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Professor Daniel Dias

Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento


Concepção Estrutural
 A concepção estrutural, ou estruturação, ou, ainda, lançamento da estrutura,
consiste em escolher um sistema estrutural que constitua a parte resistente do
edifício.

 Essa etapa, importantíssima no projeto estrutural, implica em escolher os


elementos a serem utilizados e definir suas posições, de modo a formar um sistema
estrutural eficiente, capaz de absorver os esforços oriundos das ações atuantes e
transmiti-los ao solo pela fundação.

 A solução estrutural adotada no projeto deve atender aos requisitos de qualidade


estabelecidos nas normas técnicas, relativos à capacidade resistente, ao
desempenho em serviço e à durabilidade da estrutura.
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Concepção Estrutural
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Concepção Estrutural
1. Dados Iniciais
 Um arranjo estrutural adequado consiste em atender, simultaneamente, os aspectos
de segurança (a estrutura deve garantir a segurança contra os Estados Limites, nos
quais a construção deixa de cumprir suas finalidades), economia (custo),
durabilidade e os relativos ao projeto arquitetônico (estética e funcionalidade).

 A concepção estrutural, deve levar em conta a finalidade da edificação e


atender, tanto quanto possível, às condições impostas pela arquitetura.

 O projeto arquitetônico deve ser a base para a elaboração do projeto estrutural.


O posicionamento dos elementos deve respeitar a distribuição dos diferentes
ambientes nos diversos pavimentos da edificação, mas não deve deixar de ser
coerente com as características do solo no qual ela se apoia.
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Concepção Estrutural
1. Dados Iniciais
 O projeto estrutural deve ainda funcionar sem interferir com os demais projetos,
tais como: de instalações elétricas, hidráulicas, telefonia, segurança, som,
televisão, ar condicionado, computador e outros, de modo a permitir a
coexistência, com qualidade, de todos os sistemas.

Na concepção da estrutura, uma das principais preocupações do engenheiro estrutural


deverá ser a interação com as demais projetos, em especial com o arquitetônico, o qual
direcionará grande parte das decisões tomadas.

 A escolha da forma da estrutura de um edifício depende essencialmente do projeto


arquitetônico proposto.
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Concepção Estrutural
1. Dados Iniciais
 Usualmente os edifícios residenciais são constituídos pelos seguintes pavimentos:
 Subsolo: destinado à área de garagem;

 Pavimento Térreo: destinado à recepção, salas de estar, de jogos, de festas, piscinas e


área para recreação;

 Pavimento-tipo: destinado aos apartamentos, com os vários cômodos previstos no


projeto.

 Ático: pavimento menor e mais recuado que os demais, no topo dos edifícios, destinado
a abrigar máquinas, reservatórios, depósitos, etc.;
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Concepção Estrutural
1. Dados Iniciais
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Concepção Estrutural
1. Dados Iniciais
 Existindo pavimento-tipo, o que em geral ocorre em edifícios de vários andares,
inicia-se pela estruturação desse pavimento.

 Caso não haja pavimentos repetidos, parte-se da estruturação dos andares superiores,
seguindo na direção dos inferiores.

 Podemos iniciar com a localização dos pilares , em seguida com o posicionamentos


das vigas e, finalmente, com a locação das lajes, sempre levando em conta a
compatibilização com o projeto arquitetônico...

 Outras vezes, no entanto, é mais interessante iniciar com a locação das lajes, em
seguida, o posicionamento das vigas e , finalmente, a localização dos pilares.

 A forma de estruturação irá depender muito da experiência do projetista.


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Concepção Estrutural
2. Sistemas Estruturais
Na concepção estrutural, é importante considerar o comportamento primário dos
elementos estruturais. Eles podem ser resumidos como se indica a seguir:
 Laje: Elemento plano bidimensional, apoiado em seu contorno nas vigas, constituindo os
pisos dos compartimentos; recebe as cargas (ações gravitacionais) do piso transferindo-as
para as vigas de apoio; submetida predominantemente à flexão nas duas direções
ortogonais.

