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Autores:
Capa:
Outubro
2016
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Zucolotto, Maria Elizabeth.
O quê que os Meteoritos Têm? / Maria Elizabeth
Zucolotto, Wilton Pinto de Carvalho e Felipe Abrahão
Monteiro – Rio de Janeiro, 2016
64 p. : il.; 14,8 cm
ISBN : 978-65-00-09319-3
CDD
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Este livro foi escrito com a finalidade de ampliar a
divulgação de meteorítica no Brasil, baseando-se em um
exemplar de mesmo estilo, “A Comet Strikes the Earth”, editado
pelo pioneiro na divulgação de meteoritos, Harvey H. Nininger.
Assim como o livro de Nininger continha um fragmento de
óxido do meteorito Canyon Diablo, que formou a famosa
cratera do Arizona há 50 mil anos, este exemplar também
oferece a possibilidade de se tocar em um “ser extraterrestre”!
No caso, um fragmento do óxido do meteorito Bendegó, o
maior meteorito brasileiro, coletado no local onde este foi
achado em Monte Santo (BA), no ano de 1784.
Optamos pelo formato de “perguntas e respostas” com
base nas dúvidas que as pessoas costumam apresentar durante
palestras e em inúmeros eventos.
Prepare-se para “viajar” em um conteúdo voltado para
todo tipo de público interessado nestes corpos celestes que
ainda hoje fascinam pelos seus mistérios e informações
importantes.
Para muitos, este livro conterá o primeiro meteorito de sua
coleção! Seja bem-vindo ao time!
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Introdução ................................................................... 5
Meteoritos e Meteoros .................................................. 6
Fatos Sobre Quedas de Meteoritos ................................. 9
Nome e Origem ............................................................... 17
Objetos Atingidos por Meteoritos ...................................... 20
Como São Formados e Classificação .................................. 23
Maiores Meteoritos .......................................................... 23
Como Reconhecer Meteoritos ........................................... 26
“Mentioritos” ................................................................... 31
Valor dos Meteoritos ........................................................ 34
Comércio de Meteoritos ................................................... 35
Crateras de Impacto ........................................................ 36
Evento Tunguska ............................................................. 40
Extinções ........................................................................ 42
Idade dos Meteoritos ....................................................... 48
Origem da Vida ............................................................... 50
Meteoritos Marcianos ....................................................... 57
Meteoritos e as Civilizações .............................................. 59
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O antigo medo do céu cair sobre nossas cabeças não
é de todo descabido de razão. O espaço interplanetário
está repleto de partículas, poeira e fragmentos de corpos
celestes que penetram na nossa atmosfera
constantemente. A maior parte delas vaporiza-se
completamente nas alturas, mas alguns corpos maiores
conseguem sobreviver à passagem atmosférica e se
chocarem com a superfície terrestre, sendo chamados de
meteoritos.
Estes objetos são geralmente provenientes do
cinturão de asteroides – uma região entre as órbitas de
Marte e Júpiter onde concentram-se asteroides e milhões
de fragmentos sólidos, provavelmente remanescentes da
matéria primordial que formou o sistema solar. Ademais,
os cometas ao se aproximarem do Sol desagregam
partículas de poeira que formam sua cauda e que
continuam a circular em torno do Sol, seguindo a órbita
do cometa. Muitas dessas partículas interceptam a órbita
da Terra e ao colidirem com a nossa atmosfera se
incandescem como meteoros
popularmente chamados de “estrelas
cadentes”.
Os meteoritos estão presentes na
história da Terra desde sua formação
~5~
até nossos dias, sendo responsáveis por diversas feições
geológicas como as crateras de impacto e alguns
depósitos de minerais, sendo também associados a
ocorrências de campos de petróleo, formados após
eventos cósmicos catastróficos. A origem e evolução da
vida em nosso planeta também estão relacionadas à
queda de meteoritos, haja vista a possibilidade dos
meteoritos do tipo carbonáceos terem trazido os
hidrocarbonetos responsáveis pela formação da vida. A
queda de grandes meteoritos teria causado a extinção de
diversas espécies, o que teria favorecido o aparecimento
do homem e, além disso, o ferro meteorítico teria
influenciado em diversas conquistas históricas.
