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BANCA EXAMINADORA:
___________________________________________________________________
BREHNO NARCISO DE CASTRO OLIVEIRA
___________________________________________________________________
JOSÉ ROBERTO DA CUNHA LIMA
___________________________________________________________________
LEANDRO ARAUJO CAVALCANTE
PARNAÍBA-PI
2020
Dedico esta monografia à minha mãe, Antonia Maria, meu avô
Herminio Nonato (em memória) e a minha filha Maria Valentina.
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus por ter me permitido chegar até aqui e mesmo diante de
todas as dificuldades enfrentadas ao longo desta trajetória, ter sido minha força e esperança para
nunca desistir. Agradeço, a todos os professores que compartilharam saberes durante esta
caminhada acadêmica. Durante minha vida passaram diversos profissionais de vários níveis de
escolaridade que sem dúvida foram base para a humildade e o respeito na vida profissional,
para que possamos sempre lembrar da linha de frente das obras, que são os trabalhadores,
pedreiros, serventes, auxiliares, topógrafos, enfim, a todos os trabalhadores que sempre serão
os moldes de toda a construção.
“Eu sempre me preparo para o fracasso e acabo surpreendido pelo sucesso”.
Steven Spielberg
RESUMO
Dams represent hydrographic solutions used for many years by ancient civilizations such as
Babylon, India, Egypt, and Persia, which already used them to store water, supporting farms
and urban locations during periods of drought. All over the world, engineering structures can
be subject to failure, a situation despite dams. Many accidents confirm the potential risk
associated with bus structures. The incidence of ruptures evokes the need for discussions about
the potential danger of these constructions due to the stored material's volume and
characteristics. The rupture causes environmental and material damage, damage to public and
private property, in addition to the loss of human life, the main damage caused by these
disruptions. Several tools are currently used to investigate possible disruptions in these
structures, enabling the study and development of effective prevention plans. Thus, the study
of Dam-Break with the aid of software aims to analyze and resolve the impacts of the rupture
of massifs and assess the risks that this can cause to human lives and the economy of a region.
This study aims to generate hydrodynamic computational simulations of hypothetical rupture
of the Caldeirão dam massif in the municipality of Piripiri-PI. The results obtained determine
the flow hydrographs downstream of the dam, flood map, and analyze the possible impact
caused in the vicinity of the dam and the rescue of the entire riverside population. The
methodology used to carry out this study is characterized by the digital geometric analysis of
the channel surface and the whole valley downstream of the massif and the prediction of the
rupture hydrograph using empirical formulas to obtain these diagrams peak flows (Qp). The
use of the HEC-RAS software for the present analysis proved efficient for this type of
simulation, effectively showing the risk scenario for a dam failure under study.
Figura 6: Imagem satélite geral com área de interesse que será gerada a MDT........32
CR Categoria de Risco
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 11
2. OBJETIVOS .................................................................................................................................... 14
2.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................................... 14
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................................... 14
3. APORTE TEÓRICO ...................................................................................................................... 15
3.1 Barragens no Brasil e implicações legais .................................................................................... 15
3.2 Tipos de barragens ...................................................................................................................... 17
3.3 Segurança das Barragens ............................................................................................................. 19
3.4 Medidas de prevenção para rompimento de barragens ............................................................... 20
3.5 Simulação de rompimento com HEC-RAS ................................................................................. 21
3.6 Artigos analisados para composição do Referencial Teórico...................................................... 23
4. METODOLOGIA ........................................................................................................................... 26
4.1 Tipo de estudo ............................................................................................................................. 26
4.2 Objeto de Estudo ......................................................................................................................... 27
4.3 Área de Estudo - Descrição da Barragem Caldeirão no município de Piripiri-PI ....................... 27
4.4 Georreferenciamento das imagens .............................................................................................. 30
4.5 Procedimentos para coleta de dados............................................................................................ 33
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................... 37
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................................... 49
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 51
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1. INTRODUÇÃO
França, Vaiont (1963), na Itália, Teton (1976), nos Estados Unidos e Macchu II (1979), na
Índia, que somaram mais de 4.000 mil mortes (KÜHLAMP et a., 2016). Analisando o
rompimento de barragens que ocorreram no Brasil, destaca-se o rompimento ocorrido na
barragem de Algodões, localizada no rio Pirangi, no município de Cocal-PI, construída em
2001, que apresenta características semelhantes à barragem de Caldeirão, objeto de estudo da
presente pesquisa. O rompimento da barragem de Algodões ocorreu em 2007, no dia 27 de
maio, deixando 80 feridos, 11 mortos e atingindo uma área total de 50 km², ocasionada pela
onda de cheia.
