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Resistência dos Materiais

Capítulo 1
INTRODUÇÃO

Disciplina: Mecânica dos Sólidos


Engenharia Química
Professora : MSc. Marcela Gonçalves Ferreira
Definição de Resistência dos
Materiais
INTRODUÇÃO
É um ramo da
mecânica
que estuda as relações
entre cargas externas
aplicadas a um corpo
deformável e a
intensidade das forças
internas que atuam
dentro do corpo.
INTRODUÇÃO

•Esse assunto também envolve o cálculo das


deformações do corpo e proporciona o estudo de
sua estabilidade quando sujeito a forças externas.
Equilíbrio de um corpo deformável
Cargas externas
1. Forças de superfície:
causadas pelo contato direto de um corpo com a superfície de outro.
2. Força de corpo: Desenvolvida quando um corpo exerce uma força sobre outro,
sem contato físico direto entre eles.
REAÇÕES
• Forças de superfície desenvolvidas nos apoios ou pontos de contato entre
corpos.
Equações de equilíbrio
• O equilíbrio de um corpo exige um equilíbrio de forças e um
equilíbrio de momentos.

F  0  MO  0
• Se estipularmos um sistema de coordenadas x, y, z com origem no ponto O,

F  0, F
x y  0, F z 0
M  0, M
x y  0, M z 0
• A melhor maneira de levar em conta essas forças é desenhar o diagrama
de corpo livre do corpo.
Cargas resultantes internas
• O objetivo do diagrama de corpo livre é determinar a força e o momento
resultantes que agem no interior de um corpo.

• Em geral, há quatro tipos diferentes de cargas resultantes:

a) Força normal, N

b) Força de cisalhamento, V

c) Momento de torção ou torque, T

d) Momento fletor, M
Cargas resultantes internas
Representa uma das aplicações mais
importantes da estática na análise dos problemas
de resistência dos materiais.

Através do método das seções pode-se


determinar a força resultante e o momento
atuantes no interior do corpo, necessários para
manter o corpo unido quando submetido a cargas
externas.
Tipos de Cargas Resultantes
Exemplo 1.1

Determine as cargas internas resultantes que agem na seção


transversal em C.
Resolvendo
Resolvendo
Resistência dos Materiais
Capítulo 1
Tensão

Disciplina: Mecânica dos Sólidos


Engenharia Química
Professora : MSc. Marcela Gonçalves Ferreira
Tensão
• A distribuição de carga interna é importante na resistência dos materiais.
• Consideraremos que o material é contínuo.
• A tensão descreve a intensidade da força interna sobre um plano específico (área)
que passa por um ponto.
Considere que a seção da área seja subdividida em áreas pequenas – Fig. a : ΔA;
Quando se reduz ΔA a tamanhos cada vez menores, temos 2 hipóteses:

1) Material é contínuo – distribuição


uniforme de matéria, sem vazios.

2) O material deve ser coeso – todas as


suas partes estão muito bem unidas –
ao invés de ter trincas.

• Uma força típica ΔF, muito pequena, atuando


sobre sua área associada ΔA – essa força tem
direção única, substituindo por seus 3
componentes :
ΔFx, ΔFy: Tangente à área
ΔFz: normal à área.
• Da mesma forma que a área ΔA tende a zero – a força ΔF e seus componentes também
tendem a zero;
A relação é chamada de TENSÃO.
• Conceito de Tensão: Representa a intensidade da força interna sobre um plano específico
(área) que passa por um determinado ponto.
Tensão normal, σ
• Intensidade da força que age perpendicularmente à ΔA

Fz
 z  lim
A0 A

Tensão de cisalhamento, τ
• Intensidade da força que age tangente à ΔA

Fx
 zx  lim
A0 A

Fy
 zy  lim
A0 A
Unidades de Tensão no SI
Tensão normal média em uma barra com
carga axial
• Quando a área da seção transversal da barra está submetida à
força axial pelo centroide, ela está submetida somente à tensão
nominal.

• Supõe-se que a tensão está acima da média da área.


Tensão normal média

Extremidade
– distorções !

FOCO –
APENAS A
DISTRIBUIÇÃO
Extremidade
DE TENSÃO – distorções!
NO INTERIOR
DA SEÇAO
MÉDIA DA As linhas horizontais e verticais
BARRA.
deformam-se uniformemente
quando a barra está submetida
à carga
Tensão Normal Média - Simplificações
Distribuição da tensão normal média
• Visto que a barra está submetida a uma deformação uniforme
constante, então a deformação é o resultado de uma tensão
normal constante σ (sigma).
• O resultado é que área ΔA da seção transversal está sujeita a
uma força ; F  A
• O somatório das forças que atuam sobre a área da seção
transversal deve ser equivalente à força interna resultante P.

 dF    dA
A σ = tensão normal média
P  A P = força normal interna resultante
A = área da seção transversal da barra
P

A
Equilíbrio
•As duas componentes da tensão
normal no elemento têm valores iguais
mas direções opostas.
Exemplo 1
A luminária de 80 kg é suportada por duas hastes AB e BC como mostra a figura.
Se AB tem diâmetro de 10 mm e BC tem diâmetro de 8,0 mm.
Determinar a tensão normal média em cada haste.
Dois tipos diferentes de cisalhamento:

a) Cisalhamento simples

b) Cisalhamento Duplo
Tensão Admissível

O engenheiro responsável pelo projeto de elementos estruturais ou


mecânicos deve restringir a tensão do material a um nível seguro,
portanto, deve usar uma tensão segura ou admissível.
Tensão admissível
• Muitos fatores desconhecidos que influenciam na tensão real de um elemento.

