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Grandezas e Movimentos de

Usinagem
USINAGEM DOS METAIS

Entende-se como operações de usinagem aquelas que visam conferir a peça,


forma, dimensão, acabamento ou mesmo uma combinação destes itens através
da formação de cavaco. Assim sendo o cavaco é a porção de material da peça
removida pela ferramenta.
A formação do cavaco influencia diversos fatores ligados à usinagem, tais
como o desgaste da ferramenta, os esforços de corte, o calor gerado na
usinagem, a penetração do fluido de corte, etc.
Exemplos da importância da usinagem:

➔ 80% dos furos são realizados por usinagem


➔ ~100% dos processos de melhoria da qualidade superficial são feitos por
usinagem
➔ o comércio de máquinas-ferramentas representa uma das grandes fatias da
riqueza mundial
➔ ~70% das engrenagem para transmissão de potência
➔ ~90% dos componentes da industria aeroespacial
➔ ~100% dos pinos médico-odontológicos
➔ ~70% das lentes de contatos
➔ Lentes para CD player ou suas matrizes
Movimentos entre peça e aresta cortante

Os movimentos entre ferramenta e peça durante a usinagem são aqueles que


permitem a ocorrência do processo. Tais movimentos são considerados durante o
projeto e a fabricação das máquinas-ferramentas que os realizarão.
Os movimentos na usinagem podem ser classificados como ativos ou passivos.

Os movimentos ativos são os responsáveis pela remoção do material quando os


mesmos ocorrem e são eles:
Movimento de corte: é o movimento entre a peça e a ferramenta o qual sem o
movimento de avanço da ferramenta gera uma única remoção de material
(cavaco) durante uma rotação ou um curso da ferramenta

Movimento de avanço: é o movimento entre a peça e a ferramenta que em


conjunto com o movimento de corte proporciona uma remoção repetida ou
contínua do cavaco, durante várias rotações ou cursos da ferramenta.

Movimento efetivo de corte: é o movimento que surge como resultado dos


movimentos de corte e avanço realizados ao mesmo tempo.
Os movimentos passivos não são os responsáveis pela remoção do material,
porém são necessários para a realização da usinagem e são eles: movimento de
ajuste, movimento de correção, movimento de aproximação e movimento de
recuo.
Direções dos movimentos

A todos os movimentos estão associados as direções. Estas direções dos


movimentos são suas direções instantâneas. Dessa maneira devem-se distinguir a
direção de corte, direção de avanço e direção efetiva de corte.

Direção de corte: é a direção instantânea do movimento de corte.


Direção de avanço: é a direção instantânea do movimento de avanço.
Direção efetiva de corte: é a direção instantânea do movimento efetivo de corte.
Percurso da ferramenta em frente da peça

Assim como os movimentos da peça em relação à ferramenta estão associados às


direções eles também estão associados aos percursos. Os percursos são
considerados nas direções dos movimentos durante um tempo determinado de
execução do processo. Dessa maneira devem-se distinguir o percurso de corte, o
percurso de avanço e o percurso efetivo de corte.

Percurso de corte lc: é o espaço percorrido sobre a peça sendo adotado um


ponto de referência (ponto genérico da aresta de corte) da aresta cortante, de
acordo com a direção de corte.
Percurso de avanço lf: é o espaço percorrido pela ferramenta de acordo com a
direção de avanço.
Percurso efetivo de corte le: é o espaço percorrido pelo ponto de referência da
aresta cortante, segundo a direção efetiva de corte.
Velocidades

Da mesma maneira que os movimentos peça-ferramenta estão associados às


direções e os percursos de usinagem, estes também se associam as velocidades.
Assim sendo as velocidades são as velocidades instantâneas. Dessa forma
devem-se distinguir a velocidade de corte, a velocidade de avanço e a velocidade
efetiva de corte.
Velocidade de corte Vc: é a velocidade instantânea do ponto de referência da
aresta cortante, segundo a direção e sentido de corte.

No torneamento a velocidade de corte é a velocidade tangencial instantânea


resultante da rotação da ferramenta em torno da peça, onde os movimentos de
corte e avanço ocorrem simultaneamente. Logo a velocidade de corte pode ser
calculada.

Onde:
Vc = velocidade de corte (m/min)
d = diâmetro médio (mm)
n = rotação (rpm)
Velocidade de avanço Vf: é a velocidade instantânea da ferramenta, segundo a
direção e sentido de avanço.

No torneamento, é o produto do avanço pela rotação da ferramenta. Desta


maneira a velocidade de avanço pode ser calculada.

Onde:
f = avanço (mm/volta)
Vf = velocidade de avanço (mm/min)

Velocidade efetiva de corte Ve: é a velocidade instantânea do ponto de


referência da aresta de corte, segundo a direção efetiva de corte.
Tempo de Corte

O tempo de corte representa o tempo em que os movimentos de corte e/ou


avanço estão ocorrendo efetivamente. No torneamento pode ser calculado
através da seguinte

Durante operações que não ocorre rotação constante, como por exemplo, o
torneamento de faceamento com velocidade de corte constante, ou a trajetória da
ferramenta é complexa, o calculo do tempo de corte depende de uma integração
da relação . Em casos como este, muitas vezes é preferível cronometrar o tempo
de corte ao invés de calculá-lo
Grandezas de corte

Avanço (f): é o percurso de avanço em cada volta ou em cada curso da


ferramenta.

Avanço por dente (fz): é o percurso de avanço de cada dente, medido na


direção de avanço e corresponde à distância entre duas superfícies em usinagem
consecutivas, considerada na direção de avanço.

Onde:
Z: é o número de dentes da ferramenta.

A partir do avanço por dente derivam o avanço de corte fc e o avanço efetivo de


corte (fe).
Avanço de corte fc: é a distância entre duas superfícies consecutivas em
usinagem, medida no plano de trabalho e perpendicular à direção de corte.

Na usinagem por torneamento como o ângulo da direção de avanço φ=90°


resulta que fc = fd = f.
Profundidade ou largura de usinagem ap: é a profundidade ou largura de
penetração da ferramenta em relação à peça, medida perpendicularmente ao
plano de trabalho. No torneamento cilíndrico ap é denominado como
profundidade de usinagem.

As grandezas de avanço e de profundidade são informadas à máquina-


ferramenta, para que o processo de usinagem ocorra com a definição da porção
de material a ser removido.
Nas pesquisas de usinagem, observa-se que tanto a profundidade de usinagem
ap quanto o avanço f, têm uma grande importância, quando associados à
posição da aresta principal de corte da ferramenta. Desta forma, define-se a
espessura de corte h e a largura de corte b. A espessura de corte h é a espessura
calculada do cavaco a ser removido, medida num plano perpendicular à aresta
principal de corte e a largura de corte b é a largura calculada da seção
transversal do cavaco e corresponde ao comprimento da aresta de corte ativa.

χ = ângulo de posição

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