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ESTRUTURAS DE EDIFÍCIOS
Burj Khalifa, 828 metros de altura e 160 andares. Construção começou em 21 de setembro de 2004 e foi
inaugurado no dia 4 de janeiro de 2010. Estrutura principal em concreto armado.
1. CONCEITOS PRELIMINARES
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Pilar: elemento unidimensional (barra), geralmente vertical, que garante o vão vertical
dos compartimentos (pé direito) fornecendo apoio às vigas, e é solicitado predominantemente
à compressão.
Viga: elemento unidimensional (barra), geralmente horizontal, que vence os vãos entre
os pilares dando apoio às lajes, às alvenarias de tijolos e, eventualmente, a outras vigas. É
solicitada predominantemente à flexão.
Laje: elemento estrutural bidimensional, geralmente horizontal, constituindo os pisos
de compartimentos; suporta diretamente as cargas verticais do piso. É solicitada
predominantemente à flexão (placa).
Fundação superficial: elementoo em que a carga é transmitida para o terreno pelas
tensões distribuídas sob a base da fundação.
Sapata: elemento de fundação superficial de concreto armado dimensionado de modo
que as tensões de tração nele existentes sejam resistidas pelo emprego de armadura.
Radier: elemento de fundação superficial que abrange parte ou todos os pilares de uma
estrutura, distribuindo seus carregamentos.
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Não existem regras fixas, mas as principais etapas em um projeto estrutural são:
Análise estrutural
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2. CONCEPÇÃO ESTRUTURAL
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Arquitetura
Lançamento das
vigas abaixo de
todas as paredes.
Solução
problemática.
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Lançamento das
vigas em posições
estratégicas.
Solução mais
apropriada.
Lançamento dos
pilares nas posições
adequadas.
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Arquitetura
Lançamento das
vigas abaixo de
todas as paredes.
Solução
problemática.
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Lançamento das
vigas em posições
estratégicas.
Solução mais
apropriada.
Lançamento dos
pilares nas posições
adequadas.
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2.4. Exemplo 3
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Características da edificação:
a) Edificação residencial em alvenaria com dois pavimentos;
b) Cobertura em laje impermeabilizada;
c) Localizada em região urbana, na cidade de Curitiba/PR.
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3. PRÉ-DIMENSIONAMENTO ESTRUTURAL
Segundo Alva (2007), a espessura das lajes maciças pode ser estimada pela equação:
𝐿𝑥
ℎ=
40
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Para lajes nervuradas, pode-se substituir na equação acima o valor 40 por 30.
É imprescindível que as espessuras das lajes respeitem também os valores mínimos
impostos pela NBR 6118 (ABNT, 2014):
a) 5 cm para lajes de cobertura não em balanço;
b) 7 cm para lajes de piso ou de cobertura em balanço;
c) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN;
d) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;
e) 15 cm para lajes com protensão apoiadas em vigas, Lx / 42 para lajes de piso
biapoiadas e Lx / 50 para lajes de piso contínuas;
f) 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo.
Além disso, as lajes devem ter altura suficiente para evitarem deslocamentos exagerados
e para proporcionarem o devido conforto térmico e acústico dos ambientes por ela confinados.
3.2. Vigas
Segundo Alva (2007), a altura da seção transversal das vigas pode ser estimada pela
equação:
𝐿 𝐿
ℎ= 𝑎
10 12
onde L é o vão da viga. Para fins de pré-dimensionamento, L pode ser tomado como sendo a
distância entre os eixos dos pilares em que a viga se apoia. Na hipótese de vigas com diversos
vãos, pode-se, à favor da segurança, adotar L como sendo o maior vão.
No caso de apoios indiretos (viga apoiada em outra viga), recomenda-se que a viga de
apoio tenha uma altura maior ou no mínimo igual à da viga apoiada.
Costuma-se adotar alturas de seção múltiplas de 5 cm, com um mínimo de 25 cm. Tal
critério de altura mínima induz a utilização de vãos maiores ou iguais a 2,5 m. A altura
máxima está condicionada ao espaço disponível para a viga e para as aberturas de portas.
Logo, as alturas das vigas dos pavimentos não devem ultrapassar a distância de piso a piso
menos a altura das portas e caixilhos (ALVA, 2007).
