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Terra e os seus subsistemas

Tipos de subsistemas
Sistema isolado Não existe troca de energia nem de matéria com o meio.
Sistema fechado Ocorre troca de energia, mas não de matéria com o meio.
Sistema aberto Ocorre troca de energia e de matéria com o meio.

1. A Terra atualmente é um sistema fechado/quase fechado:


a. Estabelece troca de energia com o meio envolvente, mas as trocas de
matéria são insignificantes:
i. Recebe energia solar;
ii. Liberta calor (resultante da desintegração de elementos
radioativos e calor ainda da origem da Terra);
iii. As trocas de matéria com o universo são insignificantes, recebe
meteoritos e poeiras cósmicas e liberta hidrogénio e hélio.
b. No passado a Terra era um sistema aberto, estabelecia trocas de
energia e matéria com o meio envolvente;
c. A Terra é um sistema dinâmico porque existem alterações de energia.
2. A Terra ser um sistema fechado ou quase fechado tem algumas implicações,
tais como:
a. A quantidade de matéria é finita ou limitada, isto é, os recursos minerais
do nosso planeta são tudo o que temos para o presente e para o futuro;
b. Os materiais poluentes, resultantes da atividade humana, acumulam-se
no interior do sistema com consequências potencialmente danosas;
c. Quando ocorrem alterações num dos subsistemas terrestres, as
consequências destas alterações poderão afetar os outros subsistemas
pois estes são abertos, dinâmicos e interpendentes uns dos outros.

Subsistemas terrestres
 Sistemas abertos;
 Estão em equilíbrio dinâmico, interagindo de diferentes modos.

Hidrosfera
 Massa total de água, líquida e sólida.

Atmosfera
 Invólucro gasoso que rodeia a Terra
o A presença de oxigénio na atmosfera é fundamental à existência de
vida.
o Na estratosfera, entre os 25 e os 30km, encontra-se a Camada de
Ozono.
o Evolução da atmosfera
Na atmosfera primordial não existia camada de Ozono pelo que
os primeiros seres vivos povoaram a hidrosfera. A conquista do
meio terrestre só foi possível após a formação da camada de
Ozono que surgiu após o aparecimento dos primeiros seres vivos
(cianobactérias…).

Geosfera
 Parte superficial e profunda da Terra (crosta, manto e núcleo)
o Importância da geosfera
 Suporte de vida
 Apresenta dinamismo, transformação e movimento.

Biosfera
 Conjunto de todos os seres vivos que habitam a Terra, as relações que
estabelecem entre si e com o meio.

Rochas e ciclo litológico


A história da Terra está escrita:
 Nos fósseis;
 Nas rochas;
 Nas paisagens geológicas

E permite

 Conhecer espécies de seres vivos e a sua evolução, ao longo do tempo;


 Conhecer os tipos de ambiente (profundidade dos mares, as condições
físico-químicas das águas);
 Conhecer as mudanças que ocorreram na terra (alteração do clima e do
relevo)
 A existência de mobilidade e colisão de continentes.

Rochas -> unidades estruturais da crosta e do manto terrestres constituídas, em regra,


por um ou mais minerais associados.
Mineral -> corpo sólido, natural, inorgânico, de estrutura cristalina e com
composição química fixa ou variável dentro de certos limites.

Classificação de rochas
Sedimentares-> fragmentos e detritos (ou clastos), precipitação química, materiais
orgânicos (conglomerados);
Magmáticas-> magma, proveniente da astenosfera ou resultante da fusão de rochas
da litosfera (granito);
Metamórficas-> recristalização, no estado sólido de rochas pré-existentes; alterações
mineralógicas e texturais (gnaisse).

Rochas sedimentares
 Formam-se à superfície ou próximo dela (em condições subaéreas)
 Etapas de formação:

Sedimentogénese
Meteorização (alteração física e química das rochas)
Erosão (remoção dos materiais alterados por ação da
gravidade, da água ou do vento)
Transporte (ação da água, do vento...)
Sedimentação (deposição dos detritos em estratos-força da
gravidade)

Diagénese/Litificação
Compactação/desidratação (redução do volume e aumento
da densidade por diminuição dos espaços intersticiais, devido
ao aumento de pressão dos estratos superiores)
Cimentação (união dos sedimentos através de um cimento
que precipita entre eles)

Sedimentação/ deposição
 Ocorreu quando a ação dos agentes de erosão ou transporte se
anulam ou é reduzida;
 Podem depositar-se detritos, novos minerais provenientes de
meteorização química ou da precipitação de substâncias em solução
e matéria orgânica (conchas, plantas…);
 Pode ocorrer no interior dos continentes (lagos, rios…), no limite
continente-oceano (praias) ou nos oceanos (planície abissal,
plataforma, talude);
 Os sedimentos depositam-se formando estratos, camadas mais ou
menos paralelas.