• O fator de segurança é um método para especificação da carga admissível para o


projeto ou análise de um elemento.

• O fator de segurança (FS) é a razão entre a carga de ruptura e a carga admissível.

Frup
FS 
Fadm
Fator de Segurança (F.S.)
O fator de segurança (F.S.) é a relação entre a carga de ruptura Frup e
a carga admissível Fadm.
O fator de segurança é um número maior que 1 a fim de evitar
maior possibilidade de falha.
Valores específicos dependem dos tipos de materiais usados e da
finalidade pretendida da estrutura ou máquina.
Projeto de Acoplamentos Simples
Elemento sujeito a aplicação de
Elemento sujeito a aplicação de
força normal:
força de cisalhamento:

Problemas comuns:
1) Área da seção transversal de um elemento de tração.
2) Área da seção transversal de um acoplamento submetido a
cisalhamento.
3) Área requerida para resistir ao apoio.
4) Área requerida para resistir ao cisalhamento provocado por carga
axial.
Área da Seção Transversal de um Elemento
sob Tração
Acoplamento Submetido a Cisalhamento
Área Requerida para Apoio
Cisalhamento por Carga Axial
Exemplo: O tirante está apoiado em sua extremidade por um disco circular fixo como
mostrado na figura. Se a haste passa por um furo de 40 mm de diâmetro, determinar o
diâmetro mínimo requerido da haste e a espessura mínima do disco necessários para
suportar uma carga de 20 kN.
A tensão normal admissível da haste é σadm = 60 MPa, e a tensão de cisalhamento
admissível do disco é adm = 35 MPa.
•Diâmetro da haste: por verificação, a força axial na haste é 20 kN, assim, a área
da seção transversal da haste é dada por:
Sabe-se que:
A área seccionada é dada por:
EXEMPLOS ( RESOLVIDO EM SALA DE AULA)

O braço de controle está submetido ao carregamento mostrado na figura abaixo.


Determine, com aproximação de 5 mm, o diâmetro exigido para o pino de aço em

 adm  55 MPa
C se a tensão de cisalhamento admissível para o aço for .
Note na figura que o pino está sujeito a cisalhamento duplo.
RESOLVENDO:
1) Diagrama de Corpo Livre – D.C.L.:

Não é 300!!!!!!!!!!!!!!
Solução:

Para equilíbrio, temos:


  M C  0; FAB 0,2  150,075  25 53 0,125  0  FAB  15 kN

  F x  0;  15  C x  25 54   0  C x  5 kN

  F y  0; C y  15  25 53   0  C y  30 kN

• O pino em C resiste à força resultante em C. Portanto,

FC  5  30
2 2
 30,41 kN
O pino está sujeito a cisalhamento duplo, uma força de cisalhamento
de 15,205 kN age sobre sua área da seção transversal entre o braço e
cada orelha de apoio do pino.
A área exigida é
V 15,205 6
A   276, 45  10 m 2

 adm 55  10 3

d 
    276,45 mm 2

2
d  18,8 mm

Portanto, use um pino com um diâmetro d = 20 mm. (Resposta)


Exemplo 1.17 – página 38

A barra rígida AB é sustentada por uma haste de aço AC com 20 mm de diâmetro e um bloco
de alumínio com área de seção transversal de 1.800 mm2. Os pinos de 18 mm de diâmetro
em A e C estão submetidos a cisalhamento simples. Se a tensão de ruptura do aço e do
alumínio forem  al rup  70 MPa e  rup  900 MPa , respectivamente,
e a tensão falha para cada pino for de  
aço rup  680 MPa , determine a maior carga P
que pode ser aplicada à BARRA. Aplique um fator de segurança FS = 2.
RESOLVENDO:
1) Diagrama de Corpo Livre – D.C.L.:
Solução:
Calculando as tenções admissíveis são:

 
 
aço adm 
aço rup

680
 340 M Pa
FS 2

 al rup
 al adm  
70
 35 M Pa
FS 2

 rup 900
 adm    450 M Pa
FS 2
Solução:

Há três incógnitas e nós aplicaremos as equações de equilíbrio

  M B  0; P1,25  FAC 2  0 (1)

  M A  0; FB 2  P0,75  0 (2)

