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"Os devas ouvem o soar da palavra.

Sacrificam-se, e de sua própria substância


constroem a forma desejada. Retiram de si mesmos a vida e o material e entregam-se
ao divino impulso"
Um Tratado sobre o Fogo Cósmico, p. 1196-1207.

TABULAÇÃO III

I - ENERGIA DINÂMICA Fogo Elétrico

Câncer
1 - Sirius Saturno 5ª Hierarquia Criadora
Capricórnio (8ª) Desconhecida
A Cruz Cardinal

Áries
2 - Ursa Maior Sol (ocultando Vulcano) 2ª Hierarquia Criadora
Libra (11ª) Desconhecida
A Cruz Cardinal

Gêmeos
3 - Plêiades Mercúrio 4ª Hierarquia Criadora
Sagitário (9ª) Desconhecida
A Cruz Mutável

As energias citadas acima entram em ação - no que diz respeito ao homem - durante
as iniciações maiores e no Caminho da Iniciação.

II- ENERGIA MAGNÉTICA Fogo Solar

Touro
4 - Os 7 sistemas solares Marte 3ª Hierarquia Criadora
Escorpião (10ª) Hierarquia Criadora

As energias acima entram em atividade - no que diz respeito ao homem - durante o


treinamento como discípulo e no Caminho do Discipulado.
Nota: Não estão revelados os signos do zodíaco através dos quais a 12ª Hierarquia faz
jorrar a sua energia.
Antes de continuar com a análise das tabulações e mostrar as inter-relações existentes
neste particular ciclo zodiacal entre os doze signos do zodíaco e os doze planetas, há certas
coisas que gostaria de destacar aqui em conexão com estas constelações zodiacais. São
generalizações, mas delas pode-se deduzir o que é especifico e particular.
Em primeiro lugar, indicaria que os doze planetas governando as doze casas, referem-
se primordialmente ao plano físico de expressão do homem, e afetam potencialmente o
aspecto personalidade; sua influência, mais as condições carmicamente herdadas,
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produzem os estados ambientais e as circunstâncias que dão oportunidade para o
desenvolvimento e eventualmente, o controle do lado forma da vida.
Em segundo lugar, as doze constelações dizem respeito primordialmente à
estimulação da alma dentro da forma, produzindo atividade subjetiva, a qual, por sua vez,
provoca mudanças na expressão exterior, através da fusão da energia da constelação com a
energia dos planetas. O efeito produzido tem duas etapas:
1 - Na primeira etapa o signo solar domina o homem e ele gradualmente se ajusta
para responder à alma. Suas possibilidades latentes para esta vida são desenvolvidas. O
efeito do signo solar é às vezes chamado
2 - Na segunda etapa há uma crescente resposta às energias ocultas pelo signo
ascendente, as quais evocam o inesperado e produzem aceleração do processo
evolucionário e o desenvolvimento da vida interior. O signo ascendente é denominado, em
linguagem esotérica, "o Sol da Possibilidade".
Por meio do efeito da energia que flui dos signos zodiacais o homem é preparado para
a "crise de orientação", quando ele lenta e gradualmente Inverte a sua marcha na roda da
vida e começa conscientemente a viajar de volta à sua fonte. O homem caminha de Áries a
Peixes, via Touro, Escorpião e Capricórnio, em vez de mover-se de Áries a Touro, via
Sagitário, Leão e Câncer. A triplicidade das constelações mencionadas nestas duas grandes
rotas ao redor do zodíaco tem um efeito definido e marcante e são chamados "os signos de
suprema influência". Durante este processo, o principio mental - a mente discriminadora - é
desenvolvida, e nesta conexão especifica (não numa conexão geral) a ênfase recai sobre a
influência de Áries, Gêmeos e Libra. Sob essa influência o homem aprende a vencer o
desejo através do experimento e experiência de cada tipo de desejo e impulso egoísta.
Assim, gradualmente, e com infinito sofrimento, a alma humana aprende a atuar primeiro
como membro da família humana e, depois, como uma entidade, a alma divina.
Diante do que disse acima, vocês verão que certas posições tomadas pelo astrólogo
esotérico invertem a posição da astrologia ortodoxa atual. A razão para tal é que as ideias,
quando descem do plano das ideias, "invertem-se" no plano astral e ficam sujeitas à grande
ilusão. A astrologia tem que finalmente libertar-se desta inversão.
Uma compreensão correta do efeito das várias energias e forças tornará aparente que,
quando as forças condicionadoras planetárias, em expansão do signo solar, as energias
