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Resultantes de um

sistema de forças
Objetivos

• Discutir o conceito do momento de uma força e mostrar como


calculá-lo em duas e três dimensões;

• Fornecer um método para a determinação do momento de


uma força em relação a um eixo específico;

• Definir o momento de um binário;

• Mostrar como determinar o efeito resultante de um sistema de


forças não concorrentes;

• Indicar como reduzir um carregamento distribuído simples a


uma força resultante atuando em um local especificado.
Momento de uma força —
formulação escalar

• Quando uma força é aplicada a um corpo, ela produzirá uma


tendência de rotação do corpo em torno de um ponto que não
está na linha de ação da força;

• Essa tendência de rotação algumas vezes é chamada de torque,


mas normalmente é denominada momento de uma força, ou
simplesmente momento;
Momento de uma força —
formulação escalar

• Por exemplo, considere uma chave usada para desatarrachar o


parafuso. Se uma força é aplicada no cabo da chave, ela tenderá
a girar o parafuso em torno do ponto O (ou do eixo z);

• Quanto maior a força ou quanto mais longo o braço do


momento, maior será o momento ou o efeito de rotação:
Momento de uma força —
formulação escalar

• Se a força F for aplicada em um ângulo q ≠ 90°, então será mais


difícil girar o parafuso:
Momento de uma força —
formulação escalar

• Se F for aplicado ao longo da chave, seu braço do momento


será zero, uma vez que a linha de ação de F interceptará o
ponto O (o eixo z):
Momento de uma força —
formulação escalar

• A intensidade de MO é

• A direção de MO é definida pelo seu


eixo do momento, que é perpendicular
ao plano que contém a força F e seu
braço do momento d.
Momento de uma força —
formulação escalar

• Para problemas bidimensionais, em que todas as forças estão no


plano x–y, o momento resultante (MR)O em relação ao ponto O
(o eixo z) pode ser determinado pela adição algébrica dos
momentos causados no sistema por todas as forças.
Momento de uma força —
formulação escalar

• Exemplo 4.1: Determine o momento da força em relação ao


ponto O.
Momento de uma força —
formulação escalar

• Exemplo 4.2: Determine o momento resultante das quatro


forças que atuam na haste em relação ponto O.
Produto vetorial

• O produto vetorial de dois vetores A e B produz o vetor C,


que é escrito como:
C=AXB

• e lido como “C é igual a A vetorial B”;

• A intensidade de C é definida como o produto entre as


intensidades de A, de B e do seno do ângulo q entre suas
origens (0° ≤ q ≤ 180°);

• Logo, C = A X B = (AB sen q ) uc.


Produto vetorial

• O vetor C possui uma direção perpendicular ao plano que


contém A e B, de modo que C é determinado pela regra da
mão direita:
Produto vetorial

• A propriedade comutativa não é válida; ou seja,


A X B ≠ B X A.

• Em vez disso, A X B = -B X A
Produto vetorial

• Se o produto vetorial for multiplicado por um escalar a, ele


obedece à propriedade associativa;

a(A X B) = (aA) X B = A X (aB) = (A X B)a

• O produto vetorial também obedece à propriedade distributiva


da adição,
A X (B + D) = (A X B) + (A X D)
Produto vetorial

• Se o círculo é construído de acordo com a figura, então o


produto vetorial de dois vetores unitários no sentido anti-
horário do círculo produz o terceiro vetor unitário positivo;
por exemplo, k X i = j;

• Fazendo o produto vetorial no sentido horário, um vetor


unitário negativo é obtido; por exemplo, i X k = -j.
Produto vetorial
Produto vetorial
Momento de uma força —
formulação vetorial

• O momento de uma força F em relação a um ponto O ou, mais


exatamente, em relação ao eixo do momento que passa por O
e é perpendicular ao plano contendo O e F pode ser expresso
na forma de um produto vetorial, nominalmente, MO = r X F
Momento de uma força —
formulação vetorial

• A intensidade do produto vetorial é definida pela equação


anterior como MO = rF sen q.
Momento de uma força —
formulação vetorial

• A direção e o sentido de MO na equação anterior são


determinados pela regra da mão direita aplicada ao produto
vetorial;

• Note que tanto a “curva” dos dedos como a seta curva em


torno do vetor de momento indicam o sentido da rotação
causado pela força;

• Como o produto vetorial não obedece à propriedade


comutativa, a ordem de r X F deve ser mantida para produzir o
sentido correto da direção para MO.
Momento de uma força —
formulação vetorial

• Como F pode ser aplicado em qualquer ponto ao longo de sua


linha de ação e ainda criar esse mesmo momento em relação ao
ponto O, então F pode ser considerado um vetor deslizante.

