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MONOGRAFIA INICIAL:

ALFABETO ASTROLÓGICO

www.abracadabrazen.com.br
Elaborado por Henrique G. Wiederspahn
Revisado por Patrícia Valente
ÍNDICE

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

Principais Linhas de Interpretação Astrológica . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

Principais Objetivos Interpretativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3

Os Astros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

O Zodíaco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

As Casas Astrológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

As Dignidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

Os Aspectos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

Pontos Complementares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

A Interpretação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

Principais Sistemas de Previsão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

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INTRODUÇÃO

Se você deseja conhecer um pouco de Astrologia sem se tornar um especialista, leia as


páginas que se seguem. Mas se pretende começar a estudar esta Arte, comece por estas
páginas, para ter uma visão geral do que se trata.
Adota-se que a Astrologia tenha cerca de 6000 anos, surgindo quando, aos registros
astronômicos da posição dos astros no céu se associaram indicações de acontecimentos
(presságios) que ocorriam ou viriam a ocorrer na Terra. Isso implica dizer que embora
existam registros astronômicos anteriores àquelas encontradas nas Tábuas de Argila da
antiga Suméria, não caracterizam presságios de natureza astrológica.

Conceitualmente, a Astrologia é a Arte de associar presságios ao movimento dos


astros.

Sol e Lua não são planetas embora muitas vezes, astrologicamente, sejam tratados
como tal apenas para facilitar a nomenclatura. Mas uma outra maneira de tornar esse
assunto mais coerente é denominá-los de Luminares, diferenciando-os dos planetas de fato.
As Tábuas de Argila, acima citadas, são o primeiro registro astrológico. Nele
encontramos indicações associadas aos dois Luminares e aos cinco planetas visíveis. Foram
descobertas na região da antiga Suméria, num período de grande avanço tecnológico
também em outros ramos da atividade humana, como as Leis e a Ciência. Entretanto, há
registros astronômicos anteriores que incluem Urano, encontrados na Índia e China, o que
pressupõem que era conhecido, mas não necessário para compor a informação astrológica.

O instrumento de trabalho do astrólogo é o gráfico astrológico, que pode assumir


diferentes nomes de acordo com a técnica empregada. A mais conhecida das técnicas é a
interpretação do gráfico astrológico de nascimento, conhecido também como Mapa Astral,
Tema Natal ou Radical.
Um gráfico astrológico pode assumir diferentes representações, no entanto, a forma
adotada no Ocidente é a circular. A interpretação se realiza a partir da combinação dos
seguintes elementos:
Astros: Os dois Luminares e os cinco planetas visíveis representam a energia em ação
(veja notas na página 5). Suas relações no Zodíaco particularizam o evento indicado pelo
gráfico.
Zodíaco: Dividido em doze secções denominadas Signos, associam qualidades ou
atributos primariamente aos Astros, mas também às Casas.
Casas: Definem o local ou o ambiente onde ocorrem os eventos indicados por meio
dos Astros.

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Dignidades: Relações de força e subordinação entre os Astros e eventualmente, entre


Signos.
Aspectos: Relações angulares e de interferência entre os Astros, Signos e Casas.

Da combinação, avaliação e ponderação dos elementos acima resulta a interpretação


do Gráfico Astrológico.

PRINCIPAIS LINHAS DE
INTERPRETAÇÃO ASTROLÓGICA

Mesmo que, em sua origem, a interpretação astrológica tenha se dirigido aos reis,
generais e governantes em geral, no início, sempre teve o propósito de predizer o futuro,
sendo voltada para os fatos e as circunstâncias.
Com a evolução da humanidade e da ciência, observou-se que, como linguagem
simbólica, poderia servir aos mais diversos propósitos.