Estratos antigos podem depositar-se com forte hidrodinamismo


e os estratos antigos só se depositam com fraco
hidrodinamismo.

Do mais antigo para o mais recente a energia do ambiente de


sedimentação diminui.

 Quanto maior o dinamismo do ambiente, maior a


granulometria.
Diagénese/Litificação
 Transformação dos sedimentos soltos em rochas sedimentares consolidadas.
 Classificação das rochas sedimentares:
o Detríticas
 Constituídas por sedimentos de origem físico-química (detritos),
formados por processos de meteorização sobre rochas pré-
existentes.
o Quimiogénicas
 Constituídas por sedimentos de origem química, resultantes da
precipitação de substância em solução nas águas.
 Ex.: Calcário, sal-gema, gesso
o Biogénicas
 Constituídas por sedimentos de origem biológica, produzidos por
seres vivos ou resultantes da sua atividade.
 Ex.: Calcário (conquífero e recifal), carvões

NOTA: as rochas sedimentares constituem uma fina camada da crosta superior,


representando cerca de 75% das rochas expostas à superfície. As rochas sedimentares
são as que apresentam mais frequentemente fósseis.

Rochas magmáticas
 Resultam da formação e consolidação de magmas, quer no interior da geosfera,
quer à superfície ou próximo dela.
 Textura das rochas magmáticas:
Solidificação do magma à Solidificação do magma em
superfície profundidade

Rocha vulcânica/extrusiva Rocha plutónica/intrusiva

Arrefecimento rápido Arrefecimento lento

Cristais pequenos por vezes não visíveis à Cristais bem desenvolvidos, visíveis à vista
vista desarmada desarmadas

Textura afanítica ou agranular Textura fanítica ou granular

Basalto Granito
NOTA: as rochas magmáticas não são vulgarmente fossilíferas. Cinzas vulcânicas e
certas escoadas lávicas podem conter fósseis.

Rochas metamórficas
 Formam-se no interior da geosfera
 Resultam de transformações no estado sólido de rochas pré-existentes em
condições de pressão e temperatura elevadas.
Há 2 tipos de metamorfismo:
 Metamorfismo regional
 Metamorfismo de contacto

 Metamorfismo regional
o Abrange grandes áreas relacionadas com contextos tectónicos nomeadamente
compressivos.
o Principal fator de metamorfismo: tensão.
o Outros fatores de metamorfismo: calor/temperatura, fluídos de circulação,
tempo geológico.
o Rochas resultantes de metamorfismo regional: ardósia, filito, micaxisto,
gnaisse.
o A tensão compressiva vai orientar os minerais perpendicularmente à direção de
atuação das forças, originando textura foliada.

 Metamorfismo de contacto
o Ocorre em pequenas áreas.
o Principal fator de metamorfismo: color/temperatura.
o Ocorre recristalização.
o Não há orientação preferencial dos minerais, logo não há textura foliada
porque as tensões são mais baixas.
o Têm textura granoblástica.
o Rochas resultantes de metamorfismo de contacto:

o Rochas sedimentares o Rochas metamórficas


o Argilito o Coreana
o Calcário o Mármore
o Arenito o Quartzito
o As rochas metamórficas derivadas de rochas sedimentares podem apresentar
fósseis que se podem encontrar deformados ou destruídos.
Datação relativa
 Fazer datação relativa é estabelecer a ordem cronológica de uma determinada
sequência de acontecimentos geológicos, sem, no entanto, se utilizarem
unidades de tempo.
 A datação relativa determina-se aplicando um conjunto de princípios da
litoestratigrafia:
o Princípio da horizontalidade
 A deposição dos sedimentos é feita, inicialmente, em camafdas
horizontais, posteriormente os estratos podem ser inclinados
por ação de movimentos tectónicos.
o Princípio da sobreposição dos estratos
 Qualquer estrato é mais antigo do que aquele que o recobre.
 Exceções a este princípio: dobras deitadas e terraços
fluviais/marinhos (são tanto mais recentes quanto mais
profundos)
o Princípio da interseção/corte
 Toda a estrutura que interseta/corta outra é mais recente.
o Princípio da continuidade lateral
 Os estratos podem estender-se lateralmente por longas
distâncias, aplicando este princípio podemos correlacionar
litologias que se encontrem muito afastadas.
o Princípio da inclusão
 Fragmentos ou porções de uma rocha que se encontram
incorporadas noutra são mais antigas que as rochas que os
contêm.
 Fragmentos incluídos resultam da meteorização e da erosão de
camadas subjacentes logo são mais antigos do que a camada
que os contém.
 Xenólitos-> fragmentos de outras rochas que foram
incorporadas no magma durante a sua consolidação.
 Discordância-> corresponde a um período de tempo durante o
qual não ocorreu sedimentação (e a erosão atuou), iniciando-se
depois uma nova sedimentação.
o Princípio da identidade paleontológica
 Estratos com os mesmos fósseis possuem a mesma idade.
 Os fósseis são contemporâneos das rochas onde se encontram.
Os fósseis que permitem datar as rochas são apenas os fósseis de idade ou
estratigráficos.
Para que se forme um fóssil são necessárias:
 Condições inerentes ao meio
o Cobertura por sedimentos finos e impermeáveis (ex.: argila)
o Temperatura baixa
o Clima seco
 Condições inerentes ao ser vivo
o Existência de partes duras (ex.: ossos, conchas…)

Fósseis de ambiente ou de fácies


 Fósseis que se formaram em condições ambientais muito
específicas/restritas.
o Ex.: fósseis de corais (formam-se em águas quentes, pouco
profundas e ligeiramente agitadas)

Fósseis de idade Fósseis de fácies


Indicadores da idade dos estratos Indicadores de paleoambientes
Grande distribuição geográfica Pequena distribuição geográfica
Pequena distribuição estratigráfica Grande distribuição estratigráfica

Datação radiométrica
 Isótopos instáveis-átomos pai
 Isótopos estáveis- átomos filho
O tempo necessário para que metade dos átomos pai se transforme em átomos filho é
chamado de semi-vida.
1 semi-vida=50% pai 50% filho
2 semi-vida=25% pai 75% filho
3 semi-vida=15,5% pai 87,5% filho
4 semi-vida=6,25% pai 93,75% filho

 A quantidade de elementos radioativos (átomos-pai e átomos-filho)


 A velocidade de desintegração (transformação) ou decaimento- ou semi-
vida (esta velocidade é constante).
Limitações da datação radiométrica
 No caso das rochas sedimentares, a proveniência dificulta esta datação.
 No caso das rochas metamórficas:
o Formam-se a partir de outras rochas;
o As ações metamórficas podem perturbar a relação átomos-pai/átomos-
filo; saindo, por exemplo, alguns átomos-filho para fora do sistema o
que vai introduzir erros nos cálculos;
o Pode ainda acontecer que se juntem aos átomos-pai outros isótopos o
que introduz erros de cálculo.
 As rochas e minerais que não possuam elementos radioativos não podem
ser datadas por este processo.
 As concentrações de isótopos radioativos presentes nas rochas são muito
baixas e difíceis de avaliar. (1g por 1000 kg de rocha)
 O método exige material de laboratório adequado o que se torna muito
dispendioso.

Escala de tempo geológico


 É baseado no estudo das sequências estratigráficas e dos fósseis de idade.
 Está dividida em diferentes porções que correspondem a importantes
acontecimentos, biológicos e geológicos:
o Extinção de espécies;
o Aparecimento de novas espécies;
o Períodos mais ou menos prolongados de subida ou descida dos níveis da
água do mar (transgressões e regressões);
o Período de intensa e contínua atividade vulcânica;
o Formação de cadeias montanhosas;
o Períodos de aquecimento ou arrefecimento global.

Eon --------------- Era --------------- Períodos


|
|
|

Criptozoico
Fanerozoico --------- Paleozoico
Mesozoico
Cenozoico

A Terra, um planeta em mudança

Existem várias teorias que procuram interpretar os processos geológicos responsáveis


pela evolução da Terra.
 Catastrofismo
o Aparecimento dos seres vivos na Terra, foi devido à criação Divina;
o As grandes modificações ocorridas na Terra seriam devidas a grandes
catástrofes (processos rápidos e pontuais);
o O repovoamento era feito por seres vivos vindos de outros locais.
 Uniformitarismo
o As leis naturais são constantes no espaço e no tempo;
o Os acontecimentos geológicos são o resultado de processos lentos e
graduais na natureza (gradualismo);
o Deve explicar-se o passado a partir dos fenómenos que se observam no
presente “o presente é a chave do passado” (princípio do atualismo ou
causas naturais).
 Neocatastrofismo
o Explica a evolução da Terra com base nos princípios de uniformitarismo;
o Ocasionalmente a Terra sofre alterações profundas (catástrofe).