• Essa propriedade é chamada princípio da transmissibilidade


de uma força.
Momento de uma força —
formulação vetorial

• Se estabelecermos os eixos coordenados x, y, z, então o vetor


posição r e a força F podem ser expressos como vetores
cartesianos:
Momento de uma força —
formulação vetorial

• O significado físico dessas três componentes do momento


torna-se evidente ao analisar a figura abaixo:
Momento de uma força —
formulação vetorial

• Se um corpo é submetido à ação de um sistema de forças


(figura abaixo), o momento resultante das forças em relação ao
ponto O pode ser determinado pela adição vetorial do
momento de cada força.

• Essa resultante pode ser escrita


simbolicamente como:

(MR)O = Σ(r X F)
Momento de uma força —
formulação vetorial

• Exemplo 4.2: O poste está sujeito a uma força de 60 N na


direção de C para B. Determine a intensidade do momento
criado pela força em relação ao suporte em A.
Momento de uma força —
formulação vetorial

• Exemplo 4.3: Determine o


momento produzido pela
força F sobre o ponto O.
Expresse o resultado
como um vetor
cartesiano.
Momento de uma força —
formulação vetorial

• Exemplo 4.4: Três forças atuam na barra. Determine o momento


resultante criado pelas forças em relação ao flange em O e os
ângulos diretores coordenados para o eixo dos momentos.
O princípio dos
momentos

• O princípio dos momentos estabelece que o momento de


uma força em relação a um ponto é igual à soma dos momentos das
componentes da força em relação ao mesmo ponto;

• Esse teorema pode ser facilmente provado usando o produto


vetorial, uma vez que o produto vetorial obedece à propriedade
distributiva.
O princípio dos
momentos
O princípio dos
momentos

• Para problemas bidimensionais, podemos usar o princípio dos


momentos decompondo a força em suas componentes
retangulares e, depois, determinar o momento usando uma
análise escalar.
O princípio dos
momentos

• Exemplo 4.5: Uma força de 200N atua sobre o suporte.


Determine o momento da força em relação ao ponto A.
O princípio dos
momentos

• Exemplo 4.6: A força F é aplicada nos terminais de cada suporte


em ângulo conforme apresentado. Determine o momento da
força em relação ao ponto O.
O princípio dos
momentos

• Exercício: Determine o momento resultante produzido pelas


forças sobre o ponto O. Expresse o resultado de a) como
escalar b) como vetor cartesiano.
a) b)
O princípio dos
momentos

• Exercício: Determine o momento resultante produzido pelas


forças sobre o ponto O.
O princípio dos
momentos

• Exercício: Determine o momento resultante produzido pelas


forças sobre o ponto O.
O princípio dos
momentos

• Exercício: Determine o momento resultante produzido pelas


forças sobre o ponto O.
O princípio dos
momentos

• Exercício: Determine o momento resultante produzido pelas


forças sobre o ponto O.
Momento de uma força
em relação a um eixo
especificado

Análise escalar

• Em geral, para qualquer eixo a, o momento é:


Momento de uma força
em relação a um eixo
especificado

Análise vetorial

• Para determinar o
momento da força F na
figura ao lado em relação ao
eixo y usando uma análise
vetorial, primeiro
precisamos determinar o
momento da força em
relação a qualquer ponto O
sobre o eixo y.
Momento de uma força
em relação a um eixo
especificado

Análise vetorial
Momento de uma força
em relação a um eixo
especificado
Análise vetorial

• Se os vetores forem escritos na forma cartesiana, temos:


Momento de uma força
em relação a um eixo
especificado
• Exemplo 4.7: A força F = {-40i+20j+10k} N atua no ponto A.
Determine os momentos dessa força em relação aos eixos x e
a.
Momento de uma força
em relação a um eixo
especificado
• Exemplo 4.8: A barra é sustentada por dois grampos em A e B.
Determine o momento MAB produzido por F = {-600i+200j-
300k} N, que tende a girar a barra em torno do eixo AB.

