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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO METROPOLITANO DE

ANGOLA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E
ENGENHARIAS (DTEC)
LICENCIATURA EM GEOLOGIA E MINAS

AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA DA AREIA EM MINERADORA


DE PEQUENO PORTE

LUANDA,2024

1
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO METROPOLITANO DE
ANGOLA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E
ENGENHARIAS (DTEC)
LICENCIATURA EM GEOLOGIA E MINAS

AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA DA AREIA EM MINERADORA


DE PEQUENO PORTE

Elaborado por:
Joaquina Iracelma Lukunga
Marisa de Fátima da Conceição Vunda

Projecto de pesquisa apresentado ao Instituto


Superior Politécnico Metropolitano de Angola
como requisito para o trabalho de final de curso
pela dupla de Marisa Vunda e Joaquina Lukunga.

Sob orientação do professor: Luvambu Nsiona.

LUANDA,2024

2
PROBLEMA DE PESQUISA

Mineradoras de pequeno porte frequentemente operam em um contexto mais restrito,


com recursos financeiros e tecnológicos limitados. Isso pode resultar em desafios de
eficiência da produção, gestão de resíduos e conformidade ambiental. A presente
avaliação visa em identificar e solucionar esses problemas específicos.

HIPÓTESES

 A implementação de técnicas modernas de extração poderá aumentar a eficiência da


produção;
 A introdução de processos de reciclagem de subprodutos poderá reduzir o impacto
ambiental da operação;
 A adoção de práticas sustentáveis pode resultar em benefícios econômicos a longo
prazo.

i
METODOLOGIA CIENTÍFICA

 Levantamento de dados- coleta de informações sobre o processo de produção, recursos


disponíveis e históricos operacionais;
 Análise técnica- avaliação de eficiência dos equipamentos utilizados na extração e
processamento da areia;
 Estudo ambiental-avaliação dos impactos ambientais das operações, incluindo o
monitoramento de emissões e gestão de resíduos;
 Comparativo de regulamentações- verificação da conformidade de operação com as
normativas locais e nacionais;
 Entrevista e consultas - diálogo com a equipe operacional e gestores para obter insights
sobre desafios e possíveis soluções;
 Propostas de melhorias- elaboração de um plano com recomendações para otimização
de processos e práticas sustentáveis.
Ao seguir esta metodologia espera-se obter uma visão abrangente da operação da
mineradora de pequeno porte, identificando áreas de melhoria e propondo soluções que
possam aprimorar a eficiência e sustentabilidade da produção de areia.

ii
TRABALHO DE FINAL DE CURSO

Projecto de pesquisa apresentado ao Instituto Superior Politécnico Metropolitano de


Angola como requisito parcial para conclusão de licenciatura em Geologia e Minas sob
orientação do professor Luvambu Nsiona.
Aprovado aos / /

Coordenação do curso de licenciatura em Geologia e Minas

Considerações:

iii
AGRADECIMENTOS

Agradecemos primeiramente ao Altíssimo por nos conceder saúde e muita força para
superar os desafios encontrados na realização ao longo desse trabalho, que permitiu que
tudo isso acontecesse, principalmente nestes últimos anos como estudantes.
Os nossos agradecimentos ao Imetro pelo ambiente que nos proporciona,
especialmente pelos professores que nos orientam ao longo do nosso percurso como
estudantes e pelo apoio nessa mesma jornada.
Os nossos agradecimentos, aos nossos queridos familiares, amigos, vizinhos, irmãos
da igreja e todos que sempre procuram formas de nos ajudar estando presente para
enfrentar essa batalha connosco.

iv
DEDICATÓRIA

Dedicamos este trabalho aos nossos pais, irmãos, amigos, parentes, irmãos da igreja,
aos queridos professores e colegas em especial a turma de LGM5M pelo contributo para
a realização desse trabalho por meio desse nosso companheirismo.

v
EPÍGRAFE

“O sucesso não consiste em não errar, mas em não cometer os mesmos equívocos
mais de uma vez”
George Bernard Shawn

“Sede diligentes, sem preguiça, fevroso no espírito, servindo o Senhor”


Romanos 12, 11

vi
ÍNDICE

PROBLEMA DE PESQUISA............................................................................................i

HIPÓTESES.......................................................................................................................i

METODOLOGIA CIENTÍFICA......................................................................................ii

TRABALHO DE FINAL DE CURSO............................................................................iii

AGRADECIMENTOS.....................................................................................................iv

DEDICATÓRIA................................................................................................................v

EPÍGRAFE.......................................................................................................................vi

I. RESUMO....................................................................................................................viii

II. ABSTRAT...................................................................................................................ix

III. INTRODUÇÃO...........................................................................................................1

VI. REFERENCIAL TÉORICO.......................................................................................2

1. JUSTIFICATIVA..........................................................................................................2

1.1 Objectivos gerais:....................................................................................................3

1.2. Objectivos específicos............................................................................................3

1.3. Conceitos................................................................................................................3

1.4. Aplicação da areia em áreas das geociências..........................................................4

1.5. Histórico da utilização da areia...............................................................................5

1.6. Extração de areia.....................................................................................................5

1.7. Areias em petrolíferas.............................................................................................6

1.7.1. Índústria moderna de areia petrolífera.............................................................7

1.7.2. Geologia das areias petrolíferas.......................................................................9

1.7.3. Métodos de Mineração e Recuperação de areias petrolíferas........................10

1.7.4. Técnicas de mineração...................................................................................10

vii
1.7.5. Pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias........................................13

1.7.6. Equilibrio econômicos e custos ambientais das areias petrolíferas..............16

1.8. Propriedades Específicas......................................................................................18

1.8.1. a). Mineralogia, Alteração e Impurezas.........................................................18

1.8.2. b). Granulométrica, Forma e Textura.............................................................18

1.9. MODELAÇÃO DE PROCESSO.........................................................................18

1.9.1. Processo Produtivo.........................................................................................18

1.10. Estocagem e produção de areia e brita................................................................22

1.11. Mineração em pequena escala...........................................................................23

1.11.1. Mineração artesanal.....................................................................................23

1.12. Programa Nacional de Fortalecimento da Mineração de pequeno


porte(Pronamp)............................................................................................................25

1.13. Custos nos métodos e materiais..........................................................................25

1.14. Usos da areia.......................................................................................................27

1.14.1. Usos da areia na Construção Civil...............................................................27

1.14.2. Descarte da areia da praia na contrução civíl...............................................29

1.14.3. Areia reciclada.............................................................................................29

1.14.4. Extração de areia para a construção civíl.....................................................30

1.15. Areia em disposição de uma pilha de estériel.....................................................30

1.16. Desafios de eficiência do ciclo de areia..............................................................30

1.17. Sustentabilidade dos recursos naturais...............................................................32

1.18. Recursos financeiros e tecnológicos limitados...................................................33

2. COLETA DE DADOS................................................................................................34

2.2. Otimização de processo........................................................................................34

3.ANÁLISE DOS DADOS.............................................................................................34

3.1. Vantagens da areia artificial.................................................................................34

4.RESULTADOS DOS DADOS....................................................................................35

viii
4.1. Gestão de resíduos e conformidade ambiental.....................................................35

4.2. Impactos Ambientais causados pela extração da areia........................................36

4.3. Gestão Mineira do ciclo de areia em Angola.......................................................38

4.3.1. Ações do Governo..........................................................................................40

4.3.2. Actividade Mineira.........................................................................................41

4.4. Ocorrência de areia nos solos em Angola.............................................................42

4.4.1. Solos arídicos tropicais..................................................................................42

4.4.2. Solos Hidromórficos......................................................................................42

4.5. Infra-estruturas de comunicação...........................................................................43

V. CONCLUSÃO............................................................................................................44

VI. REFEÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS...........................................................................45

ix
ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1. Pilha de areia......................................................................................................3


Figura 2 Tipos de areia......................................................................................................5
Figura 3. Fluxograma do ciclo de areia...........................................................................19
Figura 4. agregados.........................................................................................................19
Figura 5. fluxograma da extração de areia......................................................................20
Figura 6. uso da areia na construção civíl.......................................................................21
Figura 7. Fluxograma do produto final da areia..............................................................22
Figura 8. Areia numa pedreira.........................................................................................28
Figura 9. areia reciclada..................................................................................................29
Figura 10. uso da areia.....................................................................................................37

x
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1. Forma de ocorrência de areia...........................................................................20


Tabela 2. Vantagens e desvantagens do uso de areia......................................................28

xi
I. RESUMO

A areia é um elemento fundamental em qualquer construção, usada em diferentes


finalidades, como as coberturas, vedações, fundações e acabamentos. Para tal, é
necessário conhecer e entender cada tipo de areia, e o presente trabalho vem auxiliar e
responder algumas destas finalidades, variando a granulometria e a pureza do material
em questão. Não há como estabelecer uma definição completa sobre como planejar uma
construção devido a grandes variabilidades envolvidas, não só quanto a natureza do
projecto, mas também quanto ao universo dos factores de execução, todos eles
dinâmicos e relacionados entre si, e cada um deles com seus respetivos graus de riscos.
A principal finalidade dos estudos de engenharia é tornar possível o preparo de
orçamentos confiáveis e conquistar negócios com perspectivas de bons resultados, não
só em grandes obras, mas também em pequenas, em que os métodos construtivos,
equipamentos e procedimentos, vão se diferenciando de empresa á empresa. Os custos
representam a grande parte do investimento, para o nosso trabalho temos por exemplo, a
exploração de uma pedreira de pequeno porte, que faz parte de um subsistema dos
mesmos investimentos.
Dentre os diversos materiais fornecidos pela mineração, que formam a base da
sociedade e de todo o seu funcionamento, a areia tem sua importância evidenciada
principalmente no ramo da construção civil. Essa matéria-prima, passa por uma etapa de
extração para chegar no estado em que possa ser comercializada.
O processo de extração de areia consiste primeiramente na retirada do excesso de
umidade do terreno, retirando a capa de material estéril (solo e argila). A camada de
areia que se encontra sob a argila fica então aflorante, permitindo desse modo a sua
extração com escavadeira hidráulica.

Palavras-chaves: areia, extração de areia, pedreira de pequeno porte, mineração,


construção.

viii
II. ABSTRAT

Sand is a fundamental element in any construction, used in different purposes, such as


roofs, fences, foundations and finishes. To this end, it is necessary to know and
understand each type of sand, and this work assists and restores some of these purposes,
varying the granulometry and purity of the material in question. There is no way to
establish a complete definition of how to plan a construction due to the great variability
involved, not only in terms of the nature of the project, but also in terms of the universe
of execution factors, all of which are dynamic and related to each other, and each of
them with their respective degrees of risks. The main purpose of engineering studies is
to make it possible to prepare reliable budgets and win business with prospects of good
results, not only in large works, but also in small ones, in which the construction
methods, equipment and procedures costs represent a large part of the investment, for
the Sand is a fundamental element in any construction, used in different purposes, such
as roofs, fences, foundations and finishes. To this end, it is necessary to know and
understand each type of sand, and this work assists and restores some of these purposes,
varying the granulometry and purity of the material in question. There is no way to
establish a complete definition of how to plan a construction due to the great variability
involved, not only in terms of the nature of the project, but also in terms of the universe
of execution factors, all of which are dynamic and related to each other, and each of
them with their respective degrees of risks. The main purpose of engineering studies is
to make it possible to prepare reliable budgets and win business with prospects of good
results, not only in large works, but also in small ones, in which the construction
methods, equipment and procedures costs represent a large part of the investment, with
it depends from company to company, we have, for example, the exploration of a small
quarry, which is part of a subsystem of the same investment. Among the various
materials provided by mining, which form the basis of society and all its functioning,
sand has its importance evidenced mainly in the field of civil construction. This raw
material must go through an extraction stage to reach the state in which it is sold. The
sand extraction process consists primarily of removing excess moisture from the soil,
removing the layer of sterile material (soil and clay). The layer of sand under the clay
then becomes outcropped, thus allowing it to be extracted with a hydraulic excavator.

ix
Keywords: sand, sand extraction, small-scale quarrying, mining, construction.

x
III. INTRODUÇÃO
A areia está presente, basicamente em todos os lugares da nossa vida, ela é utilizada
na fabricação de papel, de cosméticos e principalmente na construção civil, por isso a
importância de conhecer e estudar os tipos de areia. Para uma melhor definição do que
vem a ser uma areia, é de suma importância levar em consideração a Escala de
Wentwoth, entendida como uma classificação dos sedimentos de acordo com sua
granulometria. Tendo como base a essa escala mencionada a areia é definida então
como uma classificação do tamanho do grão. De modo que, para ser considerada areia,
o grão precisa estar contido no intervalo granulométrico entre 0,062-2,0 milímetros,
segundo a classificação de Wentwoth (1922). Além do tamanho, a descrição de grão de
areia pode ser realizada pela forma e pela maneira como são sentidos pelo tato.
A divisão granulométrica da areia se dá em 2 grupos: Grupo I-areias finas e Grupo II-
areia grossa, para cada grupo existem diversas faixas de granulometria. Tendo então as
características de cada uma que fazem a diferença no menor consumo de materiais
ligantes, maior resistência mecânica e menor volume de gases. Esse produto que é a
areia no nosso caso, se destina a produção de vidro, fundição, cerâmica, revestimento e
rejuntes, pisos, abrasivos, indústria química, construção civil, elementos de meio
filtrante, pré-filtro para poços tubulares, meios de troca térmica, areia padrão, metal de
lastro, entre outros. Uma dúvida muito comum entre muitas pessoas, esta na relação
sobre quais os melhores tipos de areia para se utilizar em seu beneficio, que no nosso
caso, para uma mineração ou numa mina. Sabemos que existem areias finas, médias e
grossas, as mesmas são divididas pela granulometria, ou seja, pelo tamanho que cada
uma apresenta.
Quanto á forma, é possível descrever o grão, avaliando a sua feição exterior e
considerando seu grau de esfericidade (circular ou esférico). Dessa forma, a
classificação de um grão é bem diversificada, alguns são irregulares ou ásperos, outros
lisos e polidos, podem ser duros ou macios. Vale destacar que a forma dos grãos sofre
interferência de alguns factores, entre ele: modo de transporte do sedimento (fluvial,
eólico) e a duração desse deslocamento. Entre os tipos de areia formado pela natureza, o
mais comum é a areia resultante de processos eólicos, em que a água ou vento age sobre
uma rocha fragmentando-a em partículas minúsculas, e o tipo menos comum, é a areia

1
resultante da dissolução de minerais em água, ou seja, quando a água seca alguns
minerais permanecem na superfície, na forma de cristais semelhantes à areia.

