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ÍNDICE

Introdução ........................................................................................................................6

Sismos – Conceitos Básicos .............................................................................................7

Teoria do Ressalto Elástico.......................................................................................... 7

Ondas Sísmicas ............................................................................................................ 9

As ondas sísmicas na exploração da Terra Inacessível .............................................. 10

Determinação da Distância Epicentral e do Epicentro de um Sismo .......................11

Determinação do epicentro ........................................................................................ 12

Exemplo ..................................................................................................................... 13

Distribuição Geográfica dos Sismos.............................................................................14

Conclusão .......................................................................................................................15

Bibliografia.....................................................................................................................16
Introdução

Neste trabalho relativo à cadeira de Geologia, foi-nos proposto o tema


“Determinação do epicentro de sismo”. Dito certo, abordaremos então quais os passos
a se seguir para se determinar o epicentro de um sismo e, sendo assim ao dissecar o tema
proposto, consideraremos questões chaves como o que seria então o “epicentro”, e o
“sismo”, nos permitindo assim explorar outros aspectos que englobam tais termos.

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Sismos – Conceitos Básicos

Sismos são tremores bruscos e passageiros que acontecem na superfície da Terra,


causados por choques subterrâneos de placas rochosas da crosta terrestre abaixo do solo.
Outros motivos considerados são deslocamentos de gases (principalmente metano),
actividades vulcânicas, colapso de estruturas geológicas ou pelo homem (sismicidade
induzida).

Podem-se classificar relativamente à profundidade que se formam em: superficiais


(menos de 70km), intermédios (entre 70 e 300 Km) e os profundos (maiores de 300 Km).

Designa-se terramoto ao sismo cujo epicentro ocorre em crosta continental e


maremoto ao sismo cujo epicentro se dá em crosta oceânica. No maremoto pode-se
formar uma onda a que se dá o nome de tsunami.

Chama-se Sismologia à ciência que estuda a origem e os efeitos dos sismos, a


estrutura profunda do planeta e sua evolução.

Teoria do Ressalto Elástico

A teoria do ressalto elástico foi proposta pelo geólogo americano Henry Reid, em
1911, após estudos sobre o terramoto de São Francisco em 1906.

Esta teoria se baseia na libertação instantânea, da energia acumulada nas rochas,


quando estas são sujeitas a forças de deformação contínuas.

Ela explica a formação de um sismo. As forças tectónicas geradas em


profundidade originam tensões que vão provocando o deslocamento muito lento das
rochas em sentidos contrários conduzindo à deformação do material rochoso e à
acumulação de energia. Se a determinada altura, a tensão ultrapassar o limite de
elasticidade (a capacidade de resistência/deformação elástica) do material rochoso, ele
acaba por fraturar (origina-se uma falha) e, por ressalto elástico, os blocos deslocam-se,
libertando-se instantaneamente parte da energia acumulada, sob a forma de calor e de
ondas sísmicas.

Após o sismo, devido a um alívio das tensões, o material deformado readquire o


tamanho e a forma iniciais. A falha originada devido à atuação das forças de tensão, pode
permanecer activa (falha activa), podendo originar novos sismos, por atuação continuada
das tensões tectónicas.

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Figura 1 - Ressalto elástico.

A liberação da energia de um evento sísmico ocorre, de facto, ao longo do plano


de uma falha geológica medindo vários quilômetros quadrados de área, mas para um
observador que está muito distante do local do terramoto pode parecer um ponto. Este
ponto é chamado hipocentro ou foco sísmico e geralmente está a muitos quilômetros
abaixo da superfície da Terra. O ponto projectado verticalmente do hipocentro até a
superfície terrestre é chamado de epicentro - é a zona onde o sismo é sentido em primeiro
lugar e, geralmente, com maior intensidade. A distância entre o foco e o epicentro
designa-se distância focal. A frente da onda é a superfície em que todos os pontos se
encontram no mesmo estado de vibração e, por último o raio sísmico é a direcção
perpendicular à frente da onda. Tudo isso encontra-se representado na figura abaixo.

