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Introdução
Dentre todos os fenômenos físicos, os do movimento, pela sua simplicidade,
são os que mais se destacam. Além de mais simples, os fenômenos do
movimento têm importância fundamental porque servem de explicação a
inúmeros outros: o calor, o som e a própria luz são conseqüências de
movimentos 'ocultos' à nossa percepção. A parte da Física que estuda o
movimento e suas causas chama-se Mecânica. Didaticamente, reserva-se a
denominação Cinemática, para o estudo dos movimentos e Dinâmica, para o
estudo de suas causas.
5. Lei de Hooke
Para deformações elásticas, enuncia-se: É constante a razão entre a
intensidade F da força aplicada numa mola e a deformação x que ela
experimenta; a constante de proporcionalidade k é uma característica da mola
e denomina-se constante elástica da mola; simbolicamente:
6. Interação de corpos
Corpos interagem (e suas interações traduzem-se por forças) em função da(s)
propriedades que transportam (massa, carga elétrica, massa magnética etc.)
ou por seus mútuos contatos; diferenciamos:
9. Sistema de forças
A interação de um corpo C, com vários outros, determina em C (observado) o
aparecimento de um conjunto de forças ('à distância' e/ou por contato),
denominado sistema de forças; escreve-se:
S = {(F1,A1),(F2,A2),…,(Fn,An)} = {(Fi,Ai)} i = 1, 2, …, n.
10. Classificação dos Sistemas de forças
As duas forças F e F' têm o mesmo efeito sobre o corpo rígido e são ditas
equivalentes. Esse princípio, que estabelece de fato que a ação de uma força
pode ser transmitida ao longo de sua linha de ação, está baseado na
demonstração experimental. Ele não pode ser deduzido de propriedades já
estabelecidas na Mecânica e deve pois ser aceito como 'lei experimental'.
Em suma, o efeito de uma força aplicada a um sólido não se modifica quando
ela é deslocada sobre sua linha de ação:
Comentários:
Máquinas Simples
(a) Nenhuma máquina pode multiplicar trabalho ou energia. A 'lei áurea' da Mecânica nos informa que
nenhuma máquina pode realizar trabalho maior do que aquele recebido.
(b) A 'economia' em intensidade na força motriz (ou aplicada, ou potente) implica em 'acréscimo' no seu
deslocamento: o que se ganha em força perde-se em distância. Uma máquina simples com VM = 2, tem
capacidade de multiplicar a força aplicada por 2 porém, para tanto, o deslocamento dessa força será
duas vezes maior que aquele da força transmitida (ou resistente, ou resistência).
(c) É comum denominarmos como "trabalho da máquina" aquele trabalho realizado pela força que ela
transmite. É bom lembrar, entretanto, que: trabalho é conceito associado a uma força e não a uma
máquina.
(d) Não existe máquina ideal, ou seja, aquela cujo trabalho das forças dissipativas é nulo. Para as
máquinas reais o trabalho passivo (trabalho das forças dissipativas) deve ser incorporado como parcela
do trabalho resistente; a outra parcela será o trabalho útil. Para tais máquinas tem-se, portanto:
Nessas condições, define-se como rendimento da máquina à razão entre o trabalho útil e o trabalho
motor:
= útil / motor
Como na realidade útil < motor o rendimento sempre será uma fração da unidade. Para aumentar o
rendimento das máquinas é necessário diminuir os atritos, o que se consegue por meio de lubrificantes,
rolamentos de esferas de aço etc.
Máquinas Simples
( Alavancas)
Alavancas
São simples peças rígidas, tais como, barras, hastes, travessões (retos ou curvos), capazes de girar ao
redor de um ponto ou eixo, denominado fulcro ou ponto de apoio. Tesouras, hastes de guarda-chuva,
alicates, balanças, articulações das 'velhas' máquinas de escrever, remos, gangorras e tantos outros
dispositivos funcionam baseados no princípio das alavancas.
Em uma das extremidades da alavanca o operador aplica seu esforço (F) e ela transfere para a outra
extremidade (ou região) uma força (R) para a 'carga' aí colocada.
Parte Experimental
Para a parte experimental sobre as alavancas, um projeto indispensável no currículo, recomenda-se o
uso do seguinte material:
O metro de balcão deve ser furado ao longo de suas divisões, de 5 em 5 cm, com broca de
4 mm. O fio de cobre 16 deve ser cortado em pedaços de 5cm para serem usados como
ganchos para as chumbadas (basta passar o pedaço de fio pelo orifício da chumbada e
dobrar as extremidades com alicate de bico redondo). Eis um visual dessa montagem:
Para aqueles que já têm em seus laboratórios os equipamentos tradicionais (suporte, haste metálica
perfurada, porta-pesos, massores, dinamômetros etc.) eis os visuais desses experimentos:
a) alavanca interfixa
b) alavanca inter-resistente
c) alavanca interpotente
Máquinas Simples
( Polias ou roldanas)
Polia ou roldana, consta de um disco que pode girar em torno de um eixo que passa por seu centro.