A incidência de rompimentos evoca a necessidade de discussões sobre o perigo
potencial destas construções devido ao volume e as características do material armazenado. A
ruptura acarreta prejuízos ambientais e materiais, danos ao patrimônio público e privado, além
da perda da vida humana, principal dano causado por estes rompimentos. Objetivando
minimizar as chances de falha e rompimento, especificações cada vez mais restritivas vem
sendo aprovadas por meio de legislações, em todo o mundo.
Diversas ferramentas são utilizadas atualmente para investigação das possíveis
rupturas dessas estruturas, possibilitando o estudo e desenvolvimento de planos de prevenção
eficazes. Desse modo, o estudo de Dam-Break com auxílio de softwares visa analisar e dirimir
os impactos causados pelo rompimento de maciços e a avaliação dos riscos que esta pode causar
a vidas humanas e à economia de uma região. Estabelecendo parâmetros mínimos de segurança
para essas estruturas.
O estudo de Dam-Break visa mitigar os impactos causados pelo rompimento dessas
estruturas e poder avaliar os riscos que ela causa a vidas humanas e à economia de uma região.
É necessário que sejam estabelecidos parâmetros mínimos de segurança para essas estruturas.
Com a grande quantidade de alertas feitos nos últimos anos, foi escolhida com base na sua
grande importância, tanto em questões humanas e econômicas, além do fator risco a barragem
de Caldeirão, localizada no município de Piripiri-PI, cujo uma possível tragédia desse porte,
afetaria enormemente a todos da região.
A Lei federal, nº 12.334, promulgada no Brasil em setembro de 2010, estabelece a
Política Nacional de Segurança de Barragens – PNSB, que estabelece o desenvolvimento e a
aplicação de um sistema que tem como objetivo a classificação das barragens, de acordo com
o seu dano potencial. Em continuidade as ações para maior fiscalização e controle da execução
de barragens, em dezembro de 2015, a ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica,
publicou nova resolução normativa, sobre segurança das barragens voltadas para a geração de
energia elétrica.
13
2. OBJETIVOS
3. APORTE TEÓRICO
vida, bem como possa dirimir o impacto ao patrimônio (KÜHLAMP et al., 2016).
As estruturas de engenharia estão sujeitas a falha, quer seja por erro de projeção,
dimensionamento, execução ou operação. Deste modo as barragens ao longo do tempo podem
apresentar problemas associados às estruturas do barramento, que culminaram em acidentes,
com risco potencial para as regiões alagadas. Ao longo da história ocorreram inúmeros
acidentes trágicos em barragens, como por exemplo, a de Malpasset (1959), na França, Vaiont
(1963), na Itália, Teton (1976), nos Estados Unidos e Macchu II (1979), na Índia. Os locais
supracitados totalizaram mais de 4.000 mil mortes e danos incalculáveis ao patrimônio público
e privado (KÜHLAMP et al., 2016).
Na metade do século XX, após constatação da capacidade destrutiva das barragens,
mediante uma eventual ruptura, que libera em segundos uma quantidade exorbitante de água,
no lado à jusante do maciço, formando uma onda de inundação, capaz de causar danos
irreversíveis à população existente na região, passou-se a analisar com mais atenção o tema
sobre segurança de barragens. A tabela 02 a seguir, mostra os quatro maiores acidentes
envolvendo barragens no período de 1959 a 1979 (KÜHLAMP et al., 2016).
-Deslizamento da encosta do
reservatório, despejando 200 x 106 de
material dentro do reservatório;
A onda gerada ultrapassou a crista da
Reservatório de Vaiont Arch, 262 m
barragem em 110 m; A barragem ficou
(1963) (1960)
intacta após o evento, porém a onda
gerada foi capaz de devastar vilarejos a
jusante (c. 2000 mortes).
