Você está na página 1de 30

Movimento circular

Apresentação
As trajetórias circulares são facilmente encontradas num parque de diversões, como na roda-
gigante, e algumas vezes na montanha-russa, com o looping. Para descrever a trajetória, é preciso
analisar a maneira que um objeto varia a sua posição.

Nesta Unidade de Aprendizagem, vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre uma importante
grandeza da Física: a velocidade.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar variáveis e equações do movimento circular.


• Relacionar as grandezas do movimento circular ao movimento linear.
• Resolver problemas de contexto físico relacionados à variação angular (movimento circular).
Desafio
Uma pedra presa numa corda descreve um movimento circular com velocidade angular constante.
Num dado momento, a corda arrebenta. Descreva como e por que o comportamento da pedra
muda depois que ela arrebenta.
Infográfico
Quando queremos descrever um fenômeno, devemos identificar qual o sistema de referência
adequado. Nos movimentos circulares, utilizaremos as coordenadas polares, conforme o esquema a
seguir.
Aponte a câmera para o
código e acesse o link do
conteúdo ou clique no
código para acessar.
Conteúdo do livro
Analisaremos o movimento circular traçando paralelos. Acompanhe um trecho do livro Física para
universitários: Mecânica, que servirá como base para esta Unidade de Aprendizagem. Inicie sua
leitura pelo tópico Coordenadas polares.
Física
para Universitários

MECÂNICA

Wolfgang Bauer
Gary D. Westfall
Helio Dias
B344f Bauer, Wolfgang.
Física para universitários [recurso eletrônico] : mecânica /
Wolfgang Bauer, Gary D. Westfall, Helio Dias ; tradução: Iuri
Duquia Abreu, Manuel Almeida Andrade Neto ; revisão técnica:
Helio Dias. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2012.

Editado também como livro impresso em 2012.


ISBN 978-85-8055-095-5

1. Física. 2. Mecânica. I. Westfall, Gary D. II. Dias, Helio.


III. Título.

CDU 531

Catalogação na publicação: Fernanda B. Handke dos Santos – CRB 10/2107


280 Física para Universitários: Mecânica

9.1 Coordenadas polares


No Capítulo 3, discutimos o movimento em duas dimensões. Neste capítulo, examinaremos
um caso especial de movimento num plano de duas dimensões: movimento de um corpo ao
longo da circunferência de um círculo. Para ser preciso, somente estudaremos o movimento
circular de corpos que possamos considerar como partículas pontuais. No Capítulo 10, sobre
rotação, abrandaremos essa condição e também examinaremos corpos extensos.
O movimento circular é surpreendentemente comum. Andar num carrossel ou em mui-
tos outros brinquedos de parques de diversão, como os mostrados na Figura 9.2, qualificam
um movimento circular. Corridas de carros no estilo Indy (pistas ovais) também envolve mo-
Figura 9.2 Movimento circular no vimento circular, conforme os carros alternam entre se moverem ao longo de seções retas e
plano horizontal e no vertical. segmentos em meio círculo da pista. Tocadores de CD, DVD e Blu-ray também operam com
movimento circular, embora esse movimento seja usualmente escondido dos olhos.
y Durante o movimento circular de um corpo, suas coordenadas x e y variam continua-
ŷ mente, mas a distância do corpo ao centro do caminho circular permanece a mesma. Podemos
t̂ tirar vantagem desse fato, usando as coordenadas polares para estudar o movimento circular.
r̂ Mostrado na Figura 9.3, está o vetor posição, , de um corpo em movimento circular. Esse vetor
x̂ varia como uma função do tempo, mas sua ponta sempre se move sobre uma circunferência de
r s um círculo. Podemos especificar dando suas componentes x e y. Entretanto, podemos especi-
 ficar o mesmo vetor dando outros dois números: o ângulo de relativo ao eixo x, , e o compri-
x
mento de , r = (Figura 9.3).
A trigonometria fornece as relações entre as coordenadas cartesianas x e y e as coordena-
Figura 9.3 Sistema coordenado polar
das polares  e r:
para o movimento circular.

(9.1)

 = tg–1(y/x). (9.2)
A transformação inversa, de polar para cartesiana, é dada por (veja Figura 9.4)
x = r cos  (9.3)
y = r sen . (9.4)
Capítulo 9 Movimento Circular 281

A maior vantagem de usar as coordenadas polares para analisar o movimento circular é


que r nunca varia. Permanece o mesmo tão longe quanto a ponta do vetor possa se mover ao
longo do caminho circular. Assim, podemos reduzir a descrição do movimento bidimensional
sobre a circunferência e um círculo para um problema unidimensional envolvendo o ângulo .
A Figura 9.3 também mostra os vetores unitários nas direções radial e tangencial, e , y
respectivamente. O ângulo entre e é, outra vez, o ângulo . Portanto, os componentes carte-  rˆ  1
sianos do vetor radial unitário podem ser escritos como segue (refira-se à Figura 9.4):

(9.5) sen 

Similarmente, obtemos as componentes cartesianas do vetor tangencial unitário: x
cos 
(9.6)
Figura 9.4 Relação entre o vetor ra-
dial unitário e o seno e cosseno do
(Note que o vetor tangencial unitário é sempre denotado com um “chapéu”, , podendo assim ângulo.
ser distinguido na leitura do tempo, t.) É direta a verificação de que os vetores unitários radial
e tangencial são perpendiculares entre si, tomando seus produtos escalares:

Também podemos verificar que esses dois vetores unitários têm comprimento de 1, como re-
querido:

Finalmente, é importante enfatizar que, no movimento circular, há uma diferença maior


entre os vetores unitários para as coordenadas polares e aqueles para as coordenadas cartesia-
nas: os vetores unitários cartesianos permanecem constantes no tempo, enquanto os vetores
radial e tangencial unitários variam suas direções durante o processo do movimento circular.
Isso acontece, porque ambos os vetores dependem do ângulo , o qual, para o movimento cir-
cular, depende do tempo.

9.2 Coordenadas angulares e deslocamento angular


As coordenadas polares nos permitem descrever e analisar o movimento circular, onde a dis-
tância da origem, r, do corpo em movimento permanece constante e o ângulo  varia como
uma função do tempo, (t). Como já foi salientado, o ângulo  é medido em relação ao eixo x
positivo. Qualquer ponto sobre o eixo x positivo tem um ângulo  = 0. Como na definição da
equação 9.2 implica, um movimento no sentido anti horário para longe do eixo x positivo, em
direção ao eixo y negativo, resulta em valores negativos de .
As duas unidades mais comumente usadas para ângulos são o grau (º) e o radiano (rad).
Essas unidades são definidas de forma que o ângulo medido para um círculo completo seja
de 360º, o qual corresponde a 2 rad. Assim, a unidade de conversão entre as duas medidas
angulares é

Como a posição linear x, o ângulo  pode ter valores positivos e negativos, Entretando,  é
periódico; uma volta completa ao redor do círculo (2 rad ou 360º) retorna a coordenada de 
no mesmo ponto no espaço. Exatamente como o deslocamento linear, Dx, é definido para ser
a diferença entre duas posições, x2 e x1, o deslocamento angular, D, é a diferença entre dois
ângulos:
D = 2 – 1.
282 Física para Universitários: Mecânica

EXEMPLO 9.1 Localizando um ponto com coordenadas


cartesianas e polares

y Um ponto tem a localização dada em coordenadas cartesianas (4, 3), como mostrado na Figura 9.5.
3 P
(4,3) PROBLEMA
2 Como representamos a posição desse ponto em coordenadas polares?
r
1 SOLUÇÃO
Usando a equação 9.1, podemos calcular a coordenada radial:
 x
0
0 1 2 3 4
Figura 9.5 Um ponto localizado em
(4, 3) no sistema coordenado carte- Usando a equação 9.2 podemos calcular a coordenada angular:
siano.
 = tg–1 (y/x) = tg–1 (3/4) = 0,64 rad = 37°.
Portanto, podemos expressar a posição do ponto P em coordenadas polares como (r, ) = (5,0,64
rad) = (5,37°). Note que podemos especificar a mesma posição adicionando (qualquer múltiplo
inteiro de) 2 rad, ou 360º, a :
(r, ) = (5,0,64 rad) = (5,37°) = (5,2 rad + 0,64 rad) = (5,360° + 37°).