A teoria da deriva dos continentes de


Wegener
 Morfológicos-> encaixe quase perfeito dos encontros de alguns
continentes.
 Paleontológicos-> existência do mesmo tipo de fósseis (terrestres) em
diferentes continentes.
 Geológicos-> montanhas com a mesma idade e o mesmo estilo de
deformação.
 Paleoclimáticos-> existência de depósitos glaciares que atualmente não
seriam possíveis.
Segundo Wegener, nos primeiros tempos da história da Terra existiria:
 Um único continente, a Pangeia;
 Rodeado por um único oceano, o Pantalassa.
A teoria da tectónica das placas
A superfície da Terra-Litosfera (crusta + parte superficial do manto superior(100km)):
 Está fragmentado em placas;
 As placas estão em movimento relativamente às outras;
 As placas assentam sobre uma camada estrutural mais quente, menos
rígida e dúctil- Astenosfera.

Contributos para a teoria da tectónica


das placas
 A Teoria da deriva dos continentes de Wegener;
 O estudo do fundo dos oceanos:
o Pensava-se que o fundo dos oceanos eram desprovidos de qualquer
relevo, com uma idade de 4600 M.a.
 A descoberta de:
o Grandes relevos-enormes cordilheiras-dorsais;
o Camadas de sedimentos muito finos;
o Idade de cerca de 200 M.a de rochas mais recentes perto das dorsais;
o Simetria de um e do outro lado das dorsais (que mostrou o dinamismo
do fundo dos oceanos);
o Hoje sabe-se que a maior parte dos processos geológicos que ocorrem
na Terra, estão liados direta ou indiretamente à dinâmica do fundo dos
oceanos.
 Ao estudarem o fundo dos oceanos…
o Cresce ao longo do rifte, a partir da ascensão de magma;
o É destruído na zona de subdução (as partes mais antigas)

Surgiu assim, em meados do século XX, a Teoria da Tectónica das Placas.

Qual a relação entre o movimento das Placas Litosféricas e a posição dos continentes?
Os limites divergentes entre as placas são responsáveis pelo:
 Fragmentação de continentes;
 Formação e posterior alastramento dos fundos oceânicos.
Os continentes são amassados pelo movimento dos fundos oceânicos, uma
consequência das correntes de convecção. As correntes de convecção são o motor da
tectónica de placas.

Limites convergentes
1. Placa oceânica - placa oceânica-> a placa mais fria, logo mais antiga é
subductada, podendo originar vulcões que se dispõem em arcos vulcânicos.
2. Placa continental – placa oceânica-> a placa mais densa é subductada e
formam-se cadeias montanhosas.
3. Placa continental – placa continental-> ocorrem enrugamentos e formação de
cadeias montanhosas.

Limites divergentes
 Ocorre construção de placas;
 Ocorre afastamento de placas;
 Verifica-se nas zonas de rifte;
 Fenómenos geológicos importantes: vulcanismo.

Limites conservativos ou transformantes


 Movimento horizontal e paralelo de blocos;
 Não há formação nem destruição de crusta;
 Ocorre nas falhas transformantes;
 Fenómenos geológicos importantes: sismicidade.
NOTA: Ao contrário das regiões situadas no interior das placas que são tecnicamente
mais estáveis, as zonas de fronteira entre placas tectónicas são palco de importantes
fenómenos geológicos, nomeadamente a ocorrência de vulcanismo e de sismicidade.
Vulcanismo
Existem 2 tipos de vulcanismo: _ Vulcanismo primário/eruptivo/ativo
_ Vulcanismo secundário/atenuado/residual

Vulcanismo primário/eruptivo/ativo
Caracteriza-se pela emissão de materiais líquidos, gasosos e sólidos. Pode ser central
ou fissural.

Vulcanismo
secundário/atenuado/residual
Caracteriza-se pela emissão de gases e/ou água a temperaturas elevadas.

Tipos de magma
Diferem atendendo à percentagem de SiO2

Ultra básico< 45% de sílica


Básico/basáltico: 45-50% de sílica
Intermédio/andesito: 50-70% de sílica
Ácido/riolitico> 70% de sílica
 Basicamente, o que distingue os diferentes tipos de magma é o seu teor em
sílica.
 Quanto maior a % de sílica mais viscoso é o magma.
 Quanto mais viscoso o magma, maior a dificuldade de se movimentar.

