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Instituto Federal de Minas Gerais

Campus Ouro Preto

3° Trimestre
ATIVIDADES TEÓRICA DE FÍSICA
3ª LEI DE NEWTON, PLANO INCLINADO, ENERGIA,
TRABALHO, QUANTIDADE DE MOVIMENTO E IMPULSO

Física

Professor: Wflander Martins de Souza


Disciplina: Física
Turma: 1° ano do Ensino Médio

Ouro Preto – MG
2023

1
Sumário

1. Princípio da ação e reação ou 3ª lei de Newton ................................................................................ 3


Atividades 1 ao 7 ............................................................................................................................................... 3
2. Principais Forças da Dinâmica .............................................................................................................. 5
Atividades 7 ao 14 ............................................................................................................................................. 7
3. Plano Inclinado:......................................................................................................................................... 8
4. Conceito de energia: .............................................................................................................................. 14
4.1. Equação da energia cinética (𝐄𝐜) ..................................................................................................... 15
4.2. Equação da energia potencial (𝐄𝐩) .................................................................................................. 16
4.3. Equação da energia potencial elástica (𝐄𝐞𝐥𝐚𝐬𝐭) ............................................................................ 16
4.4. Equação da energia mecânica (𝐄𝐦) ................................................................................................ 18
Atividades 15 ao 25 ......................................................................................................................................... 19
5. Conceito de trabalho (𝝉) ........................................................................................................................ 21
Atividades 26 ao 32 ......................................................................................................................................... 23
6. Conservação da quantidade de movimento e impulso ............................................................... 215
Atividades 33 ao 38 ......................................................................................................................................... 31
Referências ...................................................................................................................................................... 32

3° Trimestre
2
1. Princípio da ação e reação ou 3ª lei de Newton

Agora, vamos abordar o princípio enunciado por Newton que trata das forças que agem
nos corpos quando há interação entre eles. Para exemplificar, vamos analisar as forças que
agem em duas situações muito comuns nos esportes, como o tênis e o remo.
Situação 1: Um jogador de tênis bate com a raquete na bolinha.

Jogador de tênis Quando a raquete atinge a bolinha, existe


uma força que atua na raquete e uma que atua
na bolinha.

⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
A força da raquete sobre a bolinha (F raquete/bola ) e a força da bolinha sobre a raquete
⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
(F bola/raquete ) têm mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos.

Essas situações nos ajudam a entender que as forças de ação e reação agem
simultaneamente e aos pares, sem necessidade de identificar qual delas é ação e qual é reação,
e têm resultante não nula porque agem em corpos distintos. Segundo Newton, podemos analisar
a interação da seguinte forma:

Quando um corpo A imprime determinada força num corpo B (F ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗


A/B ), então o corpo B
⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
imprimirá no corpo A outra força (F B/A ). Essas forças agem com a mesma intensidade, na mesma
direção e em sentidos opostos.
Assim, pela terceira lei de Newton as forças de ação e reação apresentam:
⃗⃗⃗⃗A | e |F
mesma intensidade: |F ⃗⃗⃗⃗B |;

mesma direção: horizontal, vertical ou diagonal e;


⃗⃗⃗⃗A ) = - (F
sentidos contrários: (F ⃗⃗⃗⃗B ) (o sinal negativo “–” indica que são forças de sentidos
opostos).
Como consequência dessa interação, A e B vão se movimentar em sentidos contrários.

Atividades 1 ao 6

3
Atividade individual
Faça cada uma das 14 atividades escrevendo as perguntas e resolvendo no caderno.
Valor: 4,0 pontos
1° Descreva o que ocorre com os corpos que interagem nas situações a seguir, de acordo com
o princípio da ação e reação.
a) Pessoas caminhando na rua: O que ocorre quando o pé está em contato com o chão e faça o
desenho representando o par de ação e reação?

b) Um menino, ao aproximar um ímã de clipes de metal e alfinetes, percebe que eles descrevem
um movimento em direção ao ímã: Por que ocorre esse movimento e faça o desenho
representando o par de ação e reação?

c) Um garoto solta uma bexiga cheia de ar, aberta, e percebe que ela descreve um movimento
enquanto expele o ar: Por que ocorre esse movimento e faça o desenho representando o par de
ação e reação?

2° Em um dia muito frio e chuvoso, João tentou ligar seu carro e percebeu que a bateria não
funcionava. Para tentar resolver o problema, permaneceu sentado confortavelmente e empurrou
o painel de controle para a frente.
a) O carro se movimentou? Justifique.

b) João solta o freio de mão, desce do carro e começa a empurrá-lo. Ele o empurra com as mãos,
o carro empurra João de volta com uma força de mesma intensidade e assim não adquire
aceleração, permanecendo no mesmo lugar. Verdadeiro ou falso? Justifique.

3° Pense e responda: O número total de forças no Universo é par ou ímpar? Justifique.

4° Por que as forças de ação e reação não podem ser somadas?

4
5° Um astronauta de dimensões desprezíveis está em
repouso no ponto A da Figura I, em uma região do espaço
livre de ações gravitacionais significativas, em que Oxyz é um
referencial inercial. Com a ajuda de uma mochila espacial,
dotada dos jatos 1, 2 e 3 de mesma potência e que expelem
combustível queimado nos sentidos indicados na Figura ll, o
astronauta consegue mover-se em relação a Oxyz.
Para percorrer a trajetória A → B → C, o astronauta deverá
acionar, durante o mesmo intervalo de tempo, os jatos em
qual sequência? 1, 3 e 2.