Modernamente, coexistem três grandes linhas de interpretação astrológica:


Astrologia Tradicional: Voltada para os fatos e acontecimentos do cotidiano. Tem
sua origem nos primórdios da História Astrológica, embora tenha entrado em declínio por
algumas ocasiões, notadamente nos séculos XVII e no início do século XX. Baseia-se
principalmente nos manuscritos oriundos da Escola de Alexandria, cujas cópias e adaptações
circularam livremente na Europa entre os séculos XII a XV. A partir da década de 80, em face
das novas traduções corrigidas daqueles manuscritos, vem sendo novamente estudada e
aplicada.
Astrologia Psicológica (ou Comportamental): Tem o indivíduo como foco
interpretativo e seu principal objetivo é trazê-lo para o seu próprio eixo à medida que indica
o seu potencial latente. Desenvolveu-se graças à importante contribuição de C. G. Jung, cuja
abordagem da Psicologia permite fácil analogia com as matrizes da interpretação astrológica.
Assim, a interpretação volta-se para o crescimento do indivíduo e não para as circunstâncias
à sua volta. Surgiu no início do século XX, desenvolvendo-se junto com a nascente
Psicologia.
Astrologia Cármica: Estuda a relação do indivíduo com o seu passado em outras
existências ou vidas. Tem forte influência da Astrologia Védica (Hindu), surgindo no
Ocidente a partir dos estudos da Sociedade Teosófica, em fins do século XIX. Busca alinhar o
nativo em sua vida presente tomando por base suas ações pregressas e seu dharma (dever).

É bastante comum, numa interpretação individual, associar elementos interpretativos


das três principais linhas.

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PRINCIPAIS OBJETIVOS INTERPRETATIVOS

É possível elaborar um gráfico astrológico a partir do início de qualquer evento, uma


vez que a Astrologia é um instrumento extremamente adequado a avaliar qualquer assunto
da vida humana. Conforme a atividade a ser estudada, pode ser classificada como abaixo:
Astrologia Natal: Trata dos acontecimentos, circunstâncias e eventos individuais.
Complementa-se com os métodos previsionais (Direções, Progressões, Trânsitos, etc...). A
Astrologia Médica (ou da Saúde) é um subconjunto da Astrologia Natal. Também inclui a
Sinastria, método comparativo entre dois ou mais gráficos (ou indivíduos).
Astrologia Empresarial: Idem acima, mas com relação a uma empresa, negócio ou
instituição. A Astrologia Natal, quando voltada para o desenvolvimento da carreira, é
considerada como Astrologia Empresarial (ou Política, conforme o fim a que se destina).
Astrologia Mundial (Mundana): Voltada para estudar fatos, circunstâncias ou
eventos de natureza mundial, cujo impacto se estende a um maior número de indivíduos.
Possui algumas linhas particulares de pesquisa e investigação, como a Astrocartografia,
Astrolocalização e a Astrometeorologia, por exemplo.
Astrologia Vocacional: Orbita entre a Astrologia Natal e a Astrologia Empresarial.
Astrologia Horária: Elaboração de um gráfico astrológico para atender a perguntas
específicas. É calculado a partir do momento em que a questão é entendida (ou formulada,
como querem alguns autores). Segue os princípios interpretativas da Astrologia Tradicional.
Astrologia Eletiva (Elecional): Elaboração de um gráfico astrológico para o momento
mais propício para um dado evento em particular. Segue os princípios interpretativas da
Astrologia Tradicional.

Todos os métodos acima indicados empregam os mesmos elementos astrológicos


contidos no gráfico, ou seja, Astros, Zodíaco, Casas, Dignidades e Aspectos, que mantém os
seus significados essenciais. Conseqüentemente, os mesmos princípios astrológicos se
aplicam a diferentes objetivos interpretativos, sendo análogos entre si.

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OS ASTROS

Na moderna Astrologia Psicológica, comparam-nos à energia do gráfico astrológico.


São os atores principais, são eles que indicam o que e como ocorrerão os fatos
indicados naquele gráfico astrológico em particular. Por isso, podem ser comparados aos
substantivos de uma frase, uma vez que ocupam o lugar do ‘sujeito da oração’. Costumo
dizer que têm personalidade própria, vontades e manias, que são matizadas por meio do
Signo que ocupam. Podem ser classificados em grupos, conforme a sua esfera preferida de
atuação:

Luminares:
Representam o processo de ser.
Sol: Estrela em torno da qual orbitam todos os demais planetas, incluindo-se a Terra.
Fonte de luz e calor e, portanto, da vida. Indicador de vitalidade física. Representa pessoas
importantes ou de autoridade, como o pai. Através do signo que ocupa, indica o eixo de
manifestação da personalidade; também associado ao ego. Símbolo: !
Lua: Satélite da Terra. Representa os instintos, especialmente o de proteção (portanto,
também segurança emocional). Associado ainda às oscilações de humor, memória, empatia e
simpatia, sensibilidade, o inconsciente. Também a mãe e as mulheres em geral. Símbolo: "

Pessoais:
Representam o processo de relacionar-se com o outro, individualmente.
Mercúrio: Associado à comunicação, expressão, mente, intelecto. Também às
publicações, escritos, documentos, pequenas viagens e crianças em geral. Símbolo: #
Vênus: A ‘super-bonder’ do Zodíaco, uma vez que representa todos os processos
agregadores, sejam de coisas ou pessoas, com a finalidade de obter segurança emocional
(física, sensorial, diferente daquela representada pela Lua, que é instintiva). Amor, presentes
e aquisições estão aqui representados, mas também as mulheres jovens. Símbolo: $
Marte: Realiza exatamente o oposto de Vênus, uma vez que uma conquista significa
tomar algo de alguém para si mesmo. Incita à briga, discórdia e à desunião. Representa
armas e instrumentos de corte, mas também aos homens jovens. Símbolo: %

Sociais:
Representam o processo de relacionar com os outros, coletivamente.
Júpiter: É o maior planeta em torno do Sol. Expansão, progresso e crescimento são
suas palavras de ordem. Entre outros, representa os mestres e sacerdotes, que elevam os
conteúdos éticos, morais, filosóficos e religiosos do indivíduo. Símbolo: &
Saturno: Por oposição a Júpiter, representa a restrição, a contração, a cristalização e a
estruturação, portanto, liga-se aos sistemas, notadamente os sociais. Representa as regras, as
leis, a autoridade constituída, moderadora ou disciplinadora. Símbolo: '
Os sete astros acima também são denominados ‘planetas tradicionais’.

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Geracionais:
Sua ação se dá ao nível da humanidade e não apenas de um indivíduo particular.
Urano: Representa o progresso tecnológico e os avanços sociais. Seu papel é
transgredir os sistemas e regras representadas por Saturno através da engenhosidade e da
originalidade. Associa-se à mente superior. Símbolo: (
Netuno: Diz-se que representa o lado sutil ou intangível da existência, portanto, o
caos e a dissolução da mente em não mente. Desta maneira, está associado à sensibilidade
artística, ao amor universal e aos vícios decorrentes dos processos de fuga da realidade.
Símbolo: )
Plutão: Diz-se que representa os processos associados ao emprego do poder através
do uso do medo e do poder sobre as multidões. Ainda, aos processos profundos de
transformação e catarse da psique e à maior parte das perversões, notadamente as sexuais.
Símbolo: N

Nota 1: Urano foi descoberto em 1781, apesar de existirem registros astronômicos na


China e Índia de mais de cerca de 4800 aec. Os sumérios, considerados os Pais da Astrologia,
tinham conhecimento deste astro, embora não fizessem uso dele.
Netuno foi descoberto em 1846 e tem uma órbita de aproximadamente 164,8 anos o
que implica dizer que, desde a sua descoberta, ainda não percorreu todo o Zodíaco.
O mesmo ocorre com Plutão, descoberto em 1930 e com uma órbita prevista de 248
anos. Por não terem percorrido uma órbita completa, as indicações oferecidas por estes
últimos dois astros são empíricas e não decorrentes da observação e da prática astrológica.
Nota 2: Particularmente com respeito a Plutão e a Éris (outro planeta do Sistema
Solar, na ‘zona dispersa’, além de Plutão, confirmado em 2005, e maior que este último) em
setembro de 2006 passaram a ser classificados de ‘planetas-anões’ em razão de seu reduzido
tamanho, posteriormente rebatizados de “plutóides”. Porém, já existem astrólogos que se
utilizam de Éris na interpretação de certos gráficos astrológicos, baseando-se em sua
mitologia. Foi este último quem suscitou a polêmica relativa ao tamanho dos astros, uma vez
que é maior que Plutão.