impulsoras do signo ascendente estiverem todas sendo controladas e dirigidas pelo homem
espiritual iluminado, vocês terão então uma alma às portas da liberação.
Eventualmente as energias das doze constelações e - numa etapa final de experiência
e desenvolvimento - das três grandes constelações que condicionam o Logos solar são
mescladas com as energias inatas dos sete raios ou dos sete Logoi planetários. Isto marca
um ponto de perfeição. Estas energias exteriores (refiro-me aqui às energias das
constelações maiores) são retransmitidas à Terra via os sete planetas sagrados e os cinco
planetas não-sagrados, e quando há a completa fusão das energias relacionadas e,
portanto, plena expressão, um grande período mundial chega ao fim. Por muito tempo
durante este ciclo de reencarnações e períodos de manifestação, o ser humano é
condicionado quase que inteiramente pela atividade dos planetas não-sagrados, que, como
se sabe, são cinco:
O Sol (velando um planeta)
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A Lua (velando um planeta)
A própria Terra
Marte
Plutão
O homem - simbolicamente falando - é a "estrela de cinco pontas, e nos pontos
flamejantes, jorram as forças do homem e sobre cada ponto ígneo aparece um centro de
recepção". É claro que esta é uma descrição pictórica, mas o significado é evidente.
Contudo, à proporção que o homem se aproxima do Caminho do Discipulado, a influência
dos planetas sagrados cresce gradativamente, até que depois da quinta e última iniciação,
os planetas não sagrados não têm efeito algum - embora o iniciado maneje potentemente
essas energias quando elas fluem para os seus veículos de recepção através deles, pois
todas as três atividades e propósitos têm que ser observados.
As energias das doze constelações fundem-se com os dos doze planetas, porém seu
poder para evocar resposta e para ser conscientemente recebida, reconhecida e utilizada,
depende inteiramente do tipo de mecanismo de resposta da Vida planetária e do homem
individual. Diz-se acertadamente que a consciência depende do ponto de desenvolvimento
dos veículos de consciência e da habilidade do indivíduo em identificar-se com as energias e
impulsos que os alcançam, e não depende somente daquilo que já é uma parte ou aspecto
reconhecido de si mesmo. Deve-se dizer que a resposta às mais elevadas realidades e
qualidades reveladas tornadas possíveis pelo impacto da energia dos signos zodiacais,
depende, até um certo ponto, do desvanecimento da influência que os planeta exercem
sobre o aspecto consciência do homem. Meditem sobre isto, porque isto encerra uma
profunda verdade esotérica.
Assim, duas potentes correntes de energia - cósmica e sistêmica - chegam ao homem
via os centros planetários condicionadores de força (os sete esquemas planetários no
sistema solar e seus sete centros correspondentes no planeta no qual vivemos) e jorram
para as simbólicas "doze casas" por seu intermédio. É por esta razão que se diz que o nosso
sistema solar é um sistema de "dualidade intrínseca" (amor-sabedoria) e que principal
tarefa do homem é a "regularização dos pares de opostos". O tema da dualidade, portanto,
percorre toda a história da evolução do homem, e nos três planos do desenvolvimento
humano a reconciliação avança.
1 - No plano físico, temos a fusão das forças físicas e etéricas. Isto é consumado no
Caminho da Purificação.
2 - No plano astral tem que efetuar-se a resolução dos pares de opostos. Isto é
consumado no Caminho do Discipulado.
3 - No plano mental o Anjo da Presença e o Morador do Umbral encontram, face a
face. Sua síntese é produzida no Caminho da Iniciação.
A este respeito, o que é verdade para o homem, é também verdade para a
humanidade como um todo, para o Logos planetário da Terra, para lodos os Logoi
planetários, e para o Logos solar. A analogia entre a fusão dos pares de opostos, por
exemplo, no plano físico pode ser vista na fusão consciente e direcionada das forças
planetárias com a energia de qualquer planeta específico ou grupo de planetas. A analogia,
que envolve a discriminação para regularizar e contrabalançar a força dos pares de opostos
no plano astral, pode ser vista quando as energias do signo solar e dos planetas são
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perfeitamente direcionadas e ajustadas. A analogia pode também ser estendida ao plano
mental, e quando a energia do signo solar e a do signo ascendente são coerentemente
fundidas e expressas (no caso tanto do indivíduo quanto de uma Vida planetária), chega um
momento de crise quando a alma e a personalidade se encontram face a face. O Anjo da
Presença, distribuindo o fogo solar e mantendo enfocado o fogo elétrico, e o Morador do
Umbral, expressando e utilizando o fogo por fricção, conhecem-se um ao outro "com
íntimo conhecimento oculto":Então, abre-se de par em par a porta através da qual a vida e
a luz das três constelações maiores passam a estar ocultamente disponíveis ao iniciado -
após a terceira Iniciação - seja ele um ser humano liberado ou um Logos planetário.
Quando os astrólogos compreenderem o verdadeiro significado da constelação
Gêmeos e das forças duais que fluem deste signo ("as forças em conflito", como são às
vezes chamadas ou "irmãos em luta") e embatem sobre a nossa vida planetária, então se
conhecerá o verdadeiro método de resolver as dualidades.
É interessante notar também que sete dos símbolos que expressam os doze signos do
zodíaco são de natureza dual, e deles podemos deduzir a dualidade:
1 - Os dois chifres do Carneiro em Áries.
2 - Os dois chifres do Touro em Taurus.
3 - As figuras dos Gêmeos em Gemini.
4 - As duas garras do Caranguejo em Câncer.
5 - Os dois pratos da Balança em Libra.
6 - As duas Linhas Paralelas de força em Aquário.
7 - Os dois Peixes em Piscis.
Estas sete constelações estão, pois, estreitamente relacionadas com seis dos sete
planetas sagrados e com um dos planetas não-sagrados. Há dois signos representados por
uma figura apenas e que não têm significado de dualidade. São eles:
8 - O símbolo de Leo, que é simplesmente a cauda de Leão.
9 - A flecha que simboliza Sagitário.
Elas incorporam a ideia de separação isolada e do desejo uni-direcionado. Dois signos
são definitivamente tríplices na construção, e isto tem um significado claro para o
esoterista.
10 - Virgem é um símbolo tríplice.
11 - Escorpião é também um símbolo tríplice, muito parecido com o símbolo de
Virgem.
Estes dois signos são cruciais na experiência do ser humano, uma vez que indicam a
função da forma tríplice e a liberação do homem aprisionado na forma, através de testes
em Escorpião, quando ele prova a si mesmo e ao mundo, a realidade daquilo que está
velado ou oculto por Virgem.
12 - O símbolo do signo de Capricórnio é muito misterioso. Ele esconde o mistério dos
Crocodilos, ou Makara. Está construído, deliberadamente, de modo impreciso e enganador,
e deve ser visto como um mistério e, portanto, indefinido.
Estes signos e suas relações com os planetas sagrados e não-sagrados, serão
estudados mais tarde.
Em resumo: o homem terá, pois, que ser estudado como uma entidade tríplice, um
indivíduo composto, expressando (nos três mundos):
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a - A alma espiritual, refletindo a Mônada.
b - A alma humana, refletindo a alma divina.
c - A natureza-forma que deve ser a que revela as duas superiores.
Três Hierarquias Criadoras condicionam o homem em encarnação, a 4ª (ou 9ª) a 5ª (ou
10ª) e a 6ª (ou 11ª). Em colaboração, elas criam o homem e, ao mesmo tempo, constituem o
seu campo de expressão. Consequentemente, o homem é uma mescla de fogo elétrico,
sendo uma Chama divina, finalmente responde às influências das três maiores forças
controladoras; ele é também fogo solar, sendo um Anjo solar em manifestação. Ele, então,
responde de forma crescente às influências doze constelações. Ele é, igualmente, fogo por
fricção e está sujeito influência dos planetas. A seguinte tabulação talvez esclareça isto
melhor:
I - Fogo Elétrico - Caminho da Iniciação 4ª Hierarquia; completa expressão da alma;
vida monádica.
Meta: Identificação com a Mônada.
Produz a resposta às três constelações.
II - Fogo Solar- Caminho do Discipulado 5ª Hierarquia; plena experiência da vida; vida
da alma.
Meta: Identificação com a Alma.
Produz a resposta às doze constelações zodiacais.
III - Fogo por Fricção - Caminho da Evolução 6ª Hierarquia; experimento da vida; vida
humana.
Meta: Identificação com a Personalidade.
Produz a resposta às influências planetárias.

