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Mecânica Estrutural e Resistência dos Materiais

1. INTRODUÇÃO
1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
Com o intuito de entendermos como funciona a geomecânica dos materiais
geológicos é importante, primeiramente, partirmos para os conceitos
fundamentais. A Geologia procura interpretar a história de desenvolvimento do
planeta Terra, desde a sua formação, desenvolvimento até os fenômenos
atuais. É um campo de atuação muito amplo, podendo descobrir a localização
de recursos naturais, fontes de energia e até desastres naturais, dentre outros
fenômenos. No entanto, é na utilização de matérias primas e na sua
contribuição no cotidiano de uma sociedade que observam-se melhorias na
qualidade de vida das pessoas e a importância da geologia. Toma-se como
exemplo os imóveis construídos, que são constituídos de uma gama de
constituintes minerais. O concreto é preparado com brita (rocha quebrada),
areia e cimento (mistura de calcário, argila e gispsita). Os tijolos são
confeccionados por argilas. A argamassa é uma mistura de cimento, areia e de
Óxido de Cálcio (popularmente conhecido como cal). A instalação elétrica
utiliza fios e cabos produzidos a partir de cobre e alumínio. É de suma
importância considerar as características, propriedades e comportamento
reológico dos materiais geológicos, principalmente em projetos para instalação
e desenvolvimento de empreendimentos, tais como projetos de mineração,
escavação de túneis, obras de contenção de encostas, etc. O objetivo de
estudar a disciplina mecânica estruturale resistência dos materiais é entender o
comportamento dos sólidos sob esforços e os efeitos das forças no
comportamento interno dos sólidos.

1.2. CLASSE DE SOLICITAÇÕES


Existem cinco tipos de esforços mecânicos na resistência dos materiais:

1) Tração ou Força
2) Compressão
3) Flexão
4) Torção
5) Cisalhamento
Aplicando as classes de solicitações para a geologia tem-se o
comportamento mecânico das rochas, que pode ser dúctil ou frágil, conforme
esquema a seguir:
Comportamento
mecânico das
rochas

Dúctil Frágil

Deformação Deformação
plástica - frágil -
Dobras Falhas

Figura 1.Blocodiagrama com a esquematização do comportamento mecânico das rochas.

Alguns agentes atuantes no comportamento mecânico das rochas são:

1.2.1. Tração ou Força


É o agente responsável pelos movimentos das rochas submetendo-as as
solicitações diversas. Caso a solicitação seja tangencial ocorre o cisalhamento,
que pode ser dividido em componente normal e componente de cisalhamento.
A intensidade da força ou tração depende da área da superfície por onde é
distribuída. A força é uma grandeza vetorial.

1.2.1.1. Stress em um ponto


É definido pela razão limite da força pela área quando a área da face se
aproxima de zero. As forças atuantes em cada uma das faces de um cubo de
referência, por exemplo, pode ser resolvida em 3 componentes ortogonais,
uma normal e duas paralelas à face. Se a magnitude de cada uma das três
componentes for dividida pela área da face do cubo obteremos a magnitude
das três componentes do stress.Então, em decorrência disso a distribuição de
forças sobre cada face tende a se uniformizar, as forças nas faces opostas se
aproximam em direção e magnitude e são capazes de exercer um torque
resultante sobre o cubo que tendem a se anular.

1.3. COMPRESSÃO
Esforços tectônicos de compressão geram estruturas geológicas que
podem ser representadas por dobras, falhas, fraturas, xistosidade e
acamamento nas rochas sedimentares.

1.3.1. Deformação
Se referem as variações na forma e/ou volume. Essas deformações podem
ser plásticas, elásticas ou de rúpteis e envolvem tanto os conceitos de flexão,
quanto de torção e cisalhamento. Refletem o resultado do dinamismo interno
terrestre através de deformações nas rochas originadas por tensões
associadas às variações de temperatura, profundidade, pressão. A tensão é a
força exercida por unidade de área. Existem alguns tipos de tensão:
Compressão, Distensão e Cisalhamento, conforme Figura 2.

Figura 2. Comportamento deformacional das rochas. Fonte:http://metam.com.sapo.pt

O resultado das tensões de compressão é a redução do volume da


rocha em direção paralela à atuação das forças e o seu alongamento na
direção perpendicular e podem provocar falha inversa no caso de rochas com
comportamento frágil, mas para o caso de comportamento dúctil formam-se
dobras, conforme ilustrado na figura 2.
No caso das tensões de distensão o resultado é o estiramento do corpo
rochoso em direção paralela a atuação das forças para corpos rochosos com
comportamento dúctil, e também pode provocar falhamento normal em rochas
frágeis.

As tensões de cisalhamento causam a deformação no corpo rochoso


devido a movimentos paralelos em sentidos opostos e podem causar falha de
desligamento/transformantes para rochas com comportamento frágil e
cisalhamento para rochas dúcteis.

1.3.1.1. Dobras

Uma das feições estruturais mais evidentes do regime dúctil são as


dobras geológicas, a escala varia desde a microscópica até quilométrica.

Figura 1- Fotomicrografias de amostras evidenciando dobras em escala milimétrica. Fonte:


Relatório de Mapeamento Geológico da Região de Pocinhas - Tunas do Paraná/PR

Figura 4. Dobra em escala métrica. Fonte: www.neotectonica.ufpr.br


1.4. Falhas

São rupturas e deslocamentos ao longo de um plano rochoso e pelo qual


as paredes opostas se movem uma relação às outras. Ocorrem tanto em
escala milimétrica quanto quilométrica. As falhas refletem o comportamento
frágil das rochas. Os tipos de falhas podem ser baseados no movimento
aparente, conforme figura a seguir.

Figura 5 - Tipos de falhas. Fonte: http://espacociencias.com.pt


1.5. TENSÃO DE ESTIRAMENTO OU RUPTURA

Tensão de estiramento ou de ruptura

Deformação de Módulo de Young Módulo de


estiramento cisalhamento

1.5.1. Deformação de estiramento


Se um objeto está sujeito a ação de uma força que tende a alongá-lo ou
comprimi-lo ocorre alteração da forma original. A variação relativa do
comprimento de um segmento de barra, por exemplo, chama-se deformação
específica, conforme figura 6.

Figura 6. Esquematização de deformação de estiramento.


Fonte:https://slideplayer.com.br/slide/4049117
1.5.2. Módulo de Young
É a razão entre a tensão normal e a deformação para um sólido. O
módulo de Young ou também chamado de módulo de elasticidade é um
parâmetro mecânico que proporciona uma medida da rigidez de um material
sólido.

1.5.3. Módulo de cisalhamento

É a razão entre a tensão de cisalhamento e a deformação de


cisalhamento. Diz respeito a ruptura das estruturas.

1.6. COMPORTAMENTO REOLÓGICO DOS MATERIAIS GEOLÓGICOS

A reologia estuda o comportamento físico das rochas e solos mediante a


aplicação de forças e tensões.As propriedades mecânicas dos materiais
geológicos representam aspectos das forças e dos movimentos que os corpos
experimentam. As rochas e os solos possuem propriedades plásticas e
elásticas concomitantes, que podem ser medidas através de ensaios
laboratoriais.

1.7. ENSAIOS PARA CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DAS ROCHAS

A seguir serão discutidos alguns ensaios bastante utilizados para


caracterização mecânica das rochas.

1.7.1. Ensaio de compressão triaxial


O ensaio de compressão triaxial é um dos mais utilizados para
determinar propriedades mecânicas das rochas para um grande intervalo de
tensão e temperatura.
Um esquema típico de um ensaio triaxial está representado na figura 7a.
A amostra é envolvida por uma membrana flexível e selada no capsuperior e
inferior. A membrana flexível permite que a amostra se deforme radialmente e
que a poropressão gerada na amostra devido ao carregamento radial esteja
separado da tensão aplicada fora da amostra. O conjunto composto de
amostra, membrana, caps, extensômetro radial e axial são colocados em
pedestal. O vaso de pressão desce e é circulado óleo até que o vaso e as
linhas estejam completamente preenchidos , a tensão confinante é aplicada
axissimetricamente e na vertical no cap superior. Posteriormente uma força
axial 𝐹𝑎 é aplicada na vertical , no capsuperior pelo pistão, conforme figura 7b.
a) b)

Aplicação de tensões
e forças

Figura 7. a) Representação esquemática do ensaio triaxial. b) Representação


esquemática das tensões e forças atuantes no ensaio triaxial.
Fonte: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/

Durante o ensaio triaxial é realizada a aquisição dos dados de tensão


desviadora e confinante, deformação axial e radial. De posse desses dados
calcula-se Módulo de Poisson, módulo de deformabilidade e módulo de
deformabilidade no descarregamento, que corresponde ao módulo de
elasticidade para cada tensão confinante.
1.7.2. Ensaio de compressão Uniaxial

É um dos testes mais realizados devido a simplicidade para determinar


parâmetros de rocha. Consiste basicamente em montar um conjunto de
amostra cap superior e inferior e extensômetro lateral e axial, então um
conjunto é colocado no pedestal, aproxima-se a célula de carga até encostar-
se ao cap superior, conforme figura 8a. Então, aplica-se uma carga uniaxial a
uma carga constante de carregamento ou deformação, conforme figura 8b.
Durante o ensaio uniaxial é realizada a aquisição ao longo do tempo da tensão
axial, deformação axial e radial. Com estes dados calcula-se o Poisson e o
módulo de deformabilidade.

a) b)

Aplicação de carga
uniaxial

Figura 8. a) Representação esquemática do ensaio uniaxial. b) Representação


esquemática da força atuante no ensaio uniaxial. Fonte:
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/31864/31864_6.PDF

2. VÍNCULOS ESTRUTURAIS
2.1 INTRODUÇÃO
Denominamos vínculos ou apoio os elementos mecânicos que impedem
os movimentos de uma estrutura.Nas estruturas planas, podemos classificá-los
em 3 tipos.
2.1.1 Vínculo Simples ou Móvel
Este tipo de vínculo impede o movimento de translação na direção
normal ao plano de apoio, fornecendo-nos desta forma, uma única reação
(normal ao plano de apoio).Representação Simbólica:

2.1.2 Vínculo Duplo ou Fixo


Este tipo de vínculo impede o movimento de translação em duas
direções, na direção normal e na direção paralela ao plano de apoio, podendo
desta forma nos fornecer, desde que solicitado, duas reações, sendo uma para
cada plano citado. Representação Simbólica:

2.1.3 Engastamento
Este tipo de vínculo impede a translação em qualquer direção,
impedindo também a rotação do mesmo, através de um contramomento, que
bloqueia a ação do momento de solicitação.

