Você está na página 1de 22

176 PA R A E N T E N D E R A T E R R A

limite de placas com largura de centenas ou mesmo mi-


Forças da tectônica de placas lhares de quilômetros. A crosta continental não se com-
Deformação é um termo geral que inclui dobramento, porta de maneira rígida nessas zonas amplas, portanto as
falhamento, cisalhamento, compressão e extensão de rochas na superfície são deformadas por dobramento e
rochas por forças da tectônica de placas. Os tipos de de- falhamento.
formação que vemos expostos na superfície terrestre são As dobras das rochas são como as dobras das rou-
causados, principalmente, pelos movimentos horizon- pas. Da mesma maneira como uma roupa fica enrugada
tais das placas litosféricas umas em relação às outras. Por quando suas extremidades são empurradas uma contra a
esse motivo, as forças tectônicas que deformam rochas outra, também as camadas rochosas dobram-se quando
em limites de placas têm orientação predominantemente são lentamente comprimidas por forças da crosta (Figura
horizontal e dependem da direção do movimento relativo 7.1a). As forças tectônicas também podem causar o rom-
de placas: pimento de uma formação rochosa com deslizamento
paralelo à fratura em ambos os lados da mesma (Figura
 Forças extensionais, que alongam um corpo e ten- 7.1b), formando uma falha. Quando ocorre uma quebra
dem a segmentá-lo, predominam em limites diver- súbita dessas, o resultado é um terremoto. Zonas ativas
gentes, onde as placas afastam-se entre si. de deformação continental são marcadas por terremotos
 Forças compressivas, que apertam e encurtam for- frequentes.
mações rochosas, predominam em limites conver- As dobras e as falhas geológicas apresentam tama-
gentes, onde as placas aproximam-se. nhos que variam de centímetros a metros (como na Figu-
 Forças de cisalhamento, que empurram cada um ra 7.1) a dezenas de quilômetros ou mais. Muitos cintu-
dos dois lados de uma formação rochosa em direções rões de montanhas são, na verdade, uma série de grandes
opostas, predominam em limites de falhas transfor- dobras ou falhas, ou ambas, que foram meteorizadas e
mantes, onde as placas deslizam uma em relação à erodidas. Com base no registro geológico da deformação
outra. exposta na superfície terrestre, os geólogos podem dedu-
zir as direções do movimento em antigos limites de placas
Se as placas fossem perfeitamente rígidas, os limi- e reconstruir a história tectônica da crosta continental.
tes de placas seriam delineações precisas, e os pontos
em cada lado desses limites se moveriam na velocidade
relativa da placa. Essa idealização geralmente é uma boa
aproximação nos oceanos, onde vales em rifte em dorsais Mapeamento de
mesoceânicas, fossas de mar profundo e falhas transfor- estruturas geológicas
mantes praticamente verticais formam zonas de limites
de placas estreitos, muitas vezes com apenas alguns qui- Falhas e dobras são exemplos das feições básicas que os
lômetros de largura. geólogos observam e mapeiam para entender os proces-
Porém, nos continentes, a deformação causada por sos de deformação crustal. O local mais óbvio para encon-
movimentos de placas pode ser“turvada”em uma zona de trar informações sobre a geometria dessas feições é em

Dobras

Falhas

(a) (b)
FIGURA 7.1  Rochas sujeitas a forças tectônicas são deformadas por dobramento e falha-
mento. (a) Uma exposição de camadas de rochas, originalmente horizontais, dobradas por forças
tectônicas compressivas. (b) Uma exposição de camadas de rochas, anteriormente contínuas,
permanentemente deslocadas ao longo de pequenas falhas por forças tectônicas extensionais.
[(a) Phil Dombrowski; (b) Tom Bean]
C A P Í T U LO 7  D E F O R M A Ç Ã O : A M O D I F I C A Ç Ã O D E R O C H A S P O R D O B R A M E N TO E FA L H A M E N TO 177

FIGURA 7.2  Camadas inclinadas de


calcário e folhelho da costa de Somerset,
Inglaterra. As crianças estão caminhando
ao longo da direção das camadas. As ca-
madas mergulham para a esquerda com
um ângulo de aproximadamente 15°.
[Chris Pellant]

uma exposição, onde a rocha sólida subjacente à superfí-


cie do solo – o substrato rochoso – está exposta (sem estar N
obscurecida pela vegetação, pelo solo ou por matacões O
soltos). Em uma exposição, os geólogos podem identificar 90°
o
gulh
formações distintas: grupos de camadas de rochas que do mer Direção
da cam
ção Ângulo ada
podem ser identificados em uma região por suas proprie- Dire 45° de L
dades físicas. Algumas formações consistem em um único S mergulho
tipo de rocha, como o calcário. Outras são compostas de
camadas delgadas e interacamadas de diferentes tipos de
rocha, como o arenito e o folhelho. Por mais que exista va-
riação, cada formação compreende um conjunto distinto
de camadas rochosas que pode ser reconhecido e mapea-
do como uma unidade.
A Figura 7.1a mostra uma exposição em que o do-
bramento de camadas sedimentares é claramente visível.
No entanto, com frequência o que podemos ver em uma O trajeto da água escoando do
exposição é apenas uma pequena parte da estrutura geo- telhado e paralelo ao mergulho.
lógica subjacente. Na Figura 7.2, as rochas dobradas são
apenas parcialmente reveladas em uma exposição e po-
dem ser observadas somente como uma camada inclina- O
da. A orientação da camada é uma indicação importante
Direção
que os geólogos podem usar para reconstituir o panorama o L-O
gulh
da estrutura geral deformada. do mer Direç
ão da
ção
Dire 45°
cama
da
S Ângulo L
Medindo a direção e o mergulho de mergulho
Duas medições – direção e mergulho – descrevem a
orientação de uma camada rochosa (ou qualquer outra
superfície geológica, como uma falha) revelada em uma
exposição. A direção é o ponto cardeal de uma linha
formada pela intersecção de uma superfície da camada
rochosa com uma superfície horizontal. O mergulho,
FIGURA 7.3  A direção e o mergulho de uma camada rochosa
que é medido em ângulo reto com a direção, é simples- definem sua orientação em um determinado local. A direção é o
mente o grau da inclinação – ou seja, o ângulo com que ponto cardeal de uma camada rochosa ao longo de uma linha
a camada inclina-se a partir da horizontal. A Figura 7.3 de sua intersecção com uma superfície horizontal. O mergulho
mostra como a direção e o mergulho são observados e é o ângulo de maior inclinação da camada a partir da horizon-
medidos no campo. Um geólogo pode descrever a ex- tal, medido em ângulo reto com a direção de mergulho. Aqui, a
posição nessa figura da seguinte forma:“uma camada de direção é leste-oeste, e o mergulho é de 45° para o sul. [Fonte: A.
arenito grosso com direção oeste e mergulhando a 45° Maltman, Geological Maps: An Introduction, 2nd ed. New York: Van Nostrand
para o sul”. Reinhold, 1998]
178 PA R A E N T E N D E R A T E R R A

Arenito misto e
8
1 conglomerado
2
3 Mapa geológico 7 Folhelho

8 6 Arenito
7
6
4 5
5 Siltito

4 Folhelho
Rio Susquehanna
Folhelho e
3
siltito

Calcário e
2
dolomito

1 Calcário

8
7
O

6
2 5
S

1 3 4 5 km
L

PENSILVÂNIA
Secções geológicas transversais
Área do mapa

FIGURA 7.4  Um mapa geológico e secções transversais são representações bidimensionais


de uma estrutura geológica tridimensional. Esta figura mostra uma região de rochas sedimentares
dobradas na área central da Pensilvânia, a leste do rio Susquehanna. As formações rochosas ex-
postas na superfície estão classificadas da mais antiga (formação 1) para a mais nova (formação 8).

Mapas geológicos Rochas mais suaves, como o lamito e outros sedi-


mentos com consolidação fraca, erodem com mais faci-
O mapa geológico é uma representação bidimensional
lidade do que as rochas mais duras, como o calcário, o
das formações rochosas expostas na superfície terrestre
arenito ou as rochas metamórficas. Como consequência,
(Figura 7.4). Ao preparar um mapa geológico, um geólo-
os tipos de rochas podem exercer uma forte influência na
go deve escolher uma escala apropriada – a razão entre a
topografia da superfície terrestre e na exposição de for-
distância no mapa e a distância real na superfície. Uma
escala comum para o mapeamento geológico de campo é mações rochosas. A importante relação entre geologia e
1:24.000 (lê-se“um para vinte e quatro mil”), que significa topografia pode ser evidenciada pela representação em
que 1 centímetro no mapa corresponde a 24 mil centí- gráfico dos contornos da superfície terrestre em um mapa
metros na superfície terrestre. Para representar a geologia geológico (ver Figura 7.4).
de um estado inteiro, um geólogo escolheria uma escala Como os mapas geológicos podem representar
menor, por exemplo de 1:1.000.000, onde 1 cm representa uma quantidade enorme de informação, eles são cha-
10 km. Quanto menor a escala, menos detalhes podem mados de “livros-texto em um pedaço de papel”. Para
ser exibidos no mapa. comunicar essa informação de modo mais conciso, os
Os geólogos podem monitorar diferentes formações mapas geológicos incluem símbolos especiais que in-
rochosas atribuindo uma determinada cor no mapa para dicam a direção e o mergulho locais de formações ro-
cada formação, geralmente referente ao tipo e à idade da chosas, além de tipos especiais de linhas que marcam
rocha (ver Figura 7.4). Muitas formações rochosas dife- falhas e outras feições significativas. Por exemplo, a di-
rentes podem estar expostas em regiões com alto grau de reção e o mergulho de formações rochosas são indica-
deformação, por isso os mapas geológicos podem ser bas- dos em um mapa geológico por símbolos semelhantes
tante coloridos! à letra T:
C A P Í T U LO 7  D E F O R M A Ç Ã O : A M O D I F I C A Ç Ã O D E R O C H A S P O R D O B R A M E N TO E FA L H A M E N TO 179