Além disso, na periferia desse disco existe um sulco, denominado gola, no qual passa uma corda
contornando-o parcialmente.
As polias, quanto aos modos de operação, classificam-se em fixas e móveis. Nas fixas os mancais de
seus eixos permanecem em repouso em relação ao suporte onde foram fixados. Nas móveis tais mancais
se movimentam juntamente com a carga que está sendo deslocada pela máquina. Eis algumas ilustrações:
Na roldana fixa, numa das extremidades da corda aplica-se a força motriz F (aplicada, potente) e na
outra, a resistência R. Na móvel, uma das extremidades da corda é presa a um suporte fixo e na outra
se aplica a força motriz F — a resistência R é aplicada no eixo da polia.
Na polia fixa a vantagem mecânica vale 1, sua função como máquina simples e apenas a de inverter o
sentido da força aplicada, isto é, aplicamos uma força de cima para baixo numa das extremidades da
corda e a polia transmite á carga, para levantá-la, uma força de baixo para cima. Isso é vantajoso,
porque podemos aproveitar o nosso próprio peso (ou um contrapeso) para cumprir a tarefa de levantar
um corpo.
I) Para qualquer efeito de cálculo a polia fixa comporta-se como alavanca interfixa de braços iguais (VM
= 1) e a polia móvel comporta-se como alavanca inter-resistente cujo braço da potência é o dobro do
braço da resistência (VM = 2*). É por isso que muitos autores não incluem as polias como máquina
simples fundamental e sim como simples aplicações das alavancas.
III) Na polia móvel com corda de ramos paralelos tem-se VM = 2, disso decorre F = R/2 e dp = 2.dr.
IV) Na polia móvel com corda de ramos não paralelos (veja ilustração abaixo) tem-se VM = 2.cos,
onde é a metade do ângulo entre os ramos da corda, disso decorre F = R/(2.cos) e dp = 2.cos.dr.
Nota: Pode-se converter esse caso de cordas inclinadas para o caso de cordas paralelas, decompondo-
se F e N nos componentes F' = N' (paralelos a R) e F" = N" (perpendiculares a R). Como F' = N' =
F.cos , o equilíbrio vertical da polia será expresso por: F' + N' = R ou F.cos + F.cos = R ou
2F.cos = R ou, finalmente, F = R/(2.cos).
Associações de polias
I) A polia móvel raramente é utilizada sozinha dado o inconveniente de ter que 'puxar' o ramo de corda
da potência 'para cima'. Normalmente vem combinada com uma polia fixa, conforme ilustramos abaixo.
Para tal montagem tem-se F = R/2; VM = 2 e dp = 2.dr. Assim, para que a carga suba de "1 m" o
operador deve puxar seu ramo de corda para baixo, de "2 m".
II) Talha Exponencial: O acréscimo sucessivo de polias móveis, como indicamos na seqüência abaixo,
leva-nos á montagem de uma talha exponencial.
Na talha exponencial com uma polia fixa e duas móveis tem-se F = R/4 = R/22 ; com uma fixa e três
móveis tem-se F = R/8 = R/23 e assim sucessivamente, de modo que para n polias móveis teremos: F =
R/2n .
III) Cadernal: Outro modo de aumentar a vantagem mecânica consiste na associação de várias polias
fixas (num único bloco) com várias polias móveis (todas num mesmo bloco). A associação também é
conhecida por moitão ou simplesmente por talha. Há várias configurações; eis algumas:
Para a talha de 4 polias (duas fixas + duas móveis) tem-se F = R/4, para a de 6 polias (três fixas e três
móveis) tem-se F = R/6 etc. Tais montagens não têm tanta vantagem mecânica como as
correspondentes exponenciais, entretanto, são montagens mais compactas e se utilizam de uma única
corda.
IV) Talha diferencial: É uma combinação de uma polia móvel com duas polias fixas, solidárias, de raios
diferentes, todas ligadas por uma correia/corda 'sem fim'. Se as periferias das polias são 'denteadas', a
correia é substituída por uma corrente sem fim.
P = Q.(R - r)/2R
Máquinas Simples
( Planos Inclinados)
Planos Inclinados
São superfícies planas, rígidas, inclinadas em relação à horizontal, que servem para multiplicar forças,
constituindo, portanto, máquinas simples.
Tábuas que se apóiam no solo por uma de suas extremidades e num caminhão pela outra, sobre a qual
operários empurram 'cargas', são exemplos de planos inclinados. Rampas de acesso a morros ou
construções elevadas são também, planos inclinados. Eles comparecem, como veremos adiante, em
facas, cunhas, talhadeiras, machados, parafusos, porcas, roscas-sem-fim, prensas, escadas rolantes
etc.