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O ZODÍACO

A definição clássica de Zodíaco é que corresponde à circunferência obtida a partir da


trajetória do Sol ao longo de um ano trópico, medida sobre a Terra, sendo então dividia em
12 secções de 30º cada, denominadas Signos. Esta perspectiva é geocêntrica, uma vez que se
sabe que é a Terra que revolve em torno do Sol. Por esta definição, nota-se que os Signos
Zodiacais e as Constelações (conjuntos de estrelas) não mantêm relação direta entre si e são,
a bem da verdade, referências independentes.
A etimologia de Zodíaco provém do grego ‘zoe’, que
significa vida, passando a significar algo como ‘roda da vida’.
Admite-se que a faixa que o corresponda se estenda 8,5º
para Norte e para Sul, formando então um cinturão de 17º.

Em razão de sua definição, o Zodíaco contém as quatro


estações do ano: Primavera, Verão, Outono e Inverno, cada uma
contendo três Signos.
Pesquisas modernas levando em conta o ambiente astrofísico onde ocorrem a bio-
informação e a bio-comunicação, onde interage a freqüência de Schumman, levam a um
novo modelo de Zodíaco, desta vez com um formato de pneu envolvendo a Terra.

O Zodíaco é, de fato, uma maneira de representar o tempo, relacionando-se


diretamente ao Sol (e às estações do ano). Porém, a função interpretativa dos Signos
Zodiacais (ou simplesmente, Signos) é matizar o Astro ou Casa que o ocupa, podendo ser
comparado ao adjetivo, que dá uma qualidade ao substantivo. Assim, normalmente, a cada
Signo, é atribuído um conjunto de qualidades.
Como fator de tempo, através das relações dos elementos (fogo, terra, ar e água) e de
modo (cardinal, fixo e mutável), cada Signo se reveste de uma forma de manifestação
particular, podendo ser compreendido em função de sua combinação (elemento e modo).

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Seguem as principais características dos Signos Zodiacais:


Áries (fogo cardinal): Iniciativa, ousadia, destemor. Símbolo: i
Touro (terra fixo): Manutenção, preservação, estabilidade. Símbolo: j
Gêmeos (ar mutável): Versatilidade, curiosidade, mudança. Símbolo: k
Câncer (água cardinal): Fertilidade, nutrição, sensibilidade. Símbolo: l
Leão (fogo fixo): Criação, autoridade, generosidade. Símbolo: m
Virgem (terra mutável): Aprendizado, utilidade, eficiência. Símbolo: o
Libra (fogo cardinal): Equilíbrio, sociabilidade, diplomacia. Símbolo: p
Escorpião (água fixo): Verdade, controle, intensidade. Símbolo: q
Sagitário (fogo mutável): Expansão, sabedoria, horizontes. Símbolo: r
Capricórnio (terra cardinal): Status, dignidade, respeito. Símbolo: u
Aquário (ar fixo): Reforma, engenhosidade, cooperação. Símbolo: v
Peixes (água mutável): Finalização, compreensão, entrega. Símbolo: w

Nota: As indicações acima são apenas uma primeira fonte de referência, uma vez que
as informações e mecanismos de ação que ocorrem em cada Signo Zodiacal são de grande
complexidade e serão melhor descritas em monografias posteriores.

AS CASAS ASTROLÓGICAS

As Casas Astrológicas (ou simplesmente, Casas) são decorrentes do movimento


diurno da Terra (rotação do planeta sobre seu próprio eixo). Atualmente, possui igualmente
doze divisões de 30º, mantendo certa analogia com os Signos. Sua função interpretativa é
estabelecer o ‘onde’ os eventos assinalados pelos astros (que se encontram nos Signos)
ocorrem, funcionando como advérbios de local.
Os astrólogos árabes da Antigüidade utilizavam as Partes Astrológicas (relações
aritméticas entre pontos do Zodíaco) para obter as indicações que posteriormente passaram a
ser atribuídas às Casas. Os astrólogos gregos tomavam o Signo da Parte da Fortuna como
sendo aquele correspondente ao da Casa I, com um significado interpretativo muito diverso
daquele hoje empregado. A partir do período da Escola da Alexandria, os métodos árabe e
grego se fundiram. Entre os astrólogos caldeus, era comum empregarem um sistema de
divisão de oito casas, que foi importado para a Grécia e utilizado por um bom período de
tempo.
Com isso, conclui-se que não havia uniformidade e consenso com respeito ao método
de obter (calcular) as casas e, muito menos, com respeito á sua interpretação, o que leva a
crer que não fossem tão significativas. As maiores dificuldades deviam ser dar em função da
ausência de um algoritmo (relação matemática) de cálculo do Meio-Céu e da ausência de
marcadores de tempo (relógios ou equivalentes) suficientemente confiáveis.

