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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - CENTRO DE ENGENHARIAS


DISCIPLINA DE ISOSTÁTICA
PROFESSORA DRª. VANESSA DUMMER MARQUES

APOSTILA DE ISOSTÁTICA
UNIDADE 1

Pelotas, janeiro de 2022.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 3
2. DEFINIÇÕES ............................................................................................... 3
2.1 Força ............................................................................................................ 3
2.2 Momento estático de uma força ................................................................... 4
2.3 Aplicação do trabalho realizado por uma força ............................................ 4
3. Binário de forças .......................................................................................... 6
3.1 Momento de um binário de forças ................................................................ 6
3.2 Equilíbrio de um binário de forças ................................................................ 7
4. EXERCÍCIOS ............................................................................................... 8
5. Sistemas Estruturais .................................................................................... 9
5.1 Forças que atuam sobre os corpos rígidos .................................................. 9
5.2 Cargas que atuam nas formas arquitetônicas.............................................. 9
6. SISTEMAS ESTRUTURAIS ...................................................................... 11
6.1 Vínculos ..................................................................................................... 11
6.2 Sistemas Isostáticos, hipostáticos e Hiperestáticos – classificação ........... 13
6.3 Classificação Estrutural .............................................................................. 15
7. CARREGAMENTOS .................................................................................. 16
7.1 Cálculo das reações................................................................................... 17
7.1.1 Cálculo das reações em carga concentrada ........................................... 17
7.1.2 Cálculo das reações em carga distribuída ............................................... 19

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1. INTRODUÇÃO

A estática, parte da Mecânica Clássica, é a teoria do equilíbrio das


forças. Tem como finalidade o estudo das condições ou relações entre as
forças que, atuando num corpo ou sistema de corpos, implicam em equilíbrio.
A estática, aplicada a engenharia, é utilizada para a análise e
dimensionamento de estruturas e também para cálculo de suas deformações.

2. DEFINIÇÕES

Força

Todos compreendem intuitivamente o conceito de força. Pensamos em


força como um esforço físico, ou mecânico como: um empurrão ou um puxão,
provocado por uma máquina, um ser humano ou um fenômeno físico qualquer.
A medida quantitativa da ação mecânica dos corpos nos é dada por
uma grandeza, a qual é denominada FORÇA. Esta, mesmo não tendo cor
forma nem massa, é capaz de imprimir movimento em um corpo, cessar o
movimento deste, desviá-lo de sua rota e até mesmo mudar sua forma
geométrica.
Percebemos uma força pelos efeitos da ação de um corpo sobre o
outro, em decorrência do desprendimento de energia, ou seja, de um trabalho
realizado. A ação das forças pode ocorrer em equilíbrio ou desequilíbrio.
Como a força é uma grandeza, podemos afirmar que ela pode ser
medida, e assim a ela atribuída uma intensidade.
Na mecânica clássica há duas grandezas, as GRANDEZAS
ESCALARES, a qual o valor numérico é suficiente para caracterizá-la e as
GRANDEZAS VETORIAIS, que além do valor numérico, são ainda
caracterizadas por uma direção, sentido e ponto de aplicação.
A força é uma grandeza vetorial, visto que a ação de um corpo sobre o
outro é caracterizado por:
- Um valor numérico, indicando a sua intensidade;
- Uma linha de ação, indicando a direção de atuação da força;
- Um sentido de aplicação.

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Momento estático de uma força

Como já visto, a força é percebida pelos efeitos que causa sobre um


corpo.
Uma força F é representada por um vetor que define seu módulo, sua
direção e sentido, porém o efeito desta sobre um corpo rígido depende também
do seu ponto de aplicação neste.
Dependendo do ponto de aplicação da força, essa pode provocar um
movimento de rotação no corpo em relação a um ponto fixo, chamado de
CENTRO DE ROTAÇÃO.

