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Movimentos e relações geométricas na usinagem

Movimentos na usinagem:
• Neste estudo tomaremos como base a norma NBR 6162/89, que
segue a norma DIN 6580, esta norma aplica-se a todos os processos
de usinagem e os conceitos estudados utilizam-se de um “ponto
escolhido na aresta de cortante” em cada instante considerado, e
denominaremos este ponto de “PONTO DE CORTE ESCOLHIDO”, a
nomenclatura utilizada segue a norma internacional ISO 3002.
• Obs.: Para os processos de retificação, lixamento, jateamento,
esta norma se aplica de forma restrita.

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Movimentos e relações geométricas na usinagem
• Movimentos na usinagem:
• movimento entre peça e ferramenta para ocorrência do processo de usinagem;
• por convenção a peça está sempre parada e a ferramenta realiza os movimentos
• peça como referência;
• padronização dos sinais algébricos;
• facilitar estudo quando as ferramentas são complexas
• Tipos de Movimentos:
• movimentos ativos – geram remoção de material;
• movimentos passivos – não geram remoção de material mas são fundamentais para a ocorrência
do processo.
• aos movimentos ativos e passivos são associados tempos que somado resultam no tempo total
de fabricação.

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• Movimentos ativos
• movimento de corte – provoca remoção de
cavaco durante uma única rotação ou curso
da ferramenta;
• movimento de avanço – juntamente com o
mov. de corte promove remoção contínua ou
repetitiva de cavaco durante várias rotações
ou cursos da ferramenta;
• movimento efetivo de corte – composição
dos movimentos, dele resulta o processo de
usinagem, há duas situações:
• quando o mov. é contínuo – corte +
avanço (torneamento);
• quando o mov. é intermitente – próprio
movimento de corte (aplainamento).

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Movimentos passivos
• mov. de aproximação – ferramenta se aproxima da peça antes do processo
de usinagem;
• movimento de ajuste – pré-determina a espessura da camada de material a
ser removida. Obs.: Nos processos de brochamento, sangramento e furação
não existe movimento de ajuste.
• movimento de correção – empregado para compensar alterações de
posicionamento devidas ao desgaste da ferramenta, variações térmicas,
deformações plásticas, etc. que ocorrem durante o processo;
• movimento de recuo – ferramenta se afasta da peça depois da usinagem.

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• Estão associados aos movimentos ativos e passivos, direções, sentido, velocidades e percursos:
• direção efetiva, velocidade efetiva (ve) e percurso efetivo (le);
• direção de corte, vel. de corte (vc) e percurso de corte (lc);
• direção de avanço, vel. de avanço (vf) e percurso de avanço (lf);
• direção de ajuste, vel. de ajuste (vz) e percurso de ajuste (lz);
• direção de correção, vel. de correção (vn) e percurso de correção (ln);
• direção aproximação, vel. aproximação (va) e percurso aproximação (la);
• direção de recuo, vel. de recuo (vr) e percurso de recuo (lr);

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Definições:
• Direções: efetiva, corte, avanço, ajuste, aproximação, recuo, correção.
• Direção instantânea do movimento (efetiva, corte, avanço, ajuste, aproximação, recuo, correção) no ponto de
corte escolhido.
• Velocidades: efetiva (ve), corte (vc), avanço (vf), ajuste (vz), aproximação (va), recuo (vr), correção (vn).
• Velocidade instantânea do movimento (efetivo corte, avanço, ajuste, aproximação, recuo, correção) no ponto
de corte escolhido.
• Geralmente a “vc” e muito maior que a velocidade “vf”, portanto, vale a aproximação ve ~ vc.
• Percursos: efetiva, corte (Lc), avanço (Lf), ajuste (Lz), aproximação (La), recuo (Lr), correção (Ln)
• Soma dos elemento de percurso, descrito pelo ponto de corte escolhido segundo o movimento (efetivo corte,
avanço, ajuste, aproximação, recuo, correção).

