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28/06/2022 10:07 UNINTER

FUNDAMENTOS DE
ASTRONOMIA
AULA 5

 
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28/06/2022 10:07 UNINTER

Profª Sophia Feld

CONVERSA INICIAL

O ser humano sempre se indagou sobre seu destaque em


relação ao universo. Para entendê-lo,

inicialmente apelou às divindades, à


mitologia e às lendas, às mais diversas cosmogonias, únicas de

cada povo. Os
gregos antigos apresentaram ao mundo a primeira tentativa de entender nosso
mundo sem recorrer às explicações sobrenaturais. Surgia aí a primeira cosmologia,
o começo de

nosso entendimento sobre o universo.

Uma vez percebidas as grandes distâncias envolvidas,


uma das primeiras perguntas que o ser

humano concebeu entre os séculos XV e XIX


sobre o universo é: se é infinito, há infinitas estrelas,

então por que vemos o


céu escuro? Diversas mentes se debruçaram sobre essa questão, que ficou

conhecida como o Paradoxo de Olbers, e só há uma solução: o universo não é


infinito e teve um

começo.

As primeiras evidências de um universo que teve um


começo vieram com os estudos de Hubble,

que já havia percebido que, quanto mais


longe uma galáxia se encontra da Terra, maior é sua

velocidade de afastamento.
Quase todas as galáxias estão se afastando da Terra e as mais longes

estão se
afastando mais rápido. Isso indica uma expansão do próprio universo, como uma
bexiga

sendo inflada. Se retrocedermos na história, em um determinado momento o


volume do universo era

tão pequeno quanto uma partícula subatômica, contendo


toda a sua matéria e energia. Então o

universo se expandiu, um Big Bang,


já afirmado por Friedmann e Lemaître com base nas equações de

Einstein da relatividade
geral.

A expansão do universo dependerá da quantidade de


matéria e energia contida nele. Se houver

muita matéria e energia, a gravidade


vence e a expansão parará para que universo encolha em uma
grande implosão, o Big
Crunch. Se o universo não contiver matéria e energia suficientes, a
expansão

permanecerá para sempre. Os dados atuais já coletados indicam uma


expansão cada vez mais rápida.

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Porém, por meio da análise dos espectros emitidos


pelas galáxias, elas giram muito mais

rapidamente que a Teoria da Gravitação


Universal de Newton prevê. Portanto, deve haver,

permeando todo o universo, uma


matéria invisível, que não interage com outras matérias que

detectamos por meio


de suas emissões eletromagnéticas. Essa matéria pode ser tão abundante que
pode
representar 90% de toda matéria e energia do universo.

O objetivo geral desta aula é conhecer a formação e a


evolução do Universo. Os objetivos

específicos são:

Descrever mitos sobre


a criação do Cosmos e entender a passagem do mito para a ciência;

Relacionar a escuridão
da noite as ideias de Universo finito e infinito;

Explicar a expansão do
Universo pela densidade crítica;

Descrever os pilares
da Teoria do Big Bang;

Explicar matéria
escura pelo movimento de estrelas e galáxias.

TEMA 1 – COSMOGONIAS E COSMOLOGIA

vendo com nossos olhos os primeiros


entendimentos dos povos antigos sobre o universo,

podem parecer ingênuos, mas o


grau de sofisticação alcançada por eles é grande, mesmo recorrendo

às divindades.
Quando se tenta entender o universo com divindades, mitos e lendas, tem-se uma

cosmogonia (Pietrocola et al., 2016).

Figura 1 – As grandes
pirâmides do Egito estão alinhadas de acordo com as Três Marias

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Fonte:
Tose/Shutterstock.

Os egípcios conheciam muito bem o céu dois milênios


antes da Era Comum, relacionando a

periodicidade das cheias do Nilo com os


eventos celestes. Porém, a cosmogonia egípcia era

fortemente influenciada por


aspectos divinos e espirituais. Geb suportava o universo em suas costas.

Shu,
apoiado em Geb, representava o ar e sustentava a deusa Nut, o próprio céu. Geb
colocava-se

sobre a água, e o Sol e a Lua percorriam o céu em dois barcos,


passavam sob a Terra e apareciam do

outro lado. Com esse modelo místico, os


egípcios sabiam prever as fases da Lua e até mesmo

eclipses. Conhecer o céu


significava conhecer os deuses (Pietrocola et al., 2016).

