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Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

Departamento de Ciências Exatas e Engenharias – DCEEng

CAPÍTULO 3 – SISTEMAS EQUIVALENTES DE FORÇAS


PARTE 1

Profª Gabriela Meller


INTRODUÇÃO

• Nem sempre é possível tratar um corpo como uma única partícula. Em geral,
o tamanho do corpo e os pontos de aplicação específicos de cada uma das
forças que nele atuam devem ser considerados.

• Supõe-se que a maioria dos corpos considerados em mecânica elementar


são rígidos, isto é, as deformações reais são pequenas e não afetam as
condições de equilíbrio ou de movimento do corpo.

• Este capítulo descreve o efeito de forças exercidas em um corpo rígido e como


substituir um dado sistema de forças por um sistema equivalente mais simples.
Para tanto, são importantes os seguintes conceitos:
• momento de uma força em relação a um ponto
• momento de uma força em relação a um eixo
• momento devido a um binário

• Qualquer sistema de forças atuando em um corpo rígido pode ser substituído


por um sistema equivalente composto por uma única força atuando em um
dado ponto e um binário.
FORÇAS EXTERNAS E FORÇAS INTERNAS

• Forças atuando em corpos


rígidos são divididas em dois
grupos:
- Forças Externas
- Forças Internas
FORÇAS EXTERNAS E FORÇAS INTERNAS

• Forças externas são mostradas


em um diagrama de corpo livre.

• Se não for contrabalanceada, cada uma das forças externas pode


imprimir ao corpo rígido um movimento de translação ou de rotação,
ou ambos.
PRINCÍPIO DA TRANSMISSIBILIDADE: FORÇAS EQUIVALENTES

• Princípio da Transmissibilidade -
As condições de equilíbrio ou de
movimen-to de um corpo não se
modificam ao se transmitir a ação de
uma força ao longo de sua linha de ação.
OBSERVAÇÃO: na figura ao lado F e F’
são forças equivalentes.

• Para o caminhão ao lado, o fato de mudar o ponto de aplicação da força F para


o para-choque traseiro não altera o seu movimento e nem interfere nas ações
das demais forças que nele atuam.
MOMENTO DE UMA FORÇA – FORMULAÇÃO ESCALAR

• O momento de uma força em relação a um ponto ou a um eixo fornece uma


medida da tendência dessa força de provocar a rotação de um corpo em
torno do ponto ou do eixo.

• Por exemplo:
Considere a força horizontal Fx que age perpendicularmente ao cabo da chave
inglesa e esta localizada a uma distancia dy do ponto O. Pode-se observar que
essa força tende a provocar um giro do tubo em torno do eixo z.

• Quanto maior a força ou a distância dy, maior o efeito da rotação.


Essa tendência de rotação provocada pela
força Fx algumas vezes e chamada de torque,
mas normalmente e denominada momento de uma força
ou simplesmente momento (M0)z.
MOMENTO DE UMA FORÇA – FORMULAÇÃO ESCALAR

M0 = F.d
MOMENTO DE UMA FORÇA – FORMULAÇÃO ESCALAR
PROBLEMA RESOLVIDO 3.1

Uma força vertical de 450 N é aplicada na


extremidade de uma alavanca que está ligada ao
eixo em O.
Determine:
a) o momento da força em relação a O;
b) a força horizontal aplicada em A que gera o
mesmo momento;
c) a força mínima aplicada em A que gera o mesmo
momento;
d) a posição de uma força vertical de 1.080 N para
que ela gere o mesmo momento;
e) se alguma das forças obtidas nos exercícios b, c e
d é equivalente à força original.
PROBLEMA RESOLVIDO 3.1

a) O momento em relação a O é igual ao produto da


força pela distância perpendicular entre a linha de
ação da força e O. Como a força tende a girar a
alavanca no sentido horário, o vetor momento
aponta para dentro do plano que contém a
alavanca e a força.