As vigas podem ser normais ou invertidas, conforme a posição da sua alma em relação à
laje. As vigas invertidas são utilizadas em situações nas quais se deseja que a viga não apareça
na face inferior da laje, geralmente por questões de estética. As semi-invertidas são
empregadas em situações nas quais o pé-direito ou as esquadrias limitem a altura útil da viga
e o projeto estrutural exija uma viga alta (ALVA, 2007).
Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014), a largura mínima para vigas é de 12 cm e para
vigas-parede 15 cm. Não obstante, a largura deve permitir o alojamento adequado das
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Por fim, as larguras devem ser tais que evitem a instabilidade lateral das vigas. Segundo
a NBR 6118 (ABNT, 2014), a segurança à instabilidade lateral de vigas deve ser garantida
através de procedimentos apropriados. Como procedimento aproximado pode-se adotar, para
vigas de concreto, com armaduras passivas ou ativas, sujeitas à flambagem lateral, as
seguintes condições:
𝑙0
𝑏≥
50
𝑏 ≥ 𝛽𝑓𝑙 ∙ ℎ
0,40
0,20
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3.3. Pilares
Adota-se para carga total distribuída (q) um valor entre 10 e 13 kN/m², e com o número
de pavimentos do edifício (n), pode-se obter a carga normal estimada do pilar (Nk*) através
de:
𝑁𝑘∗ = 𝑞 ∙ 𝐴𝑖 ∙ 𝑛
𝑁𝑑∗ = 𝛾 ∙ 𝑁𝑘∗
com γ = 1,8 para pilares internos, γ = 2,2 para pilares de extremidades e γ = 2,5 para pilares de
canto.
Pode-se calcular a área da seção bruta de concreto (Ac) através da seguinte equação:
𝑁𝑑∗
𝐴𝑐 =
0,85 ∙ 𝑓𝑐𝑑 + 42 ∙ 𝜌
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𝛾𝑛 = 1,95 − 0,05 ∙ 𝑏
Em todos os casos, não se pode ter pilares com área da seção transversal inferior a 360
cm².
Laje Menor vão (m) Altura estimada (cm) Altura adotada (cm)
L1 3,15 7,88 10
L2 3,30 8,25 10
L3 2,80 7,00 10
L4 1,80 4,50 10
L5 2,55 6,38 10
Viga Vão (m) % do vão Altura estimada (cm) Altura adotada (cm) Base
V1 3,15 0,10 31,50 40 14
V2 5,10 0,10 51,00 50 14
V3 5,10 0,10 51,00 50 14
V4 5,10 0,10 51,00 50 14
V5 3,15 0,10 31,50 40 14
V6 3,62 0,10 36,20 40 14
V7 3,62 0,10 36,20 40 14
V8 3,37 0,10 33,70 40 14
V9 3,37 0,10 33,70 40 14
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As lajes são numeradas também da esquerda para a direita, de cima para baixo (L1, L2,
L3...), iniciando no canto superior esquerdo da planta. Na identificação das lajes deve constar
ainda a sua espessura.
A numeração das vigas é diferente. Primeiramente numeram-se as vigas na direção
horizontal do desenho, de cima para baixo (V1, V2, V3...). Em seguida, numeram-se as vigas
na direção vertical do desenho, da esquerda para a direita (V4, V5, V6...). Quando a viga
possui mais de um vão, cada um destes deve ser identificado por uma letra (V7a, V7b, V7c).
Na identificação das vigas deve também constar as dimensões da sua seção transversal.
É comum também constar neste desenho demais características da estrutura, como
classe de agressividade ambiental, cobrimento das armaduras, resistência característica do
concreto, tipo de agregado graúdo, slump para o concreto, normas técnicas que foram
adotadas no projeto, cargas consideradas, entre outros. As pré-formas do exemplo SOBRADO
são representadas em anexo. Na figura seguinte apresenta-se uma representação
tridimensional da estrutura proposta para o SOBRADO.
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4. ANÁLISE ESTRUTURAL
O objetivo da análise estrutural é determinar os efeitos das ações em uma estrutura, com
a finalidade de efetuar verificações de estados limites últimos e de serviço. A análise
estrutural permite estabelecer as distribuições de esforços, internos, tensões, deformações e
deslocamentos, em uma parte ou em toda a estrutura. A análise deve ser feita com um modelo
estrutural realista, que permita representar de maneira clara todos os caminhos percorridos
pelas ações até os apoios da estrutura (ABNT, 2014).
Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014) em seu ítem 14.6.7.1, pode ser utilizado o modelo
clássico de viga contínua, simplesmente apoiada nos pilares, para o estudo das cargas
verticais, observando-se a necessidade das seguintes correções adicionais:
a) Não devem ser considerados momentos positivos menores que os que se
obteriam se houvesse engastamento perfeito da viga nos apoios internos;
b) Quando a viga for solidária com o pilar intermediário e a largura do apoio,
medida na direção do eixo da viga, for maior que a quarta parte da altura do
pilar, não pode ser considerado momento negativo de valor absoluto menor do
que o de engastamento perfeito nesse apoio;
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𝑟𝑖𝑛𝑓 + 𝑟𝑠𝑢𝑝
𝑀𝑣𝑖𝑔 = 𝑀𝑒𝑛𝑔 ∙ ( )
𝑟𝑣𝑖𝑔 + 𝑟𝑖𝑛𝑓 + 𝑟𝑠𝑢𝑝
𝑟𝑠𝑢𝑝
𝑀𝑠𝑢𝑝 = 𝑀𝑒𝑛𝑔 ∙ ( )
𝑟𝑣𝑖𝑔 + 𝑟𝑖𝑛𝑓 + 𝑟𝑠𝑢𝑝
𝑟𝑖𝑛𝑓
𝑀𝑖𝑛𝑓 = 𝑀𝑒𝑛𝑔 ∙ ( )
𝑟𝑣𝑖𝑔 + 𝑟𝑖𝑛𝑓 + 𝑟𝑠𝑢𝑝
Segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014), os pavimentos dos edifícios podem ser
modelados como grelhas, para estudo das cargas verticais, considerando-se a rigidez à flexão
dos pilares de maneira análoga à que foi prescrita para vigas contínuas.
De maneira aproximada, nas grelhas e nos pórticos espaciais, pode-se reduzir a rigidez à
torção das vigas por fissuração utilizando-se 15% da rigidez elástica, exceto para os
elementos estruturais com protensão limitada ou completa.
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Fonte: TQS
Para estruturas de edifícios em que a carga variável seja no máximo igual a 20% da
carga total, a análise estrutural pode ser realizada sem a consideração de alternância de cargas.
A laje de um pavimento pode ser considerada como uma chapa totalmente rígida em seu
plano, desde que não apresente grandes aberturas e cujo lado maior do retângulo circunscrito
ao pavimento em planta não supere em três vezes o lado menor.
O vão efetivo das vigas pode ser calculado por:
𝑙𝑒𝑓 = 𝑙0 + 𝑎1 + 𝑎2
com a1 igual ao menor valor entre (t1/2 e 0,3 ∙ h) e a2 igual ao menor valor entre (t2/2 e 0,3 ∙
h), conforme figura seguinte.
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5.2. Fator S1
Após a determinação de V0, avalia-se o fator S1, que leva em consideração a topografia
do local. O fator S1 pode assumir os valores:
a) Terrenos planos ou fracamente acidentados: S1 = 1,0;
b) Vales protegidos de vento de qualquer direção: S1 = 0,9;
c) Taludes e morros: varia conforme a posição da edificação.
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𝜃 ≤ 3° → 𝑆1 = 1,0
𝑧
6° ≤ 𝜃 ≤ 17° → 𝑆1 (𝑧) = 1,0 + (2,5 − ) ∙ 𝑡𝑔(𝜃 − 3°) ≥ 1,0
𝑑
𝑧
𝜃 ≥ 45° → 𝑆1 (𝑧) = 1,0 + (2,5 − ) ∙ 0,31 ≥ 1,0
𝑑
5.3. Fator S2
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𝑧 𝑝
𝑆2 = 𝑏 ∙ 𝐹𝑟 ∙ ( )
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Classe
Cat. Par.
A B C
b 1,10 1,11 1,12
I
p 0,06 0,065 0,07
b 1,00 1,00 1,00
II
p 0,085 0,09 0,10
b 0,94 0,94 0,93
III
p 0,10 0,105 0,115
b 0,86 0,85 0,84
IV
p 0,12 0,125 0,135
b 0,74 0,73 0,71
V
p 0,15 0,16 0,175
Fonte: ABNT, 1988
5.4. Fator S3
Grupo Descrição S3
Edificações cuja ruína total ou parcial pode afetar a segurança ou
possibilidade de socorro a pessoas após uma tempestade destrutiva
I 1,10
(hospitais, quartéis de bombeiros e de forças de segurança, centrais de
comunicação, etc.)