6° Sentado à beira do mar, um turista observa, a distância, um esportista praticante de parasail,


esporte em que o praticante é preso a um paraquedas puxado por uma lancha, por meio de uma
corda. Nesse instante, ele observa que não há interferência do vento e fica com a impressão de
que tanto a lancha quanto o esportista estão se deslocando com velocidade vetorial e altura
constantes. Se as observações do turista estiverem corretas, que forças atuam sobre o esportista
e quais as relações entre elas?

2. Principais Forças da Dinâmica

⃗ ):
2.1. Força peso (𝐏

⃗ , é a força
A força peso, ou simplesmente peso, representada por 𝐏
de atração gravitacional que age entre corpos que possuem massa. Por
exemplo, a força com que a Terra atrai os objetos.
Direção: vertical.
Sentido: para baixo (o planeta atrai o corpo).
Módulo: P = m . g

Interação entre a Terra e o objeto.

A reação à força peso P é a força -P com que o corpo atrai o planeta. Para simplificar os
cálculos, adotaremos, como nos módulos anteriores, g = 10 m/s 2 para o módulo da aceleração
da gravidade nas proximidades da superfície terrestre.
Exemplo: Supondo que:
Dados:
m = 5 kg
g = 10 m/s 2
P=?N

Resposta: utilizando a espressão matemática para achar o valor do peso, temos:


P = m . g → P = 5 kg . 10 m/s 2 → P = 50 N

⃗⃗ ):
2.2. Força de reação normal do apoio (𝐍
5
A força de reação normal do apoio, ou simplesmente força normal, representada por 𝐍 ⃗⃗ ,
⃗⃗ tem direção perpendicular
é a força de contato entre dois corpos que se tocam. A força normal 𝐍
às superfícies em contato e módulo N.
Direção: perpendicular às superfícies.
Sentido: orientada para o interior do corpo onde atua.
Módulo: depende da situação e das outras forças que atuam
no corpo.

Corpo apoiado sobre uma mesa.

⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
2.3. Força elástica (𝐅 𝐞𝐥á𝐬𝐭 ):

A força elástica é a força exercida por um corpo deformado, ou seja, por um corpo
comprimido ou esticado.
Direção: coincidente com a direção da deformação.
Sentido: tem sentido oposto ao da deformação.
Módulo:
Força elástica (força deformadora) [N]
k = constante de proporcionalidade característica da mola, chamada de constante elástica da
mola [N/m]
x = deformação sofrida pela mola [m]

Exemplo:
⃗ que
O gráfico obtido por meio de medidas experimentais representa a intensidade da força F
age sobre uma mola, em função da deformação x.
a) Determine a constante elástica da mola.
Resposta:
Dados:
x = 5 cm = 0,05 m
Felást = 60 N
k = ? N/m

Vamos utilizar a seguinte expressão matemática:


Felást = k . x

Fazendo uma manipulação álgebrica para isolar a “constante de proporcionalidade característica


da mola k”, temos:
Felást
k =
x
Substituindo pelos valores que temos conhecimento e deixando na unidade de medida correta:
Felást 60 N N
k = → k = → k = 1200
x 0,05 m m
b) Calcule a deformação quando F = 90 N.
Dados: Felást = 90 N
6
k = 1 200 N/m
x=?m

Fazendo uma manipulação álgebrica para isolar a express]ao que representa a “deformação
sofrida pela mola x”, temos:
Felást 90 N
x = → x = → x = 0,075 m ou x = 7,5 cm
x 1200 N/m

2.4. Força tração (T):


Quando esticamos um fio ideal (inextensível e de massa desprezível), nas suas
extremidades aparecem forças de mesma intensidade chamadas forças de tração (T).

Exemplo: A figura a seguir mostra dois corpos, A e B, ligados entre si pr um


fio que passa por uma polia. Abandonando-se o sistema em repouso à ação
da gravidade, verifica-se que o corpo A desce com uma aceleração de 3 m/s 2.
Sabendo que mB = 7 kg, calcule a massa do corpo A. Despreze os atritos e
considere g = 10 m/s 2 .

Resolução: Isolando os corpos, temos:

Aplicando o princípio fundamental da Dinâmica, temos:


Corpo A: PA − T = mA . a
Corpo B: T = mB . a
Dividindo: PA = (mA + mB ) . a
mA . g = (mA + mB ) . a
mA . 10 = (mA + 7) . 3
10 mA = 3 mA + 21
7 mA = 21
mA = 3 kg
Atividades 7 ao 14

7° Quais são as quatros principais forças da dinâmica mencionadas anterioremente?


7
8° Explique cada uma delas.

9° Já vimos que g representa a aceleração da gravidade. Informe as acelerações da gravidade


nos seguintes corpos celestes que gravitam ao redor do sol (estrela):
a) Mercúrio b) Vênus c) Terra d) Lua e) Marte f) Júpiter
g) Saturno h) Saturno i) Urano j) Netuno k) Plutão

10° Sabendo que a força normal exercida sobre um objeto que está no chão parado é 300 N,
então qual é a intensidade da força peso sobre esse bloco?
a) 25 N b) 50 N c) 200 N d) 100 N e) 300 N

11° Um astronauta possui 950 N na superfície da Terra, com aceleração da gravidade


de 10 m/s 2 . Ao ir para a Lua, com aceleração da gravidade de 1,6 m/s 2 , a sua força peso é
alternada para qual dos valores abaixo?
a) 112 N b) 950 N c) 65 N d) 184 N e) 152 N

12° Qual das forças abaixo é responsável por atrair os corpos para o centro da Terra?
a) Forças externas. b) Forças internas. c) Força peso.
d) Força elástica. e) Força de atrito.