Conservação do trabalho
Consideremos o plano inclinado abaixo, que forma ângulo com o plano horizontal.
O operador deve aplicar sobre a carga (Q = resistência) uma força de intensidade Fa = P (potência)
paralela à inclinação do plano, de modo a transporta-la do plano horizontal inferior ao plano horizontal
superior, isto é, elevar a carga de uma altura H.
Sendo Q o peso da carga, para eleva-la diretamente, na vertical e, lentamente, o operador deveria
aplicar uma força vertical de intensidade igual a Q, ou seja, deveríamos ter P (potência) = Q (resistência)
para uma elevação vertical direta no deslocamento H. Se, contudo, a carga for empurrada ao longo do
plano inclinado de , a intensidade da força a ser aplicada (P), paralela ao plano inclinado, será menor
do que Q.
Isto significa que, para cumprir a mesma tarefa de levantar lentamente uma carga a uma altura H, o
plano inclinado permite uma 'economia de força' (P < Q), o que acarreta, entretanto, um 'acréscimo de
distância' (L > H). A 'velha' lei áurea da mecânica: ganha-se em força, mas perde-se em distância.
Observe que P.L é o trabalho da força aplicada pelo operador e Q.H é o trabalho necessário para elevar,
lentamente, uma carga de peso Q a uma altura H.
Por outro lado, observe, na figura, que H/L é justamente o sen, de modo que podemos por: P =
Q.sen , que é a 'equação do plano inclinado'.
Vantagem mecânica
A vantagem mecânica (VM) de uma máquina simples traduz a 'economia' de força proporcionada pela
máquina, isto é, o número pela qual a força aplicada pelo operador está sendo multiplicada.
Sendo P a intensidade da força aplicada pelo operador e Q o peso da carga a ser levantada, temos:
VM = Q/P (definição)
Observe que quanto menor for a inclinação (), menor será sen e maior será a vantagem mecânica.
Experiência 1
Equilíbrio no plano inclinado, com 'potência' paralela ao plano:
Na ausência de atrito, no corpo sobre o plano inclinado agem três forças: seu peso Q, a reação (normal)
de apoio por parte do plano (N) e a força potente (P). A carga vertical Q pode ser decomposta em N'
(perpendicular ao plano inclinado) e P' (paralela ao plano inclinado). Em função de Q e tais
componentes valem: P' = Q.sen e N' = Q.cos.
Experiência 2
Equilíbrio no plano inclinado, com 'potência' horizontal:
Desta vez vamos decompor Q segundo a horizontal (P') e na direção perpendicular ao plano inclinado
(N'); teremos: P' = Q.tg e N' = Q/cos. Logo, no equilíbrio, P = Q.tg e N = Q/cos.
Experiência 3
Equilíbrio no plano inclinado, com 'potência' oblíqua:
No corpo sobre o plano inclinado, novamente, agem apenas três forças: P, N e Q. A carga Q pode ser
substituída pelos componentes P' = Q.sen e N' = Q.cos. Por sua vez a potência P pode ser
substituída pelos componentes P' = P.cos e P" = P.sen.
No equilíbrio:
Cunha
A cunha — constituída por uma peça prismática de madeira ou de ferro, com base
triangular isósceles — pode ser considerada como formada de dois planos inclinados unidos
pelas suas bases. A potência P atua na face oposta à aresta do vértice () do triângulo
isósceles. As resistências atuam normalmente às outras duas faces retangulares.
Os instrumentos cortantes ou agudos, facas, navalhas, tesouras, formões, talhadeiras, cinzéis etc. são
variações da cunha.
A potência P, aplicada à cabeça da cunha, decompõe-se nos componentes de valor P' perpendiculares
aos lados da cunha e que equilibram resistências iguais (Q = P') e opostas. Da ilustração acima,
indicando-se por M o ponto médio da cabeça AB tem-se: MB = BC.sen(/2). E, da semelhança dos
triângulos ABC e OPP' obtemos: P/P' = AB/BC = 2.MB/BC = 2.sen(a/2), donde, finalmente, a 'equação
da cunha':
P = 2.P'.sen(/2) = 2.Q.sen(/2)
Para que a potência seja menor que a resistência deve-se ter P < 2Q e menor que 60o.
Nota: Via de regra não há interesse em se escrever a expressão algébrica "teórica" da relação entre P e
Q porque na cunha o atrito é sempre muito grande e tem que ser levado em conta.
Parafuso
O parafuso reduz-se a um plano inclinado, disposto em hélice, na superfície de um cilindro.
