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1. EQUAÇÕES DO MOVIMENTO
1.1 Introdução
As coordenadas de tipos (1) e (2) podem ser igualmente tratadas em sistemas inerciais
(fixos na terra) ou móveis. Os sistemas móveis, por outro lado, podem ser de dois
tipos:
- Fixos no corpo.
Figura 1.1 - Sistema inercial OXYZ relacionado com sistema de corpo Cxyz
Sendo Xc, Yc, Zc as coordenadas instantâneas da origem dos eixos de corpo, o vetor
posição desse ponto, referido ao sistema inercial, fica dado por:
r
R c ( t ) = X c ( t ) I$ + Yc ( t ) J$ + Z c ( t ) K
$
A velocidade de C é:
d r r
Rc (t ) ≡ U (t ) = U (t )i$(t ) + V (t ) $j (t ) + W (t ) k$(t )
dt
onde: { I$, J$ , K$ } e {i$, $j , k$} são vetores unitários.
A localização de um ponto qualquer no corpo é dada por:
r
r = xi$ + yj$ + zk$
e em particular, a posição do centro de gravidade G é dada por:
r
rG = x G $i + y G $j + z G k$
r r r r r
Os vetores U , r , rG , F e M foram expressos acima em função dos vetores unitários
iˆ, ˆj , kˆ do sistema de corpo, mas poderiam igualmente ser expressos em função dos
unitários I$ , J$ , K
$ do sistema inercial, mas como comentado anteriormente, iniciaremos
a derivação das equações do movimento com os vetores descritos em relação aos
eixos de corpo. Para simplificar a notação, deixaremos de explicitar nas expressões a
dependência do tempo das variáveis do movimento.
A orientação do veículo também tem que ser referida ao sistema OXYZ, mas a
maneira de especificar a orientação não é tão óbvia quanto a de especificar a posição.
A maneira usual (pelo menos em se tratando de navios e submarinos) é começar com
Cxyz paralelo a OXYZ, e levar o veículo até sua orientação instantânea por meio de:
É importante notar que essas rotações tem que ser executadas nessa ordem. As
quantidades Ψ,θ,Φ podem ser usadas, então, sem ambiguidade, para definir a
orientação requerida; essas quantidades, quando definidas na forma acima, constituem
uma forma modificada dos ângulos de Euler (usualmente empregados na análise de
giroscópios).
Afirmamos acima que a ordem de aplicação das rotações tem que ser obedecida. Isso
decorre do fato de que a orientação de um corpo no espaço não pode ser expressa
como um vetor, embora a velocidade angular seja uma grandeza vetorial.
mas o conjunto (b) só terá significado se as rotações forem aplicadas em uma ordem
pré-estabelecida, sendo que a ordem a ser adotada aqui será a dada acima.
em relação aos eixos em sua orientação inicial, como indicado pelas linhas tracejadas
na Fig. 1.2(a). Alternativamente, a velocidade de C pode ser escrita como:
r
U = U 2 i$2 + V2 $j2 + W2 k$2
U 1 cos Ψ − senΨ 0 U 2
V1 = sen Ψ cos Ψ 0 V2
W1 0 0 1 W2
U 2 cos Θ 0 sen Θ U 3
V = 0
2 1 0 V3
W2 − sen Θ 0 cos Θ W3
ou
r r
U 2 = T2 ( Θ )U 3
Finalmente, a rotação Φ deve ser aplicada, como na Fig. 1.2(c), tal que Cx3y3z3
assume a posição final requerida Cxyz. A velocidade de C é:
r
U = Ui$ + Vj$ + Wk$
U 3 1 0 0 U
V3 = 0 cos Φ − senΦ V
W3 0 senΦ cos Φ W
ou
r r
U 3 = T3 ( Φ ) U
Xc&
& r r r v
Yc
1 = T (Ψ)U 2 = T1 (Ψ). T2 (Θ).U 3 = T1 (Ψ). T2 (Θ). T3 (Φ).U = T (Ψ, Θ, Φ).U
&
Zc
Xc& U
&
Yc = T (Ψ, Θ, Φ) V
Zc
& W
r
Apresentamos acima a relação entre o vetor U (definido em relação aos unitários do
d r
sistema de corpo) e o vetor Rc (definido em relação aos unitários do sistema
dt
inercial). No entanto, a matriz T(Ψ,θ,Φ) é válida para a transformação, de um sistema
para outro, de qualquer vetor.
1.2.4. Velocidade Angular Expressa em Termos de Ângulos de Euler
Modificados
Embora rotações finitas não sejam quantidades vetoriais, a velocidade angular é uma
quantidade vetorial (isso é demonstrado em dinâmica elementar). Seja a velocidade
angular do veículo
v
Ω = Pi$ + Qj$ + Rk$
onde, é claro, as componentes P,Q,R dependem da variação dos ângulos Ψ,θ,Φ com o
tempo. Vamos examinar agora as relações existentes entre os dois conjuntos de
variáveis, P,Q,R e Ψ,θ,Φ.