Edificações para hotéis e residências. Edificações para comércio e
II 1,00
indústria com alto fator de ocupação
Edificações e instalações industriais com baixo fator de ocupação
III 0,95
(depósitos, silos, construções rurais, etc.)
IV Vedações (telhas, vidros, painéis de vedação, etc.) 0,88
V Edificações temporárias. Estruturas dos grupos 1 a 3 durante a construção 0,83
Fonte: ABNT, 1988
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𝑉𝑘 = 𝑉0 ∙ 𝑆1 ∙ 𝑆2 ∙ 𝑆3 → (𝑚/𝑠)
𝑞 = 0,613 ∙ 𝑉𝑘 2 → (𝑁/𝑚2 )
Para edificações cuja altura supera em muito as dimensões em planta, ou que possuem
diversas aberturas à barlavento e/ou sotavento, edificações de múltiplos andares e similares,
torres treliçadas, estruturas reticuladas, o vento é considerado em um contexto global. Este
procedimento é diferente no caso de coberturas, como se verá mais adiante.
No contexto global do vento, deve-se determinar o coeficiente de arrasto. Ele varia de
0,7 a 2,2, e aplica-se exclusivamente a edificações retangulares. Leva em consideração as
dimensões da edificação:
a) l1: dimensão horizontal perpendicular ao vento;
b) l2: dimensão horizontal na direção do vento;
c) h: altura da edificação acima do terreno.
O vento pode ser de baixa ou alta turbulência. De acordo com este fator, utiliza-se um
ou outro ábaco.
Ventos de baixa turbulência
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O vento é de alta turbulência quando a altura da edificação não excede duas vezes a
altura média das edificações vizinhas, estendendo-se estas na direção e no sentindo do vento
incidente, a uma distância mínima (dmin) de:
a) 500 m para edificações com h ≤ 40m;
b) 1000 m para edificações com h ≤ 55m;
c) 2000 m para edificações com h ≤ 70m;
d) 3000 m para edificações com h ≤ 80m.
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𝐹𝑎𝑖 = 𝐶𝑎 ∙ 𝑞 ∙ 𝐴
Estas resultantes são aplicadas nos modelos de cálculo, para determinação de esforços.
É ainda possível determinar o momento de tombamento (Mt).
𝑀𝑡 = ∑ 𝐹𝑎𝑖 ∙ ℎ𝑖
sendo Fai a força de arrasto em cada pavimento e hi a distância de cada pavimento à base.
A parcela da carga do vento que vai para cada pórtico depende da rigidez dos mesmos.
Recomenda-se a leitura de Raymundo et al. (2011) para mais detalhes.
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Exemplo 1
Calcular as cargas de vento e o momento tombador em uma edificação residencial de
dimensões em planta 19 m x 24 m, composta por 4 lajes e térreo. Sabe-se que a distância entre
as faces superiores das lajes é 3,0 m, altura total 12,0 m, que a edificação está localizada em
Porto Alegre/RS, em um terreno plano, com poucos obstáculos.
Exemplo 2 - SOBRADO
Calcular as cargas de vento para a edificação SOBRADO.
Para situações que não se enquadram no que foi citado no capítulo de Coeficiente de
arrasto, é necessária a determinação dos coeficientes de forma (Ce), pressão externa (cpe) e
pressão interna (Cpi).
A obtenção de tais coeficientes depende grandemente do formato da edificação e de sua
cobertura. O coeficiente de forma (Ce) é utilizado para o cálculo das pressões nas superfícies
das edificações. O coeficiente de pressão externa (cpe) é utilizado para o cálculo de elementos
particulares das edificações, onde podem acontecer vórtices ou concentrações de cargas de
ventos. O coeficiente de pressão interna (Cpi) leva em consideração as aberturas que podem
existir nas superfícies da edificação.
Na figura seguinte apresenta-se um exemplo dos valores experimentais de cpe e dos
valores adotados em projeto para o Ce.
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A NBR 6123 (ABNT, 1988) apresenta de forma tabular os coeficientes Ce e cpe para
diversas formas de edificações e coberturas. Na sequência são colocados alguns casos.
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Coeficientes de pressão e forma externos para telhados de duas águas simétricos, em edificações
de planta retangular
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A determinação do Cpi através da NBR 6123 (ABNT, 1988) é feita com base em hipóteses.