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Denomina-se cúspide de uma casa o seu início, sendo projetada sobre o Zodíaco. As
cúspides mais importantes são o Ascendente e o Meio-Céu. Hoje em dia, existem cerca de
200 maneiras diferentes de calcular as Casas Astrológicas. Os métodos em que o Ascendente
corresponde à cúspide da casa I e o Meio-Céu, ao início da casa X são denominados Sistemas
de Casas Quadrantes.
Os sistemas de casas mais utilizados atualmente são Placidus, Regiomontanus e
Iguais, sendo que este último não é quadrante. Outros métodos coexistem de acordo com a
Escola Astrológica que os defende. Por exemplo, a Escola Huber utiliza-se do Sistema de
Casas de Koch; a Escola de Hamburgo, privilegia o Sistema de Casas Horizontais; e assim
por diante.

Os significados de cada Casa Astrológica foram definitivamente estabelecidos nos


século XV e, com poucas variações, se mantém inalterados até os nossos dias:
Casa I (Ascendente): Identidade, auto-imagem.
Casa II: Posses, recursos, valores, bens.
Casa III: Comunicação, vizinhança, viagens, aprendizado, irmãos.
Casa IV: Lar, família, raízes, os pais, hereditariedade.
Casa V: Filhos, criação, lazer, romance.
Casa VI: Atividades rotineiras, doenças agudas, ambiente de trabalho.
Casa VII: Sócio, cônjuge, parcerias, concorrente.
Casa VIII: Legado, taxas, sexualidade, morte.
Casa IX: Ética, moral, ensino superior, viagens ao exterior.
Casa X (Meio-Céu): Prestígio, reputação, carreira, imagem pública.
Casa XI: Amizade, ideais, companheirismo.
Casa XII: Isolamento, doenças crônicas, inimigos.

Nota: As indicações acima são apenas uma primeira fonte de referência, uma vez que
as informações e mecanismos de ação que ocorrem em cada Casa Astrológica são de grande
complexidade e serão melhor descritas em monografias posteriores.

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AS DIGNIDADES

As dignidades podem ser essenciais ou acidentais. As primeiras ocorrem em razão do


posicionamento dos Astros (e ocasionalmente, pontos astrológicos) no Zodíaco, enquanto
que as segundas decorrem de seu posicionamento ao longo das casas Astrológicas.
Conceitualmente, as dignidades essenciais refletem a qualidade e a força de um dado
astro em razão de seu posicionamento celeste, ou seja, num dado Signo Zodiacal. Pode-se
ainda contar outros pontos como Ascendente, Meio-Céu, Parte da Fortuna e Nodos Lunares.
Distribuídas em cinco categorias, cada uma reflete um tipo de qualidade associada à
força e natureza do planeta em questão naquele signo ou porção do mesmo.

Dignidades do 1º Grupo
Domicílio: Signo em que o Astro se encontra em sua máxima força, podendo se
manifestar com total liberdade e independência, sem depender de qualquer outra indicação.
O Signo oposto é denominado Exílio e corresponde ao local de mínima força e capacidade de
manifestação.
Exaltação: Quando o astro se encontra no Signo de sua exaltação, encontra-se
‘honrado’ (Ibn Ezra), podendo se manifestar com força média, mas sem total liberdade e
independência. O Signo oposto é denominado Queda e as restrições aqui impostas não são
tão severas.