 Viga: Elemento de barra sujeito predominantemente à flexão, apoiada em pilares ou em


outras vigas e, geralmente, embutida nas paredes; transfere para os pilares o peso da parede
apoiada diretamente sobre ela e as reações das lajes.

 Pilares: Elementos de barra sujeitos predominantemente à flexocompressão, fornecendo


apoio às vigas; transferem as cargas para as fundações.
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Concepção Estrutural
2. Sistemas Estruturais
 Os sistemas estruturais devem ser entendidos como disposições racionais e
adequadas de diversos elementos estruturais – vigas, pilares, lajes, paredes
estruturais, entre outros.

 Os sistemas estruturais, portanto, consistem na reunião de elementos estruturais de


concreto, de aço, mistos e outros, de maneira que estes trabalhem de forma
conjunta para resistir às ações atuantes no edifício e garantir sua estabilidade.

 No caso de edifícios de múltiplos andares, quanto maior a altura e a esbeltez da


edificação maior será a responsabilidade de uma escolha apropriada da forma
estrutural.
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Concepção Estrutural
2. Sistemas Estruturais
 No Brasil, pode-se dizer que os sistemas estruturais mais empregados para
edifícios em concreto de 15 a 20 pavimentos são:
 Estruturas de pórticos

 Estruturas de pórticos com núcleos de rigidez ou paredes estruturais

 Os sistemas em pórticos podem ser entendidos como a associação de pórticos


planos, os quais são constituídos por vigas e pilares conectados rigidamente.

 A estabilidade global do edifício é conferida por pórticos planos dispostos nas duas
direções ortogonais, constituindo um pórtico tridimensional, além de um núcleo
central rígido (caixas de escadas e/ou elevadores)
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2. Sistemas Estruturais
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2. Sistemas Estruturais
 O lançamento dos elementos estruturais é realizado sobre o projeto arquitetônico. Ao lançar
a estrutura deve-se ter em mente vários aspectos básicos:

 Estética: Deve-se atender as condições estéticas definidas no projeto arquitetônico. Este


geralmente requer que se esconda a estrutura dentro das paredes. Como em geral, nos
edifícios correntes, a estrutura é revestida, procura-se embutir as vigas e os pilares nas
alvenarias, na medida do possível.

 Funcionalidade: um aspecto funcional importante é o posicionamento dos pilares na


garagem. Em virtude da necessidade crescente de vagas para estacionamento, deve ser feita
uma análise minuciosa dos pavimentos de garagem, de modo a aumentar ao máximo a
quantidade de vagas, sempre procurando obter vagas de fácil estacionamento.
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2. Sistemas Estruturais
 O lançamento dos elementos estruturais é realizado sobre o projeto arquitetônico. Ao lançar
a estrutura deve-se ter em mente vários aspectos básicos:

 Economia: deve-se lançar a estrutura pensando em minimizar o custo da estrutura. A


economia pode vir da observação de vários itens:

 Uniformização da estrutura, gerando formas mais simples e permitindo maior


reaproveitamento das fôrmas de madeira (redução de custos e maior velocidade de
execução);

 Compatibilidade entre vãos, materiais e métodos utilizados (ex.: o vão econômico para
estruturas protendidas é maior do que o de estruturas de concreto armado);

 Caminhamento o mais uniforme possível das cargas para as fundações. Apoios


indiretos, de vigas sobre vigas e transições devem ser evitadas ao máximo, pois
acarretam um maior consumo de material.
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2. Sistemas Estruturais
 O lançamento dos elementos estruturais é realizado sobre o projeto arquitetônico. Ao lançar
a estrutura deve-se ter em mente vários aspectos básicos:

 Resistência às ações horizontais: ao se lançar a estrutura deve-se procurar estabelecer um


sistema estrutural adequado para resistir às ações horizontais atuantes na estrutura (vento,
desaprumo, efeitos sísmicos).