𝑅𝑥 – impede o movimento de translação na direção x;


𝑅𝑦 – impede o movimento de translação na direção y;

𝑀 – impede a rotação.

2.2 ESTRUTURA
Denomina-se estrutura o conjunto de elementos mecânicos, composto
com a finalidade de receber e transmitir esforços.

2.2.1 Estrutura Hipoestática


Estes tipos de estruturas são instáveis quanto à estaticidade.A sua
classificação como hipoestáticas é devido ao fato de o número de equações de
estática ser superior ao número de incógnitas.

2.2.2 Estruturas Isostáticas


A estrutura é classificada como isostática quando o número de reações
a serem determinadas coincide com o número de equações de estática.

2.2.3 Estruturas Hiperestáticas


A estrutura é classificada como hiperestática, quando as equações da
estática são insuficientes para determinar as reações nos apoios.Para tornar
possível a solução destas estruturas, devemos suplementar as equações da
estática com as equações do deslocamento.

3. EQUILÍBRIO DE FORÇAS E MOMENTOS


Para que um determinado corpo esteja em equilíbrio, é necessário que
sejam satisfeitas as condições a seguir:

Resultante de Forças
A resultante do sistema de forças será nula.

Resultante dos Momentos


A resultante dos momentos atuantes em relação a um ponto qualquer do
plano de forças será nula.
3.1. EQUAÇÕES FUNDAMENTAIS DA ESTÁTICA
Baseados nas condições vistas anteriormente, concluímos que para
forças coplanares

∑ 𝐹𝑥 = 0

∑ 𝐹𝑦 = 0

e
∑ 𝑀 = 0.

3.2 FORÇA AXIAL OU NORMAL F


É definida como força axial ou normal a carga que atua, na direção do
eixo longitudinal da peça. A denominação normal ocorre, em virtude de ser
perpendicular, à secção transversal, conforme figura abaixo.

3.3 TRAÇÃO E COMPRESSÃO


A ação da força axial atuante, em um objeto estrutural, originará nesta
tração ou compressão.
Tração num objeto estrutural
O objeto estrutural estará tracionada quando a força axial aplicada
estiver atuando com o sentido dirigido para o seu exterior, conforme ilustrado
na figura abaixo.

Compressão num objeto estrutural


Oobjeto estrutural estará comprimido, quando a força axial aplicada
estiver atuando com o sentido dirigido para o interior, conforme ilustrado abixo.

Ligação ou Nó
Denominação nó todo ponto de interligação dos elementos de
construção componentes de uma estrutura.

3.4.TRAÇÃO E COMPRESSÃO EM RELAÇÃO AO NÓ (OU LIGAÇÃO)


Objeto estruturaltracionado
Sempre que um objeto estrutural estiver sendo tracionado, o nó estará
sendo “puxado”.
Objeto estruturalcomprimido
Sempre que um objeto estrutural estiver sendo comprimido, o nó estará
sendo “empurrado”.

3.5 COMPOSIÇÃO DE FORÇAS


Consiste na determinação da resultante de um sistema, podendo ser
resolvida gráfica ou analiticamente.
Exemplo 1:

Exemplo 2:
3.6 DECOMPOSIÇÃO DE FORÇA EM COMPONENTES ORTOGONAIS
Consiste na determinação das componentes projetadas da resultante de
um sistema sobre os eixos de referência, podendo ser resolvida gráfica ou
analiticamente.

𝐹𝑥 = 𝐹 cos 𝛼 = 𝐹 sin 𝛽

𝐹𝑦 = 𝐹 cos 𝛽 = 𝐹 sin 𝛼

3.7 CONHECIDOS𝐹𝑥 e𝐹𝑦 , DETERMINAR𝛼 e 𝛽

𝐹𝑦 𝐹𝑦 𝐹𝑥
tan 𝛼 = 𝐹 ; sin 𝛼 = ; cos 𝛼 =
𝑥 𝐹 𝐹

𝐹𝑥 𝐹𝑥 𝐹𝑦
tan 𝛽 = ; sin 𝛽 = ; cos 𝛽 =
𝐹𝑦 𝐹 𝐹
3.8 DETERMINAÇÃO ANALÍTICA DA RESULTANTE DE DUAS FORÇAS QUE
FORMAM ENTRE SI ÂNGULO𝛼

Através do Δ ODA, aplica-se o Teorema de Pitágoras, resultando:

I) 𝐹 2 = (𝐹2 + 𝑥)2 + 𝑦 2
Onde:
̅̅̅̅ = 𝑥
𝐶𝐷
̅̅̅̅ = 𝑦
𝐴𝐷
Pelo Δ CDA tem-se;

𝐹12 = 𝑥 2 + 𝑦 2

Portanto:

II) 𝑦 2 = 𝐹12 − 𝑥 2
no mesmo Δ CDA, conclui-se que:

III) 𝑥 = 𝐹1 cos 𝛼

Substituindo a eq. II na eq. I tem-se:

𝐹 2 = 𝐹22 + 2𝐹2 𝑥 + 𝑥 2 + 𝐹12 − 𝑥 2


Substituindo a eq. III na anterior tem-se:

𝐹 2 = 𝐹12 + 𝐹22 + 2𝐹1 𝐹2 cos 𝛼

𝐹 = √𝐹12 + 𝐹22 + 2𝐹1 𝐹2 cos 𝛼

Para 𝛼 = 0

Quando 𝛼 = 0 → cos 𝛼 = 1, portanto

𝐹 2 = 𝐹12 + 𝐹22 + 2𝐹1 𝐹2


𝐹 2 = (𝐹1 + 𝐹2 )2

𝐹 = 𝐹1 + 𝐹2

Quando 𝛼 = 90° → cos 𝛼 = 0, portanto:

𝐹 2 = 𝐹12 + 𝐹22

𝐹 = √𝐹12 + 𝐹22

Quando 𝛼 = 180° → cos 𝛼 = −1, portanto:

𝐹 2 = 𝐹12 + 𝐹22 − 2𝐹1 𝐹2

𝐹 2 = (𝐹1 − 𝐹2 )2 ou (𝐹2 + 𝐹1 )2
|𝐹| = |𝐹1 − 𝐹2 | ou |𝐹2 − 𝐹1 |

3.9 MOMENTO DE UMA FORÇA


Define-se como momento de uma força em relação a um ponto qualquer
de referência, como sendo o produto entre a intensidade de carga aplicada e a
respectiva distância em relação ao ponto.É importante observar que a direção
da força e a distância estarão defasadas 90°.Na figura a seguir, o momento da
força 𝐹 em relação ao ponto 𝐴 será obtido através do produto 𝐹 . 𝑐, da mesma
forma que o produto da carga 𝑃 em relação a 𝐴 será obtido através de
𝑃 . 𝑏.Convencionaremos positivo o momento que obedecer ao sentido horário.

3.9.1 Teorema de Varignon

O momento da resultante de duas forças concorrentes em um ponto 𝐸


qualquer do seu plano em relação a um ponto 𝐴 de referência, é igual à soma
algébrica dos momentos das componentes da força resultante em relação a
este ponto.

Para o caso da figura temos:

𝑅𝑑 = 𝐻𝑏 + 𝑉𝑐

Exemplo:
Determinar as reações nos apoios do objeto estrutural carregada
conforme mostra a figura a seguir:
∑ 𝑀𝐴 = 0 ∑ 𝑀𝐵 = 0
𝑅𝐵 (𝑎 + 𝑏) = 𝑃 . 𝑎 𝑅𝐴 (𝑎 + 𝑏) = 𝑃 . 𝑏
𝑃𝑎 𝑃𝑏
𝑅𝐵 = 𝑅𝐴 =
(𝑎 + 𝑏) (𝑎 + 𝑏)

4. CARGA DISTRIBUÍDA
Anteriormente foi estudado somente a ação de cargas concentradas, isto
é, cargas que atuam em um determinado ponto, ou região com área
desprezível. Neste capítulo, estudaremos a ação das cargas distribuídas,
cargas que atuam ao longo de uma parte de um objeto estrutural qualquer
conforme mostra a figura abaixo.

Genericamente, o caso de uma carga qualquer distribuída, como mostra a


figura abaixo:
onde 𝑞 é a intensidade de carga no ponto correspondente.

Adotamos para o estudo, o infinitésimo de carga 𝑑𝑞 que é determinado


pelo produto 𝑞𝑑𝑥.