M O  Fd
d  60 cm cos 60  30 cm
M O  450 N 0,3 m
PROBLEMA RESOLVIDO 3.1

b) Para a força horizontal aplicada em A que gera o


mesmo momento tem-se,

d  60 cm sen 60  52 cm


M O  Fd
135 N  m  F 0,52 m 
135 N  m F  259,6 N
F
0,52 m
PROBLEMA RESOLVIDO 3.1

c) A força mínima aplicada em A que gera o mesmo


momento deve atuar a uma distância perpendicular
é máxima de O, ou seja, quando F é perpendicular
a OA.
M O  Fd
135 N  m  F 0,6 m.
135 N  m F  225 N
F
0,6 m
PROBLEMA RESOLVIDO 3.1

d) Para determinar o ponto de aplicação de uma


força vertical de 1.080 N que gera o mesmo
momento em relação a O temos,
M O  Fd
135 N  m  1.080 N  d
135 N  m
d  0,125 m
1.080 N

OB cos 60  12,5 cm


OB  25 cm
PROBLEMA RESOLVIDO 3.1

e) Embora o que achamos em b), c) e d) geraram o


mesmo momento de 450N, elas NÃO SÃO
EQUIVALENTES, pois nenhuma tem sua intesidade,
direção e sentido e, nem mesmo, sua mesma linha
de ação.
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
Departamento de Ciências Exatas e Engenharias – DCEEng

CAPÍTULO 3 – SISTEMAS EQUIVALENTES DE FORÇAS


PARTE 2

Profª Gabriela Meller


INTRODUÇÃO

• Nem sempre é possível tratar um corpo como uma única partícula. Em geral,
o tamanho do corpo e os pontos de aplicação específicos de cada uma das
forças que nele atuam devem ser considerados.

• Supõe-se que a maioria dos corpos considerados em mecânica elementar


são rígidos, isto é, as deformações reais são pequenas e não afetam as
condições de equilíbrio ou de movimento do corpo.

• Este capítulo descreve o efeito de forças exercidas em um corpo rígido e como


substituir um dado sistema de forças por um sistema equivalente mais simples.
Para tanto, são importantes os seguintes conceitos:
• momento de uma força em relação a um ponto
• momento de uma força em relação a um eixo
• momento devido a um binário

• Qualquer sistema de forças atuando em um corpo rígido pode ser substituído


por um sistema equivalente composto por uma única força atuando em um
dado ponto e um binário.
PRODUTO VETORIAL DE DOIS VETORES

• O conceito de momento de uma força em relação a um ponto é mais facilmente


entendido por meio das aplicações do produto vetorial.

O produto vetorial P e Q é um vetor V que obedece aos seguintes critérios:

a) A linha de ação de V é perpendicular ao plano contém P e Q.


PRODUTO VETORIAL DE DOIS VETORES

b) O módulo de V é o produto dos módulos de P e Q e do seno do ângulo


θ formado por P e Q
V  PQ sen( )
c) O sentido de V é tal que, olhando-se de sua
extremidade, θ tem sentido anti-horário.

Observações Importantes:

• O produto vetorial entre P e Q NÃO É COMUTATIVO.


QxP  PxQ
• O produto vetorial entre P e Q É DISTRIBUTIVO.
P  Q1  Q2   P  Q1  P  Q2

• O produto vetorial entre P e Q NÃO É ASSOCIATIVO.


P  Q  S  P  Q  S 
PRODUTO VETORIAL DE DOIS VETORES

Observações Importantes:

• O produto vetorial entre P e Q NÃO É COMUTATIVO.

QxP  PxQ
Ou melhor:
QxP   PxQ

• O produto vetorial entre P e Q É DISTRIBUTIVO.


P  Q1  Q2   P  Q1  P  Q2

• O produto vetorial entre P e Q NÃO É ASSOCIATIVO.


