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C.Q.D. — Prova 8 — 14/12/2010 — Maluhy&Co.

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C.Q.D.
Explicações e Demonstrações Sobre
Conceitos, Teoremas e Fórmulas
Essenciais da Geometria
Gilberto Geraldo Garbi

São Paulo — 2010

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Copyright © 2010 Editora Livraria da Física

1a. Edição

Editor: José Roberto Marinho


Assitente Editorial: Victor Pereira Marinho
Projeto gráfico e diagramação: Casa Editorial Maluhy & Co.
Ilustrações: Casa Editorial Maluhy & Co.
Capa: Typography
Impressão: Gráfica Paym

Texto em conformidade com as novas regras ortográficas do


Acordo da Língua Portuguesa.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Garbi, Gilberto Geraldo


C.Q.D. : explicações e demonstrações sobre conceitos, teoremas e fórmulas
essenciais da geometria / Gilberto Geraldo Garbi. – São Paulo : Editora
Livraria da Física, 2010.
Bibliografia.
ISBN 978-85-7861-075-3
1. Geometria - Estudo e ensino I. Título.
10-06273 CDD-372.7

Índices para catálogo sistemático:


1. Geometria : Estudo e ensino 372.7

ISBN 978-85-7861-075-3

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra poderá ser reprodu-
zida sejam quais forem os meios empregados sem a permissão da Editora.
Aos infratores aplicam-se as sanções previstas nos artigos 102, 104, 106 e 107
da Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.

Impresso no Brasil
Printed in Brazil

Editora Livraria da Física


Tel.: +55 11 3459-4327 / Fax. +55 11 3936-3413
www.livrariadafísica.com.br

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Este livro é dedicado a todos


os professores de Matemática que
procuram ensinar seus alunos a raciocinar dedutivamente
e a entender o significado das fórmulas que aplicam.

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Agradecimentos

A
o longo da redação deste livro, recebi o inestimável apoio de
várias pessoas, a maioria das quais já me havia sido de
grande valia na produção d’A RAINHA DAS CIÊNCIAS.
Como a presença feminina está cada vez mais forte no ensino
da Matemática no Brasil, meus agradecimentos iniciais dirigem-se às
professoras Renate Watanabe, Ana Catarina Hellmeister, Sônia Igliori,
Sandra Maria Semensato e Florinda Miyaoka, pelo prestigiamento
que deram a meus outros livros e pelo estímulo e ajuda que recebi
de várias delas enquanto trabalhava no C.Q.D. Uma menção especial
devo fazer à professora Maria Elisa Esteves Lopes Galvão, autora da
“História da Matemática: dos Números à Geometria”, com quem dis-
cuti alguns tópicos do C.Q.D. e que me surpreendeu agradavelmente
pelo profundo interesse que tem pela Geometria, o que não é comum
nos dias de hoje no Brasil.
Meu querido amigo professor Janey Daccach, PhD, ocupa uma
posição de destaque dentre as pessoas a quem externo minha gratidão:
foi por seu intermédio que tive acesso a alguns livros de difícil obten-
ção e que empreguei no esclarecimento de vários tópicos muito impor-
tantes de meu trabalho. Seu prematuro e lamentável falecimento ocor-
rido recentemente impediu-me de entregar-lhe em mãos um exemplar
do C.Q.D. e dizer-lhe o quanto lhe sou grato mas ele estará sempre
presente em minha memória.
Especiais, também, são minha palavras de gratidão ao admirável
professor Geraldo Ávila, PhD, excepcional didata, autor de livros de
grande clareza e profundidade, cuja simpatia para com meus tra-
balhos anteriores e para com a ideia deste reforçou meu empenho
na tentativa de oferecer aos leitores algo que lhes possa ser útil no
aprendizado e no ensino da Matemática.