VI. REFERENCIAL TÉORICO

1. JUSTIFICATIVA
Ciclo de vida é o conjunto de todas as etapas necessárias para que um produto
cumpra sua função na cadeia de produtividade. Sua análise permite a quantificação das
emissões ambientais e o impacto ambiental de um produto, sistema ou processo. A
escolha do nosso tema surgiu na sequência da abundância da areia em todo o lugar,
desde a sua forma natural ou já misturado com outros materiais para o concreto e de
outras finalidades. Assim estudarmos o seu ciclo de vida em uma mineradora de
pequeno porte pretendemos correlacionar o curso de Geologia e Minas com a
Engenharia Civil, onde ela é mais utilizada, de maneira a contribuir de forma efectiva e
positiva com a extração e produção da areia.
Selecionar um material da construção civil para analisar seu processo produtivo, suas
principais características e propriedades, suas classificações ou subdivisões, relações
com a construção civil e a arquitetura, bem como a avaliação do ciclo de vida, coletando
informações sobre as entradas e saídas deste ciclo e os impactos ocasionados.
A areia é um agregado miúdo que possui origem tanto natural quanto artificial. A
areia que é produto da acção de agentes da natureza e apesar de que quando é resultado
de processos industriais, tal qual a britagem, sendo a mais comum aquela resultante de
processos erosivos, em que a água ou o vento age sobre uma rocha fragmentando-a em
partículas minúsculas já é considerada artificial. Outro tipo de areia estabelece uma
relação com os seres vivos, quando moluscos, corais e outros seres marinhos morrem, o
oceano age sobre seus esqueletos ou conchas desgastando-as e reduzindo-as em
partículas menores. Um outo tipo, que chega a ser o menos comum, é o resultado da
dissolução de minerais em água, ou seja, quando a água seca alguns minerais
permanecem na superfície na forma de cristais semelhantes a areia.

2
FIGURA 1. PILHA DE AREIA
FONTE: WWW.GOLDBRITAS.COM.BR
1.1 Objectivos gerais:
 Demostrar a avaliação do ciclo de vida de areia em uma mineradora de
pequeno porte de maneira mais sustentável possível;
 Analisar o ciclo de produção de areia na mineradora de pequeno porte;
 Identificar oportunidades de otimização de processos;
 Avaliar os impactos ambientais e propor medidas de mitigação.
1.2. Objectivos específicos:
 Compreender a avaliação do ciclo de vida da areia em uma mineradora de
pequeno porte;
 Identificar a melhor forma de extração de areia;
 Analisar a gestão de resíduos e subprodutos;
 Verificar a conformidade com regulamentações ambientais locais;
 Propor melhorias na infraestrutura e logística de transporte;
 Investigar alternativas para a utilização sustentável dos recursos naturais.
1.3. Conceitos
Ciclo: é uma sucessão de um certo número de anos, passados os quais devem repetir-
se pela mesma ordem; é uma serie de factos que se sucedem, determinados pelas
mesmas causas ou influências; cada uma das fases em que se divide um fenómeno.
Avaliação: ação ou efeito de avaliar; estimativa, apreciação.
A areia é um conjunto de partículas de rocha desagregadas um material de origem
mineral finamente dividido em grânulos, composta basicamente de dióxido de silício.
Mineradora: são definidos como o trabalho de uma mina, ou seja, qualquer trabalho em
mineração.

3
Minas e prospecção: os possíveis impactos das operações minerais na fauna e flora
incluem- poluição das águas, alteração da topografia e do coberto vegetal, distúrbios aos
padrões alimentares e de reprodução, perca dos habitats e caça ilegal (nomeadamente
pelos garimpeiros). Não obstante estas operações terem justificações sociais e
económicas, contudo causam problemas para a gestão da fauna e requerem um
planejamento cuidadoso antes de serem implementadas. No mar (e nos últimos anos
também em terra) a exploração petrolífera tem tido impactos sérios na perda da
biodiversidade.

1.4. Aplicação da areia em áreas das geociências


A areia forma-se à superfície da terra pela fragmentação das rochas por erosão, por
ação do vento ou da água, como vista na figura 1. É utilizada na construção civil, em
aterros, execução de argamassas, concretos e também na fabricação de vidros. O
tamanho de seus grãos tem importância nas características dos materiais que a utilizam
como componente. Ela é estudada nas geociências, como: na geologia, na
hidrogeologia, em noções de minas, geomecânica, mecânica dos solos, mecânica das
rochas, topografia mineira, projecto de lavra e planejamento, gestão de estéril, entre
outras geociências que estudamos ao longo do nosso curso. Na construção civil, existem
três tipos de agregados miúdos:
• Areia fina – diâmetros entre 0,05 a 0,42 mm;
• Areia média –diâmetro entre 0,42 a 2 mm;
• Areia grossa – diâmetro entre 2 a 4 mm.
Existem diferentes tipos de areias que como mostrada na figura 2, graças a suas
propriedades específicas, possuem destinação diversas. A areia fina é bem utilizada para
acabamentos, onde depois pode ser usado uma massa para fazer uma finalização com
uma tinta. Basicamente esse tipo de areia é utilizada onde á necessidade de um reboco
mais fino e trabalhado. A areia média é utilizada em alvenarias para assentamentos de
tijolos e blocos. A areia grossa ela é única e exclusivamente para o uso de concreto e
contra piso, não sendo então recomendado que esse tipo de areia seja usada em
assentamentos de tijolos e blocos, pois o acabamento não será adequado.
A areia média assume o posto do tipo de areia mais utilizada na construção civil. Haja
vista que, sua propriedade de diâmetro dos grãos (0,42mm a 2,00mm- NBR 7211),
permite que seja utilizada para argamassas de assentamentos de blocos e tijolos.

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Também como pode ser usada em áreas de lazer, como quadras de futebol e vólei de
areia, numa possível recuperação da área já lavrada.
A areia grossa ou ainda conhecida como vermelha, é a que mais se destina para
processos de fundamentos e fabricação de concreto de contra piso ou laje. Difere-se da
areia fina ou lavada, por possuir mais liga e recebe o nome de areia grossa ou vermelha,
pois se mistura com a terra, com diâmetros dos grãos entre 2,00 a 4,00 mm (NBR 7211),
e o seu refinamento não despende de muito cuidado. As areias vermelhas apresentam o
tom vermelho como se fosse um barro, resultado da alta concentração de ferro e calor,
retido das correntes marítimas e das rochas.

FIGURA 2 TIPOS DE AREIA


Fonte: www.pinterest.com
1.5. Histórico da utilização da areia
Os mais antigos dados relacionados ao uso da areia na construção civil aparecem no
sítio arqueológico de Tell Mureybet (na atual Síria) onde foram localizadas casas
construídas com areia comprimida. Tell Mureybet é o mais antigo povoamento
conhecido (8.600 a 7.300 a.C.), demonstrando assim, que já nas primeiras aldeias, nos
primórdios do neolítico, o homem utilizava areia para construir casas. Também remonta
ao Neolítico as provas arqueológicas de uso da areia como agregado na confeção de
argamassas. Por volta do ano de 6.500 a.C., o povo de Çayönü Tepesi (sítio
arqueológico situado no Sudeste da atual Turquia), utilizava argamassa com cal para
construir pavimentos do tipo Terrazzo. De forma mais generalizada, registros de
emprego da argamassa começam a aparecer nas pirâmides do Egito. Argamassas
manufaturadas com areia e aglomerante (inicialmente barro e posteriormente gipsite ou
cal) foram utilizadas na edificação das pirâmides.
A primeira delas foi construída de 2.630 a 2611 a.C. e projetada por seu Vizir
ImHotep (o mais antigo Arquiteto e Engenheiro de nome conhecido) que desenvolveu
técnicas de engenharia que o tornaram famoso, tanto é que após sua morte foi

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considerado um deus. O elemento básico é o concreto, a pedra artificial, que demanda
grandes quantidades de areia e brita, tanto a areia como brita são abundantes na natureza
e, por isso têm baixo valor do agregado, tudo isso vindo das necessidades básicas do ser
humano, que se estabeleceu sendo a habitação.
1.6. Extração de areia
A extração da areia pode ocorrer de três formas:
1.º) em fossa seca;
2.º) em áreas de várzea;
3.º) em leitos de curso de água.
No primeiro caso, o processo de extração é feito através do desmonte hidráulico,
iniciando com o decapeamento do solo, e depois com os jatos de água de alta pressão,
ocorre a desagregação dos sedimentos ou rochas alteradas, formando polpa que desce
por gravidade até a bacia de acumulação, chegando nos tanques de decantação, a polpa
sofre um jateamento de água e através do bombeamento, chega no local onde é feita a
separação granulométrica e a estocagem da areia. No segundo caso, em áreas de várzea
(cava submersa em função do nível freático ser muito raso) uma draga é instalada sobre
um barco, juntamente com bombas centrífugas, que realizam o trabalho de extração,
junto com as bombas presentes nos tubos que cumprem o papel, tanto de transportar a
polpa até o dique, quanto de conduzir a água necessária para a escavação. No terceiro
caso, em leigos de cursos de água, a profundidades médias onde, com a utilização de
bombas de sucção, há captação dos sedimentos ativos existentes. Além das bombas
estabelecidas em flutuadores temos novamente o acabamento das tubulações exercendo
a função de transportar a polpa até as pilhas de minério.
A extração de areia em áreas como rios e ecossistemas costeiros ou marítimos, pode
causar alguns impactos ambientais como: provocar erosão, salinização de aquíferos,
perda de proteção contramarés de tempestades, como também impactos na
biodiversidade. Passamos então ao desenvolvimento do trabalho algumas estratégias
para minimizar os impactos e oferecer maior sustentabilidade ao meio ambiente com a
extração da areia.
1.7. Areias em petrolíferas
Depósitos de petróleo betuminosos ou areias de óleo são uma mistura de areia, água,
argila e uma substância grossa e semelhante a melaço chamada betume. Eles são
encontrados em muitas partes do mundo, mas os maiores depósitos estão localizados no
Canadá, particularmente na província de Alberta. As areias petrolíferas têm sido um

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tópico de controvérsia devido ao seu impacto ambiental, mas também representam uma
oportunidade econômica significativa para os países que os possuem. Nesta seção,
exploraremos o que são areias petrolíferas, como elas são extraídas e seu potencial
como fonte de energia. Aqui estão alguns pontos a serem considerados:
1. Do que são feitas areias a óleo?
As areias petrolíferas são compostas de uma mistura de areia, água, argila e betume.
O betume é uma substância espessa e semelhante a um alcatrão que é difícil de extrair e
refinar.
2. Como as areias oleosas são extraídas?
Existem dois métodos principais para extrair areias de óleo: mineração de superfície e
extração in situ. A mineração de superfície envolve a remoção da camada superior de
solo e vegetação para acessar as areias de óleo abaixo. A extração in situ envolve a
injeção de vapor no chão para aquecer o betume, facilitando a extração.
3. Qual é o impacto ambiental das areias petrolíferas?
As areias petrolíferas têm um impacto ambiental significativo devido à quantidade de
energia e água necessárias para extrair e refinar o betume. O processo também produz
grandes quantidades de gases de efeito estufa e pode ter efeitos negativos no
ecossistema circundante.
4. Qual é o potencial econômico das areias petrolíferas?
As areias petrolíferas representam uma oportunidade econômica significativa para os
países que as possuem. As areias petrolíferas do Canadá, por exemplo, fornecem
empregos e receita para o país, bem como uma fonte de energia para os mercados
nacional e internacional.
5. Como as areias petrolíferas se comparam a outras fontes de energia?
As areias petrolíferas são uma fonte controversa de energia devido ao seu impacto
ambiental. Eles são frequentemente comparados a outras fontes de energia, como
petróleo convencional, gás natural e fontes de energia renovável, como a energia eólica
e energia solar. Cada fonte tem seus próprios benefícios e desvantagens, e a escolha de
usar depende de vários fatores, incluindo custo, disponibilidade e impacto ambiental.
1.7.1. Indústria moderna de areia petrolífera
As areias petrolíferas, também conhecidas como areias de alcatrão, são um tipo de
depósito de petróleo, a história do desenvolvimento de areias petrolíferas remonta aos
tempos antigos, quando o povo indígena do Canadá o usou para impermeabilizar suas
canoas. No entanto, não foi até o século XIX que a extração comercial de areias