Comprimento de arco
A Figura 9.3 também mostra (em verde) o caminho sobre a circunferência do círculo pela pon-
9.1 Pausa para teste ta do vetor indo do ângulo zero até . Esse caminho é chamado de comprimento do arco, s. O
Use coordenadas polares e cál- comprimento do arco está relacionado ao raio e ao ângulo por
culo para mostrar que a circun-
ferência de um círculo com raio s = r (9.7)
R é 2R. Para resolver numericamente essa relação, o ângulo deve ser medido em radianos. O fato é
que a circunferência do círculo 2r é um caso especial da equação 9.7 com  = 2 rad, cor-
respondendo a uma volta completa ao redor do círculo. O comprimento do arco tem a mesma
unidade do raio.
9.2 Pausa para teste Para pequenos ângulos, medindo um grau ou menos, o seno do ângulo é aproximada-
Use coordenadas polares e cál- mente (para quatro algarismos significativos) igual ao ângulo medido em radianos. Devido a
culo para mostrar que a área de esse fato, bem como a necessidade do uso da equação 9.7 para resolver problemas, a unidade
um círculo com raio R é R2. preferida para as coordenadas angulares é o radiano. Mas o uso de graus é comum, e este livro
usa ambas as unidades.

EXEMPLO 9.2 Trilha de CD

r2 A trilha sobre um disco compacto (CD) é representada na Figura 9.6. A trilha é uma espiral ini-
ciando no raio mais interno r1 = 25 mm e terminando no raio mais externo r2 = 58 mm. O espaça-
mento entre sucessivas curvas da trilha é uma constante, Dr = 1,6 mm.

PROBLEMA
r1 Qual é o comprimento total dessa trilha?
Dr

SOLUÇÃO 1, SEM CÁLCULO


Num dado raio r, entre r1 e r2, a trilha é quase perfeitamente circular. Considerando que o espaça-
mento da trilha é Dr = 1,6 mm e a distância entre as partes mais internas e as mais externas é r2 – r1
= (58 mm) – (25 mm) = 33 mm, achamos que a trilha dá um total de voltas de:

Figura 9.6 A trilha de um disco


compacto.
(Note que não arredondamos esse resultado intermediário!) Os raios desses 20.625 círculos cres-
cem linearmente de 25 mm até 58 mm; consequentemente, as circunferências (c = 2r) também
Capítulo 9 Movimento Circular 283

crescem linearmente. O raio médio dos círculos é, então , e a circunferên-


cia média é

Agora temos que multiplicar essa circunferência média pelo número de círculos para obter nosso
resultado:

arredondado para dois algarismos significativos. Assim, o comprimento de uma trilha de CD é


mais do que 3,3 milhas!

SOLUÇÃO 2, COM CÁLCULO


O espaçamento entre as sucessivas curvas da trilha é uma constante, Dr = 1,6 mm; portanto, a
densidade da trilha (isto é, o número de vezes que a trilha é cruzada na direção radial por unidade
de comprimento, movendo-se para fora desde o ponto mais interno) é 1/Dr = 625.000 m–1. Num
dado raio r, entre r1 e r2, a trilha é quase perfeitamente circular. Esse segmento da espiral da trilha
tem comprimento 2r, mas os comprimentos das curvas crescem constantemente por mais tem-
po movendo-se para fora. Obtemos o comprimento total da trilha integrando o comprimento de
cada curva de r1 a r2, multiplicado pelo número de curvas por unidade de comprimento:

Satisfatoriamente, essa solução baseada em cálculo concorda com a solução que obtivemos sem o
uso do cálculo. Você pode pensar que as condições tinham de ser encontradas para permitir o uso
do cálculo nesse caso. (Para um DVD, a propósito, a densidade de trilha é mais alta por um fator
de 2,2, resultando em uma trilha que mede quase 12 km.)
A Figura 9.7 mostra uma pequena porção das trilhas de dois CDs, com um aumento de 500
vezes. A Figura 9.7a mostra um CD prensado de fábrica com as saliências individuais de alumínio
visíveis. Na Figura 9.7b está um CD de leitura/gravação, o qual é queimado quando um laser induz
uma variação de fase na trilha contínua. A porção inferior direita desta figura mostra uma parte do
CD na qual nada ainda foi gravado.

(Trilha) (Trilha)

50 m 50 m

(a) (b)
Figura 9.7 Imagens microscópicas (aumento 500x) de (a) um CD prensado de fábrica e (b) um CD de leitu-
ra/gravação. A linha sólida indica a direção das trilhas.

9.3 Velocidade angular, frequência angular e período


Vimos que a variação das coordenadas lineares de um corpo no tempo é a sua velocidade.
Similarmente, a variação das coordenadas angulares de um corpo no tempo é sua velocidade
angular. O valor médio da velocidade angular é definido como
284 Física para Universitários: Mecânica

Essa definição usa a notação 1 ≡ (t1) e 2 ≡ (t2). A barra horizontal acima do símbolo  para
a velocidade angular, outra vez, indica um tempo médio. Tomando o limite dessa expressão, à
Direção da
medida que o intervalo de tempo se aproxima de zero, achamos o valor instantâneo da veloci-
velocidade dade angular:
angular  Direção de
rotação
(9.8)

A unidade mais comum para velocidade angular é radianos por segundo (rad/s); graus por
segundo, geralmente, não é usado.
A velocidade angular é um vetor. Sua direção é aquela de um eixo através do centro do
caminho circular e perpendicular ao plano do círculo. (Esse eixo é um eixo de rotação, como
discutiremos em maiores detalhes no Capítulo 10.) Essa definição permite duas possibilidades
para a direção na qual o vetor pode apontar: para cima ou para baixo, paralela ou antiparale-
Figura 9.8 A regra da mão direita
la ao eixo de rotação. A regra da mão direita nos ajuda a decidir qual é a correta direção: quan-
para determinar a direção do vetor
velocidade angular.
do os dedos apontam na direção de rotação ao longo da circunferência do círculo, o polegar
aponta na direção de , como mostrado na Figura 9.8.
A velocidade angular mede o quanto varia o ângulo  no tempo. Uma outra quantidade
também especifica o quanto varia esse ângulo no tempo – a frequência angular, ou simples-
mente frequência, f. Por exemplo, o número de rpm no tacômetro, em seu carro, indica quanto
tempo por minuto o motor faz seu ciclo e, assim, especifica a frequência de rotação do motor.
A Figura 9.9 mostra um tacômetro, com as unidades especificadas como “1/minuto x 1.000”; o
motor atinge a faixa vermelha em 6.000 rotações por minuto. Assim, a frequência, f, mede ci-
clos por unidade de tempo, em vez de radianos por unidade de tempo, como mede a velocidade
angular. A frequência está relacionada à velocidade angular, , por