geológica tridimensional subjacente. Como é possível re-


construir a forma das camadas de rochas, mesmo quando
a erosão removeu parte da formação? O processo é como
montar um quebra-cabeça tridimensional no qual faltam
peças. O senso comum e a intuição têm um papel impor-
tante, assim como princípios geológicos básicos.
O traço horizontal do T indica a direção, o vertical re- Para montar o quebra-cabeça, os geólogos constroem
fere-se à direção do mergulho, e o número fornece o ân- seções geológicas transversais – diagramas mostrando
gulo de mergulho em graus. Em um mapa no qual o norte as feições que seriam visíveis se fossem obtidas fatias ver-
aponta para sua borda superior, o símbolo à esquerda (no ticais através de uma parte da crosta. Uma seção natural
desenho acima) descreveria a camada de arenito da Figu- pode ser frequentemente observada em uma face verti-
ra 7.3, que tem direção leste-oeste e mergulho de 45° para cal de um penhasco, de uma pedreira e de um corte de
o sul. O da direita descreveria uma formação com direção estrada (Figura 7.5). Seções transversais que abrangem
nordeste-sudoeste e mergulho para o sudeste com ângulo áreas muito maiores podem ser construídas a partir da
de 15°, como as camadas da Figura 7.2. Outros exemplos informação em um mapa geológico, inclusive as direções
são mostrados na Figura 7.4. e os mergulhos observados em exposições. A precisão de
É evidente que não se pode representar todos os de- seções transversais com base no mapeamento de super-
talhes da superfície geológica em um mapa, então os ge- fície pode ser aprimorada com a perfuração de furos de
ólogos devem simplificar as estruturas que veem, talvez sondagem para coletar amostras de rocha e com o uso de
representando uma zona complexa de falhamento como imagens sísmicas. Porém, a perfuração e as imagens sís-
uma única falha ou ignorando dobras pequenas demais micas são caras; portanto, os dados coletados por esses
para serem mostradas na escala escolhida. Eles também métodos geralmente estão disponíveis apenas para áreas
podem“tirar o pó”do mapa, ignorando camadas delgadas que foram exploradas em busca de petróleo, água ou ou-
de solo e rochas soltas que cobrem a estrutura geológi- tros recursos naturais valiosos.
ca, retratando-a como se existissem exposições em todo A Figura 7.4 mostra um mapa geológico de uma área
lugar. Portanto, deve-se pensar no mapa geológico como em que camadas originalmente horizontais de rochas
um modelo científico simplificado da geologia superficial. sedimentares foram dobradas em uma série de dobras
e erodidas em um conjunto de cristas e vales em zigue-
-zague. Vamos explorar algumas das relações geológicas
Seções geológicas transversais vistas nesse mapa mais adiante, neste capítulo. Antes dis-
Assim que uma região é mapeada, o mapa geológico bidi- so, vamos investigar os processos básicos pelos quais as
mensional deve ser interpretado em termos da estrutura rochas são deformadas.

direção ⫽ S10 °L
mergulho = 45° S
L
O
N
arenito
ho
folhel renito
a lho
folhe
ito
aren
oit
aren

ho l
folhe

FIGURA 7.5  As seções geológicas podem, por vezes, ser


observadas diretamente no campo. Este corte de estrada,
onde a Rodovia 70 passa por Dinosaur Ridge, a oeste de Den-
Rodovia 70 ver, Colorado (EUA), é uma secção transversal quase vertical
através de uma sequência de camadas sedimentares inclina-
das pelo soerguimento das Montanhas Rochosas. [Cortesia de
Mark McNaught, Mount Union College]
180 PA R A E N T E N D E R A T E R R A

direito). O mármore, então, comporta-se como um mate-


Como as rochas são deformadas rial deformável, ou dúctil, sob condições de alta pressão
As rochas deformam-se em resposta às forças tectônicas confinante em profundidades maiores da crosta.
que agem sobre elas. Se elas responderão a essas forças Outros experimentos demonstraram que, quando o
por dobramento, falhamento ou alguma combinação dos mármore era aquecido a temperaturas semelhantes às
dois depende da orientação das forças, do tipo de rocha e que acompanham o metamorfismo, ele comportava-se
das condições físicas (como temperatura e pressão) du- como um material dúctil sob condições de pressão confi-
rante a deformação. nante baixa – assim como a cera aquecida transforma-se
de um material duro quebrável para um material suave
que flui. Os pesquisadores concluíram que o mármore
Fragilidade e ductibilidade com que estavam trabalhando sofreria deformação por
de rochas no laboratório falhamento em profundidades mais rasas do que alguns
Em meados da década de 1900, os geólogos começaram a quilômetros, mas por dobramento em maiores profundi-
explorar as forças de deformação usando carneiros hidráu- dades da crosta, onde geralmente ocorre o metamorfismo.
licos para dobrar e quebrar pequenas amostras de rocha.
Engenheiros haviam inventado tais máquinas para medir a Fragilidade e ductibilidade de
força do concreto e de outros materiais de construção, mas
os geólogos os modificaram para descobrir como as rochas rochas na crosta terrestre
deformam-se em pressões e temperaturas altas o bastante As condições naturais na crosta terrestre não podem
para simular condições físicas na crosta terrestre profunda. ser reproduzidas com exatidão no laboratório. As forças
Em um desses experimentos, os pesquisadores aplica- tectônicas são atuantes durante períodos de milhões de
ram força de compressão usando um carneiro hidráulico anos, enquanto os experimentos de laboratório tendem
para empurrar uma extremidade de um pequeno cilindro a ser conduzidos em poucas horas ou, no máximo, em
de mármore enquanto, ao mesmo tempo, mantinham a algumas semanas. De qualquer modo, os resultados de
pressão confinante no cilindro (Figura 7.6). Sob condições laboratório podem ajudar a interpretar o que é visto no
de pressão confinante baixa, equivalente às encontradas campo. Os geólogos prestam atenção aos seguintes as-
em profundidades rasas da crosta, a amostra de mármore pectos durante o mapeamento de dobras e falhas crustais:
sofreu pouca deformação, até que a força de compressão
 A mesma rocha pode ser frágil em profundidades pe-
em sua extremidade foi aumentada ao ponto em que toda
a amostra subitamente fraturou-se (ver Figura 7.6, lado es- quenas (onde as temperaturas e pressões são relativa-
querdo). Esse experimento mostrou que o mármore com- mente baixas) e dúctil nas profundezas da crosta (onde
porta-se como um material frágil sob as baixas pressões as temperaturas e pressões são maiores). O metamorfis-
confinantes encontradas na profundidade rasa de crosta. mo geralmente é acompanhado pela deformação dúctil.
A repetição do experimento sob condições de pressão  O tipo de rocha afeta a deformação. Sobretudo, as ro-
confinante alta, equivalente às que acompanham o meta- chas metamórficas e ígneas duras que formam o emba-
morfismo, teve resultado diferente: a amostra de mármore samento cristalino de um continente (a crosta sob as ca-
deformou-se lenta e constantemente até obter uma forma madas de sedimentos) frequentemente comportam-se
encurtada e abaulada, sem fraturar-se (ver Figura 7.6, lado como materiais frágeis, fraturando-se ao longo de fa-

Esta amostra foi comprimida sob condições Esta amostra foi comprimida sob condições
representativas da crosta superior. A fratura representativas da crosta mais profunda. Ela
indica que o mármore é frágil em ensaios de deformou-se suavemente, indicando que o
laboratório equivalentes a profundidades rasas. mármore é dúctil em profundidades maiores.

FIGURA 7.6  Resultados dos experimentos


de laboratório conduzidos para investigar como
a rocha – neste caso, o mármore – é deformada
por forças compressivas. As amostras de már-
more estão envoltas em invólucros de plástico
transparente, o que explica sua aparência brilho-
sa. [Fred e Judith Chester/John Handin Rock Deformation
Amostra sem deformação Laboratory of the Center for Tectonophysics]
C A P Í T U LO 7  D E F O R M A Ç Ã O : A M O D I F I C A Ç Ã O D E R O C H A S P O R D O B R A M E N TO E FA L H A M E N TO 181