13° A tabela apresenta a força elástica e a deformação de 3 molas diferentes. Comparando as


constantes elásticas dessas três molas, tem-se que:
Mola Força elástica (N) Deformação (m)
1 500 0,4
2 600 0,3
3 700 0,8
Calcule:
a) k1 b) k2 c) k3

14° Considere um objeto de 8 kg, em equilíbrio, está preso à extremidade de


uma mola, cuja constante elástica é 200 N/m. Considere g = 10 m/s 2
a) calcule o peso

b) qual será a deformação da mola? Dê o resultado em metros e em


centímetros

3. Plano Inclinado:

8
Atividade 1: Um bloco de 3 kg encontra-se em repouso e apoiado sobre um plano inclinado em
45° em relação ao solo. Considerando a gravidade local igual a 10 m/s², determine o módulo da
9
força que o plano inclinado exerce sobre o bloco.
a) 15 N b) 30 N c) 15√3 N d) 150 N e) 15√2 N

Resposta: A força que o plano inclinado exerce sobre o bloco é chamada de força normal.
Podemos calculá-la facilmente. Para tanto, basta lembrarmos que a força normal exercida pelo
plano inclinado corresponde à componente y da força peso do bloco:
N = Py
N = P cos θ
N = mg cos θ
N = 3 . 10 cos 45°
√2
N = 30 cos
2
N = 15 √2 N

Atividade 2: Um bloco de 2 kg desliza sobre uma superfície sem atrito de um plano inclinado em
60º. Determine a força mínima a ser aplicada sobre o bloco, na direção da superfície desse plano,
para que o corpo deslize com velocidade constante. Dados: g = 10 m/s².
a) 20 N b) 45 N c) 10√3 N d) 15 N e)
100√2 N

Resposta: Para que o bloco deslize com velocidade constante, a força resultante sobre ele deve
ser, de acordo com a 1ª lei de Newton, nula. Para tanto, a força que se aplica ao bloco deve ter
a mesma magnitude da componente x da força peso, a fim de que se cancelem:

N = Px
N = P sen θ
N = mg sen θ
N = 2 . 10 sen 60°
√3
N = 20 cos
2
N = 10 √3 N

2. Força de atrito:

10
11
12
Exercício resolvido:

13
4. Conceito de energia:
A necessidade de sobrevivência, o poder de transformação e a capacidade de realização
do ser humano levaram-no a desenvolver tecnologias para explorar, de diferentes maneiras, os
vários tipos de energia.
A palavra energia é muito usada em nosso cotidiano, mas não é fácil defini-la como uma
grandeza física. E talvez seja o conceito mais importante da Física, sendo aplicado em diversas
áreas.

Instalação residencial de um painel solar (também chamado de coletor solar) para


aquecimento de água.
Observe a fotografia ao lado, em que se vê uma mulher praticando canyoning (rapel em
cachoeira). Considere duas situações:
Situação 1: Ela está parada a uma altura h em relação ao solo. Portanto, há
uma energia associada à sua posição, conhecida como energia potencial
gravitacional.
Situação 2: Ela está descendo com velocidade v, em relação ao solo. Como
está em movimento, associamos a ela uma energia de movimento,
denominada energia cinética.

A energia cinética de um corpo depende de sua massa m e de sua velocidade v.


Analisando essas grandezas, temos que, quanto maior for sua massa ou quanto maior for sua
velocidade, maior será a energia cinética.
Diferentemente da energia cinética, ligada ao movimento de um corpo, a energia potencial
é uma forma de energia armazenada. Por exemplo, no caso da praticante de rapei que se
encontra em repouso a uma altura h do solo, a energia potencial gravitacional armazenada pode
ser transformada em cinética, bastando para isso que a mulher suba ou desça, usando a corda
de segurança.
Para um corpo nas proximidades da Terra, a energia potencial gravitacional depende
também de três grandezas: da massa m, do campo gravitacional g do corpo e de sua altura h
em relação ao solo. A energia potencial gravitacional é diretamente proporcional a essas
grandezas: se elas aumentarem ou diminuírem, a energia do corpo sofrerá uma variação
proporcional.
Existe ainda outra forma de energia potencial ligada à deformação de alguns corpos,
principalmente em elásticos ou molas, chamada energia potencial elástica. Nesse caso, a
energia depende da configuração do sistema massa-mola, descrito pela constante elástica k da
14
mola e pela deformação x que ela venha a sofrer. Experimentalmente, podemos demonstrar que,
quanto maior a deformação da mola, maior será a energia potencial elástica a que o corpo está
associado.
Vamos considerar uma mola presa, por uma extremidade, a uma parede e, pela outra, a
um bloco de massa m. Três situações merecem nossa atenção:
Situação 1: A mola é mantida com o seu comprimento normal.
• O corpo não possui energia cinética, pois não está em
movimento.
• O corpo não possui energia potencial gravitacional, pois está
no mesmo nível do referencial.
• O corpo não possui energia potencial elástica, pois a mola mantém o seu comprimento normal.

Situação 2: A mola é distendida (deformada) e se mantém nessa posição.


• O corpo não possui energia cinética, pois não está em
movimento.
• O corpo não possui energia potencial gravitacional, pois está
no mesmo nível do referencial.
• O corpo possui energia potencial elástica, pois pode vir a se movimentar graças à energia
acumulada pela mola.

Situação 3: O sistema é abandonado e o corpo entra em movimento.