A visualização disso pode ser feita, com facilidade, enrolando-se um triângulo retângulo de
cartolina, ao redor de um lápis (abaixo, à esquerda):
O passo do parafuso é a 'altura' (h) do plano inclinado; a circunferência 2..r é a 'base' (b) (ilustração
acima, à direita). A saliência do parafuso chama-se 'filete'; pode ser quadrangular ou triangular. Quando
se usa o parafuso para transmitir esforços, é preferível ter um filete retangular (como o do parafuso da
ilustração abaixo, à direita), que é mais robusto que o triangular (como o usado nos parafusos
micrométricos, que não são feitos para transmitirem grandes esforços). Ao filete corresponde, na porca,
um sulco de mesmo passo. Parafuso e porca 'sempre' trabalham juntos; no parafuso para madeira, a
porca é a madeira.
Na prensa ilustrada acima, a alavanca tem braço R e o parafuso tem passo p. A resistência Q aplica-se
verticalmente, na ponta do parafuso. Quando a resistência cede de uma distância p, o trabalho será
dado por Q.p. A potência P é o esforço que se faz tangencialmente à circunferência de raio R da
alavanca; o trabalho dessa potência, numa volta completa, será: P.2..R (com essa volta completa o
parafuso desloca-se de p).
Cada prensa apresenta sua característica (n) que é: (2R)/p = n , de modo que, a 'equação da prensa'
é:
P = Q/n
b) porca móvel; a rotação do parafuso (sem qualquer translação efetiva da peça) determina
a rotação da porca. É o caso do trabalho do parafuso-sem-fim que se engrena na roda
dentada:
No parafuso-sem-fim, com roda dentada de n dentes, uma volta na manivela desloca a roda de 'um'
dente. Sendo r o raio do cilindro que suspende a carga Q, tem-se: P.2R.n = Q.2r; logo, a 'equação da
montagem' será: P = Q.r/(R.n).
As aplicações do parafuso são numerosas; empregam-se parafusos para fixar objetos de madeira ou de
metal; nas prensas de copiar, de cunhar etc.; o parafuso micrométrico é parte essencial de vários
instrumentos de precisão (palmer, micrômetro, esferômetro etc.); as hélices dos navios e aeroplanos são
parafusos a deslocar na água ou no ar, que lhe servem de porcas; as prensas servem para espremer
sucos das sementes oleaginosas etc. O parafuso-sem-fim tem grande analogia com o sarilho de
engrenagem e tem os mesmos usos.
Máquinas Simples
(Rodas e Eixos)
Introdução
Com a finalidade de multiplicar forças, constituindo assim uma máquina simples, podemos
associar rodas e eixos. Duas rodas acopladas a um mesmo eixo ou duas rodas acopladas
por correia são exemplos de dispositivos simples capazes de multiplicar forças.
Em uma das rodas (denominada roda motriz), o operador (que pode ser um motor elétrico) aplica sua
força (Fa = P = potência), em geral empunhando uma manopla (Aurélio: a parte por onde se empunham
certos instrumentos, utensílios ou armas; punho) e a outra roda (denominada roda de carga) transmite à
carga, a força já multiplicada pela máquina (Ft = R = resistência).
Como nas demais máquinas, esses acoplamentos entre rodas e eixos obedecem ao princípio da
conservação do trabalho ( a = t), de modo que, se os raios das rodas são diferentes, podemos ganhar
em força (força transmitida maior que a força aplicada: Ft > Fa) mas, perder em distância (o
deslocamento tangencial da força aplicada é maior que o deslocamento tangencial da força transmitida:
d1 > d2).
a) Velocidade angular - para caracterizar a rotação de todos os pontos pontos de uma roda, basta
saber de que ângulo central (expresso em radianos) um ponto qualquer da roda gira num determinado
intervalo de tempo.
A velocidade angular ( ) é expressa por:
Nota 1: Rodas acopladas a um mesmo eixo têm mesma velocidade angular, mesmo período e mesma
freqüência (ilustração abaixo, esquerda):
b) Período - Se a velocidade angular for constante, cada ponto da roda descreverá um movimento
circular e uniforme. Neste caso, definimos o período (T) como sendo o intervalo de tempo necessário
para que qualquer ponto da roda descreva uma volta completa.
c) Freqüência - Ainda no caso de velocidade angular constante, denomina-se freqüência (f) ao número
de voltas completas efetuadas pelo ponto da roda, na unidade de tempo.
A freqüência vem expressa por:
e) Relações fundamentais - Quando a velocidade angular (w) é constante cada ponto da roda, que
dista R do centro, descreverá seu movimento circular e uniforme; valem:
a) No acoplamento de rodas num mesmo eixo o torque (momento) dado à roda motriz transmite-se à
roda de carga: a = t .