(9.9)

Essa relação tem sentido, porque uma volta completa ao redor de um círculo requer uma va-
Figura 9.9 O tacômetro de um carro
riação de ângulo de 2 rad. (Seja cuidadoso – ambas, frequência e velocidade angular, têm a
mede a frequência (em ciclos por mi-
nuto) de rotação do motor.
mesma unidade inversa de segundos e podem ser facilmente confundidas.)
Devido à unidade inversa de segundo ser muito usada, foi dado a ela um nome próprio: o
hertz (Hz), nome do físico alemão Heinrich Rudolf Hertz (1857-1894). Assim, 1 Hz = 1 s-1. O
período de rotação, T, é definido como o inverso da frequência:

(9.10)

O período mede o intervalo de tempo entre duas sucessivas instâncias, onde o ângulo tem o
mesmo valor; isto é, o tempo que leva para passar uma vez ao redor do círculo. A unidade para
o período é a mesma do tempo, ou seja, o segundo (s). Dadas as relações entre período e fre-
quência e frequência e velocidade angular, obtemos também

(9.11)

Velocidade angular e velocidade linear


Se tomarmos a derivada em relação ao tempo do vetor posição, obteremos o vetor velocidade li-
near. Para encontrar a velocidade angular, é mais conveniente escrever o vetor posição radial em
coordenadas cartesianas e tomar as derivadas em relação ao tempo, componente a componente:

Agora podemos usar o fato de que, para o movimento ao longo de um círculo, a distância r à
origem não varia no tempo, mas é constante. Isso resulta em
Capítulo 9 Movimento Circular 285

Aqui, usamos a regra da cadeia da diferenciação, no último passo, e colocamos em evidência o y


fator comum rd/dt. Já sabemos que a derivada em relação ao tempo do ângulo é a velocidade
angular (veja a equação 9.8). Além disso, reconhecemos o vetor (–sen , cos ) como o vetor v
tangencial unitário (veja a equação 9.6). Desse modo, temos a relação entre as velocidades an- t̂

gular e linear para o movimento circular:
r
= r . (9.12)
 x
(Outra vez, é o símbolo para o vetor tangencial unitário e não tem conexão com o tempo t!)
Devido ao vetor velocidade apontar na direção da tangente para a trajetória em qualquer
dado tempo, ele é sempre tangencial à circunferência do círculo, apontando na direção do Figura 9.10 A velocidade linear e os
vetores coordenados.
movimento, como mostrado na Figura 9.10. Assim, o vetor velocidade é sempre perpendicular
ao vetor posição, o qual aponta na direção radial. Se os dois vetores são perpendiculares um ao 9.1 Exercícios
outro, seu produto escalar é zero. Assim, para o movimento circular, temos sempre
de sala de aula
Uma bicicleta tem rodas de raio
Se tomarmos os valores absolutos dos lados esquerdo e direito da equação 9.12, obtemos uma 33,0 cm. A bicicleta está an-
importante relação entre os módulos das velocidades linear e angular para o movimento circular: dando a velocidade de 6,5 m/s.
Qual é a velocidade angular do
v = r (9.13) pneu da frente?

Lembre-se de que essa relação considera somente os módulos das velocidades linear e angular. a) 0,197 rad/s d) 19,7 rad/s
Seus vetores apontam em direções diferentes e, para o movimento circular, são perpendiculares b) 1,24 rad/s e) 215 rad/s
entre si, com apontando na direção do eixo de rotação e tangencial ao círculo.
c) 5,08 rad/s

EXEMPLO 9.3 Translação e rotação da Terra

PROBLEMA
A Terra orbita o Sol e também gira sobre seu próprio eixo. Quais são as velocidades angulares, as
frequências e as velocidades lineares desses movimentos?

SOLUÇÃO
Qualquer ponto sobre a superfície da Terra se move em movimento circular ao redor do eixo de
rotação (de polo a polo), com um período de rotação de 1 dia. Expresso em segundos, esse período é

A Terra se move ao redor do Sol sobre uma trajetória elíptica, muito próxima de uma trajetória
circular. Então, vamos tratar a órbita da Terra como um movimento circular. O período orbital
para o movimento da Terra ao redor do Sol é 1 ano. Expressando esse período em segundos, temos

Ambos os movimentos circulares têm velocidade angular constante. Assim, podemos usar T = 1/f
e  = 2f para obter as frequências e velocidades angulares:

Continua →
286 Física para Universitários: Mecânica

Note que o período de 24 horas que usamos como duração de um dia é quanto tempo leva o Sol
para atingir a mesma posição no céu. Se quiséssemos especificar as frequências e as velocidades
angulares com maior precisão, teríamos que usar o dia sideral, porque a Terra também está se mo-
vendo ao redor do Sol durante cada dia, ou o tempo que a Terra leva, de fato, para completar uma
rotação e trazer as estrelas para as mesmas posições no céu noturno. Esse é o dia sideral, com 23 h:
56 min e um pouco mais de 4 s, ou 86.164,09074 s = (1 – 1/365,2425) ⋅ 86.400 s. (Usamos o fato de
que leva uma fração de dia a mais do que os 365 para completar uma órbita ao redor do Sol – esse
é o porquê da necessidade de anos bissextos.)
Polo Norte Agora, vamos encontrar a velocidade linear na qual a Terra orbita o Sol. Por estarmos assu-
mindo um movimento circular, a relação entre a velociade orbital e a velocidade angular é dada
por v = r. Para ter nossa resposta, precisamos saber o raio da órbita. O raio dessa órbita é a dis-
r tância Terra-Sol, rTerra-Sol = 1,49 ⋅ 1011 m. Portanto, a velocidade orbital linear – a velocidade com a
qual a Terra se move ao redor do Sol – é
R
v = r = (1,49 ⋅ 1011 m)(1,99 ⋅ 10–7 s–1) = 2,97 ⋅ 104 m/s
 Isso é acima de 66.000 mph!
Agora, podemos achar a velocidade de um ponto sobre a superfície da Terra que rotaciona
Equador em relação ao seu próprio centro. Notamos que pontos em diferentes latitudes têm diferentes
distâncias ao eixo de rotação, como mostrado na Figura 9.11. No equador, o raio de órbita é r =
RTerra = 6.380 km. Longe do Equador, o raio de rotação, como uma função do ângulo de latitude,
é r = RTerra cos ; veja a Figura 9.11. (A letra teta, , em manuscrito, é usada aqui para o ângulo
de latitude, a fim de evitar confusão com , o qual é usado para o movimento circular.) Em geral,
Polo Sul
obtemos a seguinte fórmula para a velocidade de rotação:

Figura 9.11 O eixo de rotação da


Terra é indicado pela linha vertical.
Pontos em diferentes latitudes sobre
a superfície da Terra se movem em di-
ferentes velocidades. Nos polos, onde  = 90°, a velociade de rotação é zero; no Equador, onde  = 0°, a velocidade é
464 m/s. Seattle, com  = 47,5°, se move com v = 313 m/s e Miami, com  = 25,7°, tem velocidade
v = 418 m/s.