Os indígenas brasileiros também tinham suas


cosmogonias. Os Caiapós acreditavam que

habitavam uma região sem o Sol nem a


Lua, sem florestas nem peixes. Certo dia um índio foi caçar

um tatu e se
afastou muito de sua aldeia. À medida que se afastava, o tatu ficava cada vez
maior e,

em um determinado momento, o animal resolveu cavar um buraco, e o


indígena decidiu seguir o

túnel. Ficou surpreso quando percebeu que o túnel


tinha uma saída para um mundo repleto de luz,

florestas, pássaros e borboletas.


Deslumbrado, o índio ficou decepcionado ao perceber que o Sol fora

embora, mas
logo se alegrou ao ver a Lua surgir. O índio voltou à sua aldeia, contou-lhes
as coisas

maravilhosas que tinha visto e convenceu a todos a caçar um tatu para


que eles mesmos pudessem

deslumbrar do paraíso descoberto (Pietrocola et al.,


2016).

Figura 2 – As
constelações gregas, ainda utilizadas atualmente

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Fonte: Shooarts/Shutterstock.

As cosmogonias se tornaram a cosmologia moderna quando


as observações de fenômenos

celestes e suas descrições passaram a ocorrer sem a


necessidade de divindades, durante a era

dourada da Grécia Antiga. Foi em busca


de uma explicação racional do universo que surgiram os

modelos geocêntricos
culminados em Ptolomeu e o modelo heliocêntrico reavivado por Copérnico.

Hoje,
não mais consideramos o Sol como o centro do universo, mas uma simples estrela
em uma

galáxia espiral enorme, a Via Láctea, que é apenas uma em outros bilhões
de galáxias. A base aceita

para o nascimento e a evolução do universo é a Teoria


do Big Bang, que possui alicerces muitos

fortes baseados na observação de


variados fenômenos celestes (Pietrocola et al., 2016).

TEMA 2 – PARADOXO DE OLBERS

Uma das conclusões mais óbvias que podemos fazer ao


observar o céu noturno é que ele é

escuro. O que parece inquestionável começou


a ser debatido por Kepler quando Galileu percebeu

que a Via Láctea era um


enxame de estrelas: por que o céu é escuro, já que há incontáveis estrelas no
universo? Anos mais tarde Edmond Halley fez a mesma questão, que ficou
conhecida como o

Paradoxo de Olbers quando, em 1826, Heinrich Wilhelm Mattäus


Olbers (1758-1840) também fez a

mesma pergunta (Singh, 2006).

O paradoxo consiste no seguinte raciocínio: se as


estrelas estão uniformemente distribuídas em

todo universo, considerado


infinito, fatalmente teremos que olhar para uma estrela, mesmo que ela

seja
distante, ao olhar para o céu noturno. Portanto, todo o céu estará coberto por
estrelas. Então,
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cada área do céu equivalente à área coberta pelo disco solar


emitirá a mesma quantidade de luz que

o próprio Sol ou ainda mais e a Terra


seria uma bola incandescente com tanta radiação (Singh, 2006).

Mas o céu é
escuro. Como resolver esse paradoxo?

Algumas hipóteses que contornam o paradoxo surgiram ao


longo da história (Singh, 2006):

Existe poeira
interestelar que atenua toda essa radiação;

A expansão do
universo, constatada pela Lei de Hubble, diluiria a radiação;

O universo teve um
começo em um único ponto.

As duas primeiras hipóteses foram refutadas: a poeira


interestelar, ao absorver a radiação,

esquentaria tanto que ficaria tão


incandescente quanto às próprias estrelas. A expansão do universo

de fato
diluiria a radiação, mas não a ponto de deixar o céu escuro. A terceira
hipótese se mantém
ainda hoje: não houve tempo hábil para que a luz das
estrelas alcançasse a Terra, já que a velocidade

da luz é finita. Combinado com


a expansão do universo, isso implica um universo finito. A própria
escuridão do céu noturno é prova de um universo que teve um começo (Singh,
2006).

