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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ


CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E TECNOLOGIA - CCNT
CURSO: GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA FLORESTAL
DISCIPLINA: FÍSICA GERAL E EXPERIMENTAL I
DOCENTE: MANOEL REINALDO ELIAS FILHO

FELIPE FERREIRA COSTA


KEYLLA DENNISE GALVÃO SIQUEIRA
LEONARDO NEVES BARBOSA THALY
LUANA DE SOUSA BARBOSA
MADSON BARBOSA MARTINS
MARIA ISABELE TAVARES DA SILVA ARAÚJO
MATEUS GUILHERME LUIS SERRÃO

MOVIMENTO ROTACIONAL DOS CORPOS RÍGIDOS

CASTANHAL
2019
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1. Introdução

Movimento de rotação é o movimento que acontece em torno de um eixo


imaginário e está diretamente relacionada a força centrípeta e ao torque. Quando
uma força é submetida a um objeto com formato de círculo, este gira e assim
permanece girando devido ao torque. Para um mesmo momento, força e
deslocamento são inversamente proporcionais. Quanto maior o deslocamento,
menor será a força aplicada sobre o objeto.
Ao se tratar da rotação, percebemos que o estudo da mesma se torna
importante e relevante pois este movimento está no cotidiano do ser humano, assim
Halliday então afirma que

Vemos rotações em quase todas as máquinas, usamos rotações toda vez


que abrimos uma tampa de rosca e pagamos para experimentá-la, quando
vamos ao parque de diversões. A rotação é o segredo de muitas atividades
divertidas, como acertar uma longa tacada de golfe (a bola precisa estar
girando para se manter no ar durante mais tempo) ou arremessar uma bola
de beisebol com efeito lateral (a bola precisa girar para que o ar a empurre
para a esquerda ou para a direita). A rotação é importante também em
questões mais sérias, como a fadiga das peças metálicas em aviões
antigos. (HALLIDAY, 2008, p. 261)

A partir de Halliday (2008, p. 261) percebemos ainda mais como é importante


ter conhecimento sobre como o movimento rotacional acontece. Neste sentido o
movimento rotacional é compreendido a partir de dois campos importantes da Física:
a cinemática rotacional, onde estuda-se a rotação através das variáveis apropriadas
e a relação entre elas; e a dinâmica rotacional, onde estuda-se a relação entre o
movimento de rotação e a interação de um objeto com a sua vizinhança.

2. Variáveis Rotacionais

2.1. Posição Angular

Quando um objeto de formato arbitrário, tem uma trajetória circular em torno


de um certo eixo, podemos definir algumas grandezas que descreverão esse
movimento. Podemos marcar um dado ponto do objeto e analisar o seu movimento.
Podemos marcar um dado ponto do objeto e analisar o seu movimento. A distância
deste ponto ao eixo de rotação é chamado de raio r da trajetória. A sua posição
descreve um arco de comprimento s. A posição angular associada ao arco e o raio é
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o ângulo. Posição Angular é considerado um ângulo adimensional, que não


apresenta unidades. Os radianos não representam uma unidade, mas sim uma
palavra usada para indicar a medida do ângulo.

2.2. Deslocamento Angular

O deslocamento angular (Δθ) será dado pela diferença entre as posições


angulares final e inicial, de acordo com a equação

O deslocamento angular realizado no sentido anti-


horário é positivo e aquele no sentido horário é negativo. De modo geral, a posição e
o deslocamento de um móvel que executa movimento retilíneo são as
correspondentes angulares. A correspondência entre essas grandezas pode ser feita
por meio do raio da trajetória circular executada para um corpo.

2.3 Velocidade Angular Média e Velocidade Angular Instantânea

Definimos a velocidade angula média ω (letra grega ômega) de um corpo em


um intervalo de tempo Δt = t 2 - t1 como a razão do deslocamento angular Δθ=θ 2 – θ 1
por Δt:

A velocidade angular instantânea ω pode ser entendia como o limite da razão


quando Δt tende a zero como mostra a equação abaixo. Esta velocidade ( ω) pode
ser positiva ou negativa dependendo da direção de rotação do corpo. De acordo
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com Halliday (2008, p. 262), o cálculo da velocidade angular ω é dado por derivação
e pode ser feito a partir do momento que conhecemos o θ(t)

Pontos diferente de um corpo rígido em rotação cobrem diferentes distâncias


em um dado intervalo de tempo, dependendo de quão rápido cada ponto está no
eixo de rotação. No entanto, como o corpo é rígido, todos os pontos giram o mesmo
ângulo no mesmo intervalo de tempo. Assim, em qualquer instante, cada ponto de
um corpo rígido em rotação tem a mesma velocidade angular. As unidades de
velocidades angular mais usadas são radiano por segundo (rad/s) e a revolução por
segundo (ver/s).