Tipos de erupção
Erupção efusiva
 Baixo teor em sílica, magma básico/basáltico;
 Lavas fluídas escorrendo facilmente, “rios” de lava;
 Poucos gases que se liberam com facilidade;
 Não há emissão de piroclastos;
 Cone em escudo (baixo) e vertentes suaves;
 Característico das dorsais oceânicas, riftes, limites divergentes;
 Possibilidade de controlar a direção do fluxo da lava;
 Possibilidade de evacuação antecipada das populações.

Erupção explosiva
 Elevado teor em sílica, magma ácido/riolitico;
 Lavas viscosas (ou muito viscosas), solidificando rapidamente dentro da
cratera, dificultando a saída dos gases (rolhão);
 Ocorrem em limites convergentes de placas continental/continental;
 Muitos gases que se libertam com muita dificuldade e as pressões que resultam
da sua acumulação provocam explosões violentas;
 Emissões de bombas e blocos e/ou nuvens ardentes (nuvens de gases e cinzas
incandescentes), que se deslocam em grande velocidade, de forma não
controlável, podendo por em perigo as populações;
 Cone alto e vertentes acentuadas/ingremes;
 Podem formar-se agulhas vulcânicas ou domas vulcânicos.

Erupção mista – Ora efusiva, ora


explosiva
 Alternância de fases efusivas, com a emissão tranquila de lava, e de fases
explosivas, pouco violentas, com emissão de piroclastos;
 Cone vulcânico com alternância de lava e materiais piroclásticos;
 As escoadas de lava são, geralmente, curtas;
 Cone vulcânico mais íngreme do que na erupção efusiva e menos íngremes que
na erupção explosiva.

Tipos de materiais libertados pelos vulcões


 Sólidos ou piroclastos
o Cinzas
o Lapili ou bagacinha
o Bombas
 Líquidos
o Lavas fluídas
o Lavas líquidas
 Gasosos
o Vapor de água
o Dióxido de enxofre
o Dióxido de carbono

Materiais líquidos-tipos de solidificação de lavas


fluídas
Lava escoriácea/aa
 Menos fluída que as encordoadas
 Porosa
 De superfície irregular, resultante da perda rápida de gases
Lavas em almofada/pillow lavas
 Arrefecimento dentro de água, ficando com aspeto de almofadas
Lavas encordoadas/pahoehoe
 Muito fluídas formando rios de lava
 Solidificadas lembram cordas
NOTA: > temperaturas lavas +líquidas
< temperaturas lavas – viscosas

Materiais líquidos-tipos de solidificação de lavas


viscosas
Agulhas vulcânicas
 A lava solidifica na chaminé
Domas ou cúpulas
 A lava solidifica sobre a cratera
Nuvens ardentes
 Nuvens de gases e cinzas incandescentes
 Elevada capacidade destrutiva

Outras estruturas típicas da paisagem vulcânica: Caldeiras


Resultam do abatimento do cone vulcânico, devido ao esvaziamento quase completo
da câmara magmática, ficando o cone vulcânico sem base de sustentação. Nestas pode
acumular-se água da chuva, formando lagoas.

Atividade vulcânica e clima


Em erupções fortemente explosivas podem libertar-se nuvens de gases e cinzas
originando assim períodos glaciáricos e extinções em massa.

Vulcanismo secundário/atenuado/residual
 Fumarolas: emissões de vapor de água acompanhadas ou não de outros gases.
o Sulfataras: emissão de ases ricos em compostos sulfurosos.
o Mufetas: emissão de gases ricos em CO 2 e CO.
 Géiseres: emissões intermitentes de água e vapor de água a altas
temperaturas.
 Nascentes termais: água a elevadas temperaturas rica em sais minerais que
podem ter origem vulcânica ou resultar de água superficial infiltrada em
fraturas.
NOTA: Em Portugal continental a existência de nascentes termais está relacionada com
a existência de fraturas nas rochas.
Distribuição geográfica dos vulcões
relacionada com placas litosféricas
 Fronteiras divergentes corresponde às dorsais oceânicas—vulcanismo
efusivo.
 Fronteiras convergentes ao longo do Oceano Pacífico (anel de fogo)
os vulcões distribuem-se ao longo das zonas de subducção, formando
alinhamento de ilhas paralelo às fossas- arcas insulares—vulcanismo
explosivo.
 Vulcanismo intraplaca pode originar ilhas, mantos de basalto nos
continentes ou fundos oceânicos. Estes centros de atividade vulcânica-
pontos quentes- com vulcões isolados ou em grupo—vulcanismo
efusivo.
 Ponto quente zona fixa, localizada na base da litosfera, fonte de
magma mantélico, relacionado, segundo se pensa, com plumas
térmicas.
 Plumas térmicas colunas ascendentes de material quente,
proveniente da zona de fronteira entre o manto e o núcleo, que
ascende até à litosfera.