P  Q  S  P  Q  S 
PRODUTO VETORIAL DE DOIS VETORES

d) Componentes cartesianas
O produto vetorial entre vetores unitários é resumido a seguir:

• Produtos vetoriais de vetores unitários:


       
i i  0 j  i  k k  i  j
       
i j k j j 0 k  j  i
       
i k   j j k  i k k  0
PRODUTO VETORIAL DE DOIS VETORES

Exprime-se o produto vetorial V de dois vetores P e Q em termos de componentes


cartesianas destes vetores, efetuando-se o desenvolvimento a seguir:

Decompondo P e Q em suas componentes, tem-se:

P = Pxi + Pyj + Pzk

Q = Qxi + Qyj + Qzk

Escreve-se:
 
V  Px i  Py j  Pz k  Qx i  Q y j  Qz k 
    

Faz-se o uso da propriedade distributiva do produto vetorial e dos resultados do


produto vetorial entre dois vetores unitários para a obtenção da expressão
seguinte:
  
V  Py Qz  Pz Qy i  Pz Qx  Px Qz  j  Px Qy  Py Qx k
PRODUTO VETORIAL DE DOIS VETORES
• Este vetor é resultado da matriz indicada abaixo::
  
i j k
V  PxQ  Px Py Pz
Qx Qy Qz
MOMENTO DE FORÇA – FORMULAÇÃO VETORIAL
• Uma força é representada por um vetor que define
sua intensidade, sua direção e seu sentido. Seu efeito
em um corpo rígido depende também do seu ponto de
aplicação.
• O momento de uma força F em relação a um
ponto O é definido como
MO  r  F
• O vetor momento MO é perpendicular ao plano que
contém o ponto O e a força F.
• A intensidade de MO expressa a tendência da força
de causar rotação em torno de um eixo dirigido ao
longo de MO.
M O  rF sen   Fd
O sentido do momento pode ser determinado pela
regra da mão direita.

• Qualquer força F’ que tem a mesma intensidade, direção


e sentido de F, é equivalente a ela se também tem sua
mesma linha de ação e portando, gera o mesmo
momento (Princípio da transmissibilidade).
MOMENTO DE FORÇA – FORMULAÇÃO VETORIAL

• Se a força tende a girar a estrutura no sentido anti-


horário, o vetor momento aponta para fora do plano da
estrutura e a intensidade do momento é positiva.

• Se a força tende a girar a estrutura no sentido horário, o


vetor momento aponta para dentro do plano da estrutura e
a intensidade do momento é negativa.
COMPONENTES RETANGULARES DO MOMENTO DE UMA FORÇA
Fixando os eixos coordenados x, y, z, o vetor posição r e a força F podem ser
expressos como vetores cartesianos (Figura). Aplicando a Equação, temos:

Onde:

rx,ry, rz : representam os componentes x, y, z do vetor posição traçado do ponto O


até qualquer ponto sobre a linha de ação da força.
Fx, Fy, Fz representam os componentes x, y, z do vetor força.

Desenvolvendo o determinante, temos:


MOMENTO DE FORÇA – FORMULAÇÃO VETORIAL
MOMENTO DE FORÇA – FORMULAÇÃO VETORIAL

Momento de F em relação a B:
  
M B  rA / B  F

  
rA / B  rA  rB
  
 x A  xB  i   y A  y B  j  z A  z B  k
   
F  Fx i  Fy j  Fz k

  
i j k

M B  x A  xB   y A  yB  z A  z B 
Fx Fy Fz
PROBLEMA RESOLVIDO 3.2

SOLUÇÃO:
O momento MA da força F exercida
pelo fio é obtida a partir do produto
vetorial,

Uma placa retangular é sustentada


pelos suportes A e B e por um fio CD.
Sabendo que a tração no fio é 200 N,
determine o momento em relação a A
da força exercida pelo fio no ponto C.
PROBLEMA RESOLVIDO 3.2

SOLUÇÃO:

𝑀𝐴 = 𝑟Ԧ𝐴𝐶 × 𝐹Ԧ

𝑟Ԧ𝐴𝐶 = 0,08𝑖 + 0,3𝑗 + 0𝑘

𝐹Ԧ = 𝐹 ∙ 𝑢𝐶𝐷
−0,32𝑖 − 0,3𝑗 + 0,24𝑘
= 200 ∙
−0,322 + −0,32 + (0,24²)
𝐹Ԧ = -128i -120j +96k

𝑖 𝑗 𝑘
𝑀𝐴 = 0,08 0,3 0
−128 −120 96
𝑀𝐴 = 28,8𝑖 − 7,68𝑗 + 28,8𝑘 𝑁 ∙ 𝑚

Cuidado!!
MOMENTO RESULTANTE DE UM SISTEMA DE FORÇAS
Se um corpo esta sujeito a ação de um sistema de forças (Figura), o momento
resultante das forças em relação ao ponto O pode ser determinado pela soma
vetorial por meio de aplicações sucessivas da Equação (Mo = r x F).