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petrolíferas começou. Hoje, as areias petrolíferas são uma fonte significativa de energia
em todo o mundo, com grandes depósitos encontrados no Canadá, Venezuela e Estados
Unidos. Nesta seção, examinaremos mais de perto a história do desenvolvimento de
areias petrolíferas, desde os tempos antigos até a indústria moderna, e explorará os
principais marcos que moldaram essa indústria para o que é hoje.
1. Uso antigo de areias petrolíferas: o povo indígena do Canadá, conhecido como as
Primeiras Nações, foi o primeiro a usar areias petrolíferas como fonte de energia. Eles
recolheram o betume da superfície e o usavam para impermeabilizar suas canoas, entre
outras coisas, essa prática continuou por séculos e acabou sendo adotada por colonos
europeus que a usaram para pavimentar estradas e telhados.
2. Desenvolvimento Comercial precoce: a primeira operação comercial de areias
petrolíferas foi estabelecida nos Estados Unidos no final do século XIX. No entanto,
não foi até a década de 1920 que a primeira operação em larga escala foi estabelecida
em Alberta, Canadá. Esta operação era de propriedade da International Betumem
Company e usou um processo de extração de água quente para produzir petróleo bruto.
3. Indústria moderna: hoje, as areias petrolíferas são uma fonte significativa de energia
em todo o mundo, com o Canadá sendo o maior produtor e exportador de areias
petrolíferas. A indústria moderna usa uma variedade de métodos de extração, incluindo
a drenagem de gravidade assistida por vapor (SAGD) e a estimulação do vapor cíclico
(CSS). Esses métodos são mais eficientes e ecológicos do que os métodos anteriores e
permitiram à indústria extrair areias petrolíferas em uma escala maior.
4. Preocupações ambientais: apesar dos benefícios das areias petrolíferas, também
existem preocupações ambientais associadas à sua extração. O processo de extração
pode ser intensivo em energia e produzir emissões significativas de gases de efeito
estufa. Além disso, a extração de areias petrolíferas pode ter um impacto significativo
nos ecossistemas locais e recursos hídricos.
5. Perspectivas futuras: o futuro do desenvolvimento de areias petrolíferas é incerto,
pois a indústria enfrenta crescente pressão para fazer a transição para fontes de energia
mais sustentáveis e ambientalmente amigáveis. No entanto, muitos especialistas
acreditam que as areias petrolíferas continuarão a desempenhar um papel significativo
no que concerne ás energia nas próximas décadas, pois o mundo passa para uma
economia de baixo carbono.
A história do desenvolvimento de areias petrolíferas é uma história fascinante e
complexa que abrange séculos. Do uso antigo dos povos indígenas à indústria moderna,

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a indústria de areias petrolíferas passou por mudanças significativas e enfrentou uma
série de desafios. Embora o futuro da indústria seja incerto, uma coisa é clara, as areias
petrolíferas continuarão a desempenhar um papel significativo no que concerne ás de
energia no futuro próximo. Apesar de que muitos não consideram as petrolíferas como
uma mineradora, no nosso trabalho, com as pesquisas feitas, conseguimos relacionar as
petrolíferas com as mineradoras, pela extração de areia, ambas contribuem para a
produção dessa matéria-prima, de diversos usos como apresentamos no nosso trabalho.
1.7.2. Geologia das areias petrolíferas
A geologia das areias petrolíferas é complexa, e entender a formação e a localização
desses depósitos é crucial no desenvolvimento de métodos de extração eficazes. Vários
fatores contribuem para a formação de areias petrolíferas, incluindo processos
sedimentares, atividade tectônica e clima. Os depósitos podem ser encontrados em
várias regiões ao redor do mundo, incluindo Venezuela, Rússia e Canadá. Aqui estão
alguns pontos-chave sobre a geologia das areias petrolíferas:
1. Formação: as areias petrolíferas são formadas a partir dos restos de plantas e animais
antigos que foram enterrados por sedimentos e submetidos a alta pressão e temperatura
ao longo de milhões de anos. O calor e a pressão transformaram o material orgânico em
betume, que migrou para a areia e argila circundantes.
2. Localização: as areias petrolíferas podem ser encontradas em diferentes
configurações geológicas, mas elas são mais comumente localizadas em bacias
sedimentares que antes eram mares ou lagos rasos. No Canadá, as areias petrolíferas de
Atabasca estão localizadas na Formação McMurray, que faz parte da bacia sedimentar
do oeste do Canadá.
3. Composição: as areias petrolíferas são compostas de areia, argila, água e betume. O
conteúdo de betume varia dependendo do depósito, mas pode variar de 1% a 20% ou
mais.
4. Extração: existem dois métodos principais de extração de betume das areias oleosas:
mineração de superfície e extração in situ, como já citados acima. A mineração de
superfície envolve a remoção do solo e da rocha sobrejacentes para expor as areias a
óleo, que são então penas e transportadas para uma planta de processamento. A extração
in situ envolve injetar vapor ou solventes no solo para liquefazer o betume, que pode ser
bombeado para a superfície.
5. Impacto ambiental: a extração de areias petrolíferas tem impactos ambientais
significativos, incluindo destruição de habitats, contaminação por água e emissões de

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gases de efeito estufa. Os esforços estão em andamento para desenvolver métodos de
extração mais sustentáveis e mitigar os impactos ambientais do desenvolvimento de
areias petrolíferas.
A geologia das areias petrolíferas é um tópico fascinante e complexo que tem
implicações significativas para o setor de energia global. Embora a extração de betume
das areias petrolíferas seja controversa devido a seus impactos ambientais, o potencial
desses depósitos não convencionais de petróleo não pode ser ignorado. À medida que os
avanços da tecnologia e as preocupações ambientais são abordadas, é provável que as
areias petrolíferas continuem a desempenhar um papel significativo na mistura de
energia do futuro.
1.7.3. Métodos de Mineração e Recuperação de areias petrolíferas
A extração de depósitos de areias petrolíferas é um processo complexo que requer o
uso de diferentes técnicas. Duas das técnicas mais usadas são os métodos de mineração
e recuperação in situ. A mineração é uma técnica que envolve a remoção das camadas
de superfície do solo e da rocha para expor os depósitos de areias a óleo. Depois que os
depósitos são expostos, eles são retirados por caminhões pesados e transportados para
uma planta de processamento onde o betume é separado da areia e de outros detritos.
Por outro lado, os métodos de recuperação in situ são empregados em depósitos
profundos demais para serem extraídos. Os métodos in situ envolvem a injeção de vapor
ou solventes no solo para liquefazer o betume, que é bombeado para a superfície.
1.7.4. Técnicas de mineração
As técnicas de mineração são usadas em depósitos próximos à superfície. Existem dois
tipos de técnicas de mineração usadas na extração de areias oleosas:
1) mineração aberta;
2) mineração subterrânea.
A mineração aberta é o método mais usado e envolve a remoção da sobrecarga e a
escavação das areias de óleo usando equipamentos pesados. As areias petrolíferas são
transportadas para uma planta de processamento onde o betume é extraído da areia e de
outros materiais. A mineração subterrânea, por outro lado, envolve o uso de túneis para
extrair as areias de óleo. Este método é usado quando os depósitos de areias petrolíferas
são profundas demais para serem extraídas usando mineração aberta.
Métodos de recuperação in situ: os métodos de recuperação in situ são usados em
depósitos profundos demais para serem extraídos usando métodos tradicionais de
mineração. Existem vários tipos de métodos de recuperação in situ, incluindo drenagem

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de gravidade assistida por vapor (SAGD), estimulação do vapor cíclico (CSS) e SAGD
assistido por solvente (SA-SAGD).O SAGD é o método mais usado e envolve a injeção
de vapor no solo para aquecer o betume, que é bombeado para a superfície. O CSS é
semelhante ao SAGD, mas envolve a injeção de vapor em ciclos. O SA-SAGD, por
outro lado, envolve a injeção de solventes junto com o vapor para melhorar a
recuperação do betume.
Prós e contras: as técnicas de mineração são mais eficientes na extração de betume e
podem produzir um rendimento mais alto do que os métodos de recuperação no local.
No entanto, a mineração pode ter um impacto significativo no meio ambiente, incluindo
a destruição das florestas e a emissão de gases de efeito estufa. Os métodos de
recuperação in situ têm um impacto ambiental menor, mas são menos eficientes na
extração de betume e podem ser mais caros. Além disso, os métodos de recuperação in
situ requerem uma quantidade significativa de energia para aquecer o betume, o que
pode contribuir para as emissões de gases de efeito estufa.
A escolha da técnica de extração depende de vários fatores, incluindo a profundidade
dos depósitos, a qualidade das areias petrolíferas e o impacto ambiental das técnicas. As
técnicas de mineração são mais eficientes, mas têm um impacto maior no meio
ambiente, enquanto os métodos de recuperação in situ têm um impacto ambiental
menor, mas são menos eficientes e mais caros. Independentemente da técnica usada, a
extração de depósitos de areias petrolíferas é um processo complexo que requer
planejamento e execução cuidadosos para minimizar seu impacto no meio ambiente.
Controvérsias e desafios: os impactos ambientais do desenvolvimento de areias
petrolíferas estão entre as questões mais controversas em torno da extração de depósitos
de petróleo betuminosos. Embora o desenvolvimento desses recursos tenha trazido
benefícios econômicos significativos para regiões onde são encontradas, as
consequências ambientais foram graves. Os desafios ao abordar esses impactos são
complexos e ainda há muito debate sobre as melhores maneiras de atenuá-los. Desde as
emissões de gases de efeito estufa até o uso da água e as lagoas de rejeitos, esta seção
explorará alguns dos impactos ambientais mais significativos do desenvolvimento de
areias petrolíferas, as controvérsias que os cercam e os desafios de enfrentá-los.
1. Emissões de gases de efeito estufa: Um dos impactos ambientais mais significativos
do desenvolvimento de areias petrolíferas é a liberação de gases de efeito estufa,
particularmente dióxido de carbono (CO2). De acordo com o Instituto Pembina, a
produção de areias petrolíferas é responsável por aproximadamente 10% das emissões

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de gases de efeito estufa do Canadá. Isso levou a um intenso debate em todo o mundo
sobre o papel das areias petrolíferas na contribuição para as mudanças climáticas.
2. Uso da água: outro impacto ambiental crítico do desenvolvimento de areias
petrolíferas é a quantidade de água necessária para a extração. Em média, são
necessários cerca de três barris de água para produzir um barril de óleo a partir de areias
petrolíferas. Isso levantou preocupações sobre o esgotamento dos recursos hídricos
locais, principalmente em áreas onde a água já é escassa. Também há preocupações
sobre a qualidade da água que está sendo usada, pois o processo de extração pode
liberar poluentes no suprimento de água.
3. Lançamentos de rejeitos: as lagoas de rejeitos são outro desafio ambiental
significativo associado ao desenvolvimento de areias petrolíferas. Essas lagoas contêm
uma mistura de água, areia, lodo, argila e betume residual. Eles são usados para
armazenar os resíduos do processo de extração, que podem ser tóxicos e difíceis de
gerenciar. Há preocupações sobre a segurança dessas lagoas, particularmente no caso de
uma violação da legislação aplicada, bem como os impactos ambientais a longo prazo
de sua presença.
4. Biodiversidade: O desenvolvimento de areias petrolíferas também levantou
preocupações sobre o impacto na biodiversidade local. O processo de extração pode
levar à destruição, fragmentação e degradação do habitat. Isso pode ter efeitos
significativos e duradouros nos ecossistemas locais, principalmente para espécies que já
estão em risco.
5. Recuperação: a recuperação refere -se ao processo de restauração de terras que foram
perturbadas pelo desenvolvimento de areias petrolíferas em seu estado natural. Este é
um processo complexo e desafiador que pode levar muitos anos para ser concluído.
Também há preocupações sobre a eficácia dos esforços de recuperação e se eles são
realmente capazes de restaurar a terra ao seu estado original.
No geral, os impactos ambientais do desenvolvimento de areias petrolíferas são
complexas-controversas. Embora os benefícios econômicos desses recursos sejam
significativos, também existem sérias consequências ambientais que devem ser
abordadas. À medida que o mundo continua a lidar com o desafio das mudanças
climáticas, fica claro que o desenvolvimento de areias petrolíferas continuará sendo uma
questão controversa.
6. Oportunidades de emprego e investimento: o significado econômico das areias
petrolíferas não pode ser negligenciado, pois tem o potencial de criar inúmeras