lhas durante a deformação, ao passo que as rochas se- Falhas


dimentares mais suaves costumam se comportar como
materiais dúcteis, dobrando-se durante a deformação. A falha é uma fratura que desloca a rocha em ambos os
lados paralelos à ela. Podemos medir a orientação da super-
 Uma formação rochosa que se comportaria como um fície da fratura, ou superfície da falha, por sua direção e mer-
material dúctil, quando deformada lentamente, pode gulho, assim como fazemos com outras superfícies geológi-
se comportar como um material frágil, quando defor- cas (ver Figura 7.3). O movimento do bloco de rocha de um
mada mais rapidamente. (Pense em massa de mode- lado da falha com relação ao do outro lado pode ser descrito
lar, que se deforma como argila dúctil, quando você a pelo rejeito e pelo deslocamento total. Em falhas pequenas,
comprime lentamente, mas quebra-se em fragmen- como aquelas mostradas na Figura 7.1b, o deslocamento
tos, quando você a esmaga rapidamente contra uma pode ser de apenas alguns metros, enquanto ao longo de
superfície dura.) uma falha transformante grande, como a de Santo André,
 As rochas quebram-se com mais facilidade quando ele pode chegar a centenas de quilômetros (Figura 7.7).
sujeitas a forças extensionais do que quando sujeitas As falhas são classificadas de acordo com seu rejeito
a forças de compressão. Muitas formações rochosas (Figura 7.8). Uma falha com rejeito paralelo ao mergu-
sedimentares que se deformam por dobramento sob lho é aquela em que há movimento relativo da formação
compressão quebrarão ao longo de falhas quando su- rochosa para baixo ou para cima do plano de falha. Uma
jeitas à tensão. falha direcional é aquela em que o movimento dos blo-
cos é horizontal, paralelo à direção do plano de falha. O
movimento ao longo da direção e simultaneamente para
Estruturas básicas de deformação cima ou para baixo ao longo do mergulho caracteriza uma
falha oblíqua. As falhas com rejeito paralelo ao mergulho
Os geólogos usam os conceitos geométricos e medições estão associadas com compressão ou extensão, e as falhas
simples descritos anteriormente neste capítulo (além de direcionais indicam que as forças de cisalhamento foram
um vocabulário rico) para classificar feições como falhas atuantes. Uma falha oblíqua resulta de um cisalhamento
e dobras em diferentes tipos de estruturas de deformação. em combinação com compressão ou extensão.
Contudo, as falhas necessitam ser mais bem caracte-
rizadas, porque o movimento pode ser para cima ou para
baixo, para a direita ou para a esquerda. Para descrever es-
ses movimentos, os geólogos tomam emprestado alguns
termos usados por mineiros, chamando o bloco de rocha
acima de um plano de falha com rejeito paralelo ao mer-
gulho de teto, e o bloco de rocha abaixo dele, de muro.
Uma falha com rejeito paralelo ao mergulho é chamada
de falha normal se o teto move-se para baixo em relação
São Francisco
ao piso, estendendo a estrutura horizontalmente (Figura
Fa
lh

Rejeito
7.8a). Por outro lado, essa falha é chamada de inversa se o
ad

• de 315 km
eS

teto move-se para cima em relação ao piso, causando um


an

Lavas deslocadas
to

n dr encurtamento da estrutura (Figura 7.8b) – o contrário do


A

por vulcão é
• Vulcão que os geólogos escolheram (de forma um tanto arbitrá-
ria) de“normal”. Uma falha de cavalgamento é uma falha
Los inversa de ângulo baixo, ou seja, com ângulo de mergulho
Angeles
menor do que 45°, de forma que o movimento é mais hori-
Noroeste zontal do que vertical (Figura 7.8c). Quando sujeitas à com-
pressão horizontal, as rochas frágeis da crosta continental
geralmente quebram ao longo de falhas de cavalgamento
com ângulo de mergulho de 30° ou menos, em vez de ao
Sudeste
longo de falhas inversas com mergulho mais inclinado.
Uma falha direcional é levógira se um observador em
Arroio um lado da falha perceber que o bloco do lado oposto está
deslocado para a esquerda (Figura 7.8d). Ela é uma falha
Rejeito
de 130 m
FIGURA 7.7  Vista da Falha de Santo André, mostrando o mo-
Arroio
vimento para o noroeste da Placa do Pacífico com relação à Placa
Placa da da América do Norte. O mapa mostra uma formação de rochas
Placa do América
Pacífico do Norte
vulcânicas com 23 milhões de anos que foi deslocada 315 km.
A falha estende-se desde o topo até a base da fotografia (linha
pontilhada). Note o deslocamento do curso d’água (arroio Walla-
ce) em 130 m quando atravessa a falha. [John S. Shelton]
182 PA R A E N T E N D E R A T E R R A

Muro FALHA COM REJEITO PARALELO AO MERGULHO

(a) Plano de falha (b) (c)


Teto

TEN
SÃO
COMPRESSÃO COMPRESSÃO

A falha normal é causada por forças A falha inversa é causada por forças Uma falha de cavalgamento é uma
extensionais que esticam uma rocha e compressivas que esmagam e encurtam falha inversa com um plano de falha
tendem a quebrá-la. uma rocha. com mergulho raso.

FALHA DIRECIONAL FALHA OBLÍQUA

(d) (e) (f )

O
ENT
AM
ALH
O
ENT

CIS
TO
AM

EN

A falha oblíqua é causada


ALH

AM
CIS

+
ALH

por uma combinação de


CIS

TEN
SÃO forças; neste caso,
cisalhamento levógiro
Falha direcional levógira Falha direcional dextrógira com tensão.

FIGURA 7.8  A orientação das forças tectônicas determina o estilo do falhamento. As falhas
com rejeito paralelo de mergulho (a-c) são causadas por forças compressivas e extensionais. As
falhas direcionais (d, e) são causadas por forças de cisalhamento. As falhas oblíquas (f ) são causa-
das por uma combinação de forças de cisalhamento e compressivas ou extensionais.

dextrógira se o bloco do lado oposto parecer ter se deslocado deve ser mais nova que a mais nova dentre as rochas que ela
para a direita (Figura 7.8e). Como se pode ver pelo rejeito corta (as rochas deveriam estar lá antes de que pudessem ser
do arroio na Figura 7.7, a Falha de Santo André é dextrógira. falhadas), e mais antiga que a mais antiga das camadas que
Os geólogos reconhecem falhas no campo de diversas a recobrem e que não foram por ela deslocadas.
maneiras. A falha pode formar uma escarpa (pequeno pe- Em mapas geológicos, as falhas são representadas
nhasco) que marca o traço da falha na superfície do terreno por traços da falha: linhas que indicam o ponto onde uma
(Figura 7.9). Se o movimento relativo for grande, como é o falha cruza a superfície do solo. As falhas normais distin-
caso da falha transformante de Santo André, as formações guem-se das falhas de cavalgamento pelos diferentes ti-
rochosas, agora em contato umas com as outras na linha de pos de “dentes” que indicam o traço da falha:
falha, vão, provavelmente, diferir em litologia e idade. Quan-
do os movimentos são menores, as feições do deslocamento
podem ser observadas e medidas. (Veja se você pode encai-
xar de novo as camadas deslocadas pela falha de pequena
proporção na Figura 7.1b.) Para estabelecer a idade do fa-
lhamento, os geólogos usam uma ideia simples: uma falha
C A P Í T U LO 7  D E F O R M A Ç Ã O : A M O D I F I C A Ç Ã O D E R O C H A S P O R D O B R A M E N TO E FA L H A M E N TO 183

FIGURA 7.9  Esta escarpa é uma superfície fresca de uma fei-


ção que se formou por falhamento normal durante o terremoto de
1954 em Fairview Peak, Nevada (EUA). [Karl V. Steinbrugge Collection,
Earthquake Engineering Research Center]

esc
de fa arpa
lha

direção = N10 °L
mergulho = 57 °

Para os dois tipos de falhas com rejeito paralelo ao Dobras


mergulho, os dentes apontam na direção do teto. Exem-
plos de falhas normais representadas dessa forma são O dobramento é uma forma comum de deformação ob-
mostrados na Figura 7.20; exemplos de falhas de cavalga- servada em rochas acamadas (como na Figura 7.1a). As
mento podem ser vistos na Figura 7.22. Para falhas dire- dobras ocorrem quando uma estrutura originalmente
cionais, a direção do movimento, dextrógiro ou levógiro, plana, como uma camada sedimentar, é dobrada para for-
é indicado por um par de setas que delimitam o traço da mar uma estrutura curva. A deformação pode ser produzi-
falha (ver Figura 7.7): da por forças horizontais ou verticais na crosta, do mesmo
modo que pode se dobrar uma folha de papel empurran-
do um de seus lados contra o oposto, ou empurrando-a
para baixo ou para cima em um de seus lados.
Assim como as falhas, as dobras podem ter vários ta-
manhos. Em muitos sistemas de montanhas, majestosas
dobras de grande extensão podem ser traçadas, algumas
delas com dimensões de muitos quilômetros (Figura 7.10).
Em uma proporção bem menor, camadas sedimentares

FIGURA 7.10  Dobras em grande escala


nas rochas sedimentares que formam Mount
Kidd, Parque Provincial Peter Lougheed, Al-
berta, Canadá. [Peter French/DRK Photos]
184 PA R A E N T E N D E R A T E R R A

FIGURA 7.11  Dobras em pequena es-


cala em camadas sedimentares de anidrito
(claro) e folhelho (escuro) no oeste do Texas
(EUA). [John Grotzinger/Ramón Rivera-Moret/Har-
vard Mineralogical Museum]

muito delgadas podem ser amassadas em dobras de poucos uma dobra tão simetricamente quanto possível, com um
centímetros (Figura 7.11). O encurvamento pode ser suave flanco em cada lado do plano. A linha formada pela inter-
ou severo, dependendo da magnitude das forças aplicadas, secção do plano axial com as camadas é o eixo da dobra.
do período de tempo em que as mesmas foram aplicadas e Uma dobra horizontal simétrica tem um eixo horizontal
da habilidade das camadas de resistir à deformação. e um plano axial vertical com os flancos mergulhando si-
As rochas acamadas que foram dobradas em arco, metricamente para longe do eixo.
com a concavidade para baixo, são chamadas de anticli- Porém, as dobras raramente permanecem horizon-
nais; já aquelas dobradas com a concavidade para cima, tais. Siga o eixo de qualquer dobra no campo e, mais
formando calhas, são denominadas de sinclinais (Figura cedo ou mais tarde, a dobra desaparece ou surge mer-
7.12). Os dois lados de uma dobra são chamados de flan- gulhando no solo. Se o eixo de uma dobra não é hori-
cos. O plano axial é uma superfície imaginária que divide zontal, temos uma dobra com caimento. A Figura 7.13 traz