Essa resultante pode ser escrita simbolicamente como:


MOMENTO DE UMA FORÇA EM RELAÇÃO A UM DADO EIXO
• Momento MO de uma força F aplicada no
ponto A em relação a um ponto O:
  
MO  r  F
• O momento MOL em relação a um eixo OL é
a projeção do momento MO sobre esse eixo,
ou seja,

 
    
M OL    M O    r  F

• Momentos de F em relação aos eixos


coordenados:
M x  yFz  zFy
λ𝑖𝑥 λ𝑗𝑦 λ𝑘𝑧
M y  zFx  xFz 𝑀𝑂𝐿 = 𝑟𝑥 𝑟𝑦 𝑟𝑧
𝐹𝑥 𝐹𝑦 𝐹𝑧
M z  xFy  yFx
PROBLEMA RESOLVIDO 3.3
O poste da Figura está sujeito a uma força de 60 N na direção de C para B.
Determine a intensidade do momento criado pela forca em relação ao suporte em A.
PROBLEMA RESOLVIDO 3.3
PROBLEMA RESOLVIDO 3.4

Três forcas atuam na barra mostrada na Figura. Determine o momento resultante


criado pelas forcas em relação a flange em O e os ângulos diretores coordenados
para o eixo do momento.
PROBLEMA RESOLVIDO 3.4

Esses resultados são mostrados na Figura c. Veja que as três forças tendem
a fazer com que a barra gire em relação ao eixo x da maneira mostrada pela
seta de formato curvo que contorna o vetor momento.
PRINCÍPIO DOS MOMENTOS - TEOREMA DE VARIGNON

Um conceito bastante utilizado em mecânica e o principio dos momentos, também


conhecido como teorema de Varignon, uma vez que foi desenvolvido originalmente
pelo matemático francês Varignon (1654-1722).
O teorema estabelece que o momento de uma força em relação a um ponto é igual
a soma dos momentos dos componentes das forcas em relação ao mesmo ponto.
Esse teorema pode ser provado diretamente da propriedade distributiva do produto
vetorial. Para isso, considere a força F e dois de seus componentes em
coordenadas retangulares, onde F = F1 + F2 (Figura). Então, temos:
PRINCÍPIO DOS MOMENTOS - TEOREMA DE VARIGNON

• O teorema de Varignon torna possível substituir a determinação direta do


momento de uma força F pela determinação dos momentos de duas ou
mais forças que a compõe.
PONTOS IMPORTANTES
• O momento de uma força indica a tendência de um corpo de girar em
torno de um eixo que passa por um ponto especifico O.

• Utilizando a regra da mão direita, o sentido de rotação é indicado pelos


dedos e o polegar e dirigido ao longo do eixo de momento ou da linha de
ação do momento.

• A intensidade do momento e determinada por M0 = Fd, onde d é a


distância perpendicular ou a mais curta distância do ponto O até a linha de
ação da forca F.

• Em três dimensões, utilize o produto vetorial para determinar o momento,


isto é, M0 = r x F. Lembre-se de que o sentido do vetor r é orientado a partir
do ponto O até qualquer ponto da linha de ação da forca F.

