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DOS MATERIAIS
APLICADA
CDU 620.172.22
Introdução
Quando estudamos o efeito da aplicação de cargas sobre um ele-
mento estrutural, analisamos como se comportam esses mesmos
elementos com base no tipo de material que compõem esta peça,
suas dimensões, se o material é elástico linear ou não, como está
apoiada, ou seja, como determinado elemento estrutural está conec-
tado ao meio e também as condições de carregamento, sejam cargas
distribuídas, concentradas ou de Torque, esta análise chamamos de
condições de contorno. Você deve saber que a mudança das con-
dições de contorno para o mesmo elemento estrutural pode mudar
completamente seu comportamento.
Neste capítulo, você vai estudar o comportamento de um elemento
estrutural e a análise da distribuição de tensões e esforços solicitantes
provocados pelo carregamento aplicado. Este estudo precede o passo
final que é o dimensionamento de qualquer elemento estrutural.
Deformação
Você sabia que a análise do comportamento de um elemento estrutural é feita
por meio do estudo dos esforços solicitantes e das deformações causadas pelo
carregamento em uma determinada peça? Nos eixos de seção circular sob efeito
2 Resistência dos materiais aplicada
Figura 1. Forças representadas com vetores. (a) Com setas curvas. (b) Vetores conjugados.
Veja que essa relação demonstra uma importante condição das tensões de
cisalhamento que precisam ser satisfeitas para que haja equilíbrio na seção,
o que ainda pode ser obtido é a distribuição de tensões na seção. A estática
não possui métodos capazes de determinar as distribuições de tensões provo-
cadas por determinado carregamento. Por outro lado, você pode supor que as
tensões normais produzidas por uma força axial aplicada no centro podem ser
consideradas uniformemente distribuídas, desde que estejam fora das regiões
afetadas por cargas concentradas. A mesma análise para as tensões de cisa-
lhamento não pode ser aplicada, ainda que seja um eixo com material elástico.
A análise das deformações provocadas pela tensão de cisalhamento pode nos
dar elementos para entender a distribuição das tensões de cisalhamento no
eixo circular.
Devido a deformações provocadas pela torção, as tensões de cisalhamento
não ocorrem somente em um plano. Na Figura 4 você pode observar um eixo
com uma malha na superfície. Você já viu que um Torque quando aplicado
em um eixo provoca tensões de cisalhamento τ nas seções perpendiculares à
linha de centro longitudinal do eixo. Você verá nas Figuras 5a e 5b as tensões
de cisalhamento nos planos longitudinais do eixo e o sentido das tensões de
cisalhamento conforme do sentido do torque, seja no sentido horário ou no
sentido anti-horário e como ocorrem as tensões de cisalhamento em um ele-
mento típico do eixo.
Figura 6.
6 Resistência dos materiais aplicada
Figura 7.
Figura 8.
Torção – Barras de seção circular 7
Para os eixos circulares, ao aplicar uma força de torque, a seção transversal do eixo
permanece plana e indeformada, mesmo havendo rotação das linhas radiais. As
rotações provocadas pela torção provocarão o surgimento de deformações de
cisalhamento internamente nas seções transversais.
As deformações de cisalhamento variam ao longo do raio da seção transversal,
indo de zero no centro da seção até o valor máximo na extremidade externa da
seção transversal.
Os materiais elásticos lineares e homogêneos obedecem a Lei de Hooke, por-
tanto a tensão de cisalhamento na seção transversal varia linearmente ao longo
do raio da seção, de zero no centro da seção até o valor máximo da tensão de
cisalhamento na extremidade externa da seção transversal.
A Lei de Hooke se aplica apenas dentro do regime elástico do material dentro do
limite de proporcionalidade. A partir desse ponto, as deformações ocorrem no
regime plástico ocasionando uma deformação inelástica.
Tensões
Veja nas Figuras 5a e 5b de que forma agem as tensões de cisalhamento em
um eixo circular e com material elástico linear , cuja intensidade da tensão de
cisalhamento é dada pelo produto do módulo de elasticidade ao cisalhamento
e pela deformação de cisalhamento,
Observe que para que a Lei de Hooke seja válida, as tensões e deformações
devem permanecer dentro do limite de proporcionalidade, ou seja, no regime
elástico e abaixo da tensão de escoamento do material, dentro desse limite as
deformações não serão permanentes.
Ao multiplicar a equação da deformação de cisalhamento por G, módulo
de elasticidade transversal, você tem,
Como,
Temos,
E como,
PROBLEMA RESOLVIDO 1
A Figura 10 apresenta dois eixos circulares com suas dimensões e carregamentos,
determine:
a) Para o eixo circular maciço determine a máxima tensão de cisalhamento e a de-
formação de cisalhamento máxima. Considere o ângulo de torção ϕ igual a 5º e o
comprimento L do eixo igual a 500 mm.
b) Para o eixo circular tubular, determine o diâmetro interno para que a tensão máxima
de cisalhamento seja idêntica à tensão de cisalhamento do eixo de seção maciça.
a.
12 Resistência dos materiais aplicada
b.
Ângulo de torção
Vamos analisar um eixo circular submetido a momento torçor T de compri-
mento L, raio c constante ao longo do comprimento, você deve considerar
o eixo engastado em uma extremidade e livre na outra extremidade, como
demonstrado na Figura 11.
Torção – Barras de seção circular 13
Figura 11.
Uma vez que no regime elástico as tensões não ultrapassam a tensão de esco-
amento, você pode aplicar a Lei de Hooke conforme:
Torção inelástica
Até agora, as análises realizadas se referem somente aos elementos com-
postos por materiais elásticos lineares, dentro do regime elástico sem atingir
o limite de proporcionalidade. Quando a intensidade dos carregamentos de
torção T aplicados a um eixo circular são altos, a ponto de ultrapassar o limite
da tensão de escoamento, o material não mais se comporta de maneira elás-
tica e passa a se comportar de maneira plástica. Dessa forma, a análise que
faremos adiante para determinar a tensão de cisalhamento, o ângulo de torção
será análise elástica.
Você deve entender que o aumento da intensidade do torque T provoca a
redução do raio do núcleo elástico e inicia o escoamento do material, a partir
desse ponto, o material do eixo se encontra no regime plástico, onde as defor-
mações serão permanentes e a distribuição de tensão de cisalhamento é cons-
tante. O torque plástico possui a maior intensidade de força que o material
poderá resistir e que podemos determinar através da equação:
Considerando
Torção – Barras de seção circular 15
Referência
BEER, F. P.; JOHNSTON Jr., E. R.; DEWOLF, J. T.; MAZUREK, D. F. Mecânica dos materiais. 7. ed.
Porto Alegre : AMGH, 2015.
Leituras recomendadas
HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 7. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010.
TIMOSHENKO, S. P.; GERE, J. E. Mecânica dos sólidos. Rio de Janeiro: LTC, 1983. v. 1