𝐹 = (𝐶𝑒 − 𝐶𝑝𝑖 ) ∙ 𝑞 ∙ 𝐴
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6. ESTABILIDADE GLOBAL
“No caso de estruturas de grande altura ou que têm relação entre altura e
maior dimensão em planta grande, estes efeitos se tornam mais importantes e
podem, inclusive, desencadear situações de instabilidade do edifício
(CARVALHO; PINHEIRO, 2009)”.
Em uma estrutura de concreto armado convecional, as ações laterais são resistidas pelos
pórticos formados pelas vigas e pilares. A laje age como um diafragma rígido, distribuindo as
cargas laterais entre os diversos elementos resistentes. No caso de a estrutura ser formada por
lajes sem vigas, os pilares isoladamente devem resistir às ações horizontais. Por isso, em
situações de edifícios altos com lajes lisas, adotam-se nos poços do elevador e da escada,
pilares-parede de grande rigidez, responsáveis quase que integralmente pela estabilidade
global da edificação.
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Com este deslocamento basta considerar um pilar engastado na base e livre no topo,
com mesma altura e submetido à mesma força horizontal F do pórtico, tendo o deslocamento
no topo igual ao do pórtico. Dessa maneira, a inércia equivalente do pilar pode ser encontrada
por:
𝐹 ∙ 𝐻3
𝐼𝑝𝑖𝑙𝑎𝑟 =
3 ∙ 𝛿𝑝ó𝑟𝑡𝑖𝑐𝑜 ∙ 𝐸𝑐𝑠
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Fonte: TQS
Parâmetro de instabilidade α
Uma estrutura reticulada poderá ser considerada de nós fixos se seu parâmetro de
instabilidade α for menor que α1, assim definidos:
𝑁𝑘
𝛼 = 𝐻𝑡𝑜𝑡 ∙ √
𝐸𝑐 ∙ 𝐼𝑐
Se n ≤ 3: α1 = 0,2 + 0,1 ∙ n
Se n > 4:
α1 = 0,6 (contraventamento de pórticos e pilares-parede)
α1 = 0,7 (contraventamento de pilares-parede)
α1 = 0,5 (contraventamento de pórticos)
em que:
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Exemplo SOBRADO
Verifique a estabilidade global do edifício SOBRADO através do parâmetro α.
Coeficiente γz
Outra maneira de se verificar se a estrutura é de nós fixos ou móveis é o coeficiente γz.
A vantagem desse método é que ele permite avaliar quantitativamente os esforços globais de
segunda ordem.
Essa avaliação é válida para estruturas reticuladas de no mínimo quatro andares. O
coeficiente pode ser calculado por:
1
𝛾𝑧 =
∆𝑀
1 − 𝑀 𝑡𝑜𝑡,𝑑
1,𝑡𝑜𝑡,𝑑
em que:
M1,tot,d = momento de tombamento, ou seja, a soma dos momentos de todas as forças
horizontais, com seus valores de cálculo, em relação à base da estrutura;
ΔMtot,d = soma dos produtos de todas as forças verticais atuantes na estrutura, na combinação
considerada, com seus valores de cálculo, pelos deslocamentos horizontais de seus respectivos
pontos de aplicação, obtidos da análise de primeira ordem.
Considera-se que a estrutura seja de nós fixos se γz ≤ 1,10.
Segundo Carvalho e Pinheiro (2009), nas combinações de cálculo ELU para o
coeficiente γz deve-se considerar o vento como ação variável secundária. Portanto, para
edifícios usuais:
Nas estruturas de nós fixos a NBR 6118 (ABNT, 2014) permite que cada elemento
comprimido seja considerado isoladamente, como barra vinculada nas extremidades aos
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demais elementos estruturais que ali concorrem. A análise dos efeitos locais de segunda
ordem é feita como visto no estudo de pilares. Ressalta-se que nessas estruturas os efeitos
globais de segunda ordem podem ser desprezados.
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33,8 kN
67,6 kN
65,3 kN
65,2 kN
57,7 kN
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𝑎𝑚𝑎𝑥 = 𝜃𝑎 ∙ 𝐻
Com:
1 + (1/𝑛)
𝜃𝑎 = 𝜃1 ∙ √
2
1
𝜃1 =
100 ∙ √𝐻
Sendo:
- H: altura total da edificação, em metros;
- n: número de prumadas de pilares do pórtico;
Ainda, os seguintes valores limites de θ1 devem ser respeitados:
- θ1,min = 1/400 para estruturas de nós fixos;
- θ1,min = 1/300 para estruturas de nós móveis ou imperfeições locais;
- θ1,max = 1/200.