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8 C.Q.D. — Conceitos, Teoremas e Fórmulas Essenciais da Geometria

Os professores Clóvis Rogge e Jacir Venturi, de Curitiba, e os


autores em História da Matemática Manoel de Campos Almeida e
Paulo Roberto Martins Contador merecem compartilhar meus agrade-
cimentos pela receptividade que manifestaram assim que lhes relatei
a intenção de iniciar este novo livro. Aliás, agradeço a todos os que,
ao saberem do andamento do projeto, demonstraram interesse em vê-
lo concluído pois esse estímulo ajudou-me a não esmorecer quando o
âmbito do projeto se ampliava e a última página ainda parecia estar
muito distante.
Agradeço as universidades do Espírito Santo, USP – São Carlos,
Mackenzie, Estadual de Santa Catarina em Joinville, Católica de São
Paulo e do Paraná e USP – São Paulo, pelas oportunidades que têm
sido dadas a mim de falar a alunos de Licenciatura e a professores, o
que contribuiu para que eu me decidisse a escrever o C.Q.D.
A meu velho e paciente amigo engenheiro Alberto Luiz Fava, agra-
deço a boa vontade em fazer a revisão dos originais do C.Q.D., como
já fizera de meus dois outros livros.
À Editora Livraria da Física, na pessoa de seu diretor José Roberto
Marinho, expresso meus agradecimentos por haver acreditado na
publicação do C.Q.D., um livro que, por sua especialização, não pode
ter o mesmo apelo literário d’O ROMANCE DAS EQUAÇÕES ALGÉ-
BRICAS e d’A RAINHA DAS CIÊNCIAS.
Finalmente, agradeço a compreensão de minha família, de cujo
convívio fui forçado a roubar um longo tempo para que pudesse
chegar ao final deste trabalho.

Curitiba, 9 de setembro de 2009.


Gilberto Geraldo Garbi
ggarbi@terra.com.br

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Prefácio

O
ensino da Matemática no Brasil mudou muito nas últimas três
décadas.
Em minha adolescência, os estudantes, já no início do
atualmente chamado Ensino Médio, eram apresentados a uma grande
quantidade de teoremas e respectivas demonstrações, todas elas, inva-
riavelmente, terminando com as célebres letras C.Q.D. (“como que-
ríamos demonstrar”)¹. Ainda hoje, lembro-me bastante bem de meu
saudoso professor de Geometria, à frente do quadro negro, demons-
trando detalhadamente, aula após aula, os mais importantes teoremas
de Euclides. Método análogo adotavam os professores de Álgebra e
Trigonometria, deduzindo rigorosamente diante da classe as princi-
pais fórmulas referentes aos Polinômios, às Progressões, às Equações,
aos Determinantes e às Funções Trigonométricas. Somente depois
de conhecer as provas das afirmações que eram feitas nos diversos
campos em que a Matemática estava sendo estudada é que os alunos
passavam à fase de resolução de problemas.
Esse encadeamento lógico, que permitia a descoberta de proprie-
dades matemáticas cada vez mais sofisticadas, sempre me atraiu, não
só pelo gosto de conhecer as bases sobre as quais se fundamentam
os fatos da Matemática mas, também, pelo desafio intelectual, pelas
surpresas e pela estética inerentes a tudo aquilo.
Mas eu me recordo igualmente bem de que minha opinião sobre
aquela maneira de se aprender Matemática não era compartilhada por
vários de meus colegas. Para eles, as provas minuciosas dos teoremas
eram algo enfadonho e supérfluo: em sua visão, o que importava era

1. Alguns professores, não sem certa dose de esnobismo, preferiam a abreviação Q.E.D.,
do Latim Quod Erat Demonstrandum, ou seja, “o que era para ser demonstrado”.

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10 C.Q.D. — Conceitos, Teoremas e Fórmulas Essenciais da Geometria

