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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

INSTITUTO DE FÍSICA
Depto de Física da Terra e do Meio Ambiente

FISD36 –Física Geral Teórica I

Movimento em Duas e Três


Dimensões

Profs. Alanna Dutra e Carlos Villar


O que veremos neste capítulo:

➢ O movimentos de objetos que se deslocam em um plano ou em três


dimensões;

➢ Os conceitos de posição, deslocamento e distância 3D;

➢ Os vetores de posição, velocidade e aceleração 2D e 3D;

➢ Como calcular a velocidade e a aceleração de objetos se deslocando


bidimensionalmente ou tridimensionalmente;

➢ Movimento de Projéteis sem a resistência do ar.


Cinemática: Sistema de Coordenadas

◼ Em geral, usamos em Cinemática o Sistema de Coordenadas


Cartesianas;
◼ Quantificamos a posição e direção em um espaço tridimensional.

◼ Ponto da origem O em que


passam os três eixos;

O ◼ Eixo x, Eixo y e Eixo z

◼ Eixos devem ser Ortogonais, i.e.,


ângulos de 90º entre cada par de
eixos.
Vetor Posição
◼ O vetor posição r com início na origem (O) do sistema de
coodenadas até o ponto P:

Relembrando:
O

são vetores unitários;

Também conhecido como


versores.
Vetor Deslocamento
◼ O vetor deslocamento Δr é a variação do vetor posição ocorrida no
intervalo de tempo [t1 , t2], por exemplo:

O
Vetor Velocidade
◼ Velocidade Média:

Velocidade Instantânea:

◼ Componentes do Vetor Velocidade:

◼ Vetor Velocidade:
Velocidade e Aceleração em um plano:
◼ Uma diferença marcante entre velocidade ao longo de uma linha e
velocidade em duas ou três dimensões é que ela pode mudar de
orientação e de módulo.
◼ Qualquer mudança na velocidade gera aceleração, mesmo que o
módulo da velocidade não se altere:
Aceleração Média:

Aceleração Instantânea:
Vetor Aceleração
◼ Vetor Aceleração:

Aceleração Instantânea:

◼ Componentes do Vetor Aceleração:

Como a velocidade é a derivada da


Função posição, podemos escrever:
Trajetória da partícula que se move da
posição A até B. Mudança no vetor
velocidade de vi para vf .
Trabalhando com componentes:
◼ Vetor posição

◼ Vetor velocidade

◼ Vetor aceleração
Exemplo: Um ponto move-se com as
seguintes equações do movimento:

Encontre:
a) O vetor velocidade em qualquer instante t;

b) O vetor aceleração em qualquer instante t;

c) Os vetores velocidade e aceleração quando t=1 s.


Relembrar:

Em t=1 s:
Exercício: Um corpo move-se com as
seguintes equações:

Encontre:
a) O vetor velocidade em qualquer instante t;

b) O vetor aceleração em qualquer instante t;

c) Os vetores velocidade e aceleração quando t=1 s.


Resolução:
Movimento de projéteis

◼ Movimento 3D especial: a projeção horizontal (no plano xy) é uma


linha reta <=> movimento em um plano

◼ Podemos atribuir um novo


sistema de coordenadas

◼ De forma que o eixo x deste


sistema de coordenadas
seja uma projeção horizontal da
trajetória.

◼ E o eixo y apontando para cima.

◼ Movimento 3D efetivamente
reduzido a 2D.
Movimento de projéteis
◼ Única força atuando: gravidade
◼ Precisamos adotar que o Movimento refere-se à ausência de
qualquer resistência do vento ou outros efeitos de resistência.

◼ Vetor posição

◼ Vetor velocidade

◼ Vetor aceleração

◼ Dois tipos de movimento diferentes em duas direções:


◼ Queda livre na direção vertical (eixo y)

◼ Movimento com velocidade constante (= aceleração zero) na direção


horizontal (eixo x)
Movimento de projéteis
vy troca de sinal em Hmax
v(t)
vy0
vx(t)
vx0

t= t
vy0/g
vy(t)
◼ Dois tipos de movimento diferentes em duas direções:
◼ Movimento na direção horizontal com velocidade constante (= aceleração
zero) (eixo x).
◼ Queda livre na direção vertical (eixo y).
Movimento de projéteis

◼ Olhe para as componentes de


x e y separadamente

◼ A componente horizontal da
velocidade permanece
constante no tempo -> linha
horizontal

◼ A componente vertical cai com


o tempo, com declividade –g

◼ Nota: se a velocidade vertical


inicia positiva, ela vai atingir
um ponto em que será 0.
Resumo e Revisão:
◼ Aceleração:

◼ Aceleração ao longo de cada eixo:

◼ Movimento horizontal: velocidade constante

◼ Movimento vertical: queda livre

◼ Use a notação convencional:


Resumo: Hmax, XH e R
Equação da Trajetória

◼ Vamos descrever a forma da trajetória no plano xy

◼ ()=x0+vx0t para o tempo:


Procedimento: resolva a equação xt

◼ Agora acrescente isto ao y(t):

◼ y = f(x2,x1,x0) => a forma da função é uma parábola


Equação da Trajetória
◼ Simplifique: mova a origem para que x0=0

◼ Inclua

◼ Resultado:
Altura máxima e trajetória
◼ Ponto de partida: trajetória

◼ Obtenha a derivada de y referente a x:

◼ Encontre a raiz da derivada para determinar o ponto de máximo e mínimo:


Altura máxima e trajetória
◼ Resultado:

◼ Nos convença de que a


2a derivada é menor
do que 0:

◼ xH é mesmo o ponto onde a altura máxima é atingida


Altura máxima e trajetória
Questão: Qual é a altura máxima?

Resposta:

◼ Visto que , finalmente encontramos:


Alcance (R)
◼ O alcance, R, de um projétil é definido como a distância horizontal
entre o ponto de lançamento e o ponto onde o projétil atinge a
mesma altura de onde começou, y(R)=y0:
Alcance Máximo

◼ Em qual ângulo o alcance máximo é atingido (para uma dada v0)?


◼ Obtenha a derivada de R referente ao ângulo:

◼ É 0 quando
◼ Ou seja, o lançamento deve ser a 45 graus
◼ Sendo assim, o alcance máximo de um projétil ideal é:
Ilustração
◼ Represente o alcance como uma função do ângulo de lançamento
Exemplo: Canhão de Sopro

A bola sempre acerta


na lata que está
caindo, já que as duas
percorrem a mesma
distância h em queda
livre.

◼ Exemplo Halliday et
al.(2002), Cap. 04
Exemplo: Canhão de Sopro
◼ O alvo (uma lata) é liberado por um eletroímã no instante em que
a bola é lançada. Onde é preciso mirar, se quisermos acertar o
alvo, considerando que ele será solto?

4m

2,5 m

1m

◼ O alvo é solto de uma altura de 2,5 m, a bola foi lançada de uma


altura de 1 m. A distância entre o arremessador e o alvo é de 4 m.
◼ Questão: Se a bola é lançada com uma velocidade escalar inicial de
8 m/s, em que altura o alvo será atingido?
Exemplo: Canhão de Sopro
Resposta:
◼ Primeiro, calculamos quanto tempo a bola leva para chegar até o
alvo. Eles estão a 4 m de distância, e a bola se move a 8 m/s =>
leva 0,5 s para a bola encontrar o alvo.

◼ Em segundo, podemos usar para a posição do alvo


em queda.
4m
◼ Obtemos:
y = 2,5 m-9,81·0,52/2 m 2,5 m
= 1,27 m 
1m
Exercício: (Alunos resolvem ...)
Um avião em mergulho solta uma bomba:
• A posição e velocidade inicial do avião dada por:

1) Escreva os vetores posição e velocidade da bomba 2 segundos após o


lançamento. (g=10 m/ s2)
2) Qual o alcance (R)?
Resolução:
1)

2) Qual o alcance (R)?


Temos:

V0 2= 100 2 +50 2 V0 2=12500 (m/ s) 2

θ0 = 26.6° R=(12500 x 0,8)/10


R=1000 m
Trajetória da Queda: (Halliday, 2002)
Na figura abaixo, um avião de salvamento voa a 198 km/h (= 55,0 m/s), a uma altura
constante de 500 m, rumo a um ponto diretamente acima da vítima de um naufrágio,
para deixar cair uma balsa.
(a) Qual deve ser o ângulo ϕ da linha de visada do piloto para a vítima no instante
em que o piloto deixa cair a balsa?
Resolução:
1)
Movimento Circular Uniforme (MCU)

Velocidade
Escalar
Constante

MCU:
Velocidade é tangencial:
|v|=cte =>

Aceleração é Radial:

|a|=cte =>
Movimento Circular Uniforme (MCU)
Será demonstrado a seguir que:

Em termos de componentes, a velocidade pode ser escrita


na forma:

Podemos substituir sen θ por yp/r e cos θ por xp/r e escrever:


Movimento Circular Uniforme (MCU)

Derivando a velocidade em relação ao tempo:

dxp/dt = vx e vx = –v sen θ
dyp/dt = vy e vy = v cos θ

Calculando o módulo do vetor aceleração:


Exemplo:
1) Qual é a aceleração centrípeta da Terra que se move em sua
órbita em torno do Sol?
O RaioT-S = ; T= 1 ano =
Exemplo:
2)
Referenciais em movimento
◼ Até então: movemos a origem do sistema de coordenadas para uma
localização conveniente para os cálculos
◼ Exemplo: mudar x0 para que x0 = 0 no ponto de partida da trajetória de um
projétil
◼ Até agora sempre mantivemos o sistema de coordenadas na mesma
localização durante o movimento que queremos
descrever.
◼ Mas existem algumas situações
nas quais um sistema de
coordenadas em movimento é
necessário
◼ Exemplo: Um avião aterrissando sobre
um porta-aviões em movimento
Exemplo: esteira rolante de aeroportos
◼ Uma pessoa andando a uma velocidadevw , medida por um observador que
move-se junto na esteira rolante
◼ A superfície da esteira
se move com em
relação ao terminal.
◼ As duas velocidades se
somam como vetores
◼ Velocidade de uma pessoa
medida por alguém
parado no terminal:
Referenciais em movimento
◼ Exige que o referencial (=sistema de coordenadas) mova-se com velocidade
constante em relação ao sistema de coordenadas que está em repouso
◼ Então as acelerações medidas em ambos os referenciais são a mesma
◼ Exemplo da esteira rolante de aeroportos novamente
◼ Se

◼ De obtemos:
Três dimensões
◼ Dois sistemas de coordenadas x,y,z e x’,y’,z’ que tem seus eixos paralelos
e que se encontram em t=0
◼ A origem de x’,y’,z’ move-se com
velocidade constante em
relação a x,y,z
◼ Após um tempo t, a origem
de x’,y’,z’ está localizada no

◼ A adição dos vetores nos dá a


transformação entre os referenciais
Três dimensões (2)
◼ Velocidades:

◼ Acelerações:
Dirigindo na chuva
◼ Quando se dirige na chuva, é possível perceber que a chuva quase sempre
vem na nossa direção. Por quê?
◼ Mais uma vez, isto é consequência dos referenciais em movimento.
Visão de um observador parado na rua Visão de dentro do carro

-vcarro é a velocidade do referencial


Exemplo: dirigindo na chuva
◼ Está chovendo e não há vento. Gotas de chuva de 0,8 polegadas de diâmetro
(típicas) estão caindo com uma velocidade terminal de 6,26 m/s.
◼ Um carro está dirigindo na chuva (a direção não importa!) a uma velocidade
de 11,2 m/s. Com qual ângulo em relação à horizontal a chuva bate no carro?
Travessia de balsa (Halliday, 2003: Cap. IV)
◼ O capitão de uma balsa quer viajar diretamente através de um rio que flui para leste
com uma velocidade escalar de 1,07 m/s. Ele começa na margem sul do rio e quer
chegar até a margem norte viajando em linha reta. O barco tem velocidade escalar de
6,34 m/s referente à água. Para qual direção, em graus, o capitão deve guiar o barco?

Alguns instantes depois a velocidades do rio aumentou para 2,0 m/s. Qual deve ser a
nova velocidade do barco para que a direção seja mantida a mesma?
R.: 18,39°ou 360°– 18,39 °= 341,6°
Aeronave em um vento transversal
Uma aeronave se move com uma velocidade escalar de 160 m/s no sentido
nordeste. O vento está soprando a 32,0 m/s no sentido oeste
Aeronave em um vento transversal (2)
Uma aeronave se move com uma velocidade escalar de 160 m/s no sentido
nordeste. O vento está soprando a 32,0 m/s no sentido oeste
Questão:
◼ Qual é o vetor velocidade – velocidade escalar e orientação – da aeronave
em relação ao solo?
Resposta:
◼ Em um sistema de coordenadas que se move com o vento, a aeronave tem
as componentes de velocidade:

◼ Componentes de velocidade do vento:


Aeronave em um vento transversal (3)
◼ Some-as para encontrar a velocidade da aeronave em relação ao solo:

◼ Sentido e módulo absolutos:

(comparado com 160 m/s e 45°, uma redução de 21 m/s e um desvio de


9.4° do curso original)
Aeronave em um vento transversal (4)
Questão:
◼ Qual o desvio de curso devido ao vento considerando que o avião voe por
duas horas?
Resposta:
◼ Jeito mais fácil: perceba que o desvio de curso se dá devido à velocidade do
vento (no sentido oeste) vezes 7.200 s:
Referências

Fundamentos de Física - Vol. 1 - Mecânica


David Halliday, Robert Resnick e Jearl Walker

Physics for Scientists and Engineers


Raymond A. Serway,Jr. Jewett and John W.

Física para Universitários: Mecânica


por Wolfgang Bauer, Gary D. Westfall, Helio Dias

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