No período entre 2014 e 2016, três barragens brasileiras romperam, provocando danos
inestimáveis às regiões afetadas, objetivando minimizar as falhas e, por conseguinte evitar
novos rompimentos, as Instituições Regulamentadoras e Legislações que normatizam este
setor, tem se empenhado para estabelecer diretrizes e especificações cada vez mais rigorosas
que possam garantir a segurança desses empreendimentos (ROCHA, 2015).
a) Conservação da Massa –
23
KÜHLAMP (et al., 2016, p. 35) determina os parâmetros essenciais para a elaboração
de um estudo hipotético de rompimento de barragem, utilizando o software HEC-RAS. Sendo
estes a a condição de contorno de montante (hidrograma de montante); a condição de contorno
de jusante (inclinação a jusante, cotagrama ou curva de descarga); as seções transversais ao
longo do eixo do rio (seções topobatimétricas); a estruturas hidráulicas e suas características
(barragens, pontes, diques) e os coeficientes de rugosidade da superfície (número de Manning).
Dessa forma, o software é uma ferramenta eficaz na simulação do rompimento de barragens,
evidenciando faixas de inundações e os danos associados. Dessa forma, o software é uma
ferramenta eficaz na simulação do rompimento de barragens, evidenciando faixas de
inundações e os danos associados.
Após uma análise geral dos artigos encontrados, foram descartados aqueles que não
estabeleciam ligação direta com os objetivos da presente pesquisa, os que foram publicados
antes de 2015, e aqueles que não detalhavam a metodologia de estudos utilizada para
apresentação dos resultados. Ao final da pesquisa foram selecionados e incluídos no estudo para
análise e discussão um total de sete trabalhos acadêmicos que contribuíram para a composição
do referencial teórico do presente trabalho e nortearam os caminhos adotados para a construção
deste estudo.
A tabela-03 apresenta de forma simplificada os dados mais relevantes, à cerca do
conteúdo abordado para composição deste referencial teórico, de acordo com cada um dos
trabalhos acadêmicos analisados, destacando de forma resumida o autor/ano das publicações, o
tipo de estudo, o objetivo norteador da pesquisa realizada e os resultados encontrados pelos
autores, com ênfase na comprovação da importância deste tipo de estudo para mensurar os
impactos provocados pelo consequente colapso de uma barragem.
24
Tabela 3 – Principais estudos pesquisados que analisaram o rompimento hipotético de uma barragem
AUTOR/ ESTUDO/
OBJETIVO RESULTADOS
ANO AMOSTRA
Apresentar um modelo
Verificou-se que os resultados
simplificado para estimar a
obtidos em termos das áreas de
área inundada por cheias
inundação são idênticos, contudo,
geradas pela ruptura de
o amortecimento da onda de cheia
Estudo de caso barragens e uma proposta de
ocorre de maneira menos
PEREIRA et com simulação melhoria deste modelo
acentuada do que na formulação
al., 2017 utilizando simplifcado pela introdução
inicialmente utilizada. O artigo faz
software de uma rotina de cálculo para
ainda uma comparação dos
modelação do
resultados obtidos pelos dois
amortecimento de cheias
modelos simplificados e o modelo
baseada no método de
HEC-RAS.
Muskingum-Cunge.
Estudo de caso Avaliar a aplicabilidade de Os resultados sugerem que a
pautado em métodos e critérios topografia pode ser o principal
ROCHA, 2015
revisão de geralmente adotados em fator de influência na previsão da
literatura estudos de ruptura mancha de inundação.
Avaliar o comportamento da
onda de cheia ao longo do Os resultados encontrados, apesar
vale de jusante da barragem do caráter preliminar do estudo,
SANTOS, de Jatunaíba, bem como o podem auxiliar na composição de
Estudo de caso
2019 alcance da mancha de cenários e servir como ponto de
inundação e da profundidade partida para a elaboração do Plano
e velocidade máximas da de Ação Emergencial da barragem.
lâmina d’água.
Ao longo do desenvolvimento do
estudo foram simulados, através de
um modelo hidrodinâmico
Entender o impacto do elaborado no software HEC-RAS,
rompimento de uma das três cenários hidrológicos
KÜHLKAMP, barragens do rio Irani nas diferentes. A elaboração do
Estudo de caso
2016 outras estruturas de modelo contou com seções
barramento existentes no topobatimétricas, níveis de água
mesmo rio. aferidos em campo, modelo digital
do terreno e características das
pontes e barramentos existentes
no curso do rio.