conhecer as fórmulas e saber como aplicá-las na resolução prática de


problemas.
Hoje, acompanhando os estudos de meu filho de 15 anos, constato
que a visão daqueles meus colegas de adolescência acabou por impor-
se em nosso sistema de ensino. Recentemente, pediu-me ele que o
ajudasse a resolver um conjunto de questões geométricas, cujas solu-
ções dependiam da aplicação de duas célebres fórmulas. Resolvidos
corretamente os problemas, perguntei a ele se a professora havia
mostrado como são deduzidas as citadas fórmulas. “Não”, respondeu-
me ele. “A professora disse que ‘depois’ vai demonstrá-las mas, por
enquanto, devemos empregar as fórmulas como ‘propriedades’ dos
triângulos”. As “propriedades” em questão eram nada menos do que
a Lei dos Senos e a Lei dos Cossenos...
Este e outros fatos que observo frequentemente em meus contatos
com professores levaram-me a concluir que, de minha juventude até
agora, o ensino da Matemática aos adolescentes simplesmente passou
de um extremo a outro: antigamente demonstrava-se demais; hoje
demonstra-se de menos. Em ambos os casos, esquece-se o verdadeiro
objetivo da educação científica, que deve ser o de habituar gradativa-
mente os alunos a pensar por si próprios, de maneira lógico-dedutiva.
Aqui, como em quase tudo na vida, a regra de ouro é evitar os
extremos.
É inegável que submeter principiantes a áridas demonstrações
sobre temas excessivamente abstratos, utilizando não raro uma lingua-
gem peculiar e pedante, como se fazia no passado, certamente produz
efeitos traumáticos. Muitas pessoas detestam a Matemática, julgam-se
incapazes de aprendê-la e afastam-se dela exatamente devido a isso.
Mas parece-me também um grave erro perder-se qualquer oportuni-
dade que surja de se ensinar os jovens a deduzir por meio do raciocí-
nio lógico algumas fórmulas importantes e simples, como as citadas
leis, cujas provas dependem apenas de alguns teoremas facilmente
demonstráveis.
O êxito de um professor de Matemática deve ser medido pela
quantidade de alunos que, ao longo da vida, ele ensinou a pensar
por si mesmos e não pelo volume de fórmulas que os fez memorizar.
Porque as fórmulas decoradas podem ser esquecidas ou empregadas
erroneamente mas uma pessoa que tenha entrado pelo caminho do
pensamento lógico-dedutivo jamais o abandonará ou sentir-se-á per-
plexa diante de uma situação nova. Uma das maiores recompensas
com que a Matemática premia as pessoas que sabem pensar logica-
mente é a confiança que adquirem em sua capacidade de descobrir e

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Prefácio 11

aprender cada vez mais, estudando e pesquisando por conta própria


um ilimitado número de temas das ciências e da vida prática, sem a
obrigatoriedade de um professor para auxiliá-las.
Este livro pretende ser uma contribuição e um estímulo aos profes-
sores que acreditam que muito mais importante do que fazer de seus
alunos hábeis resolvedores de problemas por meio da aplicação de
fórmulas, cuja origem desconhecem, é incutir neles o hábito e o gosto
pelo raciocínio lógico-dedutivo.
Nele, procurou-se apresentar os conceitos e os métodos básicos
utilizados nas demonstrações matemáticas, acompanhados de uma
sequência, tão simples quanto pareceu possível ao autor, de teore-
mas elementares por meio dos quais um grande número de fatos
da Geometria e alguns da Aritmética e da Trigonometria podem ser
provados de forma compreensível aos alunos dos últimos anos do
Ensino Fundamental e dos três anos do Ensino Médio. A linguagem
procurou ser clara e simples, sem prejuízo da precisão indispensável
em um texto matemático. O nível de rigor empregado nas demonstra-
ções foi aquele que, no entendimento do autor, pareceu compatível
com a capacidade de compreensão do aluno-alvo médio. Para um
público mais especializado, o rigor das provas certamente precisaria
ser aumentado mas não é esse o foco deste livro.
As verdades matemáticas são eternas: passados 23 séculos, as pro-
vas que Euclides apresentou para seus teoremas continuam válidas
e atuais; os tratados produzidos por Arquimedes no século III a.C.
ainda nos surpreendem e encantam nos dias de hoje; livros escritos
por Euler no século XVIII mantêm seu pleno vigor. Ao reunir neste
trabalho as mais fundamentais provas feitas por várias gerações de
matemáticos na Geometria Elementar, pretendi alcançar, ao menos em
pequena parte, o objetivo de fazê-lo útil a várias pessoas ao longo de
sucessivos anos. Afinal, a Matemática não é descartável.
Desde já, agradeço a todas as pessoas que me honrarem com suas
críticas e sugestões para que, em futuras edições, o texto possa ser
aprimorado de modo a atender cada vez melhor as necessidades dos
estudantes e dos milhares de professores que, em salas de aulas espa-
lhadas pelo Brasil, cumprem a árdua missão de ensinar Matemática a
nossos jovens.