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oportunidades de emprego e investimento. A indústria de areias petrolíferas tem sido
um contribuinte crítico para a economia canadense, fornecendo emprego a milhares de
indivíduos e gerando bilhões de dólares em receita. A indústria de areias petrolíferas
não apenas beneficia a economia canadense, mas também a economia global. O
significado econômico das areias petrolíferas pode ser visto de diferentes perspectivas,
incluindo emprego, investimento e geração de receita.
a) Oportunidades de emprego: a indústria de areias petrolíferas tem sido uma importante
fonte de emprego no Canadá, com mais de 100.000 empregos diretos e indiretos
criados. O setor oferece emprego em vários setores, incluindo engenharia, construção,
manutenção, operações e administração. A indústria também oferece oportunidades de
emprego para indivíduos com diferentes níveis de educação e experiência, desde
posições de nível básico a posições técnicas e altamente qualificadas e técnicas. Por
exemplo, a construção de projetos de areias petrolíferas requer um alto nível de
experiência técnica e oferece oportunidades de emprego para engenheiros, gerentes de
projeto e comerciantes qualificados.
b) Oportunidades de investimento: a indústria de areias petrolíferas atraiu investimentos
significativos de investidores nacionais e estrangeiros. A indústria exige investimentos
significativos de capital para desenvolver e operar projetos de areias petrolíferas, o que
cria oportunidades para os investidores investirem no setor. As oportunidades de
investimento na indústria de areias petrolíferas são diversas, desde investimentos em
ações em empresas de areias petrolíferas até financiamento de dívidas para projetos de
areias petrolíferas. Por exemplo, alguns dos maiores projetos de areias petrolíferas do
Canadá foram desenvolvidas através de joint ventures entre empresas canadenses e
estrangeiras.
c) Geração de receita: a indústria de areias petrolíferas gera receita significativa para a
economia canadense, contribuindo com bilhões de dólares para o PIB a cada ano. A
indústria também gera receita por meio de impostos e royalties pagos ao governo. A
receita gerada pela indústria de areias petrolíferas é usada para financiar vários
programas e serviços governamentais, incluindo assistência médica, educação e
desenvolvimento de infraestrutura. Por exemplo, a indústria de areias petrolíferas
contribuiu para o desenvolvimento da infraestrutura de transporte no norte de Alberta,
incluindo a construção de novas rodovias e pontes.
O significado econômico das areias petrolíferas não pode ser subestimado. O setor
oferece oportunidades significativas de emprego e investimento, bem como geração de

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receita para a economia canadense. A indústria de areias petrolíferas também tem o
potencial de contribuir para o fornecimento global de energia e reduzir a dependência de
fontes de energia não renováveis.
1.7.5. Pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias
O futuro das areias petrolíferas é um tópico discutido em vários círculos, de
ambientalistas preocupados com a pegada de carbono da extração de petróleo a
especialistas que procuram maneiras de aumentar a eficiência e reduzir custos. Uma
coisa é certa que a demanda por petróleo não diminuirá tão cedo e, com o esgotamento
das reservas convencionais de petróleo, está se tornando cada vez mais importante
explorar maneiras novas e inovadoras de extrair petróleo de fontes não convencionais,
como areias petrolíferas. Com isso em mente, a pesquisa e o desenvolvimento de novas
tecnologias são cruciais para desbloquear o potencial de depósitos de petróleo
betuminosos. Nesta seção, nos aprofundaremos nas diferentes tecnologias que estão
sendo desenvolvidas para a extração de areias petrolíferas e seu potencial impacto.
1. Extração de solvente: esta tecnologia usa solventes para extrair betume das areias
petrolíferas. O processo envolve a injeção de um solvente no depósito de areias
petrolíferas, que então dissolve o betume, permitindo que ele seja separado da areia. O
solvente é então reciclado e reutilizado. A extração de solvente tem o potencial de
reduzir o uso de água e as emissões de gases de efeito estufa, pois elimina a necessidade
de que grandes quantidades de vapor e água sejam usadas no processo de extração.
2. Aquecimento eletromagnético: essa tecnologia envolve o uso de ondas
eletromagnéticas para aquecer o depósito de areias petrolíferas, que por sua vez aquece
o betume, facilitando a extração. Esse método tem o potencial de reduzir a quantidade
de água e energia necessária para a extração de areias de petróleo, tornando-a mais
econômica e ecológica.
3. Atualização parcial: essa tecnologia envolve a atualização do betume no depósito de
areias petrolíferas antes de ser extraído. Esse processo reduz a viscosidade do betume e
facilita o transporte. A atualização parcial tem o potencial de reduzir a pegada de
carbono geral da extração de areias oleosas, reduzindo a quantidade de energia
necessária para o transporte.
4. Captura e armazenamento de carbono: essa tecnologia envolve a captura de emissões
de dióxido de carbono produzidas durante o processo de extração de areias petrolíferas e
armazená-las no subsolo. Esse método tem o potencial de reduzir significativamente a
pegada de carbono da extração de areias petrolíferas, tornando-a mais ecológica.

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5. Extração in situ: essa tecnologia envolve a extração de betume do depósito de areias
petrolíferas enquanto ainda está no chão. Este método tem o potencial de reduzir o
impacto ambiental da extração de areias petrolíferas, eliminando a necessidade de
operações de mineração em larga escala.
O futuro da extração de areias petrolíferas reside na pesquisa e desenvolvimento de
novas tecnologias que são ambientalmente amigáveis, econômicas e eficientes. Embora
algumas dessas tecnologias ainda estejam no estágio experimental, elas mostram grande
promessa para desbloquear o potencial de depósitos de petróleo betuminosos. O
desenvolvimento dessas tecnologias não apenas melhorará a eficiência e a lucratividade
da extração de areias petrolíferas, mas também reduzirá significativamente a pegada de
carbono da indústria.
A indústria global de areias petrolíferas vem ganhando força nos últimos anos, à
medida que a demanda por energia continua aumentando. Espera -se que essa indústria
cresça significativamente em um futuro próximo, à medida que a população mundial
continua a se expandir. A extração e processamento de areias petrolíferas podem ser um
processo complexo e caro, mas as recompensas podem ser significativas. Existem vários
participantes importantes na indústria global de areias petrolíferas, incluindo recursos
naturais canadenses, energia Suncor e ExxonMobil. Essas empresas estão investindo
pesadamente em tecnologia e inovação para melhorar suas operações e aumentar a
eficiência.
1. Tendências do mercado: o mercado global de areias petrolíferas sofreu um
crescimento significativo nos últimos anos, e essa tendência deve continuar. De acordo
com um relatório da Grand View Research, o mercado global de areias petrolíferas
deverá atingir US $ 38,76 bilhões até 2025, crescendo a um CAGR de 8,6% de 2018 a
2025. O crescimento do mercado de areias petrolíferas pode ser atribuído à crescente
demanda. Para energia, a disponibilidade de grandes reservas de areias petrolíferas e os
avanços tecnológicos na extração e processamento de areias petrolíferas.
2. Preocupações ambientais: apesar dos benefícios econômicos da indústria de areias
petrolíferas, também existem preocupações ambientais associadas a ela. A extração e
processamento de areias petrolíferas podem ter um impacto significativo no meio
ambiente, incluindo a destruição de habitats naturais e a liberação de gases de efeito
estufa. No entanto, muitas empresas do setor estão trabalhando para mitigar esses
impactos ambientais através do desenvolvimento de novas tecnologias e processos. Por

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exemplo, a Suncor Energy está usando a tecnologia de extração de solvente para reduzir
as emissões de gases de efeito estufa de suas operações de areias petrolíferas.
3. Oportunidades de investimento: a indústria global de areias petrolíferas apresenta
várias oportunidades de investimento para os investidores. As empresas do setor estão
investindo pesadamente em pesquisa e desenvolvimento para melhorar suas operações e
aumentar a eficiência. Por exemplo, os recursos naturais canadenses estão investindo na
tecnologia de drenagem de gravidade assistida por vapor (SAGD) para melhorar a
recuperação do betume das areias petrolíferas. Além disso, existem vários etfs
( extrange-trade fund, ou fundo de índice) e fundos mútuos que investem em empresas
da indústria de areias petrolíferas, fornecendo aos investidores exposição a esse
mercado em crescimento.
4. Desafios: a indústria de areias petrolíferas também enfrenta vários desafios, incluindo
o alto custo de extração e processamento, a disponibilidade de água e o ambiente
regulatório. Além disso, a indústria está enfrentando maior concorrência de outras
fontes de energia, como energia renovável. No entanto, as empresas do setor estão
trabalhando para superar esses desafios através do desenvolvimento de novas
tecnologias e processos. Por exemplo, a ExxonMobil está usando uma nova tecnologia
chamada CMIST para remover a água do gás natural, o que poderia potencialmente
reduzir o custo da produção de areias petrolíferas.
A indústria global de areias petrolíferas é um mercado crescente que apresenta várias
oportunidades e desafios. As empresas do setor estão investindo pesadamente em
tecnologia e inovação para melhorar suas operações e aumentar a eficiência. Embora
existam preocupações ambientais associadas ao setor, muitas empresas estão
trabalhando para mitigar esses impactos através do desenvolvimento de novas
tecnologias e processos. No geral, o futuro da indústria de areias petrolíferas parece
promissor e será interessante ver como ele continua a evoluir nos próximos anos.
1.7.6. Equilíbrio econômico e custos ambientais das areias petrolíferas
O desenvolvimento de areias petrolíferas é amplamente debatido, pois oferece
benefícios econômicos, mas também possui custos ambientais significativos. O debate
sobre o equilíbrio entre prosperidade econômica e responsabilidade ambiental não é
nova, mas as apostas são altas quando se trata de areias petrolíferas. Enquanto alguns
argumentam que os benefícios do desenvolvimento de areias petrolíferas superam os
custos ambientais, outros acreditam que os custos ambientais são altos demais para
justificar os benefícios.

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Há vários pontos a serem considerados ao avaliar os benefícios econômicos e os custos
ambientais do desenvolvimento de areias petrolíferas:
1. Benefícios econômicos: o desenvolvimento de areias petrolíferas oferece benefícios
econômicos, incluindo criação de empregos, aumento da receita tributária e crescimento
econômico. Em Alberta, Canadá, por exemplo, o desenvolvimento de areias petrolíferas
contribuiu significativamente para o crescimento econômico da província nos últimos
anos. O setor oferece oportunidades de emprego para milhares de pessoas, incluindo
engenheiros, técnicos e funcionários de apoio. Além disso, o desenvolvimento de areias
petrolíferas gera receita tributária substancial que pode ser usada para financiar serviços
públicos, como assistência médica e educação.
2. Custos ambientais: o desenvolvimento de areias petrolíferas tem custos ambientais
significativos, incluindo emissões de gases de efeito estufa, uso da água e perturbação
da terra. O desenvolvimento de areias petrolíferas é um dos maiores emissores de gases
de efeito estufa no Canadá, e a produção de um único barril de óleo a partir de areias
petrolíferas gera mais emissões de gases de efeito estufa do que a produção
convencional de petróleo. Além disso, o desenvolvimento de areias petrolíferas requer
grandes quantidades de água, o que pode levar à escassez de água e afetar os
ecossistemas aquáticos. A perturbação da terra do desenvolvimento de areias
petrolíferas também pode ter impactos significativos nos habitats da vida selvagem e na
paisagem geral.
3. Avanços tecnológicos: os avanços tecnológicos melhoraram a eficiência e reduziram
o impacto ambiental do desenvolvimento de areias petrolíferas. Por exemplo, novos
métodos de extração reduziram a quantidade de água necessária para a produção de
areias petrolíferas, e a tecnologia de captura e armazenamento de carbono tem o
potencial de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Além disso, os avanços nas
técnicas de recuperação de terras tornaram possível restaurar a terra perturbada a um
estado mais natural.
4. Reconciliação com povos indígenas: o desenvolvimento de areias petrolíferas tem
implicações significativas para os povos indígenas que vivem nas áreas circundantes. A
extração e o transporte do petróleo podem afetar as terras, territórios e recursos
tradicionais dos povos indígenas, que podem levar a interrupções culturais, sociais e
econômicas. Como tal, é necessário consultar e colaboração significativa com os povos
indígenas para garantir que seus direitos, interesses e perspectivas sejam levados em
consideração nos processos de tomada de decisão.

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Os benefícios econômicos do desenvolvimento de areias petrolíferas são
significativas, mas os custos ambientais não podem ser ignorados. Os avanços
tecnológicos têm o potencial de reduzir o impacto ambiental do desenvolvimento de
areias petrolíferas, mas há necessidade de inovação e investimento contínuos em
práticas sustentáveis. Além disso, a reconciliação com os povos indígenas deve ser uma
prioridade nos processos de tomada de decisão relacionados ao desenvolvimento de
areias petrolíferas. Por fim, encontrar um equilíbrio entre benefícios econômicos e
custos ambientais é essencial para garantir um futuro sustentável para o
desenvolvimento de areias petrolíferas.
1.8. Propriedades Específicas
1.8.1. a). Mineralogia, Alteração e Impurezas
 Minerais essenciais: devem ter resistência mecânica, durabilidade, reagirem bem com o
cimento e serem abundantes na natureza;
 Substancias deletérias (especialmente para concreto): torrões de argila, siltito e
partículas friáveis (1 a 3%); material pulverulento (1%); minerais de fácil
decomposição: óxidos, sulfetos e micas, fragmentos ferromagnesianos, feldspato;
minerais que regem mal com o cimento; calcedônia, pirita, gipsite, minerais alcalinos;
matéria orgânica (0,5 a 1%), salinidade (sais solúveis).
1.8.2. b). Granulométrica, Forma e Textura
 Boa distribuição granulométrica e formas arredondadas determinam baixa porosidade,
menor consumo de cimento, melhores características mecânicas e durabilidade do
concreto, maior fluidez e economia;
 Textura superficial áspera melhora a aderência do cimento.
As propriedades dos agregados estão diretamente relacionadas à vida da estrutura que
será construída. Por isso, é preciso selecionar os materiais certos de acordo com suas
propriedades para que não ocorra a deterioração do concreto caso a obra seja exposta à
condições extremas de carga ou temperatura, por exemplo. Assim, os agregados devem
passar por um controle de qualidade de modo que garantam à construção cumprir sua
função durante o período de tempo planejado.
1.9. MODELAÇÃO DE PROCESSO
1.9.1. Processo Produtivo

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FIGURA 3. FLUXOGRAMA DO CICLO DE AREIA

A areia pode ser extraída principalmente de leitos de rios, mas também podem ser
obtidas em planícies aluviais ou a partir de rochas sedimentares e mantos de alteração
de rochas cristalinas. Na construção civil, não são utilizadas areias provenientes de
praias e dunas litorâneas, pois não apresentam as propriedades necessárias além da
grande quantidade de sais que impossibilitam seus usos. A areia usinada é obtida a
partir da britagem de rochas e pode substituir a areia fina e lavada se todos os processos
forem seguidos correctamente. O processo produtivo consiste em:
1.Lavra
2.Beneficiamento
3.Armazenamento
4. Transporte

FIGURA 4. AGREGADOS
Fonte: http://www.anepac.org.br/agregados/areia-e-brita

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FIGURA 5. FLUXOGRAMA
DA EXTRAÇÃO DE AREIA

Há diferentes métodos para realizar a extração da areia, mostrada na tabela 1, que


variam de acordo com o tipo de depósito mineral. São eles: desmonte hidráulico,
escarificação ou dragagem.