𝑑𝑄 = 𝑞𝑑𝑥

A superfície da figura é composta por infinitos 𝑞𝑑𝑥, que corresponde às


forças elementares das áreas elementares correspondentes. O somatório
dessas cargas elementares expressará a resultante 𝑄, determinada pela área
total 𝑂𝑚𝑛𝐴 da figura.

4.1.LINHA DE AÇÃO DA RESULTANTE


O momento de um infinitésimo de área em relação ao ponto 𝑂 será
expresso através do produto 𝑥𝑑𝑄, que podemos escrever 𝑞𝑥𝑑𝑥.O somatório de
todos os momentos em relação ao ponto 𝑂 será expresso por:
𝐴
∫ 𝑞𝑥𝑑𝑥
𝑂

Denominamos 𝑋𝐺 , a abscissa que fixa o ponto de aplicação da


concentrada 𝑄 em relação ao ponto 𝑂. Podemos escrever que:
𝐴
𝑄𝑋𝐺 = ∫ 𝑞𝑥𝑑𝑥
𝑂

𝐴
∫ 𝑞𝑥𝑑𝑥
𝑋𝐺 = 𝑂
𝑄
De onde conclui-se que a resultante 𝑄 atuará sempre no centro de
gravidade da superfície que representa a carga distribuída. Através desta
superfície de carga, fica determinada a resultante e o ponto de aplicação da
carga distribuída.
Exemplo:
Determinar as reações nos apoios do objeto estrutural solicitado pela
ação da carga distribuída, conforme a figura dada.

A resultante da carga distribuída de intensidade 𝑞 e comprimento 𝑙 será


𝑞𝑙, e atuará no ponto 𝑙 ⁄2 em relação a 𝐴 ou 𝐵. Teremos então:

∑ 𝑀𝐴 = 0 ∑ 𝑀𝐵 = 0
𝑙 𝑙
𝑅𝐵 𝑙 = 𝑞𝑙 . 𝑅𝐴 𝑙 = 𝑞𝑙 .
2 2
𝑙 𝑙
𝑅𝐵 = 𝑞 𝑅𝐴 = 𝑞
2 2

5. TRAÇÃO E COMPRESSÃO
5.1 FORÇA NORMAL OU AXIAL F
Define-se como força normal ou axial aquela que atua
perpendicularmente (normal) sobre a área da secção transversal de um objeto
estrutural qualquer, conforme ilustrado na figura abaixo.
5.2.TRAÇÃO E COMPRESSÃO
Podemos afirmar que um objeto estrutural está submetido a esforço de
tração ou compressão, quando uma carga normal F atuar sobre a área da
secção transversal do objeto, na direção do eixo longitudinal.Quando a carga
atuar com sentido dirigido para o exterior do objeto (“puxado”), ele estará
tracionado. Quando o sentido de carga estiver dirigido para o interior do objeto
material, ele estará comprimido (“empurrado”).
5.3.TENSÃO NORMAL σ
A carga normal F, que atua em um objeto material, origina neste, uma
tensão normal que é determinada através da relação entre a intensidade da
carga aplicada, e a área transversal.
𝐹
𝜎=
𝐴
onde: 𝜎 – tensão normal [Pa];

𝐹 – força normal ou axial [N];

𝐴 – área da secção transversal [𝑚2 ].


Unidade de Tensão no SI (Sistema Internacional)
A unidade de tensão no SI é o pascal, que corresponde à carga de 1N
atuando sobre uma superfície de 1m2.

Como a unidade pascal é infinitesimal, utiliza-se com frequência, os seus


múltiplos:

𝑀𝑃𝑎 (𝑚𝑒𝑔𝑎 𝑝𝑎𝑠𝑐𝑎𝑙) 𝑘𝑃𝑎 (𝑞𝑢𝑖𝑙𝑜 𝑝𝑎𝑠𝑐𝑎𝑙)


𝑀𝑃𝑎 = 106 𝑃𝑎 𝑘𝑃𝑎 = 103 𝑃𝑎

A unidade 𝑀𝑃𝑎 (mega pascal), corresponde à aplicação de 106 𝑁 (um


milhão de newtons) na superfície de um metro quadrado (𝑚2 ). Como 𝑚2 =
106 𝑚𝑚2 , conclui-se que:

𝑀𝑃𝑎 = 𝑁⁄𝑚𝑚2

𝑀𝑃𝑎 corresponde à carga de 1𝑁 atuando sobre a superfície de 1𝑚𝑚2 .

5.4 LEI DE HOOKE


Após uma série de experiências, o cientista inglês, Robert Hooke, no
ano de 1678 constatou que uma série de materiais, quando submetidos à ação
de carga normal, sofre variação na sua dimensão linear, bem como área da
secção transversal inicial.Ao fenômeno da variação linear, Hooke denominou
alongamento, constatando que:

• Quanto maior a carga normal aplicada, e o comprimento inicial de


um objeto material, maior o alongamento, e que, quanto maior a
área da secção transversal e a rigidez do material medido através
do seu módulo de elasticidade, menor o alongamento, resultando
daí a equação:
𝐹∙𝑙
∆𝑙 =
𝐴.𝐸
𝐹 𝜎∙𝑙
Como 𝜎 = 𝐴, podemos escrever a Lei de Hooke: ∆𝑙 = 𝐸

onde: ∆𝑙 – alongamento do material [m]

𝜎 – tensão normal [Pa];

𝐹 – carga normal [N];

𝐴 – área da secção transversal do material [𝑚2 ];

𝐸 – módulo de elasticidade do material [Pa];

𝑙 – comprimento inicial do material [m].

O alongamento será positivo, quando a carga aplicada tracionar o


material, e será negativo quando a carga aplicada comprimir o material.É
importante observar que a carga se distribui por toda a área da secção
transversal do material.

𝑙𝑓 = 𝑙 + ∆𝑙 𝑙𝑓 = 𝑙 − ∆𝑙
onde: 𝑙𝑓 – comprimento final do material [m];

𝑙 – comprimento inicial do material [m];

∆𝑙 – alongamento [m].

A lei de Hooke, em toda a sua amplitude, abrange a deformação


longitudinal (𝜀) e a deformação transversal (𝜀𝑡 )

Deformação Longitudinal (𝜺)

Consiste na deformação que ocorre em uma unidade de comprimento


(u.c) de um material submetido à ação de carga axial.
Sendo definida através das relações:

∆𝑙 𝜎
𝜀= =
𝑙 𝐸

Deformação transversal (𝜺𝒕 )

Determina-se através do produto entre a deformação unitária (𝜀) e o


coeficiente de Poisson (ʋ)

𝜀𝑡 = −ʋ𝜀

∆𝑙 𝜎 ʋ𝜎 ∆𝑙
Como 𝜀 = = 𝐸 , podemos escrever: 𝜀𝑡 = ou 𝜀𝑡 = −ʋ
𝑙 𝐸 𝑙
onde:

𝜀𝑡 – deformação transversal adimensional;

𝜎 – tensão normal atuante [Pa];

𝐸 – módulo de elasticidade do material [Pa];

𝜀 – deformação longitudinal adimensional;

ʋ–coeficiente de Poisson adimensional;

∆𝑙 – alongamento [m];

𝑙 – comprimento inicial [m];

5.5 MATERIAL FRÁGIL


O material é classificado como frágil, quando submetido a ensaio de
tração, não apresenta deformação plástica, passando da deformação elástica
para o rompimento.
Ex.: concreto, vidro, porcelana, cerâmica, gesso, cristal, acrílico, baquelite, etc.
Diagrama tensão deformação do material frágil
Ponto O – Início de ensaio carga nula
Ponto A – limite máximo de resistência, ponto de ruptura do material.

5.6.COEFICIENTE DE SEGURANÇA K
O coeficiente de segurança é utilizado no dimensionamento dos
elementos estruturais de qualquer tipo, visando assegurar o equilíbrio entre a
qualidade deum determinado cálculo/dimensionamento e seu custo.O calculista
poderá obter o coeficiente em normas ou determina-lo em função das
circunstâncias apresentadas.Os esforços são classificados em 3 tipos:

5.6.1 Carga Estática


A carga estática é aplicada na peça e permanece constante; como
exemplo tem-se:
- Um parafuso prendendo uma luminária.
- Uma corrente suportando um lustre.

5.6.2 Carga Intermitente


Neste caso, a carga é aplicada gradativamente no , fazendo com que o
seu esforço atinja o máximo, utilizando para isso um determinado intervalo de
tempo. Ao atingir o ponto máximo, a carga é retirada gradativamente no
mesmo intervalo de tempo utilizado para se atingir o máximo, fazendo com que
a tensão atuante volte a zero. E assim sucessivamente.
Ex. o dente de uma engrenagem.
5.6.3 Carga Alternada
Neste tipo de solicitação, a carga aplicada na peça varia de máximo
positivo para máximo negativo ou vice-versa, constituindo-se na pior situação
para o material.

Ex. eixos, molas, amortecedores, etc.

Obs. Para cisalhamento substituir 𝜎 por 𝜏

Para determinar o coeficiente de segurança em função das


circunstâncias apresentadas, deverá ser utilizada a expressão a seguir:

𝑘 = 𝑥 .𝑦 .𝑧 .𝑤

Valores para 𝑥 (fator de tipo de material)

𝑥 = 2 para materiais comuns

𝑥 = 1,5 para aços de qualidade e aço liga

Valores para 𝑦 (fator do tipo de solicitação)

𝑦 = 1 para carga constante


𝑦 = 2 para carga intermitente

𝑦 = 3 para carga alternada

Valores para 𝑧 (fator do tipo de carga)

𝑧 = 1 para carga gradual

𝑧 = 1,5 para choques leves

𝑧 = 2 para choques bruscos

Valores para 𝑤 (que prevê possíveis falhas de fabricação)

𝑤 = 1 a 1,5 para aço

𝑤 = 1,5a 2 para ferro fundido

Para carga estática, normalmente utiliza-se 2 ≤ 𝑘 ≤ 3 aplicado a𝜎𝑟


(tensão de ruptura o material) para o material frágil. Para o caso de cargas
intermitentes ou alternadas, o valor de 𝑘 cresce como nos mostra a equação
para sua obtenção.