Dignidades do 2º Grupo
Triplicidade: Mostram o desenvolvimento do assunto representado pelo Astro,
estabelecendo uma relação de começo, meio e fim (Dorotheus).
Termos: Indicam um indivíduo, fato ou circunstância que coopera para a expressão
do Astro em questão. Acrescenta também uma descrição física.
Face: É a versão ocidental dos decanatos hindus, acrescentando alguma característica
temida pelo nativo, razão pela qual prefiro classificá-la entre as Debilidades (Exílio e Queda).

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OS ASPECTOS

Essencialmente, os Aspectos são relações angulares entre Astros, ligando Casas e


Signos por meio de uma interferência. Os Aspectos podem ser Zodiacais (medidos sobre o
Zodíaco) ou Mundanos (medidos sobre o Equador), sendo que os primeiros são mais
comuns.
Inúmeras são as possibilidades de divisão de uma circunferência. Contudo, são
consideradas as mais significativas aquelas resultantes da divisão da circunferência por 1, 2,
3, 4 e 6, ou seja, quando a distância angular se encontra próxima a 0º, 180º, 120º, 90º e 60º,
denominados Aspectos Maiores ou Ptolemaicos. As demais divisões da circunferência
resultantes são denominados Aspectos Menores e contemplam a divisão por 5, 7, 8, 9 e 10
(72º, 51,4º, 45º, 40º e 36º, respectivamente).
Aos Aspectos são atribuídos órbitas, que correspondem à distância angular
considerada válida para aquele Aspecto. Há três maneiras de se obter as órbitas:
Em razão do aspecto formado.
Em razão do aspecto formado e de sua velocidade orbital.
Em razão de seu tamanho aparente e do aspecto formado.
Independente do método adotado, existem variações profundas com relação às
órbitas, conforme o objetivo interpretativo e a necessidade do astrólogo.
Seguem algumas definições com respeito aos Aspectos Maiores:
Conjunção (0º): União. Símbolo: ]
Oposição (180º): Separação, antagonismo. Símbolo: ^
Quadratura (90º): Tensão, conflito. Símbolo: `
Trígono (120º): Facilidade, dom. Símbolo: _
Sextil (60º): Cooperação, atividade. Símbolo: a

Nota: As indicações acima são apenas uma primeira fonte de referência, uma vez que
as informações e mecanismos de ação que ocorrem por meio dos Aspectos serão melhor
descritas em monografias posteriores.

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PONTOS COMPLEMENTARES

Os pontos complementares correspondem a quaisquer outros elementos


interpretativos que possam ser localizados no Zodíaco, tendo ou não existência física. Sua
função é agregar ou complementar as informações obtidas por meio do posicionamento dos
Astros no Zodíaco e nas Casas.
Os principais pontos complementares são:
Nodos Lunares: Corresponde à intersecção do plano da órbita do Sol com a da Lua,
numa perspectiva geocêntrica. Sua principal função interpretativa é estabelecer uma relação
entre carma e dharma. Símbolos: > e ?
Parte da Fortuna: A principal Parte Arábica. Corresponde a um ponto de felicidade e
abundância material, uma espécie de ‘pote de ouro ao final do arco-íris. Símbolo: {
Estrelas (fixas): Essencialmente, a ação das estrelas difere dos planetas atuando de
uma maneira mais dramática, repentina e, eventualmente, violenta. Pesquisas de Vivian
Robson e Reinhold Ebertin no início do século XX reforçaram as indicações dos árabes a
respeito de sua importância na interpretação.
Asteróides: São corpos menores do Sistema Solar e que se encontram entre a órbita
de Marte e Júpiter. Para efeitos de interpretação astrológica, consideram-se primariamente
Juno, Ceres, Palas e Vesta, embora existam mais de 90.000 asteróides já catalogados
(setembro de 2004).
Vertex: Cruzamento do Zodíaco com o 1º Vertical, corresponde a uma espécie de
Ascendente ‘magnético’. Foi estudado pelo astrólogo sideralista Lorne Edward Johndro e seu
discípulo, Charles Jayne.
Quíron: Corpo celeste descoberto em 1977; não possui órbita regular e se encontra
atualmente fora do Sistema Solar. Sua interpretação é, por isso, controvertida.

