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Recife
2020
Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP
Graduação em Engenharia Civil
BANCA EXAMINADORA:
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1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 8
1.1 Justificativa............................................................................................... 11
2 OBJETIVOS............................................................................................... 14
3 REVISÃO DE LITERATURA..................................................................... 15
4 METODOLOGIA........................................................................................ 27
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................. 38
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... 51
REFERÊNCIAS.......................................................................................... 52
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1 INTRODUÇÃO
Do ponto de vista espacial, pode-se definir zona costeira como a estreita faixa
de transição entre o continente e o oceano. Todavia, do ponto de vista da gestão, é
um cenário onde se acentuam os conflitos de uso, aceleram-se as perdas de
recursos e observam-se os maiores impactos ambientais, frutos da grande
concentração demográfica, crescentes interesses econômicos e pressões antrópicas
(CAMPOS et al., 2003).
Na zona costeira há inúmeras variáveis físicas, que compõem e integram os
diversos subambientes existentes, sendo que os aspectos hidrodinâmicos, como a
ação de ondas formadas pelo vento, associada à atividade das marés, exercem forte
influência na dinâmica sedimentar local (SILVA, 2014). Trata-se, portanto, de uma
das áreas mais complexas e de maior estresse ambiental, submetidas a fortes
pressões, tanto de origem natural como provocadas pelas ações humanas
(GRUBER; BARBOZA; NICOLODI, 2003).
Vários fatores têm interferindo negativamente nas áreas costeiras, como a
urbanização da orla; a retirada de areia da praia para mineração; as dragagens em
canais de maré e na plataforma continental, a conversão de terrenos naturais da
planície costeira em áreas urbanas (SOUZA, 2009b) e, inclusive as obras de
contenção mal planejadas (KALINDI; PILO; FARRENBERG, 2011; SOUZA, 2009b).
Tudo isso vem corroborando para a erosão marinha, que ocorre quando a
quantidade de sedimentos que chega ao ambiente é inferior à quantidade que sai
(GOIS; OLIVEIRA; MANSO, 2013).
Dentre as consequências decorrentes do desequilíbrio nas zonas costeiras,
tem-se a diminuição da largura da praia, a destruição das estruturas rígidas feitas
pelo homem e a perda do potencial turístico da área afetada (SOUZA et al., 2005).
Martins et al. (2016) acrescentam ainda a perda ou redução de áreas emersas com
valor cultural e econômico, danos diretos ao patrimônio, depreciação da área para o
setor turístico e urbanístico, além de gastos públicos e privados com obras de
proteção costeira.
Matias et al. (2010) enfatizam ainda que a inundação merece destaque, visto
que, na medida em que o mar avança, as ondas alcançam uma maior distância e
atingem campos de dunas, interferindo no transporte de sedimentos para o
continente, ocasionando a erosão e recuo da linha de costa.
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Estima-se que grande parte das zonas costeiras mundiais esteja sendo
afetada pela erosão marinha, (BRANDÃO, 2008). Segundo LUIJENDIJK et al.
(2018), 31% do litoral mundial é formado por praias arenosas, e considerando todas
as praias do planeta, em 2018, 48% se apresentavam estáveis, 28% cresciam em
direção ao mar (acresção) e 24% recuavam persistentemente sob o efeito da erosão
marinha, em taxas que excediam 0,5 metros/ano. E, os 4% restantes das praias
arenosas apresentavam um recuo da linha de praia em taxas superiores a 5 m/ano,
indicando extrema erosão marinha.
Os mais de 8.000km de linha de costa brasileira também representam um
desafio, tanto pela gigantesca área, como pela sua diversidade ecossistêmica e
climática (LIMA, 2018). Compreende centenas de praias onde o processo erosivo é
bastante severo, requerendo medidas de recuperação ou contenção. Porém,
embora o tema erosão marinha seja bastante abordado nas instituições de pesquisa
em todo o país, as políticas de planejamento e ordenamento territorial, direcionadas
à esfera da gestão costeira, pouco têm incorporado os conhecimentos adquiridos,
resultando muitas vezes no desperdício de recursos financeiros públicos (SOUZA,
2009a).
No litoral de Pernambuco, que abrange 187km de extensão, as áreas com
processo erosivo instalado, de intenso a moderado, ocorrem em 17,25km,
equivalente a 10,9% do litoral (MANSO et al., 2018).
No que diz respeito ao gerenciamento costeiro, em 2012, 50% das praias da
região metropolitana pernambucana apresentavam áreas construídas que se
estendiam até o estirâncio. Dentre esses, salienta-se que os trechos mais críticos
correspondiam às praias em Jaboatão dos Guararapes, Recife e em Olinda, onde se
observavam enrocamentos e outras categorias de intervenção antrópica, no sentido
de proteger os bens públicos e privados (PERNAMBUCO, 2012).