 A escolha do sistema estrutural depende de fatores técnicos e econômicos, dentre eles: a)


capacidade do meio técnico para desenvolver o projeto e para executar a obra e b)
disponibilidade de materiais, mão-de-obra e equipamentos necessários para a execução.
 Nos casos de edifícios residenciais e comerciais, a escolha do tipo de estrutura é
condicionada, essencialmente, por fatores econômicos, pois as condições técnicas para
projeto e construção são de conhecimento da Engenharia de Estruturas e de Construção.
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Concepção Estrutural
3. Caminho das Ações
 O sistema estrutural de um edifício deve ser projetado de modo que seja capaz
de resistir não só às ações verticais, mas também às ações horizontais que
possam provocar efeitos significativos ao longo da vida útil da construção.

 As ações verticais são constituídas por: peso próprio dos elementos estruturais;
pesos de revestimentos e de paredes divisórias, além de outras ações permanentes;
ações variáveis decorrentes da utilização, cujos valores vão depender da finalidade
do edifício, e outras ações específicas, como por exemplo, o peso de equipamentos.

 As ações horizontais, onde não há ocorrência de abalos sísmicos, constituem-se,


basicamente, da ação do vento e do empuxo em subsolos.
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Concepção Estrutural
3. Caminho das Ações
 O percurso das ações verticais tem início nas lajes, que suportam, além de seus
pesos próprios, outras ações permanentes e as ações variáveis de uso, incluindo,
eventualmente, peso de paredes que se apoiem diretamente sobre elas.
 As lajes transmitem essas ações para as vigas, através das reações de apoio.

 As vigas suportam seus pesos próprios, as reações provenientes das lajes, peso de
paredes e, ainda, ações de outros elementos que nelas se apoiem, como, por
exemplo, as reações de apoio de outras vigas.

 Em geral as vigas trabalham à flexão e ao cisalhamento e transmitem as ações para


os elementos verticais − pilares e paredes estruturais − através das respectivas
reações.
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Concepção Estrutural
3. Caminho das Ações
 Os pilares e as paredes estruturais recebem as reações das vigas que neles se
apoiam, as quais, juntamente com o peso próprio desses elementos verticais, são
transferidas para os andares inferiores e, finalmente, para o solo, através dos
respectivos elementos de fundação.

 As ações horizontais devem igualmente ser absorvidas pela estrutura e


transmitidas para o solo de fundação.

 No caso do vento, o caminho dessas ações tem início nas paredes externas do
edifício, onde atua o vento. Esta ação é resistida por elementos verticais de
grande rigidez, tais como pórticos, paredes estruturais e núcleos, que formam a
estrutura de contraventamento.
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3. Caminho das Ações
 As lajes exercem importante papel na distribuição dos esforços decorrentes do
vento e de travamento da estrutura, mantendo a sua forma, pois possuem rigidez
praticamente infinita no seu plano, promovendo, assim, o travamento do
conjunto.
 Os elementos destinados a conter esforços provenientes da ação do vento são
conhecidos como contraventamentos, devemos analisar a estrutura em todas as
direções em que o vento for posicionado. A ordem de grandeza que a estrutura de
contraventamento auxilia em cada direção é proporcional a sua inercia.
 Para avaliação da estabilidade da estrutura quanto a esforços horizontais contamos
atualmente com dois métodos indicados na norma NBR6118/2014: γz e P-Delta.
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Concepção Estrutural
3. Caminho das Ações
 O coeficiente γz de avaliação é valido para estruturas reticuladas de no mínimo
quatro pavimentos e o seu valor para cada combinação de carregamento é dado
pela expressão:

,
, ,
 Onde o valor de , , é o esforço de momento na base da estrutura devido aos
esforços horizontais e , é o resultado da somatória do produto das forças
verticais atuantes pelos deslocamentos horizontais da mesma combinação.
 Devemos sempre verificar se os valores de γz não ultrapassem o limite de 1,3, o
que indica uma estrutura estável e de grande deformabilidade.
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3. Caminho das Ações

Fluxo das Ações nos Elementos


Estruturais em Edifícios
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Concepção Estrutural
4. Elementos Estruturais de Fundações
 As ações atuantes na edificação devem ser transmitidas à camada resistente do solo por
meio dos elementos estruturais de fundação. Pode-se considerar dois grupos principais de
fundações:

Fundações profundas – Os tipos mais comuns são as estacas e os tubulões. As fundações


profundas são utilizadas quando não é viável economicamente o emprego de fundações
diretas. Em uma fundação profunda, a carga pode ser transmitida predominantemente pela
base ou por atrito lateral ou ainda por estas duas formas.
Fundações superficiais – Constituída essencialmente pelas sapatas e radiers. São
empregadas quando o terreno apresenta um solo superficial com resistência relativamente
elevada e baixa compressibilidade. Nestes tipos de fundações, também conhecidas por
fundações diretas ou rasas, as ações são transmitidas ao solo predominantemente pela base.
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Concepção Estrutural
4. Elementos Estruturais de Fundações
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Concepção Estrutural
4. Elementos Estruturais de Fundações
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Concepção Estrutural
5. Posição dos Pilares
 Recomenda-se iniciar a localização dos pilares pelos cantos e, a partir daí, pelas
áreas que geralmente são comuns a todos os pavimentos (área de elevadores e de
escadas) e onde se localizam, na cobertura, a casa de máquinas e o reservatório
superior.

 Em seguida, posicionam-se os pilares de extremidade e os internos, buscando


embuti-los nas paredes e/ou procurando respeitar as imposições do projeto de
arquitetura como por exemplo vagas de garagem e áreas de circulação.

 Deve-se, sempre que possível, dispor os pilares alinhados, a fim de formar


pórticos com as vigas que os unem. Os pórticos, assim formados, contribuem
significativamente na estabilidade global do edifício.
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Concepção Estrutural
5. Posição dos Pilares
 Deve-se adotar 19 cm, pelo menos, para a menor dimensão do pilar e
escolher a direção da maior dimensão de maneira a garantir adequada rigidez
à estrutura, nas duas direções.

 Em casos especiais, permite-se a consideração de dimensões entre 19 cm e 14


cm, desde que se multipliquem os esforços solicitantes de cálculo a serem
considerados no dimensionamento por um coeficiente adicional γn .

onde b é a menor dimensão da seção transversal do pilar (em cm)

 Em qualquer caso, não se permite pilar com seção transversal de área inferior
a 360 cm².
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Concepção Estrutural
5. Posição dos Pilares
 Posicionados os pilares no pavimento-tipo, deve-se verificar suas interferências
nos demais pavimentos que compõem a edificação.
 Assim, por exemplo, deve-se verificar se o arranjo dos pilares permite a realização
de manobras dos carros nos andares de garagem ou se não afetam as áreas sociais,
tais como recepção, sala de estar, salão de jogos e de festas etc.

 Na impossibilidade de compatibilizar a distribuição dos pilares entre os diversos


pavimentos, pode haver a necessidade de se alterar a prumada do pilar
empregando-se uma viga de transição, que recebe a carga do pilar superior e a
transfere para o pilar inferior, na sua nova posição.
 As estruturas de transição, na grande maioria das vezes, são caras e de grande
responsabilidade estrutural.
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Concepção Estrutural
5. Posição dos Pilares
 Dessa forma, deve-se procurar compatibilizar o posicionamento dos pilares nos diversos
pisos, mantendo a continuidade vertical dos mesmos até a fundação, de modo a se evitar,
o quanto possível, a utilização de vigas de transição (pilar apoiado em viga).
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Concepção Estrutural
6. Posição de Vigas e Lajes
 A estruturação segue com o posicionamento das vigas nos diversos pavimentos.

 Além daquelas que ligam os pilares, formando pórticos, outras vigas podem ser
necessárias, seja para dividir um painel de laje com grandes dimensões, seja para
suportar uma parede divisória e evitar que ela se apoie diretamente sobre a laje.

 É comum, por questões estéticas e com vistas às facilidades no acabamento e ao


melhor aproveitamento dos espaços, adotar larguras de vigas em função da
largura das alvenarias.
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Concepção Estrutural
6. Posição de Vigas e Lajes
 As alturas das vigas ficam limitadas pela necessidade de prever espaços livres
para aberturas de portas e de janelas.