TABELA 1. FORMA DE OCORRÊNCIA DE AREIA

2. Beneficiamento

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O beneficiamento consiste em diversas operações que tornam a areia adequada para a
utilização como agregado na construção civil. São elas:
2.1 Lavagem e Desagregação
Essa operação é essencial em cavas secas, porém não possuem grande importância
em minas operadas por dragagem. Os esquipamentos utilizados são: log washer,
scrubber e lavadores de rosca.
2.2 Peneiramento
Essa operação é feita com malhas de peneiramento muito finas, o que dificulta o
processo. Podem ser utilizados: peneira vibratória horizontal e peneira modular.
2.3 Classificação e Deslamagem.
A presença de argilas na areia é considerada nociva ao concreto e, por isso, precisam
ser eliminadas. O termo deslamagem tem um significado mais vago que o de
classificação e se refere à eliminação das lamas, indesejáveis para as operações
subsequentes ou para a qualidade do produto final (CHAVES, 2002). Esse processo
ocorre em um equipamento chamado classificador espiral.
3. Armazenamento
Não há muitas restrições em relação à estocagem de areias, entretanto deve-se levar
em conta algumas recomendações. O local, por exemplo, deve ser preferencialmente
plano, cercado e próximo ao portal para facilitar o acesso do caminhão. Caso não exista
uma cobertura, o material deve ficar sob cobertura de lona plástica. Não restrições de
prazo de armazenamento, como na figura 6. O local de armazenagem deve ser
pavimentado para evitar desperdícios por escoamento devido à chuva. Para estocar 10
m³ de pilha de areia com 80 cm de altura, serão necessários 12,5 m².

FIGURA 6. USO DA AREIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL


Fonte: http://construcaomercado.pini.com

4. Transporte

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Refere-se à entrega do produto final na fonte de consumo; o meio rodoviário é o mais
empregado, sendo utilizados normalmente caminhões com caçambas de um ou dois
eixos traseiros.
Em produtos de baixo valor agregado, o transporte pode se tornar um problema uma
vez que custos logísticos podem ser, em muitos casos, superiores ao valor do próprio
produto. Em geral, estima-se que o transporte corresponda à 2/3 do preço final da areia.
Dessa forma, há a necessidade de produzi-la o mais próximo possível dos mercados
consumidores que, no caso da construção civil, são os centros urbanos. Na figura 9,
podemos perceber um pouco mais da sua extração.

FIGURA 7. FLUXOGRAMA DO PRODUTO FINAL DA AREIA

1.10. Estocagem e produção de areia e brita


Na construção civil as necessidades em grandes centros urbanos, desde as escolas,
unidades hospitalares, centro comerciais e para nosso caso, na recuperação da mina,
esses exigem uma boa quantidade de agregados da construção, basicamente a areia e a
brita, cada vez maiores. A pedreira e os portos de areia são um caso particular de
escavação a céu aberto, estando associados á natureza do produto explorado, o qual é
usado sem transformações químicas (Hennies, 2005).
Como toda atividade mineira, a exploração de uma pedreira ou porto de areia envolve
gastos financeiros enormes, em função da soma dos pesados investimentos em
equipamentos e instalações e as dificuldades envolvendo as inúmeras atividades para

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sua extração e beneficiamento. Em consequência dito, o volume de operação necessita
estar em nível elevado para otimizar a utilização dos equipamentos, garantir alta
produtividade e a sobrevivência do empreendimento, além do retorno do investimento.
1.11. Mineração em pequena escala

Segundo a agência nacional de mineração), o porte de uma mina é determinado pela


sua produção bruta anual. Diferente da mineração de recursos minerais não metálicos,
em que predominam os pequenos e médios empreendimentos, no sector dos minerais
metálicos, as grandes empresas correspondem pela maior parte da produção nacional. E
os principais produtos dela são: argila, agregados minerais, calcários, gemas, rochas
ornamentais e de revestimento. A ANM usa o critério de produção mineral anual para
definir o porte de uma mina, sendo:
 Grande: maior que 1 milhão t/ano;
 Média: de 100 mil à 1 milhão t/ano;
 Pequena: de 10 à 100 mil t/ano;
 Macro: abaixo de 10 mil t/ano.
O universo da mineração em pequena escala abrange a micro, pequena e média
mineração, além da mineração artesanal. A mineração em pequena escala tem grande
importância na produção de bens minerais industriais e na geração de empregos
imediatos, dessa forma, ela é responsável pelo desenvolvimento local e regional, bem
como na desconcentração de renda no país, contribuindo também para a fixação do
Homem em suas regiões de origem.
Entretanto, a falta de tecnologias sofisticadas e a limitação de recursos, que serão
abordados ao logo do trabalho de final de curso, faz com que a recuperação dos recursos
seja muito baixa. Isto resulta em um menor retorno financeiro e um alto impacto
ambiental. Consequentemente os depósitos explorados pela mineração em pequena
escala são, principalmente depósitos secundários, neles, a lavra é mais acessível e pode
ser desenvolvida por equipamentos não especializados, sendo esse aspecto relevante
para a extração de ouro, columbita-tantalita e cassiterita. Além disso, a estrutura
organizacional das operações das minerações em pequenas escalas é caracterizada pela
mão de obra de conhecimentos técnicos e gerenciais limitados.
1.11.1. Mineração artesanal
A mineração artesanal é caracterizada pelo uso de tecnologia tradicional e ineficiente
e por mão de obra pouco qualificada. Em geral, é praticada em unidades independentes,

23
sem títulos ou licenças, seguido de um modelo de negócios familiar ou de subsistência.
Esse tipo de mineração tem grande sobreposição com operações de micro e pequena
mineração, mas, há exceções em que a mineração em porte médio e até algumas poucas
de grande porte operam de forma artesanal.
Mineração artesanal deve criar pequenas empresas, a fim de corresponder às
exigências do Código Mineiro vigente do país, como defendeu o ministro dos Recursos
Minerais e Petróleos, Diamantino Pedro de Azevedo quando falava no Instituto
Nacional de Petróleos, aos membros do Governo e responsáveis do sector na província
do Cuanza-sul a estratégia do sector, face aos desafios do programa do Executivo de
diversificação da economia. O ministro lembrou que o garimpo constitui infração
punida por lei, por isso, defendeu que a exploração artesanal de minerais deve ser feita
de forma legal, apontou as empresas metalomecânicas Paenal e Heerema Group como
sendo as que precisam ser revitalizadas para garantirem o êxito aos desafios actuais no
sector dos petróleos, e não só.
O Governo salientou que, a par de outros sectores da vida nacional, o sector dos
Recursos Minerais e Petróleos constitui a aposta fundamental para a diversificação da
economia, concorrendo para a geração de receitas para o país, e ao mesmo tempo criar
empregos e geração de renda pelas famílias. Outo aspecto preocupante manifestados
pelo ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, tem a ver com a falta de pagamento de
imposto por parte das empresas de exploração mineiras.
Angola é um país potencialmente rico em recursos minerais, estima-se que o seu
subsolo possua 36 dos 45 minerais mais importantes do comércio mundial, entre os
quais se destacam: petróleo, gás natural, diamantes, fosfatos, substâncias betuminosas,
ferro, cobre, magnésio, ouro e rochas ornamentais. Praticamente todos os países em
África têm alguma forma de mineração artesanal e de pequena escala, com mais de 54
milhões de africanos dependentes da atividade para sua subsistência.
A mineração de pequena escala de ouro é uma fonte crucial de renda para milhões de
africanos, mas muitas vezes é perigosa, prejudicial e, nos piores casos, mortal para os
garimpeiros, disse Dr. Magaran Bagayoko, Director na área de Doenças Transmissíveis,
no Escritório Regional da OMS para África. Os garimpeiros artesanais e de pequena
escala frequentemente usam mercúrio (um produto químico altamente tóxico) para
separar o seu ouro do minério, colocando sua saúde num grande risco. Alternativas para
o mercúrio existem, mas para muitos mineiros, operando independentemente sem apoio
do Governo, a renda supera os riscos ambientais e de saúde, muitas delas envolvidas

24
nesta atividade oculta, e muitas vezes informal, são as mais vulneráveis da sociedade,
com mulheres representando mais de 50% dos mineiros.
Para a mineração, a convenção obriga aos governos a promover métodos de
processamento de ouro sem mercúrio, a tomar medidas especiais para proteger as
populações vulneráveis da exposição e a pôr fim a praticas particularmente prejudiciais
no processamento de ouro do minério. A OMS está a ajudar o Governo africano no
combate contra o envenenamento por mercúrio e outros riscos com a mineração
artesanal, fortalecendo seus sistemas nacionais de saúde, desenvolvendo manuais de
treinamento para profissionais de saúde, ajudando a criar observatórios nacionais de
produtos químicos e lançando recentemente uma rede regional de controle de
intoxicação.
1.12. Programa Nacional de Fortalecimento da Mineração de pequeno
porte(Pronamp)
O projecto de lei 2195/15, aprovado pela Comissão de Minas e Energias, cria o
Pronamp com o objectivo de estimar o desenvolvimento da mineração com mais
inclusão social, O programa é aberto a mineração individual, que desenvolvam seu
trabalho como pessoas físicas, ou pequenas empresas de caráter familiar.
A importância do programa vem da necessidade de criar um fundo de apoio a essas
mineradoras, visto que elas não possuem grandes fontes de financiamento, sendo assim,
muitas vezes elas desistem do ramo e transferem seus direitos a empresas de grande
porte. Isto torna o sector cada vez mais concentrado, além disso, o trabalho em
conjunto é fundamental para atingir um grau cada vez mais elevado na produção de
bens minerais com maior respeito ao meio ambiente.
1.13. Custos nos métodos e materiais
Os custos são os gastos que estão direitamente relacionados com a atividade toda,
desde mão-de-obra, embalagem e matérias-primas. Segundo Bernardi (2004), é
importante diferenciar os gastos, termo empregado no sentido genérico, de despesas e
custos.
Despesas são gastos que não estão direitamente relacionados com a atividade á fim,
mas são fundamentais para que a empresa funcionarem como por exemplo, o aluguer,
material de escritório, telefones, etc. Já os gastos variáveis e fixos, segundo Assef
(1997), consideram se gastos variáveis aqueles que estão direitamente relacionados com
o nível das atividades da empresa como produção ou vendas. Quanto mais se produz ou

25
se vende, maiores serão os gastos variáveis, por exemplo, energia, comissão de vendas,
insumo.
Os gastos fixos são aqueles que não variam, independentemente do nível da atividade
da empresa, ou seja, produzindo ou vendendo qualquer quantidade, ou mesmo nada,
esses gastos existirão, como por exemplo, aluguer, salários de mensalidades,
depreciações. Evidentemente que gastos oscilam ao longo do tempo em função de
ajustes na estrutura de pessoal, na regionalização administrativa e por outros factores
que impliquem para a alteração para maior ou para menor da estrutura da empresa,
como aquisições de ativos.
A definição dos custos de lavra de um projecto de mineração e principalmente antes
da implementação do mesmo é uma tarefa árdua, quantificar e qualificar tais custos é
algo muito difícil comparado aos outros aspectos, contudo com a determinação dos
mesmos é preponderante para a avaliação no estudo da viabilidade económica de um
projecto de mineração, o qual apresenta a grande variabilidade devido aos inúmeros
tipos de bens minerais e seus respectivos métodos de aproveitamento. É importante
classificarmos os custos para posteriormente avançar em uma discussão sobre análises
de viabilidades sobre o empreendimento, uma vez que esta é intrissícamente
influenciada pelos custos.
Custos operacionais, geralmente são as despesas ligadas ao funcionamento da
exploração mineira, tais custos podem ser classificados em 3 categorias: direitos,
indiretos e gerais.
É possível estimar os custos de operação por analogia com outras minas, através de
modelamento de certas etapas em função de parâmetros pertinentes e aplicação destes,
através de quoeficientes admitidos ou também através de analises detalhada do projecto
de lavra, alguns parâmetros primordiais para estimativas dos custos operacionais:
 Escala de produção nas variadas operações, considerando os equipamentos utilizados,
aspectos gerais da mina e o real aproveitamento frente a produção projetada;
 Custos unitários de mão de obra;
 Verificação do método de lavra aplicado;
 Fluxograma no processo de beneficiamento.
Esses parâmetros nos permitem acessar os custos direitos, já para os custos indiretos e
gerais são usados percentuais dos custos direitos, ou elementos do investimento por

26
exemplo, manutenção e reparo 2% - 5% do custo de materiais; custos indiretos 10% -
30% dos custos direitos; custos gerais 2% das vendas ou facturamento.
0s diferentes tipos de areia têm de ser transportados para inúmeras instalações de
produção, o transporte é pneumático é uma tecnologia muito versátil para conseguir
fazer de forma fiável e segura, de forma a depender do tipo de areia a ser utilizada
consoante a sua complexidade. A areia pode ser transportada utilizando um sistema sob
pressão(positivo): onde é utilizado ar comprimido no início do sistema para empurrar a
areia através da tubagem neste método; ou ainda por um sistema de transporte a
vácuo(negativo): aqui a areia é aspirada em direcção ao seu destino. A distância que a
areia tem à percorrer determinam qual a melhor solução entre o transporte positivo ou
negativo, deve, também, ter em consideração a fase na qual a areia é transportada (se for
na fase diluída ou a fase densa).
Como aprendemos nós nas cadeiras de Projecto de lavra e Planejamento e Gestão
Mineira esse aspecto é de prezar para a nossa mina de pequeno porte. Portanto é
imperativo que, as pedreiras e os portos de areia na actividade mineira sejam bem
compreendidas para que a exploração possa trazer um bom retorno financeiro dos
investimentos prestados.
1.14. Usos da areia
 A areia é geralmente o principal componente do concreto;
 Largamente utilizada na fabricação de argamassas para piso e reboco;
 É o principal componente na produção de vidro;
 Fábricas de tijolos utilizam areia como aditivo à mistura de argila para o fabrico de
tijolos;
 A areia é muitas vezes misturada com tinta para criar um acabamento texturizado para
paredes e tetos ou uma superfície não escorregadia ao chão;
 Areia fina é usada, junto com outras substâncias, como composto de filtros de água.
1.14.1. Usos da areia na Construção Civil
A areia é matéria-prima de inúmeros produtos e compostos. Na construção civil, é
praticamente indispensável, apresentando suas vantagens e desvantagens ilustradas na
tabela 2.