5.7.TENSÃO ADMISSÍVEL𝝈 ou 𝝈𝒂𝒅𝒎

A tensão admissível é a ideal de trabalho para o material nas


circunstâncias apresentadas. A tensão admissível é determinada através da
relação 𝜎𝑟 (tensão de ruptura) coeficiente de segurança para materiais frágeis.
𝜎𝑟
𝜎̅ =
𝑘
5.8 PESO PRÓPRIO
Em projeto é necessário levar em conta, no dimensionamento dos
elementos de construção, o peso próprio do material, que será determinado
através do produto entre o peso específico do material e o volume do objeto,
conforme mostra o estudo a seguir:
0≤𝑦≤𝑙

𝑃𝑝 = 𝛾𝐴𝑦

Na secção AA:

𝑦 = 0 → 𝑃𝑝 = 0

Na secção BB:

𝑦 = 𝑙 → 𝑃𝑝𝑚á𝑥

𝑃𝑝𝑚á𝑥 = 𝛾 . 𝐴 . 𝑙

onde:

𝑃𝑝 – peso próprio do elemento dimensional [N];

A – área da secção transversal do material [𝑚2 ];

𝛾 – peso específico do material [𝑁⁄𝑚3 ];

𝑙 – comprimento do material [m].

Exemplo:

A barra circular representada na figura. É de aço, possui 𝑑 = 20 𝑚𝑚 e


comprimento 𝑙 = 0,8𝑚. Encontra-se à ação de uma carga de 7,2 𝑘𝑁. Pede-se
determinar para a barra:

a) Tensão normal atuante (𝜎)


b) O alongamento (∆𝑙)
c) A deformação longitudinal (𝜀)
d) A deformação transversal (𝜀𝑡 )

𝐸𝑎ç𝑜 = 210 𝐺𝑃𝑎 (módulo de elasticidade do aço)

ʋ𝑎ç𝑜 = 0,3 (coeficiente de Poisson)


Solução:
a) Tensão normal atuante:
𝐹 4𝐹
𝜎= = 2
𝐴 𝜋𝑑
4 × 7200 4𝐹
𝜎= 3 2
=
𝜋(20 × 10 𝑚) 𝜋 × 20 × 10−6 𝑚2
2

4 × 7200 𝑁
𝜎= 2
× 106 2
𝜋20 𝑚
𝜎 ≅ 22,9𝑀𝑃𝑎

b) Alongamento (∆𝑙):

𝜎 × 𝑙 22,9 × 106 𝑃𝑎 × 0,8𝑚


∆𝑙 = =
𝐸𝑎ç𝑜 210 × 109 𝑃𝑎

22,9 × 0,8
∆𝑙 = × 10−3 𝑚
210
∆𝑙 = 0,087 × 10−3 𝑚 ou ∆𝑙 = 0,087𝑚𝑚 ou ∆𝑙 = 87 𝜇𝑚

c) A deformação longitudinal (𝜀):


∆𝑙 87 𝜇𝑚
𝜀= =
𝑙 0,8 𝑚
𝜀 ≅ 109 𝜇

d) A deformação transversal (𝜀𝑡 ):

𝜀𝑡 = −ʋ𝑎ç𝑜 ∙ 𝜀

𝜀𝑡 = −0,3 × 109

𝜀𝑡 ≅ −33𝜇

6. CISALHAMENTO PURO
6.1 DEFINIÇÃO
Um elemento estrutural submete-se a esforço de cisalhamento, quando
sofre a ação de uma força cortante. Além de provocar cisalhamento, a força
cortante dá origem a um momento fletor, que por ser de baixíssima
intensidade, será desprezado nesta seção.
6.2 FORÇA CORTANTE 𝑄

Denomina-se força cortante, a carga que atua tangencialmente sobre a


área de secção transversal de um material qualquer, conforme ilustrado abaixo.

6.3 TENSÃO DE CISALHAMENTO


A ação de carga sobre a área da secção transversal de um material
causa nesta uma tensão de cisalhamento, que é definida através da relação
entre a intensidade da carga aplicada e a área da secção transversal do
material sujeito a cisalhamento.
𝑄
𝜏=
𝐴𝑐𝑖𝑠
Para o caso de mais de um elemento estar submetido a cisalhamento,
utiliza-se o somatório das áreas transversais para o dimensionamento. Se os
elementos possuírem a mesma área de secção transversal, basta multiplicar a
área de secção transversal pelo número de elementos (𝑛).

Tem-se então:
𝑄
𝜏=
𝑛 . 𝐴𝑐𝑖𝑠
onde:

𝜏 – tensão de cisalhamento [Pa];

𝑄 – carga cortante [N];

𝐴𝑐𝑖𝑠 – área da secção transversal do material [𝑚2 ];

𝑛 – número de elementos submetidos a cisalhamento [adimensional].

Se as áreas das secções transversais forem desiguais, o esforço atuante


em cada elemento será proporcional a sua área de secção transversal.

6.4 DEFORMAÇÃO DO CISALHAMENTO


Supondo-se o caso da secção transversal retangular da figura a seguir,
observa-se que:

• Ao receber a ação da carga cortante, o ponto 𝐶 desloca-se para a


posição 𝐶′, e o ponto 𝐷 para a posição 𝐷′, gerando um ângulo
denominado distorção.
• A distorção é medida em radianos (portanto adimensional),
através da relação entre a tensão de cisalhamento atuante e o
módulo de elasticidade do material.
𝜏
𝛾=
𝐺

onde:
𝛾 – distorção [rad];
𝜏 – tensão de cisalhamento atuante [Pa];

𝐺 – módulo de elasticidade transversal do material [Pa].

6.5 TENSÃO NORMAL (𝜎) E TENSÃO DE CISALHAMENTO (𝜏)

A tensão normal atua na direção do eixo longitudinal domaterial, ou seja,


perpendicular à secção transversal, enquanto que a tensão de cisalhamento é
tangencial à secção transversal do material, conforme ilustrado na figura
abaixo.

6.6 PRESSÃO DE CONTATO𝜎𝑑

No dimensionamento de juntas, sejas elas de qualquer tipo, torna-se


necessária a verificação da pressão de contato entre o elemento e a parede na
junta em análise. Por exemplo, a figura abaixo mostra dois materiais que estão
unidos por um rebite.

A carga 𝑄 atuando na junta, tende a cisalhar a secção 𝐴𝐴 (figura


anterior).
Ao mesmo tempo, cria um esforço de compressão entre o elemento
(rebite) e a parede do furo (região 𝐴𝐵 ou 𝐴𝐶). A pressão de contato, que pode
acarretar esmagamento do elemento e da parede do furo, é definida através da
relação entre a carga de compressão atuante e a área da secção longitudinal
do elemento, que é projetada na parede do furo.
Tem-se então que:

Região de contato𝐴𝐵 e 𝐴𝐶.

6.6.1 Pressão de contato (Esmagamento)

𝑄 𝑄
𝜎𝑑 = =
𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗 𝑑𝑡

Quando houver mais de um elemento (rebite) utiliza-se:


𝑄 𝑄
𝜎𝑑 = =
𝑛 . 𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗 𝑛𝑑𝑡

onde:

𝜎𝑑 – pressão de contato [Pa];

𝑄 – Carga cortante aplicada na junta [N];

𝑛 – número de elementos [adimensional];

𝑡 – espessura da chapa [m].

7. FORÇA CORTANTE E MOMENTO FLETOR


7.1 CONVENÇÃO DE SINAIS
7.1.1 Força cortante 𝑸
A força cortante será positiva, quando provocar no objeto momento fletor
positivo.

Objetos Estruturais Horizontais


Convenciona-se a cortante como positiva, aquela que atua à esquerda
da secção transversal estudada, de baixo para cima.
Objetos Estruturais Verticais
Convenciona-se cortante positiva, aquela que atua à esquerda da
secção estudada, com o sentido dirigido da esquerda para direita.

7.1.2 Momento Fletor 𝑴

Momento Positivo
O momento fletor é considerado positivo, quando as cargas cortantes
atuantes no objeto material tracionam as suas fibras inferiores.

Momento Negativo
O momento fletor é considerado negativo, quando as forças cortantes
atuantes no objeto material comprimirem as suas fibras inferiores.
O momento fletor é definido através da integral da cortante que atua na
secção transversal estudada.Portanto, tem-se que:
𝑑𝑀
𝑀 = ∫ 𝑄𝑑𝑥 𝑄=
𝑑𝑥
Para facilitar a orientação, convenciona-se o momento horário à
esquerda da secção transversal estudada, como positivo.

7.2 FORÇA CORTANTE𝑄

Obtém-se a força cortante atuante em uma determinada secção


transversal de um objeto material, através da resultante das forças cortantes à
esquerda da secção transversal estudada.
Exemplos:
Secção 𝐴𝐴 𝑄 = 𝑅𝐴

Secção 𝐵𝐵 𝑄 = 𝑅𝐴 − 𝑃1

Secção 𝐶𝐶 𝑄 = 𝑅𝐴 − 𝑃1 − 𝑃2

7.3 MOMENTO FLETOR 𝑀

O momento fletor atuante em uma determinada secção transversal de


um objeto material, obtém-se através da resultante dos momentos atuantes à
esquerda da secção estudada.