Examinar a causa do
Os resultados apontam a extensão
rompimento da barragem de
do fluxo de lama do HEC-RAS e
Brumadinho e comparar as
a simulação corresponde à atual
observações com simulações
RAMAN; LIU, inundação devido ao rompimento
de modelo: HEC-RAS,
2019 da barragem. Esta técnica de
desenvolvido pelo US Army
simulação pode mais tarde ser
Corps of Engenheiros, para
usada para futuras previsões de
prevenir que uma tragédia
colapso de barragens.
semelhante se repita.
25
4. METODOLOGIA
pesquisa.
4.2 Objeto de Estudo
O objeto de estudo da presente pesquisa é a Barragem Caldeirão, construída sobre o
rio de igual nome, que é um afluente do rio Matos e engloba o sistema hidrográfico do rio
Parnaíba. A construção do barramento culminou no surgimento do açude Caldeirão, que ao
passar dos anos, tornou-se um ponto turístico na região. A barragem está localizada a 9 km do
centro do município de Piripiri, em um povoado chamado Lagoa, ao norte do estado do Piauí,
distando apenas 165 km da capital – Teresina. O açude ocupa uma área de mais ou menos 1 mil
hectares e conta com uma capacidade de mais de 54 milhões de metros cúbicos de água.
FONTE:www.oitomeia.com.br/colunas/no-fluxo/2019/02/09/barragem-do-acude-caldeirao/
finalidade básica a regularização do rio de mesmo nome, garantindo a irrigação das férteis
várzeas da região, que devido ao potencial de armazenamento da barragem torna habitável a
região que outrora antes da sua construção não era possível devido aos períodos prolongados
de seca, tal como se verificou em 1900, 1908, 1915, 1919, 1927 e 1932.
Os trabalhos de construção foram iniciados em 01 de abril de 1937 e concluídos em
meados de 1945, por administração direta do DNOCS. Durante a execução da obra, problemas
não determinados levaram à modificação do projeto. Além da introdução dos muros de concreto
referidos no item Arranjo Geral, foi adotada uma seção com enrocamento a jusante a partir da
berma situada na cota 94,00, revestida com pedra argamassadas, eliminando-se as manilhas
anteriormente existentes abaixo da referida berma, sendo os demais detalhes construtivos
preservados.
A barragem compreende uma área drenada na bacia hidrográfica do rio Caldeirão que
corresponde a 220 km², com um volume acumulado no reservatório de 54.600.000 m³,
regularizando uma vazão de 2,16 m³/s. A capacidade de irrigação do reservatório é de 1.400 ha
em anos de pluviosidade média e de cerca de 700 ha em anos secos.
Os estudos do Açude Caldeirão, considerando os trabalhos de campo e escritório,
foram elaborados pela Comissão do Piauí, no período de agosto de 1933 a julho de 1936,
quando foi iniciada a elaboração dos desenhos do Projeto Executivo, concluídos por volta de
julho de 1937, pela Seção Técnica da Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas (IFOCS),
antiga denominação do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas).
A bacia hidrográfica localiza-se entre os postos de Piripiri e Pedro Il. Calculou-se
através da média precipitada nestes postos, a chuva média, sendo observadas as precipitações
que ocorreram por um período de 22 anos de observação. A seguir, admitiu-se como válido um
coeficiente de escoamento correspondente a 20% da chuva precipitada e calculado o volume
afluente na bacia. O volume armazenável foi obtido considerando-se, para as perdas por
evaporação ano a ano, valores baseados em observações levadas a efeito no Açude Cedro e as
possibilidades de acumulação estabelecidas topograficamente pela bacia hidráulica.
A barragem Caldeirão, com altura máxima de 22 m, é constituída de um maciço de
terra com enrocamento a jusante, a partir da berma situada na cota 94,00, revestido com pedra
argamassadas. Durante a construção foi incorporada uma cortina de concreto armado 15,00 m
a montante do eixo da barragem, engastada de 1,5 m a 2 m na rocha, entre as estacas 49 e 61
(trecho da ombreira esquerda até a cota do terreno natural em torno de l 00,00), portanto, com
120 m de comprimento. No trecho restante, e no mesmo alinhamento, previu-se a execução de
um muro de chicana de cerca de 2 m de altura, mais um engaste de 0,70 m em rocha. A união
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FONTE: DNOCS
FONTE: DNOCS
Após refinamento da busca o site apresenta todas as imagens que envolvem o sensor
escolhido pra o intervalo de datas e considerando a quantidade de nuvens. As imagens são
gratuitas, conforme a política de dados. Cada imagem baixada possui diversas BANDAS que
correspondem a um intervalo do espectro eletromagnético, com isso consegue-se fazer
composições coloridas, reprojetar as imagens, fazer recortes e por fim trabalhar em cima delas,
conforme a finalidade desejada.