Rocha mais nova

iclinal
Ant

Sin
c li n a l
Anticlinais
dobram-se Rocha mais antiga
para cima. Sinclinais
Eixo da dobra dobram-se
o
O eixo de uma Plan para baixo.
tal Plan
o
l O eixo de uma dobra izon
dobra horizontal ax i a
com caimento faz um Hor x i a l
a
é horizontal. ângulo com a horizontal. 45°

o
nc o
Fla nc
Fla

Fla
n

Fla
co

n
co

FIGURA 7.12  O dobramento de camadas rochosas é descrito pela direção da dobra (para
cima ou para baixo) e pela orientação do eixo da dobra e do plano axial.
C A P Í T U LO 7  D E F O R M A Ç Ã O : A M O D I F I C A Ç Ã O D E R O C H A S P O R D O B R A M E N TO E FA L H A M E N TO 185

Plano axial
Anticlinal com caimento Sinclinal com caimento

FIGURA 7.13  A geometria de do-


bras com caimento. Note o padrão
convergente das camadas onde elas
interceptam a superfície.

um diagrama da geometria de anticlinais e sinclinais. Em vertical, a dobra é chamada de dobra reversa.1 Ambos os
cinturões de montanhas erodidos, exposições com um flancos de uma dobra reversa mergulham na mesma di-
padrão em zigue-zague podem aparecer no campo, após reção, mas a ordem da sequência de camadas no flanco
a remoção de grande parte das rochas na superfície pela inferior é precisamente o inverso da sequência original
erosão. O mapa geológico na Figura 7.4 mostra esse pa- – ou seja, as rochas mais antigas estão sobrepostas às
drão característico. mais novas.
As dobras também não costumam permanecer si- As observações no campo raramente fornecem aos
métricas. Com o aumento da deformação, as dobras geólogos informações completas. Ou o substrato é obs-
podem ser levadas a assumir formas assimétricas, com curecido por solos ou a erosão removeu a maioria das
um flanco mergulhando mais que o outro (Figura 7.14). estruturas pretéritas. Desse modo, os geólogos buscam
Essas dobras assimétricas são comuns. Quando a de- evidências que possam ser utilizadas para descobrir a
formação é intensa e um flanco foi inclinado além da relação de uma camada com a outra. Por exemplo, no

Dobras simétricas têm flancos que Dobras assimétricas têm um flanco Dobras reclinadas têm flancos que
se inclinam simetricamente em relação que se inclina com ângulo maior em se inclinam na mesma direção, mas
ao plano axial. relação ao outro. um deles foi inclinado além da vertical.
o
an
Pl al
ix
a

clinal
Si nti
n cl al A
in

co
Plano axial

Fl
an ial
o ax
n
Pla
Flanco

nco
Fla nco
nco Fla
Fla
al
axi

Fl
co anc
no

an
Fl o
Pla

FIGURA 7.14  Com o aumento da deformação, as dobras são empurradas em formas assi-
métricas. [(esquerda) cortesia de Cleet Carlton/Golden Gate Photo; (centro) cortesia de Mark McNaught; (direita)
John Grotzinger]
186 PA R A E N T E N D E R A T E R R A

campo ou no mapa, um anticlinal erodido seria reco- A capacidade de refinar óleo limpo para lamparinas
nhecido por uma faixa de rochas mais antigas formando a partir do petróleo deflagrou o primeiro boom do óleo.
um núcleo bordejado, em ambos os lados, por rochas A mineração do “ouro negro” concentrou-se em áreas
mais novas com mergulhos divergentes. Uma sinclinal em torno do Lago Erie, onde foram descobertos grandes
erodida mostrar-se-ia como um núcleo de rochas mais afloramentos de petróleo – no noroeste da Pensilvânia,
novas bordejadas, em ambos os lados, por rochas mais nordeste de Ohio e sul de Ontário. Os primeiros explo-
antigas, que mergulham para o centro da estrutura. Essas radores de petróleo, como o autoproclamado “Coronel”
relações estão ilustradas nas Figuras 7.4 e 7.13. A deter- Edwin Drake, da Pensilvânia, simplesmente perfura-
minação da estrutura subsuperficial de dobras por ma- vam os afloramentos, mas essa abordagem direta logo
peamento de superfície é um método importante para se mostrou uma estratégia inadequada para satisfazer a
encontrar óleo, conforme descrito na seção Geologia na nova sede de petróleo.
Prática deste capítulo. O conhecimento geológico podia ser usado para
localizar grandes reservatórios de petróleo escondi-
dos no subsolo, ou seja, em regiões onde nenhum
óleo aflorava à superfície? Uma resposta afirmativa foi
dada em 1861 por T. Sterry Hunt, um geoquímico nas-
GEOLOGIA NA PRÁTICA cido em Connecticut (EUA). Hunt, membro do Servi-
Como usamos mapas geológicos para ço Geológico do Canadá, era ativo na nova ciência do
mapeamento de recursos naturais. Ele documentou os
encontrar petróleo? afloramentos de petróleo do sul de Ontário em 1850. À
O óleo bruto, ou petróleo (do latim “óleo de rocha”), tem medida que a produção de óleo da região aumentava,
sido coletado de infiltrações naturais na superfície ter- ele percebeu que os afloramentos e os poços bem-su-
restre desde épocas antigas. A substância betuminosa cedidos tendiam a estar alinhados ao longo de cristas
de cheiro ruim já foi usada como calafetagem de barcos, de dobras geológicas.
graxa para rodas e remédio, mas não era comum usá-la Hunt também havia estudado as propriedades físi-
como combustível até o processo de refinamento de pe- cas e químicas do petróleo no laboratório e sabia que ele
tróleo ser desenvolvido na década de 1850. A demanda se formava quando rochas sedimentares ricas em mate-
disparou naquela época, principalmente porque o óleo rial orgânico eram sujeitas ao calor e à pressão (ver Ca-
de gordura de baleia, o melhor combustível que havia pítulo 5). O petróleo é mais leve que a água; devido a seu
disponível para as lamparinas, ficou incrivelmente caro empuxo, ele tende a ascender em direção à superfície. A
(US$ 60 por galão em valores atuais!) quando a pesca hipótese proposta por Hunt era que o petróleo ascen-
excessiva dizimou populações de baleias. dente acumulava-se em “rochas reservatório” porosas,

A
CA

Rocha capeadora
LC

Rocha
ÁR
FO

reservatório
IO
LH
EL
HO
AR

Gáááss
EN
FO

ITO
LH

Óleo
AR

EL
EN

HO
ITO

Água

N
C A P Í T U LO 7  D E F O R M A Ç Ã O : A M O D I F I C A Ç Ã O D E R O C H A S P O R D O B R A M E N TO E FA L H A M E N TO 187

como arenitos, se tais rochas estivessem sobrepostas por


“rochas selantes”, como folhelhos, que evitavam a as- 1
censão posterior do petróleo. Além disso, o local mais n
Lag
oH
provável para encontrar grandes reservatórios seria ao iga
ich

ur
oM

on
longo dos eixos de dobras de anticlinais, onde volumes

Lag
consideráveis de petróleo podiam estar presos sem esca-
par para a superfície.
A figura que acompanha esta seção ilustra uma 8 km
armadilha anticlinal, para a qual podemos imaginar a 7
seguinte narrativa de descoberta geológica. A erosão
6 Península
da dobra expôs uma sequência de arenitos, calcários e de Michigan
folhelhos. O mapeamento feito por um geólogo em- N 5
preendedor mostra que o eixo do anticlinal tem dire- 50 km
4
ção nordeste. A perfuração no ponto A sobre o eixo do
anticlinal penetra, em primeiro lugar, uma camada es-
pessa de arenito exposta na superfície e, a seguir, uma 3 2
camada mais delgada de folhelho. Logo abaixo do fo-
lhelho, a equipe de perfuração encontra outra camada
de arenito contendo gás e, abaixo desse gás, quanti- 7 Folhelho vermelho
dades significativas de óleo. O geólogo infere que o
6 Arenito
folhelho está capeando um importante reservatório de
petróleo na camada mais profunda do arenito, então 5 Folhelho C
instrui a equipe a mover-se ao longo da direção do an- 4 Folhelho B
ticlinal e perfurar no ponto B. Bingo: mais um próspero 3 Calcário
poço de óleo!
2 Dolomito
A “teoria anticlinal” de Hunt permitiu que os geólo-
gos descobrissem óleo (alguns ficaram ricos) mapeando 1 Folhelho A
estruturas de dobras na superfície e, mais tarde, por ima-
FIGURA 7.15  Mapa geológico e secção transversal da Bacia
gens tridimensionais dessas estruturas, usando técnicas
de Michigan, que mostra camadas sedimentares depositadas
sísmicas. Os resultados foram impressionantes: a maior em uma sequência delgada da mais antiga (formação 1) para a
parte do total de um trilhão de barris de óleo bruto pro- mais nova (formação 7) durante a subsidência da bacia. A secção
duzido desde 1861 veio de armadilhas anticlinais de transversal foi exagerada verticalmente por um fator de 5:1.
óleo do tipo que Hunt descobriu.
PROBLEMA EXTRA: A empresa que gerencia o petróleo
tares com muitos quilômetros de espessura. Um domo
mostrado na figura gostaria de expandir suas opera-
é uma estrutura anticlinal, uma vasta saliência circular
ções, então propuseram perfurar um novo poço ao
ou oval de camadas rochosas. As camadas dos flancos
longo do eixo do anticlinal no ponto C. Como você,
de domo circundam-no em um ponto central e mergu-
que trabalha com consultoria geológica, classificaria
lham radialmente a partir deste (Figura 7.16). Os domos,
as chances de obter outro poço promissor? Ilustre sua
como outros anticlinais, são importantes para a geologia
resposta com um esboço de uma secção transversal
do petróleo, porque o óleo é mais leve e tende a migrar
geológica.
para cima através das rochas permeáveis (ver Geologia
na Prática). Se as rochas nos pontos superiores de um
domo são impermeáveis, o petróleo fica aprisionado,
pois é retido pelas mesmas.
Estruturas circulares Os domos e as bacias têm diâmetros típicos de
A deformação ao longo de limites de placas por forças muitos quilômetros, sendo que alguns podem chegar
com direção horizontal geralmente é expressa em falhas e a centenas de quilômetros. Eles são reconhecidos no
dobras lineares orientadas quase paralelamente ao limite. campo por exposições com as formas circulares ou ovais
Alguns tipos de deformação, contudo, são mais simétri- características. Nessas exposições, as camadas rochosas
cos, formando estruturas praticamente circulares, chama- mergulham para baixo em direção ao centro da bacia, ou
das de bacias e domos. para cima em direção à parte superior do domo (ver Fi-
Uma bacia é uma estrutura sinclinal, uma depressão guras 7.15 e 7.16).
de camadas rochosas em forma de tigela nas quais as Algumas estruturas circulares são formadas por vá-
camadas mergulham radialmente em direção a um pon- rios episódios de deformação – por exemplo, quando as
to central (Figura 7.15). Os sedimentos frequentemente rochas são comprimidas em uma direção e, a seguir, no-
são depositados em bacias (ver Capítulo 5). Em alguns vamente em uma direção quase perpendicular à direção
casos, como a Bacia de Michigan, mostrada na Figura original. Porém, em muitos outros casos, essas estruturas
7.15, essa deposição pode produzir sequências sedimen- resultam da força para cima do material ascendente ou
188 PA R A E N T E N D E R A T E R R A