NOTA: Se a placa é muito móvel forma-se uma série de vulcões


alinhados, tanto mais jovens e ativos quanto mais próximos do ponto
quente. Se a placa é pouco móvel originam-se grandes vulcões isolados.
 A quantidade de água:
o Aumenta o carácter explosivo das erupções;
o Baixa o ponto de fusão dos materiais.

Diferentes tecnologias permitem fazer a


vigilância de vulcões
 Detetar a deformação do cone vulcânico, através de aparelhos que
medem a inclinação—clinómetros;
 Detetar a variação da distância entre dois pontos específicos do vulcão;
 Determinar variações do campo magnético através de magnetómetros;
 Registar sismos utilizando uma rede de sismógrafos ligados a uma
estação central;
 Registar a variação da tempª das fumarolas, de fontes terminais, da
água dos lagos e dos poços próximos do vulcão;
 Detetar variações súbitas da tempª do solo próximo dos vulcões,
através de sensores localizados em satélites artificiais;
 Analisar a composição química dos gases libertados em estações
geoquímicas;
 Detetar variações da força gravítica utilizando gravímetros.

 Apesar dos perigos, a atividade vulcânica apresenta várias


contrapartidas económicas:

o Solos férteis devido à deposição de cinzas;


o Aproveitamento da energia geotérmica para a produção de
energia elétrica e aquecimento de habitações, piscinas e estufas;
o Exploração de produtos mineiros (enxofre, cobre, ferro, platina e
diamantes);
o Interesse turístico.
 Apesar de perigosas as regiões vulcânicas são
densamente populadas.

Previsão e prevenção
 Fazer mapas com a história da atividade eruptiva de um vulcão, que
permite prever comportamento futuro;
 A sensibilização e a educação das populações para as situações de
risco podem ajudar a salvar muitas vidas.

Sismologia
Sismos ou tremores de terra
o São movimentos vibratórios brusco, de curta duração com oriem nas
camadas superiores da Terra, provocadas pela libertação rápida de
grandes quantidades de energia, sob a forma de ondas sísmicas.

Classificar
o Macrossismos movimentos vibratórios que são sentidos pela
população;
o Microssismos movimentos vibratórios que só são registados por
determinados aparelhos.

Os sismos não são um processo geológico isolado:


o Abalo principal procedido e sucedido por pequenos abalos;
o Abalos premonitórios antes
o Réplica depois
Causas
o Artificiais Explosões em minas e pedreiras;
o Naturais Tectónicos, Vulcânicos, de Colapso (abatimento de grutas).
Sismos tectónicos
o São os mais frequentes;
o São gerados pela rotura das rochas quando estas estão sobre a ação de
fortes tensões tectónicas devido ao movimento das placas tectónicas—
movimento divergente, convergente e transformante.

Teoria do ressalto elástico


o Nos limites das placas as rochas estão sujeitas a fortes tensões; como
resposta ao estado de tensão as rochas deformam-se, originando uma
falha quando é ultrapassado o limite de
elasticidade/resistência/cedência.
o A rotura do material é acompanhada do movimento relativo dos blocos,
havendo libertação de energia e calor.
o O deslocamento dos blocos ao longo do plano de falha permite que a
rocha deformada recupere parte da sua forma original.

Parâmetros para caracterizar sismos


o Foco ou hipocentro local do interior da geosfera onde ocorre a
libertação de energia.
o Epicentro local à superfície, situada na vertical do hipocentro, onde o
sismo é sentido com máxima intensidade.

 Num meio homogéneo a energia propaga-se sob a forma de superfícies


esféricas.
 Na Terra, devido à heterogeneidade dos materiais a trajetória das ondas é
irregular.
Classificar de acordo com a profundidade
do foco
o Sismos superficiais com profundidade inferior a 70km.
o Sismos intermédios situados entre 70 e 300km.
o Sismos profundos com profundidade superior a 300km.

