolado o pesquisador após realizar testes com diferentes tipos de
bactérias da família Bacillus, alcançou o melhor resultado com a bactéria Bacillus
Pseudofirmus. Assim o autor realizou um teste de compressão com a amostra
contendo tal bactéria e obteve um resultado onde a resistência a compressão
chegava a ser cerca de 10% inferior a amostra de teste (Figura 25).

Figura 24 - Desenvolvimento da resistência à compressão de espécimes de pedra de cimento


envelhecidos e com incorporação de bactérias (B. Pseudo Firmus). (Fonte. Jonkers et al., 2008).

Com tudo o autor (MEDEIROS, 2020), realizou mais dois testes com dois tipos
diferentes de bactérias, a B. cereus, onde obteve uma resistência a compressão
ainda menor, onde fora levada a prensa e constatou que deu início ao aparecimento
das primeiras fissuras, quando foram aplicadas cargas de 30 a 40kg/cm². E a
segunda bactéria, a B. subtilis, que apresentou as primeiras fissuras com a
aplicação de cargas de 50 a 60kg/cm². Por fim a amostra de controle foi capaz de
resistir a cargas de 1000kg/cm². Constatando-se assim que as duas primeiras
amostras contendo bactérias tiveram uma perda de resistência à compressão com
cerca de 95% em relação a amostra de controle.
60

Em um segundo caso onde ocorre uma adição de uma armadura metálica junto aos
corpos de prova a autora GRACIELE MÂNICA, 2019 ressalta que existe um
aumento quanto a resistência a compressão em relação a amostra de referência
quando as amostras recebem os microrganismos livres, em outros estudos já havia
sido observado tal aumento da resistência à compressão PRADEEPKUMAS, 2015.

Figura 25 - Resultados das resistências à compressão em CPs cilíndricos aos sete e aos cem dias.
(Fonte Graciele Mânica, 2019).

Para tal estudo foi utilizado o Cimento Portland de Alta Resistência inicial (CP V –
ARI), que tem como característica o alcance de elevada resistência logo em seus
primeiros dias. Também fora utilizada uma tela metálica para a indução das fissuras
e evitar o rompimento dos mesmos no momento de aplicação de carga. Chegando-
se assim a uma conclusão que em relação a um cimento de alta resistência inicial, o
bioconcreto teria uma ganho significativo no aumento da resistência a compressão.
61

Figura 26 - Tela metálica utilizada no interior dos corpos de prova de argamassa. (Fonte Graciele
Mânica, 2019)
62

8 GESTÃO DE RISCO

Segundo a Norma ABNT ISO 31000, gestão de risco é planejar ações e estar
preparado para imprevistos. O gerenciamento de riscos que é uma das áreas de
gerenciamento, vem ganhando notório destaque no cenário mundial e nacional, se
tornando fundamental para garantir o sucesso dos Empreendimentos.

O risco é um evento que se ocorrer pode vir a causar impactos no projeto, podendo
estes resultados serem negativos ou positivos. Cabe ao Gerente de Projeto e a
equipe, minimizar e até mesmo eliminar a ocorrência de eventos com impacto
negativo, bem como, maximizar a probabilidade de eventos com impacto positivo ao
projeto.

O processo produtivo será usado como matérias-primas, a pastilhas de lactato de


cálcio com a bactéria Bacillus pseudofirmus, cimento, areia, pó de pedra,
desmoldante, madeira, ferragens, água e energia elétrica, uma fábrica de pré-
moldados deve ter a seguinte divisão:

Armazéns para agregados;

Armazéns ou silos para aglomerantes;

Centrais de concreto;

Área para moldagem do concreto;

Área de cura das peças produzidas.

Análise de risco aplicado a produção do bioconcreto

Fator de Risco analisados na fabricação de peças de bioconcreto pré-fabricados

Fator de Risco Atividade do Consequências Medidas


processo prováveis Preventivas

Contato com as Inserção das Irritação da pele; Fornecer, treinar


colônias da pastilhas de Dermatites; e fiscalizar a
bactéria lactato de cálcio utilização de
63

Bacillus com a bactéria luvas protetoras


pseudofirmus Bacillus para evitar
com a pele pseudofirmus contato direto da
na mistura de pele com o
concreto produto;

Vibração Adensamento Problemas Adquirir


na concretagem ergométricos máquinas e
ferramentas de
trabalho
elétricas ou
pneumáticas
com sistemas
antivibração

Ambiente Serviços de Queda de Treinamento


desorganizado concretagem, pessoas, sobre a
limpeza e equipamentos e importância da
transporte; material; ordem, limpeza
Dificuldade de e organização
locomoção de do ambiente de
pessoas e trabalho;
máquinas; Criação de local
específico para
guardar
ferramentas;

Queda de Deslocamento Esmagamentos, Isolamento das


material e dos insumos e Prensagem e áreas com
equipamentos equipamentos amputações dos deslocamento
para a área de membros de matérias e
concretagem equipamentos

Poeira Limpeza de Doenças Providenciar a


moldes; respiratórias; utilização de
64

Lixamento de Irritação da pele protetor


peças; e olhos; respiratório tipo
Aplicação de respirador
desmoldantes; purificador de ar
semifacial PFF1
até a
determinação
exata da melhor
proteção via
quantificação do
agente químico
por empresa
especializada;