A figura – 6 apresenta a imagem com melhor qualidade nas elevações e, por isso foi
escolhida para compor o presente estudo. A MDT consiste em um modelo geométrico de
32
Figura 6: Imagem satélite geral com área de interesse que será gerada a MDT
tipo - .tif em uma imagem de formato - .hdf, que é melhor preparada para as visualizações que
serão feitas no software.
A imagem a seguir, gerada por satélite, representa a topografia local da área em que
encontra-se o objeto de estudo da presente pesquisa, a MDT – Modelo Digital do Terreno –
representando a imagem em 3D que foi utilizada para gerar a mancha da superfície.
Realizou-se o cálculo da vazão de pico, pois esta é uma variável utilizada para calcular
a vazão em função do tempo, que são fundamentais para traçar os hidrogramas. O hidrograma
correto que de fato, representa a barragem em estudo, deverá ter sua área de gráfico, igual ou
de valor aproximado ao volume do reservatório. Após essa análise, observou-se o tamanho da
brecha, que varia de acordo com o tipo de barragem, na presente pesquisa, trata-se de uma
barragem de terra, com enrocamento, bem como o tempo de abertura da brecha. O tempo médio
apresentado na Figura 11 (que traz a percepção de diversos autores,) é de 0,82h. Para os cálculos
desta investigação, adotou-se este valor de 0,5h.
FIGURA 11 – Resultados obtidos por Ferreira e Andrzejewski (2015) através de equações empíricas
A meia hora adotada para os cálculos, que equivale a 1800 segundos, representa o
tempo de início da brecha até o momento em que a barragem entrará em colapso. Para estimar
o tamanho da abertura, considerou-se que a mesma atingiu 80% do maciço. De acordo com a
tabela acima, esse tamanho poderia ser bem menor, entretanto considerou-se para a presente
analise o rompimento total do maciço, entendendo que os 20% restantes, correspondem a parte
do maciço que resta, após o rompimento total.
Após os dados de entrada encontrados e parametrizados, definiu-se um hidrograma
específico para cada autor, com base na vazão de pico pré-estabelecida por cada autor, em que
posteriormente este valor foi colocado na equação da vazão em função do tempo, adotando-se
para o fator tempo um intervalo de 0,2h, o que significa que a cada 12 minutos foi calculado
um valor para o hidrograma. No item 5.1 encontra-se a tabela com os valores de vazão pico
36
estabelecidos para cada autor e a figura que apresenta o gráfico comparativo dos hidrograma
encontrados baseado nos autores e o da barragem de Caldeirão.
Após encontrados os valores da vazão em função do tempo, calculou-se a integral para
definir a área do gráfico que deve ser igual ao volume do reservatório. Encontra-se na tabela 07
no item 5.1 a discrepância em percentual dos valores da área dos gráficos, oriundos dos valores
de pico estabelecidos pelos autores, com a realidade da barragem objeto deste estudo.
Para definir o hidrograma de Caldeirão, utilizou-se a mesma equação no software,
adotando o mesmo tempo de pico e o valor do fator k, a única alteração em valores deu-se na
vazão de pico, conforme uma das vertentes apresentadas no estudo realizado por Mota (2017),
que ressalta que manter o fator k (variável que pondera a equação) em 0,5, pois este valor
oferece resultados que apresentam sempre as melhores e as maiores vazões. Após a realização
deste cálculo, observou-se que a área do gráfico do hidrograma corresponde a um valor muito
próximo ao volume do reservatório, o que valida os resultados encontrados.
Após os dados obtidos no modelo hidrodinâmico utilizou-se ferramentas de
geoprocessamento para gerar o mapa com a mancha de inundação associadas à cartografia da
região e a maior vazão de pico encontrada. De posse dos dados da simulação e software de
geoprocessamento, seguiu-se a etapa de confecção do mapa, que indicará em escala adequada,
a área impactada com o rompimento da barragem, e baseada no cálculo do risco hidrodinâmico
indicar o nível de risco às comunidades a jusante dentro da zona de inundação.