Como caem?
A chegada de um meteorito é geralmente anunciada
pela passagem de um grande meteoro, também
chamado de bólido, acompanhado de efeitos sonoros e
explosões.
Quando no espaço interplanetário, antes de
atingirem a atmosfera terrestre, estes corpos têm a
designação de meteoroides.
Quando caem?
Os meteoros, geralmente que
chegam aleatoriamente a qualquer mo-
mento de qualquer parte da abóbada
celeste, recebem a designação de
meteoros esporádicos (ou simples-
~7~
mente meteoros), podendo ser vistos de 4 a 6 por hora
em local escuro.
~ 12 ~
Os meteoritos chegam à superfície da terra com
velocidade cósmica?
Os meteoroides ao penetrar a atmosfera da Terra
registram velocidades entre 10 e 70 km/s. A maioria dos
meteoritos não conservam essa velocidade durante o
voo. Eles são freados pela atmosfera e a partir do ponto
de retardamento, que acontece entre 20 a 10 km do solo,
quando o corpo é totalmente freado, passando então a
cair em queda livre. A velocidade com que os meteoritos
atingem o solo seria a mesma de uma pedra de mesmo
tamanho e densidade atirada de um avião no ar
(devendo-se considerar a resistência do ar). Assim, os
meteoritos de até 100 kg quando caem fazem no máximo
um pequeno buraco no solo.
Os corpos maiores, com o peso acima de 10
toneladas, não conseguem ser totalmente freados pela
atmosfera e atingem a superfície da Terra com certa
porcentagem de suas velocidades cósmicas. Os corpos
com mais de 100 toneladas chegam à Terra com cerca
de 50% de sua velocidade cósmica. Como a energia
cinética é [½ m.v2], ou seja, varia com o quadrado da
velocidade, um corpo de 100 toneladas chega com
velocidades de 5 a 35 km/s, o que dá uma energia da
ordem de megatons, produzindo
crateras de impacto pela explosão do
solo e do meteorito que explode antes
de tocá-lo.
~ 13 ~
Os meteoritos fazem barulho ao cair?
Existem pelo menos três barulhos distintos
associados à queda de um meteorito. Um deles é o
“boom” supersônico formado pelas ondas de choque que
se acumulam na frente do meteorito que está mais rápido
que a velocidade do som. Outros sons estranhos e
estrondosos, como trovões, são ouvidos durante a queda
de um meteorito, inclusive o som eletrofônico – um tipo
especial de som muito discutido que se propaga à
velocidade da luz e que é ouvido no momento da
passagem do bólido. Muitas pessoas ouvem o barulho e
depois olham para o céu procurando de onde vem.
Todos estes sons são ouvidos apenas por quem
esteja num raio inferior a 50 km do local da queda. Quem
está bem próximo de onde caiu algum meteorito irá ouvir
também um silvo como o som produzido por um projétil.
~ 14 ~
Os meteoritos provocam incêndios ao caírem?
Os meteoritos caem sobre o solo já “apagados”, frios
ou mornos, assim não provocam incêndio, nem mesmo
quando caem sobre vegetação seca. Exceções são
meteoritos que provocam crateras e o evento Tunguska.
~ 15 ~
Os meteoritos caem mais à noite ou de dia?
Apesar dos meteoritos caírem com mais frequência
de meio dia à meia noite com picos às 15h e 21h, eles
são mais recuperados durante o dia, uma vez que é bem
difícil observar onde um meteorito caiu à noite (os
meteoritos caem apagados sobre o solo).
~ 18 ~
Fig. 3 – O espectro de
três asteroides (traço
cheio) comparados a
alguns tipos de
meteoritos. A
semelhança é suficiente
para sugerir uma
correlação genética.
~ 22 ~
Do que os meteoritos são formados e como são
classificados?
Existem três tipos básicos de meteoritos: os sideritos
(metálicos), constituídos de uma liga metálica de ferro-
níquel; os aerólitos (rochosos), constituídos de material
rochoso; e os siderólitos (mistos), formados de uma
mistura mais ou menos equivalente de material rochoso
e ferro-níquel. Como os nomes indicam, esta classificação
é baseada nas proporções relativas de metal e rocha.