 Como as vigas delimitam os painéis de laje, suas disposições devem levar em


consideração o valor econômico do menor vão das lajes, que, para lajes maciças, é
da ordem de 3,5 m a 5,0 m.

 O posicionamento das lajes fica, então, praticamente definido pelo arranjo das
vigas.

Conceber e projetar uma estrutura é uma tarefa interativa, pois busca um refinamento
constante das soluções propostas. O uso do computador, de forma responsável, agiliza
esta tarefa, tornando possível a análise de mais de uma solução.
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Pré-Formas
7. Desenhos Preliminares de Formas
 De posse do arranjo dos elementos estruturais, podem ser feitos os desenhos
preliminares de formas de todos os pavimentos, inclusive cobertura e caixa d’água,
com as dimensões baseadas no projeto arquitetônico.

 As larguras das vigas são adotadas para atender condições de arquitetura ou


construtivas.

 Sempre que possível, devem estar embutidas na alvenaria e permitir a passagem de


tubulações.

 O cobrimento mínimo das faces das vigas em relação às das paredes acabadas
variam de 1,5 cm a 2,5 cm, em geral.
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Pré-Formas
7. Desenhos Preliminares de Formas
 Costuma-se adotar para as vigas no máximo três pares de dimensões diferentes
para as seções transversais. O ideal é que todas elas tenham a mesma altura, para
simplificar o cimbramento.

 Em edifícios residenciais, é conveniente que as alturas das vigas não ultrapassem


60cm, para não interferir nos vãos de portas e de janelas.

 A numeração dos elementos (lajes, vigas e pilares) deve ser feita da esquerda para
a direita e de cima para baixo.

 Inicia-se com a numeração das lajes – L1, L2, L3 etc. –, sendo que seus números
devem ser colocados próximos do centro delas.
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Pré-Formas
7. Desenhos Preliminares de Formas
 Em seguida são numeradas as vigas – V1, V2, V3 etc. Seus números devem ser
colocados no meio do primeiro tramo (ou do tramo onde ficar mais visível).

 Finalmente, são colocados os números dos pilares P1, P2, P3 etc.


 Devem ser colocadas as cotas parciais e totais em cada direção, relembrando que
em estruturas de concreto armado as dimensões são indicadas em centímetros.

 Ao final obtém-se o anteprojeto de todos os pavimentos, inclusive cobertura e


caixa d’água, e pode-se prosseguir com o pré-dimensionamento de lajes, vigas e
pilares.
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Pré-Formas
7. Desenhos Preliminares de Formas

Exemplo :
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Projeto Executivo
8. Requisitos de qualidade do PROJETO ESTRUTURAL
→ Qualidade da solução adotada
• Atendimento dos requisitos impostos pela arquitetura
• Compatibilização com demais projetos (hidráulico, elétrico, etc.)
• Segurança, Economia, Durabilidade, Sustentabilidade
• Requisitos funcionais (função e bom desempenho em serviço)

→ Atendimento às normas técnicas


• NBR 8681: Ações e segurança nas estruturas
• NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto
Exemplos:
• NBR 6123: Forças devidas ao vento em edificações
• NBR 15575: Norma de desempenho para edificações
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Projeto Executivo
8. Requisitos de qualidade do PROJETO ESTRUTURAL
→ Documentação da solução adotada

• Desenhos: Bom detalhamento


Auxilia execução e construtor
• Especificações (no próprio desenho inclusive)

Revisões no projeto
Memória de cálculo Consulta para eventuais reformas ou reparos
Sinistros na construção (danos e prejuízos em obras)
Pré-dimensionamento
 O pré-dimensionamento dos elementos estruturais é necessário para que se
possa calcular o peso próprio da estrutura, que é a primeira parcela
considerada no cálculo das ações.

 O conhecimento das dimensões permite determinar os vãos equivalentes e as


rigidezes, necessários no cálculo das ligações entre os elementos.