Esse movimento de rotação é chamado de MOMENTO ESTÁTICO DA


FORÇA (M), cuja sua grandeza (intensidade) é definida através da
multiplicação da força (F) pela menor distância da linha de atuação desta ao
centro de rotação (a).
M= F x a

Aplicação do trabalho realizado por uma força

O momento estático de uma força está relacionado com a capacidade


de ampliação do trabalho a ser realizado pela força.

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Arquimedes, há mais de 2 mil anos, dizia que uma força aplicada a
uma determinada distância de um ponto fixo qualquer é ampliada em razão de
sua força multiplicada pela menor distância da linha de atuação dela até o
ponto fixo (braço de alavanca).

No exemplo acima, a capacidade que a força F possui em realizar um


trabalho é ampliada pelo braço de alavanca que existe entra a força F e o
ponto de apoio A, cuja intensidade do trabalho é dado pela multiplicação da
força F pela menor distância da linha de atuação de F até o ponto A, ou seja,
por L1. Tal resultado determina o MF (Momento estático da força) F em relação
ao ponto A.
O peso da pedra (P) na ponta da alavanca, também realizará um
trabalho, o qual vai ser dado pela multiplicação de P pela distância até o ponto
A (L2) e será representado por MP (Momento estático da Força P) em relação
ao ponto A.
Mesmo que F e P tenham a mesma intensidade, os momentos
estáticos (MF e MP) serão diferentes, visto que as distâncias de aplicações das
forças (F e P) até o ponto A são diferentes, onde MF > MP, visto que L1 > L2.
Consequentemente haverá um Momento Resultante (MR= MF - MP), o
qual fará com que a pedra se desloque no sentido de MF.

OBSERVAÇÃO: O momento estático de uma força não se altera quando essa


se desloca ao longo da sua linha de atuação ou ação, visto que a distância
menor distância ao ponto A (L1) permanece a mesma.

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3. Binário de forças

São duas forças (F1 e F2) que tenham mesma intensidade, linhas de
ação paralelas e sentidos opostos.

A soma dessas forças, em qualquer direção é igual a zero, o que


garante que o corpo sobre o qual elas atuam não apresente movimento de
translação, no entanto as forças tenderão a provocar um giro em relação a um
ponto fixo qualquer.
Vamos usar como exemplo crianças sobre uma gangorra em uma
praça de diversão.

Momento de um binário de forças

No exemplo a seguir, a gangorra está sendo usada por uma única


criança, representada por F.
Na forma como a criança está na
gangorra (força F), devido a sua
distância L2 ao ponto de apoio do
brinquedo (A), esta estará
fazendo um movimento de
rotação em torno do ponto fixo A.

Já a força R, com mesma intensidade de F, linha de ação paralela e


sentido oposto a esta, não exercerá movimento sobre o brinquedo, visto que
sua distância ao ponto de apoio é zero (0).
Na prática:
MF = F x 1,5m MR = R x 0m
MF = 20kN x 1,5m = 30kNm MR = 20kN x 0 = 0kNm

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Equilíbrio de um binário de forças

Um binário de forças só pode ser equilibrado por outro que provoque


um momento igual e contrário.
Exemplo, se uma criança de mesmo peso sentar no outro lado da
gangorra, a 1,5m de distância do ponto de fixação (A), a gangorra estará em
equilíbrio, ou ainda, caso uma criança de peso diferente, sente a distância do
ponto fixo A que gere um momento de intensidade igual ao gerado pela criança
em F, por exemplo, uma criança pesando 30kN, sentar a uma distância de
1,0m do ponto fixo A.

De acordo com a imagem acima, temos:


 MF = F x 1,5m
 MF= 20kN x 1,5m= 30kNm

 MP= P x 1,5m
 MP= 20kN x 1,5m= 30kNm

 MS= S x 1,0m
 MS= 30kN x 1,0m= 30kNm

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4. EXERCÍCIOS
Resolva os exercícios a seguir:

1) A partir das informações,


resolva MF, MS e MR (momento
resultante). Informe ainda qual
será o sentido de rotação da
gangorra, se horário, anti-horário
ou equilíbrio.

