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Departamento de
Engenharia Mecânica (EMD + EMPL)
Engenharia Mecânica
Aula Teórica 04 – Cinemática da rotação do corpo rígido em torno de eixo fixo
Considere-se um corpo rígido tridimensional que gira em torno de um eixo fixo qualquer (figura na página seguinte). Neste caso,
consideraremos que o eixo contém alguns pontos do corpo mas o eixo pode não conter pontos do corpo. Façamos coincidir o eixo zz
com o eixo de rotação.
Perpendicular a este eixo está o plano Oxy que contém uma “fatia” do corpo. Seja um ponto P desta fatia. Ao vetor 𝑟⃗(𝑡) chamamos
vetor posição de P.
Como a trajetória de P é uma circunferência, o vetor velocidade (linear) deste ponto, 𝑣⃗(𝑡) = 𝑟⃗̇(𝑡), é perpendicular a 𝑟⃗(𝑡).
O vetor velocidade angular do corpo, 𝜔
⃗⃗(𝑡), tem a direção de zz e o seu sentido (P gira no sentido positivo).
Também o vetor acaleração angular do corpo, 𝛼⃗(𝑡), tem a direção e o sentido de zz.
O vetor velocidade do ponto é ortogonal ao plano formado entre 𝜔
⃗⃗(𝑡) e 𝑟⃗(𝑡) e
𝑣⃗ = 𝑟⃗̇ = 𝜔
⃗⃗ × 𝑟⃗ (a)
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Elaborado por: Cidália Macedo e Fernando Silvano
Notemos que:
𝑟⃗ = 𝑟(𝑐𝑜𝑠𝜃; 𝑠𝑖𝑛𝜃) m, ⃗⃗ = 𝜔𝑘̂ rad/s,
𝜔 𝛼⃗ = 𝛼𝑘̂ rad/s2
𝑑𝑟⃗
Facilmente concluímos que 𝑣⃗ = = 𝜔𝑟(−𝑠𝑖𝑛𝜃; 𝑐𝑜𝑠𝜃) = 𝜃̇ 𝑟(−𝑠𝑖𝑛𝜃; 𝑐𝑜𝑠𝜃) m/s (b)
𝑑𝑡
Derivando (a), em ordem ao tempo, o vetor velocidade linear, obtemos o vetor aceleração linear de P:
𝑎⃗ = 𝑟⃗⃗⃗̈=𝑣⃗̇ = 𝜔
⃗⃗̇ × 𝑟⃗ + 𝜔
⃗⃗ × 𝑟⃗̇ = 𝛼⃗ × 𝑟⃗ + 𝜔
⃗⃗ × (𝜔
⃗⃗ × 𝑟⃗)
Na expressão anterior, o primeiro termo representa a aceleração tangencial (αr) e o segundo representa a aceleração normal (ω 2r)
d
Aceleração angular, α: taxa de variação da velocidade angular no tempo:
dt
d
Aceleração angular vetorial: taxa de variação da velocidade angular vetorial no tempo dt
ez
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Formulação de um problema de cinemática de um Formulação de um problema de cinemática dos pontos de um corpo
corpo rígido em rotação em torno de um eixo rígido em rotação em torno de um eixo
Três situações podem ocorrer: Quando um corpo rígido roda, qualquer ponto A pertencente o corpo tem
α é uma função do tempo movimento circular em torno do eixo.
