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DE ÁREA
APÊNDICE A
MOMENTO DE INÉRCIA DE ÁREA - A/1Introdução
Quando forças são distribuídas continuamente sobre uma área na qual
atuam, pode ser necessário calcular o momento dessas forças em
relação a algum eixo no plano que contém a área ou perpendicular a ele.
Frequentemente, a intensidade da força (pressão ou tensão) é
proporcional à distância da linha de ação da força ao eixo do momento.
A força elementar atuando sobre um elemento de área é então
proporcional à distância vezes a área diferencial, e o momento
elementar é proporcional à distância ao quadrado vezes a área
diferencial. Vemos, portanto, que o momento total envolve uma integral
que tem a forma e (distância)^2 d(área). Essa integral é denominada
momento de inércia ou momento de segunda ordem de uma área. A
integral é uma função da geometria da área e ocorre frequentemente
em aplicações da mecânica.
A Fig. A/1 ilustra a origem física dessas integrais. Na parte a da figura,
a área da superfície ABCD está sujeita a uma pressão distribuída p,
cujo módulo é proporcional à distância y a partir do eixo AB. O
momento em relação a AB devido à pressão p=ky sobre o elemento
de área dA é py dA = ky^2 dA. Assim, a integral em questão aparece
quando calcula-se o momento total M = k ∫ y^2 dA.
Na Fig. A/1b mostra a distribuição de tensão atuando na seção
transversal de uma viga elástica simples, fletida por momentos iguais
e de sentidos opostos aplicados nas extremidades. Em qualquer seção
da viga, uma distribuição linear de força ou tensão σ, dada por σ = ky,
está presente. A tensão é positiva (tração) abaixo do eixo O-O e
negativa (compressão) acima do eixo. Observa-se que o momento
elementar em relação ao eixo O-O é dM = y(σ dA) = ky^2 dA. Desta
forma, a mesma integral aparece quando se calcula o momento total
M = k ∫ y^2 dA.
Um terceiro exemplo é dado na Fig. A/1c, que mostra um eixo circular
submetido a uma torção ou a um momento torsor. Abaixo do limite
elástico do material, este momento provoca nas seções transversais
do eixo uma distribuição de tensão tangencial ou cisalhante τ, que é
proporcional à distância radial r ao centro do eixo. Assim, τ = kr, e o
momento total em relação ao eixo central é M = ∫ r (τ dA) = k ∫ r^2 dA.
Neste caso, a integral difere daquela apresentada nos dois exemplos
anteriores já que a área é normal, em vez de paralela, ao eixo do
momento, e também pelo fato de r ser uma coordenada radial em vez
de retangular.
O integral ilustrada nos exemplos anteriores é geralmente chamada
momento de inércia da área em relação ao eixo em questão. O
momento de inércia de uma área é uma propriedade puramente
matemática da área.
A/2Definições - Momentos de Inércia Retangular e Polar
Considere a área A no plano x-y, Fig. A/2. Os momentos de
inércia do elemento dA em relação aos eixos x e y são, por
definição, dI_x = y^2 dA e dI_y = x^2 dA, respectivamente. Os
momentos de inércia de A em relação aos mesmos eixos são
I_x e I_y (chamados momentos de inércia retangulares) em
que a integração foi realizada sobre toda a área.
Teorema dos eixos paralelos. Dois pontos em particular devem ser observados.
Primeiro, os eixos entre os quais a transferência é feita devem ser paralelos, e
segundo, um dos eixos deve passar pelo centroide da área.
O teorema dos eixos paralelos também pode ser aplicado para raios de giração.
Com a substituição da definição de k, obtém-se a seguinte relação de transferência
A transferência do eixo do centroide para o eixo x′, que passa pelo vértice, resulta em
EXEMPLO A/3 - Calcule os momentos de inércia da área de um círculo em relação
a um eixo diametral e em relação ao eixo polar que passa pelo seu centro.
Especifique o raio de giração.
R: Um elemento diferencial de área na forma de um anel circular pode ser usado
para o cálculo do momento de inércia em relação ao eixo polar z que passa por O,
uma vez que todos os elementos do anel são equidistantes em relação a O. A área
elementar é dA = 2πr_0 dr_0
EXEMPLO A/4 - Determine o momento de inércia da área sob a parábola em relação ao
eixo x. Resolva usando (a) uma faixa de área horizontal e (b) uma faixa de área vertical.
R: A constante k=4/9 é obtida primeiro, substituindo x = 4 e y = 3 na equação da parábola.
(a) Faixa horizontal. Uma vez que todas as partes da faixa horizontal estão à mesma
distância do eixo x, o momento de inércia da faixa em relação ao eixo x é y^2 dA, em que
dA = (4 – x) dy = 4(1 – y^2/9) dy. Integrando em relação a y, obtém-se
(b) Faixa vertical. Aqui, todas as partes do elemento estão a distâncias diferentes do eixo x, de forma
que devemos usar as expressões para o momento de inércia de um retângulo elementar, em relação
a sua base, que no Exemplo A/1 é bh^3/3. As areas elementares constituintes desta parte elementar
encontram-se a diferentes distâncias do eixo x.
EXEMPLO A/5 - Determine o momento de inércia da área semicircular em relação ao eixo
x.
R: O momento de inércia da área semicircular em relação ao eixo x′ é metade daquele de
um círculo completo em relação ao mesmo eixo.
I_x=3.642035(10^5)mm^4
Integrate[y^2*Sqrt[r^2-y^2],y,0,r]
EXEMPLO A/6 - Calcule o momento de inércia em relação ao eixo x
da área contida entre o eixo y e os arcos de círculo de raio a, cujos
centros estão localizados em O e A.
R: A escolha de uma faixa diferencial de área vertical permite que
uma única integração cubra toda a área. Uma faixa horizontal
requereria duas integrações em relação a y, devido à
descontinuidade. Momento de inércia da faixa, em relação ao eixo x,
é o de uma faixa de altura y_2 menos o de uma faixa de altura y_1: