Mecânica

Forças e Movimentos

M8 Movimento Circular
Uniforme
M8 Movimento Circular Uniforme

Uma força que atua num corpo perpendicularmente à

trajetória, em cada ponto, faz variar a direção da velocidade, EVstory
mas não o seu módulo. Story M8

Nestas circunstâncias, o movimento do corpo passa a ser

circular e uniforme.
É o que acontece com a Lua e outros satélites em órbita à volta v
da Terra. Fg

A única força que atua sobre um satélite em órbita à volta da

Terra é a força gravítica.

A velocidade só varia em direção porque a força gravítica é

sempre perpendicular à velocidade.
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Se um satélite fosse lançado com uma velocidade menor do que a velocidade mínima
necessária para entrar em órbita, cairia na Terra (figura A e B); se fosse lançado com
uma velocidade muito maior, escaparia da gravidade da Terra e perder-se-ia no Espaço
(figura D).

(A) (B) (C) (D)

A força gravítica e a grandeza da velocidade permitem explicar a forma das

órbitas dos planetas à volta do Sol e dos satélites à volta dos planetas.
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Movimento circular uniforme

Num movimento curvilíneo o módulo da velocidade permanece constante se:
A resultante do sistema de forças for perpendicular à velocidade.

Num movimento em que a velocidade seja perpendicular à resultante das forças, o valor da
velocidade não varia (a = 0), pelo que o movimento é uniforme. Sendo a força perpendicular à
velocidade e esta tangente à trajetória, o movimento será circular.

Este movimento diz-se circular e uniforme.

Num movimento circular e uniforme, a resultante das forças aponta para o centro da trajetória,
pelo que se chama força centrípeta.
Neste movimento , a aceleração, que tem o mesma direção e sentido da força, aponta para o
centro da trajetória, pelo que se designa aceleração centrípeta.
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Movimento circular uniforme

Num movimento circular uniforme só o módulo da velocidade permanece constante.

Neste movimento, a velocidade é tangente à

trajetória em cada instante, estando
constantemente a mudar de direção, embora
o seu módulo permaneça constante. Daí a
aceleração do movimento não ser nula.

v  0  a  0
Vídeo
Movimento circular
uniforme
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Caraterísticas do movimento circular uniforme

Num movimento circular uniforme:
• a velocidade é tangente à trajetória cada instante;
− 𝑫𝒊𝒓𝒆çã𝒐: 𝒓𝒂𝒅𝒊𝒂𝒍
• a força resultante: − 𝑺𝒆𝒏𝒕𝒊𝒅𝒐: aponta para o centro da trajetória
𝑴ó𝒅𝒖𝒍𝒐: 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆

− 𝑫𝒊𝒓𝒆çã𝒐: 𝒓𝒂𝒅𝒊𝒂𝒍
• a aceleração: − 𝑺𝒆𝒏𝒕𝒊𝒅𝒐: aponta para o centro da trajetória
𝑴ó𝒅𝒖𝒍𝒐: 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕𝒂𝒏𝒕𝒆

a força resultante (força centrípeta) e a aceleração (aceleração centrípeta) são

perpendiculares à velocidade em cada instante.
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Grandezas características dos movimentos circulares

1. Período e frequência
O movimento circular uniforme é um movimento periódico pois é um movimento que se
repete em cada nova volta que o corpo descreve.
No movimento circular uniforme, como a trajetória é circular, o intervalo de tempo de cada
volta completa é sempre o mesmo, isto é, o objeto ocupa a mesma posição, com a mesma
velocidade e aceleração, decorridos intervalos de tempo iguais.

• O tempo que um corpo demora a efetuar uma volta

(ou rotação) completa designa-se por período, T.

A unidade SI de período é o segundo, s.

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Período e frequência

• O número de voltas (ou rotações) que um corpo executa por unidade de tempo designa-se
por frequência, f.

A unidade SI de frequência é o hertz, Hz, ou s–1.

1
A frequência, f, é igual ao inverso do período, T: f=
T

Uma unidade de frequência muito utilizada é a “rotação por

minuto”, cujo símbolo é rpm.
Por exemplo, nos carros aparece a indicação ”rpm” ou “r/min” no Vídeo
conta-rotações, instrumento que indica a frequência de rotação da Grandezas características
dos movimentos circulares
cambota.
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2. Velocidade angular
O módulo da velocidade angular média, m, cuja unidade SI é o radiano por segundo, rad s-1, é
igual ao ângulo descrito por unidade de tempo.
Assim, se no intervalo de tempo, ∆𝑡, o ângulo descrito for ∆𝜃, tem-se:

m 
t
O módulo da velocidade angular, , é igual ao ângulo descrito por
unidade de tempo.

No movimento circular uniforme a velocidade angular é

constante.
Como num período, T, o corpo dá uma volta completa, é
∆𝜽 = 𝟐𝛑
2π
Tem-se, então:  ou   2π f
T
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3. Velocidade linear
Num movimento uniforme (v=constante), a rapidez média coincide com o módulo da
velocidade. Assim, o módulo da velocidade de um corpo que executa um movimento circular
uniforme é igual à rapidez média. s
v  rm ,com rm 
t
onde s é a distância percorrida sobre a trajetória.