• O princípio dos momentos estabelece que o momento de uma força em


relação a um ponto é igual a soma dos momentos dos componentes da
força em relação ao ponto. Isso é um método bastante conveniente para
ser utilizado em problemas de duas dimensões.
PROBLEMA RESOLVIDO 3.5
A força F é aplicada nos terminais de cada suporte em ângulo mostrado na Figura. Determine
o momento da força em relação ao ponto O.
PROBLEMA RESOLVIDO 3.5
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CAPÍTULO 3 – SISTEMAS EQUIVALENTES DE FORÇAS


PARTE 3

Profª Gabriela Meller


MOMENTO DE UMA FORÇA EM RELAÇÃO A UM DADO EIXO
• Momento MO de uma força F aplicada no
ponto A em relação a um ponto O:
  
MO  r  F
• O momento MOL em relação a um eixo OL é
a projeção do momento MO sobre esse eixo,
ou seja,
    
M OL    M O    r  F 
• Momentos de F em relação aos eixos
coordenados:
M x  yFz  zFy
λ𝑖𝑥 λ𝑗𝑦 λ𝑘𝑧
M y  zFx  xFz 𝑀𝑂𝐿 = 𝑟𝑥
𝐹𝑥
𝑟𝑦
𝐹𝑦
𝑟𝑧
𝐹𝑧
M z  xFy  yFx
EXERCÍCIO RESOLVIDO 3.6

A força F = {- 40i + 20j + 10k} N atua no ponto A mostrado na Figura. Determine


os momentos dessa força em relação aos eixos x e a.
EXERCÍCIO RESOLVIDO 3.6
MOMENTO DE UM BINÁRIO

• Um binário é definido como duas forças paralelas de


mesma intensidade, sentidos opostos e separadas por
uma distância perpendicular d , como mostra a Figura.
• Como a força resultante é nula, o único efeito de um
binário é produzir rotação ou tendência de rotação em
determinada direção.

• O momento produzido por um binário é chamado de momento de um


binário. Podemos determinar seu valor calculando a soma dos momentos
das forças que compõem o binário em relação a qualquer ponto arbitrário.
MOMENTO DE UM BINÁRIO

• Em vez de somar os momentos de ambas as forças para determinar o momento


binário, é mais simples tomar os momentos em relação a um ponto localizado
na linha de ação de uma das forças.

Se, por exemplo, o ponto A é escolhido, então o momento de — F é zero, e se tem:

Isso indica que o momento de um binário é um


VETOR LIVRE, ou sej,a ele pode agir em qualquer ponto,
já que M depende APENAS no vetor posição r direcionado
entre as forças e não dos vetores de posição ra
e rb.
MOMENTO DE UM BINÁRIO

A direção e o sentido do momento binário são determinados pela regra da mão


direita, pela qual o polegar indica a direção e o sentido quando os demais dedos
estão curvados com o sentido de rotação provocado pelas duas forças.

Em todos os casos, M atua perpendicularmente ao plano contendo essas forças.


MOMENTO DE UM BINÁRIO

FORMULAÇÃO VETORIAL

O momento de um binário pode também ser expresso pelo produto vetorial


utilizando a Equação:
MOMENTO DE UM BINÁRIO
BINÁRIOS EQUIVALENTES

Dois binários são ditos equivalentes se produzem o mesmo momento.

Como o momento produzido por um binário é sempre perpendicular ao plano que


contém as forças desse binário, é necessário que as forças de binários iguais
estejam ou no mesmo plano ou em planos paralelos entre si.

Dessa forma, as direções dos momentos gerados por esses binários serão as
mesmas, isto é, perpendiculares aos planos paralelos.
MOMENTO DE UM BINÁRIO
MOMENTO DE BINÁRIO RESULTANTE

Como os momentos de binários são vetores livres,


podem ser aplicados a qualquer ponto P de um corpo
e somados vetorialmente.

Por exemplo, dois binários atuando em planos


diferentes do corpo na Figura (a) devem ser
substituídos pelos seus correspondentes momentos
de binários M1 e M2, como na Figura (b).

Esses vetores livres podem ser movidos até o ponto


arbitrário P e somados para se obter o momento de
binário resultante MR = M1 + M2, como mostrado na
Figura (c).

Se mais de dois momentos de binário atuam no


mesmo corpo, pode-se generalizar esse conceito e
escrever o vetor resultante como:
EXEMPLO RESOLVIDO 3.7
EXEMPLO RESOLVIDO 3.7
SUBSTITUIÇÃO DE UMA DADA FORÇA POR UMA FORÇA EM O E EM UM BINÁRIO

• Não se pode simplesmente mover uma força F para o ponto O sem


modificar sua ação no corpo.