Desse modo, se a força tangencial Fa for aplicada na periferia da roda maior (de raio r1) e essa realizar
uma volta completa, de modo que o deslocamento da força seja d1 = 2r1, o torque motor será: a =
Fa.2r1. Nessa situação, a roda de carga, transmite a força Ft que deslocará seu ponto de aplicação da
distância d2 = 2r2 e realizará trabalho resistente dado por: t = Ft.2r2 . Devemos por a = t , logo:
Fa.2r1 = Ft.2r2 e então temos a 'equação do acoplamento':
Ft = Fa.(r1/r2)
Mais uma vez, repare que a vantagem mecânica é a razão entre os braços de alavanca que, no caso,
são os raios das polias: VM = r1/r2 . A razão dos diâmetros é a mesma da razão entre os raios e o uso de
VM = D1/D2 pode ser bem conveniente em alguns casos.
Essa razão permanece verdadeira quer as polias sejam axiais (giram fixas ao redor do mesmo eixo),
quer acopladas por correia ou ainda por acoplamento de contato direto tangencial (como as
engrenagens).
Sobre as cinemáticas dos acoplamentos vale notar que a diferença entre polias e
engrenagens é que polias giram no mesmo sentido enquanto que as engrenagens, em
contato, giram em sentidos opostos.
Uma aplicação imediata do acoplamento de rodas num mesmo eixo encontra-se no sarilho
ordinário. Esse consta de um cilindro horizontal de raio r, sobre o qual se enrola uma
corda, por meio de uma manivela que faz girar o cilindro. A potência P se aplica à manivela
de raio R (uma roda) e a resistência Q à extremidade livre da corda.
O sarilho ordinário pode ser visto como uma alavanca do primeiro gênero — interfixa — (detalhe na
ilustração acima, à esquerda); temos:
Nota: O sarilho ordinário, quando apresenta seu eixo na vertical, passa a denominar-se
cabrestante; serve para realizar grandes esforços de tração:
b) No acoplamento de rodas através de correia os deslocamentos (d1 e d2) das forças aplicada (Fa) e
transmitida (Ft) são iguais, assim como as intensidades das forças (Fa = Ft) — daí decorre a igualdade
dos trabalhos.
Por vezes é difícil perceber isso de imediato. Vamos analisar:
1.- a correia, sob tensão, aplica exatamente a mesma força sobre as periferias das rodas, daí a
igualdade das forças;
2.- para os deslocamento teremos (para uma volta completa da roda maior): d1 = 2r1 e d2(total) = x.2r2
onde x = 2r1/2r2 = r1/r2, logo: d2(total) = (r1/r2).2r2 = 2r1. Realmente, d1(1 volta) = d2(total). Todavia,
perceba que d2(total) encerra x voltas da roda menor.
Engrenagens
Quando se acoplam rodas através de uma correia, os esforços que se opõem à força
transmitida podem ser tais que fazem a correia deslizar. Nessas situações é conveniente
'dentear' os bordos das rodas e substituir a correia por uma 'corrente' que 'engata'
perfeitamente nos dentes da engrenagem — engrenagem por corrente — (abaixo, direita).
Essa máquina consta de dois conjuntos, com duas rodas cada um: (1) a potência P, através da manivela
de raio R (primeira roda) atua sobre a pequena roda dentada de raio r (segunda roda); (2) essa roda
dentada pequena do primeiro conjunto engrena com a roda grande, de raio R', do segundo sistema
(primeira roda) e essa, por sua vez, é solidária ao cilindro de raio r' (segunda roda). Sobre esse cilindro
se enrola a corda ligada á carga Q (resistência).
Um sarilho de engrenagem se comporta como combinação de dois sarilhos ordinários (veja acima).
Acompanhe pela ilustração acima, onde F e F' indicam, respectivamente as forças de reação e ação,
aplicadas pelas superfícies de dois dentes em contato:
(a) o equilíbrio do primeiro conjunto de rodas será dado por: P.R = F.r e,
(b) o equilíbrio do segundo conjunto de rodas será dado por: Q.r' = F'.R'.
Dividindo-se essas duas expressões membro a membro e lembrando que F = F' (ação e reação) vem:
[1] Sistema de forças atuando num objeto em repouso, numa interface na qual as
forças de atrito estão presentes. Quatro diferentes possibilidades podem aparecer,
correspondentes aos casos (a), (b), (c) e (d) ilustrados acima.
O modo mais fácil de se analisar o que está acontecendo é, como é usual, considerar cada
parte do sistema como um corpo livre isolado e descrever como todas as forças estão
atuando em cada um desses corpos. O procedimento usado para que isto seja feito neste
caso é mostrado a seguir [2], onde todas as forças sobre ambos os blocos, apoiado e
suspenso, são mostradas.
[2] O conjunto de forças que atuam (a) no corpo ilustrado acima [1], visto como um corpo livre isolado, e (b) no
bloco suspenso, considerado do mesmo modo.