Muitos meteoritos rochosos são caracterizados por
possuírem pequenos agregados esferoidais com
diâmetros milimétricos denominados côndrulos. Os
meteoritos rochosos com estas esférulas são
denominados condritos e os que não os têm são os
acondritos.
Uma classificação mais sugestiva e correta do ponto
de vista genético deveria considerar dois grandes grupos:
os diferenciados e os não diferenciados, ou seja, os
condríticos e os não-condríticos, em que os elementos do
segundo grupo seriam derivados dos do primeiro devido
à diferenciação magmática, como apresentada na Tab. 3
no final do livro.
~ 25 ~
Fig. 7 – Meteorito
Bendegó, Bahia. O
maior meteorito
brasileiro com 5,36
toneladas se
encontra em
exposição no Museu
Nacional desde seu
transporte para o Rio
de Janeiro em 1888.
~ 26 ~
chuva e vegetação, tornando mais difícil o
reconhecimento da rocha como sendo um meteorito.
Apesar de não podermos generalizar a aparência dos
meteoritos, eles apresentam algumas características
particulares que os diferenciam das demais rochas
terrestres:
Crosta de Fusão: Os
meteoritos são
recobertos por uma fina
camada escura chamada
crosta de fusão,
resultante dos efeitos do
calor quando de sua
passagem pela
atmosfera da Terra.
Devido à velocidade de Fig. 8 – Meteorito de
penetração do meteorito, a Patrimônio , achado/caído em
parte de sua superfície Minas Gerais, mostrando a fina
crosta de fusão preta em
funde-se e desprende-se contraste com o interior cinza.
fazendo com que o calor
gerado pelo atrito das partículas do ar contra a parte
externa seja dissipado, mantendo o interior do meteorito
frio. Ao atingir o solo, apenas uma fina
camada do material vítreo fundido fica
aderida à superfície. Essa crosta de
fusão, geralmente é preta e fosca
podendo, entretanto, ser brilhante nos
acondritos, em especial nos eucritos.
~ 27 ~
Regmaglitos: Uma característica muito comum nos
meteoritos é a existência de depressões que se
assemelham a marcas de dedos em massa de modelar,
chamadas regmaglitos. São formadas pela fusão
diferenciada ou ablação durante a passagem
atmosférica. Os meteoritos que se fragmentam na fase
final do percurso consequentemente desenvolvem
menos regmaglitos. Assim, os meteoritos metálicos, por
serem mais resis-
tentes, apresentam
esta característica de
forma mais mar-
cante que os meteo-
ritos rochosos. O
intemperismo terres-
tre, no entanto, ten-
de a apagar altera
essas marcas, che-
gando mesmo a
extingui-las.
~ 30 ~
Quais são os objetos que se confundem com
meteoritos, conhecidos como “mentioritos”?
A maioria das pessoas pensa que um meteorito é
uma pedra preta, esburacada e pesada. Estas
características são comuns em algumas rochas e
minérios terrestres como a magnetita, a hematita e o
basalto, muito encontrados no Brasil.
Os objetos que são mais confundidos com meteoritos
são instrumentos líticos, machados indígenas,
conhecidos como pedras de raio, que são desenterrados
pelos agricultores lavrando o campo ou achados nas
matas e leitos secos de rios. Essas rochas estão
relacionadas a superstições e crendices: são
transportadas em relâmpagos e raios, enterram-se após
cair e permanecem no subsolo durante sete anos,
aflorando em um dia de chuva após esse tempo. Não sei
a razão, mas segundo a crendice popular, as pedras
caem dos raios ou relâmpagos e ficam enterradas por 7
anos até aflorar em um dia de chuva.
Outros objetos, como escória de siderurgia, pedaços
de trilho ou ferramentas antigas muito oxidadas, são
facilmente confundidos com meteoritos, pois apresentam
a parte externa oxidada e o interior metálico. Nesses
casos, recomenda-se analisar um
fragmento para verificar a existência ou
não do elemento Níquel,
invariavelmente presentes em
meteoritos metálicos. Algumas rochas
intemperizadas apresentam uma crosta
~ 31 ~
preta de oxidação e o interior mais claro, sendo bastante
confundidas com meteoritos rochosos. No entanto, estas
crostas são bem mais espessas que a crosta de fusão dos
meteoritos e são formadas por manganês.