• A aplicação de duas forças de mesma intensidade e sentidos


opostos em O não altera a ação da força original sobre o corpo.

• As três forças podem ser substituídas por uma força equivalente e


um vetor binário, isto é, um sistema força-binário.
RESULTANTES DE UM SISTEMA DE FORÇAS E MOMENTOS DE BINÁRIOS
EXEMPLO RESOLVIDO 3.8

Substitua o Sistema de forças e binários que age sobre o membro na


Figura (a) por um Sistema de força e momento de binário resultante
equivalente agindo no ponto O.
SUBSTITUIÇÃO DE UMA DADA FORÇA POR UMA FORÇA EM O E EM UM BINÁRIO

• Para mover a força F de A para um ponto diferente O’ deve-se aplicar naquele


ponto um vetor binário diferente MO’
  

M O'  r  F
• Os momentos de F em relação a O e a O’ estão relacionados.
         
M O '  r 'F  r  s   F  r  F  s  F
  
 MO  s  F
• Para mover o sistema força-binário de O para O’ deve-se somar ao sistema o
momento da força aplicada em O em relação a O’.
SISTEMAS DE FORÇAS: REDUÇÃO A UMA FORÇA E UM BINÁRIO

• Um sistema de forças pode ser substituído por um


sistema força-binário equivalente atuando em um dado
ponto O.

• As forças e os vetores binários podem ser


substituídos por uma força resultante e um vetor
binário resultante,
  R  
R  F M O   r  F 
• O sistema força-binário em O pode ser movido para
O’ com a soma do momento de R em relação à O’ ,
R R  
M O'  M O  s  R
• Dois sistemas de forças são equivalentes se eles podem
ser reduzidos a um mesmo sistema força-binário.
CASOS PARTICULARES DE REDUÇÃO DE UM SISTEMA DE FORÇAS

• Se a força resultante e o binário em O forem


mutuamente perpendiculares, o sistema pode ser
substituído por uma única força que atua ao longo de
uma nova linha de ação.

• O sistema força-binário resultante para um sistema


de forças será mutuamente perpendicular se:
1) as forças forem concorrentes,
2) as forças forem coplanares, ou
3) as forças forem paralelas.
EXEMPLO RESOLVIDO 3.9

SOLUÇÃO:
a) Calculamos a força resultante para
as forças mostradas e o binário
resultante para os momentos das
forças em relação a A.

b) Encontramos um sistema força-


Para a viga acima, reduza o sistema de binário em B equivalente ao
forças dado a (a) um sistema força- sistema força-binário em A.
binário equivalente em A, (b) um
sistema força binário equivalente em B, c) Determinamos o ponto de
e (c) a uma força única ou resultante. aplicação para a força resultante
Observação: Como as reações de de tal forma que seu momento em
apoio não estão incluídas, esse sistema relação a A seja igual ao binário
não manterá a viga em equilíbrio. resultante em A.
EXEMPLO RESOLVIDO 3.9

SOLUÇÃO:
a) Calculamos a força e o binário
resultantes em A.
 
R  F
   
 150 N  j  600 N  j  100 N  j  250 N  j
 
R  600 N  j

 
R  
MA   r F
   
 1,6 i   600 j   2,8 i  100 j 
 
 4,8 i   250 j 
R 
M A  1880 N  mk
EXEMPLO RESOLVIDO 3.9

b) Encontramos um sistema força-binário em B


equivalente ao sistema força-binário em A.
A força fica inalterada pelo movimento do
sistema força-binário de A para B.
 
R  600 N j

O binário em B é igual ao momento em relação


a B do sistema força-binário encontrado em A.
R R  
M B  M A  rB A  R
  
 1880 N  m k   4,8 m i   600 N  j
 
 1880 N  m k  2880 N  m k
R 
M B  1000 N  m k
EXEMPLO RESOLVIDO 3.10

SOLUÇÃO:
• Determinamos os vetores posição
relativos traçados do ponto A até os
pontos de aplicação das várias forças.

