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Mecânica Geral 2

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Prof. Dr. Raphael E. Prestes Salem
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raphaelsalem@utfpr.edu.br
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Movimento curvilíneo
Movimento curvilíneo geral

Quando uma partícula se move por uma trajetória curva, normalmente o movimento é
descrito em três dimensões. Desta forma, para formular a posição, velocidade e
aceleração da partícula é necessário utilizar a análise vetorial.
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Utilizaremos nesta parte três tipos de coordenadas para descrever diversos casos que
envolvem movimento curvilíneo, mas antes veremos a descrição vetorial das grandezas.
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1. Posição: Considere uma partícula localizada em um ponto sobre uma curva espacial definida
pela função trajetória s(t). A posição da partícula, medida a partir de um ponto fixo O, será
descrita pelo vetor posição r = r(t). Tanto a intensidade quanto a direção desse vetor variarão
conforme a partícula se move ao longo da curva.
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Movimento curvilíneo geral

2. Deslocamento
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Suponha que, por um curto intervalo de tempo Δt a partícula se move de uma distância Δs ao
longo da curva para uma nova posição, definida por r’ = r + Δr. O deslocamento Δr
representa a variação na posição da partícula e é determinado pela subtração vetorial, ou
seja, Δr = r’- r.
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Movimento curvilíneo geral

3. Velocidade
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Durante o tempo Δt, a velocidade média da partícula é:
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A velocidade instantânea é determinada a partir desta equação,
fazendo Δt → 0 e, consequentemente, a direção de Δr
aproxima-se da tangente à curva. Por conseguinte,
v = lim (Δr/Δt) com Δt → 0, ou:
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Visto que dr será tangente à curva, a direção de v também será tangente à curva.
! A intensidade de v (velocidade escalar) é obtida observando-se que, quando o
! comprimento do segmento de linha reta Δr na figura se aproxima do
! comprimento de arco Δs quando Δt → 0, temos v = lim (Δr/Δt) = lim (Δs/Δt),
ambos com Δt → 0, ou
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! Assim, a velocidade escalar pode ser obtida derivando a função trajetória s
! em relação ao tempo.
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Movimento curvilíneo geral
4. Aceleração
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Se a partícula tem uma velocidade v no tempo t e uma
velocidade v’= v + Δv em t + Δt, então a aceleração média
da partícula neste intervalo de tempo Δt é:
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onde Δv = v’- v. Para estudar essa taxa de variação no tempo,
os dois vetores velocidade na figura são traçados na
próxima figura de maneira que suas origens estejam
localizadas no ponto fixo O’, e suas extremidades toquem
em pontos sobre a curva (curva hodógrafa).
! Para obter a aceleração instantânea, faz-se Δt → 0 na equação anterior. No limite Δv se aproxima
! da tangente à hodógrafa, e assim a = lim (Δv/Δt), com Δt → 0, ou
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! Observe-se que v é tangente à trajetória, e a é tangente à hodógrafa.
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Movimento curvilíneo - coordenadas retangulares
Dependendo da situação, é adequado descrever o movimento de uma partícula ao longo de
uma trajetória que pode ser expressa em termos de suas coordenadas x, y, z.
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POSIÇÃO
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Se a partícula está em um ponto (x, y, z) sobre a trajetória curva s mostrada na Figura,
então sua posição é definida pelo vetor posição
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Quando a partícula se move, as componentes x, y, z de r são funções do tempo, ou seja:
x = x(t), y = y(t), z = z(t), de maneira que r = r(t).
Em qualquer instante, a intensidade de r é definida pela seguinte equação (módulo de um
vetor):
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A direção de r é especificada pelo vetor unitário ur = r/r.


Movimento curvilíneo - coordenadas retangulares
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VELOCIDADE
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A primeira derivada de r em relação ao tempo produz a velocidade da partícula. Assim,
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Ao se realizar esta derivada, é necessário considerar as variações tanto na intensidade
quanto na direção de cada uma das componentes do vetor. Por exemplo, a derivada da
componente i de r é:
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O segundo termo do lado direito é zero, desde que o sistema de referência x, y, z, seja fixo
e, portanto, a direção (e a intensidade de i) não varia com o tempo. A derivada das
componentes j e k pode ser feita de maneira similar, o que produz o resultado final:

onde
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Movimento curvilíneo - coordenadas retangulares
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VELOCIDADE
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A notação com “pontos" representa as derivadas primeiras de x = x(t), y = y(t) e z = z(t),
respectivamente.
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A velocidade tem uma intensidade que é determinada a partir de
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e uma direção que é especificada pelo vetor unitário uv = v/v.
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A direção da velocidade é sempre tangente à trajetória.
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Movimento curvilíneo - coordenadas retangulares
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ACELERAÇÃO
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A aceleração da partícula é obtida tomando-se a primeira derivada da velocidade em
relação ao tempo (ou a derivada segunda da posição em relação ao tempo). Assim:
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! onde
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Aqui, ax, ay e az representam, respectivamente, as primeiras derivadas temporais de vx =
vx(t), vy = vy(t) e vz = vz(t), ou segundas derivadas temporais das funções x=x(t), y=y(t) e
z=z(t).
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A aceleração tem uma intensidade
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e uma direção especificada pelo vetor unitário ua = a/a.
Visto que a representa a taxa da variação temporal tanto na intensidade quanto na direção
da velocidade, em geral a não será tangente à trajetória.
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Movimento curvilíneo - coordenadas retangulares
Exemplo 12.9
Em qualquer instante de tempo, a posição horizontal do balão meteorológico na Figura
12.18(a) é definida por x = (9t) m, onde t é dado em segundos. Se a equação da trajetória
é y = x2/30, determine a intensidade e a direção da velocidade e da aceleração quando
t = 2 s.

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Exemplo 12.9 - Resolução
Exemplo 12.9 - Resolução
Exemplo 12.10
Por um curto período de tempo, a trajetória do avião na Figura 12.19(a) é descrita por
y = (0,001x2) m. Se o avião está decolando com uma velocidade constante de 10 m/s,
determine as intensidades da velocidade e da aceleração do avião quando ele está em
y = 100 m.

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Exemplo 12.10 - Resolução
Exemplo 12.10 - Resolução
Movimento de um projétil
O movimento de um projétil em voo livre é frequentemente estudado em termos das suas
componentes retangulares.
Considere um projétil lançado no ponto (x0,y0), com uma velocidade inicial de v0, tendo
componentes (v0)x e (v0)y (Figura). Quando se despreza a resistência do ar, a única força
agindo sobre o projétil é o seu peso, que faz com que o projétil tenha uma aceleração
para baixo constante de aproximadamente ac = g = 9,81 m/s2 ou g = 32,2 ft/s2.
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Movimento de um projétil
Movimento horizontal
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Visto que ax = 0, a aplicação das equações de aceleração constante resulta em:
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A primeira e a última equação indicam que a componente horizontal da velocidade sempre
permanece constante durante o movimento.
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Movimento de um projétil
Movimento vertical
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Visto que o eixo y positivo está direcionado para cima, então ay = - g.
Aplicando as equações-base, obtém-se:
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É importante lembrar que a última equação pode ser formulada com base na eliminação
do tempo t das duas primeiras equações, e então apenas duas das três equações
anteriormente apresentadas são mutuamente independentes.
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Problemas envolvendo o movimento de um projétil podem, portanto, ter no máximo três
incógnitas, pois só há três equações independentes que podem ser escritas: Uma na
direção horizontal e duas na direção vertical. Conhecendo as componentes das
velocidades, a intensidade do vetor velocidade pode ser obtida pela soma vetorial.
Movimento de um projétil
Movimento de um projétil
Exemplo 12.11
Um saco desliza da rampa, mostrada na Figura 12.21, com uma velocidade horizontal de
12 m/s. Se a altura da rampa é de 6 m a partir do piso, determine o tempo necessário
para o saco bater no piso e o alcance R onde os sacos começam a empilhar.

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Exemplo 12.11 - Resolução
Exemplo 12.12
A máquina trituradora de madeira é projetada para lançar lascas de madeira a v0 = 7,5 m/s, como
mostrado na Figura 12.22. Se o tubo está orientado a 30o em relação à horizontal, determine
quão alto, h, as lascas atingem a pilha se nesse instante de tempo elas caem sobre a pilha a 6 m
do tubo.

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Exemplo 12.12 - Resolução
Exemplo 12.13
A pista para esta corrida foi projetada de maneira que os pilotos saltem da rampa de 30o,
a uma altura de 1 m. Durante uma corrida, observou-se que o piloto mostrado na
Figura 12.23(a) permaneceu no ar por 1,5 s. Determine a velocidade escalar na qual ele
estava deixando a rampa, a distância horizontal que ele se desloca antes de atingir o
solo e a altura máxima que ele alcança. Despreze o tamanho da motocicleta e o do
piloto.
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Exemplo 12.13 - Resolução
Exemplo 12.13 - Resolução
Problemas fundamentais
Problemas fundamentais
Problemas fundamentais
Problemas fundamentais
Problemas fundamentais
Problemas fundamentais

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