A RADIAÇÃO HAWKING – UM NOVO OLHAR SOBRE BURACOS NEGROS A
PARTIR DA TEORIA DE STEPHEN HAWKING.
O universo é cercado de mistérios extraordinários e complexos, os quais, nós,
seres humanos, dotados de racionalidade, buscamos desvendar ardentemente ao longo de nossa existência; Entre toda extensão e incógnitas que o regem, podemos encontrar, um dos elementos mais misteriosos do universo: os buracos negros. Nesse trabalho, você poderá compreender de forma simples e sucinta o que são buracos negros, como eles se formam e, de acordo com a proposta de Stephen Hawking, compreender que talvez eles “não sejam tão negros assim”, em detrimento de um fenômeno conhecido como “Radiação Hawking”.
De acordo com a teoria da relatividade proposta por Albert Einsten em 1905,
um buraco negro é uma região celeste do espaço-tempo (o espaço é formado pelas três dimensões: altura, largura e comprimento) com a gravidade tão intensa que, a partir de um limite em seu entorno, nada pode escapar, segundo a teoria da relatividade geral. O que passa esse limite é “sugado” para dentro dele em uma viagem sem volta. A teoria da relatividade geral prevê que uma massa suficientemente compacta pode deformar o espaço-tempo para formar um buraco.
Existem três tipos de buracos negros com origens e papéis distintos na
constituição do universo: os estelares, os supermaciços e os primordiais (ou miniburacos negros). • Os supermaciços são encontrados no centro da maioria das galáxias e podem possuir massas equivalentes a bilhões de estrelas como o Sol. Ainda não se sabe ao certo como são gerados, mas possuem papel fundamental na formação de estruturas e na evolução do universo. • Os buracos negros primordiais são propostas teóricas. Eles teriam surgido no universo primordial, criados com o Big Bang a partir de flutuações na densidade da matéria. Esses buracos negros poderiam ter tamanhos subatômicos. Propostas mais recentes apontam que, se uma parcela deles não tiver evaporado, podem ser uma componente da misteriosa matéria escura. • Os buracos negros estelares são os mais comuns e resultam dos estágios finais da vida de estrelas.
Formação de um buraco negro estelar
Entretanto, contrariando parte dessa teoria, Stephen Hawking, um dos maiores
físicos teóricos da humanidade, propôs que, se alguns aspectos quânticos da física dos buracos negros perto do horizonte dos eventos forem levados em conta, haverá exceções no que concerne a atração total de tudo que se aproxima de um buraco negro. O físico chegou a este resultado aplicando os métodos da teoria quântica de campos em espaços curvos na região próxima ao horizonte dos eventos, Hawking mostrou que um buraco negro emite radiação. Espaço curvo
Radiação
Horizonte de eventos
Tudo começou quando, os cálculos de Stephen Hawking sugeriam que buracos
negros não consumiam mesmo tudo o que encontravam pelo caminho, mas que havia uma parte da radiação que era emitida, a chamada radiação Hawking, que envolve efeitos quânticos, gravitacionais e termo-estatísticos, o responsável por esse fenômeno é o vácuo. Em mecânica quântica, o vácuo não é inerte, mas, graças ao princípio da incerteza, constitui um verdadeiro frenesi de energia, caracterizado pelas chamadas flutuações quânticas. Tais flutuações geram pares de partículas- antipartículas (sendo um com carga positiva e outra negativa) ditas “virtuais” por não serem observáveis, elas se aniquilam tão rapidamente ao se encontrarem, que não podem ser observadas por nenhum detector. Contudo, nas proximidades do horizonte de eventos (fronteira teórica ao redor do buraco negro, que caracteriza seu limite), o intenso campo gravitacional perturba o vácuo, fazendo com que pares virtuais sejam separados impedindo a aniquilação mútua e atraindo uma das partículas do par para o seu interior (a negativa) enquanto a outra (positiva), sem seu parceiro virtual e com a energia fornecida pelo campo gravitacional, transforma-se em uma partícula real, assim, um observador distante veria radiação vindo da direção do buraco.
A partícula absorvida tem energia negativa e subtrai energia na forma de massa
do buraco negro, enquanto a partícula que escapou torna-se radiação Hawking. Só com isso, com tempo suficiente (muito mais do que a idade do universo), um buraco negro poderia evaporar completamente. E mais: essa radiação seria térmica, como aquela emitida por um corpo aquecido (carvão em brasa, por exemplo). Isso levou o físico teórico ao pressuposto de que os buracos negros “não são tão negros assim”, pois, em vez de objetos completamente escuros, pareceriam ter a tonalidade cinza, por assim dizer.