• Decompomos as forças em
componentes retangulares.

• Calculamos a força resultante,


 
R  F
Três cabos estão presos ao • Calculamos o binário resultante,
suporte, como ilustrado. Substitua R  
as forças exercidas pelos cabos por M A   r  F 
um sistema força-binário
equivalente em A.
EXEMPLO RESOLVIDO 3.10

𝑧
• Decompomos as forças em componentes
retangulares :

𝑀𝐴1 = 𝑟Ԧ𝐴𝐵 × 𝐹Ԧ1

𝑦 𝑟Ԧ𝐴𝐵 = 50𝑖 + 75𝑗 + 0𝑘

𝑥
𝐸 100; 150; −50 𝑚𝑚 50𝑖 + 75𝑗 − 150𝑘
SOLUÇÃO: 𝐹Ԧ1 = 𝐹 ∙ 𝜆Ԧ𝐵𝐸 = 700 ∙
175
• Determinamos os vetores posição
relativos em relação a A: 𝑖 𝑗 𝑘
𝑀𝐴1 = 50 75 0
200 300 −600

𝑀𝐴1 = −45,0𝑖 + 30,0𝑗 + 0,0𝑘 𝑁 ∙ 𝑚


EXEMPLO RESOLVIDO 3.10

𝑧
• Decompomos as forças em componentes
retangulares :

𝑀𝐴2 = 𝑟Ԧ𝐴𝑐 × 𝐹Ԧ2

𝑦 𝑟Ԧ𝐴𝑐 = −50𝑖 + 75𝑗 + 0𝑘

𝑥
𝐸 100; 150; −50 𝑚𝑚 𝐹Ԧ2 = −1000 sin 45𝑖 + 1000 cos 45𝑗 + 0𝑘
SOLUÇÃO:
• Determinamos os vetores posição
relativos em relação a A: 𝑖 𝑗 𝑘
𝑀𝐴2 = −50 75 0
−707,11 707,11 0

𝑀𝐴2 = 0,0𝑖 + 0,0𝑗 + 17,68𝑘 𝑁 ∙ 𝑚


EXEMPLO RESOLVIDO 3.10

𝑧
• Decompomos as forças em componentes
retangulares :

𝑀𝐴3 = 𝑟Ԧ𝐴𝐷 × 𝐹Ԧ3

𝑦 𝑟Ԧ𝐴𝐷 = 0𝑖 + 100𝑗 − 100𝑘

𝑥
𝐹Ԧ3 = 0𝑖 + 1200 cos 60𝑗 + 1200 sin 60𝑘
SOLUÇÃO:
• Determinamos os vetores posição
relativos em relação a A: 𝑖 𝑗 𝑘
𝑀𝐴3 = 0 100 −100
0 600 1039,23

𝑀𝐴3 = 163,92𝑖 + 0,0𝑗 + 0,0𝑘 𝑁 ∙ 𝑚


EXEMPLO RESOLVIDO 3.10

• Calculamos a força e o momento


resultante:
𝑧

𝑀𝐴1 = −45,0𝑖 + 30,0𝑗 + 0,0𝑘 𝑁 ∙ 𝑚

𝑀𝐴2 = 0,0𝑖 + 0,0𝑗 + 17,68𝑘 𝑁 ∙ 𝑚

𝑀𝐴3 = 163,92𝑖 + 0,0𝑗 + 0,0𝑘 𝑁 ∙ 𝑚


𝑦
𝐹𝑅 = −507𝑖 + 1607𝑗 + 439𝑘 𝑁

𝑥 𝑀𝐴 = 118,92𝑖 + 30,0𝑗 + 17,68𝑘 𝑁 ∙ 𝑚


EXEMPLO RESOLVIDO 3.11

Um elemento estrutural está sujeito a um


momento M e às forças F1 e F2, como
mostrado na Figura. Substitua esse
sistema por uma força resultante e
moment0 de binário resultante equivalente
agindo em sua base, o ponto O.

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