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Esta aula é continuação da anterior e encerra o tema Propriedades Geométricas das Áreas no contexto da Resistência dos
Materiais.
Como já foi dito, essas propriedades serão importantes no desenvolvimento da disciplina, pois o estudo do comportamento
estrutural dos elementos de barra sujeitos a diversas solicitações, principal objeto deste curso, tem forte dependência da forma e
das dimensões da seção transversal adotada para cada elemento.
Nos cálculos relativos ao modelo matemático, que representa o comportamento das barras, a seção transversal é representada
pelas suas propriedades geométricas.
OBJETIVOS
Compreender o processo de determinação do Produto de Inércia de uma área plana;
Reconhecer o processo de determinação dos momentos de inércia principais de uma área plana;
Será visto mais tarde que, em algumas situações de projeto estrutural ou mecânico, torna-se necessário reconhecer os valores
máximos e mínimos do momento de inércia das áreas das seções transversais das barras analisadas.
Veremos ainda, nesta aula, que o procedimento para a determinação dos máximos e mínimos passa pela determinação dos
momentos de inércia, em relação aos eixos x e y, estudada na aula anterior, e por outra propriedade da área denominada Produto de
Inércia.
Fica claro que o produto de inércia possui a mesma dimensão do momento de inércia, ou seja, comprimento elevado à quarta
potência (m⁴, cm⁴, mm⁴ etc.).
Vale observar que, dependendo do quadrante em que o elemento diferencial de área estiver posicionado, o sinal do produto de
inércia poderá se alternar. No 1º e no 3º quadrantes, o produto de inércia é positivo, pois as duas distâncias possuem o mesmo
sinal.
Já n o 2º e no 4º quadrantes, o produto de inércia assume valores negativos dado que as distâncias possuem sinais diferentes.
Chamaremos de dx e dy as distâncias entre os dois sistemas de eixos X’Y’ e XY, como mostra a figura.
Considerando os dois referenciais pode-se montar a expressão do cálculo do produto de inércia como sendo:
onde (𝑥′ +𝑑𝑥) representa o valor de x e (𝑦′+𝑑𝑦) representa o valor de y. Desenvolvendo a integral...
A 1ª integral é o produto de inércia em relação ao centroide, a 2ª e a 3ª são nulas, como visto na aula anterior, e a última representa
a área.
Resumindo...
Ou...
Com isso, as coordenadas x’ e y’, referenciadas ao sistema xy, podem ser obtidas com as seguintes relações evidenciadas na figura:
Para desenvolver as propriedades da área A, em relação aos eixos inclinados, basta substituir essas relações como será feito a
seguir:
O desenvolvimento algébrico de cada uma das equações anteriores nos leva às seguintes equações:
Atenção:
Obviamente, para cada valor de θ, teremos um valor diferente para as propriedades da seção, passando por um ponto de máximo e
por um ponto de mínimo, que são os momentos principais de inércia. Os eixos dessas direções também são denominados de eixos
principais.
Como você estudou em Cálculo Diferencial e Integral, para conhecermos os máximos e os mínimos de uma função, devemos
derivar e igualar a zero.
Igualando a zero para θ = θp e usando a definição da tangente (sen/cos), chegamos à seguinte relação:
Esta relação pode ser representada graficamente por meio de um triângulo retângulo:
As hipotenusas dos triângulos, que são iguais, podem ser obtidas pelo Teorema de Pitágoras. Com isso, são iguais a:
Construindo as relações para sen2θ e para cos2θ, e substituindo nas equações do quadro resumo, obtemos:
Esta equação nos leva a uma relação já conhecida de Resistência dos Materiais I, o círculo de Mohr.
A marcação dos pontos (Ix, Ixy) e (Iy, -Ixy) é importante, pois nos dá a origem da marcação dos ângulos e a inclinação em relação
aos eixos principais.
RAIO DE GIRAÇÃO
O raio de giração é uma medida de comprimento baseada nas propriedades da seção, que será muito importante no estudo do
fenômeno da flambagem, podendo ocorrer em barras sob efeito de compressão. Desta forma, ele pode ser calculado em função da
área e do momento de inércia.
Como já vimos, o momento de inércia pode ser calculado em relação a qualquer eixo, o que também vale para o raio de giração.
O momento de inércia, como visto na 1ª aula, pode ser calculado através da integral
Portanto, podemos entender que o raio de giração é a distância medida do eixo considerado até um determinado ponto, de tal forma
que, se concentrarmos a área nesse ponto, o momento de inércia da figura, em relação ao referido eixo, será preservado.
ATENÇÃO:
O módulo de resistência (W) ocorre entre o momento de inércia, em relação a um eixo e a maior distância entre o centroide da área,
até a superfície da figura medida, na direção transversal ao eixo, conforme a figura:
O módulo de resistência será muito importante no estudo da flexão.
3
Dimensão: [L]
3 3 3
Unidades: m , cm , mm ...
Prática:
Pra a área detalhada da figura, determine o raio de giração e o módulo de resistência em relação aos eixos x e y.
MÓDULO DE RESISTÊNCIA
Em relação ao eixo x, as distâncias extremas são 1,61 até a borda inferior e 3,39 cm até a superior.
Em relação ao eixo y, as distâncias extremas são iguais (direita e esquerda) a 2,50 cm.
1 - Considere o perfil metálico L 150 x 150 x 25 (mm). Determine o produto de inércia do perfil:
4659000 mm⁴
-4659000 mm⁴
-4486030,9 mm⁴
27,7 x 10⁶ mm⁴
Justificativa
2 - Considere a composição de 2 perfis metálicos, o U 6” x 2” e a cantoneira 4” x 4”. Determine o momento de inércia do conjunto em
relação ao eixo horizontal que passa pelo centroide.
348,07 cm⁴
696,59 cm⁴
360,58 cm⁴
915,07 cm⁴⁴
452,89 cm⁴
Justificativa
3 - Considere a composição de 2 perfis metálicos, o U 6” x 2” e a cantoneira 4” x 4”. Determine o produto de inércia do conjunto em
relação ao eixo vertical, que passa pelo centroide, sabendo que os momentos de inércia do conjunto são Ix=915,07cm4 e
Iy=360,58cm4.
398,07 cm⁴
915,07 cm⁴
432,89 cm⁴
694,59 cm⁴⁴
360,58 cm⁴
Justificativa
Glossário