Gilberto Geraldo Garbi


ggarbi@terra.com.br

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12 C.Q.D. — Conceitos, Teoremas e Fórmulas Essenciais da Geometria

Isaac Newton (1642 – 1727)

“Um mecânico vulgar pode praticar aquilo que lhe foi ensinado ou
que viu ser feito, mas se ele comete um erro não sabe como achá-lo e
corrigi-lo, e se você o coloca fora de seu caminho, ele se sente perdido;
entretanto, aquele que é capaz de raciocinar ágil e judiciosamente a
respeito de número, força e movimento jamais descansa até superar
todas as dificuldades.”
Carta a Nathaniel Hawes, 1694

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Sumário

Agradecimentos, 7

Prefácio, 9

Prólogo: Sobre as Ciências Experimentais e a Matemática, 17

I – O Que é “Prova” ou “Demonstração” em Matemática?, 25

II – Sobre os Métodos Empregados nas Provas Matemáticas, 35

III – Conceitos Primitivos; Definições; Postulados;


Congruência de Triângulos; Primeiros Teoremas e Construções
da Geometria, 43

IV – Teoria das Paralelas; Paralelogramos; Polígonos


Equivalentes; Teorema de Pitágoras, 71

V – Arcos de Circunferência; Tangência; Ângulos Centrais e


Inscritos; Relações entre Ângulos e Arcos; Lugares
Geométricos, 91

VI – Proporções; Medidas de Segmentos; Ângulos e Arcos;


Teorema de Tales; Triângulos Semelhantes; Outra Prova do
Teorema de Pitágoras; Generalização do Teorema de
Pitágoras; Incomensurabilidade; Números Irracionais, 109

VII – O Teorema das Bissetrizes; Potência de um Ponto; o


Segmento Áureo; o “Método da Descida Infinita”; Polígonos
Regulares e sua Construção, 129

VIII – Áreas de Polígonos; Outra Prova do Teorema de


Pitágoras; Polígonos Semelhantes, 149

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14 C.Q.D. — Conceitos, Teoremas e Fórmulas Essenciais da Geometria

IX – O Conceito de Limite; a Medida da Circunferência e do


Círculo; o Axioma da Continuidade; o Método da Exaustão;
o Número π, 161

X – Pontos Notáveis de um Triângulo; Diâmetro do Círculo


Circunscrito a um Triângulo; Teorema de Menelau; Teorema de
Ceva; Reta e Círculo de Euler; Teorema de Ptolomeu
(ou Hiparco)., 187

XI – Medidas dos Segmentos Notáveis de um Triângulo;


Fórmula de Herão da Área; Raios dos Círculos Inscrito,
Circunscrito e Ex-Inscritos em um Triângulo; Segmentos
Determinados Por Aqueles Círculos Sobre os Lados do
Triângulo; Teorema de Euler nos Quadriláteros; Diagonais dos
Quadriláteros Inscritíveis; a Fórmula de Brahmagupta, 201

XII – A Reta e o Plano no Espaço; Três Outros Axiomas;


Perpendicularismo e Paralelismo entre Reta e Plano;Teorema
de Tales no Espaço; Ângulo entre Reta e Plano; Perpendicular
Comum a Retas Reversas; Ângulo entre Retas Reversas, 219

XIII – Ângulos Diedros, Perpendicularidade e Ângulos entre


Planos; Secções Igualmente Inclinadas em Diedros; Reta de
Maior Declive; Ângulos Poliédricos; Triedros; Triedros
Polares; Congruência de Triedros; Prismas Indefinidos, 237

XIV – Superfícies Poliédricas; Poliedros; Prismas; Troncos de


Prismas; Paralelepípedos; Romboedros; o Cubo; Pirâmides;
Tetraedros; Troncos de Pirâmides; os Poliedros Regulares ou
de Platão; Teorema de Euler dos Poliedros; Construção dos
Poliedros Regulares, 255