3.A Grande Roda e o Desenvolvimento Espiritual

Antes de dar-lhes o gráfico restante que trata das constelações como condutores da
energia cósmica ou como transmissores de sua própria energia, gostaria de observar que
muito do que direi estará baseado sobre:
1 - A roda da vida e o caminho do homem enquanto ele passa través dos signos,
segundo o modo reconhecido pela astrologia ortodoxa. Ele, assim como os planetas,
aparentemente retrocede através dos signos parece passar pelas constelações de Áries e
Touro; porém tudo isto é parte da Grande Ilusão.
2 - A roda da vida e o caminho do homem, a alma divina ou espiritual, o passar através
dos signos do zodíaco, segundo o modo estudado pelo astrólogo esotérico. Este é o
Caminho da Realidade, enquanto o outro é o Caminho da Ilusão. Este leva o discípulo ao
redor do caminho partindo do início em Áries à consumação em Peixes.
O método atual baseia-se na verdade temporária de que o homem comum está sujeito
à natureza ilusória da manifestação e que "assim como pensa, assim ele é". Quando,
porém, ele se torna Hércules, o Deus do Sol (ou o Anjo Solar), ele começa a reverter o
processo (mais uma vez apenas aparentemente) e uma definida reorientação tem lugar. Os
Mestres do lado interno, por conseguinte, estudam o horóscopo somente em sua relação
com as três entidades seguintes:
1 - O horóscopo do próprio planeta como expressão de vida do Logos planetário. Isto
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envolve o estudo do horóscopo do espírito do planeta assim como da vida que lhe dá a
forma e suas mútuas relações e interações. O espírito da Terra é para o Logos planetário da
Terra, por exemplo, o que a personalidade (ou a natureza da forma) é para a alma do
homem. Os dois horóscopos são superpostos e o "padrão planetário" então emerge.
2 - O horóscopo da família humana, o quarto reino da natureza, visto como uma
entidade, o que essencialmente ela é. Isto é, na realidade, o estudo de dois horóscopos, tal
como no caso acima; o horóscopo do reino das almas, dos divinos filhos de Deus no plano
mental, e o estudo da entidade que é a vida coerente do lado forma do quarto reino na
natureza. Novamente isto é feito pela superposição de dois diagramas, os quais são
desenhados numa grande escala, sobre um material transparente, do qual a humanidade
nada sabe. Sobre estes diagramas observa-se o desenho que emerge quando "a alma e a
personalidade se encontram" e as condições presentes, os possíveis desenvolvimentos e
relacionamentos, e o futuro objetivo imediato aparecem com clareza.
3 - O horóscopo dos discípulos. Os Mestres não estudam o horóscopo do homem
comum não-desenvolvido, pois isso não traria proveito algum. Novamente isto envolve o
estudo de dois horóscopos do discípulo sob inspeção - um da alma e outro da
personalidade. Mais uma vez é usado o processo de superposição. Em um horóscopo, a
nova orientação e a reorganizada vida interior embrionária serão observadas e estudadas, e
no outro, a vida exterior e sua conformidade ou não-conformidade às condições internas
será o alvo de nossa atenção. Assim o desenho da vida emergirá, as possibilidades serão
indicadas, os problemas desaparecerão, e o passo seguinte imediato será claramente
mostrado.
Assim, mais uma vez se torna aparente a que ponto o "princípio da dualidade" a tudo
permeia. É um dualismo que se desloca para onde a ênfase for exercida, mas este dualismo
está sempre presente até a última e final iniciação - presente nos posteriores estágios do
processo evolucionário, no ajustamento das relações da forma, porém não presente
consciência do discípulo de grau avançado. Este ponto é da maior importância e deve ser
bem assimilado.
Um terceiro ponto deve ser mencionado em continuação aos dois acima. Uma grande
parte de nosso estudo será ocupada pela relação entre as seis constelações na parte
superior da roda zodiacal e as seis na parte inferior; estudaremos a energia que um ser
humano é (observem esta fraseologia) quando caminha, no sentido do relógio, de Áries
para Touro e depois - revertendo o processo - de Áries para Peixes. Estudaremos as
dualidades que cada constelação e a que lhe é oposta nos apresentam, e portanto, as
grandes qualidades que uma e outra nos proporcionam. Trataremos destes pontos da
maneira seguinte:
1 - Do ponto de vista do início em Áries até que o homem - através de muitas voltas da
roda da vida - alcança o ponto de reversão e reorientação. O homem progride a partir do
ponto onde, em Câncer, ele forma parte da massa, com consciência de massa, incipiente e
desfocalizada, e sem reconhecer objetivo algum (exceto a satisfação do desejo instintivo)
até que em Escorpião ele se torna o discípulo triunfante, depois de ter encontrado a si
mesmo em Leão. Sobrevém, então, a Crise de Reorientação, que pode levar um longo
tempo e constitui um interlúdio de muitas vidas de luta.
2 - Do ponto de vista do homem no caminho probatório, em busca da luz, lutando
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através dos signos (como expresso no Velho Comentário ao considerar este ponto):
"Ele se volta da direita para a esquerda, e então, novamente, da esquerda para a
direita. Ele gira, às tontas, ao redor do eixo do desejo. Não sabe para onde ir ou o que
fazer. O céu torna-
A esta altura, o signo de Gêmeos começa, de forma potente, a desempenhar o seu
papel na vida do discípulo, com Sagitário gradativamente, "com sua flecha perfurando o
coração, e então, no voo da flecha, o homem alcança Capricórnio". Então, sobrevém a Crise
da Renúncia.
3 - Do ponto de vista do discípulo aceito e do iniciado que atravessa novamente o
Caminho do Sol e percebe que aquilo que ele próprio descobriu estar em Leão, encontra
sua culminância em Aquário. A consciência individual separatista transforma-se em
consciência grupal, em Aquário, e ele começa a compreender o significado dessa básica
combinação de signos, aquele "triângulo na consciência" da humanidade:

Câncer Leão Aquário


Consciência de massa Consciência individual Consciência grupal
Consciência instintiva Consciência inteligente Consciência intuitiva

Então, a partir do ponto alcançado em Capricórnio, ele trabalha durante várias vidas ao redor
do caminho zodiacal, descendo para o mar da consciência de massa para tornar-se aquilo que é
chamado nos livros antigos "o Caranguejo", aquele que limpa o oceano de matéria que flui ao redor
do homem, e finalmente se torna um ativo salvador mundial em Peixes. Ele desce até o mundo dos
homens para salvar a humanidade e para desenvolver o plano. Ele é, então, "o peixe que nada,
livremente, no oceano de matéria".
O iniciado terá de expressar sempre, em cada signo do zodíaco, a consumação e o fruto
espiritual da experiência adquirida em vidas anteriores, o experimento mundial e a conquista da
alma. O egoísmo terá sempre de ser transformado em serviço ativo e vital, e o desejo terá que
demonstrar sua transmutação em pureza de aspiração espiritual, para identificar-se com a vontade
de Deus.
Há um ou dois pontos que precisam ser elucidados para que vocês possam estudar tendo em
mente certas ideias claramente formuladas. Já as mencionei em alguns de meus livros anteriores,
mas seria proveitoso referir-me a elas novamente e expandi-Ias um pouco mais. Recordem-se
sempre delas quando lerem e estudarem.
Tenho frequentemente me referido ao fato que toda a ciência da astrologia está baseada
numa condição inexistente. Não tem base num fato material e, contudo, está eternamente baseada
na verdade. O zodíaco é, como bem sabem, o caminho imaginário que o Sol percorre nos céus.
Portanto, é grandemente uma ilusão, sob o ponto de vista exotérico; mas, ao mesmo tempo, as
constelações existem, e as correntes de energia que passam e repassam, se misturam e se
interligam por todo o corpo do espaço, não são, de forma alguma, ilusões, mas sim definidamente
expressam eternos relacionamentos. Foi o uso incorreto das várias energias que criou a ilusão. Este
caminho ilusório é hoje, por conseguinte, uma realidade, do mesmo modo que são reais as ilusões
da personalidade de qualquer indivíduo. Estas ilusões são fruto da polarização do individuo no
plano astral.
É também interessante observar a este respeito que - devido à precessão dos equinócios - um
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quarto tipo de força faz-se sentir sobre o planeta e o homem, uma força raramente reconhecida e à
qual não se dá a devida atenção no horóscopo. O mês e o signo, ou o lugar do Sol nos céus, não
coincidem realmente. Quando dizemos, por exemplo, que o Sol está isso transmite uma
verdade esotérica, porém não um fato exotérico. O Sol estava em Áries quando do inicio deste
grande ciclo, mas não está exatamente na mesma posição hoje quando "se encontra" naquele
signo.
Devemos lembrar também que assim como é necessário saber o momento e o local do
nascimento ao fazer o horóscopo de um individuo, assim também para chegar a uma compreensão
perfeitamente correta e deduções exatas em relação à constelação, os planetas e a Terra - verá
haver uma hora fixa na qual basear os cálculos. Esta hora fixa é ainda desconhecida da astrologia
exotérica. Embora a Hierarquia possua esta informação, ela só será divulgada no momento
oportuno. É o conhecimento desta informação interna que constitui a base das afirmativas que
tenho feito ou farei, e que parecem revolucionárias ao investigador ortodoxo. Tem que haver
constante retificação das primitivas conclusões humanidade e um dos exemplos mais evidentes é a
afirmativa encontrada na Bíblia de que a criação data de 4004 A.C. Isto é um erro reconhecido pela
ciência moderna, porém muita gente ainda acredita nisto.
Anteriormente insinuei que cálculo astrológico definido poderíamos nos basear para indicar o
tempo da "Grande Aproximação" da Hierarquia à nossa manifestação planetária quando se deu a
individualização e apareceu o quarto reino da natureza. Situei esse estupendo acontecimento há
21.688.345 anos. Naquele tempo o Sol estava em Leão. O processo então Iniciado no plano físico e
produzindo acontecimentos físicos externos levou aproximadamente 5.000 anos para amadurecer,
e o Sol estava em Gêmeos quando teve lugar a crise final da individualização e então foi fechada a
porta para o reino animal. Diz-se que Sagitário governa a evolução humana, uma vez que o Sol
estava neste signo quando a Hierarquia começou sua Aproximação com o intuito de estimular as
formas de vida no nosso planeta. Sagitário porém, governa o período da aproximação
subjetiva.
O Sol estava em Leão quando a individualização do plano físico teve lugar como resultado da
estimulação aplicada.
O Sol estava em Gêmeos quando esta Aproximação foi consumada pela fundação da
Hierarquia na Terra. Este é um dos grandes segredos que os Rituais Maçônicos tipificam, pois o
símbolo do signo Gêmeos é a origem do conceito dos dois pilares, tão familiares aos Maçons. Daí
podermos dizer que, simbolicamente falando:
1 - Leão governa o grau E ... A. ..
2 - Gêmeos governa o grau F ... C ...
3 - Sagitário governa o grau de M ... M ... até o episódio do surgimento do Mestre, e que
Capricórnio governa a parte final da cerimônia e a H ... R ... A ...
É sempre para o principiante que ainda não possui uma intuição desenvolvida e
treinada, reconciliar as aparentes discrepâncias e contradições que aparecem nos
ensinamentos da Sabedoria Eterna. Esta mesma dificuldade será encontrada na ciência da
astrologia, daí ser oportuno neste momento fazer algumas referências ao tema em
questão. Quero lembrar-lhes o truísmo ocultista que afirma que a interpretação e correta
compreensão estão baseadas no grau de desenvolvimento do indivíduo. H.P.B. comenta em
A Doutrina Secreta que para algumas pessoas o mais elevado princípio que podem
conscientemente perceber pode ser o mais inferior, para outras pessoas. As constelações e
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os planetas que as governam podem ter - e realmente têm - um determinado efeito sobre
as massas, outro sobre o indivíduo comum, e um terceiro efeito sobre o discípulo ou o
iniciado. Conforme as várias energias e forças circulem através do corpo etérico de nosso
sistema solar, sua recepção e efeito dependerão do estado dos centros planetários e do
ponto de desenvolvimento dos centros no homem individual. Por esta razão diferem, tão
largamente, diagramas e tabulações, e diferentes planetas aparecem como regentes das
constelações. Parece não haver uma regra fixa e isto deixa o estudante confuso. A
astrologia ortodoxa postula uma série de regras planetárias, as quais são corretas no que
diz respeito à massa da humanidade. Porém, o discípulo, que vive acima do diafragma,
responde a outra combinação de energias, e é com estas que principalmente me ocuparei.
Eis porque os três diagramas dados aqui parecem não coincidir. Eles foram elaborados para
expressar a situação em relação a três grupos:
1 - A massa de pessoas que se enquadram nas conclusões reconhecidas da astrologia
ortodoxa.
2 - Discípulos e indivíduos avançados, os quais se enquadram nas conclusões da
astrologia esotérica.
3 -As Hierarquias Criadoras, que proporcionam a situação reinante neste ciclo mundial.