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• Cálculo da Velocidade de Corte (vc)
• resultado do deslocamento da ferramenta em relação a peça, ex.:
• aplainamento,
• brochamento;
• velocidade tangencial instantânea resultante da rotação da ferramenta em torno da peça, ex.:
• Torneamento
• Fresamento
• Furação
. .
• =
Onde:
vc Velocidade de corte m/min
D diâmetro da peça mm
n rotação da peça rpm

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• Cálculo da velocidade de Avanço (vf)
• para processo como aplainamento: vf = avanço (f) x rotação da ferramenta (n)
1000.
= . → = .
.

• Cálculo do tempo de corte (tempos ativos)


• tc tempo de corte = totalidade dos tempos ativos:
. .
• = = =
. . .

Onde:
vc Velocidade de corte m/min
d diâmetro da peça mm
vf Velocidade de avanço mm/min
f avanço mm
n rotação da peça rpm
lf percurso de avanço mm
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• Cálculo dos tempos passivos
• nem sempre são fáceis de calcular;
• estimativas por técnicas específicas – tempos padrões;
• os tempos padrões são obtidos por cronometragem.

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• Conceitos auxiliares
• ângulo da direção de avanço ()
– entre direção de avanço e
direção de corte, pode ser
constante (torneamento = 90º)
ou variável (fresamento);
• ângulo da direção efetiva () –
entre direção efetiva e direção de
corte
• ponto de corte escolhido – ponto
qualquer da aresta de corte
(principal ou secundária)
escolhido para análise do sistema
ferramenta/peça;
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• Conceitos auxiliares
• ponto de referência da aresta de corte (D) –
ponto situado no meio da aresta principal de
corte, utilizado para fixação do plano de
medida (PD);
• Plano de trabalho (Pfe) - plano imaginário que
contém as direções de corte e avanço,
passando pelo ponto escolhido, sobre ele
acorrem os movimentos ativos;
• plano de medida (PD) – plano perpendicular a
direção de corte, passando pelo ponto de
referência da aresta de corte (D).

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• Superfícies definidas sobre a peça
• superfície a usinar – superfície que irá sofrer
processo de usinagem;
• superfície em usinagem – superfície que está
sendo gerada pela ferramenta
• principal – geração ocorrendo pela ação da
aresta principal de corte;
• secundária - geração ocorrendo pela ação da
aresta secundária de corte.
• superfície usinada – gerada pelo processo de
usinagem.

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• Grandezas de avanço
• resultam do movimento de avanço;
• avanço (f) – percurso de avanço em cada volta ou em cada
curso da ferramenta;
• avanço por dente – (fz) – corresponde à distância entre
duas superfícies em usinagem consecutivas na direção de
avanço
= .
• avanço de corte (fc) – distância entre duas superfícies
consecutivas em usinagem no plano de trabalho.
= .
• Avanço efetivos (fe)- distância entre duas superfícies
consecutivas em usinagem medido no plano de trabalho e
perpendicular a direção efetiva
• fe  fz sen ( - )
• Se vf/vc é muito pequeno o angulo, pode ser desprezado o
que resulta:
• fe  fz sen  = fc
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• Grandezas de Penetração
• descrevem geometricamente a relação de penetração
entre ferramenta e peça;
• profundidade ou largura de usinagem (ap) –
profundidade ou largura de penetração da ferramenta na
peça, medida perpendicularmente ao plano de trabalho:
• no torneamento, fresamento frontal, retificação
frontal – denominada de profundidade de usinagem;
• no brochamento, fresamento, retificação tangencial
– denominada de largura de usinagem.
• No processo de furação, corresponde a metade do
diâmetro da broca.
• Na retificação cilíndrica o plano de trabalho é
perpendicular ao eixo de giro do rebolo.

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• Grandezas de Penetração
• penetração de trabalho (ae) – medida no plano de trabalho e perpendicular a direção de avanço (importância
predominante no fresamento e retificação plana);
• Retificação cilíndrica convenciona-se “ae” metade da variação do diâmetro da peça em uma volta.
• Retificação cilíndrica com avanço radial do rebolo “ae” corresponde ao avanço radial “fr”.
• Retificação cilíndrica com avanço longitudinal “ap” corresponde ao avanço “f”.