Secção 𝐴𝐴 𝑀 = 𝑅𝐴 . 𝑋

Secção 𝐵𝐵 𝑀 = 𝑅𝐴 . 𝑋 − 𝑃1 (𝑥 − 𝑎)

Secção 𝐶𝐶 𝑀 = 𝑅𝐴 . 𝑋 − 𝑃1 (𝑥 − 𝑎) − 𝑃2 [𝑥 − (𝑎 + 𝑏)]

Exemplo: Determinar as expressões de 𝑄 e 𝑀 e construir os respectivos


diagramas no materialbiapoiado, solicitado pela ação da carga concentrada P,
conforme mostra a figura.
Solução:

a) Determinam-se as reações nos apoios através da ∑ 𝑀 = 0 e, em relação


a dois pontos do material. Os pontos considerados ideias para o caso
são 𝐴 e 𝐵.

∑ 𝑀𝐴 = 0 ∑ 𝑀𝐵 = 0
𝑅𝐵 . (𝑎 + 𝑏) = 𝑃𝐴 𝑅𝐴 . (𝑎 + 𝑏) = 𝑃 . 𝑏
𝑃𝐴 𝑃. 𝑏
𝑅𝐵 = 𝑅𝐴 =
𝑎+𝑏 𝑎+𝑏

b) Expressões de 𝑄 e 𝑀

0<𝑥<𝑎 𝑎 <𝑥 <𝑎+𝑏


𝑄 = 𝑅𝐴 𝑄 = 𝑅𝐴 − 𝑃 = −𝑅𝐵
𝑀 = 𝑅𝐴 . 𝑥 𝑀 = 𝑅𝐴 . 𝑥 − 𝑃(𝑥 − 𝑎)
𝑥=0 →𝑀=0 𝑥 =𝑎+𝑏 →𝑀 =0
𝑥 = 𝑎 → 𝑀 = 𝑅𝐴 . 𝑎

c) Construção dos diagramas

𝐶1 – Diagrama Cortante (𝑄)

Com origem na linha zero da 𝑄, traça-se o segmento de reta vertical que


representa 𝑅𝐴 . No trecho 0 < 𝑥 < 𝑎 a 𝑄 = 𝑅𝐴 portanto uma constante,
representada pelo segmento de reta paralelo, à linha zero. No ponto de
aplicação da carga P, traça-se o segmento de reta vertical que corresponde à
intensidade da carga P. Como 𝑃 = 𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 , conclui-se que o valor da 𝑄 que
ultrapassa a linha zero é −𝑅𝐵 que corresponde a 𝑄 que atua no trecho 𝑎 < 𝑥 <
𝑎 + 𝑏; portanto novamente tem-se uma paralela à linha zero.

Ao atingir o apoio 𝐵, a 𝑄 = −𝑅𝐵 como reação é positiva, traça-se o


segmento de reta que sobe e zera o gráfico. Portanto, o gráfico sai da linha
zero e retorna à linha zero.

𝐶2 – Diagrama do Momento (𝑀)

Com origem na linha zero do 𝑀, traça-se o segmento de reta que une o


momento zero em 𝑥 = 0 até 𝑀 = 𝑅𝐴 . 𝑎 em 𝑥 = 𝑎. Observa-se que a equação
do Momento no trecho é do 10 grau, portanto, tem como gráfico, um segmento
de reta. Analogamente ao trecho 𝑎 < 𝑥 < 𝑎 + 𝑏 utiliza-se um outro segmento
de reta unindo os pontos 𝑥 = 𝑎 → 𝑀 = 𝑅𝐴 . 𝑎 até 𝑥 = 𝑎 + 𝑏 → 𝑀 = 0.
8. FLEXÃO, TORÇÃO E FLAMBAGEM
8.1 FLEXÃO
8.1.1 Introdução
O esforço de flexão configura-se em um objeto material, quando este
sofre a ação de cargas cortantes, que venham a originar momento fletor
significativo, como ilustrado abaixo.

8.1.2 Flexão Pura


Quando a peça submetida à flexão, apresenta somente momento fletor
nas diferentes secções transversais, e não possui força cortante atuante nestas
secções, a flexão é denominada pura.No intervalo compreendido entre 𝐶 e 𝐷, a
cortante é nula e o momento fletor atuante é constante. Neste intervalo, existe
somente a tensão normal, pois a tensão de cisalhamento é nula, portanto o
valor da força cortante é zero, conforme ilustrado na figura abaixo.

8.1.3 Flexão simples


A flexão é denominada simples, quando as secções transversais de um
objeto material estiverem submetidas à ação de força cortante e momento fletor
simultaneamente. Exemplos: intervalos 𝐴𝐶 e 𝐷𝐵 da figura anterior. Neste caso,
atua tensão normal e tensão tangencial.

8.1.4 Tensão Normal na Flexão


Suponha que a figura representada a seguir seja um objeto estrutural
com secção transversal 𝐴 qualquer e comprimento 𝑙, que encontra-se
submetido à flexão pela ação de cargas cortantes representadas.

As fibras inferiores do material encontram-se tracionadas, enquanto as


fibras superiores estão comprimidas.A tensão normal atuante máxima, também
denominada tensão de flexão, é determinada em relação à fibra mais distante
da secção transversal, através da relação entre o produto do momento fletor
atuante e a distância entre a linha neutra e a fibra, e o momento de inércia
baricêntrico da secção.
Tem-se, então:
𝑀𝑎 𝑀𝑏
𝜎𝑐 = 𝜎𝑡 =
𝐽 𝐽

onde:𝜎𝑐 – tensão máxima nas fibras tracionadas. Como se convenciona o


momento fletor nas fibras comprimidas negativo, 𝜎𝑐 será sempre < 0
(negativo).
𝜎𝑡 – tensão máxima nas fibras tracionadas. Como, por convenção, o
momento fletor é positivo nas fibras tracionadas, 𝜎𝑡 será sempre > 0 (positivo).

8.1.5 Dimensionamento na Flexão


Para o dimensionamento de materiais submetidos a esforços de flexão,
utiliza-se a tensão admissível, que será a tensão atuante máxima na fibra mais
afastada, não importando se a fibra estiver tracionada ou comprimida.
Tem-se, então, que:
𝑀 . 𝑦𝑚𝑎𝑥
𝜎𝑥 =
𝐽𝑥
Como o módulo de resistência é dado por:
𝐽𝑥
𝑊𝑥 =
𝑦𝑚𝑎𝑥

Logo:
𝑀
𝜎𝑥 =
𝑊𝑥

Para dimensionar-se um material, utiliza-se 𝜎̅ = 𝜎𝑥.Quando a carga


aplicada for normal ao eixo 𝑦, tem-se que:
𝑀𝑥 𝑚𝑎𝑥
𝜎𝑦 =
𝐽𝑦
𝐽𝑦
𝑊𝑦 =
𝑥𝑚𝑎𝑥
Portanto:
𝑀
𝜎𝑦 =
𝑥𝑚𝑎𝑥
Para dimensionar o material, utiliza-se: 𝜎 = 𝜎𝑦

onde:

𝜎𝑥 e 𝜎𝑦 – tensão normal atuante na fibra mais afastada [Pa];

𝜎̅ – tensão admissível [Pa; 𝑁⁄𝑚𝑚2 ];

𝑀 – momento fletor [Nm; Nmm];

𝑊𝑥 e 𝑊𝑦 – módulo de resistência da secção transversal [𝑚3 ; 𝑚𝑚3];

8.1.6 Tensão de Cisalhamento na Flexão


A força cortante que atua na secção transversal do material provoca
neste uma tensão de cisalhamento, que é determinada através da fórmula de
Zhuravski.

𝑄 ℎ⁄2
𝜏= ∫ 𝑦𝑑𝐴
𝑏 0

Como:

𝑀𝑒 = ∫ 𝑦𝑑𝐴
𝐴
Portanto:
𝑄𝑀𝑒
𝜏=
𝑏𝐽
onde:

𝜏 – tensão de cisalhamento [Pa;𝑁⁄𝑚𝑚2 ];

𝑄 – força cortante atuante na secção [N];

𝑀𝑒 – momento estático da parte hachurada da secção (acima de y) [𝑚3 ; 𝑚𝑚3 ];

𝑏 – largura da secção [m; mm];

𝐽 – momento de inércia da secção transversal [𝑚4 ; 𝑚𝑚4 ].

Na prática, geralmente, atenção é nula na fibra mais distante, sendo


máxima na linha neutra.

8.1.7 Deformação na Flexão


Nos estudos práticos de flexão, é evidente que as fibras da parte
tracionada alongam-se e as fibras da parte comprimida encurtam-se. Ao aplicar
as cargas na peça, as secções transversais 𝑐𝑔 e 𝑑𝑓 giram em torno do eixo 𝑦,
perpendicular ao plano de flexão. As fibras longitudinais do lado côncavo
contraem-se e as do lado convexo alongam-se. A origem dos eixos de
referência 𝑥 e 𝑦 está contida na superfície neutra.