Os efeitos do desaprumo não devem ser superpostos aos do vento. Dentre os dois, deve-
se escolher o mais desfavorável, isto é, o que provoca o maior momento total na base da
edificação.
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7. LAJES NERVURADAS
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e) Consomem menos concreto e aço que outros sistemas similares, reduzindo peso
próprio e aliviando as fundações;
f) Podem suportar cargas maiores que lajes maciças.
Como desvatagem desse tipo de laje pode ser citada a dificuldade da passagem de
tubulações e a demanda por alturas maiores do edifício e de cada andar.
A NBR 6118 (ABNT, 2014) impõe algumas restrições e requisitos a este tipo de laje,
citando-se:
a) A espessura da mesa, quando não houver tubulações horizontais embutidas,
deve ser maior ou igual a 1/15 da distância entre nervuras e não menor que 3 cm.
O valor mínimo absoluto deve ser de 4 cm, quando existirem tubulações
embutidas de diâmetro máximo 12,5 mm;
b) A espessura das nervuras não deve ser inferior a 5 cm;
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Exemplo 2
Lajes treliçadas ou com vigotas pré-moldadas são lajes nervuradas normalmente
armadas em uma direção.
A tabela abaixo representa as treliças de concreto utilizadas nessas lajes.
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8. PILARES-PAREDE
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Em pilares-parede (simples ou compostos) pode-se ter uma região que apresenta não
retilinidade maior do que a do eixo do pilar como um todo. Nessas regiões surgem efeitos de
2ª ordem maiores, chamados de efeitos de 2ª ordem localizados. O efeito de 2ª ordem
localizado, além de aumentar nessa região a flexão longitudinal, aumenta também a flexão
transversal, havendo a necessidade de aumentar os estribos ali dispostos.
Para que os pilares-parede possam ser incluídos como elementos lineares no conjunto
resistente da estrutura, deve-se garantir que sua seção transversal tenha sua forma mantida por
travamentos adequados nos diversos pavimentos e que os efeitos de 2ª ordem localizados
sejam convenientemente avaliados.
Os efeitos localizados de 2ª ordem de pilares-parede podem ser desprezados se, para
cada uma das lâminas componentes do pilar-parede, forem obedecidas as seguintes condições:
a) A base e o topo de cada lâmina devem ser convenientemente fixados às lajes do
edifício, que conferem ao todo o efeito de diafragma horizontal;
b) A esbeltez λi de cada lâmina deve ser menor que 35, podendo o cálculo dessa
esbeltez λi ser efetuado através da expressão dada a seguir:
𝑙𝑒𝑖
𝜆𝑖 = 3,46 ∙
ℎ𝑖
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𝑎𝑖 = 3 ∙ ℎ ≤ 100 𝑐𝑚
Onde:
ai: largura da faixa i;
Ni: força normal na faixa i, calculada a partir de nd(x), dado abaixo;
M1d,min: momento mínimo de primeira ordem;
Myid: momento fletor na faixa i;
m1yd: momento fletor de primeira ordem distribuído no pilar-parede;
h: altura da seção na direção considerada.
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𝑁𝑑 𝑀1𝑥𝑑
𝑁𝑖 = + ∙ 𝑐𝑖 ∙ 𝐴𝑖
𝑛𝑖 𝐼
onde:
Nd: força normal de cálculo;
Ni: força normal em cada faixa vertical;
ni: número de faixas;
M1xd: momento fletor de cálculo da direção da maior inércia;
I: inércia da seção do pilar-parede;
ci: distância do centróide do pilar-parede ao centróide da faixa vertical;
Ai: área da seção da faixa vertical.
O efeito de 2ª ordem localizado na faixa i é assimilado ao efeito de 2ª ordem local do
pilar isolado equivalente a cada uma dessas faixas.
A armadura transversal de pilares-parede deve respeitar a armadura mínima de flexão de
placas, se essa flexão e a armadura correspondente forem calculadas. Em caso contrário, a
armadura transversal deve respeitar o mínimo de 25% da armadura longitudinal da face
(ABNT, 2014).
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Exemplo
Nd = 2100 kN
MdA,x = 60 kNm
MdB,x = 75 kNm
hx = 20 cm
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GONÇALVES, R. M.; NETO, J. M.; SALES, J. J.; MALITE, M. Ação do vento nas
edificações. Teoria e exemplos. 2007.
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