F
Momento de uma força
em relação a um eixo
especificado
• Exemplo 4.9: Determine a magnitude do momento da força F
sobre o seguimento AO do conjunto de tubos.
Momento de uma força
em relação a um eixo
especificado
• Exemplo 4.8: Determine a magnitude do momento da força F
sobre o seguimento AO do conjunto de tubos.
Momento de um binário

• Um binário é definido como duas forças paralelas que têm a


mesma intensidade, mas direções opostas, e são separadas por
uma distância perpendicular d;
• Como a força resultante é nula, o único efeito de um binário é
produzir rotação ou tendência de rotação em determinada
direção.
Momento de um binário

• O momento produzido por um binário é chamado momento


de um binário:

• Esse resultado indica que o momento de um


binário é um vetor livre, i.e., pode atuar em
qualquer ponto, pois M depende apenas do
vetor posição r (que é orientado entre as
forças).
Momento de um binário

• O momento de um binário, M (figura abaixo), é definido como


tendo uma intensidade de:
Momento de um binário

• O momento de um binário também pode ser expresso pelo


produto vetorial:

• Se dois binários produzem um momento com a mesma


intensidade e direção, então eles são equivalentes.

• Como os momentos de binário são vetores, sua resultante


pode ser determinada pela adição vetorial.

• Se mais de dois momentos de binário agem sobre o corpo,


podemos generalizar esse conceito e escrever a resultante
vetorial como:
MR = Σ(r X F)
Momento de um binário

• Momento de binário resultante:


Momento de um binário
Momento de um binário

• Exemplo 4.10: Um binário atua nos dentes da engrenagem


Substitua esse binário por um equivalente, composto por um
par de forças que agem nos pontos A e B.
Momento de um binário

• Exemplo 4.11: Determine o momento binário que atua sobre a


estrutura de tubos. O segmento AB está orientado em 30º
abaixo do plano x-y.
Momento de um binário

• Exemplo 4.12: Substitua os dois binários que atuam na coluna


tubular por um momento de binário resultante.
Simplificação de um
sistema de forças e
binários
• Um sistema é equivalente se os efeitos externos que ele
produz sobre um corpo são iguais aos causados pelo sistema de
forças e momentos de binário original;

• Nesse contexto, os efeitos externos de um sistema referem-se


ao movimento de rotação e translação do corpo se ele estiver
livre para se mover, ou se refere às forças reativas nos apoios se
o corpo é mantido fixo;

• Um sistema de várias forças e momentos de binário agindo


sobre um corpo pode ser reduzido a uma única força resultante
equivalente agindo no ponto O e um momento de binário
resultante.
Simplificação de um
sistema de forças e
binários
Simplificação de um
sistema de forças e
binários
• Podemos generalizar o método
anterior de reduzir um sistema de
forças e binários a uma força
resultante FR equivalente agindo no
ponto O e um momento de binário
resultante (MR)O usando as duas
equações a seguir
Simplificação de um
sistema de forças e
binários
• Se o sistema de forças situa-se no plano x–y e quaisquer
momentos de binário são perpendiculares a esse plano, então
Simplificação de um
sistema de forças e
binários

• Exemplo 4:13: Substitua as forças atuantes no suporte por uma


força resultante e um momento atuante no ponto A.
Simplificação de um
sistema de forças e
binários

• Exemplo 4:14: Um elemento


estrutural está sujeito a um
momento M e às forças F1 e
F2. Substitua esse sistema por
uma força resultante e um
momento equivalente que
atuam na sua base no ponto O.
Simplificações adicionais
de um sistema de forças e
binários
• O sistema de forças pode ser
reduzido ainda mais para uma única
força resultante equivalente, desde
que as linhas de ação de FR e (MR)O
sejam perpendiculares entre si;

• Como um sistema de forças


concorrentes é aquele em que as
linhas de ação de todas as forças se
interceptam em um ponto comum
O (figura a seguir), então o sistema
de forças não produz momento
algum em relação a esse ponto.
Simplificações adicionais
de um sistema de forças e
binários