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TABELA 2. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DE AREIA

Tipos de areia Vantagens Desvantagens


Areia bruta -É a areia mais barata; -Possui impurezas;
-É a areia mais utilizada. -Apresenta baixa resistência à
compressão.
Areia lavrada -Não possui impurezas; -É a areia mais cara;
-Apresenta maior resistência à -É a areia menos utilizada.
compressão.

Areia de brita -É a areia mais resistente á -É a areia mais cara;


compressão; -É a areia menos utilizada.
-Possui granulometria mais finas;
-Não possui impurezas.

Areai de quartzo -Também conhecida como areia -É a areia mais cara;


de vidro; -É a areia menos utilizada.
-Possui a maior resistência à
compressão;
-Não possui impurezas.

28
FIGURA 8. AREIA NUMA PEDREIRA
Fonte: http://www.anepac.org.br/
1.14.2. Descarte da areia da praia na construção civil
Na construção civil, quase não há desperdício de areia, a qual é usada integralmente
nas estruturas onde faz-se necessária, ilustrada na figura 8. Apenas quando as
edificações são destruídas que é possível falar de descarte da areia que, por sua vez, está
misturada em compostos de difícil separação. Os resíduos da construção civil devem ser
encaminhados à reciclagem ou para aterros específicos. Em geral, as areias da praia não
são usadas na construção civil devido á irregularidade dos grãos e a quantidade de sal,
uma vez que ele impossibilita a que a secagem da areia ocorra de forma correta, e com
isso prejudica a fabricação de argamassas e concreto.
1.14.3. Areia reciclada
Nos últimos anos, a conscientização sobre a importância da gestão de resíduos da
construção civil tem crescido e as soluções começam a surgir na forma de
empreendimentos de reciclagem, que reaproveitam tais materiais, reintroduzindo-os em
novos ciclos produtivos para fabricar novos produtos. Os entulhos da construção civil
são matéria-prima de qualidade para agregados, como areia e brita, que podem ser
reaproveitados na pavimentação, contenção de encostas, canalização de córregos e uso
em argamassas e concreto. Além de reduzir a pressão sobre os recursos naturais (rochas,
cascalhos, areia, etc.), a reciclagem de resíduos da construção civil é portadora de
vantagens sociais, econômicas e ambientais. Para as prefeituras, significa menos
despesas e área nos aterros para receber esses entulhos, ainda ilustrada na figura 9.
A areia reciclada tem a sua origem da moagem de resíduos de obras antigas, materiais
de demolição e de entulhos, o facto de ser reciclada faz com que essa seja o tipo mais

29
barato de areia, além de causar menos impacto ambiental em uma usina de reciclagem
de resíduos na construção civil, ou mesmo numa pedreira de pequeno porte.

FIGURA 9. AREIA RECICLADA


Fonte: www.proguaru.com.br

1.14.4. Extração de areia para a construção civil


1- Lavra de areia: lavra é um conjunto de operações objectivando a extração de minérios
para aproveitamento ao natural ou após o processo os processos de beneficiamento.
2- Lavra de encosta ou de murro: o arenito consiste de uma rocha maciça, construída
por sedimentos arenosos, apresentando-se em meia encosta. A lavra se descreve em
meia encosta de murro, a céu aberto e é realizada por desagregação através do processo
de escarificação. O material resultante do processo de extração é transportado ao
beneficiamento, peneirando em meio aquoso transformando-se em areia para a
comercialização.
3- Lavra de areia em planícies aluviais: é o método de lavra utilizado em cavas secas a
céu aberto. Esse método de lavra consiste primeiramente na retirada do excesso de
humidade do terreno, após isso, inicia-se a retirada de capa de material estéril (solo e
argila). A camada de areia que se encontra sob argila fica então aflorante, permitindo de
modo a sua extração com escavadeira hidráulica.
4- Lavra de areia em leitos de rios: o método de extração mais apropriado é com a
utilização de dragas de sução com escarificador, instalados em plataformas flutuantes. O
material que é extraído do leito do rio é armazenado nos silos existentes nas dragas e
conduzido até o porto.
A descarga é feita em tubulações onde o material é bombeado para o depósito de
estocagem, passando por peneiramento, ficando assim areia pronta para ser expedida,
como mostrada na figura 9.

30
1.15. Areia em disposição de uma pilha de estéril
Como uma das hipóteses temos os benefícios econômicos a longo prazo no nosso
trabalho, apresentamos com o tema à disposição da pilha de estéril. A pilha deve ser
projectada considerando também os objectivos de longo prazo a serem exigidos pela
reabilitação, os objectivos da reabilitação devem concluir garantia de estabilidade de
longo prazo, controle de erosões, garantir que a água liberada pela pilha no meio
ambiente seja de uma qualidade aceitável.
1.16. Desafios de eficiência do ciclo de areia
Na filtração lenta, a profundidade do leito filtrante condiciona, dentre outros fatores,
a eficiência do processo, custos estruturais e relativos ao material destinado ao leito,
indicadores operacionais e procedimentos de reposição do leito. Por tudo isto, pode ser
considerado um dos mais importantes parâmetros de projeto para filtros lentos.
O conteúdo orgânico da água bruta, a remoção de parâmetros físicos, químicos e
microbiológicos, as taxas de filtração adotadas e as características granulométricas do
leito têm sido citados como variáveis para determinação da profundidade útil do leito
filtrante. Desta forma, foi desenvolvido pelos autores um experimento no Departamento
de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMG, para investigar o desempenho de filtros
lentos, relacionando-o à profundidade do leito filtrante dentre outras variáveis do
processo. Foram montadas quatro unidades piloto, sendo três de fluxo descendente e
uma de fluxo ascendente, com taxas de filtração variando entre 2,3 e 7,2 m³/m² dia. Ao
longo dos leitos filtrantes foram instalados pontos de amostragem, sendo monitorados
parâmetros como turbidez, cor aparente, coliformes totais e Escherichia cóli.
Os resultados obtidos indicam elevadíssima remoção de sólidos e bactérias nos 30 cm
iniciais do leito filtrante, sendo que, para a extensão restante, foram observadas apenas
variações pouco significativas. Esta performance foi verificada para todos os parâmetros
monitorados, indicando a possibilidade de redução da espessura útil (mínima) até um
valor limite de 40 cm, tendo em vista a eficiente redução dos indicadores básicos de
qualidade da água.
A filtração em areia constitui uma forma extremamente simplificada de tratamento de
águas de abastecimento, desenvolvida a partir de uma analogia estabelecida com a
percolação de águas naturais através do solo até os aquíferos, de onde jorravam
adequadas às exigências estéticas e sanitárias do homem.
Originária da Grã-Bretanha, a filtração lenta consiste de leito de areia suportado por
camada de seixos rolados e sistema de drenagem. Por ser um processo unitário de

31
purificação simples e eficiente, difundiu-se muito rapidamente pela Europa e América.
Entretanto, sua expansão foi refreada pelo desenvolvimento de outras técnicas de
tratamento e pela deterioração da qualidade da água dos mananciais, já que tem a sua
aplicabilidade limitada pelas características físico-químicas das águas brutas.
Esta modalidade de tratamento tem sido indicada pela literatura especializada como
alternativa de largo potencial de aplicabilidade, especialmente em pequenas
comunidades de países em desenvolvimento. Parcelas significativas da população rural
e residente em pequenas comunidades do país são privadas de serviços básicos de
saneamento, refletindo este quadro nos indicadores de saúde pública nacional. Nesta
perspectiva, a busca de alternativas tecnológicas de baixo custo e adequadas à realidade
local é ação indispensável à reversão deste quadro. Vasta literatura classifica o filtro
lento como tecnologia capaz de satisfazer essas condições (MURTHA et al., 1997). São
atribuídas à filtração lenta em areia características como facilidade operacional, baixos
custos de implantação e operação e grande eficiência na remoção de sólidos e
organismos patogênicos.
Dentre os parâmetros de projeto mais importantes na especificação de filtros lentos,
encontra-se a profundidade do meio filtrante. A profundidade inicial tem duas principais
componentes: a profundidade mínima e uma camada adicional destinada à limpeza
superficial. A profundidade mínima tem por objetivo prover de segurança o processo de
tratamento, garante uma espessura suficiente para promover uma eficiente melhoria dos
parâmetros de qualidade da água. A penetração de bactérias ativas na degradação de
matéria orgânica em seus diversos estágios através do leito pode ser um critério para
dimensionamento da sua espessura.
Essa degradação é mais célere em países de clima tropical, o que possibilita a
utilização de leitos menos espessos (HUISMAN, 1982). Outro critério para
determinação da profundidade do leito filtrante pode ser a redução da população
bacteriológica, ou de parâmetros físicos como turbidez e cor. Huisman (1982)
recomenda ainda que a profundidade do leito filtrante deva também estar condicionada
à taxa de filtração, ao conteúdo de matéria orgânica, e às características granulométricas
da areia.
Pesquisa desenvolvida com a finalidade de avaliar a influência do leito filtrante na
remoção de coliformes demonstrou que a redução de sua espessura a 48 cm pode
ocorrer sem causar um significativo decréscimo em sua eficiência. Nesse experimento,

32
ocorreu uma redução de apenas 2% na eficiência do leito, após redução de sua espessura
de 97 cm para 48 cm (Bellamy et al., 1985).
Apesar da grande quantidade de pesquisas desenvolvidas sobre esta temática, não há
no meio técnico um consenso a respeito de valores e critérios de determinação da
profundidade de leitos filtrantes para unidades de filtração lenta em areia.
1.17. Sustentabilidade dos recursos naturais
A indústria mineral desempenha um papel fundamental na economia global,
fornecendo matérias-primas essenciais para a fabricação de uma ampla gama de
produtos. No entanto, a extração e produção de minerais podem ter um impacto
significativo no meio ambiente e nas comunidades locais, é por isso que a
sustentabilidade na produção mineral se tornou uma preocupação cada vez mais
importante.
A sustentabilidade na produção mineral envolve a adoção de práticas que minimizem
o esgotamento dos recursos naturais, isso inclui a implementação de tecnologias
avançadas que reduzem o desperdício, a recuperação de minerais de resíduos e a
extração de depósitos de fora responsável, levando em consideração a capacidade de
regeneração do ambiente. Além disso, a sustentabilidade na produção mineral visa
reduzir o impacto ambiental negativo dessa indústria, isso é feito por meio do uso
eficiente de recursos, da implementação de medidas de recuperação ambiental, do
tratamento adequado de efluentes e da redução das emissões poluentes. A busca por
alternativas mais limpas e renováveis na produção mineral, como a energia solar ou a
energia eólica, também desempenham um papel importante na redução do impacto
ambiental.
A responsabilidade social e comunitária também é um aspecto crucial da
sustentabilidade na produção ambiental. As empresas deste setor precisam atuar de
forma responsável, promovendo o diálogo com as comunidades afetadas, respeitando
seus direitos e contribuindo para o desenvolvimento sustentável das regiões onde
operam, isso pode incluir a criação de empregos locais e apoio a programas
educacionais e de saúde. A sustentabilidade na produção mineral serve para garantir
um equilíbrio entre as necessidades econômicas, sociais e ambientais. A indústria
mineral deve adotar prática sustentável em todas as etapas da cadeia produtiva, desde a
extração até a recuperação adequada. Somente assim podemos construir um futuro onde
a produção mineral seja feita de maneira responsável, preservando os recursos naturais
para as gerações futuras.