Seja
de modo que
0 a
1
= T3 (Φ)b
0 c
a 0
b = cos Φ
c − senΦ
Agora, seja
kˆ2 = diˆ + eˆj + fkˆ
tal que:
0 d
0
= T2 (Θ) T3 (Φ)e
1 f
donde:
d − senΘ
e = senΦ cos Θ
f cos Φ cos Θ
O C X
x
G
y
Y
Z
z . P
então:
r r r r r r r r
hG = mrG × U + h − mrG × U − mrG × Ω × rG
ou seja:
( )
r r r r r
hG = h − mrG × Ω×rG
r
onde definimos o momento angular h relativo à origem:
r r r r
h = ∑ δmi r i × Ω × ri
i
Considerando que
r
ri = xi i$ + yi $j + zi k$
r
h = P ∑ ( yi2 + zi2 )δmi − Q ∑ xi yiδmi − R ∑ xi ziδmi i$ +
i i i
− P ∑ xi yiδmi + Q ∑ ( xi + zi )δmi − R ∑ yi ziδmi $j +
2 2
i i i
$
− P ∑ xi ziδmi − Q ∑ yi ziδmi + R ∑ ( xi + yi )δmi k
2 2
i i i
$
= hx i$ + h y $j + hz k
h I − I xy − I xz P
r x x
h = h y = − I yx Iy − I yz Q
h − I zx − I zy I z R
z
Considerando então que:
r
r dhG r r
M = + rG × F
dt
onde:
r
dU d r r
( )
r
F = m + Ω × rG
dt dt
( )
r r r r r
hG = h − mrG × Ω × rG
r r r
e substituindo as expressões de F e hG na expressão de M , obtemos:
r r
r dh r dU
M = + mrG ×
dt dt
As derivadas em relação ao tempo devem incluir as variações dos vetores tanto em
intensidade quanto em orientação. Assim, exemplificando com a derivada do vetor
→
velocidade U , temos:
r
dU d ˆ ˆ
dt
=
dt
(
Ui + Vj + Wkˆ = )
dU ˆ dV ˆ dW ˆ
dt
i+
dt
j+
dt
k +U
diˆ
dt
dˆj
+V +W
dt
dkˆ
dt
e, por analogia, a:
r r
dh δh r r
= + Ω×h
dt δt
r r r
dΩ δΩ r r δΩ
= + Ω×Ω =
dt δt δt
r r
drG δrG r r r r
= + Ω × rG = Ω × rG
dt δt
onde K̂ , lembramos, é um vetor unitário que aponta verticalmente para baixo. Como
r
precisamos expressar a força F apenas em termos dos vetores unitários, definimos
então:
r
Fw = mgKˆ = Fx iˆ + Fy ˆj + Fz kˆ
0 Fx
r
Fw = 0 = T (Φ, Θ, Ψ ) Fy
mg F
z
Fx = − mg sen Θ
Fy = mg cos Θ sen Φ
Fz = mg cos Θ cos Φ
e portanto:
r
F = ( X − mg sen Θ)iˆ + (Y + mg cos Θ sen Φ ) ˆj + ( Z + mg cos Θ cos Φ )kˆ
r
ou seja: M w = M x iˆ + M y ˆj + M z kˆ tem componentes:
[ ( )
X − mg sen Θ = m (U& + WQ − VR ) + z G Q& − y G R& + P( y G Q + z G R ) − xG Q 2 + R 2 ( )]
[
Y + mg cos Θ sen Φ = m (V& + UR − WP ) + (xG R& − z G P& ) + Q( z G R + xG P ) − y G R 2 + P 2 ( )]
[ ( )
Z + mg cos Θ cos Φ = m (W& + VP − UQ ) + y P& − x Q& + R( x P + y Q ) − z P 2 + Q 2
G G G G G( )]
K + mg ( y G cos Θ cos Φ − z G cos Θ sen Φ ) =
( )
= h&x + Qhz − Rh y + m( y GW& − z GV& ) + m[ y G (VP − UQ ) − z G (UR − WP )]
M − mg ( z G sen Θ + xG cos Θ cos Φ ) =
( z )
= h& + Rh − Ph + m(z U& − x W& ) + m[z (WQ − VR) − x (VP − UQ )]
y x G G G G
onde, lembramos mais uma vez, os momentos são referidos à origem, e não ao c.g., o
qual é definido pela posição:
r
rG = xG iˆ + y G ˆj + z G kˆ
Essas equações são absolutamente gerais, sendo que a única hipótese simplificadora
até agora considerada foi a de que o veículo é rígido. Assim, as equações são válidas
tanto para navios de superfície quanto para submarinos executando qualquer
movimento. Infelizmente, porém, essas equações são de aplicação prática muito
difícil, primeiro porque são não lineares, e segundo, porque as quantidades
X,Y,Z,K,M,N são ações hidrodinâmicas muito difíceis de serem especificadas. Por
essas dificuldades, as equações são geralmente simplificadas usando-se um processo
de linearização.