Para obter o ∆ 𝑑𝑏𝑒, traça-se uma paralela à secção 𝑐𝑔. O lado 𝑑𝑒 do


triângulo 𝑏𝑑𝑒 representa o alongamento da fibra localizada a uma distância 𝑦
da superfície neutra (𝑆𝑁).A semelhança entre os triângulos 𝑜𝑎𝑏 e 𝑏𝑑𝑒 fornece a
𝑑𝑒 𝑦
deformação da fibra longitudinal.Escreve-se, então: 𝜀𝑥 = 𝑎𝑏 = 𝑟

O alongamento longitudinal das fibras na parte tracionada é acompanhado por


uma contração lateral, e a contração das fibras da parte comprimida é
acompanhada por uma distensão lateral. A deformação que ocorre na secção
transversal é determinada por:
𝜀𝑧 = −ʋ . 𝜀𝑥

onde:

𝜀𝑧 – deformação transversal

ʋ - coeficiente de Poisson

𝜀𝑥 – deformação longitudinal
𝑦
𝜀𝑧 = −ʋ . 𝜀𝑥 = −ʋ
𝑟
onde:

𝑦 – distância da fibra estudada à superfície neutra [mm];

𝑟 – raio da curvatura do eixo do material [mm];

Pode-se perceber que o raio de curvatura 𝑅 da secção transversal é


maior que 𝑟, proporcional ao coeficiente de Poisson.

𝑟 = 𝑅 .ʋ

Através da lei de Hooke, encontra-se a tensão longitudinal das fibras.


𝑦
𝜎𝑥 = 𝐸 . 𝑒𝑥 𝜎𝑥 = 𝐸 𝑟
Considera-se agora um infinitésimo de área 𝑑𝐴, que dista 𝑦 do eixo 𝑧

(LN).A tensão que atua em 𝑑𝐴 é 𝑠𝑥 , portanto a força que atua em 𝑑𝐴:

𝐸𝑦 𝐸
𝐹=∫ 𝑑𝐴 = ∫ 𝑦𝑑𝐴
𝐴 𝑟 𝑟 𝐴

Como resultante das forças distribuídas na secção transversal é igual a


zero, pois o sistema de cargas pode ser substituído por um conjugado, tem-se
então que:

𝐸
𝐹= ∫ 𝑦𝑑𝐴 = 0
𝑟 𝐴

O momento estático 𝑦𝑑𝐴 = 0 em relação à linha neutra, então conclui-se


que a linha neutra passa pelo 𝐶𝐺 da secção.O momento estático de 𝑑𝐴 em
relação à linha neutra é dado por:
𝐸𝑦
= 𝑑𝐴𝑦
𝑟
Integrando a expressão para a superfície, encontra-se que:
𝐸 2
𝑀=∫ 𝑦 𝑑𝐴
𝑟
Como a linha neutra considerada no estudo da secção transversal é 𝑧,
conclui-se que 𝐽𝑧 = 𝑦 2 𝑑𝐴; portanto:
𝐸
𝑀= 𝐽
𝑟 𝑧
𝜎𝑥 .𝑟
Sabe-se que: 𝐸 = 𝑦

Portanto, substituindo 𝐸 na equação de 𝑀, tem-se que:


𝜎𝑥 .𝑟 𝑀 .𝑦
𝑀= 𝐽𝑧 𝜎𝑥 =
𝑦𝑟 𝐽𝑧

Obs.: Como, para determinar as características geométricas das superfícies


planas trabalhamos com eixos 𝑥 e 𝑦 na secção transversal, o 𝐽𝑧 é nestes casos
𝐽𝑥 .

𝑀 .𝑦
𝜎=
𝐽𝑧
Exemplo: Dimensionar o material biapoiado abaixo que deverá suportar o
carregamento representado na figura. Utilizar 𝜎̅𝑚𝑎𝑑 = 10 𝑀𝑃𝑎 e ℎ ≅ 3𝑏.

Solução:
Como as cargas são simétricas aos apoios, conclui-se que
𝑅𝐴 = 𝑅𝐵 = 1750𝑁

a) Expressões de 𝑄 e 𝑀
0<𝑥<1

𝑄 = −1000 𝑁

𝑀 = −1000𝑥

𝑥=0→𝑀=0

𝑥 = 1 → 𝑀 = −1000 𝑁𝑚

1<𝑥<2

𝑄 = 𝑅𝐴 − 1000 = 750𝑁

𝑀 = −1000𝑥 + 𝑅𝐴 (𝑥 − 1)

𝑥 = 2 → 𝑀 = −250𝑁𝑚

Como o carregamento é simétrico, conclui-se que:


𝑥 = 3 → 𝑀 = −1000𝑁𝑚

𝑥=4→𝑀=0

b) Dimensionamento do material
𝑀𝑚𝑎𝑥
𝜎̅ =
𝑊𝑥
O módulo de resistência da secção transversal retangular é:

𝑏ℎ2
𝑊𝑥 =
6
𝑀𝑚𝑎𝑥 𝑀𝑚𝑎𝑥 6𝑀𝑚𝑎𝑥
𝜎̅ = = 𝑏ℎ2 =
𝑊𝑥 𝑏ℎ2
6
Como a secção transversal domaterial deverá ter ℎ ≅ 3𝑏, tem-se que:
6𝑀𝑚𝑎𝑥 6𝑀𝑚𝑎𝑥 6𝑀𝑚𝑎𝑥
𝜎̅ = = =
𝑏(3𝑏)2 𝑏 . 9𝑏 2 9𝑏 3
de onde:
3 6𝑀 6 × 1000𝑁𝑚
𝑚𝑎𝑥 3
𝑏=√ =√ 𝑁
9𝜎̅ 9 × 10 × 106 𝑚2

3 6 × 1000
𝑏=√ × 10−2 𝑚
9 × 10
𝑏 ≅ 4 × 10−2 𝑚 → 𝑏 = 4𝑐𝑚 ou 𝑏 = 40𝑚𝑚

Como ℎ = 3𝑏, conclui-se que ℎ = 3 × 30 = 120𝑚𝑚.

8.2 TORÇÃO
8.2.1 Introdução
Um objeto material submete-se a esforço de torção, quando atua um
torque em uma das suas extremidades e um contratorque na extremidade
oposta, conforme ilustrado na figura abaixo.

8.2.2 Momento Torçor ou Torque


O torque atuante no material representado na figura é definido através
do produto entre a intensidade da carga aplicada e a distância entre o ponto de
aplicação da carga e o centro da secção transversal (pólo).
Tem-se portanto:

𝑀𝑇 = 2𝐹 . 𝑆
onde:
𝑀𝑇 – Momento torçor ou torque [Nm];

𝐹 – Carga aplicada [N];

𝑆 – Distância entre o ponto de aplicação da carga e o pólo [m].

Para exemplificarnas transmissões mecânica construídas por polias,


engrenagens, rodas de atrito, correntes, etc., o torque é determinado através
de:

𝑀𝑇 = 𝐹𝑇 . 𝑟

onde:

𝑀𝑇 – Torque [Nm];

𝐹𝑇 – Força tangencial [N];

𝑟 – raio do material [m].

8.2.3 Tensão de Cisalhamento na Torção (𝝉)

A tensão de cisalhamento atuante na secção transversal de um material


é definido através da expressão:
𝑀𝑇 . 𝜌
𝜏=
𝐽𝑝

para 𝜌 = 0 → 𝜏 = 0
𝑀𝑇 .𝜌
para 𝜌 = 𝑟 → 𝜏𝑚𝑎𝑥 = (I)
𝐽𝑝

A tensão aumenta à medida que o ponto estudado afasta-se do centro e


aproxima-se da periferia. A tensão máxima na secção ocorrerá na distância
máxima entre o centro e a periferia, ou seja, quando 𝜌 = 𝑟.Pela definição de
módulo de resistência polar, sabe-se que:
𝐽𝑝
𝑊𝑝 = (II)
𝑟
Substituindo (II) em (I), tem-se que:
𝑀𝑇
𝜏𝑚𝑎𝑥 =
𝑊𝑝

onde:

𝜏𝑚𝑎𝑥 – tensão máxima de cisalhamento na torção [Pa];

𝑀𝑇 –momentotorçor ou torque [Nm; Nmm];

𝐽𝑝 –momento polar de inércia [m4; mm4];

𝑟–raio da secção transversal [m; mm];

𝑊𝑝 –módulo de resistência polar da secção transversal [m3; mm3]

8.2.4 Distorção (𝜸)

O torque atuante no material provoca na secção transversal deste, o


deslocamento do ponto 𝐴 da periferia para uma posição 𝐴′.Na longitude do
eixo, origina-se uma deformação de cisalhamento que denomina-se distorção
𝛾, que é determinada em radianos, através da tensão de cisalhamento atuante
e o módulo de elasticidade transversal do material.
𝜏
𝛾=
𝐺
onde:

𝛾 – distorção [rad];

𝜏 – tensão atuante [Pa];

𝐺 – módulo de elasticidade transversal do material [Pa].


8.2.5 Ângulo de Torção (𝜽)

O deslocamento do ponto 𝐴 para uma posição 𝐴′, descrito na distorção,


gera, na secção transversal da peça, um ângulo de torção (𝜃) que é definido
através da fórmula.
𝑀𝑇 . 𝑙
𝜃=
𝐽𝑝 . 𝐺

onde:
𝜃 – ângulo de torção [radianos];

𝑀𝑇 - momento torçor ou torque [Nm; Nmm];

𝑙 – comprimento do objeto material [m; mm];

𝐽𝑝 –momento polar de inércia [m4; mm4];

𝐺 – módulo de elasticidade transversal do material [Pa].

Exemplo:

Um material feito de aço possui diâmetro 𝑑 = 30𝑚𝑚, gira com uma


velocidade angular 𝜔 = 20𝜋 𝑟𝑎𝑑⁄𝑠, movida por uma força tangencial 𝐹𝑇 =
18𝑘𝑁.