37
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 12: Número de barragens de acordo com os estados do nordeste, sua Categoria de Risco (CR) e
Dano Potencial Associado (DPA).
Quadro 1 - Estudos de caso que utilizaram o Software HEC-RAS para análise do possível rompimento
de barragens.
Barragem Estado Resultados Referência
A simulação com HEC-RAS
Barragem de Santa possibilitou observar uma mancha
Bahia VIEIRA, 2018
Helena de inundação no vale a jusante do
barramento em questão.
A falta de dados impossibilitou
Bacia hidrográfica melhores resultados do software
Alagoas MEDEIROS, 2017
do rio Paraíba que correspondesse com
a realidade.
O software obteve resultados
Reservatório satisfatórios. A faixa de inundação
Ceará Oliveira, 2018
Banabuiú obtida pelo HEC-RAS está coerente
para a simulação desejada.
Estudo com o software mostrou a
possibilidade de inundação do
Barragem de Souza, Fontes
Bahia distrito de Pedras Altas, com
Pedras Altas 2016
resultados coerentes com a
realidade.
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No quadro 4 estão listadas as vazões de pico de cada autor, que foram utilizadas para
parametrização dos dados e análise comparativa com os valores correspondentes à Barragem
de Caldeirão.
No quadro 5 Tabela calcula as Vazões em função do Tempo Q(t) que foram obtidas
pelas Vazões de Pico (Qp) de cada autor. O tempo de pico (tp) adotado para a presente análise
é de 0,5 horas para todas as equações.
- - - - - - - - - -
720,00 0,20 2.396,26 23.470,41 11.731,37 10.492,85 4.938,03 63.953,61 41.772,88 6.384,72
1.440,00 0,40 2.774,53 27.175,46 13.583,28 12.149,26 5.717,55 74.049,34 48.367,16 7.392,61
1.800,00 0,50 2.806,83 27.491,75 13.741,38 12.290,66 5.784,10 74.911,20 48.930,10 7.478,65
2.160,00 0,60 2.782,13 27.249,82 13.620,45 12.182,50 5.733,20 74.251,96 48.499,50 7.412,84
42
2.880,00 0,80 2.630,19 25.761,67 12.876,62 11.517,20 5.420,10 70.196,97 45.850,89 7.008,01
3.600,00 1,00 2.407,60 23.581,43 11.786,86 10.542,48 4.961,39 64.256,12 41.970,47 6.414,92
4.320,00 1,20 2.159,31 21.149,59 10.571,33 9.455,29 4.449,74 57.629,68 37.642,25 5.753,38
5.040,00 1,40 1.909,54 18.703,22 9.348,55 8.361,60 3.935,04 50.963,67 33.288,18 5.087,88
5.760,00 1,60 1.671,35 16.370,18 8.182,41 7.318,57 3.444,19 44.606,46 29.135,82 4.453,22
6.480,00 1,80 1.451,39 14.215,78 7.105,57 6.355,41 2.990,91 38.736,03 25.301,40 3.867,16
7.200,00 2,00 1.252,58 12.268,48 6.132,23 5.484,83 2.581,21 33.429,89 21.835,56 3.337,42
7.920,00 2,20 1.075,58 10.534,84 5.265,70 4.709,78 2.216,47 28.705,99 18.750,02 2.865,82
8.640,00 2,40 919,76 9.008,73 4.502,89 4.027,51 1.895,38 24.547,53 16.033,83 2.450,67
9.360,00 2,60 783,79 7.676,90 3.837,19 3.432,09 1.615,17 20.918,47 13.663,42 2.088,37
10.080,00 2,80 665,94 6.522,58 3.260,22 2.916,03 1.372,31 17.773,11 11.608,95 1.774,35
10.800,00 3,00 564,36 5.527,67 2.762,93 2.471,24 1.162,99 15.062,12 9.838,20 1.503,70
11.520,00 3,20 477,21 4.674,09 2.336,28 2.089,63 983,40 12.736,25 8.319,00 1.271,51
12.240,00 3,40 402,73 3.944,60 1.971,65 1.763,50 829,92 10.748,48 7.020,64 1.073,06
12.960,00 3,60 339,29 3.323,19 1.661,05 1.485,69 699,18 9.055,24 5.914,66 904,02
13.680,00 3,80 285,40 2.795,36 1.397,22 1.249,71 588,13 7.616,96 4.975,21 760,43
14.400,00 4,00 239,73 2.348,10 1.173,67 1.049,76 494,03 6.398,25 4.179,17 638,76
15.120,00 4,20 201,12 1.969,94 984,65 880,69 414,46 5.367,81 3.506,12 535,89
15.840,00 4,40 168,54 1.650,80 825,13 738,02 347,32 4.498,21 2.938,12 449,07
16.560,00 4,60 141,09 1.381,94 690,74 617,82 290,75 3.765,59 2.459,59 375,93
17.280,00 4,80 118,00 1.155,77 577,70 516,71 243,17 3.149,31 2.057,05 314,41
18.000,00 5,00 98,60 965,78 482,73 431,77 203,19 2.631,61 1.718,90 262,72
FONTE: “Elaborado pelo autor, com base na pesquisa realizada.”