D.C.L.
Agora, determinaremos cada valor de P que crie a tensão
admissível na haste, no bloco e nos pinos,
respectivamente.
A haste AC exige:

  
FAC   aço adm  AAC   340 10  0,01  106,8 kN
6 2

Usando a Equação 1:

  M B  0; P1,25  FAC 2  0 (1)

P
106,82
 171 kN
Assim: 1,25
Agora, determinaremos cada valor de P que crie a tensão
admissível na haste, no bloco e nos pinos,
respectivamente.
O Bloco exige:
Para bloco B,

 
FB   al adm AB  35 10 1.800 10
6
 6
  63,0 kN
Usando a Equação 2,
  M A  0; FB 2  P0,75  0 (2)

Assim:
P
63,02
 168 kN
0,75
Agora, determinaremos cada valor de P que crie a tensão
admissível na haste, no bloco e nos pinos,
respectivamente.
Para o pino A ou C,

  
V  FAC   adm A  450 10  0,009  114,5 kN
6 2

Usando a Equação 1,

  M B  0; P1,25  FAC 2  0 (1)

Assim: P  114,52  183 kN


1,25
P  168 k
no bloco de alumínio. Por consequência,
?????? Pede-se para determine a maior carga P que pode
ser aplicada à BARRA.

Quando comparamos os valores de força exigido pela


Haste AC: FAC = 106,8 kN.
P = 171 kN. ≠ 64,2 kN

Bloco B: FB = 63 kN. ≠ 105 kN


P = 168 kN.

Pino A ou C: V = 114,5 kN. ≠ 68,5 kN


P = 186 kN.
Quando calculamos a diferença entre Carga exigida e Tensão
Admissível , podemos observar que o maior valor será para o Bloco de
Alumínio
Resposta: P = 168 kN
Quando P alcança seu menor valor (168 kN),
desenvolve a tensão normal admissível no
bloco de alumínio. Por consequência,

P  168 kN (Resposta)
Capítulo 2
Deformação
Disciplina: Mecânica dos Sólidos
Engenharia Mecânica
Professora : MSc. Marcela Gonçalves Ferreira
De maneira geral, a deformação de um corpo não é uniforme em todo o seu volume e,
assim, a mudança na geometria de qualquer segmento de reta do corpo pode variar ao
longo do comprimento.

EXEMPLO: Uma parte da reta pode alongar-se quando orientado em uma direção e contrair-
se quando orientado em outra.

Note as posições
antes e depois de
três segmentos de
reta, onde o
material está
submetido à
tensão.
Após as deformações
os pontos A e B são
Deformação Normal deslocados para as
posições A’ e B’

Se a deformação
normal for
conhecida
podemos usar
para calcular o
comprimento
final.
Deformação por Cisalhamento

O ângulo é medido em radianos.


Componentes Cartesianos da Deformação
Exemplo 1)
Uma força que atua no cabo da alavanca mostrada na figura provoca rotação de θ = 0,002 rad
Na alavanca no sentido horário.
Determinar a deformação normal média desenvolvida no arame BC.
Exemplo 1)
Uma força que atua no cabo da alavanca mostrada na figura provoca rotação de θ = 0,002 rad
Na alavanca no sentido horário.
Determinar a deformação normal média desenvolvida no arame BC.

Resolvendo:

Como θ= 0,002 rad é pequeno, o alongamento do arame CB é BB’ = θ (0,5m) = 0,001 m.


A deformação normal média no arame é portanto:

BB ' 0,001
média    0,001 m m Resposta
CB 1m
Exemplo 2.1
A haste delgada cria uma deformação normal na haste de ,

onde z é dado em metros.  z  40 10  z 3


 1/ 2

Determine:
(a) o deslocamento da extremidade B devido ao aumento de
temperatura
(b) a deformação normal média na haste.
Solução:
Letra (a)
•Visto que a deformação normal é dada em cada ponto ao longo da
haste, terá um comprimento deformado de:


dz '  1  40 10  z dz
3 1/ 2

•A soma total desses segmentos ao longo do eixo dá como resultado o


comprimento deformado da haste, isto é:

   
0, 2 m


3
z'  1  40 10 z dz  1/ 2
0, 20239 m
0
Portanto, o deslocamento da extremidade da
haste é:

 B  0,20239  0,2  0,00239m  2,39mm  (Resposta)


Letra (b):

Considerando que a haste tem um comprimento original de


200 mm e há uma mudança no comprimento de 2,39 mm,

s's 2,39
 méd    0,0119 mm/mm (Resposta)
s 200
Exemplo 2.3
Uma chapa é deformada até a forma representada pelas linhas tracejadas
mostradas na figura ao lado.
Se, nessa forma deformada, as retas horizontais na chapa permanecerem
horizontais e seus comprimentos não mudarem,
Determine : (a) a deformação normal ao longo do lado AB
(b) a deformação por cisalhamento média da chapa em relação
aos eixos x e y.

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