Ruído Operação de Desconforto Fornecer, treinar


máquinas de acústico; Stress; e fiscalizar a
concretagem e PAIR; utilização de
limpeza; protetores
auriculares tipo
concha NRRsf
de 17 dB, para
os
colaboradores
que trabalham
próximos às
máquinas;
restringir o
acesso
desnecessário
de pessoas que
não trabalham
no setor;

Contato de Aplicação de Irritação da pele; Fornecer, treinar


65

produtos com a desmoldantes; Dermatites; e fiscalizar a


pele Acabamento de utilização de
peças; luvas protetoras
para evitar
contato direto da
pele com o
produto;

Postura Transporte de Lombalgias; Conscientização


Inadequada material; Problemas na sobre a postura
Operação de coluna; adequada para
máquinas; todas as
Serviços de atividades da
concretagem; área inclusive
dimensionament
o dos pesos
para
carregamento
manual;

Partes móveis Operação de Prensagem e Proteção das


de máquinas amputações dos partes móveis
equipamentos membros da máquina de
desprotegidas concretagem,
vibrador e
máquinas de
lixamento;
66

Análise Preliminar de Riscos para determinar a gravidade e


frequência dos riscos.

Categoria de severidade

Categoria Tipo Características

A falha não irá resultar numa degradação maior do sistema, nem


I Desprezível irá produzir danos funcionais ou lesões, ou contribuir com um risco
ao sistema;

A falha irá degradar o sistema numa certa extensão, porém sem


II Marginal envolver danos maiores ou lesões, podendo ser compensada ou
controlada adequadamente;

A falha irá degradar o sistema causando lesões, danos


III Crítica substanciais, ou irá resultar num risco inaceitável, necessitando
ações corretivas imediatas;

A falha irá produzir severa degradação do sistema, resultando em


IV Catastrófica
sua perda total, lesões ou morte.

Categoria de frequência

Categoria Frequência Características

A Extremament < 1 em 105 anos Conceitualmente possível,


e remota extremamente improvável de
ocorrer durante a vida útil do
67

empreendimento. Não há
referências históricas nos
principais bancos de dados.

Não esperado ocorrer durante a


1 em 102 a
1 em 105 vida útil do empreendimento,
B Remota
anos apesar de já poder ter ocorrido em
algum lugar no mundo.

Possível de ocorrer até uma vez


Pouco
C 1 em 30 a 1 10² anos durante a vida útil do
provável
empreendimento.

Esperado ocorrer mais de uma vez


1 por ano a 1 em 30
D Provável durante a vida útil do
anos
empreendimento.

Esperado ocorrer muitas vezes


E Frequente > 1 ano durante a vida útil do
empreendimento.

Categoria de risco

O risco é considerado tolerável quando mantido sob


controle. Controles adicionais devem ser avaliados e
Moderado (M) implementados aplicando-se uma análise para avaliar as
alternativas disponíveis, de forma a se obter uma redução
adicional dos riscos.

O risco é considerado não tolerável com os controles


existentes. Métodos alternativos devem ser considerados
Não tolerável (NT)
para reduzir a probabilidade de ocorrência e,
adicionalmente, as consequências.
68

Matriz de classificação de riscos para produção de painéis de bioconcreto

Fator de Risco Categori Frequência Severidade


a de
risco

Contato com as colônias


da bactéria Bacillus NT A I
pseudofirmus com a
pele

Vibração M E II

Ambiente M B I
desorganizado

Queda de material e NT D IV
equipamentos

Poeira M E I

Ruído M E I

Contato de produtos NT C II
com a pele

Postura Inadequada M C I

Partes móveis de NT A IV
equipamentos
desprotegidas

Gerenciar o tempo é fundamental, prazos curtos e demanda de peças elevadas


podem levar a atrasos e prejuízos nas entregas, podendo ainda gerar multas
preestabelecidas em contrato, além do mais a qualidade do serviço pode ser afetada
e a probabilidade de acidentes aumenta. Cumprir o prazo estipulado é uma das
grandes maneiras de se fidelizar e atrair grandes clientes.
69

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, o bioconcreto ainda não é um método viável devido ao seu custo e


acessibilidade a insumos especialmente ao lactato de cálcio e os agentes
microbianos. Contudo o autor JONKERS et al. 2011 ressalta que para o bioconcreto
ter a possibilidade de se tornar um material competitivo no mercado referente a
métodos de reparação. Ainda são necessários mais estudos em relação a diminuir
os custos de produção de agentes microbianos.

Vale ressaltar também que para uma utilização em larga escala seria necessário
desenvolver novos métodos de produção de tal, assim viabilizando uma produção
em larga escala oque acarretaria em uma diminuição de custos.

Contudo ao comparar a sua capacidade de cicatrização de fissuras com concretos


normais fica claramente explicito sua alta capacidade de superar todos os métodos
dos concretos atuais. Isso indica uma tendência de que o bioconcreto ser cada vez
mais estudado e utilizado em meio a construção civil.

Vale ressaltar quem em certos casos o bioconcreto consegue atingir resistências


maiores que os concretos tradicionais, graças ao seu fator de cicatrização elevado,
que permite que com o passar do tempo venha a aumentar sua resistência, já que
os concretos normais não possuem aditivos que possibilitem a reparação de
fissuras, fazendo assim com que com o passar do tempo e o surgimento de fissuras,
tendam a perder sua resistência.

Fundamental evidenciar que futuramente o bioconcreto possa a vir em muitos casos


a substituir o concreto normal.
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