Figura 2 – Representação do processo sísmico.

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Ondas Sísmicas

As ondas sísmicas resultam da propagação da energia libertada pelo sismo. Desde


a sua origem, hipocentro, propagam-se em todas as direcções do Globo Terrestre. Os
efeitos destrutivos destas ondas dependem da magnitude do sismo e da distância do
epicentro.

As ondas sísmicas podem ser classificadas em dois grupos: ondas de volume (ou
de corpo) que são aquelas que se propagam pelo interior do planeta e ondas de superfície
que se propagam, como o nome diz, na superfície do planeta tal como as ondas na
superfície de um lago.

As ondas de volume podem ser classificadas em dois tipos: ondas P (ondas de


pressão, do inglês pressure) e ondas S (ondas cisalhantes, do inglês shear). As ondas P
vibram as partículas do meio longitudinalmente à direcção de propagação provocando
alterações de volume no meio que atravessam, elas possuem maior velocidade e são as
primeiras a serem registradas pelos sismógrafos, por isso são denominadas por ondas
primárias. As ondas do tipo S vibram as partículas do meio transversalmente à direcção
de propagação submetendo o meio a esforços cisalhantes e, por isso, não se propagam em
meios líquidos e gasosos.

As ondas de superfície são geradas quando as ondas P e S combinadas atingem a


superfície livre da Terra e se propagam nas camadas mais superficiais. Podem ser do tipo
Love (onda L), quando as partículas da superfície vibram horizontal e
perpendicularmente à direcção de propagação, ou do tipo Rayleigh (onda R) quando as
partículas da superfície vibram vertical e perpendicularmente à direcção de propagação,
em um movimento elíptico retrógrado.

Figura 3 - Tipos de ondas sísmicas.

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As ondas sísmicas na exploração da Terra Inacessível

O estudo do comportamento das ondas sísmicas constitui uma forma indirecta à


formulação dos modelos sobre a natureza e estrutura interna da terra. Estas, ao
propagarem-se, emergem em locais mais ou menos distante do epicentro, onde podem ser
registradas.

As ondas sísmicas, no seu percurso através da terra, podem experimentar desvios


de direcção ou variações na velocidade que são condicionados por mudanças na
constituição ou nas características dos materiais aí existentes.

Se a composição da terra e as propriedades dos materiais que a constituem fossem


idênticos em qualquer ponto do globo terrestre, a velocidade das ondas sísmicas deveria
ser constante em qualquer direcção. Como isto não acontece, o modelo de uma Terra
homogênea não pode existir. Assim, admite-se que a constituição e as propriedades físicas
dos materiais terrestres variam com a profundidade, condicionando a velocidade das
ondas sísmicas P e S.

O comportamento das ondas L é usado no estudo das camadas mais externas da


terra, enquanto as ondas P e S permitem o conhecimento da zona mais profunda.

Nos últimos anos, os cientistas têm utilizado uma nova técnica analítica, chamada
tomografia sísmica, que muito tem contribuído para o conhecimento do interior da Terra.

A tomografia sísmica fornece imagens tridimensionais do interior da Terra,


cartografando regiões onde as ondas sísmicas apresentam anomalias de velocidade.

Estas imagens resultam da análise da velocidade de centenas de milhar de ondas


sísmicas que atravessam a terra em diferentes direcções.

Os geofísicos experimentam que, em geral, as ondas sísmicas se propagam mais


lentamente nas rochas mais quentes e pouco rígidas e com maior velocidade em rochas
mais frias e rígidas.

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Determinação da Distância Epicentral e do Epicentro de um Sismo

Os sismos são medidos pelos sismógrafos, e o registo deste aparelho chama-se


sismogramas. Os sismogramas permitem registar a chegada das ondas sísmicas a um
centro de geofísica. As primeiras ondas a ser registadas são as de maior velocidade, isto
é, as ondas P; seguem-se as ondas S, e, por último, as ondas superficiais ou L.