Determinar para o movimento:


a) Rotação (n)
b) Frequência (f)
c) Velocidade periférica (𝑣𝑝 )
d) Torque (𝑀𝑡 )

Solução:
a) Rotação (n)
30𝜔 30 × 20𝜋
𝑛= →𝑛= → 𝑛 = 600𝑟𝑝𝑚
𝜋 𝜋
b) Frequência (f)
𝑛 600
𝑓= = → 𝑓 = 10𝐻𝑧
60 60
c) Velocidade periférica (𝑣𝑝 )
𝑣𝑝 = 𝜔 . 𝑟 = 20𝜋 × 0,015 = 0,3𝜋 𝑚⁄𝑠 ≅ 0,94 𝑚⁄𝑠
d) Torque (𝑀𝑡 )
𝑀𝑇 = 𝐹𝑇 . 𝑟 = 18000𝑁 × 0,015𝑚 → 𝑀𝑇 = 270𝑁𝑚

8.3 FLAMBAGEM
8.3.1 Introdução
Ao sofrer a ação de uma carga axial de compressão, um objeto
estrutural pode perder a sua estabilidade, sem que o material tenha atingido o
seu limite de escoamento. Este colapso ocorrerá sempre na direção do eixo de
menor momento de inércia de sua secção transversal.

8.3.2 Carga Crítica


Denomina-se carga crítica, a carga axial que faz com que um objeto
estrutural venha a perder estabilidade, demonstrada pelo seu encurvamento na
direção do eixo longitudinal, como ilustrado abaixo.

8.3.2.1 Carga Crítica de Euler


Através do estudo do suíço Leonard Euler (1707-1783), determinou-se a
fórmula da carga crítica nas estruturas carregadas axialmente.
𝜋 2 𝐸𝐽
𝑃𝑐𝑟 =
𝑙𝑓2

onde:

𝑃𝑐𝑟 –carga crítica [N; kN];

𝐸–módulo de elasticidade do material [Mpa; GPa];

𝐽 – momento de inércia da secção transversal [m4; cm4]

𝑙𝑓 – comprimento livre de flambagem [m; mm]

𝜋 – constante trigonométrica 3,1415...

8.3.3 Comprimento Livre de Flambagem


Em função do tipo de fixação de suas extremidades, um objeto estrutural
apresenta diferentes comprimentos livres de flambagem.

Engastada e livre 𝑙𝑓 = 2𝑙

Biarticulada 𝑙𝑓 = 𝑙

Articulada e engastada 𝑙𝑓 = 0,7𝑙

Biengastada𝑙𝑓 = 0,5𝑙

8.3.4 Índice de Esbeltez (𝝀)

É definido através da relação entre o comprimento de flambagem (𝑙𝑓 ) e o


raio de giração mínimo da secção transversal do objeto estrutural em análise.
𝑙𝑓
𝜆=
𝑖𝑚𝑖𝑛
onde
𝜆 – índice de esbeltez [adimensional];

𝑙𝑓 – comprimento livre de flambagem [m; mm];

𝑖𝑚𝑖𝑛 – raio de giração mínimo [m].

8.3.5 Tensão Crítica (𝝈𝒄𝒓 )

A tensão crítica deverá ser menor ou igual à tensão de


proporcionalidade do material. Desta forma, observa-se que o material deverá
estar sempre na região de formação elástica, pois o limite de proporcionalidade
constitui-se no limite máximo para validade da lei de Hooke.Define-se a tensão
crítica através da relação entre a carga crítica e a área de secção transversal
do objeto estrutural analisado.Tem-se então:

𝑃𝑐𝑟 𝜋 2 𝐸𝐽
𝜎𝑐𝑟 = = 2
𝐴 𝑙𝑓 . 𝐴

Como 𝑙𝑓2 = 𝜆2 . 𝑖𝑚𝑖𝑛


2
escreve-se que
𝜋 2 𝐸𝐽 2 𝐽
𝜎𝑐𝑟 = 2 mas, 𝑖𝑚𝑖𝑛 =𝐴
𝐴 .𝜆2 .𝑖𝑚𝑖𝑛

Portanto:

𝜋 2 𝐸𝐽
𝜎𝑐𝑟 = 𝐽
𝐴 𝜆2
𝐴

𝜋2. 𝐸
𝜎𝑐𝑟 =
𝜆2
onde:

𝜎𝑐𝑟 – tensão crítica [MPa];

𝐸 – módulo de elasticidade do material [Mpa; GPa];

𝜆 – índice de esbeltez [adimensional];

𝜋 – constante trigonométrica 3,1415...

Exemplo:

Determinar 𝜆 para um material feito de aço, visando ao domínio da


fórmula de Euler.

𝜎𝑝 = 190𝑀𝑃𝑎 𝐸𝑎ç𝑜 = 210 𝐺𝑃𝑎

Solução:
Para determinar o domínio, a tensão de proporcionalidade torna-se
crítica. Tem-se, então, que:

𝜋2𝐸
𝜎𝑝 = 𝜎𝑐𝑟 =
𝜆2

𝜋2 . 𝐸
𝜆=√
𝜎𝑝

𝜋 2 × 210 × 109 𝜋 2 × 21 × 104


𝜆=√ = √
190 × 106 190

𝜋 2 × 21
𝜆 = 102 √ → 𝜆 =≅ 105
190

Conclui-se que: para aço de baixo carbono, a fórmula de Euler é válida para
𝜆 > 105.

9. ANÁLISE DAS TENSÕES E DEFORMAÇÕES


9.1. INTRODUÇÃO
A análise de tensões e deformações é fundamental para o entendimento
de problemas relacionados a resistência de estruturas mecânicas/geológicas.
Tal resistência é compreendida através da determinação das tensões que
surgem quando um material está sujeito a carregamentos externos e internos.

9.2. ESTADO DE TENSÃO


9.2.1.Estado triplo de tensão
O estado triplo de tensão é caracterizado pela forma tridimensional das
tensões na qual um material está submetido (Bela et al., 1999).
Figura 1: Estado triplo de tensões.

9.2.2. Estado plano de tensão


Neste caso, desconsidera-se as componentes de tensão relativas ao
eixo z, mostradas na Figura 1, resultando no estado plano representado na
Figura 2.

Figura 2: Estado plano de tensões.

9.2.3. Transformações de tensão


As tensões são variantes com a orientação do sistema de coordenadas
adotado, o que indica, que se um elemento estrutural é rotacionado de um
ângulo qualquer as tensões são transformadas, como indicado na Figura 3.

Figura 3: Transformação de tensões.


Desta forma, as transformações são obtidas a partir do produto entre o
tensor das tensões e a matriz dos cossenos diretores, ou de forma mais
simples, através das decomposições geométricas, mostradas na Figura 4.

Figura 4: Plano oblíquo - determinação das transformações de tensão


Sendo assim, as tensões transformadas para um plano qualquer são
dadas por:

x + y x − y
= + cos 2 +  xy sin 2 (1)
2 2
x − y
 =− sin 2 +  xy cos 2 (2)
2

Derivando a Eq. (1) em relação ao ângulo θ e igualando a zero, tem-se:

2 xy
tan 2 p = (3)
x − y

A Eq. (3) define dois valores para o ângulo 2𝑞, correspondentes a


mínima e máxima tensões normais. Estas tensões são chamadas de tensões
principais, e a correspondente direção é chamada de direção principal. O
ângulo entre as direções principais é 𝑞 = 90°.

Similarmente, derivando a Eq. (2) em relação ao ângulo 𝑞 e igualando a


zero, tem-se:

  − y 
tan 2C = −  x  (4)
 2 xy
 

A Eq. (4) define dois valores para o ângulo 2𝑞, correspondentes a


mínima e máxima tensões de cisalhamento.
De forma resumida, tem-se para as tensões principais

x + y   − y 
2

 + ( xy )
2
1 , 2 =   x (5)
2  2 

No caso da tensão de cisalhamento máxima, tem-se:

  − y 
2

 + ( xy )
2
 MAX =  x (6)
 2 

9.2.4. Ciclo de Mohr


O ciclo de Mohr é um método gráfico para visualizar o estado de tensão
a qual um material está submetido. As tensões normais são plotadas sobre o
eixo das abscissas e as tensões cisalhantes sobre o eixo das ordenadas.
Quanto a convenção de sinais, tanto para as tensões normais quanto para as
tensões de cisalhamento está mostrada na Figura 3.

Figura 5: Ciclo de Mohr


Convenção de sinais
Neste caso, consideramos separadamente cada face do elemento usado
na definição dos componentes de tensão. Vemos na figura abaixo que, quando
a tensão de cisalhamento em uma certa fase tende a rodar o elemento no
sentido horário, o ponto que corresponde a essa face no círculo de Mohr estará
situado acima do eixo 𝜎. Quando a tensão de cisalhamento em uma certa face
tende a rodar o elemento no sentido anti-horário, o ponto que corresponde a
essa face fica localizado abaixo do eixo 𝜎. Já para as tensões normais,
mantém-se a convenção usual, em que a tensão de tração é positiva, sendo
marcada para a direita, e a tensão de compressão é considerada negativa e
marcada para a esquerda.

Exercícios
1-Utilizando o estado plano de tensão abaixo, para 𝜎𝑥 = 75𝑀𝑃𝑎, determine (a)
as tensões principais; (b) a tensão de cisalhamento máxima; (c) o ângulo
principal e (d) o diagrama de Mohr.