XV – Superfícies Cilíndricas, Cônicas e Esféricas;


Determinação da Superfície Esférica; Posições de uma Reta e de
um Plano em Relação Àquelas Superfícies; Figuras Inscritas e
Circunscritas em Superfícies Esféricas; o Cilindro, o Cone e
seus Troncos; a Esfera; Denominação das Partes da Superfície
Esférica e da Esfera, 273

XVI – Área da Superfície Lateral de um Prisma; Área da


Superfície Lateral de um Cilindro; Área da Superfície Lateral
de uma Pirâmide; Área da Superfície Lateral de um Cone e
de seu Tronco; Áreas da Superfície Esférica e de Suas Partes, 295

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Sumário 15

XVII – Equivalência de Poliedros; Equivalência de


Paralelepípedos; Equivalência de Prismas; Volume do
Paralelepípedo; Volumes dos Prismas; Equivalência de
Pirâmides; Volumes da Pirâmide e de seu Tronco; Volumes dos
Troncos de Prismas; Poliedros Semelhantes e seus Volumes, 307

XVIII – Volumes do Cilindro, do Cone e de seu Tronco; Volumes


da Esfera e de suas Partes, 327

XIX – Poliedros Regulares: Relações Métricas; Ângulos entre


as Faces; Áreas das Superfícies; Volumes; Teorema de Hípsicles;
Comparações, 339

Apêndice I – A Geração das Trincas Pitagóricas, 351

Apêndice II – Eixo Radical de duas Circunferências, 353

Apêndice III – Áreas de Polígonos como Somas de Áreas de


Triângulos, 355

Apêndice IV – Centros de Semelhança de Duas


Circunferências, 359

Apêndice V – O Problema de Apolônio, 365

Apêndice VI – O Volume da Pirâmide, 375

Apêndice VII – O Problema Isoperimétrico, 377

Apêndice VIII – Polígonos Estrelados, 381

Apêndice IX – Questões Selecionadas, 385

Referências Bibliográficas, 399

Índice remissivo, 401

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Prólogo
Sobre as Ciências Experimentais e a Matemática

A
capacidade de perceber e distinguir quantidades e formas –
esses dois conceitos fundamentais da Aritmética e da Geo-
metria – parece ser inata na espécie humana e também pode
ser observada, embora em traços rudimentares, em várias outras espé-
cies animais. Em nós, tal capacidade teve que evoluir e aprimorar-se
com o passar do tempo, à medida que a organização das sociedades
humanas foi se tornando mais complexa. Enquanto os homens eram
nômades e viviam apenas da caça, da pesca e da coleta dos frutos da
Natureza, suas necessidades matemáticas eram insignificantes. Entre-
tanto, quando o nomadismo diminuiu e eles passaram a domesticar
os animais, a praticar a agricultura e a fabricar produtos comercia-
lizáveis como armas, vestimentas, adornos, cerâmicas, bebidas, etc.,
as atividades do dia a dia e as transações entre as pessoas suscita-
ram questões cujas respostas demandavam algum tipo de abordagem
matemática.
Se várias famílias, com quantidades diferentes de pessoas, haviam
cultivado em conjunto um campo de trigo, como dividir entre elas os
grãos produzidos? Se um oleiro fabricava utensílios de cerâmica e os
trocava por carneiros criados por um pastor, quantos potes deveriam
ser dados em troca de uma ovelha? Quando um chefe de família
falecia, como seus bens deveriam ser divididos entre a viúva e os
filhos? Estaria um rebanho crescendo suficientemente rápido para que
seu proprietário garantisse o sustento de sua família? Que quantidade
de alimentos deveria ser suprida diariamente a grupos de pessoas
trabalhando para o rei ou servindo-o em suas campanhas militares?
Também as obras relativas a moradias, canais de irrigação, estradas,
templos e monumentos colocavam diante dos primeiros construtores