A distância epicentral é a distância entre a estação sismológica e o epicentro do


sismo, podendo ser expressa em quilômetros (Δkm) ou pelo ângulo subentendido no
centro da Terra (Δ˚=(180/π) (Δkm/R)). Os tempos de percurso das ondas P e S entre o
local do sismo e um observador dependem da distância epicentral.

O gráfico Tempo de Percurso versus Distância Epicentral não é linear, pois a


trajetória do raio da onda no interior do planeta é curvada devido às diferentes velocidades
de propagação nas camadas mais profundas do planeta.

Figura 4 - Gráfico Tempo Distância.

Contudo, as velocidades de propagação das ondas sísmicas são suficientemente


bem conhecidas no interior da Terra de forma que o tempo de percurso de cada tipo de
onda possa ser tabelado em função da distância epicentral.

Distância Ondas P Ondas S S-P


Epicentral (Km) Minutos Segundos Minutos Segundos Minutos Segundos
2000 4 06 7 25 3 19
4000 6 58 12 36 5 38
6000 9 21 16 56 7 35
8000 11 23 20 45 9 22
10 000 12 57 23 56 10 59
12 000 13 39 25 18 11 39

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Existe, também, uma regra empírica, válida apenas para distâncias epicentrais
superiores a 100 Km, que pode ser utilizada para determinar a distância epicentral de um
modo aproximado. À diferença de tempo de chegada entre as ondas “P” e “S” subtrai-se
uma unidade e obtém-se a Distância Epicentral (D.E.) em milhares de quilómetros.

D. E. (em quilómetros) = [(S-P)-1] x 1000

Por exemplo, se a diferença de tempo (S-P) for 7 minutos, então a distância


epicentral será 6400 quilómetros:

D.E. = (7-1) x 1000 = 6x1000 = 6000 Km

Os sismos podem classificar-se em relação à distância epicentral, sendo: Locais


(menor que 150 0km); Próximos (menor que 1000 km) e Distantes (maior que 1000 km).

Determinação do epicentro

Para se determinar o epicentro de um sismo, é necessário recorrer aos dados


obtidos por, no mínimo três sismógrafos colocados, respetivamente, em cada uma de três
estações sismológicas diferentes e distando entre si pelo menos 100 Km.

Após se saber as distâncias epicentrais relativamente a três estações sismológicas,


para se determinar o epicentro do sismo traça-se, sobre uma carta, recorrendo a um
compasso e a uma régua graduada, uma circunferência com centro na estação respetiva e
raio igual (abertura do compasso) à distância epicentral, convertida na escala da carta,
para cada uma das referidas estações. O ponto de intersecção das três circunferências
corresponderá ao epicentro. Geralmente os círculos não se interceptam exatamente em
um único ponto, mas formam um pequeno triângulo esférico, o centro deste triângulo será
a melhor aproximação para a localização procurada.

Figura 5 - Localização do epicentro.

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Exemplo

Determina o epicentro do sismo cujas distâncias epicentrais são:

• D.E. para a Estação A (New York) – 4200 Km


• D.E. para a Estação B (Estugarda – Alemanha) – 3480 Km
• D.E. para a Estação C (Rio de Janeiro – Brasil) – 7080 Km
• 1cm na carta corresponde a 1400 Km
Cálculos para a estação A:

1 cm--------------------1400 Km
X cm--------------------4200 Km logo X = 4200/1400 = 3 cm
Abre-se o compasso com uma distância de 3cm, coloca-se a ponta afiada centrada
no ponto A do mapa e traça-se uma circunferência com 3 cm de raio à volta desse ponto.
Cálculos para a estação B:
1 cm--------------------1400 Km
X cm-------------------3480 Km logo X = 3480/1400 = 2,4 cm
Cálculos para a estação C:
1 cm--------------------1400 Km
X cm--------------------7080 Km logo X = 7080/1400 = 5,4 cm

Figura 6 - O ponto de correspondente à intersecção das três circunferências corresponde ao epicentro.