Ondas sísmicas
_Ondas internas ou de volume: _Têm origem no foco
_Propagam-se no interior da Terra em qualquer
direção.
o Ondas primárias/P/longitudinais
o Ondas secundárias/S/transversais
_Ondas superficiais ou longas: _Propagam-se apenas na superfície da geosfera.
_Resultam da interação das P e S com a
superfície.
o Ondas Love ou L;
o Ondas Rayleigh ou R.

Ondas P
o São as ondas com maior velocidade de propagação;
o Os materiais rochosos vibram paralelamente à direção de propagação;
o Durante a sua passagem os materiais são comprimidos e distendidos,
provocando alteração do volume dos materiais, mas não alterando a
sua forma;
o Propagam-se em meios sólidos, líquidos e gasosos;
o Incidem verticalmente nas estruturas.
Ondas S
o Propagam-se a menor velocidade do que as P;
o As partículas vibram perpendicularmente à direção de propagação;
o Durante a sua passagem os materiais são deformados, mas não altera o
seu volume;
o Só se propagam em meios sólidos;
o Incidem transversalmente nas estruturas.
Ondas superficiais
o Resultam da interação entre as ondas P e S e a superfície terrestre;
o Existem as ondas Love ou de Rayleigh;
o São ondas de grande amplitude (lonas), sendo, por isso, as mais
destrutivas.

Velocidade das ondas P e S


o Depende: _da rigidez dos materiais (r resistência à deformação)
_da densidade (d)
_incompressibilidade (kresistência à variação de volume)
k +4 /3 r
V P=
√d

r
V S=
√ d

Sismógrafos
o Sensor que indica o deslocamento do solo;
o Aparelho de precisão que deteta e regista as vibrações do solo
Sismograma
o Registos efetuados pelos sismógrafos.
Determinar o epicentro de um sismo
o Quando se confrontam os sismogramas obtidos numa dada estação
sismográfica, com o registo efetuado por mais duas estações
sismográficas, é possível determinar o epicentro de um sismo.
o Distância epicentraldistância da estação sismográfica ao epicentro.

Maremoto/ tsunami
o Ondas gigantescas, geralmente catastróficas, resultantes de um sismo
cujo epicentro se localiza na crosta oceânica, ocorre em falhas normais
ou inversas ou em falhas de desligamento.

Intensidade vs. Magnitude


o A intensidade de um sismo é um parâmetro qualitativo e subjetivo que
corresponde aos efeitos provocados pelo sismo, sentidos à superfície de
um dado local.
o A determinação da intensidade tem por basa a perceção das vibrações e
o grau de destruição.
o Para avaliar a intensidade utiliza-se a Escala Internacional ou Escala de
Mercalli Modificada ou Escala Macrossísmica Europeia (12 termos em
numeração romana).
o A intensidade de um sismo depende de:
 Profundidade do foco e distância epicentral;
 Natureza do subsolo;
 Quantidade de energia libertada no foco;
 Qualidade das edificações;
 Número de habitantes.
o A determinação da intensidade de um sismo, nos vários locais à
superfície da Terra onde ele foi sentido e a localização do seu epicentro,
permitem traçar uma carta de isossistas (pontos q o sismo foi sentido
com a mesma intensidade).
o A magnitude é a quantidade de energia libertada no hipocentro/foco.
o Para calcular a quantidade de energia libertada num sismo utiliza-se a
Escala de Magnitude de Richter.
o A Escala de Richter é uma escala aberta-- sem limite máximo. Os sismos
de magnitude superior a 9 são raros.

Escala de
Escala de Richter Mercalli

Quantitativa e Qualitativa e
objetiva subjetiva

Escala aberta Escala fechada que


contém XII graus
Trabalha com
sismogramas Trabalha com um
inquérito
Avalia a
magnitude
Avalia a intensidade
É uma escala
mais precisa
Pode-se elaborar uma
Tem um valor carta de isossistas
único

Zonas de maior sismicidade


o Zona circumpacífica—anel de fogo do Pacífico—80%
o Cintura Mediterrânico-Asiática—10%
o Cristas oceânicas—5%
o Zonas intraplacas—5%

Sismicidade interplaca em Portugal


Continental
o Portugal Continental situa-se na Placa Euro-Asiática, limitada a sul pela
falha Açores-Gibraltar (limite entre a placa Euro-Asiática e a Placa
Africana, a qual se desloca para Norte), e limitada a oeste pela Dorsal
Médio-Atlântica (afastamento da placa Euro-Asiática e placa Norte
Americana).