Visto que os meteoritos apresentam depressões e
sulcos, muitas rochas com furos são confundidas com
meteoritos. Lavas vulcânicas escuras e resistentes como
o basalto também se parecem com meteoritos. Rochas
com conteúdo alto de ferro são magnéticas e atraem um
imã levando as pessoas a confundi-las com meteoritos
~ 34 ~
meteoritos achados nos desertos do Noroeste da África,
possuem preços bastante razoáveis. Muitos vendedores
de meteoritos, conhecidos como “dealers”, são
credenciados pela IMCA - International Meteoritic
Collector Association. Meteoritos também podem ser
adquiridos em feiras internacionais de minerais como as
de Tucson e Denver (Estados Unidos), Munique
(Alemanha) e Santa Maria aux Mine (França). No Brasil,
grupos de colecionadores e comerciantes (dealers) de
meteoritos estão começando a se formar e necessitam
ser amplamente estimulados pelos cientistas visando
maior disponibilização de material extraterrestre para
estudos.
~ 39 ~
O estudo da Lua, dos planetas terrestres e dos satélites
dos planetas gigantes corroborou esta ideia, ao tempo
em que a colisão de 21 fragmentos do cometa
Shoemaker-Levy 9 sobre o planeta Júpiter, em 1994,
demostrou eloquentemente como as superfícies
planetárias podem a qualquer tempo ser atingidas por
corpos espaciais de grande massa.
Fig. 13 –
Árvores
derrubadas
na região de
Tunguska
~ 41 ~
É verdade que o impacto de um grande meteorito
causou a extinção dos dinossauros?
A descoberta de Walter e Luis Alvarez de uma
camada de sedimentos contendo alta concentração de
irídio na fronteira que marca a mudança dos terrenos do
Cretáceo para os do Terciário (K/T) ocorrida há 65
milhões de ano, em Gubbio, na Itália, coincide com a
época atribuída à extinção dos dinossauros. Essa
anomalia do irídio, aliada à presença de outros minerais
platinoides, bem como a ocorrência de indicadores de
impactos de grande porte, tais como quartzos alterados
por choques de alta pressão, formação de microtectitos
e esférulas em desvitrificação, espinélios niquelíferos e
outras evidências isotópicas, embasam a hipótese de
uma colisão de um corpo celeste com 10 km de diâmetro
no final do Cretáceo.
A descoberta em 1991 da cratera submersa de
Chicxulub, no Golfo do México, com cerca de 200 km de
diâmetro e precisamente com idade de 65 milhões de
anos, fortaleceu a teoria da extinção dos dinossauros
pelos efeitos causados pela queda de um pequeno
asteroide.
~ 43 ~
Courtillot, 1995; Ribeiro, 1998; e Monteiro, 2004)
~ 46 ~
Assim, a partir de 1995, começou o patrulhamento
do céu em busca de asteroides e cometas com passagens
próximas à Terra, catalogando-se mais de 14 mil objetos
com essa característica. Em 2013, o asteroide 2012DA14
s passou a apenas 27.700 km da Terra, mais próximo que
os satélites estacionários que orbitam nosso planeta a
35.000 km de altura. Esse asteroide mede 45 metros de
comprimento e tem uma massa equivalente a cerca de
130.000 toneladas.
O que é vida?
Definir o que se entende por vida não é fácil, pode-
se dizer que os seres vivos se caracterizam por quatro
propriedades fundamentais: crescem, alimentam-se,
reagem ao ambiente e reproduzem-se.
As bactérias são os mais simples dos seres vivos
capazes de se multiplicar independentemente. Não
incluímos aqui os vírus, que apenas se reproduzem no
interior da célula de um hospedeiro adequado.
O que é panspermia?