• O corpo possui energia cinética, pois está em movimento.
• O corpo não possui energia potencial gravitacional, pois está
no mesmo nível do referencial.
• O corpo possui energia potencial elástica até a mola voltar ao seu comprimento normal.

4.1. Equação da energia cinética (𝐄𝐜 )


Quando um corpo se movimenta com velocidade v em relação a determinado referencial,
podemos associar a ele uma energia de movimento, denominada energia cinética.
A seguir, vamos avaliar numericamente como é possível determinar a energia cinética.
Considere uma partícula de massa m que se move, em relação a um referencial, com
velocidade escalar instantânea v.

Chamamos de energia cinética da partícula Ec, em relação ao referencial, o produto da massa


pelo quadrado de sua velocidade dividido por 2.

15
𝐦𝐯𝟐
𝐄𝐜 =
𝟐
De onde:
Ec: Energia cinética [J]
m: massa do corpo [kg]
v: velocidade [m/s]

4.2. Equação da energia potencial (𝐄𝐩)


Chamamos de energia potencial a energia que está armazenada no sistema "esperando"
para ser convertida em energia cinética ou trabalho. A esse tipo de energia potencial é associada
uma força que chamamos de conservativa.
A característica desse tipo de força é que o trabalho realizado por ela, em dado
deslocamento, não depende da trajetória. O termo conservativo é justificado porque, durante o
movimento de um corpo sujeito a esse tipo de força, não existe perda de energia total.

No esquema abaixo está representado o deslocamento vertical ⃗d de uma partícula de


massa m, da posição A, localizada a uma altura 𝐡𝐀 do solo, à posição B, localizada a uma altura
hB do solo.

O produto mgh representa uma forma de energia associada à posição da partícula em


relação a um plano de referência (solo), denominado energia potencial gravitacional 𝐄𝐩 .

𝐄𝐩 = 𝐦𝐠𝐡

De onde:
Ep : Energia potencial [J]

m: massa do corpo [kg]


g: aceleração da gravidade [m/s 2 ]
h: altura [m]

4.3. Equação da energia potencial elástica (𝐄𝐞𝐥𝐚𝐬𝐭)


A energia potencial elástica está associada às deformações elásticas sofridas por
determinados corpos quando submetidos à ação de forças para comprimi-los ou distendê-los.

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Considere uma mola ideal, de constante elástica k, sob a ação de uma força F que a
deforme (alongando ou comprimindo), produzindo o deslocamento da sua extremidade livre
desde a posição A até a B. A expressão matemática é:
𝐤𝐱 𝟐
𝐄𝐞𝐥𝐚𝐬𝐭 =
𝟐
De onde:
Eelast : Energia potencial elástica [J]
k: constante elástica da mola [N/m]
x: deformação na mola [m]
Segundo o teorema da energia potencial, em relação ao ponto de referência A, a energia
potencial elástica é nula, uma vez que a mola não está deformada. Se a mola estiver em qualquer
outra posição, a energia potencial elástica será igual ao trabalho da força elástica (𝛕𝐅.𝐞𝐥𝐚𝐬𝐭) que
age para ela voltar à posição de referência.
𝛕𝐅.𝐞𝐥𝐚𝐬𝐭 = 𝐄𝐏𝑨 − 𝐄𝐏𝑩

Exercício Resolvido: Durante um teste, prendeu-se uma das extremidades de uma mola a um
suporte. Na outra, pendurou-se um corpo de massa 2 kg, o que causou uma deformação de 0,05
m na mola. Sabendo-se que g = 10 m/s 2 , determine:
a) o valor da constante elástica da mola
Resposta: Considerando o corpo em repouso, temos:
𝐅𝐞𝐥𝐚𝐬𝐭 = 𝐤𝐱, podemos reescrever:
P 20
P = kx → k = → k = 0,05 → k = 400 N/m
x

b) a energia potencial elástica do sistema mola-corpo associada à posição A


kx2 400 .(0,005)2
EP.elast = → EP.elast = → EP.elast = 0,5 J
2 2

17
4.4. Equação da energia mecânica (𝐄𝐦)
Considere um objeto de massa m, que inicialmente estava em repouso
em relação ao chão e depois, ao ser abandonado, descreve uma trajetória
retilínea, conforme o esquema ao lado.
Na posição A o corpo está em repouso; portanto, a energia cinética é
nula; e a energia potencial gravitacional é máxima, pois a altura é máxima.
A partir do instante em que o corpo inicia a queda, a velocidade cresce
e o valor da energia cinética aumenta. Simultaneamente, a altura ocupada
pelo corpo diminui, fazendo com que o valor da energia potencial
gravitacional diminua.
No instante imediatamente antes de o corpo atingir o chão, a
velocidade é máxima. Portanto, a energia cinética é máxima e a energia
potencial gravitacional é nula, pois a altura é nula.
De acordo com o esquema apresentado, se desprezarmos a resistência do ar durante o
movimento do corpo, a energia potencial vai se transformando em energia cinética, de forma que
o valor perdido por uma corresponde ao valor ganho pela outra. Assim, a soma desses valores
permanece constante.
A energia mecânica do sistema é representada pela soma das energias potencial e
cinética. Genericamente, temos:
𝐄𝐦𝐞𝐜ã𝐧𝐢𝐜𝐚 = 𝐄𝐜𝐢𝐧é𝐭𝐢𝐜𝐚 + 𝐄𝐩𝐨𝐭𝐞𝐧𝐜𝐢𝐚𝐥