• Como consequência, o sistema equivalente pode ser


representado por uma única força resultante FR = ΣF agindo
em O (figura seguinte).
Simplificações adicionais
de um sistema de forças e
binários
• No caso de um sistema de forças coplanares, as linhas de
ação de todas as forças situam-se no mesmo plano e, portanto,
a força resultante FR = ΣF desse sistema também situa-se nesse
plano:
Simplificações adicionais
de um sistema de forças e
binários

• O momento resultante (MR)O e a força resultante FR serão


mutuamente perpendiculares:
Simplificações adicionais
de um sistema de forças e
binários
• O momento resultante pode ser substituído afastando-se a
força resultante FR do ponto O de uma distância perpendicular
d, a qual configura um braço de momento tal que FR produza o
mesmo momento (MR)O em relação ao ponto O:
Simplificações adicionais
de um sistema de forças e
binários
Simplificações adicionais
de um sistema de forças e
binários

• O sistema de forças paralelas consiste em forças que são


todas paralelas ao eixo z:
Simplificações adicionais
de um sistema de forças e
binários

• Logo, a força resultante FR = ΣF no ponto O também precisa


ser paralela a esse eixo:
Simplificações adicionais
de um sistema de forças e
binários

• Consequentemente, o sistema de forças pode ser


adicionalmente simplificado para uma única força resultante
equivalente FR que age no ponto P localizado sobre o eixo
perpendicular b:
Simplificações adicionais
de um sistema de forças e
binários
Simplificações adicionais
de um sistema de forças e
binários

• A combinação de uma força resultante FR e um momento de


binário colinear M|| tenderá a transladar e girar o corpo em
relação ao seu eixo e é chamada de um torsor ou parafuso.
Simplificações adicionais
de um sistema de forças e
binários

• Exemplo 4.15: A viga AE está sujeita a um sistema de forças


coplanares. Determine a intensidade, a direção, o sentido e a
localização na viga de uma força resultante equivalente ao
sistema de forças dado em relação ao ponto E.
Simplificações adicionais
de um sistema de forças e
binários

• Exemplo 4.16: A lâmina está submetido a quatro forças


paralelas. Determine a intensidade, a direção e o sentido da
força resultante equivalente ao sistema de forças dado e
localize seu ponto de aplicação sobre a lâmina.
Simplificações adicionais
de um sistema de forças e
binários

• Exemplo 4.17: Três forças paralelas de travamento atuam nas


bordas de uma chapa circular. Determine a intensidade, a
direção e o sentido da forças resultante equivalente ao sistema
de forças dado e localize seu ponto de aplicação P sobre a
chapa.
Redução de um
carregamento distribuído
simples

• Algumas vezes, um corpo pode estar sujeito a um carregamento


que está distribuído sobre sua superfície;

• Por exemplo, a pressão do vento sobre a superfície de um


cartaz de propaganda (outdoor), a pressão da água dentro de
um tanque ou o peso da areia sobre o piso de uma caixa de
armazenamento são cargas distribuídas;

• A pressão exercida em cada ponto da superfície indica a


intensidade da carga;

• Ela é medida usando pascals Pa (ou N/m2) em unidades do SI.


Redução de um
carregamento distribuído
simples
• O tipo mais comum de carga
distribuída encontrado na prática de
engenharia pode ser representado
ao longo de um único eixo:
Redução de um
carregamento distribuído
simples

• Também podemos representá-lo como um carregamento


distribuído coplanar:
Redução de um
carregamento distribuído
simples
• O local de aplicação da força
resultante pode ser calculado
conforme:
Redução de um
carregamento distribuído
simples

• Podemos substituir esse sistema de forças paralelas coplanares


por uma única força resultante equivalente FR, que age em uma
posição específica sobre a viga:
Redução de um
carregamento distribuído
simples
Redução de um
carregamento distribuído
simples

• Exemplo 4.18: Determine a intensidade e a localização da força


resultante equivalente que atua no eixo mostrado.
Redução de um
carregamento distribuído
simples

• Exemplo 4.19: Um carregamento distribuído com p=800x Pa


atua no topo de uma superfície de uma viga. Determine a
intensidade e a localização da força resultante equivalente.
Redução de um
carregamento distribuído
simples

• Exemplo 4.20: O material granuloso provoca o carreamento


distribuído sobre a viga. Determine a intensidade e a localização
da força resultante equivalente.

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