33
1.18. Recursos financeiros e tecnológicos limitados
A inovação e a tecnologia desempenham um papel fundamental na busca pela
sustentabilidade na produção mineral, a indústria investe em pesquisa e
desenvolvimento de novas tecnologias e práticas inovadoras, envolvendo a busca por
métodos mais eficientes de extração, o uso de equipamentos e processos menos
intensivos em energia, a redução do uso de substância tóxicas e a implementação de
sistemas de monitoramento ambiental avançados. A inovação também pode impulsionar
a descoberta de novos materiais e a diversidade da matriz mineral, diminuindo a
dependência de minerais escassos ou de alto impacto ambiental.
Actualmente, as jazidas de extração de areia estão desgastadas ou já estão em
extinção, aqui entram também as restrições ambientais sobre essa exploração, com
desgastes ao ambiente sendo provocadas por diversas atividades humanas, algumas
questões estão sendo repensadas, e a extração de areia é uma delas. Por isso, a produção
de areia industrial trás benefícios para o meio ambiente, pois garante a produção da
matéria-prima, necessária para a construção, e diminui os impactos ao ambiente. Nesse
sentido, a produção da areia tem ainda mais vantagens, com a instalação dos
equipamentos de britagem próximos à construção, os custos de transporte, que podem
somar uma boa percentagem do preço total da matéria-prima, diminuem bastante. O
frete, preço que se paga pelo uso de qualquer transporte) torna-se mais barato ao
diminuir a distância, o que impacta no custo final da obra de engenharia. Além disso,
diminuem-se os materiais de descarte, mais um ponto para a preservação ambiental.
A areia representa 30% do volume do concreto, desta maneira, ela é insubstituível na
construção. Em muitos processos, a areia industrial é substituta parcialmente, no
entanto, em outros a areia natural pode ser substituída totalmente. Isso é possível porque
os equipamentos com mais tecnologias são capazes de produzir uma areia bem próxima
do que a natural, garantindo a qualidade, além disso, a areia industrial possui
características marcantes, com a sua homogeneidade na granulação e está livre de
impurezas argilosas e outras substâncias que poderiam interferir no produto final.
Como visto, a areia industrial traz muitos benefícios, pois esta inovação chega a
representar uma redução de até 50% no custo final da obra de engenharia, e representa o
alinhamento do consumo e produção à proteção ambiental, além da relação custo-
benefício.
2. COLETA DE DADOS

34
2.2. Otimização de processo
A areia industrial é produzida através de material de descarte da mineração, já
utilizada em larga escala na Europa e Estados Unidos da América, ela começa a ganhar
destaque em outros países também. Os motivos não são apenas econômicos, mas
principalmente por estarem em sintonia com a busca pelo menor impacto no meio
ambiente e pelo aproveitamento total dos recursos.
Embora de grande importância para o desenvolvimento, a extração da areia natural
causa grandes danos ao meio ambiente, entre eles: erosão, alteração do curso dos rios e
a qualidade da água. A crescente urbanização também está levando a esterilização de
importantes depósitos de areia natural. Além disso, as restrições ambientais a utilização
de leitos de rios para a extração de areia impele as áreas de extração a locais cada vez
mais distante dos centros consumidores, aumentando o valor do frete, que tem grande
impacto no preço final da obra de engenharia.

3.ANÁLISE DOS DADOS


3.1. Vantagens da areia artificial
Por outro lado, a areia artificial, ou também chamada industrial, pode ser feita nas
pedreiras, que geralmente têm instalações próximas das centrais de concreto ou das
obras de engenharia, elas podem ser utilizadas em todos os concretos estruturais, sejam
manuais em betoneiras ou centrais de concreto, usinas de asfalto ( CBUQ, PMF E
PMQ), fabricas de pré-moldados de concreto ( lajes, blocos, tubos e pisos inter-
travados), utilizada como produto drenante e filtros em ETE ( Estação de tratamento de
esgoto).
Um diferencial entre as areias é a cor, o que causa um certo estranhamento nos
profissionais da área, enquanto a areia natural é amarelada, a industrial é cinza. Esta
falta de costume do olhar ainda faz com que se utilize uma mistura entre areia industrial
e a natural, embora em determinados processos, pelo alto custo que a areia natural possa
atingir, a utilização da areia industrial seja de 100%. Suas vantagens estão:
 Economia no uso do cimento;
 Curva granulométrica constante;
 Ausência de impurezas orgânicas;
 Ausência de materiais argilosos;
 Constância nos traços do concreto;
 Maior aderência da pasta de cimento;

35
 Preservação de leitos e margens de rios.
Investimentos em máquinas e capacitação profissional já se mostram tão importantes
em relação à valorização dos funcionários e ao menor impacto ao meio ambiente que a
empresa está em busca da utilização total do material que seria descartado. Enquanto as
pequenas pedras viram areia numa máquina de rotação que imita o processo natural,
mas o encurta em milhares de anos, um pó ainda resta, é esse pó que também já está
buscando uma utilização, encontrando na fabricação de cerâmica uma das possíveis
alternativa, onde que zelar o descarte na natureza é o objectivo da empresa (Fonte:
Repórter Marcos Cândido- Revista TRIP).

4.RESULTADOS DOS DADOS


4.1. Gestão de resíduos e conformidade ambiental
Areia produzida a partir de material de resíduo das minerações traz vantagens ao
meio ambiente e para a construção civil. O atendimento a legislação ambiental é
fundamental para evitar penalidades e consequências jurídicas, muitas vezes, realizar a
gestão de resíduos adequado pode demostrar que sua empresa cumpre com os requisitos
legais ambientais.
A conformidade ambiental constata que a empresa está em conformidade com as
normas ambientais destinadas à sua atividade, de acordo as exigências legais e diretrizes
estabelecidas na política ambiental. Assim, ela demostra que evita qualquer dano que
seria causado pela execução inadequada de tais normas. Contudo, um grande desafio
para as empresas é garantir o controle da conformidade ambiental, para isso, a
organização pode realizar auditorias de conformidade ambiental periódicas. A auditoria
de conformidade ambiental possui duas modalidades: a voluntária e a compulsórias, esta
visada de controle pelo poder público.
Um exemplo da exigência da conformidade ambiental é para a obtenção da licença
ambiental para operar, a empresa deve comprovar estar em conformidade legal com
alguns requisitos para obter a licença. Para manter a conformidade ambiental é preciso
acessar a legislação e acompanhar sua actualizações. É uma tarefa difícil, já que há
várias nas esferas local, regional e municipal, é preciso analisar e identificar quais são
os requisitos aplicáveis ao seu negócio.
É importante ter um software para controle de licenças ambientais, uma vez que
existem regras estabelecidas de medidas de controle ambiental, o mesmo é realizado
através de softwares de gestão que previnem a perda de prazo, multas, interdições,

36
paralisações das atividades, evita a diminuição no tempo da licença, etc. Para estar em
conformidade com a legislação ambiental a empresa precisa realizar a gestão de
resíduos adequados, a gestão de resíduos por sua vez, é um processo obrigatório que as
empresas devem realizar, conforme Política Nacional de Resíduos Sólidos, além disso, é
uma prática sustentável.
4.2. Impactos Ambientais causados pela extração da areia
A atividade de mineração dos diferentes tipos de areia é considerada pela resolução
369/2006 do CONAMA como de interesse social devido a sua incontestável
colaboração socioeconómica. Todavia, a atividade também proporciona impactos socio
ambientais negativos, pois altera as características naturais do local onde a areia é
extraída. Por exemplo, as extrações nos leitos dos rios podem causar inundações, a
dragagem em alto mar pode destruir os ecossistemas, e e se realizada muito perto da
costa pode levar a retração da praia, já que a areia preenche os espaços vazios. Ademais,
as fontes de areia levam milhares de anos para se renovar. Portanto, é extremamente
necessário que essa extração seja feita com tecnologia adequada e de forma a assegurar
a prosperidade do meio ambiente, como citando:
 Depreciação da qualidade do ar, devido ao lançamento de gases provenientes
dos motores e de partículas sólidas, em virtude da utilização de maquinarias em
diferentes operações;
 Aumento da concentração de partículas em suspensão (turbidez) no curso de
água;
 Contaminação do curso de água causada pelos resíduos (óleos, graxas,
lubrificantes) provenientes de maquinarias utilizadas nos diferentes tipos de
operações;
 Alteração da calha original dos cursos de água, em virtude do uso de
equipamentos de extração de areia nos leitos dos rios;
 Alteração na paisagem– A simples operação dos equipamentos de extração e
transporte afeta de maneira significativa a paisagem local;
 Interferência sobre a fauna – A remoção de vegetação, a modificação na
estrutura do solo, o aumento ou a introdução de ruídos, a circulação de
caminhões de entre outros fatores, provocam a evasão ou alteração nos hábitos
da fauna no entorno do local;
 Trepidação– Acarretada principalmente pela circulação de equipamento de
desmonte, carregamento e transporte;
37
 Poluição sonora– Produzida pelo motor da draga de sucção, dos caminhões ou
tratores;
 Alterações no tráfego– Acréscimo no fluxo de caminhões, provocando assim,
um aumento no nível de ruídos, dos riscos de acidentes de trânsito e poluição
atmosférica;
 Alterações no nível do lençol freático– Os processos de extração de areia que
atingem o nível do lençol freático podem acarretar a “subsidência do terreno”.
Podendo provocar, também a inativação de poços de captação de água no
entrono do local de extração;
 Uso e ocupação do solo temporários, com remoção de vegetação, inclusive de
áreas de preservação permanente, e alteração temporária de ecossistemas locais.

FIGURA 10. USO DA AREIA


Fonte: www.agenciaphotopress.com
4.3. Gestão Mineira do ciclo de areia em Angola
Areia, burgau, pedras e calcário, recursos naturais utilizados na construção civil,
continuam a ser explorados por pessoas singulares e por várias empresas, em todo o
país, sem se avaliar o impacto ambiental junto das comunidades residentes ao redor das
áreas em que são extraídas. A situação preocupa o Executivo, uma vez que existe falta
de conhecimento do actual Código Mineiro, por parte das pessoas singulares e das
empresas que exploram esses inertes, bem como de técnicos de fiscalização por parte do
Ministério dos Recursos Naturais e Petróleo. Paulo Pereira, técnico da Direcção
Nacional de Ambiente e Segurança do Ministério dos Recursos Naturais e Petróleo,
disse que as pessoas singulares e as empresas que se dedicam à exploração de inertes
desobedecem às normas contidas no Código Mineiro, relativas à sua exploração.
Falando durante a II conferência nacional sobre Recursos Minerais em Angola, que

38
decorreu, em Luanda, Paulo Pereira disse que a carência de quadros para o trabalho de
fiscalização tem levado a que muitas empresas e particulares desobedeçam às normas
contidas no Código Mineiro.
O Código Mineiro contém ferramentas que ajudam as empresas e particulares na
exploração dos recursos naturais, sem causar grande impacto ambiental junto das
comunidades circundantes. O Código Mineiro dita regras e normas que devem ser
seguidas no sentido de se ter uma exploração mais racional, respeitando o impacto
ambiental.
A falta de respaldo jurídico, disse o técnico, tem condicionado que muitas empresas
sejam levadas a tribunal para efeito de julgamento, por exploração ilegal e, acima de
tudo, por desrespeito ao impacto ambiental junto das comunidades. A principal
transgressão verificada tem a ver com os impactos ambientais, uma vez que existem
várias empresas que extraem recursos minerais, sem obedecer às normas existentes.
Em Luanda, a exploração de areia, burgau, pedra e calcário, em grande escala, tem
sido feita com frequência nos arredores do Sequele, município de Cacuaco, Bom-Jesus,
Cabo Ledo e Catete. Actualmente, os técnicos da Direcção Nacional de Ambiente e
Segurança do Ministério dos Recursos Naturais e Petróleos realizam trabalhos de
sensibilização, para que o impacto ambiental, resultante da exploração de inertes para a
construção civil e não só não seja tão negativo junto das comunidades. Muitas dessas
empresas e pessoas singulares exploram os recursos e, depois de verificarem que na área
já nada existe, vão-se embora. O presidente da organização não governamental Tchota,
reverendo Ntoni Nzinga, defendeu que recursos naturais como a água e as florestas, por
exemplo, devem beneficiar, em primeira instância, a população que vive próximo dos
locais onde se faz a extracção de tais recursos naturais. “O país tem muitos rios, cujos
cursos seguem para outros países da região, pelo que há necessidade de estreita
colaboração entre as comunidades, através da sociedade civil e as instituições do Estado
encarregadas de gerir os recursos minerais, para que as comunidades sejam envolvidas
na gestão e as decisões não serem, somente, feitas pelo Estado”, disse o mesmo.
Fundamentos dos recursos naturais em Angola, taxação e rendimentos, mineração
artesanal de pequena escala em Angola, bem como recursos naturais e direitos humanos
são temas inseridos no programa da conferência. Mais de 1.500 toneladas de inertes
diversos são exploradas diariamente por populares e empresas clandestinas na zona do
Ritondo, província de Malanje. A ação está a preocupar ativistas e moradores vizinhos