Frente aos impactos da erosão marinha, existem as medidas preventivas e as
de mitigação (BRASIL, 2018a). As preventivas devem ter como princípio básico a
defesa da linha de costa como um compromisso nacional (NORDSTROM, 2010;
SOUZA, 2009a), exemplificado mediante a construção do Projeto de Gestão
Integrada da Orla Marítima – Projeto Orla, com o objetivo de planejar os usos da
praia (SCHERER, 2013). Já as intervenções de mitigação, buscam reduzir os efeitos
da intervenção humana sobre a zona costeira (COELHO, 2018), por meio da
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1.1 Justificativa
2 OBJETIVOS
3 REFERENCIAL TEÓRICO
tipo de sedimento (Figura 1). Desse modo, uma representação geral de um sistema
praial pode ser apresentado a seguir (GUERRA, comunicação pessoal, 2020).
Pós-praia
Antepraia
Berma
Estirâncio
(ESTEVES, 1998). Portanto, tais soluções devem convergir para formar um leque de
alternativas que englobem além das obras de proteção costeira, medidas de
reordenamento da orla e planejamento em médio e longo prazos (BRASIL, 2018b).
4 METODOLOGIA
- Prismas para estação total e bastões (Figura 15) expansíveis para prisma de
até 2,45m.
- Rádios comunicadores.
- Trena.
Em campo, no local do RN, foi realizada uma breve análise das condições
topográficas da área a ser monitorada, buscando a melhor localização possível para
posicionar-se a estação total, a fim de obter a melhor leitura do perfil para o RN em
questão. Ao começar-se o levantamento topográfico, a estação total foi posicionada
sobre um tripé, travada, nivelada e orientada (georreferenciada), a partir de RN
conhecidos.
As leituras foram realizadas na baixa-mar de sizígia, e para cada RN foram
feitas medidas desde o início da obra de engorda (porção mais próxima ao
continente) sobre o RN, e a partir desse, perpendicularmente à linha de costa em
direção ao mar, estendendo-se até abaixo da linha d’água, cerca de 10m.
O número de leituras variou para cada perfil, dependendo das condições do
terreno, da extensão da faixa praial e dos obstáculos existentes em uma praia
urbana. A cada visada, a estação total coletou dados como: distância, coordenadas
geográficas e cotas do RN Estação em questão
Após o levantamento dos dados de cada RN em campo, gravados na estação
total, em escritório os dados foram descarregados em arquivos na extensão “.txt”,
para posteriormente serem visualizado, analisados e corrigidos. Em seguida, foram
criadas tabelas no programa EXCEL (versão acadêmica), onde os dados foram
configurados e, com o auxílio do programa gráfico, foram representados os perfis
topobatimátricos específicos.
Com os dados plotados e os gráficos gerados, foi desenvolvida a comparação
desses perfis topobatimétricos e analisado o comportamento dos mesmos ao longo
dos anos, possibilitando estimar se houve ganho e/ou perda de areia da engorda, ou
seja, do aterro hidráulico.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Perfil E30
Este perfil apresentava, antes da engorda, pouquíssima largura do pós-praia,
como mostra a Figura 16, além de possuir enrocamento. O ganho da área de pós-
praia foi impactante como mostra a Figura 17.
Beachrock
Foi evidenciada uma significativa perda de cota (Figura 19) no ano de 2018
em comparação à 2016, incluindo largura de pós-praia e rebaixamento da cota.
Perfil E93
A condição gerada após a engorda foi boa, criando um ambiente praial com a
presença de uma boa largura de pós-praia, como mostra a Figura 21. Na antepraia é
possível enxergar a mancha escura que corresponde a um banco de recife algálico
(GUERRA, comunicação pessoal, 2020).
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Recife algálico
Foi evidenciada que a cota do perfil E93 (Figura 23) ficou bastante estável
durante os anos analisados.
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Recifes Algálicos
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Perfil E246
Enrocamento
Espigão
Figura 27: Representação gráfica do perfil E246 no mês de outubro nos anos de
2016, 2017, 2018 e 2019.
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Recife algálico
Recife algálico
Figura 31: Proximidade dos perfis E270 e E310 à foz do rio Jaboatão.
Recifes
algálicos
Banco
arenoso
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BIRD, E. Beach management. Chichester: Jonh Wiley & Sons, 292p. 1996.
DELIBRIAS, C.; LABOREL, J. Recent variation of sea-level along the brasilian coast.
Quaternaria, p. 45-49. 1971.
https://www.mma.gov.br/images/arquivos/noticias/2018/Livro_panorama_erosao_cos
teira.pdf. Acesso em: 02 jun. 2020.