𝑑𝜔 Velocidade linear e velocidade linear vetorial do ponto A:
= 𝛼 𝑜𝑢 𝑑𝜔 = 𝛼 𝑑𝑡
𝑑𝑡 o 𝑣 = 𝑟𝜔
𝑑𝜃
= 𝜔 𝑜𝑢 𝑑𝜃 = 𝜔 𝑑𝑡 o 𝑣⃗ = 𝑟𝜔 𝑡̂
𝑑𝑡
α é uma função da posição angular o 𝑣⃗ = 𝑟⃗̇ = 𝜔
⃗⃗ ∧ 𝑟⃗, sendo 𝑟⃗ o vetor posição do ponto A em relação à
𝑑𝜔 𝑑𝜔 𝑑𝜃 𝑑𝜔 origem do referencial
𝛼= = = 𝜔 𝑜𝑢 𝛼𝑑𝜃 = 𝜔𝑑𝜔
𝑑𝑡 𝑑𝜃 𝑑𝑡 𝑑𝜃 Aceleração linear e aceleração linear vetorial do ponto A:
α é constante 𝑣2
o Aceleração normal: 𝑎𝑛 = 𝑟𝜔2 =
𝑟
𝜔 = 𝜔0 + 𝛼𝑡
o Aceleração tangencial: 𝑎𝑡 = 𝑟𝛼
1
𝜃 = 𝜃0 + 𝜔0 𝑡 + 𝛼𝑡 2 o 𝑎⃗ = 𝑟𝛼 𝑡̂ + 𝑟𝜔2 𝑛̂
2
𝜔2 = 𝜔02 + 2𝛼(𝜃 − 𝜃0 ) o 𝑎⃗ = 𝑣⃗̇ = 𝜔⃗̇ ∧ 𝑟⃗ + 𝜔
⃗⏟ ⃗⃗ ∧ (𝜔
⏟ ⃗⃗ ∧ 𝑟⃗)
⃗⃗⃗⃗⃗
𝑎𝑡 ⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝑎 𝑛
Exemplo 1: A cinemática de uma barra de comprimento igual a L fica estabelecida com o conhecimento da lei da posição angular
θ = θ(t), da lei da velocidade angular ω = ω(t), ou da lei da aceleração angular α = α(t).
A cinemática do seu centro de massa fica estabelecida com o conhecimento das suas leis da posição, da
velocidade e da aceleração, que podem ser obtidas pelas fórmulas anteriores ou por derivação:
n y
𝐿 𝐿
𝑟⃗ = sin 𝜃 𝑒⃗𝑥 − cos 𝜃 𝑒⃗𝑦
2 2
L L
⃗⃗ = θ̇ cos θ e⃗⃗x + θ̇ sin θ e⃗⃗y
v
2 2 x t
L L 2 L L
a⃗⃗ = ( θ̈ cos θ − θ̇ sin θ) e⃗⃗x + ( θ̈ sin θ + θ̇2 cos θ) e⃗⃗y
2 2 2 2
G
Vamos supor que uma barra de comprimento igual a 1 m oscila verticalmente com um período de 2 s e θ
com uma amplitude de 45º e, ainda, que inicialmente se encontrava na posição do deslocamento
máximo.
𝜋 𝜋 𝜋2 𝜋 𝜋3 𝜋
Logo 𝜃(𝑡) = sin (𝜋𝑡 + ) rad ⟹ 𝜔(𝑡) = cos (𝜋𝑡 + ) rad/s ⇒ 𝛼(𝑡) = − sin (𝜋𝑡 + ) rad/s 2
4 2 4 2 4 2
𝜋 𝜋3 2
No instante inicial tem-se 𝜃(0) = rad ⟹ 𝜔(𝑡) = 0 rad/s ⇒ 𝛼(𝑡) = − rad/s . Para o centro de massa G tem-se
4 4
𝜋 𝜋
𝑟⃗𝐺 = 0,5 sin 𝑒⃗𝑥 − 0,5 cos 𝑒⃗𝑦 m
4 4
⃗⃗ m/s
⃗⃗G = 0
v
𝜋3 𝜋 𝜋3 𝜋
a⃗⃗G = − cos e⃗⃗x − sin e⃗⃗y m/s 2
8 4 8 4
Exercício 1:
Um disco de raio r = 0,05 m roda uniformemente no plano vertical frontal, no sentido horário, com velocidade de 1500 r.p.m.. Determine
a) a velocidade angular escalar do disco;
b) a velocidade angular vetorial do disco;
c) a velocidade linear escalar e vetorial de um ponto na periferia do disco;
d) a aceleração linear escalar e vetorial de um ponto na periferia do disco.
Exercício 2:
Um disco de raio r = 0,05 m roda uniformemente no plano vertical frontal, no sentido horário, com velocidade de 1500 r.p.m. quando é
submetido, no instante t = 0 s, a uma ação variável no sentido anti-horário. Essa ação produz uma aceleração angular 𝛼(𝑡) = 2𝑡 rad/s2 .
a) Determine o tempo ao fim do qual o disco pára;
b) Determine o número de voltas que o disco gira desde que se inicia a travagem até parar.
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