De fato, considerando que o espaço médio de separação


entre uma estrela e outra seja de 1
parsec (~3,25 anos-luz), para que todo o
céu irradiasse como o disco solar, o universo teria que ter,

no mínimo, um raio
de 6600 trilhões de anos-luz, porém, considerando que a idade do universo é
estimada em 13,7 bilhões de anos, o raio do universo seria de 13,7 bilhões de
anos-luz
(desconsiderando outros efeitos de expansão do universo), valor muito
inferior ao necessário para

que todo o céu brilhasse devido às incontáveis


estrelas (Kepler; Saraiva, 2014).

TEMA 3 – EXPANSÃO DO UNIVERSO

Edwin Hubble demonstrou em 1929 que, quanto mais


distante da Terra uma galáxia, maior será
o desvio para o vermelho de seu
espectro luminoso e, consequentemente, maior será sua velocidade

de
afastamento. Hubble ainda deduziu que a velocidade de afastamento de uma
galáxia e a sua
distância em relação à Terra são proporcionais, relação que
ficou conhecida como a Lei de Hubble.

Como quase todas as galáxias possuem em


seu espectro luminoso um desvio para o vermelho, então
quase todas as galáxias
estão se afastando da Terra, e Hubble trouxe evidências físicas de que o

universo está em expansão, ou seja, aumentando seu volume com o tempo,


já predito pelos físicos

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Alexander Alexandrovitch Friedmann (1888-1925) e


Georges-Henri Édouard Lemaître (1894-1966)
(Singh, 2006; Damineli, 2003).

Mesmo com as evidências de Hubble, muitos cientistas


ainda acreditavam na Teoria do Estado
Estacionário, ou seja, em um universo
similar em todas as direções e imutável no tempo. Para
conciliar essa teoria
com a expansão observada do universo, novas porções de matéria deveriam ser

criadas o tempo todo para manter a densidade do universo constante. A Teoria do


Big Bang, já
proposta por Friedmann e por Lemaître na década de 1920,
ficou em segundo plano. Sir Fred Boyle

(1915-2001), um dos criadores da


Teoria do Estado Estacionário, cunhou o nome Big Bang tentando
satirizar
o modelo que prevê que o universo tem um nascimento com um volume infinitesimal
(Singh,

2006).

Quanto ao destino do universo, levando-se em


consideração a expansão do universo, há duas

possibilidades (Singh, 2006):

A expansão continuará
para sempre;
A expansão parará e o
universo começará a se contrair devido à gravidade e implodir em um

evento chamado
Big Crunch.

Com as observações até então realizadas, a primeira


opção parece ser plausível. Para haver o Big
Crunch, deve haver pelo
menos 5 átomos de hidrogênio para cada centímetro cúbico do universo.

Mas a
densidade observada é de 0,05 átomos de hidrogênio para cada centímetro cúbico
(Singh,
2006).

Arno Allan Penzias (1933-) e Robert Woodrow Wilson


(1936-) descobriram, ao mapear as
radiofrequências do céu, que essas
radiofrequências eram praticamente imutáveis em qualquer

direção. Descobriram a
radiação cósmica de fundo, que suporta grandemente a Teoria do Big Bang:
a
radiação cósmica de fundo seria o resíduo “luminoso” da grande expansão que
ocorreu no início do
universo (Singh, 2006).

TEMA 4 – BIG BANG

Como as galáxias estão se afastando uma das outras há


13,7 bilhões de anos, presume-se que,

no início do universo, elas estavam todas


juntas. Indo mais além, toda a matéria e energia do
universo estavam
concentradas em um único ponto. Essa é a base a Teoria do Big Bang. A
expansão

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criou também o espaço e o tempo. Não faz sentido falar de espaço e


tempo antes do Big Bang

porque não faz sentido falar de algo existente


antes do Big Bang (Singh, 2006).

Figura 3 –
Representação esquemática do Big Bang e da evolução do universo

Fonte: Andrea
Danti/Shutterstock.