Nestes diagramas, a tensão na corda é representada pelos vetores T, que atua na direção x horizontal,
no objeto apoiado e T’ atuando na direção y vertical, no objeto suspenso, de peso Q. Se o peso da
corda for desprezado (como será), a intensidade de T' será a mesma de T. A roldana serve apenas para
mudar o sentido no qual a tensão atua e de maneira nenhuma altera seu módulo [*]. Também, neste
exemplo, supõe-se que a interface entre o bloco apoiado e a superfície que o apóia não seja
perfeitamente escorregadia e então as forças de atrito que surgem do bloco apoiado e da superfície na
qual ele repousa estão presentes.
[*] Esta afirmação é verdadeira apenas quando os efeitos de atrito e efeitos de inércia associados à roldana puderem ser negligenciados, e sempre suporemos que
este é o caso, a menos que uma afirmação contrária seja feita.
As forças de atrito entre o objeto apoiado e a superfície surgem das forças interatômicas ou
intermoleculares entre as duas superfícies. Uma descrição exata do atrito em termos destas forças é
muito complexa e não pode ser tratada em detalhes aqui. Além do mais, embora as superfícies em
contato possam parecer muito lisas e planas, numa escala atômica uma ordem tal de lisura raramente
pode ser obtida, e nesta escala as superfícies são irregulares e ásperas com 'pontos' altos e baixos.
Como resultado, a área real de contato (medida da superfície total dos contatos) entre os dois objetos
ocorre apenas em pontos relativamente pequenos onde pontos altos em ambas as superfícies estão
opostos uns aos outros; assim, a área de contato não tem relação direta com a área total de superfície
da base do objeto apoiado, mas na realidade é muito menor. A pressão nos pontos reais de contato é,
portanto, muito grande e suficiente em muitos casos para unir as duas superfícies juntas (caso do
contato do vidro plano sobre vidro plano). A força máxima de atrito que pode ser suportada pela interface
é a força necessária para quebrar estas uniões microscópicas. Se o contato for deslizante, formam-se e
quebram-se ligamentos continuamente, e o material pode ser transferido de uma superfície para outra
no processo. Verificou-se que os mesmos efeitos exercem um papel importante nas forças de atrito,
associados ao contato de rolamento entre dois corpos. Neste caso, a área real de contato é ainda menor
e, em conseqüência, o atrito de rolamento é ordinariamente menor que o atrito de deslizamento entre os
mesmos materiais. No caso do atrito de rolamento, contudo, a deformação do objeto que rola sob as
forças que atuam sobre ele também pode ser importante na determinação da grandeza das forças de
atrito.
Vê-se claramente que os mecanismos físicos relevantes para os efeitos de atrito estão completamente
envolvidos, e uma descrição analítica destes efeitos em termos fundamentais é comumente muito
complicada. É muito simples, contudo, descrever como as forças de atrito atuam, sem haver
necessidade de citar (ou até mesmo conhecer) os mecanismos físicos responsáveis pela ação delas.
Isto pode ser efetuado meramente observando-se que tem sido averiguado experimentalmente que uma
força de atrito existe entre um objeto e a superfície sobre a qual ele repousa. A maneira pela qual esta
força age depende de o corpo estar em repouso (atrito estático) ou deslizando sobre a superfície abaixo
dele (atrito cinético). Em todos os casos, contudo, sua direção fica no plano da interface entre o corpo e
a superfície na qual ele repousa, como mostrado nas ilustrações [1].
No caso do atrito estático,,já que o corpo está em equilíbrio implícito, a soma vetorial de todas as forças
sobre ele deve ser zero. Isto significa que a força de atrito deve ser igual em módulo e direção e oposta
em sentido em relação à resultante de todas as outras forças que atuam no objeto. Mas a força de atrito
estático pode apenas chegar à sua maior grandeza (valor) antes do corpo “quebrar as arestas” e
começar a deslizar. O valor da maior força de atrito possível (Fat máx.) é diretamente proporcional ao valor
da componente de força exercida pelo plano de apoio no corpo que é normal ao atrito da interface,
usualmente referida como a força normal N. Estas forças estão ilustradas, no caso mais simples
possível, em [2] . Conseqüentemente, o valor da força máxima possível do atrito estático pode ser
escrita como:
onde e é uma constante de proporcionalidade, chamada coeficiente de atrito estático. Seu valor,
obviamente, depende dos materiais que estão em contato com a interface e ainda, de sua aspereza ou
lisura. É preciso menos intensidade de força para superar as intensidades de forças de atrito entre um
pedaço de gelo e uma superfície de madeira que aquelas existentes quando um bloco de madeira que
tem o mesmo peso é colocado em lugar do primeiro. Uma vez que o coeficiente de atrito associado a
uma dada interface de atrito é conhecido, o valor da força estática máxima que ele suportará antes de
“quebrar as arestas” e começar a deslizar pode ser avaliado pela [eq.1].