2– Para que valores de 𝜎𝑥 , a tensão de cisalhamento máxima, no estado plano


de tensão indicado na questão anterior, é igual ou menor que 50 MPa?
9.3. CRITÉRIOS DE RESISTÊNCIA
Os elementos estruturais e seus componentes são projetados de modo
que o material que os compõem, não venha falhar pela ação dos
carregamentos esperados. Sendo assim, existem critérios que foram propostos
para prever a falha estrutural de vários tipos de materiais sujeitos a muitas
combinações de cargas.

9.3.1. Critérios de Ruptura para Materiais Frágeis em Estado Plano de


Tensões
Os materiais frágeis se caracterizam pelo fato de apresentarem uma
ruptura brusca no ensaio de tração, sem que ocorra escoamento anterior ao
instante de ruptura. Quando um elemento estrutural, composto de material
frágil, está em estado uniaxial de tensão de tração, o valor da tensão que
provoca sua ruptura é igual à tensão última σU do material, determinada em um
ensaio de tração. Isso se dá porque o elemento estrutural e o corpo de prova
estão submetidos ao mesmo estado de tensões. Por outro lado, quando o
elemento estrutural ou componente de máquina se encontrar em estado plano
de tensões, é conveniente determinar-se inicialmente as tensões principais 𝜎1 e
𝜎2 em um certo ponto, e usar um dos critérios indicados a seguir, para garantir-
se que o elemento ou componente não irá romper sob efeito do carregamento
esperado.

9.3.2. Critério da Máxima Tensão Normal ou Critério de Coulomb


De acordo com este critério, um componente estrutural se rompe quando
a máxima tensão normal atuante atinge o valor da tensão última 𝜎𝑈 , obtida por
meio de um ensaio de tração em corpo de prova do mesmo material. Assim, o
componente estrutural se encontrará em situação de segurança enquanto os
valores absolutos das tensões principais 𝜎1 e 𝜎2 forem ambos menores que 𝜎𝑈 :

1 U

2 U
(7)

O critério da máxima tensão normal pode ser expresso graficamente


como indica a Figura 9. Marcando os valores de 𝜎1 e 𝜎2 , localizamos um ponto
que, se estiver dentro da área do quadrado indicada, indicará que o elemento
estrutural tem segurança. Se o ponto estiver fora dessa área, o elemento
estrutural irá romper-se.
Figura 9: Representação de Coulomb.

O critério da máxima tensão normal é conhecido também como critério


de Coulomb, devido ao físico francês Charles Augustin de Coulomb (1736-
1806). Esse critério tem uma deficiência séria, uma vez, que se baseia na
hipótese de que a tensão última do material é a mesma na tração e na
compressão. Esse fato raramente ocorre, devido à presença de vazios no
material, tais como falhas e fissuras, que debilitam o material tracionado,
embora não tenham influência apreciável no material sujeito a compressão. Por
outro lado, esse critério não leva em conta outros efeitos nos mecanismos de
ruptura do material, a não ser aqueles da tensão normal.

9.3.3. Critério da Máxima Deformação Específica ou Critério de Saint-


Venant
Foi muito usado durante o século dezenove. De acordo com esse
critério, um componente estrutural se encontra com segurança enquanto o
valor máximo da deformação específica no componente não exceder o valor 𝜀𝑈
da deformação específica de ruptura de um corpo de prova submetido a ensaio
de tração. Mas, a deformação específica é máxima ao longo de um dos eixos
principais de tensão, e a deformação é elástica e o material é homogêneo e
isotrópico. Logo chamando de 𝜀𝑎 e 𝜀𝑏 os valores das deformações específicas
ao longo dos eixos principais no plano de tensão escrevemos

 a  U

 b  U
(8)

Fazendo uso da Lei de Hooke generalizada, vamos exprimir essas


relações em função das tensões principais 𝜎𝑎 e 𝜎𝑏 e da tensão última 𝜎𝑈 , do
material estudado. Deduz-se que, de acordo com o critério da máxima
deformação específica, o componente estrutural se encontra em situação de
segurança sempre que o ponto marcado com as coordenadas 𝜎𝑎 e 𝜎𝑏 cair
dentro da área indicada na Fig. 9. Na figura, ʋ indica o coeficiente de Poisson
para o material.

Figura 9

9.3.4. Critério de Mohr


Critério sugerido pelo engenheiro alemão Otto Mohr, pode ser usado
para prever os efeitos de um certo estado de tensões plano em um material
frágil, quando alguns resultados de vários tipos de ensaios podem ser obtidos
para esse material.Vamos considerar inicialmente que foram feitos ensaios de
tração e de compressão em um certo material, e que se determinaram os
valores 𝜎𝑈𝑇 e 𝜎𝑈𝐶 da tensão última para tração e compressão. O estado de
tensões que corresponde à ruptura do corpo de prova no ensaio de tração
pode ser representado em um diagrama de círculo de Mohr pelo círculo que
intercepta o eixo horizontal em O e em 𝜎𝑈𝑇 (Fig. 10a). Do mesmo modo, o
estado de tensões que corresponde à ruptura no ensaio de compressão pode
ser representado pelo círculo que intercepta o eixo horizontal em O e em 𝜎𝑈𝐶
Fica claro que um estado de tensões representado por um círculo inteiramente
contido em qualquer dos dois círculos é um estado de tensões seguro. Desse
modo, quando as duas tensões principais são positivas, o estado de tensões é
seguro enquanto 𝜎𝑎 < 𝜎𝑈𝑇 e 𝜎𝑏 e 𝜎𝑏 < 𝜎𝑈𝑇 ; quando as duas tensões principais
são negativas, o estado de tensões é seguro para |𝜎𝑎 | < |𝜎𝑈𝑐 | e |𝜎𝑏 | < |𝜎𝑈𝑐 |.
Marcando o ponto de coordenadas 𝜎𝑎 e 𝜎𝑏 (Fig. 10b), vamos verificar que o
estado de tensões é seguro se o ponto marcado cair em alguma das áreas
quadradas da figura.
Figura 10

Para a análise dos casos em que 𝜎𝑎 e 𝜎𝑏 têm sinais contrários, vamos


considerar que a tensão última para cisalhamento no material, 𝜏𝑈 , foi
determinada em um teste de torção. Desenhamos o círculo de centro em O,
que representa o estado de tensões do corpo de prova no ensaio, no instante
de ruptura (Fig. 11a). Qualquer estado de tensões representado por um círculo
que esteja inteiramente contido no círculo obtido é um estado de tensões
seguro para o material. O critério de Mohr é uma extensão lógica dessa
observação: de acordo com ele, um estado de tensões é seguro se for
representado por um círculo localizado inteiramente dentro da área limitada
pela envoltória dos círculos que correspondem aos dados de ensaios.
Podemos agora obter as partes restantes do diagrama de tensões principais,
desenhando vários círculos tangentes à envoltória, para determinarmos os
valores correspondentes de 𝜎𝑎 e 𝜎𝑏 , que serão marcados na Fig. 11b.

Figura 11

Diagramas mais exatos podem ser obtidos se for possível a


determinação de mais resultados de ensaios, correspondentes a vários estados
de tensões. Se, por outro lado, os únicos dados disponíveis forem as tensões
últimas 𝜎𝑈𝑇 e 𝜎𝑈𝐶 , a envoltória da Fig. 11a é substituída pelas tangentes AB e
A'B' aos círculos que são relativos à ruptura a tração e à ruptura a compressão
(Fig. 12a). Os triângulos semelhantes desenhados nessa figura mostram que a
abscissa C de um círculo tangente a AB e A'B' varia linearmente com o seu raio
R. Como 𝜎𝑎 = 𝑂𝐶 + 𝑅 e 𝜎𝑏 = 𝑂𝐶 − 𝑅, vemos que 𝜎𝑎 e 𝜎𝑏 têm variação linear.
Assim, a área sombreada que corresponde a esse critério de Mohr simplificado
é limitada por duas linhas retas no segundo e quarto quadrantes (Fig. 12b).

Figura 12

Devemos observar que para determinarmos se um componente


estrutural é seguro ou não para certo carregamento, precisamos calcular o
estado de tensões em todos os pontos críticos do componente, quer dizer em
todos os pontos em que possam ocorrer concentração de tensões. Em alguns
casos, esse cálculo pode ser efetuado por meio dos fatores de concentração
de tensões. Em muitos outros casos, no entanto, devemos lançar mão da teoria
da elasticidade para calcularmos o estado de tensões nos pontos
críticos.Cuidados especiais devem ser tomados quando se detecta fissuras
macroscópicas em componentes estruturais. É certo que o corpo de prova
usado no ensaio de determinação da tensão última deve ter algum tipo de
imperfeição (como cavidades, fendas e fissuras microscópicas), do mesmo
modo que o componente estrutural em estudo, mas certamente está isento de
falhas macroscópicas. Quando uma fissura ou trinca é detectada em um
elemento estrutural, é necessário determinar-se se a fissura vai se propagar
sob o esforço atuante, levando o elemento à ruptura, ou se vai se manter
estável. Isso exige uma análise envolvendo a energia associada ao
crescimento da fissura.
Bibliografias:
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Beer& Johnston; Resistência dos Materiais, McGraw Hill, São Paulo.

Fossen, H. Geologia Estrutural. Editora Oficina de Textos. São Paulo.


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Abreu. F.M, Matta. M.A. Notas de aula de Geologia Estrutural. Universidade


Federal do Pará. Instituto de Geociências.

Hibbeler, R. C. 1995. Engineering Mechanics: Statics and Dynamics, 7th ed.


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Münch, D., Martin, M. C. ,Freitas,L. Relatório de Mapeamento Geológico da


Região de Pocinhas - Tunas do Paraná/PR. Universidade Federal do Paraná.
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