Exercício Resolvido: Um vagonete de 30 kg é lançado sobre trilhos


da posição A com velocidade 2 m/s. Nesse local a aceleração da
gravidade é 10 m/s 2 e os possíveis atritos devem ser desprezados.
Nessas condições, e de acordo com os dados do esquema,
determine:
a) a energia cinética do vagonete na posição B
Resposta:
Se não considerarmos as forças dissipativas (de resistência do ar e de atrito), o sistema será
conservativo:
E m A = E mB

EcA + EpotA = EcB + EpotB


mvA 2
+ mghA = EcB + 0
2

30 . 22
+ 30 . 10 . 10 = EcB
2

𝐄𝐜𝐁 = 3060 J

18
b) a intensidade da velocidade do vagonete na posição B
Resposta:
mv2 30 . v2
Ec = → 3060 = → v = 14,3 m/s
2 2

c) a energia cinética do vagonete na posição C


Resposta:
E m B = E mC
mvA 2
+ mghA = Ecc + mghc
2

30 . 22
+ 30 . 10 . 10 = Ecc + 30 . 10 . 6
2

Ecc = 3060 − 1800

𝐄𝐜𝐜 = 𝟏𝟐𝟔𝟎 𝐉

Atividades 15 ao 25

15° a) Como se define a energia cinética?


b) Qual é a expressão matemática para calcular a energia cinética? Informe cada unidade de
medida de acordo com o SI dessa expressão matemática.
16° a) Como se define a energia potencial?
b) Qual é a expressão matemática para calcular a energia potencial? Informe cada unidade de
medida de acordo com o SI dessa expressão matemática.
17° a) Como se define a energia mecânica?
b) Qual é a expressão matemática para calcular a energia mecânica?
18° O condutor dirigia um veículo com massa de 2000 kg, movendo-se em linha reta a uma
velocidade constante de 72 km/h, quando avistou uma carreta atravessada na estrada. Ele levou
1 segundo desde o momento em que avistou a carreta até acionar os freios para iniciar a
frenagem, com uma desaceleração constante de 10 m/s². Desprezando a massa do motorista,
assinale a alternativa que apresenta, em Joules, a variação da energia cinética desse automóvel,
do início da frenagem até o momento de sua parada.
a) + 4,0 . 105 J b) − 4,0 . 105 J c) + 3,0 . 105 J d) + 0,5 . 105 J e) − 2,0 . 105 J
19° Calcule a energia cinética de uma bola de massa 0,8 kg ao ser arremessada e atingir uma
velocidade de 7 m/s.
20° Uma boneca de massa igual a 3 kg foi derrubada de uma janela do 4º andar, numa altura de
12 m do chão. Qual é o valor da energia potencial? Considere a aceleração da gravidade como
sendo 10 m/s 2 .

19
21° Um motociclista está com sua moto em uma rodovia com radar a uma velocidade de 72 km/h.
Após passar pelo radar, ele acelera e sua velocidade chega em 108 km/h. Sabendo que a massa
do conjunto moto e motociclista é de 580 kg, determine a variação de energia cinética sofrida
pelo motociclista.
22° Um veículo tem massa de 2500 kg e está se movendo em movimento acelerado. Determine
sua energia cinética no instante em que atinge a velocidade de 10 m/s e de quantas vezes
aumento quando sua velocidade duplicar.
23° Um vaso de orquídeas de 4,0 kg está pendurado a 1,2 m de altura de uma mesa de 0,4 m
de altura. Sendo g = 10m/s², determine a energia potencial gravitacional do vaso em relação:
a) à mesa
b) ao solo.
24° Um bloco de massa igual a 1kg encontra-se preso sobre uma mola vertical que está
deformada 10cm com relação à sua posição de equilíbrio. Após o bloco ser solto, ele é
arremessado verticalmente para cima. Sendo o sistema livre de forças dissipativas e a constante
elástica da mola equivalente à 50N/m, determine a altura máxima que o bloco alcançará em cm.
(obs.: considere a massa da mola desprezível).
25° Observe a situação descrita na tirinha abaixo.

(Francisco Caruso & Luisa Daou, Tirinhas de Física, vol. 2, CBPF, Rio de Janeiro, 2000.)
Assim que o menino lança a flecha, há transformação de um tipo de energia em outra. A
transformação, nesse caso, é de energia
a) potencial elástica em energia cinética.
b) gravitacional em energia potencial.
c) potencial elástica em energia gravitacional.
d) cinética em energia potencial elástica.
e) gravitacional em energia cinética.

20
5. Conceito de trabalho (𝝉)
Na Unidade anterior, analisamos fenômenos que envolvem o movimento e suas causas,
utilizando os princípios da Dinâmica. Há situações, porém, em que esses princípios não são os
mais indicados.
O esquema abaixo representa o trecho de uma montanha-russa. Imagine se tivéssemos
de determinar a velocidade do carrinho de massa m, ao atingir o ponto D, sabendo que ele foi
abandonado no ponto C.

Para casos como esse, em que os corpos em movimento sofrem a ação de forças cuja
resultante vetorial varia a cada ponto, recorreremos aos conceitos de energia e trabalho.
Já estudamos que a energia associada aos corpos pode variar. Essa variação está
associada à ideia de transferir ou transformar energia. Para medir essa transformação ou
transferência de energia, definiremos a grandeza trabalho de uma força, que será representada
por 𝛕.
Trabalho, em Física, é sempre relacionado a uma força e a um deslocamento.
Uma força aplicada a um corpo realiza trabalho quando produz um deslocamento do
corpo.
Temos dois casos, que passaremos a examinar:

1° caso: A força tem a mesma direção do deslocamento.