Em 1905, o químico sueco Svante Arrhenius (1859-
1927) sugeriu que a vida tivesse chegado à Terra sob a
forma de germes. Esta ideia que ficou conhecida por
panspermia e que ainda hoje tem os seus seguidores,
como a dupla do cosmólogo Fred Hoyle (1915-2001) e
do astrofísico Chandra Wickramasinghe. Estes partidários
do neo-panspermismo escreveram vários livros de
popularização nos quais defendem que os cometas
seriam os reservatórios de germens de vida que
"semeariam" os planetas com vida. Foram ainda além,
dizendo que muitas das pestes e epidemias da história
da humidade foram provocadas por vírus trazidos por
cometas.
~ 51 ~
Como surgiu a vida?
Em 1928, o biólogo inglês J. B. S. Haldane (1892-
1964) publicou um artigo sobre as possíveis condições
iniciais que teriam permitido o aparecimento da vida na
Terra. Considerava-se que os raios ultravioletas
provenientes do Sol atuaram na atmosfera primitiva da
Terra, formando uma imensa quantidade de compostos
orgânicos. Muitos teriam se acumulado nos oceanos
primitivos. A presença de alguns minerais, como as
argilas e a pirita, teria funcionado como substâncias
catalisadoras o que facilitou as sínteses químicas
complexas, possibilitando a formação de agregados de
moléculas cada vez mais complexos, que acabariam por
adquirir propriedades replicativas.
Em 1953, o jovem Stanley Miller, estudante de
doutorado na Universidade de Chicago, sob orientação
do famoso químico Harold Urey (1893-1981), realizou a
famosa experiência em que obteve uma variedade de
compostos orgânicos simples a partir de uma mistura
inorgânica semelhante ao que se supunha ser a
atmosfera primitiva da Terra, porém observada nos
planetas gasosos. Miller fez atravessar uma descarga
elétrica em um balão com água e uma mistura de metano
(amônia e hidrogênio). Ao destilar a
água em um circuito fechado,
conseguiu sintetizar além de ácidos
simples, como acético e fórmico, pelo
menos dois aminoácidos e o ácido
cianídrico, que é capaz de dar origem a
~ 52 ~
derivados muito mais complexos. Desde esta data, essa
experiência foi repetida e melhorada por diversos
pesquisadores e quase toda a "química da vida" foi
produzida em laboratório.
Assim, os estudos da origem da vida incluem as
diferentes fontes, considerando os oceanos como o
ambiente mais propício às sínteses com as fontes
hidrotermais na dependência do calor vulcânico.
~ 55 ~
mas que os ingredientes para a formação da vida vieram
diretamente do espaço.
Fig. 18 – Condrito
carbonáceo de Orgueil,
que apresenta um teor
de 6% de matéria
orgânica. (Crédito:
MNHN, Paris)
~ 58 ~
Fig. 19 – Estranhas
formas tubulares
interpretadas por
alguns como
“fósseis” de
bactérias marcianas
no meteorito ALH-
84001
~ 59 ~
Também nas crenças religiosas, os meteoritos
ocuparam um lugar de destaque. A queda de um
meteorito causa espanto até nos dias de hoje e não era
de se estranhar que os antigos atribuíssem ao evento um
caráter sobrenatural. Como exemplos, temos: a Pedra
Negra ligada ao culto da deusa Cibele, e a Pedra de
Kaaba adorada pelos muçulmanos.
No Ocidente, a queda mais antiga de um meteorito,
cujo material ainda se encontra preservado, deu-se em
Ensisheim, na Alsácia. Tratava-se de um meteorito
rochoso que caiu em 16 de novembro de 1492. Diz-se
que o Imperador Maximiliano se referiu a esta queda
como a proclamação do sinal de Deus de que venceria a
batalha.
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Fig. 20 – Se achar que tem um meteorito,
realize o teste aqui.
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NÃO DIFERENCIADOS DIFERENCIADOS
CLASSE GRUPO EXEMPLO CLASSE GRUPO EXEMPLO
CONDRITOS ACONDRITOS
CI Ivuna EUCRITOS EUC Serra de Magé
VESTA
CM Murchison DIOGENITOS DIO Tatahouine
CARBONÁCEOS
H Flandreau
CONDRI
L L’Aigle BASALTOS
LUA
LL St.Mesmin BRECHAS
ENSTAT
CONDRI
EH St.-Sauveur METÁLICOS-ROCHOSOS
ITA
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