9.4 Aceleração angular e centrípeta


A taxa de variação da velocidade angular de um corpo é sua aceleração angular, denotada pela
letra grega . A definição do valor da aceleração angular é análoga a da aceleração linear. Seu
valor médio é defindo como

O valor instantâneo da aceleração angular é obtido pelo limite, na medida em que o tempo se
aproxima de zero:

(9.14)

Da mesma forma como relacionamos a velocidade linear à velocidade angular, podemos tam-
bém relacionar a aceleração tangencial à aceleração angular. Iniciamos com a definição do ve-
tor aceleração linear como a derivada temporal do vetor velocidade linear. Então, substituímos
a expressão para a velocidade linear no movimento circular da equação 9.12:

(9.15)

No último passo, aqui, usamos a regra do produto da diferenciação. Assim, a aceleração no


movimento circular tem duas componentes. A primeira parte aparece da variação do valor da
Capítulo 9 Movimento Circular 287

velocidade; essa é a aceleração tangencial. A segunda parte é devido ao fato de que o vetor y !0
velocidade sempre aponta na direção tangencial e tem que variar, assim, sua direção conti-
v
nuamente, à medida que a ponta do vetor posição radial se move ao redor do círculo; essa é a
aceleração radial. atr̂
a
Vamos olhar as duas componentes individualmente. Primeiro, podemos calcular a deriva-
da em relação ao tempo da velocidade linear, v, usando a relação entre a velocidade linear e a acrˆ
r
velocidade angular da equação 9.13 e, outra vez, invocando a regra do produto: x

(a)

Por r ser constante para o movimento circular, dr/dt = 0, e o primeiro termo na soma no lado y #0
direito é zero. Da equação 9.14, d/dt = , e, então, o segundo termo na soma é igual a r. As-
v
sim, a variação na velocidade está relacionada à aceleração angular por

(9.16) a
r
Entretanto, o vetor aceleração da equação 9.15 também tem uma segunda componente, propor- x
cional à derivada temporal do vetor tangencial unitário. Para essa quantidade, achamos
(b)

y "0

acrˆ atr̂
Portanto, encontramos que a derivada temporal do vetor tangencial unitário aponta na direção
r a
oposta daquela do vetor radial unitário. Com esse resultado, podemos, finalmente, escrever
x
para o vetor aceleração linear na equação 9.15
(t) = r – v (9.17) (c)
De novo, para o movimento circular, o vetor aceleração tem duas componentes físicas Figura 9.12 Relações entre a acele-
(Figura 9.12): a primeira resulta da variação na velocidade e aponta na direção tangencial, e a ração linear, aceleração centrípeta e
segunda, vem da variação contínua da direção do vetor velocidade e aponta na direção radial aceleração angular para (a) um au-
negativa, em direção ao centro do círculo. Esta segunda componente está presente mesmo se o mento de velocidade, (b) velocidade
movimento circular proceder com velocidade constante. Se a velocidade angular é constante, constante e (c) uma diminuição na
a aceleração angular tangencial é zero, mas o vetor velocidade ainda varia a direção continua- velocidade.
mente, conforme o corpo se move em seu caminho circular. A aceleração que varia a direção
do vetor velocidade sem variar seu módulo é frequentemene chamada de aceleração centrípe-
ta (centrípeta significa “procurando o centro”) e está apontada para dentro na direção radial.
Assim, podemos escrever a equação 9.17 para a aceleração de um corpo em movimento circu-
lar como a soma da aceleração tangencial com a aceleração centrípeta:
= at – a c . (9.18)
O valor da aceleração centrípeta é

(9.19)

A primeira expressão para a aceleração centrípeta na equação 9.19 pode ser simplesmente lida
da equação 9.17 como o coeficiente do vetor unitário apontando na direção radial negativa. As
segunda e terceira expressões para a aceleração centrípeta seguem, então, da relação entre as
velocidades linear e angular e o raio (equação 9.13).
Para o valor da aceleração no movimento circular, temos, assim, das equações 9.17 e 9.19,

(9.20)
288 Física para Universitários: Mecânica

EXEMPLO 9.4 Ultracentrífuga


Uma das mais importantes peças de equipamento dos laboratórios biomédicos é a ultracentrí-
fuga (Figura 9.13). Ela é usada para a separação de componentes (como coloides ou proteínas)
compostas por partículas de diferentes massas, por meio do processo de sedimentação (as partí-
culas de mais massa descem para o fundo). Em vez de contar com a aceleração da gravidade para
completar a sedimentação, uma ultracentrífuga utiliza a aceleração centrípeta da rápida rotação
para acelerar o processo. Algumas ultracentrífugas podem atingir valores de aceleração acima de
106 g (g = 9,81 m/s2).

Painel de controle e
Porta de acesso interface do usuário

Tubo da centrífuga Câmara de


Rotor centrifugação

Dissipador
de calor

Cubo Motor com Bomba de difusão Bomba de vácuo


impulsionador dissipador de calor
Figura 9.13 Diagrama em corte de uma ultracentrífuga.

PROBLEMA
Se você quer gerar 840.000 g de aceleração centrípeta em uma amostra que gira a uma distância de
23,5 cm do eixo de rotação da ultracentrífuga, qual é a frequência que você precisa programar nos
controles? Qual é a velocidade linear com a qual a amostra está, então, se movendo?

SOLUÇÃO
A aceleração centrípeta é dada por ac = 2r e a velocidade angular está relacionada à frequência
pela equação 9.11:  = 2f. Assim, a relação entre a frequência e a aceleração centrípeta é ac =
(2f)2 r, ou

Para a velocidade linear da amostra dentro da ultracentrífuga, achamos, então


v = r = 2rf = 2(0,235 m)(942s–1) = 1,39 km/s.

Outros tipos de centrífugas chamadas de centrífugas a gás são usadas no processo de en-
riquecimento de urânio. Nesse processo, os isótopos 235U e 238U, que diferem em massa por
pouco mais de 1%, são separados. Urânio natural contém mais do que 99% do inócuo 238U.
Mas se o urânio é enriquecido para conter mais do que 90% de 235U, ele pode ser usando em
armas nucleares. As centrífugas a gás usadas no processo de enriquecimento precisam girar a
aproximadamente 100.000 rpm, o que resulta em uma incrível tensão sobre os mecanismos e
materiais dessas centrífugas e as faz muito difíceis de projetar e fabricar. A fim de impedir a
proliferação de armas nucleares, o projeto dessas centrífugas é um segredo cuidadosamente
guardado.
Capítulo 9 Movimento Circular 289

9.3 Pausa para teste


EXEMPLO 9.5 Aceleração centrípeta devido à rotação da Terra
A aceleração centrípeta, resul-
Em virtude da rotação da Terra, os pontos sobre sua superfície se movem com uma velocidade tante da rotação da Terra, tem
rotacional e é interessante calcular a correspondente aceleração centrípeta. Essa aceleração pode valor máximo de aproximada-
alterar muito pouco o valor comumente declarado da aceleração devido à gravidade sobre a su- mente g/300. Você pode deter-
minar o valor da aceleração cen-
perfície da Terra.
trípeta devido à órbita da Terra
Podemos inserir os dados para a Terra na equação 9.19 para encontrar o valor da aceleração
ao redor do Sol?
centrípeta:

9.4 Pausa para teste


Você está parado sobre a super-
fície da Terra, no Equador. Se a
Aqui, usamos a mesma notação do Exemplo 9.3, com  indicando a latitude do ângulo relativo Terra parasse de girar sobre seu
ao Equador. Nosso resultado mostra que a aceleração centrípeta decorrente da rotação da Terra eixo, você se sentiria mais leve,
varia a aceleração gravitacional efetiva sobre a superfície da Terra por um fator entre 0,33% (no mais pesado ou o mesmo?
Equador) e zero (nos polos). Usando Seattle e Miami como exemplos, obtemos a aceleração cen-
trípeta de 0,02 m/s2 para Seattle e 0,03 m/s2 para Miami. Esses valores são relativamente pequenos
se comparados ao valor da aceleração da gravidade, 9,81 m/s2, mas não são (sempre) desprezíveis. 9.2 Exercícios
de sala de aula
O período de rotação da Terra,
sobre seu eixo, é 24 h. Nessa
EXEMPLO 9.6 CD player
velocidade angular, a aceleração
centrípeta na superfície da Terra
é pequena comparada à acelera-
PROBLEMA ção da gravidade. Qual deveria
No Exemplo 9.2, vimos que a trilha de um CD mede 5,4 km de comprimento. Um CD de música ser o período de rotação da Ter-
pode armazenar 74 minutos de música. Quais são a velocidade angular e a aceleração tangencial do ra para que o valor da acelera-
disco conforme ele gira dentro de um tocador de CD, assumindo uma velocidade linear constante? ção centrípeta, na superfície no
equador, fosse igual ao valor da
SOLUÇÃO aceleração da gravidade? (Com
Já que a trilha mede 5,4 km e tem que passar pelo laser que a lê no intervalo de tempo Dt = 74 min esse período de rotação, você
= 4.440 s, a velocidade da trilha passando pelo leitor tem que ser v = (5,4 km)/(4.440 s) = 1,216 levitaria acima da superfície da
m/s. Do Exemplo 9.2, a trilha é uma espiral com 20.625 curvas, iniciando no raio mais interno r1 = Terra!)
25 mm e atingindo o raio mais externo r2 = 58 mm. Em cada valor do raio r, podemos aproximar a) 0,043 h d) 1,41 h
a trilha espiral a um círculo, como fizemos no Exemplo 9.2. Então, podemos usar a relação entre
as velocidades linear e angular, expressa na equação 9.13, para resolver a velocidade angular como b) 0,340 h e) 3,89 h
uma função do raio: c) 0,841 h f) 12,0 h

Inserindo os valores para v e r, obtemos

Isso quer dizer que um tocador de CD tem que retardar a taxa de rotação do disco durante sua 9.5 Pausa para teste
execução. A aceleração angular média durante esse processo é
Como a aceleração centrípeta
de um CD, que está girando num
tocador, se compara à sua acele-
ração tangencial?

9.5 Força centrípeta


A força centrípeta, , não é outra força fundamental da natureza, mas é simplesmente a resul-
tante para dentro da força necessária para prover a aceleração centrípeta requerida para o mo-
290 Física para Universitários: Mecânica

9.3 Exercícios vimento circular. Ela tem que apontar para dentro, em direção ao centro do círculo. Seu valor
de sala de aula é o produto da massa do corpo pela aceleração centrípeta requerida para forçá-lo ao caminho
circular:
Você está sentado num carrossel
que está em movimento. Onde
você deveria sentar de modo (9.21)
que a maior força centrípeta es-
tivesse atuando sobre você? Para chegarmos à equação 9.21, simplesmente escrevemos a aceleração centrípeta em termos
a) Perto da borda exterior. de velocidade linear v, a velocidade angular, , e o raio r, com na equação 9.19, e multiplicamos
pela massa do corpo forçado para um caminho circular pela força centrípeta.
b) Perto do centro. A Figura 9.14 mostra uma vista de cima de uma mesa girante com três fichas de pôquer
c) No meio. idênticas (exceto pela cor) sobre ela. A ficha preta está localizada perto do centro, a ficha ver-
melha perto da borda externa e a ficha azul no meio delas. Se girarmos a mesa vagarosamente,
d) A força é a mesma em qual-
quer lugar.
como na parte (a), todas as três fichas estarão em movimento circular. Nesse caso, a força de
atrito estático entre a mesa e as fichas fornece a força centrípeta requerida para manter as fi-
chas em movimento circular. Nas partes (b), (c) e (d), a mesa está girando progressivamente
mais rápido. Uma velocidade angular mais alta significa uma maior força centrípeta, de acordo
com a equação 9.21. As fichas deslizam quando a força de atrito não é grande o suficiente para
fornecer a força centrípeta necessária. Como você pode ver, a ficha mais externa desliza para
fora primeiro e a mais interna por último. Isso claramente indica que, para uma dada veloci-
dade angular, a força centrípeta aumenta com a distância em relação ao centro. A equação 9.21
na forma Fc = m2r pode explicar esse comportamento observado. Todos os pontos sobre a
superfície da mesa girante têm a mesma velocidade angular, , porque todos levam o mesmo
tempo para completar uma revolução. Assim, para as três fichas de pôquer, a força centrípeta é
proporcional à distância em relação ao centro, explicando por que a ficha vermelha desliza para
fora primeiro e a preta por último.

Figura 9.14 Fichas de pôquer sobre


uma mesa girante. Mostradas da es-
querda para direita, estão as posições
iniciais das fichas e os momentos
quando as três fichas deslizam para
fora. (a) (b) (c) (d)

Pêndulo cônico
A Figura 9.15 é uma foto do Wave Swinger, um brinquedo num parque de diversões. As pessoas
se sentam em cadeiras que são suspensas por longas correntes de um disco sólido. No começo
da diversão, as correntes pendem direto para baixo, mas à medida que o brinquedo inicia seu
giro, as correntes formam um ângulo  com a vertical, como você pode ver. Esse ângulo é inde-
pendente da massa da pessoa, dependendo somente da velocidade angular do movimento cir-
cular. Como podemos achar o valor desse ângulo em termos desta velocidade?
Consideremos uma situação similar, mas um pouco mais simples: uma massa suspensa do
teto por uma corda de comprimento l e realizando movimento circular tal que o ângulo entre
Figura 9.15 Wave Swinger num par- a corda e a vertical é . A corda delineia a superfície de um cone, pelo que essa configuração é
que de diversões.
chamada de pêndulo cônico (veja a Figura 9.16).
A Figura 9.16c mostra um diagrama de forças para massa. Existem somente duas forças
atuando sobre ela. Atuando verticalmente para baixo, está a força da gravidade, , indicada
pela seta vermelha no diagrama; como de costume, seu valor é mg. A outra força atuante sobre
a massa é a de tensão na corda, , a qual atua ao longo da direção da corda num ângulo  com
a vertical. Essa tensão na corda é decomposta em suas componentes x e y (Tx = T sen , Ty = T
cos ). Não há movimento na direção vertical; logo, temos que ter força resultante zero naquela
direção, Fres,y = T cos  – mg = 0, conduzindo a
T cos = mg.
Capítulo 9 Movimento Circular 291

 
<
r
m  y
Ty T
m m
Tx x
r Fg

(a) (b) (c)


Figura 9.16 Pêndulo cônico: (a) vista superior; (b) vista lateral; (c) diagrama de forças.