Consideremos um ponto material que, por causa da força ⃗F, horizontal e constante, se
movimenta da posição A para a posição B, sofrendo um deslocamento d.

O trabalho de ⃗F no deslocamento AB é dado por:


τA,B = F . d

De onde:
τA,B: trabalho no deslocamento A até B [J]

F: força aplicada [N]


d: deslocamento da posição A para a posição B [m]
21
Se a força ⃗F tem o mesmo sentido do deslocamento, o trabalho é dito motor. Se tem
sentido contrário, o trabalho é denominado resistente.

2° caso: A força não tem a mesma direção do deslocamento:


⃗ passa da posição A para a
Consideremos um ponto material que sob a ação da força F
posição B sofrendo um deslocamento d.

Decompondo a força ⃗F, temos:

O trabalho da componente ⃗⃗⃗⃗ F𝑦 no deslocamento d é nulo, pois não há deslocamento na


⃗⃗⃗⃗𝑥 realiza trabalho. A expressão matemática é:
direção y; logo, somente F

𝛕𝐀,𝐁 = 𝐅 . 𝐝 . 𝐜𝐨𝐬 𝜶

Observação:
⃗ for perpendicular à direção do deslocamento, o trabalho de F
Se a força F ⃗ é nulo, pois cos
90° = 0.

Propriedade:
Podemos calcular o trabalho de uma força ⃗F, constante, utilizando o gráfico:

Área = Força . deslocamento

Área = τA,B

A área A é numericamente igual ao módulo da


⃗ no deslocamento de A para B.
força F

Exercício Resolvido: Um ponto material é deslocado 10 m pela força F = 50 N indicada na


figura.

22
⃗ no deslocamento AB.
Determinar o trabalho realizado pela força F
Resposta:
τA,B = F . d . cos 𝛼
τA,B = 50 . 10 . cos 60°
τA,B = 250 J

Atividades 26 ao 32

26° a) Como se define o conceito trabalho 𝛕?


b) Quais são as expressões matemática para calcular o conceito físico conhecido como trabalho
𝛕? Informe cada unidade de medida de acordo com o SI dessa expressão matemática.

27° Uma pessoa arrasta uma caixa sobre uma superfície sem atrito de duas maneiras distintas,
conforme mostram as figuras (a) e (b). Nas duas situações, o módulo da força exercida pela
pessoa é igual e mantém-se constante ao longo de um mesmo deslocamento.

Considerando a força F, é correto afirmar que:


a) o trabalho realizado em (a) é igual ao trabalho realizado em (b).
b) o trabalho realizado em (a) é menor que o trabalho realizado em (b).
c) o trabalho realizado em (a) é maior que o trabalho realizado em (b).
d) não se pode comparar os trabalhos, porque não se conhece o valor da força.

28° Um bloco de 2 Kg é puxado com velocidade constante por uma distância de 4 m em um piso
horizontal por uma corda que exerce uma força de 7 N fazendo um ângulo de 60° acima da
horizontal. Sabendo que cos 60° = 0,5 e Sen 60° = 0,86, o trabalho executado pela corda sobre
o bloco é de:
a) 14,0 J b) 24,0 J c) 28,0 J d) 48,1 J e) 56,0 J.

29° Um garoto gasta 75 J de energia para empurrar uma caixa por três metros. Sabendo que a
direção de aplicação da força do garoto forma um ângulo de 60° com a direção do deslocamento
da caixa, determine o valor da força feita pelo garoto.
23
a) 50 N b) 40 N c) 25 N d) 30 N e) 15N

30° Depois de comer uma barra de chocolate de 500 cal, um homem precisou empurrar um carro.
Com a energia obtida do chocolate, o homem conseguiu empurrar o veículo por 20 m. Determine
a força necessária para a realização dessa atividade. Dado: 1 cal = 4 J e τ = 2000 J.
a) 250 N b) 350 N c) 450 N d) 50 N e) 100 N

31° Suponha que, na Figura a seguir, as forças exercidas pelas


formigas sobre a folha tenham os seguintes valores e direções:
F1 = 2,0 x 10−4 N, na direção do deslocamento da folha ( θ = 0°)
F2 = 4,0 x 10−4 N, formando um ângulo θ
= 30° com o deslocamento
F3 = 2,0 x 10−4 N, perpendicular ao deslocamento θ = 90°
F4 = 5,0 x 10−4 N, no sentido contrário ao deslocamento θ = 180°
Se a folha for arrastada de uma distância d = 2,0 m, de A até B, pede-se:
a) Calcular o trabalho que cada formiga realizou.

b) Determinar o trabalho total realizado pelas formigas sobre a folha.


O trabalho total, será dado pela soma dos trabalhos que cada formiga realizou. Portanto:

32° Um bloco de 10 kg movimenta-se em linha reta sobre


uma mesa lisa, em posição horizontal, sob a ação de uma
força variável que atua na mesma direção do movimento,
conforme mostra o gráfico.
Calcular o trabalho realizado pela força quando o bloco se
desloca da origem até o ponto x = 5 m.

24
6. Conservação da Quantidade de Movimento e Impulso

Vamos analisar as situações seguintes para descrever quantidade de movimento.


Um veículo com carga, que desenvolve velocidade 𝐯𝟏 e tem massa 𝐦𝟏 , bate em um
obstáculo. A mesma situação se repete, dessa vez com o veículo sem carga, com a mesma
velocidade (v2 = v2 ) e massa m2 .