Friedmann e Lemaître, usando soluções advindas da


Teoria da Relatividade Geral de Einstein,
foram os primeiros a cogitar um
universo que teve um início violento em uma singularidade e são

considerados os
pais da cosmologia moderna. As soluções da Teoria da Relatividade Geral são
classificadas em três tipos (Singh, 2006):

Se a densidade de
matéria for suficientemente grande, o universo é fechado e a expansão será

revertida. Nesse caso, se uma nave espacial percorre em linha reta em qualquer
direção, voltará
ao ponto de partida;

Se a densidade de
matéria for suficientemente pequena, o universo é aberto e a expansão
continuará para sempre. Nesse caso, a nave nunca mais retornará ao ponto de
partida;

Se a densidade de
matéria for exata para que o universo se equilibre entre fechado e aberto, o
universo será plano. A expansão continuará, mas por um tempo finito, embora não
haja

contração. Uma nave espacial também nunca retornaria ao seu ponto de


partida. No universo
plano a geometria euclidiana é observada com exatidão.

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As observações condizem com um universo plano, embora


tenha se notado que a expansão do
universo é acelerada, isto é, a expansão está
ficando cada vez mais rápida. Utilizando a Lei de Hubble,

combinada com outros


resultados, prevê-se que a idade do universo seja igual a 13,7 bilhões de
anos.
Tem-se que considerar que a radiação cósmica de fundo indica uma idade
ligeiramente menor,

cerca de 300 000 anos a menos. Isso se deve ao fato de a


agitação térmica no início do universo ser
tão grande que não permitia a combinação
de núcleos de hidrogênio e hélio com seus elétrons.
Nesse estado da matéria,
plasma, a matéria produz luz própria e não é transparente. Torna-se

transparente apenas quando a expansão permite o resfriamento da matéria,


permitindo a
combinação dos núcleos com os elétrons, formando hidrogênio e
hélio neutros e transparentes

(Singh, 2006).

TEMA 5 – A MATÉRIA ESCURA

Ao se analisar o espetro de uma galáxia individual,


nota-se que, em uma de suas bordas, há um
sutil desvio para o azul e, na outra,
um sutil desvio para o vermelho. Isso indica que a galáxia está em

rotação.
Porém, a velocidade de rotação da maior parte das galáxias é maior do que a
Teoria da
Gravitação Universal de Newton supõe: parece haver mais massa nas
galáxias do que realmente é

observado. Não foi frutífero as tentativas de se


observar a matéria faltante em todas as faixas do
espectro visível e não
visível, nem de maneira indireta. A massa faltante parece não interagir com a

matéria visível pelas formas convencionais, apenas pela gravidade. Como essa
matéria faltante não
emite nenhum espectro luminoso, foi-lhe dada o nome de
matéria escura (Singh, 2006; Schneider,

2006).

A proporção da matéria escura em relação à matéria


luminosa (a matéria que é possível
observar) é extraordinária e as primeiras
estimativas já estipulavam dez vezes mais matéria escura do

que matéria
luminosa. Também se supõe a presença de matéria escura nos aglomerados de
galáxias:
não há matéria luminosa o suficiente para que as galáxias no aglomerado
de Virgem se mantenham

coesas. É necessário que haja matéria escura para que o


aglomerado fique gravitacionalmente ligado
(Schneider, 2006).

A hipótese da matéria escura tem importantes


implicações na Teoria do Big Bang. Mas a

natureza da matéria escura


continua sendo um enigma. Talvez seja matéria bariônica (prótons e
nêutrons)
que não estejam ligados a nenhuma estrela, nuvens gasosas ou poeira
interestelar. Poderia

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ser também buracos negros pequenos ou médios, espalhados


por todo o universo e não interagindo

diretamente com nuvens de gás: nesses


casos, os buracos negros são basicamente invisíveis. Há a
possibilidade de ser
anãs marrons, anãs brancas que já irradiaram praticamente toda sua energia
residual ou corpos de tamanhos de planetas que não estão ligados a nenhuma
estrela. Porém, pela

análise de microlentes gravitacionais observadas na Via


Láctea, a massa de buracos negros invisíveis
ou anãs marrons não passa de 2% de
toda a massa da galáxia, já a matéria escura representa

praticamente 90% de
toda a massa. A matéria escura deve ser, portanto, constituída de matéria não
bariônica, partículas exóticas que ainda não foram detectadas em laboratório na
Terra, como

monopolos magnéticos ou áxions (Schneider, 2006).

