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Apresentação
Em praticamente todas as colisões, parte da energia mecânica é convertida em outra(s) forma(s) de
energia como calor, vibração ou som, por exemplo. Esse é um princípio da física que orienta a
produção dos instrumentos de percussão. No entanto, existe também um tipo de colisão em que os
corpos conservam sua energia mecânica.
Bons estudos.
Considere que um nêutron, de massa mn, move-se a 270 m/s quando sofre uma colisão frontal com
uma partícula α (núcleo de um átomo de hélio), que possui uma massa mα = 3,97 mn.
Bons estudos!
B344f Bauer, Wolfgang.
Física para universitários [recurso eletrônico] : mecânica /
Wolfgang Bauer, Gary D. Westfall, Helio Dias ; tradução: Iuri
Duquia Abreu, Manuel Almeida Andrade Neto ; revisão técnica:
Helio Dias. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2012.
CDU 531
(7.10)
(7.11)
(Lembre-se de que o momento é conservado em qualquer colisão em que forças externas sejam
desprezíveis.)
Vamos olhar as equações 7.10 e 7.11 mais de perto. O que é conhecido? O que é desco-
nhecido? Geralmente, sabemos as duas massas e componentes dos vetores momento inicial, e
queremos descobrir os vetores momento final após a colisão. Esse cálculo pode ser realizado
porque as equações 7.10 e 7.11 nos dão duas equações para dois valores desconhecidos, pfl,x e
pf2,x. Esse é, de longe, o uso mais comum dessas equações, mas também é possível, por exem-
plo, calcular as duas massas se os vetores momento inicial e final forem conhecidos.
Vamos encontrar as componentes dos vetores momento final:
(7.12)
A Demonstração 7.2 mostra como esse resultado é obtido. Ela ajudará a solucionar problemas
semelhantes.
Com o resultado para os momentos finais, também podemos obter expressões para as
velocidades finais usando :
(7.13)
Capítulo 7 Momento e Colisões 213
DEMONSTRAÇÃO 7.2
Começamos com as equações para conservação de energia e momento e agrupamos todas as
grandezas conectadas com o objeto 1 no lado esquerdo, e as conectadas ao objeto 2 no lado direi-
to. A equação 7.10 para a energia cinética (conservada) torna-se:
ou
(i)
Reordenando a equação 7.11 para conservação de momento, obtemos
(ii)
A seguir, dividimos os lados esquerdo e direito da equação (i) pelos lados correspondentes da
equação (ii). Para fazer essa divisão, usamos a identidade algébrica .
Esse processo resulta em
(iii)
Agora podemos solucionar a equação (iii) para pf1,x e substituir a expressão na
equação (iii):
Esse resultado é um das duas componentes desejadas da equação 7.12. Podemos obter o outro
componente solucionando a equação (ii) para pf2,x e substituindo a expressão
na equação (iii). Também podemos obter o resultado para pf1,x do resultado para pf2,x que acaba-
mos de derivar trocando os índices 1 e 2. Afinal, a classificação dos objetos em 1 ou 2 é arbitrária
e, por isso, as equações resultantes devem ser simétricas com a troca dos números. O uso desse
tipo de princípio de simetria é muito eficiente e conveniente. (Mas leva algum tempo para se
acostumar a ele no início!)
Essas equações para as velocidades finais parecem, à primeira vista, muito semelhantes àque-
las para os momentos finais (equação 7.12). Porém, há uma diferença importante: no segundo
termo do lado direito da equação para vf1,x, o numerador é 2m2, em vez de 2m1; por outro lado,
o numerador agora é 2m1, em vez de 2m2 no primeiro termo da equação para vf2,x.
Como última questão nessa discussão geral, vemos encontrar a velocidade relativa,
após a colisão:
(7.14)
Esse resultado significa que em qualquer colisão elástica de dois objetos de massa igual se
movendo em uma dimensão, os dois objetos simplesmente trocam seus momentos. O mo-
mento inicial do objeto 1 torna-se o momento final do objeto 2. O mesmo é verdadeiro para
as velocidades:
PROBLEMA
Qual é a força média exercida sobre a bola pelo taco?