 Não existem regras tampouco normas para o pré-dimensionamento. As


recomendações encontradas na bibliografia especializada resultam da
experiência dos calculistas estruturais ou são fruto de estudos aprofundados
sobre o assunto.

 Devemos fazer o pré-dimensionamento das lajes, vigas e pilares, sempre


respeitando as dimensões máximas e mínimas de cada elemento, estipuladas
pela NBR 6118/2014.
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
1. Pré-dimensionamento das Lajes
 A espessura das lajes pode ser obtida com a expressão:
d → altura útil da laje
onde: φ → diâmetro das barras
c → cobrimento nominal da armadura

Seção transversal da laje


Pré-dimensionamento
1. Pré-dimensionamento das Lajes
 A NBR 6118 (2014) especifica que nas lajes maciças devem ser respeitadas as
seguintes espessuras mínimas:
a) 7 cm para cobertura não em balanço;
b) 8 cm para lajes de piso não em balanço;
c) 10 cm para lajes em balanço;
d) 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN;
e) 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN;
f) 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo, fora do capitel.
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Pré-dimensionamento
1. Pré-dimensionamento das Lajes
 No dimensionamento das lajes em balanço, os esforços solicitantes de cálculo
a serem considerados devem ser multiplicados por um coeficiente adicional
γn, de acordo com o indicado na Tabela (13.2 da NBR 6118/2014):
Pré-dimensionamento
1. Pré-dimensionamento das Lajes
 Outra forma, mais rápida, de se estimar a espessura da laje (h) é usar o parâmetro
empírico:

h = lx / 40

Onde:

lx → é o menor vão da laje


lY → é o maior vão da laje
Pré-dimensionamento
2. Pré-dimensionamento de Vigas
 A largura da viga é, em geral, definida pelo projeto arquitetônico e pelos materiais
e técnicas utilizados pela construtora.

 Desta forma, quando a viga ficar embutida em paredes de alvenaria, sua largura
deve levar em conta o tipo de tijolo, o revestimento utilizado e a espessura final
definida pelo arquiteto. Normalmente, os tijolos cerâmicos e os blocos de concreto
têm espessuras de 9 cm, 11,5 cm, 14 cm e 19 cm.

 Como recomendação prática para definir a largura das vigas, pode-se considerar
uma espessura de 3 cm para o revestimento (em cada face da parede) em paredes
de 25 cm de espessura e 1,5 cm de espessura de revestimento em paredes de 15 cm
de espessura.
Pré-dimensionamento
2. Pré-dimensionamento de Vigas
Pré-dimensionamento
2. Pré-dimensionamento de Vigas
 As vigas não devem apresentar largura menor que 12cm e nas vigas paredes
menor que 15 cm.

 Esse limite pode ser reduzido, respeitando-se um mínimo absoluto de 10cm em


casos excepcionais (item 13.2.2 da NBR 6118/2014).
 É importante frisar que a mínima largura permitida
para a viga também está condicionada ao bom
alojamento das armaduras, devendo-se respeitar o
espaçamento mínimo livre (ah) entre as barras e o
cobrimento mínimo (c) em função da classe de
agressividade ambiental prescritos pela NBR 6118
/2014.
Pré-dimensionamento
2. Pré-dimensionamento de Vigas
 Uma estimativa grosseira para a altura das vigas pode ser dada por:

 tramos intermediários: hest = l0/12

 tramos extremos ou vigas bi apoiadas : hest = l0/10

 balanços: hest = l0/5

onde: (l 0) é o vão livre da viga,


ou seja, a distância entre as faces
dos seus apoios (que pode ser um
pilar ou outra viga).
Pré-dimensionamento
2. Pré-dimensionamento de Vigas
 Num tabuleiro de edifício, não é recomendável utilizar muitos valores diferentes
para altura das vigas, de modo a facilitar e otimizar os trabalhos de cimbramento.
Usualmente, adotam-se, no máximo, duas alturas diferentes.

 No caso de vigas contínuas com vãos comparáveis (relação entre vãos adjacentes
não superiores a 1,5), adota-se uma altura única estimada a partir da média dos
vãos.