FIGURA 7.16  Mapa geológico e secção transversal do domo


das Montanhas Negras, mostrando rochas sedimentares (for-
mação 3 a 8) e rochas metamórficas (formação 2) que foram
Montanhas Negras soerguidas e erodidas pela intrusão de um batólito granítico (for-
mação 1). No Monte Rushmore, os rostos de quatro presidentes
Monte Rushmore – George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e
Abraham Lincoln – estão esculpidos nessas rochas graníticas.
10 km

3 2 1 Os domos e as bacias podem resultar de diversos ti-


8 7 pos de deformação. Certos domos podem ser atribuídos
4 a corpos de material menos denso – como magma, ro-
5 chas ígneas quentes ou sal – que empurram os sedimen-
N tos sobrejacentes para cima. Como vimos no Capítulo 5,
6
25 km algumas bacias sedimentares formam-se quando uma
porção aquecida da crosta resfria-se e contrai-se, causan-
do a subsidência dos sedimentos sobrejacentes (bacias de
subsidência térmica). Outras resultam quando as forças
8 Arenito D tectônicas estiram a crosta (bacias em rifte) ou a compri-
7 Arenito C mem para baixo (bacias flexurais). O peso dos sedimentos
6 Arenito B depositados por um delta de rio pode deprimir a crosta,
5 Arenito A
formando uma bacia sedimentar, como a enorme bacia
que agora está se formando na foz do rio Mississippi no
4 Folhelho
Golfo do México.
3 Calcário
2 Xisto
Juntas
1 Granito
Como vimos, uma fratura que deslocou a rocha em qual-
quer lado chama-se falha. Um segundo tipo de fratura é a
da força para baixo do material mergulhante, em vez de junta – uma rachadura em uma formação rochosa ao longo
forças com direção horizontal da tectônica de placas. Não da qual não houve movimento considerável (Figura 7.17a).
é surpresa que tais estruturas circulares tenham a ten- As juntas são encontradas em quase todas as exposi-
dência de ser mais comuns nos interiores de placas, dis- ções. Algumas são causadas por forças tectônicas. Como
tante de limites ativos de placas. Existem muitos domos e qualquer outro material facilmente quebrável, as rochas
bacias, por exemplo, na porção central dos Estados Uni- frágeis, quando submetidas a pressões, fraturam mais
dos. A maior parte da Península Inferior de Michigan é facilmente ao longo de defeitos ou pontos fracos. Esses
uma grande bacia sedimentar (ver Figura 7.15); as Mon- defeitos podem ser pequenas fissuras, fragmentos ou ou-
tanhas Negras de Dakota do Sul são um domo erodido tros materiais, ou mesmo fósseis. As forças tectônicas re-
(ver Figura 7.16). gionais – compressivas, extensivas ou de cisalhamento –,

(a) (b)
FIGURA 7.17  Padrões de juntas. (a) Intersecção de juntas em uma exposição enorme de
granito, Joshua Tree National Park, Califórnia (EUA). (b) Juntas colunares em basalto, Giants Cau-
seway, Irlanda do Norte. [(a) Sean Russell/Photolibrary; (b) Michael Brooke/Photolibrary]
C A P Í T U LO 7  D E F O R M A Ç Ã O : A M O D I F I C A Ç Ã O D E R O C H A S P O R D O B R A M E N TO E FA L H A M E N TO 189

(a) (b)
FIGURA 7.18 (a) Brecha de falha desenvolvida em uma falha no leste de Nevada (EUA). A bre-

cha com cor de ferrugem mostra uma textura cataclástica. As rochas cinzas nos dois lados são
calcários. (b) O milonito desenvolveu-se na zona de cisalhamento de Great Slave Lake, nos Terri-
tórios do Noroeste, Canadá. A rocha era originalmente um granito. Como resultado de intensas
forças de cisalhamento, os cristais de feldspato potássico grandes e originalmente angulares
rolaram e transformaram-se em bolas suaves. [(a) Marli Miller; (b) John Grotzinger]

que há muito tempo desapareceram, podem deixar um ta. À medida que as rochas ao longo de um plano de fa-
conjunto de juntas como registro da sua atuação. lha de cisalhamento deslizam umas em relação às outras,
As juntas também podem formar-se como resultado elas moem e fragmentam mecanicamente a rocha sólida.
de uma expansão e contração não tectônica das rochas. Onde as rochas se comportam como materiais frágeis
Os padrões regulares de juntas são frequentemente en- (geralmente na crosta superior), o cisalhamento produz
contrados em plútons e lavas que se resfriaram, contra- rochas com texturas cataclásticas, em que os grãos são
íram e fraturaram. A erosão pode eliminar as camadas fragmentos quebrados e angulares. Uma rocha desse tipo,
superficiais, diminuindo a pressão confinante nas forma- chamada de brecha de falha, é mostrada na Figura 7.18a.
ções sotopostas, e permitindo que as rochas expandam-se Se o cisalhamento ocorre em profundidades onde
e quebrem-se ao longo dos defeitos. as temperaturas e as pressões são altas o suficiente para
As juntas são, geralmente, apenas o início de uma que ocorra deformação dúctil, são formadas as rochas
série de mudanças que vai alterar as formações rocho- metamórficas chamadas de milonitos (Figura 7.18b). O
sas significativamente à medida que envelhecerem. Por movimento de uma superfície rochosa contra outra pro-
exemplo, as juntas fornecem canais através dos quais a duz a recristalização e a granulação dos minerais, trans-
água e o ar podem atingir a formação em profundidade formando-os em fitas ou bandas. O desenvolvimento
e acelerar o intemperismo e o enfraquecimento interno de milonitos ocorre tipicamente em metamorfismo de
da estrutura. Se dois ou mais conjuntos de juntas inter- grau xisto-verde a anfibolito (ver Capítulo 6). Os efei-
sectam-se, o intemperismo pode controlar a quebra da tos texturais da deformação são principalmente óbvios
formação em grandes colunas ou blocos (Figura 7.17b). A em milonitos, mas também são provenientes de rochas
circulação de fluidos hidrotermais através das juntas pode cataclásticas.
depositar minerais, como quartzo e calcita, formando A Falha de Santo André, no sul da Califórnia, é um
veios, como vimos no Capítulo 3. bom estudo de caso de como texturas de deformação
podem estar relacionadas a mudanças de temperaturas
e pressões com a profundidade. Essa falha marca o limi-
As texturas da deformação te entre a Placa do Pacífico e a Placa da América do Nor-
As juntas são exemplos de pequenas feições em forma- te (ver Figura 7.7) e estende-se reta através da crosta até,
ções rochosas que são mais bem observadas de perto em provavelmente, o manto. Até uma profundidade de por
uma exposição. Outro tipo de estrutura de deformação de volta de 20 km, pensa-se que a falha é bastante estreita
pequena escala é a textura de uma massa de rocha em e caracterizada por texturas cataclásticas, indicando que
áreas de cisalhamento localizado, como zonas de falha. houve deformação frágil. Terremotos são gerados nessa
Como vimos, os movimentos tectônicos causam o zona. No entanto, não ocorrem terremotos em profun-
fraturamento e o deslizamento das partes frágeis da cros- didades maiores que 20 km, e pensa-se que a falha é
190 PA R A E N T E N D E R A T E R R A

(a) Tectônica extensional: a extensão da crosta continental produz falhas normais com altos ângulos de
mergulho na crosta superior que se achatam com a profundidade, formando superfícies de falhas
curvadas.
Falha normal
Crosta superior frágil

Crosta inferior dúctil

(b) Tectônica compressiva: a compressão da crosta continental ocorre em falhas de cavalgamento com
baixo ângulo.
Cinturão de dobras e empurrões

Falha de cavalgamento

(c) Tectônia de cisalhamento: o cisalhamento da crosta continental ocorre em uma falha direcional quase
vertical. O caso mostrado aqui é o de uma falha dextrógira.
Falha direcional

Uma dobra para a esquerda na


Uma dobra para a direita na
falha resulta em compressão local. falha resulta em extensão local.