Num intervalo de tempo correspondente a um período, T, a

distância percorrida sobre a trajetória corresponde ao perímetro da
circunferência, 2π r . Então tem-se:
v
2π r ou
v r
T

Como se pode constatar através desta expressão, para uma mesma velocidade angular, , o
módulo da velocidade linear, v, é diretamente proporcional ao raio, r, da trajetória.
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4. Aceleração centrípeta
Um corpo em movimento circular uniforme tem aceleração centrípeta.
O seu módulo relaciona-se com o módulo da velocidade, v, e com o raio da circunferência, r,
descrita pelo corpo no seu movimento, pela seguinte expressão:
2
v
ac 
r
Sendo v   r, também se tem:
 r 
2

ac   ac   r
2

r
Vídeo
Como se pode constatar através destas expressões, o módulo da Cálculo da velocidade e
aceleração de um corpo em movimento circular uniforme está altitude de um satélite
geoestacionário
relacionado com o módulo da sua velocidade (ou da sua velocidade
angular) e com o raio da circunferência descrita.
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Algumas expressões utilizadas no estudo do movimento circular uniforme

Gráficos no estudo do movimento circular uniforme

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Corpos com Movimento Circular Uniforme

►Dois corpos, A e B, descrevem uma volta completa ao mesmo tempo:

TA  TB   A  B
Para rA  rB
o corpo A apresenta maior velocidade linear e maior aceleração centrípeta
v r ac   r 2

►Dois corpos, A e B, descrevem uma volta completa com igual

velocidade linear: v A  vB
Para rA  rB 2
v
o corpo B apresenta maior aceleração centrípeta: ac 
r
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Movimento circular uniforme de um satélite em órbita terrestre

Recorrendo à Segunda Lei de Newton e à Lei da Gravitação Universal, tem-se:

MT m MT MT v2 G MT
G 2
 m ac  G 2  a c  G 2  v
r r r r r

Sendo o raio da órbita, r, igual ao raio da Terra, RT, mais a altura,

h, a que o satélite se encontra, o módulo da velocidade do
satélite em órbita também pode ser calculado pela expressão:

G MT
v
RT  h
Como se pode constatar através desta expressão, o módulo da velocidade, v, de
um satélite não depende da massa do satélite e diminui com a altitude, h, a que
o satélite se encontra.
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Questões resolvidas
1. O acelerador de partículas, LHC, Large Hadron Colider, é um anel
gigante construído a 100 metros de profundidade na fronteira
franco-suíça, sendo formado por um enorme tubo circular, com uma
circunferência de diâmetro de 7 km.
No acelerador de partículas, existem eletroímanes que aceleram
partículas.
Os feixes de protões viajam em sentidos opostos, quase à velocidade
da luz, até que alcancem 11 000 voltas por segundo para então chocarem
a altas energias. Dessas colisões resultam novas partículas.
Um dos objetivos dos investigadores é recriar o que aconteceu nos primeiros
segundos após o Big Bang para compreender melhor a origem do Universo.

1.1. Calcule o período dos protões no instante da colisão.

1.2. Calcule a velocidade linear do protão, em km s-1, relativamente ao solo, no
instante da colisão.
1.3. Calcule, nessas circunstâncias, o módulo da aceleração centrípeta das partículas, no
instante da colisão.
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Resolução

1. 1
1.1. T  T  9,1  105 s
11000

2π r
1.2. Sendo v  , substituindo pelos valores, tem-se:
T
2π  3, 5 1
v  v  2, 4  10 5
km s
9,1  105

v2
1.3. Sendo ac  , substituindo pelos valores, tem-se:
r

(2, 4  108 )2
ac   ac  1, 6  1013 m s 2
3500
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2. Dois satélites terrestres, S1 e S2 , descrevem órbitas consideradas circulares de raios,

respetivamente, r1 e r2 , sendo r1 = 2 r2 . Os períodos dos satélites são, respetivamente, T1 e T2:

2.1. Apresente a relação entre T1 e T2 . 2.2. Considere que o satélite S1, que se encontra à altitude h,
possui movimento
circular e uniforme. Qual é a aceleração a que o satélite está sujeito ao longo da
sua trajetória?
(A) Centrípeta, de valor (B) tangencial, de valor

(C) Centrípeta, de valor (D) Tangencial, de valor

2.3. Sabe-se que o satélite S2, à distância do centro da Terra é atuado por uma força
gravítica de módulo Fg.
Qual é a relação entre o módulo da força gravítica, exercida no mesmo satélite,
quando este está a uma distância 3R do centro da Terra e Fg?
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Resolução
2.
2.1. Sendo Fc  Fg
G  mS  m T v 2 G  mT 2 2  2 r 2 G  mT
mS  ac  2
  2
 2

r r r T r

4π 2  r 3 4π 2  r13 4π 2  r23
T   T1  e T2 
G  mT G  mT G  mT
logo:

4π 2  r13
T1 G  mT T1 (2 r2 )3 8 r23 T1
    3
  8
T2 4π  r2
2 3 T2 r23 r2 T2
G  mT
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Resolução
2.
2.2. Sendo Fc  Fg e também, o raio da órbita, r = rT + h
G  mS  m T mT
mS  ac   a  G
r2 c
( rT  h)2
Opção (A).
G  mS 2  m T
2.3. À distância R a força gravítica é dada por: Fg 
R2
G  mS 2  m T
À distância 3 R a força gravítica é dada por: Fg3 R 
9 R2
Relacionando as duas forças obtém-se:

1 G  mS1  mT 1
Fg3 R   2
 Fg3 R   Fg
9 R 9