 No caso de vãos muito diferentes entre si, deve-se adotar uma altura própria
para cada vão como se fossem independentes.

 Os tramos mais críticos, em termos de vãos excessivos ou de grandes


carregamentos, devem ter suas flechas verificadas posteriormente.
Pré-dimensionamento
2. Pré-dimensionamento de Vigas
Pré-dimensionamento
2. Pré-dimensionamento de Vigas
 No caso de apoios indiretos (viga apoiada em outra viga), recomenda-se que a viga de
apoio tenha uma altura maior ou igual à viga apoiada.

 Costuma-se adotar alturas de seção múltiplas de 5 cm, com um mínimo de 25 cm.

 Tal critério de altura mínima induz a utilização de vãos


maiores ou iguais a 2,5 m.
 A altura máxima está condicionada ao espaço disponível
para a viga e para as aberturas de portas. Logo, as alturas
das vigas dos pavimentos não devem ultrapassar a
distância de piso a piso menos a altura das portas e
caixilhos.
 Dessa, forma não devem ser utilizados, em geral, vãos de
vigas superiores a 6,0 m, face aos valores usuais de pé-
direito (em torno de 2,8 m)
Pré-dimensionamento
2. Pré-dimensionamento de Vigas
 Para armadura longitudinal em uma única camada, a relação entre a altura total e a altura
útil é dada pela expressão:
c → cobrimento
onde: φt → diâmetro dos estribos
φl → diâmetro das barras longitudinais

Se houver mais de uma camada de barras


longitudinais (2 ou 3) na expressão acima
deve-se substituir fl /2 pela distância do
Centro de Gravidade (CG) das barras
longitudinais ao estribo.
Pré-dimensionamento
3. Pré-dimensionamento de Pilares
 Inicia-se o pré-dimensionamento dos pilares estimando-se sua carga, por
exemplo, através do processo das áreas de influência.

 Este processo consiste em dividir a área total do pavimento em áreas de influência,


relativas a cada pilar e, a partir daí, estimar a carga que eles irão absorver.

 A área de influência de cada pilar pode ser obtida dividindo-se as distâncias entre
seus eixos em intervalos que variam entre 0,45l e 0,55l, dependendo da posição
do pilar na estrutura.
Pré-dimensionamento
3. Pré-dimensionamento de Pilares
 Adota-se o seguinte critério:
Pré-dimensionamento
3. Pré-dimensionamento de Pilares
 Adota-se o seguinte critério:

 0,45*l : pilar de extremidade e de canto, na direção da sua menor dimensão;


 0,55*l: complemento do vão do caso anterior;
 0,50*l: pilar interno, onde não for complemento do vão do caso anterior.
 0,50*l: pilar de extremidade e de canto, na direção da sua maior dimensão.

No caso de edifícios com balanço, considera-se a área do balanço acrescida das respectivas
áreas das lajes adjacentes, tomando-se, na direção do balanço, largura igual a 0,50l, sendo l
o vão adjacente ao balanço.
Pré-dimensionamento
3. Pré-dimensionamento de Pilares
 Estima-se, então, a seção do pilar pela expressão:

onde:

Ac = b x h → área da seção de concreto (cm²)


α → coeficiente que leva em conta as excentricidades da carga
A → área de influência do pilar (m2)
n → número de pavimentos-tipo
(n+0,7) → número que considera a cobertura, com carga estimada em
70% da relativa ao pavimento-tipo.
fck → resistência característica do concreto (kN/cm2)
Pré-dimensionamento
3. Pré-dimensionamento de Pilares
 Há que se salientar , porém, que, em alguns casos, este processo pode levar a
resultados imprecisos.