FIGURA 7.19  A orientação de forças tectônicas – (a) extensional, (b) compressiva e (c) de ci-
salhamento – determina o estilo da deformação continental. Em escala regional, os tipos básicos
de falhamento mostrados nas figuras menores podem levar a padrões complexos e diferenciados
de deformação. [Fonte: John Suppe, Principles of Structural Geology. Upper Saddle River, N.J.: Prentice Hall, 1985]

caracterizada por uma larga zona de deformação dúctil, Tectônica extensional


que produz os milonitos.
Na crosta frágil, as forças extensionais que produzem o
falhamento normal podem separar uma placa, resultando
Estilos de deformação continental em um vale em rifte – um vale longo e estreito formado
quando um bloco de rocha cai em relação a seus dois blo-
Se olharmos perto o suficiente, podemos encontrar to- cos de flancos ao longo de falhas normais quase parale-
das as estruturas básicas de deformação – falhas, dobras, las e com mergulho de ângulo inclinado (Figura 7.19a).
domos, bacias, juntas – em qualquer zona de deformação O vale em rifte do Leste da África2 (Figura 7.20), os riftes
continental. Porém, quando vemos a deformação conti- das dorsais mesoceânicas, o vale do rio Reno e o rifte do
nental em escala regional, encontramos padrões caracte- Mar Vermelho são exemplos bem conhecidos de vales em
rísticos de falhamento e dobramento que se relacionam rifte. Como vimos no Capítulo 5, essas estruturas formam
diretamente com as forças tectônicas que causam a de- bacias que são preenchidas com sedimentos erodidos das
formação. A Figura 7.19 retrata os estilos de deformação paredes do rifte e das rochas vulcânicas extrudidas de ra-
típicos dos três principais tipos de força tectônica. chaduras extensionais na crosta.
C A P Í T U LO 7  D E F O R M A Ç Ã O : A M O D I F I C A Ç Ã O D E R O C H A S P O R D O B R A M E N TO E FA L H A M E N TO 191

FIGURA 7.20  Na África Oriental, forças extensionais estão afastando


a Subplaca da Somália da Placa da África, criando vales em rifte limitados
N por falhas normais (ver Figura 2.8b). O vale em rifte mostrado aqui está
repleto de sedimentos e pelo Lago Tanganyika, na fronteira entre a Tanzâ-
nia e a República Democrática do Congo. A secção transversal foi exage-
rada verticalmente por um fator de 2,5:1, que amplia os mergulhos de fa-
40 km
lha; os mergulhos reais das falhas normais são de aproximadamente 60°.
8 km

A tensão na crosta continental rasa geralmente pro-


ka
duz falhas normais com altos ângulos de mergulho, tipi-
i
ny
ga

camente de 60° ou mais. Além da profundidade de apro-


an
oT

ximadamente 20 km, no entanto, as rochas crustais são


Lag

quentes o bastante para se comportarem como materiais


dúcteis, e ocorre a deformação por extensão, em vez de
por fraturamento. Essa mudança no comportamento da
rocha faz com que o mergulho das falhas seja achatado
com o aumento da profundidade, o que resulta em falhas
normais com superfícies curvas, conforme mostrado na
Figura 7.19a. Os blocos crustais que se movem ao longo
dessas falhas encurvadas são inclinados para trás à medi-
da que a extensão continua.
A província Bacias e Cristas, que está centralizada na
Grande Bacia de Nevada e Utah, é um bom exemplo de
região definida por muitos vales em rifte adjacentes. Os
geólogos podem explicar a inclinação de montanhas e
vales com blocos em falha nessa região pela geo-
metria simples que acabamos de descrever. A re-
gião, que hoje tem mais de 800 km de largura, foi
Rocha mais nova
alongada e estendida na direção noroeste-sudeste
por um fator de dois nos últimos 15 milhões de
C D anos. Aqui, o falhamento normal criou uma imen-
B
sa paisagem de montanhas com blocos em falha
A erodidos e acidentados e vales repletos de sedi-
Rocha mais
antiga

1 As forças compressivas
fraturaram as camadas Falha de cavalgamento de Keystone, sul de Nevada (EUA)
rochosas...

2 ... empurrando-as
horizontalmente sobre
D B
uma secção das mesmas
C
rochas. D
C B D
B
D
C
A B

3 A erosão das camadas de


topo revela a exposição que 50 km
vemos hoje: calcário cambriano
sobre o arenito jurássico, que é
350 milhões de anos mais novo.

FIGURA 7.21  A falha de cavalgamento de Keystone,


D B no sul de Nevada, é uma estrutura de overthrust em
C
B C D grande escala do tipo que se forma durante episódios
B de compressão continental. As forças compressivas
A deslocaram uma secção de camadas rochosas – D, C, B
– e empurraram-na, horizontalmente, por uma grande
distância, sobre a secção D, C, B, A. [Foto de Marli Miller/
Visuals Unlimited]
192 PA R A E N T E N D E R A T E R R A

mentos, alguns cobertos com rochas vulcânicas recentes 7.19b). Grandes terremotos são comuns em cinturões de
(ver Figura 10.5). Essa deformação extensional, que pa- dobras e empurrões; um exemplo recente é o grande ter-
rece ser causada por correntes de convecção de ascensão remoto Wenchuan que atingiu Sichuan, China, em 12 de
sob a província de Bacias e Cristas, continua até hoje. maio de 2008, matando mais de 80 mil pessoas.
As colisões contínuas da África, Arábia e Índia com a
margem sul do continente Eurasiano criaram cinturões de
Tectônica compressiva dobras e empurrões dos Alpes até o Himalaia, sendo que
Em zonas de subducção, a litosfera oceânica desliza sob muitos deles ainda estão ativos. Os grandes reservatórios
uma placa acavalada ao longo de uma enorme falha de de óleo no Oriente Médio estão aprisionados em anticli-
cavalgamento, ou megathrust. Os maiores terremotos do nais estruturados por essa deformação. Compressões no
mundo, como o de Sumatra em 26 de dezembro de 2004, oeste da América do Norte, causadas pelo movimento
são causados por deslizamentos súbitos em megathrusts. na direção oeste daquele continente durante a abertura
A falha de cavalgamento também é o tipo mais comum do Oceano Atlântico, criaram o cinturão de dobras e em-
de falhamento em continentes que são submetidos à purrões das Rochosas Canadenses. A Província de Vales e
compressão tectônica. Lâminas de crosta podem deslizar Cristas dos Apalaches é um antigo cinturão de dobras e
umas em relação às outras por dezenas de quilômetros ao empurrões que data do tempo das colisões que criaram o
longo de falhas de cavalgamento quase horizontais, for- supercontinente Pangeia.
mando estruturas de overthrust (Figura 7.21).
Quando dois continentes colidem, a crosta pode ser
comprimida por uma zona ampla, resultando em episó- Tectônica de cisalhamento
dios espetaculares de soerguimento de montanhas. Du- Uma falha transformante é uma falha direcional que
rante essas colisões, as rochas frágeis do embasamento constitui um limite de placas. Falhas transformantes,
cavalgam umas sobre as outras por falha de cavalgamen- como a de Santo André, podem deslocar formações geo-
to, enquanto as rochas sedimentares mais dúcteis sobre- lógicas por distâncias longas (ver Figura 7.7), mas, desde
postas são comprimidas em uma série de enormes do- que permaneçam alinhados com a direção do movimento
bras, formando um cinturão de dobras e empurrões (Figura relativo das placas, os blocos nos dois lados podem desli-

FIGURA 7.22  Fotografia a partir de


ônibus Espacial mostrando uma visão
oblíqua do sistema da Falha de San-
ré to André. As anotações ilustram como
And
o os desvios da orientação de uma falha
OCEANO PACÍFICO nt
e Sa transformante da direção do movimen-
ad to de placas podem causar extensão
lh
Fa e compressão locais. Entre o Golfo da
Montanhas de VALE CENTRAL
Califórnia e o Mar Salton (próximo à par-
San Gabriel
te inferior da figura), o sistema da falha
desloca-se para a direita em dois passos
LOS ANGELES principais; os segmentos de falha dex-
Dobra de compressão trógira (linhas pretas), que são paralelos
(“Grande Dobra” da ao movimento das placas do Pacífico e
Falha de Santo André) da América do Norte, estão separados
por vales em rifte (em vermelho) que
são vulcanicamente ativos, subsidindo
Mar e enchendo-se de sedimentos. Quando
Salton olhamos para o norte, o traço da falha
primeiro dobra para a esquerda, contrá-
Movimento da rio à direção do movimento de placas
Placa do Pacífico
e, depois, para a direita, realinhando-se
Step-over de extensão com o movimento de placas na região
central da Califórnia (próximo à parte de
cima da figura). Essa “Grande Dobra” na
Falha de Santo André causa compressão,
que resulta em falhamento inverso na
região de Los Angeles (centro da figura).
GOLFO DA [Johnson Space Center; fotografia do Ônibus Es-
CALIFÓRNIA
pacial da NASA, anotações modificadas a partir
de M. K. Rymer, U.S. Geological Survey]
C A P Í T U LO 7  D E F O R M A Ç Ã O : A M O D I F I C A Ç Ã O D E R O C H A S P O R D O B R A M E N TO E FA L H A M E N TO 193