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do local de exploração. A inquietação subiu de tom quando se voltou a registar mais
uma vítima mortal soterrada no espaço.
Não há quem não se mostre preocupado com as enormes crateras criadas pela
exploração de inertes como burgau, brita, entulho e areia, no bairro do Ritondo,
arredores da sede da província de Malanje. José Ngola é um dos moradores
agastados com o quadro de dificuldades que passam. “Se este tudo cava-se,
entra aqui as águas, e nessa estrada temos riscos de desabar. As crianças brincavam
bem à vontade aqui nesta área, através das alturas que está aí atrás das casas. Quando
as crianças sobem aí, podem cair, partir o pescoço ou morrer”, queixam-se.
Mais de 50 jovens de um núcleo de cinco associações de defesa do meio ambiente
estão apreensivos e alertam para a situação. Em declarações à DW África, o ativista
André Matoso diz que a zona devastada é superior a uma área que pode caber 10
prédios de 12 andares cada. ”Nós estamos a ver com os nossos olhos feridas que já mais
poderão ser curadas. Quando nós danificámos o meio com a exploração de inertes, nós
afugentamos espécies específicas, há espécies de animais, de plantas, danificámos a
fauna e a flora”, alerta Matoso.
Sustento da família em primeiro lugar, nesta frente de exploração desenfreada de
inertes estão também envolvidas crianças e senhoras. Laurinda Fernando é uma
delas, começou esta atividade em 2014 e quase nada sabe sobre degradação do
ambiente. "Ambiente de quê, filho! O Deus disse trabalha, por onde vais trabalha é por
onde vai sair o teu pão. Estamos a cavar, agora se você não cavar a terra, vai comer
aonde?!”, justifica Laurinda.
A exploração ilegal é fonte de renda para mais de 200 operários. Porém, o trabalho
clandestino já provocou mortes. Pelo menos três pessoas morreram soterradas na zona
de exploração, nos últimos meses. Cristóvão Quissequele e Domingos Fernando são
dois garimpeiros que arriscam tudo em benefício da família.
4.3.1. Ações do Governo
Ramalho Alfredo, chefe de Departamento do Ambiente na província, afirma que
perto de 50 camiões de burgau são explorados por dia com intuito de serem
comercializados no valor de 30 euros cada. Mas Ramalho Alfredo assegura que
se "está a envidar esforços de forma a se inviabilizar o garimpo ilegal de inertes e
a interdição para qualquer pessoa no recinto”. Para o Director Financeiro da Chitotolo,
Bernardo Campos, a conferência internacional "Mining Indaba” é um importante evento
sobre mineração em África, que está a facilitar a discussão sobre novas ideias, com

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vários "players”, do futuro da mineração em Angola e no continente. "Estamos a fazer
vários contactos, a ‘beber’ e transmitir conhecimentos sobre o nosso trabalho, no nosso
campo de actuação”, assegurou.
Na "Mining Indaba", o maior evento africano de investimentos no sector mineiro,
Angola está representada pelas empresas públicas da Endiama e Sodiam, pelas
sociedades mineiras de Catoca, Cuango, Chitotolo, Uari, Yetwene e Furi e pela empresa
Kapu Gems.
Giorgio de Tomi destaca a importância das pequenas e médias minerações, pois é dali
que vai sair grande parte desses minerais fundamentais para a sociedade.
“Temos uma situação em que existe uma demanda crescente de bens minerais no
mundo inteiro e com restrições ambientais e dificuldades de operação da mineração de
maneira geral”, contou ao Jornal da USP no Ar 1ª Edição o professor Giorgio de Tomi,
do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da Escola Politécnica da USP.
De acordo com o professor, há uma escassez de suprimento de matérias-primas
minerais, em que se buscam alternativas que conciliem o atendimento da demanda
desses suprimentos a uma visão de sustentabilidade e a uma operação responsável.
Segundo Tomi, em termos numéricos, os títulos minerais, uma autorização do
governo federal para o aproveitamento do minério extraído, são compostos 2% pelas
grandes minerações, 11% pelas médias e 87% pelas micros e pequenas minerações.
Essa proporção não é a mesma para o volume de produção de títulos minerais, mas, em
termos de títulos minerais é muito significativo. O professor destaca nesse ponto a
necessidade de regulamentações que permitam o desenvolvimento sustentável das
minerações de pequeno e de médio porte que a sociedade demanda.
O crescimento das minerações desse porte, ocorre principalmente na região Norte,
destaca-se então a importância desse tipo de mineração, pois é dali que vai sair grande
parte desses minerais fundamentais para a sociedade. Trata-se de minerais que são
escassos, com grande taxa de importação ou com alta aplicação em produtos e processos
de alta tecnologia. Para Tomi, esse movimento serve para encorajar as empresas a
desenvolverem empreendimentos nessa área, mas também é uma articulação dos órgãos
reguladores para viabilizar esse tipo de operação.
Na visão do especialista, o principal desafio das pequenas e médias minerações é a
adaptação para atender às demandas dos órgãos e da sociedade de forma efetiva. Esse é
um movimento que vem acontecendo na mineração, de modo geral, e, agora, há uma
pressão muito grande sobre a média e a pequena mineração nesse sentido.

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Isoladamente, esses setores da mineração possuem dificuldade em incorporar esses
objetivos de desenvolvimento sustentável por conta dos recursos necessários para a sua
implementação. Nesse ponto, Tomi ressalta a importância do trabalho em parceria do
cooperativismo nesses tipos de mineração, para se organizar e conseguir fazer frente às
demandas da sociedade. “Esse é o grande desafio do futuro da média e da pequena
mineração”, conclui o professor.
4.3.2. Actividade Mineira
Lei nº1/92 de Janeiro-lei das actividades Geológicas e Mineiras decreto executivo
nº38/92 de Agosto- Relativo à fiscalização das Actividades Mineiras lei nº16/94 de 7 de
Outubro- Lei dos diamantes Lei nº17/94 de 7 de Outubro- Regime especial das zonas de
reserva diamantífera; Lei 5/04 de 7 de Setembro- Lei das Actividades Industriais
decreto 44/05 de 6 de Julho aprova o Regulamento de Licenciamento Industrial.
Actividades Geológicas e Mineiras, adoptadas em 199221, estabelece que a protecção
da natureza e do ambiente constituem obrigações das entidades detentoras de direitos de
exploração que incluem poderes de extração, operações de tratamento dos recursos
minerais e de comercialização bem como de alteração da configuração natural do solo,
do subsolo e da plataforma continental.
Os danos causados pelas actividades geológicas e mineiras são definidos como, os
prejuízos causados a vida ou saúde de pessoas, animais, casas, solos, vegetação, águas
superficiais e subterrâneas, e a outros elementos naturais, sujeitando as entidades
licenciadas às sanções legais e a obrigação de indemnizar. As actividades geológicas e
mineiras são sujeitas á inspeções e fiscalização do organismo competente do Estado
Angolano. As normas específicas de acompanhamento e fiscalização das referidas
actividades constam do decreto Executivo nº38/92 de 21 de Agosto.
A lei das Actividades Industriais (LAI) adoptadas em 200422, contém um articulado
inovador e demostra preocupação ambiental. A lei visa interaliada a concretização da
prevenção, redução e eliminação dos riscos inerentes às actividades industriais (at 2).
4.4. Ocorrência de areia nos solos em Angola
Os solos angolanos são objecto de degradação de causas diversificada, entre as quais
se salientam as relacionadas com o sector agrícola e florestal. Assim através de
fenómenos como a desertificação, acidificação, a perda de nutrientes, a deterioração da
estrutura, a erosão, a salinização, a poluição por pesticidas e a desflorestação, os solos
vão rapidamente perdendo a sua fertilidade, indicando a necessidade de medidas
urgentes. De acordo com a Carta Geral dos Solos de Angola, os solos do local em

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estudo são essencialmente: solos arídicos tropicais, arídicos pardo-cinzentos e/ou pardo-
avermelhado com sedimentos não consolidados e solos hidromórficos.
4.4.1. Solos arídicos tropicais
Os solos arídicos tropicais são solos evoluídos de ocorrência normal nos climas secos
(árido e semiárido), em que a fracção fina é dominada por argila sialítica, com
proporção variável de reserva mineral, fortemente saturados em bases e elevada
capacidade de troca catiónica, podendo apresentar, a profundidade variável, horizontes
de acumulação de calcário ou gesso, apresentando coloração pardo-acinzentada e menos
vezes pardo-avermelhado. Os solos arídicos tropicais, são solos de boas características
físicas e químicas, que podem suportar uma agricultura intensiva com base no regadio.
Na área de estudo os solos arídicos tropicais apresentam sedimentos não consolidados.
Os solos arídicos são solos com uma concentração muito baixa de matéria orgânica,
reflectindo a escassez de vegetação nesses solos secos. A deficiência hídrica é a
principal característica que define os solos arídicos. A limitada lixiviação em solos
arídicos muitas vezes resulta em um ou mais horizontes dos subsolos em que os
minerais em suspensão ou dissolvidos em algumas áreas de estudo. Tenham sido
depositados: argilas silicatos, sódio, carbonato de cálcio, gesso ou sais solúveis. Estes
horizontes do subsolo também podem ser cimentados por carbonatos, gesso ou sílica.
4.4.2. Solos Hidromórficos
Os Solos Hidromórficos (Gleissolos, Organossolos e Neossolos Quartzarênicos
hidromórficos) são solos derivados de sedimentos do Holoceno. São formados sob
condições de hidromorfismo, em ambientes de redução. Apresentam em comum a
limitação de má drenagem. Os Gleissolos que ocorrem na área do estudo podem
apresentar limitações de diferentes naturezas, podendo ser por elevada acidez e baixa
fertilidade natural ou por excessiva salinidade e sodicidade, como também problemas de
baixa porosidade e características de endurecimento irreversível quando drenados ao
excesso. Os Gleissolos são normalmente solos sem horizonte B. São solos de material
mineral, são periodicamente ou permanentemente saturados com água, mal a muito mal
drenados. Segundo a base de dados de referência da FAO (Food and agriculture
organization, que em português significa: organização das Nações Unidas para a
alimentação e a agricultura) para o solo mundial, gleissolos é um solo de zonas húmidas
que é saturado com água subterrânea durante longos períodos suficiente para
desenvolver uma característica cor padrão. Esse padrão é essencialmente composto de
cores avermelhadas, acastanhadas ou amareladas na superfície das partículas do solo

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e/ou em horizontes mais à superfície misturados com cores cinzentas/azuladas dos
horizontes mais profundos. Os gleissolos ocorrem normalmente em locais onde os solos
apresentam materiais não consolidação.
4.5. Infraestruturas de comunicação
O estado das vias de comunicação, e em concreto de estradas, em Angola, é mal
devido aos longos períodos de falta de manutenção, aliado ao facto de muitas delas
terem sido destruídas durante o período da guerra civil. De acordo com o Instituto
Nacional de Estradas de Angola (INEA), a rede nacional de estradas está estimada em
72 300 km. Dos quais cerca de 8 000km correspondem a
estrada asfaltadas, o seu mau estado é agravado durante as estações chuvosas, ficando
intransitáveis. Nas principais cidades, como Luanda, encontram-se em curso programas
de reabilitação de estradas e passeios que visam a melhoria do estado das vias primárias
e secundárias, no entanto, os efeitos destas intervenções têm pouca duração, por
carecerem de intervenções complementares, mas de base, tais como a reabilitação das
redes de abastecimento de água, de drenagem de águas pluviais e da rede de esgotos e
águas residuais. Sem tais intervenções as permanentes fugas e rupturas acabam por
destruir os troços pontualmente reparados, daí a grande importância do tipo de areia a se
utilizar na localidade em questão e as manutenções das tais infraestruturas.

V. CONCLUSÃO

A areia é um dos principais materiais utilizados na construção civil, sendo


indispensável para a execução de diversos trabalhos, por isso, é importante escolher a
areia ideal para cada tipo de obra de engenharia, de acordo com as especificações
técnicas. A areia natural é aquela extraída de rios, lagos ou praias, esta areia é a mais
utilizada na construção civil, pois é versátil e pode ser utilizada em diversos tipos de
obras, a areia artificial é aquela produzida a partir de resíduos sólidos da construção
civil, essa é mais indicada para a execução de concreto, pois proporciona maior
aderência á mistura, além de conferir resistência e durabilidade às estruturas.
Para escolher a areia ideal para a sua obra, é importante considerar o tipo de trabalho a
ser executado, as especificações técnicas e as condições do local, além de que é muito

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importante consultar um profissional qualificado para garantir o melhor resultado, com
a conclusão e realização do nosso trabalho de final de curso, esperemos que consigamos
esclarecer a importância do ciclo de areia e que sirva de auxílio para quem quiser se
esclarecer sobre essa matéria-prima para o seu melhor uso e da forma mais sustentável
possível. A bibliografia sobre desenvolvimento sustentável em Angola é escassa,
algumas de pouca informação disponível, encontra-se dispersa e com acesso restrito. A
maior parte dos dados fornecidos pelas instituições contactadas carece de suporte
cientifico, habitualmente não são citadas as fontes nem descritos os métodos utilizados
para a sua produção, contudo a escolha do tema nos incentivou as pesquisar aqui
apresentadas.

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VI. REFEÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS

ALVES, Ruben – Características e Propriedades da areia;


MARQUES, Eva – Areias;
Agregados Minerais Para Construção Civil: Areia, Brita e Cascalho;
LUZ, Adão Benvindo – Areia Industrial;
COELHO, José Mário – Areia Industrial;
HENNIES, W.T et al. Pedras e pedreiras: fundamentos. Revista Brasil Mineral, São
Pauloa, n.238, p. 64-70, maio 2005;
ASSEF, R. Guia prático de formulação de preços: aspectos mercadológicos, tributários
e financeiros para pequenas e médias empresas;
REIS, N.G. Custos operacionais fretes e renovação de frotas;
Synthetic non-woven fabrics & sand vertical filtration columns as a slow filtration pre-
treatment system Article;
Minas Júnior Consultoria Mineral;
Programa de Investimento Ambiental. Relatório sobre o Estado Geral do Ambiente em
Angola 2006.
https://fastercapital.com/pt/contente/Areias-oleosas--revelando-o-potencial-de-
depositos-de-petroleo-betuminosos.html.

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