 Após avaliar a força nos pilares pelo processo das áreas de influência, é
determinado o coeficiente de majoração da força normal (α) que leva em conta as
excentricidades da carga, sendo considerados os valores:

α = 1,3 → pilares internos ou de extremidade, na direção da maior dimensão;


α = 1,5 → pilares de extremidade, na direção da menor dimensão;
α = 1,8 → pilares de canto.
Pré-dimensionamento
3. Pré-dimensionamento de Pilares
 Outras fórmulas também são proposta para o cálculo da área da seção de concreto
do pilar:
(g+q) 12 a 15 kN/m² (edifícios usuais)
Ac = Nd . onde : fcd = fck / 1,4
0,85 x fcd + r x σs r = 0,015 a 0,02
σs = tensão no aço para deformação de
Nd = γ x (g+ q) x A x n 2,07 ‰ (Aço CA 50  42,5 kN/cm²)
Nd = tensão normal no pilar
γ = 1,8 para pilares internos γ = Coeficiente de ponderação das ações
γ = 2,2 para pilares de extremidades A = Área de influência dos pilar
γ = 2,5 para pilares de canto n = número de pavimentos acima da seção
analisada
Pré-dimensionamento
3. Pré-dimensionamento de Pilares
 A existência de pavimentos diferentes do pavimento tipo, caixa d’água superior,
casa de máquina e outros equipamentos não pode ser ignorada no pré-
dimensionamento dos pilares, devendo-se estimar os carregamentos gerados por
eles, os quais devem ser considerados nos pilares que os sustentam.

 Para as seções dos pilares inferiores, o procedimento é semelhante, devendo ser


estimadas as cargas totais que esses pilares suportam.

Pode-se dizer que um bom pré-dimensionamento é o que resulta em dimensões de


seções e em taxas de armaduras finais (após dimensionamento) próximas às
adotadas inicialmente no pré-dimensionamento.
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Exemplo de Estruturação

Planta arquitetônica
do pavimento tipo.
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Exemplo de Estruturação
Vigas e Lajes da Solução “A”

A solução “A” , embora não esteja


incorreta, apresenta algumas
desvantagens:
• Formação de lajes muito recortadas, ou
seja, a solução apresenta um grande
número de vigas, levando a um elevado
consumo de madeira para a execução
das fôrmas das vigas.
• Lajes com dimensões bem menores que
as recomendadas na prática, induzindo
ao sub-aproveitamento desses
elementos estruturais.
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Exemplo de Estruturação
Vigas e Lajes da Solução “B”

Na solução “B” procurou-se lançar as


vigas de tal forma que os vãos das lajes
estejam compreendidos entre os valores
recomendados na prática.
Além disso, a solução “B” apresenta lajes
menos recortadas que as lajes da solução
“A”.
Logo, embora surjam paredes que se
apoiam diretamente em lajes (L1, L2 e
L3) nesta solução, pode-se afirmar que
resultará em maior economia de materiais
para as fôrmas em relação à solução “A”.
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Exemplo de Estruturação
Vigas, Lajes e Pilares da Solução “B”

Definidas as posições das vigas em


planta, pode-se pré-dimensionar a altura
das lajes em função do menor vão da
mesma (considerando distâncias entre
eixos de vigas).

A largura das seções das vigas foi


definida a partir da espessura das paredes
e da espessura do revestimento e a altura
da seção das vigas foi pré-dimensionada
em função de seus vãos .

Os pilares foram posicionados nos cantos


da edificação e nos encontros entre vigas
de maiores vãos
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Exemplo de Estruturação
Vigas, Lajes e Pilares da Solução “B”

A menor dimensão dos pilares foi


estabelecida em 20 cm, de forma a
embutir os mesmos nas paredes externas

Não será pré-dimensionada a maior


dimensão da seção dos pilares, pois só
poderemos realizá-la após o levantamento
das ações verticais.
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Exercício
Dada a estrutura abaixo, fazer o pré-dimensionamento dos elementos e detalhar as
seções. Dados: Prédio de 15 pav. Localizado na cidade de São Paulo. Vedações em
blocos cerâmicos de 14 cm de espessura.
Concepção Estrutural e Pré-dimensionamento
Exercício
Dada a estrutura abaixo, fazer o pré-dimensionamento dos elementos e detalhar as
seções. Dados: Prédio de 15 pav. Localizado na cidade de São Paulo. Vedações em
blocos cerâmicos de 14 cm de espessura p/ paredes internas e 19 cm p/ paredes externas.

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