zar um em relação ao outro sem muita deformação inter-


na. No entanto, falhas transformantes longas raramente TEMPO 1
são retas, então os padrões de deformação ao longo des- Os sedimentos são depositados em
sas falhas podem ser muito mais complicados. As falhas camadas horizontais no
fundo do mar.
podem ter dobras e deslocamentos que alteram as forças
tectônicas atuantes em porções do limite de placas de for-
ças de cisalhamento para forças de compressão ou exten-
sionais. Essas forças, por sua vez, causam falhamento e
dobramento secundário (Figura 7.19c).
Um bom exemplo de como isso funciona pode ser
encontrado no sul da Califórnia, onde a Falha de Santo
André dextrógira primeiro dobra para a esquerda e, de-
pois, para a direita à medida que seguimos seu traçado TEMPO 2
do sul para o norte (Figura 7.22). Os segmentos da falha As forças compressivas
nos dois lados dessa“Grande Dobra”estão alinhados com causam dobramento
a direção do movimento relativo de placas, de forma que e falhamento.
os blocos deslizam um em relação ao outro simplesmen-
te por falhamento direcional. Porém, na Grande Dobra,
a mudança na orientação da falha faz com que as pla-
cas se empurrem, produzindo falha de cavalgamento ao
sul da falha. Esse cavalgamento soergueu as montanhas Forças
San Gabriel e San Bernardino a elevações que excedem compressivas
3.000 m e, durante a última metade do século passado,
produziu uma série de terremotos destrutivos, inclusive o
tremor de Northridge em 1994, que causou danos de mais TEMPO 3 Falhas
O soerguimento é seguido por
de US$ 40 bilhões para Los Angeles (ver Capítulo 13). erosão, que forma uma nova
Na extremidade sul da Falha de Santo André, entre o superfície horizontal.
Golfo da Califórnia e o Mar Salton, o limite entre as placas
do Pacífico e da América do Norte desloca-se para a direita
em uma série de degraus. Nesses deslocamentos, o limite
de placas fica sujeito a forças extensionais, e o falhamento
normal forma vales em rifte que são vulcanicamente ati-
vos, subsidem com rapidez e preenchem-se de sedimen-
tos. Essa extensão ocorre por 200 km da compressão da
Grande Dobra, demonstrando como a tectônica pode ser
variável ao longo de falhas transformantes continentais! TEMPO 4 Derrames de lavas
As erupções vulcânicas cobrem a
nova superfície com derrames
de lavas.
Revelando a história geológica
A história geológica de uma região é uma sucessão de epi-
sódios de deformação e outros processos geológicos. Vamos
ver como alguns conceitos e métodos introduzidos neste ca-
pítulo podem ser usados para reconstruir essa história.
As secções da Figura 7.23 representam algumas de-
zenas de quilômetros de uma província geológica que so-
freu uma sucessão de eventos tectônicos. Primeiramente,
as camadas horizontais de sedimentos foram depositadas TEMPO 5
no assoalho oceânico e, depois, foram subsequentemente As forças extensionais causam falhas
normais, originando blocos
inclinadas e dobradas acima do nível do mar por forças de abatidos e
compressão horizontais. Lá, a erosão originou uma nova seccionando
superfície horizontal, que foi coberta por um derrame dis- as feições
cordante, quando forças profundas do interior da Terra anteriores.
causaram uma erupção vulcânica. No estágio mais recen-

FIGURA 7.23  Estágios de desenvolvimento de uma provín-


cia geológica. Um geólogo vê apenas o último estágio e tenta
Extensão
reconstruir, a partir das evidências estruturais, todos os estágios Falhas normais
anteriores da história de uma região.
194 PA R A E N T E N D E R A T E R R A

te, as forças tensionais resultaram em falhamento normal, altamente torcidas, que constituem as rochas do embasa-
que fragmentou a crosta em blocos. mento no interior dos continentes.
O geólogo vê apenas o último estágio, mas concebe
a sequência inteira. Ele começa identificando e determi-
nando as idades das camadas rochosas e registrando a RESUMO
orientação de camadas, dobras e falhas em mapas geo-
Como os geólogos representam a estrutura geológica em
lógicos. A seguir, usa esses mapas para construir seções
mapas e diagramas? Duas medidas importantes em ma-
transversais das feições subsuperficiais. Quando as cama-
pas e diagramas geológicos são a direção e o mergulho. A
das sedimentares foram identificadas, o geólogo assume
direção é o ponto cardeal de uma camada rochosa onde
que elas devem ter sido originalmente horizontais, e não ela intersecta uma superfície horizontal. O mergulho é o
deformadas, dispostas no fundo de um oceano ancestral. ângulo em que a camada rochosa inclina-se a partir da
Os eventos posteriores podem, então, ser reconstruídos. horizontal, medido em ângulo reto à direção. O mapa ge-
O relevo da superfície atual – como encontramos nos ológico é um modelo bidimensional das feições geológi-
Alpes, nas Montanhas Rochosas, nas Cadeias Costeiras cas expostas na superfície terrestre, mostrando várias for-
do Pacífico e no Himalaia – pode estar relacionado, em mações rochosas, bem como outras feições, como falhas.
grande parte, com a deformação que ocorreu durante as Uma seção transversal geológica é um diagrama que re-
últimas dezenas de milhões de anos. Esses sistemas de presenta as feições geológicas que seriam visíveis se fosse
montanhas mais novos ainda contêm muito da informa- cortada uma fatia vertical em parte da crosta. As secções
ção que o geólogo necessita para reconstruir a história da geológicas transversais podem ser construídas com base
deformação. No entanto, a deformação que ocorreu cen- nas informações de um mapa geológico, embora possam
tenas de milhões de anos atrás, bem como as montanhas ser aprimoradas com dados subsuperficiais coletados por
enrugadas, não existe mais. A erosão deixou apenas os perfuração ou por imagens sísmicas.
remanescentes de dobras e falhas, expressos como cris-
tas baixas e vales rasos. Como veremos no Capítulo 10, O que os laboratórios dizem a respeito da maneira como as
mesmo episódios mais antigos de construção de monta- rochas deformam-se? Os estudos de laboratório mostram
nha são evidentes a partir das formações metamorfizadas que rochas sujeitas a forças tectônicas podem comportar-

Projeto no Google Earth

Washington Dakota do Norte


Montana

Canyon Ribbon Dakota do Sul


Idaho

Wyoming

Nebraska
Utah

© 2009 Europa Technologies


Nevada Image USDA Farm Service Agency Denver
Image © 2009 TerraMetrics
© 2009 Tele Atlas

Imagem de satélite do Google Earth mostrando o noroeste dos Estados Unidos e a


localização de Canyon Ribbon, Wyoming, (marcado com um ponto vermelho).
C A P Í T U LO 7  D E F O R M A Ç Ã O : A M O D I F I C A Ç Ã O D E R O C H A S P O R D O B R A M E N TO E FA L H A M E N TO 195

Image © 2009 DigitalGlobe


Image USDA Farm Service Agency

Imagem de satélite tridimensional feita pelo Google Earth do Canyon Ribbon,


Wyoming, EUA, mostrando camadas com mergulho íngreme em direções opostas.

Quando deformadas, as rochas podem formar dobras. Um anticlinal é uma dobra em forma de
arco, enquanto um sinclinal assemelha-se a um vale. Ao examinar uma exposição de rocha, pode-
mos reconhecer um anticlinal por uma sequência de camadas inclinadas na direção oposta do cen-
tro da dobra. Para um sinclinal, as camadas teriam uma inclinação para o centro da dobra. Vamos
analisar um exemplo de Wyoming (EUA).

LOCALIZAÇÃO Montanha Sheep/Canyon Ribbon, próximo a Big Horn, Wyoming, EUA.


OBJETIVO Aprender a reconhecer estruturas dobradas.
REFERÊNCIA Figuras 7.3, 7.4 e 7.10
1. Digite“Ribbon Canyon, Big Horn, Wyoming”na ja- “Adicionar caminho”. De que forma as camadas em
nela de busca do Google Earth. Na parte inferior, cada lado da elevação parecem estar inclinadas?
à esquerda, na aba “Camadas”, clique em “Terreno” a. As camadas azuis estão inclinadas para o su-
para ativar o recurso de visualização em 3D. Use o doeste, e as vermelhas, para o nordeste.
zoom para atingir uma altitude de 8,75 km. Qual é a b. As camadas azuis e vermelhas estão inclina-
latitude e longitude do Canyon Ribbon, Wyoming? das para o sudoeste.
a. 44° 39’ 12,26” N, 108° 11’ 59,32”W c. As camadas azuis estão inclinadas para o nor-
b. 44° 31’ 30,16” N, 107° 57’ 24,39”W deste, e as vermelhas, para o sudoeste.
c. 45° 15’ 17,18” N, 108° 59’ 03,12”W d. As camadas azuis e vermelhas estão inclina-
d. 45° 29’ 07,45” N, 107° 24’ 18,94”W das para o noroeste.
2. Neste capítulo, destacamos várias feições que um 3. Em que direção as camadas de cada lado do monte
geólogo de campo poderia mapear. O mapa mos- parecem estar inclinadas em relação à dobra? (Tal-
trado na figura está centrado em 44° 38’ 21,52’’ N, vez seja preciso girar a visão de perspectiva para
108° 10’ 50,64’’W, com altitude de aproximadamente ver as camadas de lados diferentes. Para fazer isso,
2,75 km. Usamos a ferramenta “Adicionar caminho” na parte superior direita da tela do Google Earth,
(o ícone encontra-se na parte superior da tela do arraste a letra “N” ao redor do círculo para mudar
Google Earth) para delinear algumas das camadas a direção. Você também pode rolar mais para o su-
nos dois lados da elevação. Tente mapear (delinear) deste para ver uma extensão mais ampla dessa fei-
essas camadas sozinho. Você pode alterar as cores ção.) Com essas informações, você acha que essa
das trajetórias clicando em “Estilo/Cor” na janela área representa um anticlinal ou um sinclinal?
196 PA R A E N T E N D E R A T E R R A