SOLUÇÃO
A bola está inicialmente em repouso. Como a cabeça do driver e a bola estão em contato por
apenas um curto tempo, podemos considerar que a colisão entre eles é elástica. Podemos usar a
equação 7.18 para calcular a velocidade da bola de golfe, vf1,x, após a colisão com a cabeça do taco
Colisão de um taco com uma
bola de golfe.
onde m1 é a massa da bola, m2 é a massa da cabeça do taco e vi2,x é a velocidade da cabeça do dri-
ver. A velocidade da bola de golfe que sai da face da cabeça do taco, neste caso, é
Observe que, se a cabeça do taco tivesse massa muito maior do que a bola, esta atingiria duas
vezes a velocidade da cabeça do driver. Porém, neste caso, o jogador teria dificuldade em dar à
cabeça do taco uma velocidade substancial. A mudança de momento da bola de golfe é
Então, o impulso é
onde Fmédia é a força média exercida pela cabeça do taco e é o tempo que a cabeça do taco e a
bola estão em contato. Assim, a força média é
Desta forma, o taco exerce uma força muito grande sobre a bola de golfe. Essa força comprime
a bola de modo significativo, conforme mostrado na sequência de vídeo na Pausa para teste 7.2.
Além disso, observe que o taco não impulsiona a bola no sentido horizontal e transmite rotação
à bola. Deste modo, uma descrição precisa do golpe de uma bola de golfe com o taco requer uma
análise mais detalhada.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Dica do professor
Neste vídeo, mostraremos a definição e a aplicação das colisões elásticas, algumas situações que
evolvam colisões entre corpos com conservação de energia e do momento linear.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Exercícios
1)
Uma bola de massa m e velocidade colide com outra bola de massa 2m que
está inicialmente em repouso. Após o choque, a primeira bola recua com velocidade .
Determine a velocidade final da segunda bola.
A) 1,4 m/s
B) 2,9 m/s
C) 1,9 m/s
D) 2,1 m/s
E) 1,1 m/s
2) Em uma mesa de sinuca, uma bola é lançada frontalmente contra outra bola em repouso.
Após a colisão, a bola incidente para e a bola alvo (bola atingida) passa a se mover na mesma
direção do movimento da bola incidente. Supondo que as bolas tenham massas idênticas e
que o choque seja elástico, e que a velocidade da bola incidente seja de 2 m/s, qual será, em
m/s, a velocidade inicial da bola alvo após a colisão?
A) 0,5
B) 1
C) 2
D) 4
E) 8
3) De acordo com a figura abaixo, a partícula A, ao ser abandonada de uma altura H, desce a rampa
sem atritos ou resistência do ar até sofrer uma colisão, perfeitamente elástica, com a partícula B
que possui o dobro da massa de A e que se encontra inicialmente em repouso. Após essa colisão, B
entra em movimento e A retorna, subindo a rampa e atingindo uma altura igual a
A) H
B) H/2
C) H/3
D) H/9
E) H/12
4) Um disco rígido de massa M e centro O pode oscilar sem atrito num plano vertical em torno de
uma articulação P.
O disco é atingido por um projétil de massa m << M que se move horizontalmente com velocidade
no plano do disco. Após a colisão, o projétil se incrusta no disco e o conjunto gira em torno de
P até o ângulo 0 Nestas condições, afirmam-se:
A) I e II
B) I e III
C) II e III
D) III
E) I
5) Uma bola branca de sinuca, com velocidade de 10 m/s na direção X e sentido positivo, colide
elasticamente, na origem do sistema de coordenadas XY, com uma bola preta de mesma massa,
inicialmente em repouso.
Após a colisão, as velocidades finais das bolas preta, VFp, e branca, VFB,são, respectivamente, em
m/s, iguais a:
A) 3,2 e 7,6
B) 3,5 e 5,8.
C) 5,0 e 8,7
D) 6,0 e 4,5.
E) 7,0 e 5,0
Na prática
As colisões elásticas perfeitas, na prática, são incomuns. Mas existem alguns fenômenos do
cotidiano que podem ser tratados como colisões elásticas, por exemplo: as colisões no jogo de
sinuca, onde as bolinhas não sofrem deformações. Ou a técnica RBS (Rutherford Backscattering
Spectroscopy), que utiliza o retroespalhamento de Rutherford para a análise de materiais por feixes
iônicos, verificando por exemplo: o perfil da distribuição de impuresas em superfícies, a distribuição
de dopantes, a espessura de filmes finos, etc.
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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