Na direção horizontal, a componente horizontal da tensão na corda é a única força componen-


te; ela fornece a força centrípeta. A Segunda Lei de Newton, Fres,x = Fc = mac, resulta em 9.6 Pausa para teste
2 Esboce um gráfico da tensão da
T sen  = mr . corda como uma função do ân-
Como você pode ver na Figura 9.16b, o raio do movimento circular é dado por r = l sen . gulo .
Usando essa relação, achamos a tensão na corda em termos de velocidade angular:
T = ml2 . (9.22) 9.4 Exercícios
Vimos que T cos  = mg e podemos substituir a expressão para T da equação 9.22 nessa equa- de sala de aula
ção, para termos
Uma certa velocidade angular,
0, de um pêndulo cônico, re-
sulta num ângulo 0. Se o mes-
mo pêndulo cônico foi levado
para Lua, onde a aceleração gra-
vitacional é um sexto daquela
(9.23) sobre a Terra, como alguém teria
que ajustar a velocidade angular
para obter o mesmo ângulo 0?
As massas se cancelam, o que explica por que as correntes na Figura 9.15 têm o mesmo ângulo
com a vertical. Claramente, há uma única e interessante relação entre o ângulo do pêndulo cô- a) Lua = 60
nico e sua velocidade angular. À medida que o ângulo se aproxima de zero, a velocidade angular b) Lua = 0
não se aproxima de zero, mas, de preferência, de algum valor mínimo finito, . (Um conhe- c) Lua = 0
cimento mais profundo desse resultado será apresentado no Capítulo 14, quando estudarmos o
movimento pendular.) No limite onde o ângulo  se aproxima de 90º,  torna-se infinita. d) Lua = 0
e) Lua = 0/6

PROBLEMA RESOLVIDO 9.1 Análise de uma montanha-russa


Talvez a maior sensação que se possa ter num parque de diversões é “loop” vertical na montanha-
-russa, (Figura 9.17), em que passageiros se sentem quase sem peso no topo do “loop”.

PROBLEMA
Suponha que o “loop” vertical tenha um raio de 5,00 m. Qual é a velocidade linear do carro, no
topo do “loop” da montanha-russa, para que os passageiros se sintam sem peso? (Assuma que o
atrito entre o carro e os trilhos é desprezível.)

SOLUÇÃO
PENSE
Uma pessoa se sente sem peso quando não há força de apoio, de uma cadeira ou uma restrição,
atuando para opor-se ao seu peso. Para uma pessoa se sentir sem peso no topo do “loop”, nenhu-
ma força normal pode estar atuando sobre ela nesse ponto.

DESENHE
O diagrama de forças na Figura 9.18 pode ajudar a conceituar a situação. As forças da gravidade e
normal, atuando sobre um passageiro no carro no topo do “loop”, são mostradas na Figura 9.18a.
Figura 9.17 Moderna montanha-rus-
Continua → sa com um ”loop” vertical.
292 Física para Universitários: Mecânica

A soma dessas duas forças é a força resultante, a qual deve igualar-se à força centrípeta no mo-
N vimento circular. Se a força resultante (força centrípeta aqui) é igual à força gravitacional, então
Fg a força normal é zero e o passageiro se sente sem peso. Essa situação é ilustrada na Figura 9.18b.

r PESQUISE
Afirmamos que a força resultante é igual à força centrípeta e que a força resultante é, também, a
soma entre a força normal e a força da gravidade:

(a)
Para o sentimento de ausência de peso no topo do “loop”, precisamos de = 0, e assim

(i)

Como sempre, temos Fg = mg. Para o valor da força centrípeta, usamos a equação 9.21
Fg
r

SIMPLIFIQUE
Após substituir as expressões para as forças centrípeta e gravitacional na equação (i), resolvemos
(b) para velocidade linear no topo do “loop”:
Figura 9.18 (a) Diagrama de queda
livre para um passageiro no topo do
“loop” vertical de uma montanha-
-russa. (b) Condição para a sensação
de ausência de peso. CALCULE
Usando g = 9,81 m/s2 e o valor de 5,00 m dado para o raio, temos

ARREDONDE
Arredondando nosso resultado para três dígitos de precisão, temos
vtopo = 7,00m/s.

S O L U Ç Ã O A LT E R N AT I VA
Obviamente, nossa resposta nos dá a mais simples verificação de que as unidades são aquelas de
velocidade, ou seja, metros por segundo. A fórmula para a velocidade linear no topo,
indica que um raio maior necessita de uma maior velocidade, o que parece plausível.
y A velocidade no topo de 7 m/s é razoável? Convertendo esse valor, nos dá 15 mph, o que pa-
vtop
2r rece claramente lento para uma pessoa que tipicamente está tendo uma experiência extraordina-
riamente rápida. Mas mantenha em mente que essa é a velocidade mínima necessária no topo do
v3 “loop” e que o operador do brinquedo não quer ficar muito perto desse valor.
r
Vamos dar um passo a mais e calcular o vetor velocidade nas posições 3 horas e 9 horas do
“loop”, assumindo que o carro da montanha-russa se move no sentido anti-horário ao redor do
v9 “loop”. As direções do vetor velocidade no movimento circular são sempre tangenciais ao círculo,
como mostrado na Figura 9.19.
0 x
Como obtemos o valor das velocidades v3 (às 3 horas) e v9 (às 9 horas)? Primeiro, lembramos
do Capítulo 6: a energia total é a soma das energias cinética e potencial, E = K + U; a energia ci-
Figura 9.19 Direções dos vetores ve-
locidade em vários pontos ao longo
nética é ; e a energia potencial gravitacional é proporcional à altura do solo, U = mgy. Na
do “loop” vertical da montanha russa. Figura 9.19, o sistema coordenado é posto de modo que o zero do eixo y esteja na base do “loop”.
Então, podemos escrever a equação para a conservação de energia mecânica, assumindo que ne-
nhuma força não conservativa está atuando:

(ii)

Podemos ver na figura que as coordenadas y e, portanto, a energia potencial, são as mesmas nas
posições 3 horas e 9 horas; logo, as energias cinéticas em ambos os pontos devem ser as mesmas.
Consequentemente, os valores absolutos das velocidades em ambos os pontos são os mesmos: v3
= v9. Resolvendo a equação (ii) para v3, obtemos
Capítulo 9 Movimento Circular 293

9.5 Exercícios
de sala de aula
No Problema Resolvido 9.1, a que
velocidade o carro da motanha-
Outra vez, as massas se cancelam. Além disso, a diferença das coordenadas y entra nessa fórmula -russa deve entrar no início do
para v3; logo, a escolha da origem do sistema coordenado é irrelevante. A diferença das coodenadas “loop” a fim de produzir a sensa-
y entre os dois pontos é ytopo – y3 = r. Inserindo o valor dado de 5,00 m e o resultado vtopo = 7,00m/s, ção de ausência de peso no topo?
que encontramos previamente, vemos que a velocidade nas posições 3 horas e 9 horas no “loop” é a) 7,00 m/s d) 15,7 m/s
b) 12,1 m/s e) 21,4 m/s
c) 13,5 m/s