2.4 Aceleração Angular Média e Aceleração Angular Instantânea

Definimos aceleração angular média α med (letra grega alfa) de um corpo em

um intervalo de tempo Δt = t2 - t1 como razão da variação da velocidade angular Δ ω =

ω2 - ω1 por Δt, assim temos a equação

A aceleração angular instantânea α é o limite da α med quando Δt tende a zero,


assim a aceleração angular instantânea pode ser encontrada a partir da equação

De acordo com Halliday (2008, p. 262), tais equações são válidas para todas
as partículas do corpo. E de forma parecida com que acontece com a velocidade,
temos o radiano por segundo ao quadrado(rad/s 2) e a revolução por segundo ao
quadrado (ver/s2) como unidades mais usadas.
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3. Rotação com Aceleração Angular constante

No movimento de translação, os movimentos que tem aceleração angular


constante são analisados independentemente de outros movimentos. A aceleração
angular constante pode ser demostrada utilizando um conjunto de equações
análogas:

As equações demostradas, partem das equações lineares correspondentes,


fazendo a substituição das grandezas lineares pelas grandezas angulares
equivalentes. Essas equações são básicas para a aceleração linear constante; e as
equações da translação, podem ser deduzidas a partir dessas equações.
Podemos relacionar o movimento de translação com a aceleração constante,
fazendo a integração da equação do movimento, para obter as equações para a
rotação. Portanto:
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3.1. Aceleração centrípeta e angular

Quando uma partícula ou um corpo está em um movimento circular, o mesmo


sofre uma mudança na sua direção ocasionada pela aceleração, que denominamos
aceleração centrípeta. Em um movimento circular uniforme, a aceleração centrípeta
permanece sempre constante, e como a força resultante do movimento circular é
proporcional a aceleração, logo ela também será constante. Fazendo uma analogia
com a segunda lei de Newton, teremos:

A partir dessa fórmula, conclui-se que a resultante das forças que atuam
sobre o corpo que está em rotação e direção perpendicular a trajetória, é a força
centrípeta.
A aceleração angular média, é medida pelo quociente da variação da
velocidade angular e a variação do intervalo de tempo. A medida da aceleração
angular é dada em rad/s2. E estabelece uma relação com a aceleração escalar
média da seguinte forma:

Aceleração angular media, é dada por:

4. Inércia Rotacional

A Inércia Rotacional é uma característica que qualquer objeto que possa ser
girado apresenta. Essa particularidade é uma medida de resistência que um corpo
oferece ao movimento de rotação, ou seja, quanto maior o momento de inércia mais
trabalhoso será para alterar a velocidade desse corpo, se caracterizando também
por ser o análogo rotacional da massa no momento linear.
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Sendo representado pela letra I, o Momento de Inércia é o produto da massa


m de um único objeto pelo raio r em relação ao eixo de rotação. Definimos assim:

I= m.r 2 (S.I): kg.m2

Caso tenha várias massas ligadas em Momento de Inércia, calculamos:

n
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I=∑ mi .r i
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4.1. Energia cinética de rotação

Um corpo rígido ao realizar um movimento rotacional certamente produz


energia cinética (K). Ademais, para calcular a energia do corpo como um todo é
necessário somar (Σ) o K de cada partícula. Desta forma, a energia cinética de
rotação defini-se como a metade, ou seja ½ do produto da massa (M) pelo quadrado
da velocidade no instante considerado.

E pode ser representada pelas equações:

I = ∑ (mi ri²)

Ec = Iώ² /2

Onde I é o momento de inércia e ω seria a velocidade angular média.Nas


equações de energia cinética de translação e de rotação a sempre um fator de 1/2.
Enquanto a massa m aparece em uma equação a distribuição da massa I em torno
do eixo de rotação aparece na outra, e nas duas equações contém um fator
quadrado de uma velocidade (translacional v, rotacional ώ).