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18 C.Q.D. — Conceitos, Teoremas e Fórmulas Essenciais da Geometria

problemas de natureza geométrica e aritmética que precisavam ser


resolvidos para que os trabalhos fossem realizados. Foram estes tipos
de demandas que levaram o homem das primeiras civilizações a
iniciar o desenvolvimento da Matemática.
Para que se tenha uma ideia de quão antigas são essas necessi-
dades, vale dizer que o arco e a flecha, a lâmpada a óleo e a agu-
lha de coser foram inventados por volta de 20.000 a.C.; os animais
começaram a ser domesticados por volta de 12.000 a.C.; a Agricultura
começou a ser praticada por volta de 9.000 a.C., na mesma época em
que surgiram as primeiras cerâmicas; as fibras para a fabricação de
cordas e tecidos começaram a ser usadas por volta de 6.000 a.C.; o
primeiro calendário surgiu por volta de 4.500 a.C; a metalurgia por
volta de 4.000 a.C; a roda e a escrita foram inventadas por volta de
3.500 a.C., etc.
Já nos primeiros tempos da Revolução Agrícola, se não antes, o
homem foi forçado a observar mais atentamente os fenômenos do
mundo que o cerca, como as estações do ano, as fases da Lua, os
períodos de chuvas e de secas, as melhores épocas para o plantio, os
períodos de abundância ou de escassez da caça ou da pesca e muitos
outros fenômenos que afetavam sua vida. Ao fazê-lo, ele percebeu
regularidades na maneira com funciona o mundo físico, animado
ou inanimado, e a estas regularidades hoje costumamos chamar de
“leis da Natureza”. Tais leis, de um modo geral, são descobertas por
observação: como, ao longo de incontáveis milênios, a humanidade
tem observado que o Sol nasce regularmente todos os dias, em uma
posição que convencionamos chamar de Leste, e se põe em outra
que chamamos de Oeste, não temos qualquer dúvida em afirmar
que isso vai se repetir amanhã e em todos os outros dias, enquanto
existir o mundo. Por motivos análogos, temos certeza de que a água
sempre continuará a correr morro abaixo ou que uma pedra solta no ar
seguramente cairá com velocidade crescente em direção ao solo. Não
temos, tampouco, receio de afirmar que todos os organismos vivos são
formados por uma ou mais células, que todos eles nascem, crescem e
envelhecem e que, sem exceção, um dia vão morrer.
As ciências cujas leis são descobertas por meio da observação do
que acontece no mundo, naturalmente ou em experimentos conduzi-
dos pelo próprio homem, são chamadas de Ciências Experimentais.
Suas leis básicas não são descobertas por puro raciocínio: é indispen-
sável extraí-las daquilo que se percebe no próprio ambiente em que
são feitas as pesquisas. A Física, a Química e a Biologia são exemplos
clássicos desse tipo de ciência.

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Prólogo 19

As leis obtidas por meio da experiência, também chamadas de leis


empíricas, têm, entretanto, uma limitação intrínseca: nunca podemos
estar absolutamente seguros delas. Elas são válidas apenas enquanto
puderem explicar satisfatoriamente os fenômenos que devem abran-
ger. Sempre que uma “lei” deixa de fazê-lo ela perde sua validade,
é abandonada e substituída por outra melhor. Um exemplo clássico
bem ilustra esse fato: durante milênios o homem observou o Sol e a
Lua nascendo no horizonte, movendo-se em arcos sobre o firmamento
e desaparecendo para surgir novamente, como se estivessem girando
em torno da Terra. A própria abóbada celeste parecia também dotada
de um movimento de rotação ao redor de nosso planeta e disso os
antigos concluíram, naturalmente, que a Terra deveria estar imóvel
e ser o centro do Universo, em torno do qual todos os outros astros
se moviam. A humanidade acreditou nessa “lei” astronômica por
muitos séculos, até que, no século XVI, Nicolau Copérnico (1473-1543)
apresentou provas irrefutáveis, também baseadas em observações
astronômicas, de que a Terra e os demais planetas orbitam em torno
do Sol. A “lei” do geocentrismo foi então abandonada e substituída
pela do heliocentrismo.
Outro exemplo ilustrativo são as leis da Mecânica, formuladas
por Newton: assim que foram enunciadas em 1687 elas maravilha-
ram os cientistas porque conseguiam explicar todos os fenômenos
conhecidos em sua área de abrangência. Elas permaneceram incon-
testáveis por mais de dois séculos até que, nas últimas décadas do
século XIX, constatou-se a existência de fenômenos celestes que não
podiam ser plenamente esclarecidos pelas teorias newtonianas. Isso
forçou o desenvolvimento de uma nova teoria, chamada Teoria da
Relatividade, que não invalidou as leis de Newton mas mostrou que
seu campo de aplicação tem limites.
Nossas ideias sobre a estrutura da matéria também fornecem um
belo exemplo de como as leis descobertas experimentalmente evo-
luem ou perdem a validade. Antigos filósofos gregos conjecturavam
que todas as coisas da Natureza eram compostas, em distintas pro-
porções, de 4 elementos básicos: terra, fogo, ar e água. Essa conjec-
tura não obteve qualquer confirmação experimental e, em meados do
século V a.C., dois outros filósofos, Leucipo e seu discípulo Demócrito
(460 a.C. – 370 a.C.), conjecturaram que a matéria era formada por dife-
rentes corpúsculos muito pequenos e indivisíveis, a que chamaram
de “átomos” (do prefixo grego “a”, que significa “não”, e do verbo
“tomein”, que significa “dividir”). À época, não houve condições de
se confirmar ou refutar experimentalmente essa ideia mas, no início