a. As camadas estão inclinadas na direção oposta estão dentro ou fora da dobra? (Dica: Imagine
ao centro da dobra, tornando-a um sinclinal. uma pilha de papéis em que os papéis do fundo
b. As camadas estão inclinadas para o centro da representam as camadas mais antigas, e os da
dobra, tornando-a um sinclinal. parte de cima são as camadas mais novas. Se você
c. As camadas estão inclinadas na direção oposta dobrar a pilha na forma de um U [sinclinal], os
ao centro da dobra, tornando-a um anticlinal. papéis “mais antigos” estão localizados dentro ou
d. As camadas estão inclinadas para o centro da fora da dobra? Se você inverter essa pilha na for-
dobra, tornando-a um anticlinal. ma de um U invertido [anticlinal], onde estão as
camadas mais antigas agora?)
4. Nessa mesma área, qual é a maior altitude aproxi-
mada no topo elevação? a. Em Canyon Ribbon, as camadas mais antigas
estão fora da dobra.
a. 1275 m
b. Em Canyon Ribbon, as camadas mais antigas
b. 1320 m
estão dentro da dobra.
c. 1530 m
c. Em Canyon Ribbon, todas as camadas mais
d. 1610 m
antigas têm a mesma idade.
d. Em Canyon Ribbon, existe falhamento, e não
Pergunta-desafio opcional dobramento das camadas.
5. Pense em como os anticlinais e sinclinais são for-
mados. Você acha que as camadas mais antigas

-se como materiais frágeis ou dúcteis. Esse comporta- Quais são os principais estilos de deformação continen-
mento depende da temperatura e da pressão, do tipo de tal? Há três estilos principais de deformação continental. A
rocha, da velocidade da deformação e da orientação das tectônica extensional produz vales em rifte com falhamen-
forças tectônicas. to normal; em regiões continentais submetidas à extensão,
os ângulos de mergulho das falhas normais achatam-se
Quais são as estruturas deformacionais básicas que os ge- com a profundidade, fazendo com que os blocos de falhas
ólogos observam no campo? Entre as estruturas geológi- inclinem-se na direção oposta do rifte à medida que o fa-
cas que resultam de deformação, incluem-se as dobras, as lhamento continua. A tectônica compressiva produz falhas
falhas, as estruturas circulares, as juntas e as texturas de de cavalgamento; no caso de colisões entre continentes, a
deformação causadas por cisalhamento. As fraturas são compressão pode produzir cinturões de dobras e empur-
conhecidas como falhas se as rochas forem deslocadas rões. A tectônica de cisalhamento produz falhamento dire-
pela superfície da fratura e como juntas se não for obser- cional, mas dobras e deslocamentos na falha podem causar
vado deslocamento algum. falhas de cavalgamento e falhas normais localmente.

Que tipos de forças produzem essas estruturas de defor- Como os geólogos reconstroem a história de uma região? Os
mação? As falhas e as dobras são causadas, basicamente, geólogos podem observar apenas os resultados finais de
por forças tectônicas horizontalmente direcionadas em uma sucessão de eventos: deposição, deformação, erosão,
limites de placas. Forças compressivas horizontais em li- vulcanismo, etc. Eles deduzem a história deformacional
mites divergentes produzem falhas normais; forças com- de uma região por meio da identificação e determinação
pressivas horizontais em limites convergentes produzem da idade das camadas rochosas, registrando a orientação
falhas de cavalgamento; e forças de cisalhamento hori- geométrica das mesmas em mapas geológicos, mapeando
zontais em limites de falha transformante produzem fa- dobras e falhas e reconstruindo seções da subsuperfície con-
lhas direcionais. As dobras geralmente são formadas por sistentes com as observações de superfície.
forças compressivas em rochas acamadas, como aquelas
que ocorrem ao longo de limites onde placas colidem. Es-
truturas circulares, como domos e bacias, podem ser cau- CONCEITOS E TERMOSCHAVE
sadas por forças com direção vertical, distante dos limites
de placas. Certos domos são causados pela ascensão de anticlinal (p. 183) domo (p. 186)
material menos denso. As bacias podem ser formadas bacia (p. 186) dúctil (p. 180)
quando as forças extensionais estiram a crosta ou quan- deformação (p. 176) falha com rejeito paralelo
do uma porção aquecida desta resfria-se e contrai-se. As ao mergulho (p. 181)
direção (p. 177)
juntas podem ser causadas por tensões tectônicas ou por
dobra (p. 183) falha de cavalgamento
resfriamento e contração de formações rochosas.
(p. 181)
C A P Í T U LO 7  D E F O R M A Ç Ã O : A M O D I F I C A Ç Ã O D E R O C H A S P O R D O B R A M E N TO E FA L H A M E N TO 197

falha direcional (p. 181) junta (p. 188)


falha normal (p. 181) mapa geológico (p. 178)
QUESTÕES PARA PENSAR
força compressiva (p. 176) mergulho (p. 177) 1. Em que sentido um mapa geológico é um mode-
lo científico da geologia de superfície? É justo dizer
força de cisalhamento muro (p. 181)
que as seções geológicas transversais, em combina-
(p. 176) seção geológica ção com um mapa geológico, constituem um modelo
força extensional (p. 176) transversal (p. 179) científico da estrutura geológica tridimensional? (Ao
formação (p. 177) sinclinal (p. 183) formular sua resposta, é uma boa ideia consultar a
frágil (p. 180) teto (p. 181) discussão de modelos científicos no Capítulo 1.)
2. Por que é correto dizer que “estruturas geológicas em
grande escala devem ser representadas em mapas ge-
EXERCÍCIOS ológicos de pequena escala”? Que tamanho deve ter
uma folha de papel para fazer um mapa de todas as
1. Que tipo de dobra é mostrado na Figura 7.1a? A falha Montanhas Rochosas dos Estados Unidos com escala
pequena no lado esquerdo da Figura 7.1b é uma falha de 1:24.000?
normal ou de cavalgamento? Estime o deslocamento
da falha, expressando sua resposta em metros. 3. A margem submersa de um continente tem uma ca-
mada espessa de sedimentos sobrepostos às rochas
2. Em um mapa geológico com escala de 1:250.000, sedimentares metamórficas. Essa margem continen-
quantos centímetros representariam uma distância tal colide com outra massa continental, e as forças
real de 2,5 km? Qual é a distância real, em quilôme- compressivas a deformam em um cinturão de do-
tros, de 1 centímetro no mesmo mapa? bras e empurrões. Durante a deformação, qual das
3. O movimento das placas da América do Norte e do formações geológicas teria maior probabilidade de
Pacífico ao longo da Falha de Santo André deslocou o se comportar como material frágil e como material
canal do arroio na Figura 7.7 em 130 m. Os geólogos dúctil: (a) as formações sedimentares em alguns qui-
determinaram que esse canal tem 3.800 anos. Qual é lômetros da parte superior; (b) as rochas sedimen-
a taxa de deslizamento da Falha de Santo André nes- tares metamórficas a profundidades de 5 a 15 km;
te local, expressa em milímetros por ano? (c) rochas crustais inferiores a profundidades abaixo
de 20 km? Em qual dessas camadas você esperaria
4. Com base na Figura 2.7, estime a direção das forças terremotos?
da tectônica de placas que estão causando a extensão
do Mar Vermelho. 4. Foi o escritor John McPhee quem chamou os mapas
geológicos de “livros-texto em um pedaço de papel”,
5. Demonstre que um deslocamento para a esquerda em sua narrativa épica sobre uma transversal geoló-
em uma falha direcional dextrógira produzirá com- gica através da América do Norte, intitulada Annals
pressão, enquanto um deslocamento para a direita of the Former World (p. 378). Você pode localizar uma
nessa mesma falha produzirá extensão. Escreva uma passagem neste livro-texto que descreve uma estru-
regra semelhante para falhas direcionais levógiras. tura geológica e desenhar um mapa geológico consis-
6. Desenhe uma secção geológica que mostre a seguinte tente com a descrição de McPhee?
história: uma série de sedimentos marinhos é depo- 5. Você saberia explicar a história geológica do Exercício
sitada e, subsequentemente, deformada por forças 6 em termos de eventos da tectônica de placas? Em
compressivas em um cinturão de dobras e empurrões. que local dos Estados Unidos os geólogos pensam
As montanhas desse cinturão erodiram até o nível do que essa sequência ocorreu?
mar, e foram depositados novos sedimentos. A re-
gião, então, começou a se ampliar, e a lava intrudiu os
novos sedimentos para criar uma soleira. No estágio NOTAS DE TRADUÇÃO
final, forças extensionais romperam a crosta para for-
1
mar um vale em rifte limitado por falhas normais com Também conhecida como “dobra recumbente”.
2
alto ângulo de mergulho. Também denominado “Grande Vale da África Oriental”.

Você também pode gostar