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Momento de uma Força

Define-se momento de uma força em relação a um polo como sendo o produto da força (em
módulo, isto é, considerando o valor positivo independentemente se o objecto gira no sentido
horário ou anti-horário) pela distância entre o polo e o ponto de aplicação da força (ou linha
de acção da força aplicada).

Quando se tem um corpo sujeito à acção de forças de resultante não nula, o corpo pode
adquirir tanto movimento de rotação quanto movimento de translação, isso ocorrendo ao
mesmo tempo. Sendo assim, pode-se definir o momento de uma força como sendo uma
grandeza associada ao fato de uma força fazer com que um corpo (ou objecto) gire.

A figura acima, onde o objecto está sujeito à acção de duas forças. O ponto P na figura é
chamado de polo e foi determinado aleatoriamente.

Momento de uma força também conhecida por torque

O momento de uma força em relação a um ponto ou a um eixo fornece uma medida da


tendência dessa força de provocar a rotação de um corpo em torno do ponto ou do eixo. Por
exemplo, considere a força horizontal Fv que age perpendicularmente ao cabo da chave
inglesa e está localizada a uma distância dy do ponto O. (Figura 1)
Figura 1

Pode-se observar que essa força tende a provocar um giro do tubo em torno do eixo z. Quanto
maior a força ou a distância dy, maior o efeito da rotação. Essa tendência de rotação
provocada pela força FA algumas vezes é chamada de torque, mas normalmente é
denominada momento de uma força ou simplesmente momento (M O)Z. Observando que no
eixo do momento (Z) é perpendicular ao plano sombreado (x-y), o qual contém tanto Fx
quanto dy, e que intercepta o plano no ponto O.

Observe que, embora não seja possível realmente ‘girar’ o tubo dessa maneira, Fz ainda
provoca uma tendência de rotação, e assim é produzido o momento (Mo). Da mesma maneira
que no caso anterior, a força e a distância (dy) estão contidas no mesmo plano som breado (y
-z) que, por sua vez, é perpendicular ao eixo (X) de m omento. Finalmente, se uma força Fv é
aplicada à chave na Figura 2, nenhum momento é produzido em relação ao ponto O. Nesse
caso, haverá ausência total de giro do tubo, um a vez que a linha de acção da força passa pelo
ponto O e, em consequência, nenhum a tendência de rotação será possível.

Figura 2

Considera força F e o ponto O, que estão situados no plano sombreado (Figura 3). O
momento MO em relação ao ponto O , ou ainda em relação a um eixo que passa por O
perpendicularmente ao plano, é uma quantidade vectorial, uma vez que depende de sua
intensidade ou módulo, direção e sentido.

A intensidade de MO é: Mo = F.d

Onde: d é denominado braço do momento e é a distância perpendicular do ponto O até a linha


de acção da força. As unidades da intensidade do momento são dadas pelo produto de força
por distância, por exemplo, N.m ou lb.pé.

Figura 3

Direcção e Sentido

A direcção e o sentido de M O devem ser determinados pela ‘regra da mão direita’. Para a
aplicação dessa regra, os dedos da mão direita devem ser curvados de tal forma que
acompanhem o sentido de rotação da força, caso esta pudesse girar em torno do ponto O,
como ilustrado na Figura 4.2a. O polegar; então, se orienta ao longo do eixo do momento,
determinando a direcção e o sentido do vector momento, que nesse caso é dirigido para cima
e é perpendicular ao plano sombreado contendo F e d.

O vector é representado em três dimensões por uma seta envolvida por outra seta de formato
circular, para distingui-lo do vector força (Figura 4.2a). Muitos problemas em mecânica,
entretanto, envolvem sistemas de forças coplanares que podem ser representados
convenientemente em duas dimensões. Por exemplo, na Figura 4 pode-se ver em duas
dimensões a Figura 3. Nesse caso, M O é representado pela seta de formato curvo (no sentido
anti-horário), que indica a acção da força F. A extremidade da seta de formato curvo é usada
para mostrar o sentido de rotação provocado por F. Utilizando a regra da mão direita,
entretanto, perceba que a direcção e o sentido do vector momento na Figura 4.26 são
indicados pelo polegar, que aponta para fora da página, uma vez que os outros dedos
acompanham a curvatura da seta. Veja também que essa seta de formato curvo ou o sentido
da rotação pode sempre ser determinado, observando em que direcção a força ‘orbitaria’ em
torno do ponto O (anti-horário na Figura 4.26). Em duas dimensões, vamos com frequência
nos referir à obtenção do momento de uma força ‘em torno de um ponto’ (O). Lembre-se, no
entanto, de que o momento sempre actua em relação a um eixo que é perpendicular ao plano
contendo F e d e que esse eixo intercepta o plano no ponto (O) (Figura 4.2a)

Momento Resultante de um Sistema de Forças Coplanares

Se um sistema de forças se situa em um plano x-y, então o momento produzido por cada
força em relação ao ponto O é direccionado ao longo do eixo z, como se vê na Figura 4.3. C
consequentemente, o momento resultante MO do sistema pode ser determinado adicionando-
se os momentos de todas as forças algebricamente, uma vez que os momentos vectores são
colineares. Podemos escrever essa soma vectorial simbolicamente como:

+MR= ∑Fd

A seta indicada no sentido anti-horário dessa equação significa, convencionalmente, que o


momento de qualquer força será positivo se apontar ao longo do eixo +Z e negativo se estiver
direcionado ao longo do eixo -Z.