4.2. Teorema dos Eixos Paralelos (TEP)

Contudo, haverá momento que o momento de inércia não estará próximo ao


Centro de Massa, desse modo, usamos o TEP.
O Teorema de Steiner ou TEP é uma fórmula que permite calcular o momento
de inércia de um sólido rígido relativo a um eixo de rotação que passa por um ponto
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O. Esta é a forma utilizada para calcular o momento de inércia para uma variedade
de formatos diferentes:

IZ = ICM + M R2

Onde M é a massa do corpo e R é a distância perpendicular entre os dois


eixos, centroide e novo eixo representado por z.
Esse teorema também pode ser utilizado para calcular o momento de inércia da área
e é dado pela equação:

IZ = ICM + A R2

onde IZ é o momento da inércia de área através do eixo paralelo, ICM é o momento


de inércia de área através do centro de massa da área, A é a medida de superfície
da área e R é a distância do novo eixo z ao centro de gravidade de área.

5. Torque

Podemos entender o Torque como a contrapartida rotacional da força. O


mesmo, tende a fazer girar ou alterar o estado de rotação das corpos rígidos. Se
você deseja fazer um objeto estacionário entrar em rotação ou alterar sua rapidez de
rotação se ele já estiver girando, exerça sobre ele um torque. Por sua vez a
diferença entre torque e força é que a força tende a alterar o movimento das corpos
rígidos, onde coloca-se em movimento um objeto em repouso, ou alterar a rapidez,
exerça sobre ele uma força.
Torque com inércia rotacional envolvem a distância até o eixo de rotação.
Essa distância que provê a vantagem mecânica da alavanca, é chamada de braço
de alavanca, que é a distância mais curta entre a força aplicada e o eixo de rotação.
Definindo o Torque como o braço da alavanca pela força que tende a produzir a
rotação.
Para calcular o Torque, utilizamos a equação

T = F. r

Onde, T é o torque, F é a força, r é o comprimento e θ corresponde ao ângulo


entre a força e o braço de alavanca.
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Para um melhor entendimento sobre o Torque tomemos como exemplo a


situação abaixo de uma de roda de um carro:
Quanto maior o comprimento da chave de roda mais fácil fica para tirar o
parafuso, como mostra a imagem a seguir

7.1. Segunda Lei de Newton para rotação

Na cinemática da rotação, o Torque desempenha o mesmo papel que a força


na cinemática linear, e também obedece ao mesmo princípio das forças, quando
vários torques atuam sobre um corpo, torque resultante (T res) é a soma dos troques
individuais. Nesse sentido, para relacionar o torque resultante aplicada a um corpo
rígido, à aceleração angular (α) produzida pelo torque, então faz-se uma analogia da
segunda lei de newton, para a aceleração a de um corpo de massa (m), produzida
uma força resultante Fr ao longo de um eixo. (Halliday, 2011). Em outras palavras,
quando aplicamos uma força sobre um objeto que contém massa, este adquire
aceleração. Dessa forma, substituímos Fres por (Tres), m por I e a por α.

Fres = m.a  Tres = I.α

Onde:
Tres: é o Torque resultante;
I: É a inércia rotacional, conhecida também como momento de inércia;
α: é a aceleração angular.
Quanto maior for o I, mais difícil é para o objeto adquirir aceleração angular.

7. Conclusão

A análise dos movimentos rotacionais torna-se importante devido eles


estarem presentes em todo o nosso cotidiano nas coisas mais básicas do dia a dia.
Nesse sentido, utilizamos seus mecanismos, fórmulas e teoremas, para analisar
como um corpo girante se comporta, e através dessa análise compreendemos
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também o que é necessário para alterar sua velocidade ou a força necessária para
fazer com que um corpo parado rotacione. Portanto, esse fenômeno pode ser
encontrado nas coisas mais simples do dia a dia, como nas máquinas de lavar que
utilizam-se da força centrífuga para secar as roupas e também nas performances
artísticas de um bailarino ou patinador, onde estes conseguem aumentar sua
velocidade de rotação a partir da variação de concentração da sua massa durante
às acrobacias.

8. Referências

HALLIDAY, David, 1916- Fundamentos de física, volume 1; mecânica / David


Halliday, Robert Resnick, Jearl Walker; tradução e revisão técnica Ronaldo Sérgio
de Biasi. – 8.ed. – Rio de Janeiro: LTC, 2008..

HEWITT, Paul G. Física Conceitual / Paul G. Hewitt; tradução: Trieste Freire Ricci;
revisão técnica: Maria Helena Gravina. – 11. Ed, - Porto Alegre: Bookman, 2011.

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