2) De acordo com a imagem a seguir e através do que você já estudou até


aqui, qual deverá ser a distância mínima (L1) a que a força F deverá ser
aplicada para elevar ou remover a pedra P do seu local?

3) De acordo com a imagem a seguir, qual deverá ser a força a ser


exercida em F para que o sistema fique em equilíbrio?

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5. Sistemas Estruturais

Os elementos estruturais são considerados corpos rígidos, no entanto


essa afirmação não é absolutamente verdadeira, visto que os elementos
estruturais deformam-se sob a ação das cargas a que são submetidos. Porém,
essas deformações são tão pequenas em relação as dimensões dos corpos,
que se quer podem ser vistas ou percebidas, e não alteram as condições de
movimento global dos corpos rígidos, não sendo consideradas na
determinação das condições de estaticidade. No entanto, são importantes no
estudo das resistências dos materiais.

Forças que atuam sobre os corpos rígidos

São classificadas como forças externas e internas.


FORÇAS INTERNAS: são os esforços provenientes das tensões
desenvolvidas pelos materiais que constituem os corpos rígidos. Estas são
responsáveis por manterem unidos os vários pontos materiais que constituem
um corpo rígido.

FORÇAS EXTERNAS: são decorrentes da ação de agentes externos sobre os


corpos em análise como, por exemplo, fenômenos naturais, sejam estes: ação
dos ventos, abalos sísmicos, neve, entre outros. Estes são responsáveis pelo
comportamento externo dos corpos rígidos, causando-lhes movimento ou os
mantendo em repouso. Na arquitetura recebem o nome de cargas e, sem
restrições, as estruturas devem absorvê-las, resistir a elas e transmiti-las de um
ponto a outro até chegarem ao solo.

Cargas que atuam nas formas arquitetônicas

 Cargas estáticas: são as cargas mais importantes que atuam em


estruturas arquitetônicas. Por não sofrerem mudanças bruscas, suas
variações acontecem em longos períodos de tempo.
Podem ser classificadas em: permanentes, acidentais, excepcionais e térmicas.

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Cargas permanentes: são as cargas fixas, aquelas cuja estrutura está
submetida o tempo todo, como também o seu peso próprio e qualquer
dispositivo fixo que fizera parte da estrutura ou que compõe o espaço
arquitetônico.

Cargas acidentais: são incertas e incluem todos os pesos móveis que fazem
parte ou que compõem o espaço construído, pessoas, animais, máquinas,
móveis, acessórios, etc.

Na NBR 6120/80 encontram-se determinações de cargas permanentes e


acidentais, de acordo com o uso a que o espaço é destinado.

Importante destacar que o engenheiro calculista visa sempre projetar uma


peça estrutural com o mínimo de material possível, primando pela economia,
garantindo a segurança estrutural da peça.

Cargas excepcionais: dependem do clima da região onde a estrutura é


construída. Como exemplos destes podemos citar o vento, a neve, abalos
sísmicos, entre outros.
Estas cargas variam de região para região e são regulamentadas por códigos
preestabelecidos em normas técnicas. No Brasil, as cargas devido a ação dos
ventos são regulamentadas pela NBR 6123 da ABNT, a qual, por se tratarem
de fenômenos da natureza, de tempos em tempos são avaliados e corrigidos,
se necessário.

Cargas térmicas: estão relacionadas com a variação das dimensões


provocadas por dilatação ou contração em virtude de trocas bruscas de
temperatura que acontecem do dia para noite na região onde a estrutura esta
construída.

 Cargas dinâmicas: são as cargas cujos valores mudam com rapidez e


se aplicam a formas bruscas desta mudança, como por exemplo, a ação
dos ventos. Estas podem ser muito perigosas se não consideradas em
atenção no projeto estrutural.

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Estas cargas (dinâmicas) são subdivididas em cargas de impacto e
ressonantes.

Cargas de impacto: são provocadas por um golpe instantâneo e produzem


forças muito grandes, as quais muitas vezes podem ser destrutivas. Exemplo, o
impacto da explosão de uma bomba. Estas são caracterizadas por uma ação
de força muito breve.