O momento de uma força nem sempre provoca rotação. Por exemplo, a força F tende a girar a
viga-mestra no sentido horário em relação ao suporte A, com momento M A = FdA. A rotação
efectiva ocorreria se o suporte em B fosse removido. Da mesma maneira, F cria uma
tendência de rotação da viga-mestra no sentido antihorário em relação a B, com um momento
MB = FdB. Nesse caso, o suporte em A evita a rotação.

Figura 4
Teorema de Varignon

O momento resultante sobre um sistema de forças concorrentes é igual à soma dos momentos
das forças aplicadas.” • Isso é muito útil se esforços e distâncias em um único plano

O momento em relação a um dado ponto O da resultante de diversas forças concorrentes é


igual à soma dos momentos das várias forças em relação ao mesmo ponto O.

r⃗ ( ⃗
F1 ⃗
F 1+ … ¿  r⃗  ⃗
F 1  r⃗  ⃗
F 2+ …

O teorema de Varignon torna possível substituir a determinação direta do momento de uma


força F pela determinação dos momentos de duas ou mais forças que a compõe.

O momento de F em relação a O:


Mo= r⃗ x⃗
F ; r⃗ = ⃗ yj + ⃗
xi + ⃗ zk

F = Fxi⃗ + Fy ⃗j + Fzk⃗

M o = Mxi⃗ + My ⃗j + Mzk⃗

| |
i⃗ ⃗j ⃗k
= x y z
Fx F y F z

= (yFz -zFy) i⃗ + (zFx -yFz) ⃗j + (xFy -yFx) k⃗

Momento de F em relação a B:


M O= r⃗ A/B x ⃗
F

r⃗ A - r⃗ B = (XA – XB)i⃗ + (YA – YB) ⃗j + (ZA – ZB)k⃗


Exercícios

1. Determine o momento da força em relação ao ponto O em cada caso ilustrado nas Figuras
abaixo:

Fórmula: MO = F.d

Mo = (100N)(2m) = 200 N.m↓

Mo = (50N)(0,75 m) = 37,5 N.m↓

Mo = (40lb)(4pés+2cos30°pés) = 229 lb.pés↓

Mo = (60lb)(1sen45°pés) = 42,4 lb.pés↑


Mo = (7 kN)(4m – 1m) = (7kN)(3m) = 21 kN.m↑

2. Determine os momentos da força de 800 N que atua sobre a estrutura na Figura abaixo em
relação aos pontos A. B, C e D.

Resolução

Em geral. M = F.d, onde d é o braço de momento ou a distância perpendicular do ponto no


eixo do momento até a linha de ação da força. Consequentemente:

MA = (800N)(2,5m) = 2000N.m↑

MB = (800N)(l,5m) = 1200N.m↓

MC = (800N)(0) = 0 (a linha de acção de F passando por C)

MD = (800N)(0,5 m) = 400N.m↑

As setas de formato curvo em cada uma das equações indicam os sentidos de rotação dos
momentos, que são definidos pelos sentidos de circulação da força em torno de cada ponto.
3. Determine o momento resultante das quatro forças que actuam na haste mostrada na
Figura em relação ao ponto O.

Resolução

Supondo que momentos positivos actuam na direcção +k, isto é, no sentido anti-horário,
temos:

+MR= ∑Fi.di

MR = -50N(2m) + 60 N(0) + 20 N(3sen30°m)

-40N(4m+3cos30°m)

MR = -334N.m = 334N.m

Para esses cálculos, note que as distâncias dos braços dos momentos para as forças de 20 N e
40 N foram estabelecidas pelo prolongamento das linhas de ação de cada uma delas (linhas
tracejadas).

4. Uma força vertical de 450 N é aplicada na extremidade de uma alavanca que está ligada
ao eixo em O. Determine:

a) o momento da força em relação a O;

b) a força horizontal aplicada em A que gera o mesmo momento;

c) a força mínima aplicada em A que gera o mesmo momento;

d) a posição de uma força vertical de 1080 N para que ela gere o mesmo momento;

e) se alguma das forças obtidas nas partes b, c e d é equivalente à força original

Resolução
a) O momento em relação a O é igual ao produto da força pela distância perpendicular
entre a linha de ação da força e O. Como a força tende a girar a alavanca no sentido
horário, o vetor momento aponta para dentro do plano que contém a alavanca e a
força.

Mo  135 Nm

b) Para a força horizontal aplicada em A que gera o mesmo momento tem-se:

d= (60cm) sin60o = 52 cm

Mo = F.d

135N.m = F(0,52 M)

135 N . m
F= = 259,6 N
0 , 52 m

c) A força mínima aplicada em A que gera o mesmo momento deve actuar a uma
distância perpendicular é máxima de O, ou seja, quando F é perpendicular a OA.
Mo = F.d

135N.m = F (0,6 M)

135 N . m
F= = 225 N
0,6m

d) Para determinar o ponto de aplicação de uma força vertical de 1080 N que gera o
mesmo momento em relação a O temos:

Mo = Fd

135N.m = F (1.080 N) d

135 N . m
d= = 0,125 m
1.080 N

OB cos 60o = 12,5 cm

OB = 25 cm

e) Embora cada uma das forças nas letras b), c) e d) gere o mesmo momento que a força
de 450 N, nenhuma tem sua mesma intensidade, direção e sentido, ou sua mesma
linha de ação. Portanto, nenhuma das forças é equivalente à força de 450 N.

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