TABULAÇÃO IV. A RELAÇÃO ASTROLÓGICA ORTODOXA


CONSTELAÇÕES E REGENTES PLANETÁRIOS
em relação ao homem comum

Constelação Regente Raio Relacionado a

1 - Áries Marte 6° Raio Escorpião Mesmo regente


2 - Touro Vênus 5° Raio Libra Mesmo regente
3 - Gêmeos Mercúrio 4° Raio Virgem Mesmo regente
4 - Câncer Lua 4° Raio nenhum
5 - Leão Sol 2° Raio nenhum
6 - Virgem Mercúrio 4° Raio Gêmeos Mesmo regente
7 - Libra Vênus 5° Raio Touro Mesmo regente
8 - Escorpião Marte 6° Raio Carneiro Mesmo regente
9 - Sagitário Júpiter 2° Raio Peixes Mesmo regente
10 - Capricórnio Saturno 3° Raio nenhum
11 - Aquário Urano 7° Raio nenhum
12 - Peixes Júpiter 2° Raio Sagitário Mesmo regente

a - Os planetas não-sagrados estão em itálico.


b - Aparecem todos os raios, exceto o 1°. Isto é interessante porque a massa move se
dentro do seu horóscopo e o aspecto vontade está latente, porém não expressado.

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TABULAÇÃO V. A RELAÇÃOASTROLÓGICA NÃO-ORTODOXA
CONSTELAÇÕES E REGENTES PLANETÁRIOS
em relação a discípulos e iniciados
NOTA: Em cartas relacionadas com o caminho, o progresso é de Áries para Peixes
através de Touro, etc.

Constelação Regente Raio Relacionado a

1 - Áries Mercúrio 4° Raio Virgem Mesmo raio


2 - Touro Vulcano 1° Raio Peixes Mesmo raio
3 - Gêmeos Vênus 5° Raio nenhum
4 - Câncer Netuno 6° Raio Escorpião Mesmo raio
5 - Leão Sol 2° Raio Aquário Mesmo raio
6 - Virgem Lua 4° Raio Áries Mesmo raio
7 - Libra Urano 7° Raio nenhum
8 - Escorpião Marte 6° Raio Câncer Mesmo raio
9 - Sagitário Terra 3° Raio Capricórnio Mesmo raio
10 - Capricórnio Saturno 3° Raio Sagitário Mesmo raio
11 - Aquário Júpiter 2° Raio Leão Mesmo raio
12 - Peixes Plutão 1° Raio Touro Mesmo raio

NOTA: Em conexão com discípulos e os signos zodiacais, Gêmeos e Libra são duas
constelações que - através de seus regentes - expressam a energia do 5° e 7° raios. Por
alguma razão oculta, não estão relacionados a nenhum dos outros signos.
A relação entre as demais constelações, através dos planetas que expressam os raios,
são as seguintes:
1 - Touro e Peixes, por intermédio de Vulcano e Plutão, estão relacionados com o 10
Raio. Transmutação do desejo em sacrifício, e da vontade humana em vontade divina.
O Salvador do Mundo.
2 - Leão e Aquário, por intermédio do Sol e Júpiter, relacionam-se com o 20 Raio.
Desenvolvimento da consciência individual em consciência mundial. O homem torna-se um
servidor do mundo.
O Servidor do Mundo.
3 - Sagitário e Capricórnio, por intermédio da Terra e Saturno, estão relacionados com
o 3° Raio. O discípulo uni-direcionado torna-se o iniciado.
O Iniciado.
4 - Áries e Virgem, por intermédio de Mercúrio e da Lua, relacionam-se com o 4° Raio.
Harmonização do cosmos e do indivíduo através do conflito, produzindo unidade e beleza.
As dores do parto do segundo nascimento.
O Cristo Cósmico e Individual.
5 - Câncer e Escorpião, por meio de Netuno e Marte, estão relacionados com o 6° Raio.
Transformação da consciência de massa na consciência inclusiva do discípulo.
O Discípulo Triunfante.
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Chamo a atenção para o fato de que na Tabulação IV, a relação é entre os planetas
regentes, enquanto que na Tabulação V a ênfase recai nos raios condicionantes.

TABULAÇÃO VI. REGENTES PLANETÁRIOS EM 3 TABULAÇÕES

Constelação Ortodoxo Discípulo Hierarquia

1 - Áries Marte Mercúrio Urano


2 - Touro Vênus Vulcano Vulcano
3 - Gêmeos Mercúrio Vênus A Terra
4 - Câncer A Lua Netuno Netuno
5 - Leão O Sol O Sol O Sol
6 - Virgem Mercúrio A Lua Júpiter
7 - Libra Vênus Urano Saturno
8 - Escorpião Marte Marte Mercúrio
9 - Sagitário Júpiter A Terra Marte
10 - Capricórnio Saturno Saturno Vênus
11 - Aquário Urano Júpiter A Lua
12 - Peixes Júpiter Plutão Plutão

TABULAÇÃO VII. NÃO-ORTODOXA


CONSTELAÇÕES, REGENTES E RAIOS
em relação com as hierarquias

Constelação Regente Raio Relacionado a

1 - Áries Urano 7° Raio Nenhum


2 - Touro Vulcano 1° Raio Peixes Mesmo raio
3 - Gêmeos A Terra 3° Raio Libra Mesmo raio
4 - Câncer Netuno 6° Raio Sagitário Mesmo raio
5 - Leão O Sol 2° Raio Virgem Mesmo raio
6 - Virgem Júpiter 2° Raio Leão Mesmo raio
7 - Libra Saturno 3° Raio Gêmeos Mesmo raio
8 - Escorpião Mercúrio 4° Raio Aquário Mesmo raio
9 - Sagitário Marte 6° Raio Câncer Mesmo raio
10 - Capricórnio Vênus 5° Raio nenhum
11 - Aquário A Lua 4° Raio Escorpião Mesmo raio
12 - Peixes Plutão 1° Raio Touro Mesmo raio

NOTA: Carneiro e Capricórnio em conjunção com a energia do 7° e 5° Raios


permanecem sós. As demais constelações e raios relacionam-se entre si em todos os casos.