Cargas ressonantes: atuam na estrutura com forças relativamente pequenas.


No entanto, quando são aplicadas de maneira rítmica, durante um tempo
prolongado, produzem efeitos ressonantes crescentes. Estas são
caracterizadas por um tempo de aplicação da força prolongado e rítmico, como
por exemplo, um batalhão de soldados marchando compassadamente sobre
uma ponte. Neste episódio, quando o ritmo do passo coincide com a oscilação
da ponte, produz uma carga ressonante capaz de colapsar a estrutura.

6. SISTEMAS ESTRUTURAIS

Vínculos

Antes de entendermos sobre vínculos, estruturas isostáticas e


hiperestáticas, é preciso conhecer o que se tratam os graus de liberdade da
estrutura arquitetônica.

Graus de Liberdade (GL) em isostática refere-se o número de


movimentos possíveis e independentes que um corpo pode executar.
Estruturas submetidas a forças atuantes em um plano x, y, por
exemplo, possuem 3 graus de liberdade, pois podem apresentar 2 translações
(na direção dos dois eixos x e y) e 1 rotação(em torno do eixo z, perpendicular
ao plano x,y que contém as forças externas).

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Exemplo:

Mz

Vínculo é todo o elemento que faz a ligação entre as partes de uma


estrutura ou entre a estrutura e o meio externo, cuja finalidade é restringir um
ou mais graus de liberdade (GL), ou seja, um ou mais movimento de um corpo.

No momento em que o vínculo cumpre esta função, surgem nele,


reações na direção do movimento impedido.

 OBSERVAÇÃO 1: Um vínculo não precisa restringir todos os graus de


liberdade de uma estrutura, quem o fará será o conjunto de vínculos.
 OBSERVAÇÃO 2: As reações desenvolvidas pelos vínculos formam o
sistema de cargas externas reativas.
 OBSERVAÇÃO 3: Somente haverá reação se houver ação, sendo as cargas
externas reativas dependentes das ativas, devendo ser calculadas.

Os vínculos podem ligar elementos de uma estrutura entre si ou a


estrutura ao meio externo.
No caso de carregamento plano, os vínculos podem restringir até 3
graus de liberdade (GL) e, portanto podem ser classificados em 3 espécies ou
graus:
a) Vínculo de 1ª espécie ou 1º grau: são dispositivos que impedem
apenas um movimento de translação na estrutura, chamado de
apoio simples. Exemplo: apoio sobre roletes.
É representado conforme a seguir:

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b) Vínculo de 2ª espécie ou 2º grau: são dispositivos que impedem dois
movimentos de translação, chamado de rótula. Exemplo: dobradiça.
Sua representação é conforme mostrado a seguir:

c) Vínculo de 3ª espécie ou 3º grau: são dispositivos que impedem 3


movimentos, sendo dois de translação e um de rotação. Este
também é chamado de engaste. Exemplo: solda.

Sistemas Isostáticos, hipostáticos e Hiperestáticos – classificação

Para compreender esses sistemas, é importante antecipadamente


entender melhor sobre Graus de Liberdade (GL) e sobre a identificação de
número de movimentos restringidos na estrutura através dos vínculos que
estas recebem.
Então, nas estruturas, os vínculos são aqueles que unem partes
componentes de uma estrutura. No caso plano podem ser de 2ª e 3ª espécie
ou grau.

Exemplo:
Vínculo de 3º grau (SOLDAS)
Sejam DUAS barras livres no espaço com carregamento plano:
Naturalmente cada barra tem 3 GL (translação em X, em Y e rotação) e
portanto, juntas as duas barras somam 6 GL.
Unindo-as rigidamente, por exemplo, através de
uma solda que impedirá na união as translações
e rotação, o número de GL do conjunto passa a
ser 3 agora, e portanto 3 GL restringidos.