Em qualquer situação onde as forças de atrito estático atuam, a condição do sistema é de equilíbrio, no
qual as forças que atuam, incluindo a força de atrito estático, são determinadas pela aplicação usual da
primeira lei de Newton. Não existe realmente nada novo envolvendo isto, exceto relembrar-se que em
todos os casos o valor calculado da força de atrito tem que ser menor ou igual ao valor da Fat máx. dado
por [eq.1]. A força de atrito estático não precisa, por conseguinte, ser igual a e.N. Pode muito bem ser
menor que este valor, mas não maior. Assim, a [eq.1] permite-nos determinar os limites nos quais as
forças de atrito estático podem atuar para manter um sistema no estado de equilíbrio estático.
No caso do atrito cinético, no qual o objeto não está em repouso mas está deslizando sobre a superfície
de suporte, a força de atrito atua sobre o objeto que desliza no plano da interface de atrito, em sentido
oposto àquele de seu movimento. Sua grandeza (valor) é novamente proporcional àquela da força
normal N, mas o coeficiente de proporcionalidade entre a força do atrito de deslizamento difere do
coeficiente do atrito estático que determina a força máxima que a mesma interface pode suportar em
equilíbrio estático. De fato, a força de atrito cinético que atua quando um corpo desliza sobre uma
superfície de suporte é quase invariavelmente menor que a força máxima de atrito estático que a
mesma interface pode suportar. Nós podemos, portanto, expressar a força de atrito cinético por:
Fat cin. = c.N [eq.2]
onde c é uma constante de proporcionalidade referida como o coeficiente de atrito cinético associado
com o tipo específico de interface de atrito envolvido. Já que a intensidade da força de atrito de
deslizamento c.N é menor que a intensidade da força estática máxima e.N necessária para “quebrar
as quinas", é claro que para uma dada interface, c será sempre menor que e. Também, já que a força
de atrito cinético entre um objeto e a superfície sobre a qual ele desliza é praticamente independente de
sua velocidade (constatação experimental), o coeficiente de atrito cinético é essencialmente
independente da velocidade do corpo com respeito à superfície.
Uma descrição tal como esta dada acima, estabelecida em termos de observações experimentais mais
do que em princípios fundamentais, é chamada uma descrição empírica. Os coeficientes de atrito
estático e cinético e e c, que entram na descrição, não podem ser calculados de modo nenhum,
exceto se lançarmos mão de argumentos muito difíceis envolvendo forças intermoleculares previamente
esboçadas. No entanto, eles podem ser medidos experimentalmente com muita facilidade para todos os
pares concebíveis de substâncias as quais podem formar uma interface de atrito, e estes valores
medidos podem ser tabulados e referidos/usados quando necessário. Já que os coeficientes de atrito
são as razões das intensidades de duas forças (Fat/N), eles são adimensionais.
As leis que governam as forças de atrito estabelecidas acima são aproximadas, e não exatas. Em
particular, o coeficiente de atrito cinético pode realmente variar com a velocidade se um grande intervalo
de velocidade está envolvido, embora a suposição que isto não ocorra seja usualmente muito boa
quando se trata de um intervalo moderado de velocidades. O coeficiente de atrito estático e é sempre
maior que o coeficiente de atrito cinético c, porque é possível verificar-se invariavelmente que para
qualquer sistema uma força maior é requerida para “quebrar arestas” do que para manter um
deslizamento constante ou movimento rolante.
Vamos agora retornar aos sistemas mostrados nas ilustrações [1] e examinar em detalhes o que
acontece em cada caso ilustrado, usando a técnica dos corpos livres isolados descrita anteriormente.
Na ilustração [2b], na qual o bloco de peso Q é ilustrado como um corpo livre isolado, é evidente que se
este objeto está em equilíbrio, então, a soma de todos os componentes segundo x, y e z das forças que
atuam sobre ele deve igualar-se a zero. Como as forças que atuam no bloco têm apenas componentes
segundo y, podemos escrever:
já que, como foi mencionado previamente, T’ e T são iguais em valor. A tensão na corda é então igual a
Q, como se pode esperar em equilíbrio. Considerando o bloco retangular agora como um corpo isolado,
como está na ilustração [2a], e escrevendo as equações para o equilíbrio das forças aplicadas a este
objeto, obtemos:
Nestas equações, Q pode ser considerado como dado e sabe-se que T é igual a Q, da [eq. 4]. Nós
estamos então confrontando-nos com um grupo de duas equações simultâneas as quais podem ser
resolvidas para as duas incógnitas Fat e N, para dar:
A força de atrito é igual ao peso suspenso Q, e o valor da força normal N que o plano de suporte exerce
no bloco sustentado é simplesmente P, o peso do objeto sustentado.