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Distribuição Geográfica dos Sismos

A distribuição geográfica da sismicidade global indica quais as áreas da Terra que


são tectonicamente activas. O mapa de sismicidade é uma importante evidência da teoria
de tectônica de placa. A distribuição geográfica dos epicentros também tem contribuído
para o estabelecimento dos limites das placas tectónicas, uma vez que nos seus bordos se
localiza a quase totalidade dos hipocentros.

As principais zonas sísmicas da Terra são:

Zona circum-pacífica – é também designada como Anel de Fogo do Pacífico,


onde se registam 80% dos sismos terrestres e ocorrem inúmeros fenómenos de
vulcanismo. Este anel é constituído pelas cadeias montanhosas da parte ocidental do
continente americano do cabo de Horn até ao Alasca e cruza para a Ásia, estendendo-se
para sul através do Japão, Filipinas, Nova Guiné e ilhas Fiji, até à Nova Zelândia.

Cintura mediterrâneo-asiática – estende-se de Gibraltar até ao Sudoeste


Asiático, onde ocorrem cerca de 15% dos sismos.

Zonas correspondentes às grandes cristas oceânicas – formam uma faixa


continua que se estende por milhares de quilómetros, onde ocorrem 3-7% dos sismos.

O restante do planeta é considerado asísmico, porém nenhuma região pode


considerar-se completamente livre da ocorrência de sismos. Aproximadamente 1% da
sismicidade global acontece em regiões intraplacas, longe das mais importantes zonas
activas.

Figura 7 - Mapa de distribuição dos sismos no mundo, destacados em vermelho.

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Conclusão

Excelentíssimos colegas, e Magnânima Professora Nigareth, chegamos a


conclusão de que, para se determinar o epicentro de um sismo é construída considerações
sobre ondas mecânicas longitudinais (ondas “P”) e transversais (ondas “s”) e da diferença
no tempo de chegada a uma estação sismológica de cada uma dessas ondas.

Concluímos também que, saber identificar o epicentro de um sismo é de extrema


utilidade ao seres humanos, pois com estes dados que não são de todo díficieis de se obter,
pode-se evitar danos materiais e vitais ao homem, visto que o epicentro é a zona onde
geralmente as actividades sísmicas podem ser mais danosas.

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Bibliografia
SILVA , A., BALDAIA, L., GRAMAXO , F., FÉLIX, J., SANTOS, M., & MESQUITA,
A. (s.d.). Biologia e Geologia - 10º Ano. Porto Editora.

SILVA, A., GRAMAXO, F., SANTOS, M., MESQUITA, A., BALDAIA, L., & FÉLIX,
J. (s.d.). Geologia 11.ª classe. Porto Editora.

DIAS, A., FREITAS, C., GUEDES, F., & BASTOS, C. (2013). Sismologia. Revista de
Ciência Elementar, 1, 1-3.

LEINZ, V., & AMARAL, S. (1987). Geologia Geral. São Paulo: Campainha Editora
Nacional.

CHIBA, B. (Fevereiro de 2013). EXPERIMENTO “LOCALIZAÇÃO DE


EPICENTRO". EXPERIMENTO “LOCALIZAÇÃO DE EPICENTRO”:UM MODELO
FÍSICO COMO FERRAMENTA DIDÁTICA INTERDISCIPLINAR. Pará, Belém.

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Ciência Elementar, 1, 1-3.

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Nacional.

SANTO, O. (2012). TEMA III - Compreender a estrutura e a dinâmica da Terra. Fonte:


Colégio Vasco da Gama - Biologia e Geologia 10º ano: https://colegiovascodagama.pt

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