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Se chamarmos de RT o número de movimentos restringidos de um
sistema teremos neste caso RT = 3 (vínculo de 3ª espécie)
GL = 6
RT = 3
GL - RT = 6 - 3 = 3 – ESTRUTURA HIPOSTÁTICA

Exemplo:
Vínculo de 2º GRAU (PINOS ou RÓTULAS)
Impedem movimentos de translação em X e Y e permite movimentos
de rotação.

Sejam duas barras livres no espaço e submetidas a um carregamento


plano. Cada barra possui 3 GL e portanto o conjunto apresenta 6 GL.

Se forem unidas, por exemplo, por uma rótula, o número de


graus de liberdade do conjunto passa a ser 4 . Neste caso
RT = 2 (vínculo de 2º grau ou espécie).

GL= 4
RT= 2
GL-RT= 4-2 = 2

Para que você possa entender ainda mais sobre Graus de Liberdade,
assista o vídeo que se encontra no endereço a seguir:
https://www.youtube.com/watch?v=vCnFSonag9Y

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Classificação Estrutural

De acordo com a sua estaticidade uma estrutura pode ser:


 HIPOSTÁTICAS:
Quando o número de movimentos restringidos (RT) for menor do que o
número de movimentos rígidos possíveis e independentes (GL). Uma estrutura
hipostática está em equilíbrio instável.
RT<GL
 ISOSTÁTICA:
Quando o número de restrições (RT) for igual ao número de
movimentos possíveis (GL). Uma estrutura isostática está em equilíbrio estável.
A eficácia da vinculação deve ser examinada.
RT=GL
 HIPERESTÁTICA:
Quando o número de restrições (RT) for maior do que o número de
movimentos possíveis (GL). Uma estrutura hiperestática está em equilíbrio
estável.
RT>GL

Para compreender através melhor, assista os vídeos que se encontram


nos endereços a seguir:
 https://www.youtube.com/watch?v=VnBel53lrag
 https://www.youtube.com/watch?v=EKsaPwnWcW8&list=PLxneGL_SN5
3nafoLaWS0suuZsVjOIUG5V&index=2

Exemplo de vínculos em situação real

2ºG 1ºG

3ºG 3ºG

3ºG 2ºG

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7. CARREGAMENTOS

Como já se disse, os vínculos restringem os graus de liberdade de


movimento da estrutura, provocando forças reativas conhecidas como reações
de apoio. Nas estruturas isostáticas as reações de apoio só aparecer quando
existem forças ativas, em geral conhecidas como cargas aplicadas, que
também são chamadas forças ou cargas externas, como por exemplo, pessoas
sobre a estrutura (ex.: arquibancada de estádios), piscina sobre a laje, veículos
que passam sobre pontes, entre outros.
As cargas aplicadas são geralmente dadas ou facilmente determináveis
e as reações de apoio são as forças a serem determinadas (calculadas) para
que a estrutura se sustente. Nas estruturas isostáticas, o número de vínculos é
o necessário para impedir a movimentação desta, e as reações nos apoio
(vínculos) são despertadas pelas cargas aplicadas na estrutura e são em
número igual aos movimentos restringidos. Portanto, forças com ponto de
aplicação e direção conhecidos.
O conjunto, cargas aplicadas mais reações de apoio, forma um sistema
de forças em equilíbrio - diz-se que a estrutura se encontra em estado de
equilíbrio estável.
A ação das cargas aplicadas manifesta-se por contato ou a distância,
como no caso do peso próprio das estruturas. As cargas, distribuídas ou
concentradas, podem ser classificadas em permanentes e acidentais, como já
estudado.
Estas cargas são tratadas de modo semelhante na análise das
estruturas. Em estruturas lineares, estas aparecem sempre como cargas
concentradas ou distribuídas ao longo dos eixos dos elementos, conforme
imagem a seguir:

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Cálculo das reações

Como já vimos, as reações nos apoios se opõem à tendência de


movimento devido às cargas aplicadas, resultando um estado de equilíbrio
estável.
Nas estruturas isostáticas constituídas por uma única chapa, o número
de equações de equilíbrio disponíveis é igual ao número de incógnitas,
possibilitando o cálculo das reações de forma muito simples.