Sismicidade intraplaca em Portuga


Continental
o Está relacionada com o sistema de falhas ativas em Portugal.
o Madeira: _Sismicidade reduzida.
o Açores: _Sismicidade moderada a forte;
o Localizado no limite triplo de placas tectónicas:
 Junção Tripla dos Açores fronteira entre as placas Euro-
Asiática, Norte Americana e Africana.

Perigos associados à ocorrência de sismos


o Formação de fendas no solo;
o Colapso de edifícios e de infraestruturas;
o Deslizamento de terra com possibilidade de soterramento;
o Vítimas mortais;
o Incêndios;
o Inundações e destruição por tsunamis.
Minimizar os riscos associados à ocorrência
de sismos---Previsão
o Antes da ocorrência de um grande sismo, abrem-se pequenas fraturas
no interior das rochas nas proximidades da falha, as quais modificam as
suas propriedades.
o Essas alterações podem ser captadas e entre elas é de salientar:
 Ocorrência de microssismos devido às pequenas fraturas;
 Flutuações do campo magnético;
 Variação do nível da água em poços próximos da falha;
 Aumento da emissão de radão, um gás radioativo
resultante da desintegração do rádio.
 Anomalias no comportamento dos animais.

Minimizar os riscos associados à ocorrência


de sismos---Prevenir
o Identificação das zonas de risco;
o Identificação das falhas ativas;
o Elaboração de cartas de isossistas de intensidade máxima;
o Aplicação de normas de construção antissísmica.

Ondas e descontinuidades
Tipos de onda
o Onda direta não interage com nenhuma superfície de
descontinuidade (s.d), não sofre reflexão nem refração.
o Onda refletida interage com uma superfície de
descontinuidade, mas retorna e propaga-se no meio anterior.
o Onda refratada interage com uma superfície de
descontinuidade e segue um percurso mais complexo no interior
da terra.
 Superfície de descontinuidade superfície de separação
entre 2 meios com características diferentes.

Tipos de descontinuidade
o Descontinuidade de Mohorovicic/Moho/M:
 Separa a crusta do manto superior;
 Situada a cerca de 35-40km na crusta continental;
 Situada a cerca de 5-10km na crusta oceânica (mais
espessa)
o Descontinuidade de Gutenberg:
 Separa o manto do núcleo externo;
 Situada a cerca de 2900km.
o Descontinuidade de Lehmann:
 Separa o núcleo externo do núcleo interno;
 Situada a 5600km.
 A distância epicentral pode ser expressa em km ou em função do ângulo
epicentral (definido pelo raio terrestre que passe pelo epicentro e um
raio que passe pelo local considerado).
 Zona de baixa velocidade astenosfera (100-200km);
 materiais menos rígidos (mais plásticos).

 Teoria da tectónica de placas:


o A existência de uma zona menos rígida permite:
 Correntes de convecção do manto que provocam o
deslizamento de placas litosféricas.

Estrutura interna da geosfera


o Pressão aumenta com a densidade dos minerais, alterando-
-lhes a estrutura;
 faz subir o ponto de fusão dos minerais;
 o gradiente geobárico aumenta com a profundidade.
o Astrogeologia a composição e estrutura dos meteoritos
apoiam:
o A diferenciação do planeta Terra em zonas estruturais
diferentes.
 P.ex.: a composição química do núcleo (como os
sideritos), apoiam o modelo de estrutura proposta
para a Terra constituídos por crosta-manto-
núcleo.
Modelo Modelo
geoquímico físico
Litosfera
Crusta Zona rígida mais externa
constituída pela crosta e
pela parte do manto mais

Elementos mais abundantes: Si, O, Al, Mg, Fe. externa

1,55% do volume da Terra Astenosfera

Crusta oceânica Zona com comportamneto


plástico. As condições de
pressão e de tempª

Crusta continental permitem a fusão parcial


de alguns constituintes.

Mesosfera
Zona rígida entre a
astenosfera e o núcleo.

Endosfera
Compreende o núcleo
externo (líquido) e o núcleo
interno (sólido/rígido)
Manto
Elementos mais abundantes: Si, O, Al, Mg, Fe
82,25% do volume da Terra
Manto superior
Manto inferior

Núcleo
Elementos mais abundantes: Fe e Ni
16% do volume da Terra

Modelo geoquímico
o Crusta:
 Continental granítica menos densa
 Oceânica basáltica mais densa
o Manto peridotito (semelhante ao basalto, mas mais rica em Olivina e
Piroxena) rocha ultrabásica.
o Núcleo Não tem rochas, mas sim uma liga metálica de Ferro e Níquel.

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