O comprimento do rio, adotado para os cálculos, foi escolhido por abranger uma área
mais urbana, com aproximadamente 22 km de extensão.
A figura 14 apresenta os dados que embasam o tempo de abertura das brechas. A média
utilizada para os cálculos é de 0,5 horas. Para os cálculos da Barragem de Caldeirão não foram
considerados o comprimento de brecha dessa tabela e sim 80% do tamanho do barramento.
Figura 14: Tempo de abertura das brechas
e o mesmo fator k para todas as equações. A Qp foi calculada em cima das equações de cada
um dos autores e assim foi aplicada na equação Q(t) para gerar o hidrograma.
BARRAMENTO
FONTE: “Elaborado pelo autor, com base na pesquisa realizada.”
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FARIA, Fábio LF et al. Metodologia para obtenção do hidrograma para simulação de ruptura
de barragens. Revista Militar de Ciência e Tecnologia, v. 36, n. 3, 2019.
AMARAL, Diego Roger Borba. Simulação de ondas de cheia induzidas pelo rompimento
hipotético da barragem de Peti em São Gonçalo do Rio Abaixo-MG. 78 f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2017.
RAMAN, Arun; LIU, Fei. An investigation of the Brumadinho Dam Break with HEC RAS
simulation. arXiv preprint arXiv:1911.05219, 2019. Disponível em:
https://arxiv.org/abs/1911.05219. Acesso em: 10 out. 2020.
LOPES JUNIOR, Paulo Roberto et al. Definição da Mancha de Inundação Gerada por
Rompimento Hipotético de Barragem: uma comparação entre modelos dinâmico e
estático. 2020. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/212048. Acesso
em: 15 out. 2020.
ANEXO 1 (Disponível no ECM)
Objetivos Específicos:
Definir o hidrograma de cheia, baseado nos autores pesquisados e nos dados da
barragem de Caldeirão, objeto de estudo da presente pesquisa;
Simular o avanço da onda de cheia hipotética da ruptura da barragem, com a
utilização de programas computacionais;
Verificar a área de inundação gerada;
Analisar o impacto causado nas imediações do canal à jusante da barragem, e
através de resultados gráficos como hidrogramas de vazão a jusante da barragem e
mapa de
inundação;
Investigar a influência que as equações empíricas de parâmetros definidores da
formação de brechas sobre o hidrograma de vazão imediatamente a jusante da
barragem;
Identificar o nível de risco que o rompimento da barragem causa às vidas humanas
e edificações próximas ao canal a jusante da barragem
Metodologia*
( X ) Pesquisa exploratória ( ) Outra (especifique ( ) Revisão Bibliográfica
(campo, laboratório, abaixo)
documental)
Motivo:
____________________________________________________
Orientador(a)
* Pesquisas baseadas em levantamento bibliográfico devem ser restritas a 5% dos TCCs do semestre e
devem obrigatoriamente seguir as normas metodologicas descritas neste regulamento
** Em Caso de negativa, o projeto deve ser refeito de forma a sanar os motivos elencados e
resubmetidos, caberá ao coordenador o arquivamento de ambas as fichas de avaliação.
ANEXO 2 (Disponível no ECM)
Termo de Autorização para Publicação de Trabalhos de Conclusão de Curso, Teses,
Dissertações e Outros Trabalhos Acadêmicos na forma eletrônica no REPOSITORIVM
Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo o Grupo SER Educacional
a disponibilizar por meio de seu repositório institucional (REPOSITORIVM) sem ressarcimento
dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra abaixo citada,
conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de
divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.
Afiliação::UNINASSAU
Assinatura Autor