Como você pode notar dessa discussão, praticamente qualquer força pode atuar como 9.7 Pausa para teste
força centrípeta. É o caso da força de atrito estático, para as fichas de pôquer sobre a mesa Qual velocidade o carro da mon-
girante, e da componente horizontal da tensão sobre a corda, no pêndulo cônico. Mas ela pode tanha russa, do Problema Resol-
também ser a força gravitacional, que força os planetas em órbitas (quase!) circulares ao redor vido 9.1, deve ter no topo do
do Sol (veja Capítulo 12), ou a força de Coulomb, atuando sobre os elétrons nos átomos. “loop” para completar a mesma
sensação de ausência de peso se
o raio do “loop” for dobrado?
Há uma força centrífuga?
É uma boa chance de esclarecer um importante ponto considerando a direção da força respon-
9.6 Exercícios
sável pelo movimento circular. Você frequentemente ouve pessoas falando sobre aceleração
centrífuga (ou “fugindo do centro”, na direção radial externa) ou força centrífuga (massa vezes de sala de aula
aceleração). Você pode experimentar a sensação de ser puxado aparentemente para fora em A Figura 9.18a mostra o diagra-
muitos brinquedos em parques de diversões. Essa sensação se deve à inércia de seu corpo, o ma geral de força para as forças
qual resiste à aceleração centrípeta em direção ao centro. Assim, você sente uma aparente força atuando sobre um passageiro no
topo do "loop" da montanha-
apontando para fora – a força centrífuga. Mantenha em mente que essa percepção resulta do
-russa, onde a força normal atua
movimento de seu corpo num sistema referencial acelerado; não há força centrífuga. A força
e tem um valor menor do que o
que realmente atua sobre seu corpo e o obriga a mover-se sobre um caminho circular é a força valor da força gravitacional. Dado
centrípeta, que aponta para dentro. que a velocidade do carro da mon-
Você também experimentou um efeito similar no movimento em linha reta. Quando você tanha-russa é de 7,00 m/s, qual
está sentado em seu carro, em repouso, e pisa no pedal do acelerador, você sente como se es- deve ser o raio do loop para o dia-
tivesse sendo pressionado de encontro ao banco do carro. Essa sensação, de uma força que o grama de forças estar correto?
pressiona para trás, também vem da inércia de seu corpo, o qual é acelerado para frente pelo a) menor do que 5 m
seu carro. Ambas as sensações de forças atuando sobre seu corpo – a força “centrífuga” e a força
“que o empurra” contra o banco – são o resultado de seu corpo experimentando uma acelera- b) 5 m
ção na direção oposta e colocando resistência – inércia – contra essa aceleração. c) maior do que 5 m

9.6 Movimento circular e linear


A Tabela 9.1 sumariza as relações entre as quantidades linear e angular para movimento circu-
lar. As relações mostradas na tabela relacionam as quantidades angulares (,  e ) às quan-
tidades lineares (s, v e a). O raio r do caminho circular é constante e provê a conexão entre os
dois conjuntos de quantidades. (No Capítulo 10, o complemento rotacional para massa, ener-
gia cinética, momento e força serão adicionados a esta lista.)
Como vimos, há uma correspondência formal entre movimento sobre uma linha reta com
velocidade constante e movimento circular com velocidade angular constante. Entretanto, há
uma grande diferença. Como visto na Seção 3.6 sobre o movimento relativo, você não pode
sempre distinguir entre movimento com velocidade constante numa linha reta e estar em re-
pouso. Isso é porque a origem do sistema coordenado pode estar colocada em qualquer ponto
– mesmo um ponto que se move com velocidade constante. A física do movimento traslacional
não muda sob essa transformação galileana. Em contraste, no movimento circular, você está
sempre se movendo sobre um caminho circular com um centro bem definido. Experimentar
a força “centrífuga” é, então, um sinal certo de movimento circular e a intensidade desta força
é uma medida do valor da velocidade angular. Você pode argumentar que está em movimento
circular constante ao redor do centro da Terra, em volta do centro do sistema solar e do centro
da Via Láctea, mas você não sente os efeitos desses movimentos circulares. É verdade, mas os
294 Física para Universitários: Mecânica

Tabela 9.1 Comparação de variáveis cinemáticas para movimento circular


Quantidade Linear Angular Relação
Deslocamento s  s = r
Velocidade v  v = r
Aceleração a 
a1 = r
2
ac =  r

valores muito pequenos das velocidades angulares envolvidas nesses movimentos causam efei-
tos percebidos como desprezíveis.

Aceleração angular constante


O Capítulo 2 discutiu, detalhadamente, o caso especial da aceleração constante. Sob essa su-
posição, derivamos cinco equações que se mostraram úteis na resolução de todos os tipos de
problemas. Para facilidade de referência, aqui estão essas cinco equações do movimento linear
com aceleração constante:

Agora, faremos os mesmos passos, como no Capítulo 2, para derivar as equações equivalentes
para aceleração angular constante. Começamos com a equação 9.14 e integramos, usando a
convenção usual de notação 0 ≡ (t0):

Essa relação é o inverso da equação 9.14, e mantém-se em geral. Se assumirmos que a acelera-
ção angular, , é constante no tempo, podemos calcular a integral e obter

(9.24)

Por conveniência, fazemos t0 = 0, exatamente com fizemos no Capítulo 2. Depois, usamos a


equação 9.8, expressando a velocidade angular como a derivada do ângulo em relação ao tem-
po e com a notação 0 = (t = 0):

(9.25)
Capítulo 9 Movimento Circular 295

Comparar as equações 9.24 e 9.25 às equações (iii) e (i), para o movimento linear, mostra que
aquelas duas equações são equivalentes do movimento circular das duas equações cinemáticas
para o movimento linear em linha reta numa dimensão. Com as substituições diretas x→,
vx→ e ax→, podemos escrever cinco equações cinemáticas para movimento circular sob 9.8 Pausa para teste
aceleração angular constante:
A derivação foi dada para duas
dessas equações cinemáticas
para movimento circular. Você
pode dar a derivação para as
equações restantes? (Dica: a
(9.26) estratégia de raciocínio procede
exatamente ao longo da mesma
linha como a Derivação 2, no
Capítulo 2.)

EXEMPLO 9.7 Arremesso de martelo


Um dos mais interessantes eventos nas competições atléticas é o arremesso de martelo. A tarefa é
arremessar o “martelo”, uma bola de ferro, de 12 cm de diâmetro, presa a uma alça por um cabo
de aço, à máxima distância. O comprimento total do martelo é 121,5 cm e sua massa total é 7,26
kg. O atleta deve executar o arremesso de dentro de um círculo de raio 2,135 m e, para o atleta, a
melhor maneira de arremessar o martelo é girando, permitindo ao martelo mover-se em círculo
ao redor dele, antes de soltá-lo. Nos Jogos Olímpicos de 1988, em Seul, o arremessador russo Ser-
gey Litvinov ganhou a medalha de ouro com um recorde olímpico de distância: 84,80 m. Ele deu
sete voltas antes de soltar o martelo e o período de cada volta completa foi obtido examinando os
vídeos gravados quadro a quadro: 1,52 s; 1,08 s; 0,72 s; 0,56 s; 0,44 s; 0,36 s.

PROBLEMA 1
Qual foi a aceleração angular média durante as sete voltas?

SOLUÇÃO 1
A fim de acharmos a aceleração angular média, adicionamos todos os intervalos de tempo para as
sete voltas, obtendo o tempo total: 50 dados
ajuste
40
ttotal =1,52 s + 1,08 s + 0,72 s + 0,56 s + 0,44 s + 0,40 s + 0,36 s = 5,08 s.
 (rad)

30
Durante esse tempo, Litvinov deu sete voltas completas, resultando num ângulo total de
20
total = 7(2 rad) = 14 rad. 10
Como podemos assumir a aceleração constante, podemos determinar a aceleração angular dire- 0
0 1 2 3 4 5
tamente inserindo os dados obtidos:
t (s)
Figura 9.20 Ângulo como uma fun-
ção do tempo para o ganhador da
medalha de ouro no arremesso de
DISCUSSÃO martelo Sergey Litvinov.
Por conhecermos quanto tempo levou cada volta completa, podemos gerar um gráfico do ângulo
do martelo no plano horizontal como uma função do tempo. Esse gráfico é mostrado na Figura
9.20, com os pontos vermelhos representando os tempos de cada volta completa. A linha azul, que
é o ajuste para os dados dos pontos, na Figura 9.20, assume uma aceleração angular constante de
 = 3,41 rad/s2. Como você pode ver, a suposição de aceleração angular constante é quase justifi-
cada, mas não o bastante.

PROBLEMA 2
Assumindo que o raio do círculo sobre o qual o martelo se move é 1,67 m (o comprimento do
martelo mais os braços do atleta), qual é a velocidade linear com a qual o martelo é solto?
Continua →
296 Física para Universitários: Mecânica

SOLUÇÃO 2
Com aceleração angular constante iniciando do repouso, para um período de 5,08 s, a velocidade
angular final é
 = t = (3,41 rad/s2)(5,08 s) = 17,3 rad/s.
Usando a relação entre as velocidades linear e angular, obtemos a velocidade linear quando o
martelo é solto:
v = r = (1,67m)(17,3 rad/s) = 28,9m/s.

PROBLEMA 3
Qual é a força centrípeta que o arremessador tem que exercer sobre o martelo antes de soltá-lo?

SOLUÇÃO 3
A aceleração centrípeta antes do martelo ser solto é dada por
ac = 2r = (17,3 rad/s)2 = (1,67m) = 500. m/s2 .
Com a massa de 7,26 kg para o martelo, a força centrípeta requerida é
Fc = mac = (7,26 kg)(500 m/s2) = 3.630 N.
Essa é uma força espantosamente grande, equivalente ao peso de um corpo de massa 370 kg! Por
isso, os arremessadores de martelo de classe mundial serem muito fortes.

PROBLEMA 4
Após solto,para qual direção na qual o martelo se move?

SOLUÇÃO 4
É comum o conceito errôneo de que o martelo “espirala” em algum movimento circular com um
Figura 9.21 Vista aérea da trajetó- aumento constante do raio após ser solto. Essa ideia é errada, porque não há componente hori-
ria do martelo (pontos pretos, com zontal da força, uma vez que o atleta solta o martelo. A Segunda Lei de Newton nos diz que não
as setas indicando a direção do ve- haverá componente horizontal de aceleração e, daí, nenhuma aceleração centrípeta. O martelo se
tor velocidade) durante o tempo em move numa direção que é tangencial ao círculo no ponto de soltura. Se você estivesse olhando o
que o atleta o tem nas mãos (cami-
estádio de cima para baixo, de um pequeno dirigível, você veria que o martelo se move sobre uma
nho circular) e após ser solto (linha
linha reta, como mostrado na Figura 9.21. Vista de lado, a forma da trajetória do martelo é uma
reta). A seta branca marca o ponto
parábola, como mostrado no Capítulo 3.
de soltura.

9.7 Mais exemplos de movimento circular


Vamos olhar outro exemplo e outro problema resolvido que demonstram quão úteis são os
conceitos de movimento circular que acabamos de discutir.

EXEMPLO 9.8 Corrida de Fórmula 1


Se você assiste uma corrida de Fórmula 1, pode ver que os carros se aproximam das curvas pelo
lado de fora, cortam para o lado de dentro e derrapam outra vez para o lado de fora, como mostra-
do pelo caminho vermelho na Figura 9.22a. O caminho azul é mais curto. Por que os pilotos não
seguem o caminho mais curto?

PROBLEMA
Suponha que os carros se movam pela curva em U, mostrada na Figura 9.22a, a velocidade cons-
tante e que o coeficiente de atrito estático entre os pneus e a pista seja s = 1,2. (Como foi men-
cionado no Capítulo 4, pneus modernos de carros de corrida podem ter coeficientes de atrito que
excedam 1, quando são aquecidos até a temperatura de corrida, e ficam pegajosos.) Se o raio da
curva mais interna mostrada na figura é RB = 10,3 m, o raio da mais externa é RA = 32,2 m e os
carros se movem em velocidades máximas, quanto tempo levará para se moverem do ponto A ao
ponto A’ e do ponto B até B’?
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Dica do professor
Veja na Dica do Professor os fundamentos do movimento circular.

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Exercícios

1) Um carro em uma pista circular, partindo da posição Θ = 0 rad, descreve uma volta completa
com velocidade angular constante ω = π rad/s. Tendo retornado ao ponto de partida aciona
o freio, e para após percorrer ΔΘ = π/2 rad. Qual a aceleração angular desse movimento?

A) α=1 rad/s2.

B) α=-π rad/s2

C) α=0, afinal o que para o carro é a aceleração tangencial, que diminui o módulo.

D) α= π rad/s2

E) Impossível achar o valor de α, pois há duas incógnitas nas equações.

2) Em um movimento circular, é possível que exista um vetor aceleração e uma velocidade


tangencial diferentes de zero se a aceleração centrípeta for zero?

A) Não, pois para se manter em movimento circular deve haver uma aceleração centrípeta.

B) Não, pois em um movimento, quando há o vetor aceleração diferente de zero, não há


movimento circular.

C) Sim, pois nessa condição ainda haveria movimento circular.

D) Sim, se há vetor aceleração, há um movimento circular.

E) Depende do módulo das grandezas.

3) Suponha que um objeto executa um movimento circular com Θ0 = 0, w0 = 1 rad/s e α=


0,125 rad/s2. Calcule os valores de Θ e w no instante t = 4 s.

A) θ=0 rad e w=1rad/s.

B) θ=6 rad e w=1,5 rad/s.

C) θ=4 rad e w=1rad/s.


D) θ=3 rad e w=0,5 rad/s.

E) θ=5 rad e w=1,5 rad/s.

4) Um carro de 1000 kg faz uma curva em forma de U com velocidade constante. Se o raio da
curva mede 12 m e ele faz a curva, sem derrapar, com uma velocidade de 12 m/s, qual é a
força de atrito estático que atua no carro?

A) f = 12000N.

B) Não é o atrito estático que atua neste problema.

C) É impossível determinar, pois falta o coeficiente de atrito estático.

D) f = 1000N.

E) f = 144000N.

5) Dois carros A e B percorrem uma pista circular seguindo trajetórias de raios diferentes. O
raio da trajetória do carro A é RA = 20 m e o raio do carro B é RB = 24 m. Se os dois carros
partem juntos, com velocidades VA = 10 m/s e VB = 12 m/s, qual dos carros completa uma
volta primeiro?

A) O carro A, pois sua velocidade tangencial é menor.

B) O carro B, pois sua velocidade tangencial é maior.

C) O carro A, pois tem raio menor.

D) Ambos os carros completam uma volta ao mesmo tempo, pois os dois têm a mesma
velocidade angular.

E) O carro B, pois tem raio maior.


Na prática
Acompanhe um exemplo do Movimento Circular no dia a dia:
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:

Cinemática do Movimento Circular - Grandezas Angulares


Acompanhe neste vídeo a primeira aula de uma série sobre o
movimento circular

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.

Saiba mais com o livro Física: Uma Abordagem Estratégica.


Leia a partir do tópico Movimento circular uniforme.

Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!

Tire suas dúvidas sobre as classes de movimentos! Este vídeo


aborda comparativamente os MRU, MRUV e MCU:

Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.

Você também pode gostar