Supondo a estrutura sempre contida no plano xy, as condições de


equilíbrio, em conformidade com as equações, são:
∑X= 0
∑Y= 0
∑M= 0

Onde X e Y são as forças aplicadas em relação aos eixos x e y,


respectivamente, e M é o momento (em módulo) das forças em relação a um
ponto qualquer do plano.

IMPORTANTE: destaca-se que as equações nos apoios devem ser


calculadas em relação a cada um deles, ou seja, se há apoio na extremidade A
da viga e na extremidade B desta, deve-se realizar o ∑X em A e B, ∑Y em A e
B e o ∑M também em relação ao vínculo A e B da viga.

7.1.1 Cálculo das reações em carga concentrada

Para compreender o processo realizado para determinar as reações, iremos


utilizar o exemplo a seguir:
GL = 3 incóg.– 3 equ. = 0
Estrutura Isostática

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No exemplo a seguir, temos uma viga com vínculo de 2º grau no ponto
A e vínculo de 1º grau no ponto B.
Diante a estes, temos duas reações (Va e Hb) em A e uma reação (Vb)
em B. Ainda, há uma força (60KN) de cima para baixo distante 4,0 m do ponto
A.
Para determinar as reações, calcularemos as reações (Va, Vb e Hb) e
ainda, os momentos que são gerados pelas forças nos vínculos A e B (Ma e
Mb).

Então tem-se:
∑V= 0 (somatório das forças no sentido vertical)
∑H= 0 (somatório das forças no sentido horizontal)
∑Ma= 0 (somatório dos Momentos em A)
∑Mb= 0 (somatório dos Momentos em B)

IMPORTANTE: Convencionaremos que as forças para cima e para


direita serão positivas e os momentos que realizarem rotação nas vigas em
sentido horário também serão positivos

∑V= 0  Va + Vb – 60KN= 0  – 20KN – 40KN= – 60KN

∑H= 0  Ha= 0 (como não há outra força em sentindo horizontal, Ha


será zero).

1º) Para descobrir a intensidade das forças verticais (Va e Vb), será necessário
realizar o cálculo dos momentos (Ma e Mb).
2º) Para realizar o cálculo dos momentos, multiplica-se o módulo da força pela
distância dela ao ponto em análise.

∑Ma= 0  60KN * 4m – Vb * 6m= 0


𝑉𝑏 = 240𝐾𝑁 ÷ (−6𝑚) = −40𝐾𝑁

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∑Mb= 0  Va * 6 – 60KN * 2m= 0
𝑉𝑎 = −120𝐾𝑁 ÷ 6𝑚 = −20𝐾𝑁

7.1.2 Cálculo das reações em carga distribuída

Agora iremos calcular as reações considerando ter uma carga


uniformemente distribuída de 3KN/m por lodo o vão da viga, conforme imagem
a seguir:

Sendo o vínculo em A de 2º grau e o vínculo em B de 1º grau, teremos


reações Va e Ha e Vb.

IMPORTANTE: em cargas uniformemente distribuídas, a intensidade


da força realizada por esta será uma resultante aplicada no centro da área
distribuída e sua intensidade é a carga distribuída multiplicada pelo
comprimento total ocupado pela carga distribuída.
Sendo assim, tem-se a viga com as reações a seguir:

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Calcula-se as reações:
∑V= 0  Va + Vb – 18KN 9KN + 9KN -18KN = 0 KN (verificado!)

∑H= 0  Ha = 0

∑Ma= 0  18KN * 3m – Vb * 6m
𝑉𝑏 = 54𝐾𝑁𝑛 ÷ (−6𝑚) = 9𝐾𝑁

∑Mb= 0  Va * 6m – 18KN * 3m
𝑉𝑎 = 54𝐾𝑁𝑚 ÷ 6𝑚 = 9𝐾𝑁

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