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• Grandezas de Penetração
• penetração de avanço (af) – medida na
direção de avanço no plano de trabalho.
• Obs.: As grandezas de penetração podem
ser referidas a uma única aresta de corte e
neste caso recebem o índice “s”.
• O índice “s” pode ser omitido se as
grandezas de penetração da aresta de corte
forem idênticas as da ferramenta.

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• Grandezas nominais de corte.
• São as grandezas de corte definidas no plano de medida “PD”.
• Ponto de referencia da aresta de corte “D”.
• Serve para determinar o “PD” e situa-se no meio da aresta de
corte ativa
• Plano de medida “PD”.
• Plano perpendicular direção de corte e passa por “D”.
• Seção transversal nominal de corte “AD”.
• Área de seção transversal calculada de um cavaco a ser
removido medido no plano de medida (PD).
• Seção transversal nominal total de corte “Adtot”.
• Soma das áreas de todas as seções transversais nominais de
corte gerados pelas arestas de corte que agem
simultaneamente
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• Grandezas nominais de corte.
• Largura nominal de corte “bD”.
• Distância entre dois pontos extremos da aresta
• Espessura nominal de corte “hd”.
• Resulta a relação entre a seção transversal nominal de
corte e a largura nominal de corte.
AD
hd 
bD
• A espessura local de corte “hi” e a espessura calculada
do cavaco a ser removido medido num plano
perpendicular

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• Grandezas de corte, calculo simplificado


• Para o calculo simplificado são
consideradas as seguintes hipóteses:
• 1- Aresta de corte retilínea;
• 2- Raio de ponta = zero;
• 3- Ângulo de inclinação s = 0;
• 4- Xr’ = 0;

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• Grandezas de corte
• Área da seção transversal do cavaco
medido perpendicularmente a direção
de corte.
• A = ap.f = b.h
• Largura calculada da seção transversal
de corte. b = ap/sen xr
• Espessura calculada da seção
transversal de corte.
• h = f.sen xr = A/b

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Grandezas efetivas de corte
As grandezas A e b podem ser referidas a um plano perpendicular a direção
efetiva, tem-se assim as grandezas:
• Seção transversal efetiva de corte, Ae;
• Área calculada da seção transversal efetiva de um cavaco a ser
retirado e medida no plano normal a direção efetiva de corte.
• Largura efetiva de corte, be;
• Largura calculada da seção transversal efetiva de corte a ser
retirada e medida na superfície em usinagem principal, segundo a
direção normal a direção efetiva de corte.
• Espessura efetiva de corte, he;
• Espessura calculada da seção transversal efetiva de corte a ser
retirada e medida normalmente a superfície em usinagem
principal, segundo a direção perpendicular a direção efetiva de
corte
• São validas as relações:
• = .ℎ
• = . 1 − cos .
• ℎ =
.
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Grandezas referente ao volume de corte
• Volume da camada de corte.
• Material da peça a ser removido por uma aresta de corte num corte (curso
ou rotação).
• Camada de corte.
• É a camada removida da peça pela ferramenta, correspondente a um ajuste
durante um corte, sendo a área da seção transversal da camada de corte
medido.
• Volume de corte “V”.
• Volume da camada de material a ser removido da peça pela ferramenta, e
este volume pode ser referido a peça a operação e uma unidade de tempo.
• Taxa de remoção de material “Q”.
• Volume de corte por unidades de tempo.

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Taxa de remoção de material “Q”. Taxa de remoção de material “Q”.
• Torneamento • Fresamento e retificação plana
= . . 5
= . . = . = . (1)
= . .
= . • Retificação cilíndrica de mergulho
= . . = . . (6)
• Furação em cheio = . . . (7)
.
• = . f = π. . (2)
• Retificação cilíndrica longitudinal
• Furação compre-furo ou alargamento = . . (8)
• = . . . = . . 3 = . . . = . (9)
• = . . . = . (4)

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