A massa do sistema caminhão-carga na situação 1 é maior que a massa do caminhão na


situação 2, o que causa um efeito maior na colisão. Isso nos leva a concluir que a massa do
corpo interfere no fenômeno.
Vamos considerar agora a mesma colisão em mais duas situações diferentes: o caminhão
com carga terá a mesma massa, porém velocidades diferentes (v3 > v4 ).

Se a velocidade 𝐯𝟑 , na situação 3, é maior que a velocidade v4 , o efeito da colisão também


o será, visto que em ambas as situações a massa permaneceu constante. Isso nos leva a concluir
que a velocidade também é uma grandeza que interfere no fenômeno.
Situações que envolvem a massa e a velocidade de um ponto material, semelhantes aos
exemplos citados, servem para definir a grandeza vetorial quantidade de movimento ou
⃗⃗ .
momento linear, que passaremos a representar por 𝐐

25
No caso de um ponto material de massa m que se movimenta com velocidade 𝐯⃗, podemos
expressar a quantidade de movimento ⃗𝐐
⃗ desse ponto material como:

A quantidade de movimento é uma grandeza vetorial com a mesma direção e o mesmo


sentido do vetor velocidade.
Considerando um sistema de pontos materiais de várias massas, que em determinado
instante apresentam várias velocidades, conseguiremos representar a quantidade de movimento
do sistema assim:

De onde:
Q: quantidade de movimento [kg . m/s]
m: massa [kg]
v: velocidade [m/s]

Exercício resolvido:
Uma caminhonete de massa m1 = 6000 kg descreve uma trajetória retilínea e horizontal com
velocidade v = 20 m/s. Determine a quantidade de movimento:
a) da caminhonete;
Resposta: O módulo da quantidade de movimento é:
Q1 = m1 . v → Q1 = 6000 · 20 → Q1 = 120 000 kg . m/s (na direção horizontal)

b) da caminhonete carregada com uma carga de massa m2 = 2 000 kg.


Resposta: Nesse caso, a velocidade da caminhonete e a da carga têm o mesmo sentido e
direção.
Dados:
caminhonete: Q1 = m1 . v
carga: Q 2 = m2 . v
Q T = Q1 + Q 2 → Q T = (m1 + m2 ). v → QT = (6 000 + 2 000) . 20 → QT = 160 000 kg . m/s
(na direção horizontal)

26
Atividades 33 ao 38

33° As quantidades de movimento podem se anular? E as energias? Justifique sua resposta.

34° Se um corpo em movimento duplicar sua velocidade, qual quantidade de movimento irá
adquirir? E de energia?

35° Um satélite artificial A descreve movimento circular e uniforme


ao redor da Terra conforme representação a seguir. Representação
de um satélite em movimento circular ao redor da Terra (Imagem sem
proporção e em cores-fantasia). Analise as afirmativas a seguir e
responda se são verdadeiras ou falsas, justificando sua resposta:
a) A quantidade de movimento do satélite é variável.
b) O módulo da quantidade de movimento do satélite.
c) A energia cinética do satélite é constante.

36° Um ciclista de massa 70 kg conseguiu percorrer 30 m em 10 s com velocidade constante.


Se a bicicleta tem 3,0 kg, qual a intensidade da quantidade de movimento do conjunto?

vA
37° Determine a relação entre os módulos das velocidades das partículas A e B, sabendo
vB
que suas massas são M e 2M, respectivamente, e que num dado instante a quantidade de
movimento tem módulos iguais.

38° Uma partícula de 0,2 kg e velocidade escalar v = 1,5 m/s descreve movimento circular
uniforme. Avalie se a quantidade de movimento da partícula é constante e determine o seu
módulo.

Impulso de uma força

Vamos explorar uma situação bastante conhecida para


desenvolver a ideia de impulso: uma jogada em um jogo de
futebol.
Ao chutar a bola, a jogadora está aplicando sobre ela
determinada força, durante um intervalo de tempo. Dizemos,
então, que a jogadora exerce na bola um impulso.
Portanto, a ideia de impulso está vinculada a duas grandezas físicas: força e tempo.

Se considerarmos uma força constante 𝐅 agindo em um ponto material durante um


intervalo de tempo ∆𝑡 = 𝑡2 − 𝑡1, teremos que o impulso 𝐈 da força 𝐅 é definido por:

27
𝐈 = 𝐅 . 𝚫𝐭

De onde:
I: impulso [N . s]
F: intensidade da força [N]
t: intervalo de tempo [s]

O vetor impulso tem a mesma direção e o mesmo sentido da força, e sua intensidade é
determinada por I = F . Δt, sendo F a intensidade da força e Δt o intervalo de tempo em que
essa força atua.

Podemos dizer que a intensidade do impulso 𝐈 será tanto maior quanto maior for a
intensidade da força 𝐅 e quanto maior for o intervalo de tempo Δt no qual ela age.
No gráfico F x t, a área amarela é numericamente
igual à intensidade do impulso da força 𝐅 no intervalo de
tempo considerado.
Área (A) = F . 𝚫𝐭 → 𝐀 𝐍= I
Mesmo que a intensidade da força varie com o
tempo (mantendo a mesma direção), vale a propriedade
anterior, ou seja, 𝐀 𝐍= I.

Teorema do impulso

Impulso e quantidade de movimento são conceitos decorrentes do princípio fundamental


da Dinâmica e que são relacionados através do teorema do impulso.

Considere um corpo de massa m sujeito à ação de uma força resultante constante ⃗⃗⃗⃗
FR .