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A INTERPRETAÇÃO

Uma vez conhecidos os conceitos que norteiam cada referência astrológica e definidas
a linha e os objetivos da interpretação, combinam-se os elementos assim obtidos por meio de
um bloco de informações coerente e organizado. Lembrando que é possível combinar
elementos interpretativos das três principais linhas (Tradicional, Psicológica e Cármica) de
uma forma coerente.
O conhecimento das Determinações de Morin, um conjunto de 112 regras de
interpretação astrológica facilita a tarefa de estabelecer medidas de intensidade e atuação a
cada um dos Astros, Signos e Casas. Mas não é a única referência possível, uma vez que
também é possível recorrer aos 146 Aforismos de Bonatti, organizados por Gerome Cardan.
E, uma vez que o Tema radical tenha sido inteiramente compreendido, quaisquer
técnicas complementares (Direções, Trânsitos, etc...) se tornam de fácil entendimento e
elaboração.
Para o aprendizado das técnicas interpretativas aqui envolvidas, recomenda-se uma
escola ou professor de confiança, tendo em mente que se trata de um estudo ilimitado e de
uma prática constante. É semelhante ao aprendizado de um novo idioma que emprega
caracteres (símbolos) diferentes aos quais estávamos habituados, mas que proporciona
enorme alcance de orientação e referências. Quanto tempo você levou para aprender a ler?

PRINCIPAIS SISTEMAS DE PREVISÃO

As previsões são um fato usual da vida humana, tomada individualmente e em seu


conjunto e têm como finalidade estabelecer um planejamento para o nativo ou evento
considerado.. As previsões são possíveis ao relacionar eventos e condições que se repetem ou
se sucedem ciclicamente. Quanto menor o número de fatores desconhecidos, maior será a
possibilidade de acerto das previsões, independente da metodologia empregada.
Prever não contradiz nenhum aspecto associado ao livre-arbítrio, uma vez que sua
liberdade se encontra atrelada a certas condições físicas, sendo estas últimas absolutamente
previsíveis. Prever, então, é estabelecer uma faixa de resultados possíveis dentro de uma
linha de tempo própria àquele ser.
Fatores imponderáveis existem; mas apenas o são enquanto desconhecidos. Uma vez
conhecidos, podem ser normalmente utilizados em previsões.

Os métodos que perduraram desde os tempos de Ptolomeu são as Direções


(secundárias e Primárias), as Progressões Secundárias, as Revoluções (especialmente as
solares) e os Trânsitos. E, embora alguns desses métodos possuam variantes de cálculo, não
são encontradas grandes divergências quanto ao seu papel e interpretação.

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Abaixo, encontram-se relacionados os principais métodos, considerados


astronômicos:
Progressões Secundárias: Derivadas diretamente do tema radical à uma razão
definida, são de fácil elaboração e interpretação. Seu objetivo é oferecer a evolução
(progresso) do nativo ou evento para uma dada época ou período da vida. Têm como
resultado um novo tema, que deve ser avaliado em conjunto com o radical.
Direções Primárias: Em virtude da complexidade do cálculo, é menos empregada. A
precisão do método e a qualidade das informações associadas aos aspectos mundanos da
vida tornam estas direções um método de grande valor. Baseia-se no movimento diurno da
Terra.
Direções Secundárias: São um subconjunto das Progressões Secundárias e tem como
finalidade apresentar os períodos em que as Progressões estarão em vigor.
Trânsitos: Estabelecem a relação do consulente com o meio que o rodeia, baseiam-se
no movimento real dos astros no céu.
Revoluções Solares: De fato, trata-se de um subconjunto dos Trânsitos. Sua
interpretação contém uma nota fatalista. Contudo, é questionável no que diz respeito à
precisão dos períodos dos acontecimentos. É apropriada para indicar a qualidade (ou tom)
do ano em curso, uma vez que é obtida para a data e hora em que o Sol transitante estará em
conjunção exata com o Sol do tema radical.

Em função de sua natureza e formato de elaboração, recomenda-se que as previsões


sejam revistas anualmente.

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Elaborado por Henrique G. Wiederspahn, versão 3/2008.
Revisado por Patrícia Valente (www.patriciavalente.com.br)

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