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3.4.2.1. Falhas
As falhas são fracturas na crusta ao longo das quais ocorre deslizamento paralelo à superfície da
fractura (Fig. 4.18). Elas ocorrem em qualquer tipo de rocha, mas são mais facilmente detectadas em rochas
sedimentares. A quantidade de deslocamento pode ser de fracções de .centímetros ou de centenas de
metros. Em qualquer dos casos não é possível dizer qual dos lados se manteve parado e qual se moveu ou
se ambos se moveram. Tudo o que se pode dizer é que houve um movimento relativo entre os dois.
A superfície da fractura, ao longo da qual se deu o movimento, chama-se plano de falha (Fig.
4.18). Este "plano", contudo, raramente é plano por longas distâncias e, consequentemente, o termo
superfície de falha seria mais apropriado. Se uma falha puder ser seguida em todo e seu comprimento
verificar-se-ia que o deslocamento é zero nos seus extremos. Quer dizer, o deslocamento é máximo no
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B
Fig. 4.18. Falha Normal (A) e Inversa (B)
BA – Bloco ascendente; BD – Bloco Fig. 4.19. Esquema tectónico da área de Cahora Bassa, com alguns dos
descendente; T – Teto; M – Muro; Pf – Plano traços de falhas existentes na região.
de Falha
Onde as massas de rochas envolvidas no falhamento são de grande tamanho e peso, a enorme
pressão mantém as faces dos dois blocos de falha em contacto compressivo. Como resultado da fricção
entre os blocos, o plano de falha dá uma superfície brilhante, chamada espelho de falha. Se o plano de
falha for muito irregular, o movimento entre blocos esmaga o material, originando uma brecha de falha.
Se bem que alguns planos de falha sejam verticais, a maioria é inclinada de modo que um dos
blocos fica por cima do outro. O bloco que fica por cima do plano de falha chama-se teto e o outro chama-
se muro (Fig. 4.18). O bloco que sobe em relação ao outro chama-se bloco ascendente e o que desce
chama-se bloco descendente (Fig. 4.18).
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A B C
Fig. 4.21. Outros tipos de falhas: A – Horizontal; B – Vertical; C – Rotativa
A B
Fig. 4.22. Graben (A) e Horst (B)
Fig. 4.23. Exemplo duma falha inversa Fig. 4.24. Exemplo de diaclases
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dobra são (Fig. 4.25): Fig. 4.25. Partes constituintes duma dobra
Flancos - são os dois lados da dobra;
Eixo ou charneira - linha ao redor da qual se dá o dobramento, a qual pode ser horizontal,
inclinada ou vertical; nos últimos casos, a dobra é mergulhante;
Plano axial - superfície que divide a dobra em duas partes similares, que podem ser ou não
simétricas, dependendo da simetria da dobra;
Crista - linha que resulta da ligação dos pontos mais altos da dobra, que pode coincidir ou não
com o eixo.
Quanto à sua morfologia, as dobras classificam-se em (Fig. 4.26):
Anticlinal - dobra na qual os flancos se abrem para baixo, tendo por cima o eixo;
Sinclinal - dobra na qual os flancos se abrem para cima, ao contrário do anticlinal;
Isoclinal - dobra na qual os dois flancos mergulham na mesma direcção e com o mesmo
ângulo de mergulho;
Monoclinal - dá-se o encurvamento de apenas uma parte;
Dobra Simétrica - quando o plano axial faz ângulos iguais com ambos os flancos;
Dobra Assimétrica - quando o plano axial faz ângulos diferentes com cada um dos flancos;
Dobra Deitada - quando o plano axial é horizontal a subhorizontal;
Dobra em leque - quando os flancos da dobra se aproximam mais intensamente na parte
mediana.
Monoclinal
Anticilinal Sinclinal Isoclinal Assimétrica Deitada em Leque
Fig. 4.26. Diversos tipos de dobra
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