Pelo princípio fundamental da Dinâmica:

𝐅 = 𝐦 . 𝐚⃗
Δv

⃗F = m .
Δt
⃗ . Δt = m . Δv
F ⃗

I = (m ⃗⃗⃗
v2 ) . (m ⃗⃗⃗
v1 )

I = ⃗⃗⃗⃗
Q 2 − ⃗⃗⃗⃗
Q1
⃗⃗⃗⃗2
I = ΔQ
28
Para o mesmo intervalo de tempo, o impulso da força resultante é igual à variação da
quantidade de movimento.
Exercício resolvido: Um corpo de massa 0,3 kg se desloca com movimento retilíneo sob a ação
da força resultante que se mantém constante. Sabendo que a velocidade inicial é 4 m/ s, e que
após 4 s ela atinge o valor de 6 m/s, determine:
a) a quantidade inicial de movimento do corpo;
Q1 = m1 . v → Q1 = 0,3 . 4 → Q1 = 1,2 kg . m/s
b) a quantidade de movimento do corpo, após 4 segundos;
Q = m . v → Q1 = 0,3 . 6 → 𝑄 = 1,8 kg . m/s
c) o impulso da força resultante impressa ao corpo;

I = ⃗⃗⃗⃗
Q 2 − ⃗⃗⃗⃗
Q1 → I = 1,8 − 1,2 → I = 0,6 N . s
d) a intensidade da força resultante que age no corpo.
I 0,6
⃗ =
I = F . Δt → F ⃗ =
→ F ⃗ = 0,15 N
→ F
Δt 4

Colisões:
Vejamos o exemplo de um veículo colidindo com a traseira de
outro veículo estacionado.
Na primeira etapa da colisão, conhecida como fase de
deformação, os corpos se encontram e se deformam, e a energia
cinética do sistema se converte em outras formas de energia, como
energia sonora, representada pelo barulho que ouvimos; energia
térmica, representada pelo aquecimento das peças do veículo; energia
potencial, representada pela energia armazenada pelo sistema.
A etapa final da colisão, chamada fase de restituição, inicia-se
após a fase de deformação e pode terminar com os corpos unidos ou
separados, conforme a natureza dos corpos envolvidos.

Coeficiente de restituição:
Para caracterizar as propriedades elásticas dos corpos que interagem na colisão, vamos
definir a grandeza coeficiente de restituição, representada por e. Considere uma colisão
direta entre duas esferas, A e P, com velocidades vA e vp , antes do choque, e v′A e v′p , após
ele. Nesse caso, o coeficiente de restituição é determinado pelo quociente entre o módulo da
velocidade relativa de afastamento 𝐯𝐚𝐟 e o módulo da velocidade relativa de aproximação 𝐯𝐚𝐩.
𝐯𝐚𝐟
𝒆= , com 𝟎 ≤ e ≤ 𝟏, adimensional
𝐯𝐚𝐩

Quando as velocidades têm sentidos opostos:

29
Quando as velocidades têm o mesmo sentido:

O conceito de colisão totalmente elástica não se verifica na prática, pois sempre há


alguma dissipação de energia.

Colisão elástica:
Considere a colisão de duas esferas, em que não ocorre deformação permanente dos
corpos. Nesse caso, além da conservação da quantidade de movimento há a conservação da
energia cinética total dos corpos envolvidos na colisão, e o coeficiente de restituição é unitário:
e = 1.

O conceito de colisão totalmente elástica não se verifica na prática, pois sempre há


alguma dissipação de energia.

Colisão parcialmente elástica


Na colisão parcialmente elástica, a energia cinética dos corpos envolvidos se dissipa em
outras formas de energia. Portanto, não há conservação da energia cinética, embora haja
conservação da quantidade de movimento. Para esse tipo de colisão, o coeficiente de restituição
pertence ao intervalo: 0 < e < 1.

30
Colisão inelástica:
Na colisão inelástica, os corpos não se separam, passando a ter a mesma velocidade. Nesse
caso, o coeficiente de restituição é nulo: e = 0.

Atividades 39 e 40
39° Um motorista abandona seu carro em urna rua plana, sem acionar o freio de mão. Outro
veículo, com velocidade 20 m/s, colide com a traseira desse carro, e, imediatamente após o
choque, os dois passam a se movimentar juntos.

Considere a massa do carro parado 600 kg e a do outro 1000 kg. Determine:


a) a velocidade dos carros imediatamente após a colisão;
b) o tipo da colisão.

40° Sobre uma superfície horizontal e perfeitamente polida, duas esferas, A e P, movimentam-
se em sentidos contrários e, ambas com velocidade 3 m/s, até colidirem frontalmente. Sabe-se
que as massas das esferas são mA = 2 kg e mp = 4 kg e que, após a colisão, a esfera A retorna
com velocidade v′A = 4 m/s.

Diante dessa situação, determine:


a) a velocidade da esfera P, após a colisão;
b) o tipo de colisão ocorrida;
c) a energia cinética dissipada, caso isso ocorra.

31
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”.

Albert Einstein

Referências

MÁXIMO, Antônio; ALVARENGA, Beatriz. Física contexto & aplicações: ensino médio, Vol. 1,
1.ed – São Paulo: Scipione, 2013.

BARRETO, Benigno; XAVIER, Cláudio. Física aula por aula: mecânica, 1° ano - 3. ed. - São
Paulo: FTD, 2016.
BONJORNO, José Roberto; RAMOS, Clinton Marcico; PRADO, Eduardo de Pinho, et al. Física:
mecânica, 1° ano - 3. ed. - São Paulo: FTD, 2016.

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