NA PRÁTICA

A Teoria do Big Bang é a teoria científica mais


aceita sobre a criação e a evolução do universo,
porém ela possui uma vasta
gama de ideias abstratas que muitas vezes devem se tornar mais

dinâmicas na
aprendizagem. Tem-se que ter em mente que o conceito popular e o conceito
científico
do Big Bang podem divergir. Por exemplo, apesar do nome, não
foi uma grande explosão, no sentido

comum da palavra, mas uma grande expansão


do espaço-tempo que anteriormente não existia.

Dois experimentos práticos e simples podem ser


desenvolvidos para dar mais dinâmica ao
processo de aprendizagem da teoria. O
primeiro deles diz respeito de como a matéria e energia são

distribuídas por
todo o universo com sua expansão. Para isso, consiga duas bexigas, uma bomba de
encher pneu de bicicleta e faça várias bolinhas de papel. Não esqueça de
canetinhas de ponta

espessa. Coloque as bolinhas de papel dentro de uma bexiga.


Certifique-se que sejam pequenas.
Infle a bexiga com a bomba até que ela estoure.
Na explosão, que simula uma expansão rápida,

perceba que as bolinhas, que podem


ser interpretadas como matéria e energia do universo, se
espalha em todas as
direções. Da mesma forma há galáxias e aglomerados de galáxias em todas as

direções do universo.

Na outra bexiga desenhe bolinhas e manchinhas por toda


a superfície. Tente variar os tamanhos
das bolinhas e das manchas, inclusive a
distância entre elas. Infle a bexiga com a bomba e escolha

uma bolinha ou
manchinha qualquer: será a sua referência. Infle a bexiga gradativamente e
perceba
que as bolinhas e manchinhas vizinhas, embora se afastem da referência,
não se afastam com muita

rapidez. Agora perceba que as bolinhas e manchinhas


mais distantes se afastam mais rapidamente de

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sua referência. Na expansão do


universo, as galáxias mais próximas se afastam da Via Láctea com

menor
velocidade, ao passo que as mais distantes se afastam mais rapidamente. Aquelas
galáxias
que estão a mais de dez bilhões de anos-luz da Terra se afastam com
velocidades comparáveis com a

velocidade da luz.

FINALIZANDO

Por muito tempo a humanidade tentou entender seu papel


no universo criando mitos e lendas,
as cosmogonias. A primeira cosmologia foi
realizada pelos gregos antigos usando explicações

racionais, sem divindades e com


modelos planetários, como o modelo geocêntrico de Ptolomeu. A
cosmologia moderna
surgiu quando se tornou ciência, com base em experimentos e observações.

Vieram questões sobre finitude ou infinitude do


universo. Olbers fez-se a pergunta: se o universo

é infinito e há estrelas
infinitas no universo, por que percebemos o céu noturno escuro? A resposta é
afirmar que o universo era finito e teve um começo. Ao perceber que as galáxias
estão se afastando

uma das outras, Hubble apresentou a primeira evidência de um


universo em expansão. Se o universo
cresce como uma bexiga, então em seu começo
o universo ocupava um volume desprezível e se

expandiu muito rapidamente, no


que ficou conhecido como o Big Bang (a grande explosão).
Friedmann e
Lemaître previram esse cenário com a Teoria da Relatividade Geral de Einstein.
Mas a

hipótese do Big Bang demorou para encontrar consenso científico,


mas que ficou mais sólido com a

descoberta da radiação cósmica de fundo, um


remanescente do lampejo que emanou dessa imensa
expansão.

REFERÊNCIAS

DAMINELI, A. Hubble: a expansão do universo.


São Paulo: Odysseus, 2003.

KEPLER, S. O.; SARAIVA M. F. O. Astronomia


e astrofísica. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2014.

PIETROCOLA, M., et al. Física em contextos.


São Paulo: Editora do Brasil, 2016.

SCHNEIDER, P. Extragalactic astronomy


and cosmology: an introduction. Berlin: Springer,
2006.

SINGH, S. Big Bang. São Paulo: Record,


2006.

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