Ao escrever a primeira das equações [eq.5], note que assumiu-se que a força de atrito estava no plano
de atrito da interface. Neste exemplo, supõe-se que o sistema esteja em equilíbrio sob a ação de todas
estas forças e, portanto, é claro que Q deve ser menor que e.N (portanto, menor que e.P), porque de
acordo com as leis que descrevem as forças de atrito, a força de atrito pode ter qualquer valor menor
que e.N, mas não pode exceder e.N.
O que comentamos baseando-nos nas ilustrações [2a],[2b] é justamente o que está ocorrendo na
ilustração [1a], onde Q = Q1, T = T1 e Fat = Fat1 .
Falemos agora do que acontece na ilustração [1b], onde alguma massa extra foi progressivamente
acrescentada ao bloco suspenso (que atingirá o valor final Q2) até chegarmos à situação na qual a força
de atrito assume o valor Fat2 = e.N = Fat máx. .
O sistema ainda está em equilíbrio (estático), embora esteja no limite extremo no qual o equilíbrio pode
ser mantido pela força de atrito, e o movimento é iminente. As equações de equilíbrio são as mesmas de
antes, efetuando-se apenas substituição das legendas, e teremos:
Se o peso suspenso exceder este valor, o equilíbrio não pode ser mais mantido e o objeto “quebra as
arestas” e desliza com aceleração não nula ao longo da direção y.
Existe ainda um outro modo segundo o qual o sistema pode estar em equilíbrio. Se um valor adequado
Q3 para o peso suspenso for selecionado, a tensão na corda flexível será suficiente para equilibrar a
força de atrito cinético que surge quando o objeto sustentado desliza com velocidade constante ao longo
da superfície de apoio, como é ilustrado na [1c]. Já que o sistema ainda está em equilíbrio (dinâmico)
sob estas circunstâncias, as equações de equilíbrio geral [eq. 5] são ainda aplicáveis, com a condição
de que Q seja substituído por Q3 , Fat por Fat3 = c.N e T por T3.
Outra vez, o procedimento do corpo isolado aplicado ao peso suspenso leva-nos a concluir que T3 = Q3,
enquanto que as equações de equilíbrio do corpo apoiado levam a:
Existem, então, dois estados de equilíbrio 'críticos' possíveis, um no qual o sistema está em repouso,
aparecendo como um caso especial da situação ilustrada em [1a] e discutido em [1b] juntamente com
as (eq. 5) e no qual Q2 tem o valor e.P; e um outro no qual o sistema desliza à direita com velocidade
constante [1c], como foi discutido logo acima, onde Q3 = c.P.
Para se efetuar uma transição entre estes dois estados, deve ser aplicada uma força
externa. Por exemplo, se o sistema estiver inicialmente em repouso (por exemplo, como
em [1a] substituindo-se Q1 por Q3), pode ser posto em movimento por um toque de mão
(ou dar 'piparotes' sobre a mesa de apoio), e então persistirá em movimento com
velocidade constante até que seja parado por uma outra força aplicada externamente.
Tal sistema que tem dois estados de equilíbrio é comumente chamado de sistema
duplamente estável. Os sistemas que têm três ou, ainda, muitos estados de equilíbrio não
são absolutamente incomuns. Para tais sistemas desenvolve-se um novo campo de estudos
denominado estabilidade de equilíbrio. Um outro exemplo familiar de um sistema
duplamente estável está mostrado em ambos seus estados de equilíbrio na ilustração [3] a
seguir.
Continuemos. Se o peso do corpo suspenso exceder o valor de Fat máx. então a força T exercida pela
corda flexível será maior que a força máxima de atrito que possa existir na interface de atrito. Sob estas
circunstâncias, a soma das componentes segundo x das forças que atuam sobre o objeto sustentado
possivelmente não pode ser zero, mas a soma deve, ao invés disso, dar uma força resultante total ao
longo da direção x. O corpo não estará mais em equilíbrio e, de acordo com a segunda lei de Newton,
deverá experimentar uma aceleração ao longo do eixo x em resposta à força resultante.
Se o peso do objeto suspenso (Q) for menor que e.P mas maior que c.P, o corpo sustentado estará
em equilíbrio se ele estiver em repouso, porque uma força de atrito estático maior que e.P pode então
ser mantida para contrabalançar a tensão na corda. Se o objeto for posto em movimento ao longo da
direção positiva do eixo x, contudo, a força máxima de atrito cinético que pode ser mantida pelo contato
do deslizamento é c.P, e isto é insuficiente para contrabalançar a tensão na corda e tornar a força
resultante igual a zero. Ao invés disso, uma força resultante atuará ao longo da direção x sobre o corpo
sustentado, a qual causa novamente uma aceleração naquela direção. Esta situação está ilustrada na
[1d].
Por ora,já que estamos interessados primariamente em conhecer como os sistemas em equilíbrio se
comportam, nós não nos dedicaremos à discussão sobre o que acontece quando o sistema não está
mais em equilíbrio, e retornaremos a este assunto em outro trabalho, na Sala de Dinâmica