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a - 1 ° Raio - Touro e Peixes, através de Vulcano e Plutão.
b - 2° Raio - Leão e Virgem, através do Sol e Júpiter.
c - 3° Raio - Gêmeos e Libra, através da Terra e Saturno.
d - 4° Raio - Escorpião e Aquário, através Mercúrio e Lua.
e - 6° Raio - Câncer e Sagitário, através de Netuno e Marte.
Face ao exposto acima, e partindo do fato básico da Grande Ilusão, devemos lembrar
que a predição e a interpretação astrológicas deverão fundamentar-se em três fatores:
1 - A potência dos pensamentos-forma que têm sido construídos em conexão com os
doze signos. Estes pensamentos-forma foram originalmente construídos ou ancorados no
plano mental pela Hierarquia nos dias de Atlântida, e têm constantemente crescido em
poder desde então. Eles servem como pontos focais para certas forças, e capacitam o
indivíduo, por exemplo, a estar em contato com grandes reservatórios de energia que
então definitivamente o condicionam.
2 - A intuição do astrólogo. A confecção do horóscopo serve para pôr o astrólogo em
sintonia com o indivíduo, mas isto terá pouca utilidade para qualquer dos dois, a menos
que a intuição e sensibilidade do astrólogo estejam ativamente presentes.
3 - A capacidade do astrólogo para responder, em qualquer período específico, às
mudanças que ocorrem o tempo todo, tais como o gradual deslocamento e mudança
provocados pela precessão dos equinócios, ou o lento deslocamento do polo do planeta. A
isto deve-se acrescentar - à medida que o homem evolui - o mecanismo de resposta ou
veículos da consciência que também se aperfeiçoam constantemente. Portanto, suas
reações às influências planetárias e à energia das várias constelações mudam com igual
constância, e isto tem que ser levado em conta. Consequentemente, é essencial que o
astrólogo moderno comece por estudar o ponto de evolução do indivíduo, antes de
confeccionar o horóscopo. Ele precisa verificar o lugar aproximado que o indivíduo ocupa
no caminho da evolução, e para isto é indispensável o estudo dos raios através da
investigação quanto à qualidade, características e objetivos de vida.
Os astrólogos se capacitarão, oportunamente, a confeccionar o horóscopo da alma, a
qual é sensível a combinações de forças diferentes das que controlam a vida da
personalidade. O discípulo e o iniciado respondem de modo característico às influências
entrantes e essa resposta difere da resposta do homem comum ou da pessoa
autocentrada. Isto é um fato que terá de ser reconhecido. Aqueles que "vivem abaixo do
diafragma", e que reagem às energias por intermédio dos centros inferiores, terão um
horóscopo de tipo muito diferente daquele do discípulo e do iniciado, o que requer um
modo diferente de interpretação. Embora já me tenha referido a isto antes, quero recordar
alguns pontos.
1 - Discípulos no Caminho do Discipulado são fortemente influenciados por Mercúrio e
Saturno - um trazendo iluminação e o outro oferecendo a oportunidade.
2 - Nas várias iniciações, as influências dos planetas afetam o candidato de modo
inteiramente diferente de como o afetavam anteriormente. As energias provenientes das
constelações fluem - ciclicamente - através dos planetas.
a - Na primeira iniciação, o discípulo tem que lutar contra as forças cristalizadoras e
destrutivas de Vulcano e Plutão. A influência de Vulcano alcança o ponto mais profundo de
sua natureza, enquanto Plutão arrasta para a superfície e destrói todos os empecilhos
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encontrados nestas regiões inferiores.
b - Na segunda iniciação, o candidato está sujeito à influência de três planetas -
Netuno, Vênus e Júpiter. Os três centros - plexo solar, coração e garganta - estão
ativamente envolvidos.
c - Na terceira iniciação, a Lua (encobrindo um planeta oculto) e Marte provocam um
terrível conflito, mas, no fim, o homem liberta-se do controle da personalidade.
d - Na quarta iniciação, Mercúrio e Saturno novamente provocam grandes mudanças e
singular revelação, porém seu efeito é muito diferente daquele da experiência anterior.
e - Na quinta e final iniciação, Urano e Júpiter aparecem e produzem uma "organização
benéfica" da totalidade de energias encontradas no equipamento do iniciado. Quando esta
organização se completa, pode o iniciado "escapar da roda e, então, verdadeiramente
viver".
Durante todo esse tempo a energia do Sol (encobrindo um planeta sagrado, até agora
desconhecido) jorra incessantemente, alcançando o homem por meio do Anjo Solar.

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