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20 C.Q.D. — Conceitos, Teoremas e Fórmulas Essenciais da Geometria

do século XIX, o químico inglêsJohn Dalton (1766 – 1844) retomou a


conjectura de Leucipo e Demócrito e conseguiu com ela explicar uma
grande quantidade de fenômenos observados no âmbito da Química.
A partir de então, os conhecimentos a respeito dos átomos foram se
acumulando rapidamente e até mesmo suas massas relativas foram
medidas, o que parecia indicar que a teoria atomística estava defini-
tivamente consolidada. Entretanto, nos últimos anos do século XIX,
dados experimentais mostraram que os átomos não são indivisíveis:
ao contrário, eles próprios são compostos de partículas ainda mais
elementares. Entraram em cena, então, os elétrons, prótons, nêutrons,
mésons, neutrinos e várias outras partículas que, de tempos em tem-
pos, iam sendo descobertas. Os ciclópicos esforços que os cientistas
têm despendido nessa área de pesquisa ainda não produziram respos-
tas definitivas e os trabalhos continuam com grande intensidade, sem
que se possa prever com segurança como se estabilizará nossa visão
sobre a estrutura da matéria.
Também na Biologia e em vários outros campos experimentais
podemos encontrar exemplos impactantes de “leis” naturais inicial-
mente imaginadas definitivas e que tiveram de ser modificadas ou
substituídas por outras mais aptas a explicar os resultados de novas e
mais amplas observações sobre os mistérios da vida.
Estes exemplos bastam para mostrar o significado que a expressão
“lei natural” tem no âmbito das ciências experimentais: esse título é
concedido a todo princípio básico que se proponha a explicar deter-
minadas regularidades observadas no funcionamento da Natureza e
que seja majoritariamente aceito pela comunidade científica; o título é
retirado, entretanto, sempre que o princípio deixar de explicar aquilo
que deveria e perder credibilidade junto aos cientistas.
A MATEMÁTICA NÃO É UMA CIÊNCIA EXPERIMENTAL. Suas
leis são de uma natureza totalmente diferente e peculiar: elas não se
fundamentam em experiências mas sim em provas de natureza lógica.
Uma verdade matemática provada na Grécia há 24 séculos continuará
válida por toda a eternidade, na Terra, em Marte ou em qualquer outro
local do Universo. Um teorema não sai de moda nem se desgasta
com o tempo. Uma nova teoria matemática não destrói as anteriores.
Normalmente, ela apenas as engloba e torna-as casos particulares de
um arcabouço teórico mais amplo. Os conhecimentos matemáticos são
cumulativos; um matemático não desfaz as obras corretas de outros:
ele as amplia, generaliza, expande, aprimora.
Embora os matemáticos não gastem todo seu tempo descobrindo
ou demonstrando teoremas, já que seu trabalho, em geral, envolve

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